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Sinal Verde - Senac

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O contágio<br />

A esquistossomose, também<br />

conhecida como xistose, barriga<br />

d’água e doença dos caramujos,<br />

é transmitida pelo<br />

parasita Schistosoma mansoni. O<br />

ser humano é o principal hospedeiro<br />

definitivo, nele o verme<br />

chega à forma adulta. Seus<br />

ovos são eliminados nas fezes.<br />

Onde não há saneamento,<br />

ocorre contaminação de rios,<br />

açudes e lagoas. Em contato<br />

com a água, os ovos liberam<br />

larvas que, ao encontrarem os<br />

caramujos da família Planorbidae<br />

e do gênero Biomphalaria, se<br />

alojam e continuam o ciclo, gerando<br />

novas larvas e infectando<br />

as águas. A contaminação<br />

humana se dá pelo contato<br />

com pele ou mucosas.<br />

No Brasil, cerca de 2,5 milhões de<br />

pessoas estão contaminadas. Há registros<br />

da moléstia em 18 estados,<br />

com maior incidência na região Nordeste.<br />

Mas no Sudeste também se<br />

encontra um dos estados mais afetados:<br />

Minas Gerais. Uma boa explicação<br />

para esse número expressivo é o<br />

baixo percentual de municípios brasileiros<br />

com políticas de saneamento –<br />

são apenas 28,2%, segundo a Pesquisa<br />

de Informações Básicas Municipais<br />

2011, do Instituto Brasileiro de Geografia<br />

e Estatística. A pior taxa é registrada<br />

justamente no Nordeste (5,4%).<br />

O Sudeste lidera, com 5,4%, seguido<br />

de Sul (13,46%), Centro-Oeste (8,79%)<br />

e Norte (8,6%).<br />

A OMS classifica as doenças considerando<br />

o impacto provocado, os<br />

sintomas, a duração e as sequelas.<br />

E a esquistossomose é tratada pela<br />

organização como uma grave ameaça,<br />

a ponto de, na Assembleia Mundial<br />

da Saúde realizada em maio do<br />

ano passado, na Suíça, referendar o<br />

compromisso de eliminá-la. A evolução<br />

da doença se divide em duas<br />

fases – uma aguda e outra crônica.<br />

Na primeira, a pessoa pode ter coceiras<br />

ou inflamações na pele, febre,<br />

falta de ânimo e apetite, tosse,<br />

enjoo, diarreia e ânsia de vômito. A<br />

fase crônica, no entanto, costuma<br />

não apresentar sintomas. O caso se<br />

agrava com a possibilidade de aumento<br />

do fígado e do baço, cirrose<br />

hepática, hemorragia interna e ascite<br />

(a popular barriga d’água, que resulta<br />

da dilatação do abdome).<br />

“A esquistossomose passou para o<br />

topo do ranking de importância das<br />

doenças por causa da espoliação<br />

crônica que acarreta, com anemia<br />

e comprometimento da capacidade<br />

cognitiva das crianças, com efeito<br />

direto na capacidade de aprendizado<br />

escolar e da força de trabalho<br />

dos adultos jovens, das populações<br />

mais afetadas, que vivem nas áreas<br />

endêmicas dos países que dependem<br />

da saúde e do bem-estar dessas<br />

pessoas para atingir seu pleno<br />

desenvolvimento”, explica Miriam.<br />

Embora não tenha uma taxa de<br />

mortalidade alta, a esquistossomose<br />

apresenta consequências<br />

que podem durar por toda a vida.<br />

“Não é nada fácil saber que as populações<br />

de áreas endêmicas são<br />

forçadas a conviver com a doença.<br />

É muito duro imaginar crianças indo<br />

à escola em fase de aprendizado<br />

com náuseas e funções cognitivas<br />

reduzidas, e jovens debilitados pela<br />

anemia e outros sintomas. A vacina,<br />

cuja formulação já está finalizada,<br />

será destinada à faixa etária em idade<br />

escolar residente em áreas endêmicas”,<br />

adianta a cientista.<br />

fotos: Gutemberg Brito/Fiocruz<br />

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<strong>Senac</strong> Ambiental

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