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Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 – Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio

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subiu escandalosamente nos últimos anos e hoje<br />

beira os 40% <strong>do</strong> PIB. A<strong>de</strong>mais, a função <strong>do</strong>s<br />

impostos não é a <strong>de</strong> redistribuir a riqueza, mesmo<br />

porque não se po<strong>de</strong> redistribuir algo que não é<br />

fixo, pois a economia não é um jogo <strong>de</strong> soma zero.<br />

A função <strong>do</strong>s tributos é a <strong>de</strong>, simplesmente,<br />

manter o Esta<strong>do</strong> funcionan<strong>do</strong>. To<strong>do</strong>s os países que<br />

tentaram redistribuir a riqueza com impostos<br />

altamente progressivos, conseguiram apenas<br />

<strong>de</strong>sestimular o trabalho e o esforço individuais e<br />

estimular o comodismo, provocan<strong>do</strong> apatia, evasão<br />

fiscal e fuga <strong>de</strong> capitais e nivelan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s -<br />

inteligentes e estultos, diligentes e preguiçosos,<br />

felizar<strong>do</strong>s e azara<strong>do</strong>s - por baixo. Além disso, não<br />

po<strong>de</strong>mos nos esquecer <strong>de</strong> que o imposto gera a<br />

sua própria <strong>de</strong>spesa: quanto maior a arrecadação,<br />

maior também o apetite gasta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s governos. E<br />

os nossos já comem em excesso.<br />

A quarta falácia é a <strong>de</strong> que o País precisa<br />

voltar a “crescer”, mesmo que abrin<strong>do</strong> mão <strong>do</strong><br />

controle da inflação, pois existiria um dilema entre<br />

a inflação e o crescimento. Contra-argumento:<br />

poucas tolices são tão repetidas como esta! Na<br />

verda<strong>de</strong>, não há escolha entre inflação e<br />

<strong>de</strong>semprego, pela mesma razão que não se po<strong>de</strong><br />

escolher entre comer <strong>de</strong>mais e ter indigestão: se<br />

comermos muito, a indigestão é certa. Nenhuma<br />

economia cresce o que <strong>de</strong>seja crescer, mas sim o<br />

que po<strong>de</strong> crescer, que é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> não pelos<br />

nossos <strong>de</strong>sejos nem pelas máquinas da Casa da<br />

Moeda, mas por nossas capacida<strong>de</strong>s. A inflação é<br />

provocada por investimentos mal feitos, lastrea<strong>do</strong>s<br />

em créditos artificialmente baratos e, na medida<br />

em que o caráter ineficiente <strong>de</strong>sses investimentos<br />

é revela<strong>do</strong> pelo tempo, surge o <strong>de</strong>semprego. Ou<br />

seja, a inflação ocorre quan<strong>do</strong> os governos,<br />

achan<strong>do</strong> que estão optan<strong>do</strong> pelo “crescimento”,

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