análise do projeto de estruturas metálicas espaciais - SET - USP
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Análise <strong>do</strong> <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> <strong>estruturas</strong> metálicas <strong>espaciais</strong>: ênfase em coberturas<br />
35<br />
Se a falha <strong>de</strong> uma barra conduz à ruína ou à redistribuição <strong>de</strong> esforços entre<br />
as barras com maior resistência, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da posição da barra. Por exemplo, as<br />
diagonais, exceto aquelas ligadas aos apoios, não são usualmente críticas, e muitas<br />
po<strong>de</strong>m falhar antes que a ruína ocorra.<br />
Geralmente assume-se que uma boa concepção estrutural requeira que um<br />
razoável grau <strong>de</strong> hiperestaticida<strong>de</strong> seja estabeleci<strong>do</strong> na estrutura. Assim, se ocorrer a<br />
falha <strong>de</strong> uma ou várias barras, a estrutura irá se <strong>de</strong>formar <strong>de</strong> uma maneira dúctil, e<br />
não numa maneira catastrófica. No dimensionamento <strong>de</strong> <strong>estruturas</strong> <strong>espaciais</strong> é<br />
necessário que seja dada atenção especial a esta situação, pois nem sempre alto<br />
grau <strong>de</strong> hiperestaticida<strong>de</strong> indica alta reserva <strong>de</strong> resistência (SCHIMDT 2000).<br />
Segun<strong>do</strong> MALLA & SERRETTE (1996), várias situações, tais como vibração<br />
excessiva, imperfeições geométricas, impactos, aci<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>feitos em materiais e<br />
conexões, e fenômenos <strong>de</strong> flambagem, po<strong>de</strong>m causar danos, ou gran<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>formações, ou aumento <strong>de</strong> tensão em uma barra ou em parte da estrutura. Apesar<br />
<strong>de</strong> um dano em uma barra afetar inicialmente uma pequena porção da estrutura, ele<br />
tem potencial para se propagar para outras partes da estrutura e po<strong>de</strong> até causar a<br />
ruína da estrutura. Este tipo <strong>de</strong> mecanismo <strong>de</strong> falha é conheci<strong>do</strong> por “colapso<br />
progressivo”, e resulta da redistribuição <strong>de</strong> esforços quan<strong>do</strong> uma barra falha,<br />
causan<strong>do</strong> conseqüentemente, um aumento <strong>de</strong> solicitação em outra barra.<br />
7 ASPECTOS RELATIVOS AO PROJETO DE TRELIÇAS ESPACIAIS<br />
7.1 Apoios<br />
A quantida<strong>de</strong> e a disposição <strong>do</strong>s apoios exercem gran<strong>de</strong> influência no<br />
comportamento das treliças <strong>espaciais</strong>, pois <strong>de</strong>terminam os vãos livres e balanços.<br />
As restrições impostas, quanto às translações e às rotações, nos pontos <strong>de</strong><br />
apoio também influenciam muito no comportamento. Geralmente, os apoios<br />
apresentam restrições às translações verticais e horizontais. As restrições po<strong>de</strong>m ser<br />
totais ou parciais, neste caso são substituídas por coeficientes <strong>de</strong> mola que<br />
representam as rigi<strong>de</strong>zes <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> apoio.<br />
Normalmente, as treliças <strong>espaciais</strong> apresentam elevadas reações horizontais,<br />
causadas tanto pela variação <strong>de</strong> temperatura, como pela ação <strong>do</strong> vento nos<br />
fechamentos das treliças. Quan<strong>do</strong> existem limitações quanto à máxima reação<br />
horizontal, seja pela resistência <strong>do</strong> pilar ou da fundação, os apoios po<strong>de</strong>m ser <strong>do</strong> tipo<br />
móvel, com translações livres em uma ou mais direções horizontais. Os apoios <strong>do</strong> tipo<br />
móvel eliminam as reações horizontais, porém aumentam os <strong>de</strong>slocamentos.<br />
Existem diversas formas e tipos <strong>de</strong> apoio, algumas utilizadas são:<br />
• Apoios no banzo inferior: são os mais utiliza<strong>do</strong>s, pois tornam os apoios<br />
mais simples e evitam as interferências (Figura 5);<br />
• Apoios no banzo superior: são menos utiliza<strong>do</strong>s, pois po<strong>de</strong>m ocorrer<br />
interferências entre as diagonais da treliça e a seção <strong>do</strong> pilar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />
das dimensões e <strong>do</strong>s ângulos envolvi<strong>do</strong>s. Normalmente ocorrem quan<strong>do</strong> a<br />
modulação <strong>do</strong> banzo superior coinci<strong>de</strong> com o ponto em que <strong>de</strong>ve estar o<br />
pilar pelo <strong>projeto</strong> arquitetônico (Figura 5);<br />
Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 27, p. 27-58, 2005