Diagnóstico socioeconômico do Território Norte Pioneiro - Ipardes
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Os da<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s a óbitos e a internações hospitalares, associa<strong>do</strong>s a outros<br />
indica<strong>do</strong>res, tais como a cobertura da rede de atenção básica e hospitalar, fornecem elementos<br />
necessários para o conhecimento da saúde da população, oferecen<strong>do</strong> subsídios para o<br />
planejamento das ações das políticas de atenção à saúde.<br />
Um <strong>do</strong>s principais indica<strong>do</strong>res de qualidade de vida e assistência à saúde é o<br />
coeficiente de mortalidade infantil 12 . Apesar da tendência continuada de declínio <strong>do</strong>s níveis de<br />
mortalidade infantil no País, ainda se observam profundas desigualdades sociais e espaciais.<br />
Entre os anos de 2003 e 2005, <strong>do</strong>s 29 municípios que compõem o território, 18<br />
apresentaram coeficientes de mortalidade infantil (CMI) acima da média <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (15,5/1.000<br />
nasci<strong>do</strong>s vivos) e 12 deles têm CMI acima da média <strong>do</strong> território (19,7/1.000 n.v). O destaque<br />
fica para quatro municípios que têm CMI acima de 30,0/1.000 n.v.: Salto <strong>do</strong> Itararé, Jaboti,<br />
Tomazina e Sapopema, sen<strong>do</strong> que os <strong>do</strong>is últimos chegam a registrar os piores CMIs <strong>do</strong><br />
território – 35,1/1.000 n.v. e 37,5/1.000 n.v., respectivamente (tabela 3.10).<br />
Vale lembrar que as mortes infantis incidem, principalmente, no grupo de causas<br />
das afecções originadas no perío<strong>do</strong> perinatal 13 , que são transtornos específicos <strong>do</strong> feto ou<br />
recém-nasci<strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> perinatal. É preciso assinalar que em áreas sociais<br />
deprimidas, parcelas expressivas desse contingente de óbitos poderiam ser evitadas se os<br />
serviços básicos de atendimento à saúde da mulher no perío<strong>do</strong> da gestação fossem mais<br />
eficientes. Outra parcela da mortalidade infantil decorre das <strong>do</strong>enças infecto-parasitárias, também<br />
incluídas no rol das causas evitáveis, causadas pela desnutrição e pelas precárias condições<br />
habitacionais, de saneamento básico e de padrão de vida das famílias dessas crianças.<br />
A análise <strong>do</strong> padrão de morbimortalidade segun<strong>do</strong> grupos de causas sinaliza alguns<br />
pontos de pressão de demanda sobre áreas específicas <strong>do</strong> sistema público de atendimento<br />
à saúde. Nesse senti<strong>do</strong>, observa-se que o perfil das causas de óbitos se diferencia, em<br />
maior ou menor grau, daquele resultante das demandas por internações hospitalares,<br />
mostran<strong>do</strong>, de forma geral, a aparente complexidade que envolve esse setor.<br />
12 O coeficiente de mortalidade infantil bem como o coeficiente de mortalidade neonatal (mortes entre nasci<strong>do</strong>s<br />
vivos durante os primeiros 28 dias completos de vida) e o coeficiente de mortalidade infantil tardia (mortes<br />
entre nasci<strong>do</strong>s vivos de 1 a 11 meses completos de vida) foram calcula<strong>do</strong>s pela média <strong>do</strong>s anos de<br />
2003, 2004 e 2005.<br />
13 O perío<strong>do</strong> perinatal começa com 22 semanas completas (154 dias) de gestação (época em que o peso<br />
de nascimento é normalmente de 500 g) e termina com 7 dias completos após o nascimento.