<strong>Artigo</strong> <strong>do</strong> Mês - <strong>Ano</strong> <strong>IV</strong> - Nº 44 – Novembro <strong>de</strong> <strong>2005</strong> A “MP DO BEM”: SIMPLES ESMOLA <strong>Ubiratan</strong> <strong>Iorio</strong> É mesmo impressionante como os brasileiros contentam-se com tão pouco. Explora<strong>do</strong>s, engana<strong>do</strong>s, iludi<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>siludi<strong>do</strong>s e corroí<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong> to<strong>do</strong> po<strong>de</strong>roso, mais se assemelham a um rebanho <strong>de</strong> pachorrentas ovelhas, ao sabor <strong>do</strong> caja<strong>do</strong> <strong>do</strong> pastor <strong>de</strong> ocasião. O que
mais irrita, em muitas ocasiões, é que muitas cabeças <strong>de</strong>sse rebanho, principalmente empresários, que <strong>de</strong>veriam ser os mais vigilantes <strong>do</strong> cumprimento <strong>de</strong> direitos elementares que lhes são subtraí<strong>do</strong>s crescentemente, há décadas, pelos governantes, preferem agir inversamente ao que o caráter reto, a coragem e, mesmo, o patriotismo, exigem, pon<strong>do</strong>-se a festejar e a bajular qualquer esmola que o Esta<strong>do</strong>, fingin<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> bom moço, <strong>de</strong>ixa cair em seus chapéus, covar<strong>de</strong> e subjugadamente estendi<strong>do</strong>s, na rua das reivindicações. A última <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> subserviência e <strong>de</strong> covardia servil po<strong>de</strong> ser vista nestes dias, após a edição da chamada “MP <strong>do</strong> Bem”, em que o governo, “generosamente”, como se nos estivesse prestan<strong>do</strong> um gran<strong>de</strong> favor, abriu temporariamente mão <strong>de</strong> uma receita <strong>de</strong> R$ 5 bilhões, ao reduzir incidências <strong>de</strong> PIS e COFINS e prazos <strong>de</strong> isenção <strong>de</strong> ICMS para taxistas e ao <strong>do</strong>brar <strong>de</strong> R$ 1,2 bilhão para R$ 2,4 bilhões o teto máximo <strong>de</strong> receita das microempresas classificadas, na engenhosa e solerte terminologia burocrática, como “Simples”. É com tristeza que temos visto o que <strong>de</strong>veria ser um grito ao governo, entoa<strong>do</strong> harmonicamente por to<strong>do</strong>s os que produzem, algo como “caramba, caracoles, <strong>de</strong>ixa-me trabalhar, não me amoles”, ser substituí<strong>do</strong> por <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> elogios ao gesto <strong>de</strong> “bonda<strong>de</strong>” <strong>do</strong> dr. Palocci. Pior <strong>do</strong> que isso, na bajulação explícita <strong>do</strong>s encômios, muitos terminam afirman<strong>do</strong> que a MP será ótima porque, apesar <strong>de</strong> retirar receita <strong>do</strong> governo agora, a aumentará no futuro, já que, com o aquecimento da economia que certamente <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ará, o Esta<strong>do</strong> arrecadará no futuro mais <strong>do</strong> que os R$ 5 bilhões <strong>de</strong> que está, pleno <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>, abrin<strong>do</strong> mão. <strong>Ano</strong>s e anos <strong>de</strong> keynesianismo acadêmico e <strong>de</strong> esquer<strong>do</strong>patia prática acabaram produzin<strong>do</strong> muitos danos à própria maneira <strong>de</strong> pensar, exatamente <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>veria bater-se por idéias opostas às que sustentam essas bajulações. De fato, muitos empresários – para não dizermos a gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> nosso pacato povo - acreditam mesmo que um real nas mãos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é melhor <strong>do</strong> que o mesmo real nas mãos <strong>de</strong> quem o ganhou com o seu trabalho, acordan<strong>do</strong> ce<strong>do</strong>, esforçan<strong>do</strong>-se e
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