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Alexandre Franco - ANO: LXXV – EDIÇÃO Nº 3906 - Post Milenio

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<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si!<br />

13 a 19 de Outubro de 2006 3<br />

Nuclear<br />

Testes alienam China<br />

e isolam ainda mais a Coreia do Norte<br />

Maioritariamente, os analistas e observadores<br />

regionais concordaram que a<br />

posição chinesa é a mais importante qualquer<br />

que seja o futuro na península coreana,<br />

uma vez que a China, que partilha com a<br />

Coreia do Norte uma fronteira com mais de<br />

mil quilómetros de extensão, é ainda uma<br />

aliada norte-coreana.<br />

Pequim é o único grande parceiro internacional<br />

do regime estalinista do líder<br />

norte-coreano, Kim Yong-il, fornecendo<br />

mais de dois terços da alimentação e energia<br />

de que a Coreia do Norte necessita.<br />

"Uma vez que o único grande ponto de<br />

contacto da Coreia do Norte com o resto do<br />

mundo é a China, qualquer resposta internacional<br />

só fará sentido se incluir os chineses<br />

e isso é válido, acima de tudo, para a<br />

imposição de sanções", afirmou Joseph<br />

Cheng, professor catedrático de Ciência<br />

Política da "City University" de Hong<br />

Kong, à Agência Lusa.<br />

O Japão e os cinco membros permanentes<br />

do Conselho de Segurança da ONU<br />

reúnem-se hoje para discutir a resposta a<br />

dar ao teste nuclear norte-coreano de segunda-feira,<br />

com base nas propostas de sanções<br />

avançadas pelos Estados Unidos.<br />

A China tem direito de veto no conselho<br />

tal como os restantes membros permanentes<br />

(Estados Unidos, França, Rússia e<br />

Reino Unido) e a posição tradicional de<br />

Pequim tem sido contra sanções e a favor<br />

do diálogo, mas Liu Jianchao, porta-voz<br />

diplomático chinês, deixou em aberto a<br />

adopção de sanções.<br />

"A China, bem como os outros membros<br />

do Conselho de Segurança, continuará<br />

a trocar opiniões sobre os próximos passos<br />

a dar", disse hoje Liu Jianchao em conferência<br />

de imprensa em Pequim, respondendo<br />

a perguntas sobre a adopção de sanções,<br />

após o governo chinês ter considerado<br />

segunda-feira que, ao efectuar os testes<br />

nucleares, a Coreia do Norte ignorou<br />

"descaradamente" os desejos da comunidade<br />

internacional.<br />

Os testes nucleares<br />

norte-coreanos deixaram<br />

a China "furiosa" e a<br />

alienação de Pequim<br />

isolará ainda mais<br />

a Coreia do Norte,<br />

afirmaram analistas<br />

chineses, no dia<br />

em que a ONU debate a<br />

resposta a dar a Pyongyang.<br />

"Pequim está furiosa com os testes<br />

nucleares norte-coreanos", afirmou à<br />

Agência Lusa um diplomata asiático em<br />

Pequim. Também Peter Beck, da organização<br />

de análise e prevenção de conflitos<br />

International Crisis Group (ICG), sublinhou<br />

que "a China está muito transtornada" com<br />

os ensaios.<br />

"O teste aumenta a instabilidade na<br />

região, demonstra que o vizinho tem armas<br />

nucleares e, por isso, fere os interesses<br />

nacionais da China.<br />

Vai causar um impacto negativo nas<br />

relações entre Pequim e Pyongyang", disse<br />

Jin Canrong, da Escola de Relações<br />

Internacionais da Universidade Popular de<br />

Pequim.<br />

Jin disse que as declarações de Liu<br />

Jianchao "marcam o início da mudança de<br />

atitude da China em relação ` Coreia do<br />

Norte, que deverá passar a ser mais dura".<br />

Liu Ming, do Instituto de Estudos da<br />

Ásia-Pacífico da Academia de Ciências<br />

Sociais de Xangai, afirmou que os testes<br />

nucleares norte-coreanos são "uma grande<br />

desilusão para a China", porque, seguindose<br />

a uma advertência diplomática de<br />

Pequim, que vem desde há meses defendendo<br />

a via do diálogo para a solução do<br />

impasse nuclear na península, "deitam por<br />

terra todos os esforços diplomáticos anteriores".<br />

Mas os próximos passos da China,<br />

afirmaram os analistas, revelam o delicado<br />

equilíbrio estratégico na região da Ásia<br />

Oriental porque, tal como disse Joseph<br />

Cheng, "Pequim tem os pés e as mãos atados".<br />

