Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
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próximo uma análise <strong>do</strong> malfada<strong>do</strong> projeto – uma<br />
o<strong>de</strong> ao atraso! – <strong>do</strong> MEC.<br />
Que <strong>de</strong>claração infeliz, sr Silva! Certamente, o<br />
senhor, que tem tenta<strong>do</strong> se colocar acima <strong>do</strong> bem e<br />
<strong>do</strong> mal, da lisura e da corrupção, da ética e <strong>de</strong> sua<br />
falta, <strong>de</strong>ve ter-se mira<strong>do</strong> em seu próprio exemplo<br />
<strong>de</strong> nor<strong>de</strong>stino pobre, que não teve na infância<br />
como estudar, mas que mesmo assim conseguiu<br />
chegar on<strong>de</strong> está no momento. Seu caso, no<br />
entanto, é único e não po<strong>de</strong> ser apresenta<strong>do</strong> como<br />
um paradigma para crianças, jovens, pais,<br />
professores e funcionários que lidam com a<br />
educação, enfim, para o país ou, no seu linguajar<br />
característico das <strong>do</strong>ninhas, para a “socieda<strong>de</strong> civil<br />
organizada”.<br />
Que palpite infeliz, sr Luiz! Ah, se Noel Rosa, o<br />
“Filósofo <strong>do</strong> Samba”, fosse ainda vivo! Quanta<br />
inspiração teria certamente encontra<strong>do</strong> no senhor<br />
para compor aquelas sátiras geniais com que<br />
criticava os costumes brasileiros nos anos 20 e 30<br />
<strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, entre as quais “On<strong>de</strong> está a<br />
honestida<strong>de</strong>”, cuja letra perguntava assim “e o<br />
povo já pergunta com malda<strong>de</strong>: on<strong>de</strong> está a<br />
honestida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> está a honestida<strong>de</strong>”?<br />
Mesmo <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> à parte a honestida<strong>de</strong> e a<br />
<strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong>– finjamos esquecer, por exemplo,<br />
os 5 milhões <strong>de</strong> reais que a empresa <strong>de</strong> seu filho<br />
recebeu <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra da área <strong>de</strong><br />
telecomunicações -, sua assertiva <strong>de</strong> que o<br />
bacharelato é <strong>de</strong>snecessário para alguém exercer<br />
com competência a presidência <strong>do</strong> país é uma séria<br />
agressão à honra <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que estão envolvi<strong>do</strong>s<br />
com a educação, em to<strong>do</strong>s os seus níveis, à<br />
economia <strong>do</strong> país e, lamentavelmente, um <strong>de</strong>slize