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Paralisia do VI nervo (abducente)<br />

61<br />

jun<strong>to</strong> à parte petrosa do osso temporal. O processo <strong>in</strong>feccioso<br />

do ouvido médio, afetando o osso, frequentemente com<br />

osteomielite da porção petrosa do temporal (petrosite), po<strong>de</strong><br />

levar à paralisia do VI e VII, acompanhadas <strong>de</strong> dor <strong>in</strong>tensa <strong>de</strong>vido<br />

à afecção do trigêmeo, <strong>de</strong> quadro geral ligado à gravida<strong>de</strong> da<br />

<strong>in</strong>fecção, po<strong>de</strong>ndo chegar à men<strong>in</strong>gite, em conjun<strong>to</strong> constitu<strong>in</strong>do<br />

a Síndrome <strong>de</strong> Gra<strong>de</strong>nigo (5-7,9) .<br />

Trauma que leve à fratura da parte petrosa do temporal<br />

po<strong>de</strong> levar a quadro óculo-mo<strong>to</strong>r semelhante e extravasamen<strong>to</strong><br />

<strong>de</strong> líquor ou sangue através do ouvido (s<strong>in</strong>al <strong>de</strong> Battle) (6,7,9) .<br />

Ao penetrar no seio cavernoso, o VI nervo juntamente<br />

com o III, IV, o ramo oftálmico do V e o simpático, no plexo<br />

carotí<strong>de</strong>o po<strong>de</strong>m ser afetados em quadros típicos <strong>de</strong>sta área<br />

produzidos por trombose, tromboflebite, aneurisma e fístula<br />

carótido cavernosa. Oftalmoplegia <strong>to</strong>tal, dor no território<br />

trigem<strong>in</strong>al afetado, não raro síndrome <strong>de</strong> Horner, além <strong>de</strong> s<strong>in</strong>ais<br />

vasculares relacionados com retenção venosa ou fístula<br />

(prop<strong>to</strong>se, hiperemia, quemose, dilatação vascular em cabeça <strong>de</strong><br />

medusa, sopro e glaucoma secundário) constituem quadro característico<br />

<strong>de</strong> lesões no seio cavernoso (3,5-7) . Paresias<br />

oculomo<strong>to</strong>ras múltiplas semelhantes às anteriores, com prop<strong>to</strong>se<br />

e dor falam em favor <strong>de</strong> processos <strong>in</strong>flamatórios ou tumorais do<br />

ápice da órbita ou da fissura orbital superior. Oftalmoplegia<br />

dolorosa por processo <strong>in</strong>flamatório da fissura orbital superior<br />

constitui a síndrome <strong>de</strong> Tolosa-Hunt (5-7) . Processos expansivos<br />

no ápice da órbita po<strong>de</strong>m levar a quadros semelhantes, seja com<br />

acuida<strong>de</strong> visual preservada (síndrome <strong>de</strong> Rochon-Duvignaud) (5-<br />

7)<br />

, seja com compressão do nervo óptico e baixa visual (síndrome<br />

<strong>de</strong> Rollet) (5-7) .<br />

Glaser e Bachynski (5) resumem as causas <strong>de</strong> paralisias <strong>de</strong><br />

VI nervo no Quadro 1.<br />

Os quadros associados obrigam a pesquisa neurológica e<br />

clínica <strong>de</strong>talhadas e profundas, tentando buscar o fa<strong>to</strong>r etiológico.<br />

No entan<strong>to</strong>, gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> casos correspon<strong>de</strong> à paralisia<br />

isolada do VI nervo, sem qualquer afecção associada. Nestes<br />

casos o exame clínico-neurológico <strong>de</strong>ve ser realizado, porém em<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> casos a etiologia permanece obscura. Exames<br />

neurorradiológicos raramente mostram algum resultado,<br />

só <strong>de</strong>vendo ser realizados em casos progressivos ou quando<br />

surgem alterações <strong>de</strong> outros nervos cranianos (3,5-8)<br />

Quadro clínico<br />

A <strong>in</strong>tensida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>ficiência do re<strong>to</strong> lateral produzida pelo<br />

agente causal rege o quadro. Deficiência pequena ou <strong>in</strong>cipiente<br />

po<strong>de</strong> levar à diplopia homônima e/ou nistagmo term<strong>in</strong>al na versão<br />

em direção ao músculo lesado, on<strong>de</strong> se manifesta esotropia<br />

<strong>de</strong>vida e proporcional à própria perda <strong>de</strong> ação, não havendo<br />

Figura 3: Paciente com alta miopia e gran<strong>de</strong> esotropia, sem movimen<strong>to</strong>s<br />

oculares, seja para abdução, elevação ou abaixamen<strong>to</strong> em ambos<br />

os olhos; aspec<strong>to</strong> <strong>de</strong> estrabismo fixo por paralisia bilateral <strong>de</strong> VI nervo<br />

apresentando pequenos movimen<strong>to</strong>s <strong>de</strong> convergência. Na tentativa<br />

<strong>de</strong> cirurgia corretiva não foi encontrado nenhum dos 12 músculos<br />

extraoculares, havendo apenas bridas fibrosas mui<strong>to</strong> f<strong>in</strong>as em substituição<br />

aos re<strong>to</strong>s mediais, daí a posição estática<br />

Figura 4: Paresia bilateral <strong>de</strong> VI nervo <strong>de</strong>vido à hipertensão<br />

<strong>in</strong>tracraniana por tumor hipofisário; Notar aumen<strong>to</strong> da sela túrcica e<br />

aspec<strong>to</strong> do tumor na necropsia<br />

<strong>de</strong>svio nas outras posições do olhar (1) . O <strong>de</strong>sequilíbrio tônico<br />

entre os músculos horizontais do olho afetado faz com que se<br />

<strong>de</strong>senvolva hiperfunção do RM que ten<strong>de</strong> a espraiar a esotropia<br />

no sentido da posição primária, on<strong>de</strong> passa a ocorrer diplopia e<br />

<strong>to</strong>rcicolo compensador, com a cabeça girada em direção à ação<br />

do músculo afetado, mantendo-se a bifixação em versão<br />

Quadro 1<br />

Paralisias e paresias <strong>de</strong> VI nervo - fa<strong>to</strong>res etiológicos<br />

Não localizados<br />

Hipertensão <strong>in</strong>tracraniana<br />

Trauma<br />

Punção lombar ou raquianestesia<br />

Hipertensão arterial<br />

Diabetes<br />

Para-<strong>in</strong>fecções (pós-virais; <strong>in</strong>fecções<br />

<strong>de</strong> ouvido médio na criança)<br />

Men<strong>in</strong>gite basal<br />

Localizados<br />

Síndromes pont<strong>in</strong>as (vasculares, por <strong>de</strong>smiel<strong>in</strong>ização, tumorais)<br />

Lesões no ângulo cerebelo-pont<strong>in</strong>o (neuroma <strong>de</strong> acústico, men<strong>in</strong>gioma)<br />

Lesões no clivus (carc<strong>in</strong>oma, cordoma)<br />

Lesões na fossa média (tumor, petrosite)<br />

Lesões no seio cavernoso (tumor, <strong>in</strong>flamação, aneurisma, fístula)<br />

Rev Bras Oftalmol. 2013; 72 (1): 59-69

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