Ãndice - Revista Sobrape
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R. Periodontia - 18(2):31-35<br />
Figura 4: Fibroma cemento-ossificante periférico. Fotomicrografia H.E. 100X.<br />
Figura 5: Aspecto clínico após dois anos do tratamento.<br />
cemento-ossificante periférico.<br />
Acompanhamento clínico de dois anos mostrou-se dentro<br />
dos padrões de normalidade (Figura 5).<br />
DISCUSSÃO<br />
Inúmeras são as lesões do tipo nodular que acometem<br />
a gengiva e o rebordo alveolar e de diferentes<br />
tipos histológicos, sendo mais comumente encontradas as<br />
lesões de caráter inflamatório, em resposta a vários tipos de<br />
agressões, como cálculos subgengivais, restaurações<br />
com excessos interproximais, próteses mal adaptadas ou<br />
dentes em mau estado. Freqüentemente o tecido<br />
gengival reage a esses irritantes desenvolvendo proliferações<br />
que, durante longo tempo, foram genericamente<br />
designadas pelo termo “épulis”, palavra derivada do grego,<br />
significando “sobre a gengiva”. Esses crescimentos teciduais<br />
localizados não são considerados verdadeiras neoplasias,<br />
mas reações hiperplásicas inflamatórias não específicas.<br />
Sustenta-se que essas lesões representem entidades<br />
patológicas distintas, bem como que os diferentes aspectos<br />
histológicos representem momentos de uma única lesão em<br />
diferentes estágios de reparo (De Carli & Silva, 2004;<br />
Lourenço et al., 2004).<br />
O fibroma cemento-ossificante periférico é uma lesão<br />
de ocorrência gengival (Baumgartner et al., 1991; Kohli et<br />
al., 1998), afetando mais a maxila (Poon et al., 1985; Buchner<br />
& Hansen, 1987), sendo que o caso apresentado enquadrase<br />
nas características citadas pelos autores em questão.<br />
Tendo em vista que a irritação crônica na membrana<br />
periodonto/periósteo poderia causar metaplasia do tecido<br />
conjuntivo, resultando em formação de osso ou em<br />
calcificação distrófica (Orkin & Amaidus, 1984), a presença<br />
de processo irritativo crônico gengival no paciente descrito,<br />
justificaria o aparecimento desse tipo de lesão.<br />
A radiografia periapical pode ser um exame auxiliar de<br />
grande ajuda, porém, somente quando a lesão estiver num<br />
estágio de maior maturação, embora haja a possibilidade de<br />
não se conseguir nenhuma imagem. Pequenos ajustes na<br />
exposição podem ser feitos para mostrar minúsculos focos<br />
de radiopacidade (Poon et al., 1985). No caso clínico relatado<br />
a imagem radiográfica mostrando reabsorção óssea<br />
sublesional em forma de taça, conduziu ao diagnóstico de<br />
lesão periférica de células gigantes, que é o primeiro diagnóstico<br />
a ser pensado frente a lesões com esse aspecto, pois<br />
é uma lesão exclusiva de gengiva e rebordo alveolar.<br />
Com relação às recidivas, acredita-se que ocorram devido<br />
a não remoções do periósteo e do ligamento periodontal<br />
envolvidos ou ainda, pela persistência do agente agressor<br />
(Kendrick & Waggoner, 1996; Kohli et al., 1998), o que evidencia<br />
o cuidado na remoção de possíveis agentes irritantes<br />
crônicos, curetagem cuidadosa do leito cirúrgico, bem como<br />
a observação de margem de segurança razoável, embora<br />
não muito ampla.<br />
CONCLUSÃO<br />
De acordo com o caso clínico apresentado e a literatura<br />
consultada é lícito concluir que:<br />
- O tratamento usual das lesões bucais nodulares<br />
exofíticas com características clínicas de benignidade é<br />
eminentemente cirúrgico, com prognóstico favorável necessitando,<br />
contudo, da análise histopatológica para confirmação<br />
do diagnóstico e diferenciação de lesões de outra natureza;<br />
- A ocorrência de recidiva é facilitada pela não observân-<br />
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