Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
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ao agregar o conceito <strong>de</strong> direito à livre iniciativa<br />
econômica, o que parecia na época uma novida<strong>de</strong>,<br />
quan<strong>do</strong> na verda<strong>de</strong> João Paulo II apenas retomava<br />
uma tradição <strong>de</strong> Leão XII, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u os direitos<br />
<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Pio XI, que insistiu no Princípio<br />
da Subsidiarieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Pio XII, que chegou a<br />
escrever que a economia é o fruto da livre<br />
iniciativa <strong>do</strong>s indivíduos e <strong>de</strong> João XXIII, que <strong>de</strong>u à<br />
iniciativa privada a “parte principal”no<br />
or<strong>de</strong>namento econômico.<br />
A crítica ao capitalismo “liberal” (não<br />
conserva<strong>do</strong>r, libertário) sempre foi uma<br />
característica <strong>do</strong> Magistério da Igreja e, na SRS,<br />
João Paulo II, que já havia <strong>de</strong>sautoriza<strong>do</strong> a<br />
chamada Teologia da Libertação, inclusive<br />
advertin<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> em riste um <strong>de</strong> seus mais<br />
ar<strong>do</strong>rosos <strong>de</strong>fensores, em visita à América Central.<br />
Mas essa posição da DSI não significa, nem <strong>de</strong><br />
longe, uma crítica ou uma negação aos valores <strong>do</strong><br />
capitalismo ou <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> em si próprios, porém a<br />
um capitalismo sem uma <strong>de</strong>marcação jurídicainstitucional<br />
voltada para o bem comum, para a<br />
dignida<strong>de</strong> da pessoa humana.<br />
Centesimus Annus<br />
Na mais importante <strong>de</strong> suas encíclicas sociais,<br />
a Centesimus Annus, <strong>de</strong> 1991, o Papa elabora uma<br />
nova interpretação da iniciativa, da capacida<strong>de</strong><br />
empresarial, <strong>do</strong> lucro e <strong>do</strong> próprio sistema<br />
capitalista <strong>de</strong> produção, fundamentan<strong>do</strong> sua<br />
interpretação nos princípios, que sempre foram<br />
caros ao Cristianismo, da <strong>de</strong>stinação universal <strong>do</strong>s<br />
bens e da proprieda<strong>de</strong> privada individual.