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PRK em olhos com <strong>to</strong>pografia atípica e pentacam normal<br />

19<br />

Equivalente esférico Cera<strong>to</strong>metria Paquimetria Equivalente esférico Cera<strong>to</strong>metria<br />

pré-operatório pré-operatória pré-operatória pós-operatório pós-operatória<br />

Média +- DP Média +- DP Média +- DP Média +- DP Média +- DP<br />

-4,81474 46,18053 521,1579 -0,00632 42,72211<br />

+- 1,85262 +-0,989949 +-4,242641 +-0,53033 +-0,487904<br />

*DP: Desvio padrão<br />

Tabela 4<br />

Dados pré e pós-cirúrgico da amostra<br />

ses variando <strong>de</strong> 8 a 23 meses. Os dados pré e pós-cirúrgicos encontram-se<br />

nas Tabelas 3 e 4.<br />

A segurança do procedimen<strong>to</strong> foi analisada através da<br />

perda <strong>de</strong> acuida<strong>de</strong> visual em l<strong>in</strong>has <strong>de</strong> visão e <strong>de</strong> alterações da<br />

<strong>to</strong>pografia corneana <strong>de</strong> controle no pós-operatório. Em nenhum<br />

dos olhos analisados houve perda <strong>de</strong> acuida<strong>de</strong> visual ou <strong>de</strong>senvolvimen<strong>to</strong><br />

<strong>de</strong> doença ectásica.<br />

DISCUSSÃO<br />

A cirurgia refrativa evoluiu mui<strong>to</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros rela<strong>to</strong>s<br />

da utilização do excimer laser para correção <strong>de</strong> erros<br />

refracionais (13,14) . O PRK <strong>in</strong>icialmente e em seguida o LASIK<br />

(Laser assisted <strong>in</strong> situ kera<strong>to</strong>milausis) se <strong>to</strong>rnaram, rapidamente,<br />

procedimen<strong>to</strong>s cirúrgicos mui<strong>to</strong> frequentes na década <strong>de</strong> 1990<br />

com excelentes resultados visuais em <strong>to</strong>do o mundo (15) .<br />

A importância <strong>de</strong> uma avaliação pré-operatória cuidadosa<br />

<strong>to</strong>rnou-se mais evi<strong>de</strong>nte após as primeiras publicações do<br />

surgimen<strong>to</strong> <strong>de</strong> ectasia iatrogênica após realização <strong>de</strong> LASIK (16,17) ,<br />

alertando ao fa<strong>to</strong> <strong>de</strong> que nem <strong>to</strong>dos os pacientes po<strong>de</strong>riam se<br />

submeter a essa nova técnica cirúrgica. A análise da <strong>to</strong>pografia<br />

e da paquimetria corneana <strong>de</strong> modo mais cauteloso se <strong>to</strong>rnou<br />

mandatória em <strong>to</strong>dos os candida<strong>to</strong>s a cirurgia refrativa através<br />

do excimer laser. Em um estudo realizado em 1994, foram encontradas<br />

anormalida<strong>de</strong>s <strong>to</strong>pográficas em 33% <strong>de</strong> 106 olhos <strong>de</strong><br />

pacientes que buscavam a correção da miopia e <strong>de</strong>stes, 5,7%<br />

(03 olhos) receberam um diagnóstico <strong>de</strong> cera<strong>to</strong>cone verda<strong>de</strong>iro<br />

(18) , semelhante a outro estudo realizado em 1995 que também<br />

rela<strong>to</strong>u 6% <strong>de</strong>ssa pa<strong>to</strong>logia entre os <strong>in</strong>teressados em se submeter<br />

a procedimen<strong>to</strong> cirúrgico à laser com f<strong>in</strong>alida<strong>de</strong> refrativa (19) .<br />

