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O projeto do jornal CIDADE DE SANTOS foi elaborado por profissionais paulistanos, que<br />
deram modernidade à forma valorizando o conteúdo do produto que, além do dinamismo,<br />
introduzia duas novidades importantes: a impressão a off set e a cor. Mas o fator<br />
determinante foi a possibilidade de trabalho que ele abriu para os jovens que haviam se<br />
aventurado no curso de jornalismo.<br />
Foi assim que o jornal CIDADE DE SANTOS acabou se transformando em uma continuação<br />
da Faculdade. Os focas entravam para estágio e quando eram contratados, convidavam<br />
colegas para estagiar. Alguns logo buscaram espaço em A Tribuna, outros embarcaram para<br />
São Paulo e, claro, a maioria foi ficando e lutando para conseguir uma vaga nesse diário que<br />
seduzia também pelo clima de liberdade. especialmente, de costumes.<br />
Havia muito entusiasmo na redação. Muitas vezes, irreverência. O que nunca faltou,<br />
entretanto, foi responsabilidade. Às 18 horas, a poluição sonora estava no auge. Dezenas de<br />
barulhentas Remington’s explodindo ao mesmo tempo; telefones tocando, gente dando<br />
entrevista de última hora; ar carregado de fumaça dos cigarros que se acendiam em quase<br />
todas as mesas...<br />
Claro, que nem sempre o céu era de brigadeiro e havia raios trovões no paraíso. Embora<br />
fosse um jornal de oposição, nem sempre se concordava com a linha política – uma<br />
prerrogativa ditada pelos proprietários da empresa (gostemos ou não) e almejava-se ir mais<br />
além. Muitos tombaram nessa luta, mas levantaram e seguiram avante.<br />
O jornal CIDADE DE SANTOS foi, realmente, uma grande escola. Não bastava escrever<br />
bem. Era preciso ser ágil, pois ele era escrito em Santos e impresso em São Paulo (famosa<br />
Alameda Barão de Limeira, onde havia uma mini secretaria). As notícias subiam a serra do<br />
Mar em viaturas amarelinhas (fuscas, Kombi ou possantes F-100) duas ou três vezes por<br />
dia, dependendo da situação. Previsão do tempo fazia diferença! O telex não parava,<br />
produzindo uma interminável serpentina amarela, enquanto as últimas fotos seguiam via<br />
telefone (telefoto?).<br />
Nos últimos anos do jornal, com o advento da computação, boa parte do material seguia por<br />
linhas especiais da Folha. Havia digitadores de plantão para repassar as matérias. Por tudo<br />
isso, pode-se considerar que o jornal CIDADE DE SANTOS foi um grande laboratório da<br />
empresa FOLHA DA MANHÃ, embora não me lembre de que tenha absorvido alguém no<br />
processo de fechamento do seu diário santista em 15 de setembro de 1987.<br />
(Outros textos da HILDA estão adicionados às “fichas” dos nossos heróis.)<br />
(*) O n. o 32, endereço oficial, era a porta da Distribuição. Na verdade, a<br />
entrada do prédio, para a Redação, era pelo n. o 26, com direito a<br />
escadaria e elevador.<br />
OUTRO PRÓLOGO<br />
ENEIDA BARRETO<br />
(À maneira de Jornal: depois de repórter, entra a copie!...)<br />
Algumas poucas considerações, já que HILDA sintetizou tudo muito bem no Prólogo.<br />
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