Paulo Edson Santos da Silva - uea - pós graduação
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Nas espécies <strong>da</strong> família Fabaceae, a grande diversi<strong>da</strong>de estrutural de flavonóides<br />
ocorre devido a quatro fatores: 1) introdução de grupos hidroxílicos nas posições 6, 8 e 2 dos<br />
anéis A e B, respectivamente, no esqueleto básico, o qual geralmente apresenta um padrão de<br />
substituição 5, 7 e 4 -triidroxi; 2) per<strong>da</strong> do grupo hidroxila na posição 5, como citado<br />
anteriormente; 3) metilação de grupos hidroxílicos ou formação de grupos metileno dióxidos;<br />
4) inserção de grupo C-alquílicos, tais como metil e especialmente grupos C-prenil, os quais<br />
podem sofrer diversas modificações, resultando em anéis de cinco ou seis membros<br />
(Hegnauer & Grayer-Barkmeyer, 1993; Kaufman et al., 1999).<br />
Os grupos prenila são derivados <strong>da</strong> via do mevalonato e flavonóides prenilados;<br />
ocorrem quase que exclusivamente na subfamília Papilionoideae <strong>da</strong> família Fabaceae<br />
(Dewick, 2001).<br />
As reações de ciclização do C-prenila ocorrem por ataque nucleofílico do grupo<br />
hidroxila ao epóxido, inicialmente formado pela oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ligação dupla deste grupo<br />
alquílico. Dependendo <strong>da</strong> orientação do ataque nucleofílico, o produto será um anel de cinco<br />
membros: o furano. O anel furano dissubstituido é biossinteticamente formado pela ação <strong>da</strong><br />
enzima mono-oxigenase citocromo P450 dependente, que utiliza os cofatores NADPH e<br />
oxigênio molecular para clivagem do grupo hidroxi-isopropila, cujo fragmento é liberado em<br />
forma de acetona. Nesta etapa não ocorre a formação de nenhum intermediário hidroxilado e<br />
o processo é iniciado por um mecanismo via radicalar (Dewich, 2001).<br />
Algumas classes de flavonóides, como chalconas, di-hidrochalconas e flavanonas,<br />
tendem a ser encontra<strong>da</strong>s na sua forma livre, ou seja, não associa<strong>da</strong>s às moléculas de<br />
açúcares, altamente metilados e prenilados nas raízes, caule e sementes de espécies de plantas<br />
<strong>da</strong>s famílias Fabaceae, Rutaceae, Compositae, enquanto estruturas mais simples e glicosila<strong>da</strong>s<br />
são encontra<strong>da</strong>s em folhas, flores e frutos de espécies destas famílias (Hegnauer & Grayer-<br />
Barkmeyer, 1993; Boltsaris & Machado, 1999).<br />
Os flavonóides encontrados nas folhas podem ser diferentes <strong>da</strong>queles presentes nas<br />
flores, nos caules ou ramos, raízes ou frutos. Os mesmos compostos ain<strong>da</strong> podem ocorrer em<br />
diferentes concentrações, dependendo do órgão vegetal em que se encontram (Simões et al.,<br />
2004).<br />
Segundo Simões et al. (2004), o interesse econômico pelos flavonóides é decorrente<br />
de suas diferentes proprie<strong>da</strong>des, como, por exemplo, o fato de alguns apresentarem cor e<br />
poderem ser usados como pigmento. Além disso, esses compostos possuem também<br />
importância farmacológica, resultado de algumas proprie<strong>da</strong>des atribuí<strong>da</strong>s a alguns<br />
representantes <strong>da</strong> classe.