Ãndice - Revista Sobrape
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R. Periodontia - 18(2):99-106<br />
a manutenção é bilateral, ou seja, o paciente deve seguir as<br />
instruções relativas ao controle de placa, e o cirurgião-dentista<br />
deve estabelecer o intervalo apropriado para a<br />
reconvocação do paciente e garantir que o consultório mantenha<br />
o mesmo sob controle. Além disso, os autores relatam<br />
a existência de quem acredita que o tratamento<br />
periodontal ativo apenas retarda a progressão da doença<br />
periodontal, sendo a manutenção o procedimento mais importante.<br />
Shiloah & Patters (1996), demonstraram em 41 sítios<br />
específicos de seis pacientes (idade entre 33 e 65 anos)<br />
com periodontite crônica e presença de bolsas periodontais<br />
de 5 mm ou mais, após a realização do tratamento<br />
periodontal ativo, que a ausência da TPS foi responsável pela<br />
repopulação de patógenos periodontais em 41,5% dos casos.<br />
A Figura 3 contempla os recursos utilizados pelos profissionais<br />
para realizarem a reconvocação de seus pacientes.<br />
Embora este fator não seja alvo de discussão por parte da<br />
literatura, torna-se uma importante referência sobre estes<br />
recursos utilizados no Brasil. Como podemos verificar, o telefonema<br />
com marcação prévia é o principal meio utilizado<br />
para esta finalidade. Ainda, 15,38% dos profissionais optam<br />
pelo telefonema; 12,82% por marcação prévia; 6,41% por<br />
carta/telegrama e 6,41% por marcação prévia associada à<br />
carta/telegrama. Não foi relatado recurso de reconvocação<br />
de pacientes por e-mail.<br />
Em relação à periodicidade de reconvocação dos pacientes,<br />
89,74% dos periodontistas relatam não utilizar a mesma<br />
periodicidade, enquanto 10,26% utilizam o mesmo intervalo<br />
para reconvocação dos pacientes (Figura 4). Estes<br />
resultados foram condizentes com os obtidos por Axelsson<br />
& Lindhe (1981), Lindhe & Nyman (1984) e Wilson et al (1993),<br />
que relataram ser o intervalo para reconvocação dos pacientes<br />
dependente de uma associação de fatores e deve ser<br />
tratado como procedimento individualizado para cada paciente.<br />
Wilson (1990) relatou que para a maioria dos pacientes<br />
com gengivite, a TPS parece ser adequada se realizada duas<br />
vezes ao ano. Entretanto, para pacientes com periodontite,<br />
diversos são os estudos que sugerem intervalos inferiores a<br />
seis meses para a manutenção periodontal, como Suomi et<br />
al (1971) (3 a 4 meses); Nyman et al. (1975) (intervalos de<br />
duas semanas); Axelsson & Lindhe (1981), (2 a 3 meses);<br />
Westfelt et al (1983) (4 a 6 meses); Lindhe & Nyman (1984) (3<br />
a 6 meses); Wilson et al (1993) (3 meses).<br />
Quando a freqüência de reconvocação foi considerada<br />
a mesma para todos os pacientes, ela variou entre seis meses<br />
(37,5%); quatro meses (37,5%) e três meses (25,0%) (Figura<br />
5). Para a determinação da freqüência das consultas de<br />
TPS, é essencial verificar o risco do paciente para a perda de<br />
inserção adicional (Wilson, 1990). Evidências clínicas indicam<br />
que indivíduos que sofreram perda de inserção periodontal<br />
são mais vulneráveis a uma progressão mais rápida da doença<br />
quando comparados a indivíduos que não sofreram<br />
perda semelhante (AAP, 1998).<br />
A TPS deve ser realizada pelo próprio cirurgião-dentista,<br />
podendo alguns procedimentos serem realizados pelo técnico<br />
em higiene dental, com a supervisão do cirurgião-dentista<br />
(AAP, 2003), e tem como objetivo prevenir ou minimizar<br />
a recorrência e progressão da doença periodontal em pacientes<br />
que tenham recebido tratamento prévio para gengivite,<br />
periodontite, ou peri-implantite; prevenir ou reduzir a perda<br />
dentária pela monitoração da dentição; aumentar a probabilidade<br />
de localização e tratamento de outras doenças ou<br />
condições encontradas na cavidade bucal. Axelsson & Lindhe<br />
(1981), constataram que pacientes em fase de manutenção<br />
monitorada por cirurgiões-dentistas clínicos gerais apresentavam<br />
situação periodontal mais deteriorada em comparação<br />
com pacientes monitorados por periodontistas.<br />
Dos periodontistas entrevistados, 74,36% apontaram serem<br />
os mesmos os executores dos procedimentos da TPS;<br />
14,10% correspondeu ao periodontista juntamente com o<br />
técnico em higiene dental (THD); 8,98% serem o<br />
periodontista e auxiliar de consultório dentário (ACD), e<br />
2,56% apontou o periodontista associado a outro cirurgião<br />
dentista como os executores destes procedimentos. Não foi<br />
encontrada referência alguma quanto à realização da TPS<br />
apenas por THD, ACD, higienista dental, e até mesmo por<br />
cirurgião dentista não especialista em periodontia (Figura 6).<br />
Dos fatores a serem considerados para a periodicidade<br />
de reconvocação dos pacientes, 100% dos periodontistas<br />
relataram a presença de doença periodontal; 92,30% relataram<br />
o fumo (tabagismo) como fator influenciável; 82,05%<br />
citaram diabetes (tipo I ou II), como fator relevante para a<br />
reconvocação; 51,28% dos periodontistas relataram que o<br />
uso de ciclosporina e/ou fenitoína deve ser considerado para<br />
a reconvocação dos pacientes e 39,74% citaram cardiopatias<br />
como fator relevante para a reconvocação de pacientes (Figura<br />
7). Esses dados são condizentes com os estudos de<br />
Suomi et al. (1971), Nyman et al. (1975), e Axelsson & Lindhe<br />
(1981), os quais relatam a importância de tais condições para<br />
a determinação da periodicidade de retorno dos pacientes<br />
para o tratamento periodontal de suporte.<br />
Os dados analisados nos procedimentos da terapia de<br />
suporte relacionados pelos periodontistas foram alterações<br />
gengivais (97,43%); alterações na profundidade de sulco<br />
(94,88%); grau de higiene bucal (93,59%); alterações no nível<br />
de inserção (89,74%); alterações na mobilidade (87,18%);<br />
motivação do paciente (85,90%); presença de exsudato<br />
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