R evista da APM Março de 2007 - Associação Paulista de Medicina
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R<strong>evista</strong> <strong>da</strong> <strong>APM</strong> <strong>Março</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong><br />
8<br />
VIOLÊNCIA<br />
Foto: Reprodução / Agora São Paulo<br />
<strong>APM</strong> pe<strong>de</strong> Paz<br />
Em resposta à seqüência <strong>de</strong> crimes que chocam a população<br />
diariamente, a <strong>Associação</strong> <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Medicina</strong> lança<br />
campanha em busca <strong>de</strong> uma solução concreta e <strong>de</strong>finitiva<br />
ADRIANA REIS<br />
No momento em que esta repor-<br />
tagem é escrita, os principais<br />
jornais do País estampam, em suas<br />
páginas, cenas <strong>de</strong> horror e medo.<br />
“Assalto em horário e dia marcados.<br />
Por telefone”.<br />
“Ladrões <strong>de</strong>ixam sacoleiros nus”.<br />
“Crime em ONG: assassinos iam pôr fogo<br />
em corpos, afirma polícia”.<br />
“Tiroteio <strong>de</strong>ixa 6 feridos em Moema”.<br />
Priscila, balea<strong>da</strong> em Moema, ficou paraplégica<br />
A população brasileira está refém <strong>da</strong><br />
violência. Não há um único ci<strong>da</strong>dão a<br />
par dos acontecimentos que não saia <strong>de</strong><br />
casa sem se perguntar: será que vou<br />
voltar? A população não está apenas<br />
assusta<strong>da</strong>; está em choque. Com a falta<br />
<strong>de</strong> segurança, cresce também a indignação.<br />
É preciso fazer algo, é o que diz<br />
o senso comum. Mas, fazer o quê?<br />
Foi esta a pergunta que norteou a<br />
reunião <strong>de</strong> pauta <strong>da</strong> edição que você,<br />
leitor, tem em mãos. Mais do que trabalhar<br />
o principal tema em <strong>de</strong>bate na<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> hoje, o que a <strong>APM</strong> buscou<br />
foi construir algo concreto para mostrar<br />
sua insatisfação e tentar encontrar<br />
saí<strong>da</strong>s. A reportagem <strong>de</strong> capa é<br />
apenas uma <strong>da</strong>s ações. Com ela, nasce<br />
também uma campanha, cujo mote<br />
é: “<strong>APM</strong> pe<strong>de</strong> paz” (leia nas próximas<br />
páginas).<br />
Não faz nem um ano que a r<strong>evista</strong><br />
trouxe o tema <strong>da</strong> violência numa matéria<br />
<strong>de</strong> capa. A edição <strong>de</strong> julho <strong>de</strong><br />
2006 abordou os ataques do PCC, em<br />
São Paulo, e mostrou <strong>de</strong> que forma a<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> se organiza em busca <strong>de</strong> segurança.<br />
Na ocasião, o psiquiatra forense<br />
Guido Palomba já apontava os<br />
riscos para a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população que<br />
convive com a violência no cotidiano.<br />
“A violência se torna um problema<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, porque parte<br />
<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolve comportamentos<br />
fóbicos e passa a sofrer o aumento<br />
<strong>da</strong> carga <strong>de</strong> estresse, a síndrome<br />
do pânico”, alertou.<br />
Guido também i<strong>de</strong>ntificou o surgimento<br />
<strong>de</strong> um comportamento <strong>de</strong><br />
guerra na população urbana. “Estamos<br />
vendo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />
‘síndrome pós-traumática’, que é<br />
uma neurose <strong>de</strong> guerra, surgi<strong>da</strong> nos<br />
ex-combatentes que ouviam um barulho<br />
<strong>de</strong> trovão e associavam à bomba.<br />
Estudiosos já i<strong>de</strong>ntificaram que esses<br />
sintomas reapareceram em vítimas<br />
<strong>da</strong>s ‘catástrofes urbanas’, como<br />
os casos <strong>de</strong> violência. E o tratamento<br />
po<strong>de</strong> ser lento”, afirma.<br />
De lá para cá, casos <strong>de</strong> roubo e assassinato<br />
continuaram ocupando os noticiários.<br />
Até que, no dia 7 <strong>de</strong> fevereiro,