A China "sabe - e tem avisado a comunidade<br />

internacional - que tem vindo a<br />

perder influência sobre a Coreia do Norte e<br />

sabe também que os militares mais ortodoxos<br />

e belicistas têm vindo a ganhar poder<br />

em Pyongyang", comentou.<br />

Cheng considerou que "a China só tem<br />

a perder com o aumento da insegurança e<br />

com a eventual maré de refugiados caso a<br />

Coreia do Norte se torne um Estado falhado",<br />

mas adiantou que, enfraquecido como<br />

está, o governo chinês tentará ganhar<br />

tempo, mas não está em condições de se<br />

opor a sanções.<br />

Liu Ming previu que Pequim vai<br />

defender uma versão mais "suave" das<br />

sanções, assumindo que Washington vai<br />

insistir na imposição de sanções aos transportes<br />

aéreos e marítimos à Coreia do<br />

Norte, por onde chega a maioria da ajuda<br />

alimentar e energética chinesa à Coreia do<br />

Norte.<br />

"O factor mais importante é o medo da<br />

China de que as sanções tenham como consequência<br />

uma crise interna na Coreia do<br />

Norte quer possa eventualmente ferir também<br />

a China," afirmou Shi Yongming, do<br />

Instituto Chinês de Estudos Internacionais.<br />

Peter Beck salientou no entanto que<br />

uma das poucas consequências benéficas<br />

dos testes de segunda-feira, que confirmarão<br />

que a Coreia do Norte possui armas<br />

nucleares, é a eventual criação de<br />

afinidades entre a Coreia do sul, China e<br />

Japão, tradicionais rivais regionais, mas que<br />

só têm a ganhar na contenção da maré<br />

nuclear norte-coreana.<br />

Jospeh Cheng, ao contrário de muitos<br />

analistas, considerou que o regime de<br />

Pyongyang não sofre de falta de racionalidade,<br />

antes "sabe muito bem o que está a<br />

fazer" e aposta na fragmentação da comunidade<br />

internacional.<br />

"A Coreia do Norte conhece muito bem<br />

os pontos fracos da China.<br />

Sabe também que os Estados Unidos<br />

não querem nenhuma guerra porque estão<br />

atolados no Iraque e no Afeganistão e sabe<br />

que, na Ásia Oriental, ninguém quer uma<br />

guerra.<br />

É esta a raiz do problema", afirmou<br />

Cheng.<br />

EDITORIAL<br />

LIBERAIS ANUNCIAM<br />

FORMATO PARA O DEBATE<br />

O Partido Liberal do Canadá anunciou<br />

o formato do debate que irá decorrer<br />

Domingo, 15 de Outubro, a partir<br />

das 15 horas, no Roy Thomson Hall,<br />

em Toronto.<br />

O formato para o debate começa<br />

por colocar frente a frente, em grupos<br />

de três, os candidatos à liderança do<br />

partido. Serão oito grupos, cada um<br />

deles a consumir um total de oito minutos,<br />

com os candidatos a disporem de<br />

um minuto para exporem as suas<br />

posições e as suas ideias, passando<br />

depois a cinco minutos de discussão<br />

aberta.<br />

Os trios foram formados por<br />

sorteio, são os seguintes:<br />

Hall Findlay, Dryden, Volpe<br />

Dion, Brison, Rae<br />

Hall Findlay, Kennedy, Ignatieff<br />

Dion, Dryden, Ignatieff<br />

Kennedy, Brison, Volpe<br />

Hall Findlay, Ignatieff, Rae<br />

Dion, Dryden, Brison<br />

Kennedy, Volpe, Rae<br />

As conclusões serão feitas através<br />

de oito declarações individuais de dois<br />

minutos e meio cada, com os candidatos<br />

a utilizarem um formato<br />

bilingue com as Línguas Oficiais do<br />

Canadá.<br />

Dominic LeBlanc, Membro do<br />

Parlamento, será o Moderador.<br />

Estes debates são desenhados no<br />

sentido de possibilitar a cada um dos<br />

candidatos a exposição das suas ideias<br />

políticas em geral, assim como a<br />

envolver os Candidatos Liberais que<br />

vão participar na Convenção bianual<br />

que vai decorrer em Montreal entre 28<br />

de Novembro e 3 de Dezembro de<br />

2006.<br />

Esta será uma excelente oportunidade<br />

para se medir a aceitação de<br />

Ignatieff como o futuro líder do Partido<br />

Liberal, uma vez que a vantagem, em<br />

termos de votos, parece ser substancial,<br />

sem nos esquecermos que se trata,<br />

em simultâneo, de uma excelente oportunidade<br />

para se medirem os parâmetros<br />

de quem poderá ser, num futuro<br />

breve, o Primeiro Ministro deste país.

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