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realizou a entrevista em seu lugar por problema crônico de saúde da mulher que sofre de
depressão e outro cooperado que também respondeu ao questionário passou
posteriormente a titularidade para a esposa.
Os questionários funcionaram como um recurso metodológico de acesso mais
direto a cada uma das famílias e suas casas, justificando minha permanência por tempo
suficiente para estabelecer conversas mais ou menos fluidas, ensejadas pelas questões
abertas suscitadas. Visitas por demais informais e casuais, mas sob algumas
circunstâncias passíveis de serem entendidas como inoportunas, não seriam
suficientemente relevantes para a participação de todos, principalmente para a
participação de alguns novos cooperados com os quais o relacionamento é mais recente.
Embora eu possua bom relacionamento com todos e desfrute do carinho e
atenção das pessoas, as visitas para conversas de longo prazo, sem uma boa justificativa
como os questionários para fins de atualização de dados, não seriam bem vindas. Com
muitas pessoas tive que rearranjar horários em função do fluxo de suas atividades
cotidianas. Os homens estavam frequentemente envolvidos com obras nas próprias
casas ou nas dos vizinhos e as mulheres envolvidas com afazeres domésticos.
Procurei também acompanhar as reuniões realizadas pelos técnicos da FBR
responsáveis pelo programa de assistência técnica e mobilização comunitária no espaço
do condomínio que procuraram integrar as novas famílias atendidas pelo programa às
37 famílias cooperadas. O programa, segundo sua metodologia (Metodologia de
Trabalho-Ipiíba, 2009) – em anexo – possui duas etapas. A primeira, “diagnóstico
participativo”, possui 6 atividades e a segunda, “planos de ação”, possui 3. Tive
oportunidade de acompanhar somente as 3 primeiras atividades da primeira etapa do
programa. As demais haviam sido interrompidas quando eu estava em trabalho de
campo.
A primeira atividade, denominada “assembleia com os moradores”, teve por
objetivo apresentar às famílias a metodologia de trabalho do projeto, a “equipe técnica
multidisciplinar” da FBR, composta por “advogado, arquiteto, socióloga e/ou assistentes
sociais” e os representantes da UMP/RJ. Depois da realização desta atividade fui
convidada pela equipe da FBR para participar da segunda atividade denominada
“levantamento de dados físicos, fundiários e sociais”. Eu realizaria o levantamento dos
dados sociais do espaço Ipiíba e organizaria em relatório os demais levantamentos