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R evista da APM Março de 2007 - Associação Paulista de Medicina

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R<strong>evista</strong> <strong>da</strong> <strong>APM</strong> <strong>Março</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong><br />

30<br />

CLIMA<br />

Características Características clínicas clínicas e<br />

e<br />

epi<strong>de</strong>miológicas<br />

epi<strong>de</strong>miológicas<br />

Doença febril agu<strong>da</strong>, que po<strong>de</strong> apresentar<br />

resultado benigno ou grave, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

<strong>da</strong> forma como se apresente,<br />

e po<strong>de</strong> variar entre: infecção inaparente,<br />

<strong>de</strong>ngue clássico, febre hemorrágica ou síndrome<br />

do choque <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue. Hoje em<br />

dia, esta é a mais importante arbovirose<br />

que afeta o ser humano e apresenta uma<br />

série <strong>de</strong> problemas para a saú<strong>de</strong> pública<br />

em todo o mundo. Aparece principalmente<br />

em países tropicais on<strong>de</strong> as condições<br />

do ambiente favorecem a reprodução do<br />

mosquito vetor, Ae<strong>de</strong>s aegypti.<br />

Agente Agente Etiológico Etiológico<br />

Etiológico<br />

Vírus RNA, arbovírus do gênero Flavivírus,<br />

pertence à família Flaviviri<strong>da</strong>e. São<br />

conhecidos 4 sorotipos: 1, 2, 3 e 4.<br />

Modo Modo <strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão<br />

transmissão<br />

A transmissão ocorre pela pica<strong>da</strong> do<br />

mosquito vetor. Após entrar em contato<br />

com sangue contaminado, o mosquito está<br />

apto para a transmissão, sendo que é preciso<br />

esperar <strong>de</strong> 8 a 12 dias <strong>de</strong> incubação<br />

extrínseca. Também existe transmissão<br />

mecênica, quando acaba a fonte <strong>de</strong> repasto<br />

do mosquito e ele se alimenta do<br />

hospe<strong>de</strong>iro suscetível mais próximo. Não<br />

há transmissão pelo contato <strong>de</strong> um doente<br />

ou suas secreções com uma pessoa<br />

sadia, nem fontes <strong>de</strong> água ou alimento.<br />

Período eríodo <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> incubação<br />

incubação<br />

Varia <strong>de</strong> 3 a 15 dias, mas tem como<br />

média <strong>de</strong> cinco a seis dias.<br />

Período eríodo <strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

transmissibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Divi<strong>de</strong>-se em dois ciclos: transmissão do<br />

ser humano para o mosquito - ocorre<br />

enquanto o vírus estiver no sangue do ser<br />

humano (período <strong>de</strong> viremia). Este ciclo<br />

começa um dia antes do aparecimento <strong>da</strong><br />

febre e vai até o 6º dia <strong>da</strong> doença; transmissão<br />

do mosquito para o homem - ocorre<br />

<strong>de</strong> um repasto <strong>de</strong> sangue infectado, que<br />

vai se alojar nas glândulas salivares <strong>da</strong><br />

Dengue<br />

Informações para profissionais<br />

fêmea do mosquito, on<strong>de</strong> se multiplica<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> oito a doze dias <strong>de</strong> incubação. A<br />

partir <strong>de</strong> então é capaz <strong>de</strong> transmitir a<br />

doença e assim fica até o final <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong>,<br />

que dura em média <strong>de</strong> seis a oito semanas.<br />

Diagnóstico Diagnóstico Diferencial<br />

Diferencial<br />

Dengue clássico: as principais doenças a<br />

serem leva<strong>da</strong>s em consi<strong>de</strong>ração no diagnóstico<br />

diferencial são gripe, rubéola,<br />

sarampo, entre outras infecções virais,<br />

bacterianas e exantemáticas.<br />

Febre hemorrágica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue (FHD):<br />

no início <strong>da</strong> fase febril, o diagnóstico diferencial<br />

<strong>de</strong>ve ser feito com outras infecções<br />

virais e bacterianas e a partir do 3º ou 4º<br />

dia, com choque endotóxico <strong>de</strong>corrente<br />

<strong>da</strong> infecção bacteriana ou meningococcemia.<br />

Outras doenças com as quais se <strong>de</strong>ve<br />

fazer o diagnóstico diferencial são a leptospirose,<br />

febre amarela, malária, hepatite infecciosa,<br />

influenza, e também febres<br />

hemorrágicas transmiti<strong>da</strong>s por mosquitos<br />

ou carrapatos.<br />

Diagnóstico Diagnóstico laboratorial<br />

laboratorial<br />

Exames específicos: dá-se pelo<br />

isolamento do agente ou por<br />

métodos sorológicos que <strong>de</strong>ixam<br />

clara a presença <strong>de</strong> anticorpos<br />

<strong>da</strong> classe IgM, em única amostra<br />

<strong>de</strong> soro, ou o aumento do título<br />

<strong>de</strong> anticorpos IgG (conversão sorológica)<br />

em amostras parea<strong>da</strong>s.<br />

Exames inespecíficos: hematócrito<br />

e plaqueometria são os mais<br />

importantes para o acompanhamento<br />

<strong>de</strong>ssa forma.<br />

Tratamento ratamento<br />

Dengue clássico: é assintomático,<br />

à base <strong>de</strong> analgésicos e antipiréticos,<br />

po<strong>de</strong> ser feito no<br />

domicílio, mas com vistoria médica<br />

após 48 a 72 horas do início<br />

dos sintomas. Pe<strong>de</strong>-se hidratação<br />

oral com alta ingestão <strong>de</strong> líquidos.<br />

Não <strong>de</strong>vem ser usados medicamentos<br />

com ácido acetil<br />

salicílico (ou seus <strong>de</strong>rivados), pois aumenta<br />

o risco <strong>de</strong> hemorragias.<br />

Febre hemorrágica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue (FHD):<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos sinais clínicos e evolução <strong>de</strong><br />

hemoconcentração. Se for constata<strong>da</strong>,<br />

<strong>de</strong>ve ser feita hospitalização imediata para<br />

início dos procedimentos.<br />

Notificação<br />

Notificação<br />

Doença <strong>de</strong> notificação compulsória.<br />

Todo caso suspeito ou confirmado <strong>de</strong>ve<br />

ser comunicado ao Serviço <strong>de</strong> Vigilância<br />

Epi<strong>de</strong>miológica, o mais rápido possível.<br />

O médico <strong>de</strong>verá informar à equipe<br />

<strong>de</strong> controle vetorial local para que tome<br />

as medi<strong>da</strong>s necessárias ao combate do<br />

vetor. O período <strong>de</strong> notificação é <strong>de</strong>terminado<br />

pela situação epi<strong>de</strong>miológica.<br />

Em epi<strong>de</strong>mias, a coleta e o fluxo <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos <strong>de</strong>vem permitir o acompanhamento<br />

<strong>da</strong> curva epidêmica, com vistas<br />

ao <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento e avaliação <strong>da</strong>s<br />

medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle.<br />

Fonte: Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>

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