R evista da APM Março de 2007 - Associação Paulista de Medicina
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R<strong>evista</strong> <strong>da</strong> <strong>APM</strong> <strong>Março</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong><br />
12<br />
VIOLÊNCIA<br />
Otto Michael Pius Hohne, diretor técnico do Hospital Jaçanã, aponta o pronto-socorro por on<strong>de</strong> os bandidos entraram<br />
Desprotegidos<br />
pela profissão<br />
Casos como o ocorrido recentemente na Santa Casa do<br />
Jaçanã dificultam as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para a população e<br />
colocam todos em risco<br />
RICARDO BALEGO<br />
E<br />
equipes médicas e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm <strong>de</strong> en-<br />
m muitas regiões do Estado, sobretudo<br />
nas mais carentes, as<br />
frentar uma dupla preocupação. Ao<br />
mesmo tempo em que se aten<strong>de</strong> a população<br />
nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e prontos-socorros,<br />
é preciso conviver com abor<strong>da</strong>gens <strong>de</strong><br />
bandidos e falta <strong>de</strong> segurança, em locais<br />
on<strong>de</strong> a intolerância impera e a simples<br />
discordância <strong>de</strong> um procedimento<br />
médico po<strong>de</strong> resultar em agressão e<br />
risco <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
Com o passar dos anos, casos vão se<br />
acumulando sem que na<strong>da</strong> seja feito<br />
para sanar o problema. Exemplos são<br />
Foto: Leandro <strong>de</strong> Godoi<br />
as invasões dos hospitais Heliópolis<br />
(capital) e Mirandópolis (interior),<br />
ambos <strong>de</strong> 2005.<br />
O caso mais recente, ocorrido no final<br />
<strong>de</strong> 2006, não foi menos preocupante. Era<br />
início <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> do dia 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
quando um grupo, formado por 18<br />
homens, invadiu o pronto-socorro do<br />
Hospital São Luiz Gonzaga – conhecido<br />
também como Santa Casa do Jaçanã –,<br />
na zona norte <strong>da</strong> capital paulista, a fim <strong>de</strong><br />
tentar resgatar um preso baleado que ali<br />
estava para atendimento.<br />
“As pessoas que tentaram resgatá-lo<br />
vieram olhar antes para saber on<strong>de</strong> o<br />
paciente estava”, disse o diretor técnico<br />
do hospital, Otto Michael Pius<br />
Hohne. Segundo ele, os bandidos arquitetaram,<br />
antes do resgate, a simulação<br />
<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> ocorrência policial