Ãndice - Revista Sobrape
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R. Periodontia - 18(2):82-89<br />
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eixo HPA, os quais, de uma forma geral, apresentam piores<br />
ou melhores respostas, respectivamente, nos indicadores clínicos,<br />
hematológicos, histológicos, bioquímicos e emocionais<br />
(Kiecolt-Glasser et al., 1995; Breivik & Thrane, 2000;<br />
Moynihan, 2003; Glaser, 2005).<br />
O uso de ratos endogâmicos é uma alternativa em estudos<br />
que ajudam a obter informações auxiliares na compreensão<br />
do funcionamento orgânico do processo saúdedoença<br />
do ser humano. Alguns trabalhos têm servido de<br />
base para o entendimento destas conexões (Exton et al.,<br />
2001; Alder, 2003). Em estudo com três diferentes linhagens<br />
de ratos, Shurin et al. (1995) demonstraram que frente a um<br />
mesmo estímulo estressor, as respostas mostraram-se diferentes,<br />
o que evidencia a influência do eixo HPA nas respostas<br />
inflamatórias.<br />
As linhagens de ratos Lewis e Fischer são dois exemplos<br />
de diferentes espécies com reatividade do eixo neuroendôcrino-imunológico.<br />
O animal Fischer tem forte ativação<br />
do eixo HPA, induzindo a produção de maior quantidade de<br />
hormônio adenocorticitrópico (ACTH) e cortisona. Desta forma,<br />
deixa o sistema imunológico menos reativo, podendo<br />
ocasionar maior susceptibilidade às doenças infecciosas, por<br />
modificar o padrão de resposta imunológico. O modelo Lewis<br />
comporta-se de forma antagônica ao modelo Fischer. A ativação<br />
do eixo HPA é pouco intensa, o que produz menor<br />
quantidade de ACTH. Sendo assim, torna o sistema imune<br />
mais reativo, ocasionando neste animal menos doenças infecciosas.<br />
Contudo, aumenta a chance de desenvolver doenças<br />
autoimunes (Chousos, 1995; Breivik & Thrane, 2000;<br />
Dhabhar & Mcewen, 2000; Breivik et al., 2001).<br />
Breivik et al. (2000) induziram periodontite através de ligadura<br />
em ratos da linhagem Lewis e Fischer. Os resultados<br />
demonstraram que a linhagem com maior reatividade do eixo<br />
HPA (Fischer) obteve maior destruição do periodonto. Resposta<br />
antagônica à linhagem Lewis, que obteve um melhor<br />
resultado com menor destruição do periodonto. Os autores<br />
concluíram que há uma relação direta entre o sistema neuroendôcrino-imunológico,<br />
com uma maior ou menor progressão<br />
da doença periodontal em ratos.<br />
Em ensaio clínico randomizado Kiecolt-Glasser et al.<br />
(1995) estudaram o efeito da reparação clínica, através da<br />
contração de feridas e análise de interleucinas. Entre elas, a<br />
interleucina 1â (IL-1â) importante no processo de reparo do<br />
periodonto. Os resultados do estudo demonstraram que os<br />
pacientes com maior ativação do eixo HPA apresentaram os<br />
piores resultados. Apesar do estudo anteriormente citado<br />
ser uma excelente referência, os estudos em animais são<br />
menos complexos, de custos mais baixos, e podem analisar<br />
dados qualitativos dos tecidos histológicos, que nos seres<br />
humanos seria impossível de se realizar. Outra questão é a<br />
excelente sustentação literária para compreensão destas<br />
questões que podem, em um breve período, serem aplicados<br />
em estudos nos seres humanos (Exton et al., 2001; Alder,<br />
2003).<br />
OBJETIVO<br />
O objetivo do presente trabalho foi comparar<br />
histologicamente o processo de reparo de lesões cutâneas<br />
provocadas em dorso de ratos da linhagem Lewis e Fischer-<br />
344.<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
Para o presente estudo foram selecionados 40 ratos adultos<br />
da espécie Rattus novergicus, sendo 20 da linhagem<br />
Fischer-344 e outros 20 da linhagem Lewis, com peso aproximado<br />
de 250 gramas. Os animais passaram por uma adaptação<br />
ao novo ambiente durante uma semana. Foram mantidos<br />
em caixas moradias, com 5 ratos em cada caixa, com<br />
ração padronizada e água ad libitum, sob ciclo claro/escuro,<br />
com temperatura controlada em 23° C e umidade entre 40%-<br />
60%. A fim de que os animais não tivessem contato com<br />
fezes e/ou urina, foi acondicionado um assoalho metálico<br />
permeável, separando-os da parte inferior contaminada da<br />
caixa.<br />
O experimento foi aprovado e registrado pelo Comitê<br />
de Ética na Experimentação Animal (CEEA) -25/06. Todos os<br />
procedimentos cirúrgicos foram realizados sob anestesia<br />
geral, através de administração intramuscular de 0,1 ml de<br />
cloridrato de quetamina (Dopalen, Agribrands. Saúde Animal,<br />
Paulínia, SP, Brasil), associado a 0,05 ml de cloridrato de<br />
xylazina (Rompun, Bayer. Saúde Animal, São Paulo, SP, Brasil),<br />
para cada 100 gramas de peso do animal. Após a<br />
anestesia, foi selecionada a região lateral direita da linha<br />
média dorsal para a realização da tricotomia e desinfecção<br />
(clorexidina a 2%). Antes da incisão, as bordas das feridas<br />
foram demarcadas, utilizando-se paquímetro (digital) e caneta<br />
hidrográfica. As feridas foram promovidas com bisturi e<br />
tesoura íris, retirando-se pele, tecido subcutâneo e gordura,<br />
preservando-se a integridade do tecido muscular. A confecção<br />
da ferida foi padronizada com tamanho de 1cm 2 , conforme<br />
técnica preconizada por Semenoff-Segundo et al.<br />
(2007). Em todos os ratos o procedimento cirúrgico foi realizado<br />
pelo mesmo operador que estava cego em relação às<br />
espécies. As feridas permaneceram sem bandagem durante<br />
todo o experimento.<br />
Após a cirurgia, aguardou-se o intervalo de tempo de 7<br />
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