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manhã seguinte para grande divertimento de todos. Outra vez abri a bolsa na catraca do<br />
ônibus e havia milhões de pedacinhos de laudas para surpresa minha e do cobrador que<br />
ajudou a pegar alguns papéis para minha grande consternação. Outro bilhete que guardo<br />
com muito carinho ainda no envelope endereçado à “Ex. ma Srta. Hilda Prado de Araújo, DD<br />
Editora da Seção NECROLOGIA. Diz a missiva: Srta. Hilda. Sugerimos não exagerar em<br />
suas pesquisas sobre a morte, caixões, túmulos e cemitérios. Há coisas que a opinião pública<br />
não deve saber. Isto não é só uma advertência, como uma ameaça. Sua colega ERCÍLIA já<br />
foi avisada. Cuidado... Sindicato da Morte (congrega cemitérios, fábricas de caixões e<br />
agências funerárias).” Não lembro mais o que gerou esta “ameaça”. Talvez matérias de<br />
finados. Depois, passaram para uma tática mais radical. Quando eu estava chegando, alguém<br />
dava o alerta na Redação e SAMPAIO ou ITAMAR se escondiam atrás da porta junto da<br />
escada da Distribuição, onde ficava o relógio do ponto, para me pregar um susto. Não sei<br />
quanto tempo isso durou, mas felizmente eles venceram e eu me tornei uma pessoa mais<br />
sociável. Continuo ranzinza e o bico -- ainda faço bico --, mas sem dúvida mudei. DE PAULA<br />
se tornou um grande amigo e essa amizade se consolidou através do casamento dele com<br />
SÔNIA REGINA, outra amiga maravilhosa que fiz no CS. (HILDA).<br />
GAZETINHA - Apesar de tudo o que já escreveram não posso deixar de falar sobre a HILDA.<br />
Uma pessoa maravilhosa, excelente jornalista, que aceitava qualquer encargo que lhe fosse<br />
solicitado; eterna repórter de Carnaval, trabalhando toda a madrugada e indo direto para o<br />
jornal, de manhã cedo, escrever a matéria. Acredito que tenha iniciado um setor jornalístico<br />
desconhecido dos santistas: os problemas dos bairros de Santos e, depois, de outros locais da<br />
Baixada. Para mim, nesse assunto, era insuperável pelas fontes de informação que possuía.<br />
ENEIDA - "Difícil é quem não se lembre de uma história da HILDA, que leva o Troféu Memória,<br />
seguida da ERCÍLIA/CIÇA, concordam? E quem não reforce sua competência, amizade, o<br />
imenso conhecimento adquirido sem ostentação. Apesar do alerta do Millôr, ela recebe<br />
também com ZEZÉ o título Unanimidade... do Bem! Amiga ad-eternun. HILDA na Folha da<br />
Tarde, eu no CIDADE, e nós duas numa correspondência via malote. Parecia aqueles tempos<br />
do Canadá, em que trocávamos bilhetes com a turma da tarde ou da noite. Numa dessas,<br />
Hildinha fala da sua alegria em sair com o Bunda - calma lá no que pensam. Foi como batizou<br />
o fusca que, se falasse, contaria histórias incríveis. Dois perdidos numa noite limpa da cidade<br />
grande... Ah, o sugestivo nome estava devidamente inserido no contexto da época: todos<br />
tinham. E entre tantas histórias, conta daquela vez em que se preparava para uma séria<br />
entrevista, gente do maior gabarito. Precisando da caneta, recorre à maxi-bolsa, pois mesmo<br />
que ainda não fosse moda, era a que lhe convinha para aqueles traslados longos; pede<br />
que o entrevistado tenha a gentileza de aguardar só uns instantes e do fundo dela (a bolsa),<br />
puxa uma colorida ESCOVA DE DENTES!... Imaginem a cena. Fecha o pano".<br />
ILDO, motorista, pai solteiro.<br />
INEIDE Di Renzo, repórter, foi para A Tribuna, onde parece que está<br />
até hoje, segundo a VERA SD --, cobrindo Variedades com a editora<br />
Beth Capelache..<br />
INÍVIO Borda, repórter de esportes, cobria o Santos; radialista.<br />
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