Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Presidência da República – e observe, ou peça a<br />
alguém para dizer esta verda<strong>de</strong> irrefutável para o<br />
senhor, que educação é condição necessária para<br />
que uma nação possa <strong>de</strong>senvolver-se <strong>de</strong> forma<br />
auto-sustentada, ou seja, que não existe sequer<br />
um país hoje <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> que não tenha leva<strong>do</strong> a<br />
sério no passa<strong>do</strong> e que não esteja também<br />
tratan<strong>do</strong> com serieda<strong>de</strong> a questão da educação,<br />
embora haja alguns – como a sua amada Cuba –<br />
que, embora ten<strong>do</strong> investi<strong>do</strong> em educação, não<br />
conseguiram se <strong>de</strong>senvolver, porque lhes faltou e<br />
falta a suficiência da condição, presos que ficaram<br />
a regimes autoritários como o que o facínora Fi<strong>de</strong>l<br />
Castro impôs e continua impon<strong>do</strong> – com o seu<br />
aplauso - ao seu povo.<br />
Por fim, é evi<strong>de</strong>nte que a sua afirmativa é por<br />
si só um <strong>de</strong>slize ético bastante grave, na medida<br />
em que atribui valores injustos para quem estuda e<br />
para quem se empenha, como o autor <strong>de</strong>ste artigo<br />
e milhões <strong>de</strong> professores espalha<strong>do</strong>s por nosso<br />
território, e como mães e pais que <strong>de</strong>sejam ver os<br />
filhos progredirem intelectualmente. Ou não será<br />
falta <strong>de</strong> ética se uma professora ou mãe, ou mesmo<br />
um humil<strong>de</strong> funcionário <strong>de</strong> uma escola <strong>do</strong> primeiro<br />
grau, influencia<strong>do</strong> por sua frase e cansa<strong>do</strong> <strong>de</strong> tanto<br />
lutar, <strong>de</strong>r-se por venci<strong>do</strong> e disser ao aluno ou à<br />
filha algo como “<strong>de</strong>ixe esses livros <strong>de</strong> la<strong>do</strong>,<br />
Joãozinho, porque isso não dá futuro”... Pois o sr,<br />
ao pronunciar para o país inteiro aquela frase,<br />
embora talvez sem ter a exata consciência <strong>do</strong> que<br />
fazia, nem tampouco das dimensões que qualquer<br />
palavra vinda da boca <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte adquire,<br />
contribuiu <strong>de</strong>cisivamente para essa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sânimo em relação ao estu<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>mos<br />
sentir em nossa juventu<strong>de</strong>!