Alexandre Franco - ANO: LXXV – EDIÇÃO Nº 3906 - Post Milenio
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4 13 a 19 de Outubro de 2006<br />
<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si!<br />
O mote do combate à corrupção já tinha<br />
sido dado por Cavaco Silva, no discurso do<br />
5 de Outubro, e agora o novo Procurador-<br />
Geral da República mostrou que está em<br />
sintonia com o Presidente da República.<br />
Fernando Pinto Monteiro reconheceu,<br />
no discurso de tomada de posse, em Belém,<br />
que "todo o crime deve ser investigado",<br />
mas que a corrupção é um daqueles crimes<br />
que "pela sua especial gravidade, pela sua<br />
enorme repercussão em várias áreas da<br />
sociedade, necessitam de uma maior colaboração<br />
entre os vários órgãos do Estado".<br />
Os portugueses também não ficam fora<br />
desta cruzada. Pinto Monteiro pede "uma<br />
maior participação dos cidadãos", além de<br />
um maior dispêndio de tempo e de meios.<br />
"Ponto chave" desta luta é que "a consciência<br />
moral do homem médio" seja sensibilizada<br />
para o problema e que deseje a<br />
punição de quem prevarica. Pinto Monteiro<br />
referiu que não tem pretensões de conseguir<br />
acabar com a cunha em Portugal, mas está<br />
empenhado em sensibilizar os portugueses<br />
para os males da corrupção.<br />
A sua passagem pela Alta Autoridade<br />
Contra a Corrupção mostrou-lhe que os<br />
portugueses "não têm plena consciência"<br />
das fronteiras entre a legalidade e a corrupção.<br />
Corrupção torna os fracos mais fracos<br />
Há "vários graus da corrupção, desde a<br />
pequena corrupção até à corrupção de<br />
Estados", sendo que esta última "arrastando<br />
Segurança Social<br />
O primeiro-ministro, José Sócrates,<br />
afirmou que a reforma da Segurança Social,<br />
acordada em sede de concertação social,<br />
responde "pele primeira vez" de forma<br />
coerente, sensata e sustentável ao problema<br />
do envelhecimento da população em<br />
Portugal.<br />
José Sócrates defendeu esta posição no<br />
Centro Cultural de Belém, após assinar em<br />
A corrupção vem primeiro<br />
PGR define prioridades. Cavaco pede discrição na acção e resultados.<br />
Posse do Procurador-Geral da República (a direira), no dia 9 Outubro 2006<br />
Recados para dentro de casa e para os jornalistas<br />
Os magistrados "devem investigar, julgar e não noticiar"<br />
e os jornalistas devem "informar, opinar, criticar, doutrinar,<br />
mas não julgar", defendeu Pinto Monteiro.<br />
os grandes interesses, torna os poderosos<br />
mais poderosos e os fracos mais fracos",<br />
referiu no discurso. É por isto que o novo<br />
responsável máximo do Ministério Público<br />
promete empenhar-se "seriamente" nesta<br />
batalha.<br />
Discrição na acção<br />
e visibilidade nos resultados<br />
Pouco passava do meio-dia quando o<br />
nome do Governo o acordo de concertação<br />
social para a reforma da Segurança Social -<br />
acordo que apenas deixou de fora a CGTP-<br />
IN. Além de José Sócrates, assinaram o<br />
acordo os presidentes das confederações<br />
patronais da Agricultura (CAP), João<br />
Machado, do Comércio (CCP), José<br />
António Silva, e do Turismo (CTP), Atílio<br />
Forte, o secretário-geral da UGT, João<br />
novo PGR entrou na sala dos embaixadores.<br />
Uma divisão pequena para acolher o<br />
primeiro-ministro, José Sócrates, outros<br />
membros do Governo, operadores judiciários,<br />
jornalistas e duas presenças especiais,<br />
a mulher e filha de Pinto Monteiro. [O<br />
filho preferiu ficar do lado de fora].<br />
Cavaco tomou a palavra para recomendar<br />
"discrição na acção e visibilidade nos<br />
resultados". O novo PGR mostrou estar em<br />
sintonia com o chefe de Estado. .<br />
Ambos fizeram questão de reservar<br />
umas linhas a Souto Moura nos seus discursos.<br />
Enquanto, Cavaco fez o público reconhecimento<br />
do Estado português "pela dedicação,<br />
dignidade e independência" com que<br />
o ex-PGR exerceu as suas funções "num<br />
período particularmente difícil e complexo<br />
da justiça portuguesa", Pinto Monteiro<br />
preferiu salientar a presença do PGR que,<br />
garantiu, "muito me honra".<br />
Andava com ele nos bailaricos<br />
Não constava do discurso de seis páginas<br />
que o Procurador leu na cerimónia de<br />
posse, mas no final também houve um<br />
agradecimento muito sentido para "as pessoas<br />
simples, que vieram de longe, algumas<br />
com esforço para estar aqui". Pinto<br />
Monteiro referia-se também aos conterrâneos<br />
de Porto de Ovelha (Guarda) terra<br />
natal do novo Procurador.<br />
Isabel Fonseca terá apreciado estas últimas<br />
palavras de Pinto Monteiro.<br />
"Andavamos nos bailaricos, em casa da avó<br />
dele. Usávamos uma grafonola para ouvir<br />
música", conta esta amiga do PGR.<br />
Isabel vive em Lisboa e juntou-se aos<br />
amigos de Porto de Ovelha que exibiram<br />
cartazes a saudar o filho pródigo da terra.<br />
"Porto de Ovelha saúda o Dr. Fernando<br />
Pinto Monteiro". "É um bom homem",<br />
garantem.<br />
Reforma responde pela primeira vez ao envelhecimento<br />
Acordo para reforma da Segurança Social<br />
Proença, e o vice-presidente da<br />
Confederação da Indústria Portuguesa<br />
Heitor Salgueiro, que substituiu o presidente<br />
João Vanzeller).<br />
Na plateia, esteve também presente o<br />
secretário-geral da CGPT- IN, Carvalho da<br />
Silva, que não assinou o acordo de concertação<br />
social, mas que, mesmo assim, ouviu<br />
Sócrates saudar a sua central sindical "pelo<br />
contributo que deu às negociações" ao<br />
longo de cinco meses.<br />
""Este acordo dá expressão à reforma<br />
mais ambiciosa e profunda no sistema<br />
público de segurança social. O país percebe<br />
que se trata de numa reforma profunda,<br />
urgente e inadiável", sustentou o primeiroministro.<br />
José Sócrates considerou que a<br />
proposta do seu Governo "visa salvar a<br />
segurança social, não apenas no curto<br />
prazo, mas também a médio e a longo<br />
prazo", porque "tem alcance estratégico".<br />
"Pela primeira vez, estamos perante<br />
uma reforma que responde de forma coerente,<br />
sensata e sustentável ao problema do<br />
envelhecimento da população portuguesa",<br />
através da introdução do "factor esperança<br />
de vida" no cálculo das pensões e na idade<br />
da reforma.<br />
PMF