Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
Artigo do Mês - Ano IV - Nº 45 â Dezembro de 2005 - Ubiratan Iorio
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
abertura <strong>de</strong> CPIs agora fecha-se em copas, em<br />
ouros, espadas e paus – e abre-se em recursos<br />
públicos – para abafá-las; quem fazia <strong>do</strong> FMI<br />
eterno bo<strong>de</strong> expiatório, a ele recorreu em<br />
momento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>; quem proclamava aos<br />
quatro – talvez, até, cinco ou seis – ventos que iria<br />
executar uma política econômica alternativa,<br />
limitou-se a seguir, endurecen<strong>do</strong>-a inclusive, a que<br />
foi posta em prática por Pedro Malan e Armínio<br />
Fraga; quem prometeu gerar “<strong>de</strong>z milhões <strong>de</strong><br />
empregos”, até o momento, limitou-se a empregar,<br />
na administração direta, no legislativo e nos<br />
dinossauros estatais, milhares e milhares <strong>de</strong><br />
“companheiros”, incluin<strong>do</strong>, logicamente, nesse<br />
tsunami avassala<strong>do</strong>r sobre os bolsos <strong>do</strong><br />
contribuinte, os candidatos petistas <strong>de</strong>fenestra<strong>do</strong>s<br />
pelo povo em 2002 e em 2004; quem jurou que iria<br />
reduzir a carga tributária, só fez aumentá-la; quem<br />
assegurou dar autonomia ao Banco Central, faz <strong>de</strong><br />
conta que não o prometeu; quem comprometeu-se<br />
a fazer reformas profundas na previdência, na<br />
estrutura <strong>de</strong> impostos e na legislação trabalhista<br />
dá agora <strong>de</strong> ombros, como se os 52 milhões <strong>de</strong><br />
votos da<strong>do</strong>s ao presi<strong>de</strong>nte-viajante nada<br />
representassem e como se promessas fossem<br />
apenas para aten<strong>de</strong>r ao velho dito <strong>de</strong> que<br />
“promete-se <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s<br />
[eleitoreiras] e paga-se <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as<br />
possibilida<strong>de</strong>s”.<br />
O PT – repitamos – no governo mostra que<br />
nunca passou <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> farsa, alimentada<br />
anos a fio pelos holofotes e microfones da mídia<br />
esquer<strong>do</strong>pata, fazen<strong>do</strong> com que o sonho – para<br />
nós, pesa<strong>de</strong>lo – <strong>do</strong> “Outro Mun<strong>do</strong> Possível” se<br />
transformasse na <strong>de</strong>cepção da mesmice que<br />
paralisa a economia <strong>do</strong> país há quase trinta anos.