análise do projeto de estruturas metálicas espaciais - SET - USP
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Análise <strong>do</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> <strong>estruturas</strong> metálicas <strong>espaciais</strong>: ênfase em coberturas<br />
33<br />
apenas po<strong>de</strong> ser a<strong>de</strong>quadamente avalia<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as não linearida<strong>de</strong>s física e<br />
geométrica. Para as treliças <strong>espaciais</strong>, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas as não linearida<strong>de</strong>s<br />
tanto nas barras como nos nós.<br />
Para análise não linear, po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> não<br />
linearida<strong>de</strong>:<br />
• geométrica: relacionada ao equilíbrio <strong>de</strong> um sistema estrutural na posição<br />
<strong>de</strong>slocada. A consi<strong>de</strong>ração da não linerida<strong>de</strong> geométrica é necessária<br />
quan<strong>do</strong> a configuração <strong>de</strong>slocada da estrutura é significativamente<br />
diferente da configuração original;<br />
• física: relacionada ao comportamento não linear da relação tensão x<br />
<strong>de</strong>formação <strong>do</strong> material;<br />
Para as treliças <strong>espaciais</strong> é interessante a análise das não linerida<strong>de</strong>s<br />
geométricas, pois alguns <strong>de</strong> seus efeitos, tais como gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos e<br />
rotações, po<strong>de</strong>m alterar significativamente o equilíbrio da estrutura. Imperfeições<br />
geométricas tais como falta <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> das barras e excentricida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
carregamento ten<strong>de</strong>m a amplificar o comportamento não linear.<br />
Para se realizar uma análise não linear física, é necessário i<strong>de</strong>alizar um<br />
mo<strong>de</strong>lo constituivo (tensão x <strong>de</strong>formação) para o material. Conforme cita<strong>do</strong> por<br />
SOUZA (1998), para as barras traciona<strong>do</strong>s o diagrama tensão x <strong>de</strong>formação é<br />
facilmente obti<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> tração. Porém, para barras comprimidas é<br />
mais complica<strong>do</strong> estabelecer o comportamento tensão x <strong>de</strong>formação, pois se <strong>de</strong>ve<br />
consi<strong>de</strong>rar o efeito da flambagem. A flambagem <strong>de</strong>stas barras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, além das<br />
características <strong>do</strong> material, da esbeltez e das condições <strong>de</strong> vinculação.<br />
6 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE TRELIÇAS ESPACIAIS<br />
6.1 Comprimento <strong>de</strong> flambagem das barras<br />
Usualmente, as barras comprimidas têm seu comprimento <strong>de</strong> flambagem<br />
toma<strong>do</strong> igual à distância <strong>de</strong> centro a centro <strong>do</strong>s nós. Segun<strong>do</strong> MARSH (2000), o<br />
comprimento <strong>de</strong> flambagem <strong>de</strong> uma barra comprimida é função da orientação das<br />
barras que se conectam ao nó, das suas rigi<strong>de</strong>zes à torção, das forças atuantes e <strong>do</strong><br />
mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> conexão ao nó. Se todas as barras que se conectam ao nó estiverem com<br />
seus valores máximos <strong>de</strong> compressão, como po<strong>de</strong> ocorrer na região central <strong>de</strong> uma<br />
estrutura <strong>de</strong> cobertura, não haverá restrição a nenhuma das barras e o comprimento<br />
<strong>de</strong> flambagem <strong>do</strong>s banzos e diagonais será a distância <strong>de</strong> centro à centro <strong>do</strong>s nós,<br />
para flambagem em torno <strong>de</strong> quaisquer eixos. Se os banzos e as diagonais estiverem<br />
pouco solicita<strong>do</strong>s em relação a suas capacida<strong>de</strong>s máximas, o parâmetro efetivo <strong>de</strong><br />
flambagem (K) para os banzos comprimi<strong>do</strong>s po<strong>de</strong> chegar a 0,7. Por outro la<strong>do</strong>, a<br />
instabilida<strong>de</strong> no nó po<strong>de</strong> reduzir a capacida<strong>de</strong> para um valor abaixo <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> uma<br />
rótula simples, resultan<strong>do</strong> K > 1.<br />
MADI & EL-TAYEM (1991) sugerem os seguintes valores <strong>de</strong> K para uso em<br />
uma análise elástica :<br />
• Barras com seção completa na extremida<strong>de</strong> (barras com as extremida<strong>de</strong>s<br />
soldadas): K = 0,70;<br />
Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 27, p. 27-58, 2005