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Sinal Verde - Senac

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orgânicos; em infraestrutura ecossistêmica<br />

e na redução do desmatamento.<br />

Contudo, a Rio+20 foi duramente criticada<br />

pelos ambientalistas e demais<br />

participantes da Cúpula dos Povos,<br />

que consideraram o documento final<br />

tímido e descomprometido.<br />

Três eixos<br />

A Cúpula dos Povos foi norteada por<br />

três grandes eixos temáticos: a denúncia<br />

das causas estruturais das crises,<br />

das falsas soluções e das novas<br />

formas de reprodução do capital; as<br />

soluções e os novos paradigmas dos<br />

povos para os problemas mais graves<br />

enfrentados hoje no mundo e o estímulo<br />

a organizações e movimentos<br />

sociais para articular processos de<br />

luta anticapitalistas após a Rio+20.<br />

O primeiro eixo teve um caráter crítico.<br />

A Cúpula associou os problemas<br />

de ordem social e ambiental do planeta<br />

a um modelo econômico predador.<br />

O sociólogo Ivo Lesbaupin, da<br />

direção nacional da Associação Brasileira<br />

de Organizações Não Governamentais,<br />

compara o desempenho<br />

dos dois fóruns e aponta as vantagens<br />

da Cúpula dos Povos sobre a<br />

conferência oficial: “A nossa crítica<br />

teve mais força porque apresentamos<br />

soluções”, disse, ressaltando<br />

que, por isso mesmo, o segundo<br />

eixo do evento alternativo, sobre<br />

soluções e novos paradigmas, foi<br />

o principal.<br />

Ele esclarece que diversas soluções<br />

apresentadas durante o evento da<br />

ONU já são praticadas, mas não<br />

têm visibilidade. “Muitas práticas<br />

não são difundidas, ficam restritas a<br />

uma região e não são assumidas pelos<br />

governos. Mas mostramos que é<br />

possível fazer diferente, valorizar as<br />

soluções dos povos e propor práticas<br />

em vez de teorias.”<br />

Dentre as iniciativas, destaca a agroecologia,<br />

que permite a produção<br />

de produtos agrícolas sem o uso<br />

de agrotóxicos, não maltrata o solo,<br />

gera emprego e renda e estimula a<br />

agricultura familiar. Outra prática é a<br />

da economia solidária, que valoriza,<br />

acima de tudo, o capital humano,<br />

com base no cooperativismo para a<br />

produção de bens e serviços.<br />

Por fim, o terceiro eixo estimulou<br />

organizações e movimentos sociais<br />

a articular processos de luta anticapitalista<br />

pós-Rio+20.<br />

Estudiosos e intelectuais como o sociólogo<br />

português Boaventura Sousa<br />

Santos reforçam as críticas. Para<br />

ele, “é uma perversão total transformar<br />

a natureza em mercado. Economia<br />

verde é suprir o capitalismo com<br />

mais capitalismo”, afirmou em debate<br />

na Cúpula dos Povos. Em contraposição,<br />

defendeu a economia solidária<br />

como a economia de transição,<br />

que vai ajudar “a fazer o trânsito entre<br />

a produção e o consumo”.<br />

Cúpula dos Povos foi<br />

espaço para manifestação<br />

de indígenas,<br />

sindicatos, ONGs e<br />

outras organizações da<br />

sociedade civil<br />

junho/dezembro 2012 41

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