A realização ou não <strong>de</strong> cirurgia em pacientes que não apresentam<br />

uma <strong>to</strong>pografia regular e simétrica cont<strong>in</strong>ua tema <strong>de</strong> discussão<br />

e estudos. Em estudo publicado, Silva Filho et al. relatam que<br />

irregularida<strong>de</strong>s <strong>to</strong>pográficas no pré-operatório po<strong>de</strong>m <strong>in</strong>dicar perda<br />

<strong>de</strong> acuida<strong>de</strong> visual corrigida no período pós-cirúrgico (20) . Por<br />

outro lado, a realização <strong>de</strong> cirurgia refrativa em pacientes com<br />

<strong>to</strong>pografias atípicas ou irregulares já foi <strong>de</strong>scri<strong>to</strong> na literatura (21,22)<br />

com alta taxa <strong>de</strong> sucesso e com mínimos efei<strong>to</strong>s adversos. Em<br />

recente estudo, os au<strong>to</strong>res relatam a realização <strong>de</strong> LASIK em<br />

olhos suspei<strong>to</strong>s <strong>de</strong> cera<strong>to</strong>cone pela <strong>to</strong>pografia e que foram confirmados<br />

como normais através do mapeamen<strong>to</strong> da espessura<br />

epitelial realizado pelo ultrassom digital <strong>de</strong> alta frequência do<br />

Artemis VHF(ArcScan Inc) com acompanhamen<strong>to</strong> <strong>de</strong> um ano<br />

sem <strong>de</strong>senvolvimen<strong>to</strong> <strong>de</strong> ectasia (23) .<br />

Há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evolução na propedêutica <strong>de</strong>sses<br />

<strong>in</strong>divíduos, pois a avaliação pré-operatória clássica com<br />

paquimetria ultrassônica e cera<strong>to</strong>scopia computadorizada com<br />

disco <strong>de</strong> plácido <strong>de</strong>ixa lacunas que precisam ser preenchidas.<br />

Segundo Bel<strong>in</strong> e Khachikian, as segu<strong>in</strong>tes limitações da <strong>to</strong>pografia<br />

não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sprezadas: a vi<strong>de</strong>ocera<strong>to</strong>scopia<br />

computadorizada só abrange 60% da superfície corneana; faltam<br />

<strong>in</strong>formações sobre a superfície posterior da córnea; não há<br />

um mapa paquimétrico <strong>de</strong> <strong>to</strong>da a córnea e o <strong>de</strong>slocamen<strong>to</strong> do<br />

ápice corneano presente em alguns pacientes, se apresenta com<br />

uma assimetria importante simulando um cera<strong>to</strong>cone (6) .<br />

O aparecimen<strong>to</strong> <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> ectasia pós-cirurgia refrativa,<br />

com <strong>to</strong>pografia e paquimetria sem alterações, ressalta a importância<br />

<strong>de</strong> um aprofundamen<strong>to</strong> nos mé<strong>to</strong>dos diagnósticos <strong>de</strong> seleção<br />

dos olhos a serem operados. Novos concei<strong>to</strong>s como a elevação<br />

da curvatura posterior e o perfil <strong>de</strong> progressão paquimétrica<br />

da córnea po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor na i<strong>de</strong>ntificação dos <strong>in</strong>divíduos<br />

que não tem s<strong>in</strong>ais clássicos <strong>de</strong> cera<strong>to</strong>cone, mas que tem<br />

uma susceptibilida<strong>de</strong> maior para o seu <strong>de</strong>senvolvimen<strong>to</strong> após um<br />

trauma cirúrgico. Segundo estudo, foram <strong>de</strong>tectados alterações<br />

na elevação posterior e\ou no perfil <strong>de</strong> progressão paquimétrica<br />

em 88% <strong>de</strong> olhos contralaterais <strong>de</strong> cera<strong>to</strong>cone unilateral, que<br />

apresentavam <strong>to</strong>pografia sem alterações (24) .<br />

Além da anormalida<strong>de</strong> na ana<strong>to</strong>mia da córnea, outro fa<strong>to</strong>r<br />

