Sexualidade e desenvolvimento: a polÃtica brasileira de ... - Abia
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Achados da pesquisa 51 •<br />
Gestores/as e técnicos/as que respon<strong>de</strong>m pela Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro (SES) informaram que não há ações e/ou equipes específicas para<br />
respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> prostitutas ou profissionais do sexo. Entretanto,<br />
a SES estabeleceu parcerias com ONGs e as convidou para participar do planejamento<br />
do Plano <strong>de</strong> Ação e Metas para 2009 (PAM), como parte da <strong>de</strong>scentralização do SUS.<br />
Esta é a razão pela qual, segundo os/as gestores/as estaduais, o PAM do estado do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro já estaria contemplando aspirações e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta população<br />
específica. Antes da <strong>de</strong>scentralização, o governo estadual financiava projetos <strong>de</strong> ONGs<br />
que trabalhavam especificamente com prevenção do HIV entre profissionais do sexo.<br />
O pessoal <strong>de</strong> gestão, assim como o pessoal técnico entrevistado, consi<strong>de</strong>ra que esta etapa<br />
está superada, uma vez que, hoje, o nível estadual <strong>de</strong> gestão tem a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nar, mas não tem obrigação <strong>de</strong> implementar ações <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> ou realizar<br />
busca ativa no campo da prevenção.<br />
Atualmente, as parcerias do estado com ONGs se dão através do financiamento <strong>de</strong><br />
alguns projetos e intervenções que estão incluídas no orçamento do PAM, tais como<br />
o apoio a eventos e o fornecimento <strong>de</strong> materiais educativos e camisinhas para que as<br />
próprias ONGs disponibilizem a seu público. Entretanto, há mais <strong>de</strong> quatro anos a<br />
SES não lança editais para projetos <strong>de</strong> prevenção a serem <strong>de</strong>senvolvidos pelas ONGs<br />
<strong>de</strong> modo geral. A ausência <strong>de</strong> um foco específico – ou priorida<strong>de</strong> para ações junto a<br />
profissionais do sexo ou outras populações vulneráveis – é justificada pelos/as gestores/<br />
as, que alegam muitas dificulda<strong>de</strong>s para enquadrar esses grupos na programação geral<br />
das políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Por outro lado, eles/as também consi<strong>de</strong>ram que, <strong>de</strong> algum modo,<br />
as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> profissionais do sexo estão incluídas nas diretrizes <strong>de</strong>finidas pelas<br />
Secretarias Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, uma vez que o conceito <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> orienta<br />
todos os programas na área do HIV/AIDS. Segundo eles/elas, as questões relacionadas às<br />
prostitutas/profissionais do sexo são vistas como transversais, ou <strong>de</strong>vem ser respondidas<br />
a partir <strong>de</strong> macroestratégias, como o Plano <strong>de</strong> Enfrentamento da Feminização da<br />
Epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> HIV/AIDS.<br />
Segundo as pessoas ouvidas, a partir <strong>de</strong>sse marco mais amplo, uma das atribuições<br />
das secretarias estaduais é capacitar gestores/as municipais, <strong>de</strong> modo que possam<br />
i<strong>de</strong>ntificar on<strong>de</strong> estão e quais são as necessida<strong>de</strong>s das populações mais vulneráveis<br />
(inclusive prostitutas/profissionais do sexo). Entretanto, profissionais que trabalham no<br />
atendimento à saú<strong>de</strong> sentem falta <strong>de</strong> uma capacitação específica para respon<strong>de</strong>r às<br />
<strong>de</strong>mandas e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pessoas envolvidas com trabalho sexual.<br />
4.3.1.2 Secretarias municipais<br />
Em Porto Alegre, as entrevistas com gestores/as informam que as ações <strong>de</strong> prevenção<br />
e assistência voltadas para prostitutas e/ou profissionais do sexo são pensadas a partir da