a ser consi<strong>de</strong>rado é a força da resistência corneana, que tem<br />

papel fundamental no <strong>de</strong>senvolvimen<strong>to</strong> ou não <strong>de</strong> ectasia após<br />

uma cirurgia fo<strong>to</strong>ablativa e por esse motivo, diversos pesquisadores<br />

se aprofundam no estudo da biomecânica da córnea (25) ,<br />

porém os resultados a<strong>in</strong>da apresentam baixa sensibilida<strong>de</strong> e<br />

especificida<strong>de</strong> em casos não confirmados <strong>de</strong> cera<strong>to</strong>cone (26) . Outro<br />

equipamen<strong>to</strong> atualmente em <strong>de</strong>senvolvimen<strong>to</strong> registra a <strong>de</strong>formação<br />

do tecido corneano por um ja<strong>to</strong> <strong>de</strong> ar através <strong>de</strong> uma<br />

série <strong>de</strong> imagens Scheimpflug durante o even<strong>to</strong>, associando a<br />

curvatura corneana com sua resposta biomecânica (27) . Todos esses<br />

estudos e <strong>in</strong>vestimen<strong>to</strong>s ressaltam a importância do tema e a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se conhecer melhor a etiopa<strong>to</strong>genia <strong>de</strong>ssa grave<br />

complicação pós-cirurgia refrativa.<br />

A <strong>to</strong>mografia da córnea se utiliza <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> elevação<br />

para <strong>de</strong>l<strong>in</strong>ear com mais precisão a ana<strong>to</strong>mia <strong>de</strong>sta. São mapas<br />

diferenciais entre a superfície corneana (anterior ou posterior)<br />

e uma curva <strong>de</strong> referência calculada que melhor se adapte àquela<br />

superfície, po<strong>de</strong>ndo ser esférica (Best Fit Sphere), elipsoi<strong>de</strong> ou<br />

tórica elipsói<strong>de</strong> e normalmente é ajustada para 8 ou 9mm centrais<br />

(11) . Vários aparelhos fornecem estes mapas com diferentes<br />

mé<strong>to</strong>dos: escaneamen<strong>to</strong> em fenda (Orbscan, Bausch e<br />

Lomb Surgical, Utah, EUA), escaneamen<strong>to</strong> em arco com<br />

ultrassom <strong>de</strong> alta frequência(VHFUS) e <strong>to</strong>mografia por coerência<br />

óptica (OCT). O Pentacam é um <strong>to</strong>mógrafo <strong>de</strong> córnea que<br />

utiliza o sistema <strong>de</strong> câmera Scheimpflug <strong>de</strong> 360 graus <strong>de</strong> rotação<br />

e que fornece uma imagem tridimensional do segmen<strong>to</strong> anterior<br />

do globo ocular através <strong>de</strong> 25 a 50 imagens captadas em<br />

poucos segundos. Fornece a<strong>in</strong>da mapas <strong>de</strong> curvatura axial e<br />

tangencial, mapa paquimétrico, aberrometria corneana, além do<br />

Bel<strong>in</strong>\Ambrósio enhanced ectasia display, uma comb<strong>in</strong>ação <strong>de</strong> elevação<br />

com avaliação paquimétrica resumida, que auxilia na avaliação<br />

f<strong>in</strong>al do cirurgião (12) .<br />

Diante <strong>de</strong> um paciente que apresente exame <strong>de</strong> <strong>to</strong>pografia<br />

atípica e um exame <strong>de</strong> <strong>to</strong>mografia com parâmetros normais,<br />

<strong>to</strong>rna-se necessário <strong>de</strong>cidir sobre o melhor procedimen<strong>to</strong> cirúrgico<br />

para o paciente. Em situações como essa, a escolha <strong>de</strong> uma<br />

Rev Bras Oftalmol. 2013; 72 (1): 17-20

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