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JULHO<br />

‘10<br />

025<br />

REVISTA DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO<br />

Parque Oriental<br />

finalmente aberto<br />

O Ambiente em destaque:<br />

Praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> podem ser utilizadas com confiança<br />

[pg.6]<br />

Parque Oriental pronto para receber o Verão<br />

[pg.12]<br />

Zona Desportiva inaugurada no Parque da Cidade<br />

[pg.15]


EDITORIAL<br />

003<br />

Portugal acumulou erros. Durante<br />

anos gastamos o que não tínhamos<br />

e, por isso, ficamos a dever.<br />

Portugal acumulou erros. Durante anos<br />

gastamos o que não tínhamos e, por<br />

isso, ficamos a dever. Como seria de<br />

esperar, um dia, a dívida tinha de nos<br />

cair em cima.<br />

Muitos políticos (e não só…) que apenas<br />

gostam de agradar, que não têm<br />

coragem de enfrentar a realidade e que<br />

fazem da demagogia e seu “ganha pão<br />

eleitoral”, foram-nos explican<strong>do</strong> que<br />

quem muito se preocupa com o equilíbrio<br />

das contas públicas não tem rasgo<br />

político, não tem ambição é, no fun<strong>do</strong>,<br />

homem de fraca capacidade.<br />

Hoje, o resulta<strong>do</strong> dessa tese está bem<br />

à vista e não é difícil admitir que o<br />

pior ainda está para vir. Hoje, o desemprego<br />

sobe, a situação social agrava-se<br />

e muitos portugueses vivem angustia<strong>do</strong>s<br />

com o seu futuro. Uma situação<br />

perfeitamente dispensável se tem<br />

havi<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> da responsabilidade e se<br />

se tem feito, a tempo e horas, as reformas<br />

que Portugal precisa; nas finanças<br />

públicas, na justiça, na economia, na<br />

saúde, na educação.<br />

Acho que o tempo nos tem<br />

da<strong>do</strong> razão. Se o país<br />

tivesse feito como temos<br />

feito no <strong>Porto</strong>, estaria,<br />

seguramente, bem melhor.<br />

O esforço da Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, há muito,<br />

que tem si<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> contrário:<br />

Cortar nas despesas. Gerir mais racionalmente<br />

o seu património. Baixar a<br />

sua dívida. Procurar que os serviços<br />

públicos funcionem melhor. E, investir<br />

onde é mais necessário e, não, onde se<br />

consegue mais popularidade política e<br />

mediática.<br />

Acho que o tempo nos tem da<strong>do</strong> razão.<br />

Se o País tivesse feito como temos feito<br />

no <strong>Porto</strong>, estaria, seguramente, bem<br />

melhor.<br />

Aliás, não é por isso que a obra não<br />

deixa de aparecer e a cidade não deixa<br />

de se desenvolver. Neste número<br />

da <strong>Porto</strong> Sempre, essa verdade é bem<br />

patente, com particular destaque para<br />

a área <strong>do</strong> ambiente, onde também nos<br />

temos esforça<strong>do</strong> por dar à cidade uma<br />

qualidade de vida cada vez melhor.<br />

O Parque Oriental, as novas Bandeiras<br />

Azuis, o projecto para o Parque de<br />

S. Roque ou a nova zona desportiva<br />

no Parque da Cidade, são exemplos de<br />

que é possível conciliar saúde financeira<br />

com melhoria da qualidade de vida.<br />

O contrário é que não.<br />

A mim, há muito, que isto me parece<br />

evidente.<br />

Um abraço <strong>do</strong><br />

Ficha Técnica | <strong>Porto</strong> Sempre nº 25 | Julho 2010<br />

Direcção: Rui Rio<br />

Coordenação Editorial: Florbela Guedes<br />

Coordenação Redactorial: Gabinete de Comunicação<br />

e Promoção da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Redacção: Anibal Sacramento, Paulo Neves,<br />

Raquel Espinheira<br />

Fotografia: Rui de Meireles<br />

Edição e Propriedade: Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Praça General Humberto Delga<strong>do</strong><br />

4049-001 <strong>Porto</strong><br />

imprensa@cm-porto.pt | www.cm-porto.pt<br />

Design e Composição Gráfica: B+ Comunicação<br />

Impressão: Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA<br />

Publicidade: Gabinete de comunicação e Imagem da<br />

Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Depósito Legal: 198544/ 03<br />

Tiragem: 135.000 exemplares<br />

Peridiocidade: Trimestral


004<br />

SUMÁRIO<br />

006<br />

Destaque<br />

Entrevista ao<br />

Prof. Poças Martins<br />

Praias entre a Foz e o<br />

Castelo <strong>do</strong> Queijo podem ser<br />

utilizadas com confiança<br />

Joaquim Poças Martins traça<br />

um diagnóstico bastante positivo<br />

da qualidade da água<br />

das praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, concretamente<br />

as compreendidas<br />

entre a<br />

Foz <strong>do</strong> Douro e<br />

o Castelo <strong>do</strong><br />

Queijo.<br />

012 014 022<br />

Actualidade<br />

Parque Oriental começa a<br />

nascer<br />

Primeira fase <strong>do</strong> Parque finalmente<br />

inaugurada. A importância fulcral<br />

da despoluição <strong>do</strong> Rio Tinto foi um<br />

<strong>do</strong>s aspectos salienta<strong>do</strong>s por Rui<br />

Rio e Sidónio Pardal, que sonha em<br />

ver, de novo, trutas ali a nadar…<br />

Actualidade<br />

Uma cidade mais verde<br />

e ambientalmente mais<br />

saudável e inclusiva<br />

015<br />

Actualidade<br />

Zona Desportiva<br />

inaugurada no Parque da<br />

Cidade<br />

016<br />

Actualidade<br />

Passeio Alegre<br />

pavimenta<strong>do</strong><br />

018<br />

Actualidade<br />

Obras mal acabadas nas<br />

ruas da cidade<br />

020<br />

Actualidade<br />

Novos directores<br />

municipais empossa<strong>do</strong>s<br />

Actualidade<br />

Medina Carreira esteve<br />

no <strong>Porto</strong> a convite <strong>do</strong><br />

Presidente <strong>do</strong> CMP<br />

024<br />

Actualidade<br />

TV <strong>Porto</strong>: o Município em<br />

directo<br />

025<br />

Actualidade<br />

Finanças Municipais –<br />

CMP consolida equilíbrio<br />

financeiro<br />

Apesar das repercussões que o cenário<br />

de crise fatalmente exerceu nas finanças<br />

locais, a situação que a este nível<br />

o município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresenta aponta<br />

para a consolidação financeira,<br />

ten<strong>do</strong> evidencia<strong>do</strong>,<br />

em 2009, um<br />

crescimento da<br />

ordem <strong>do</strong>s<br />

3,5% relativamente<br />

ao<br />

ano anterior.


SUMÁRIO<br />

005<br />

028 042 055<br />

Actualidade<br />

CMP fomenta parcerias<br />

público-privadas para<br />

reabilitar o seu património<br />

e ajudar as empresas em<br />

época de crise<br />

030<br />

Actualidade<br />

Municípios <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />

Lisboa estreitam relações<br />

políticas e institucionais<br />

031<br />

Actualidade<br />

FAP com o queimódromo<br />

por mais quatro anos<br />

Área M. <strong>Porto</strong><br />

Metro enterra<strong>do</strong> no<br />

Parque da Cidade<br />

043<br />

Área M. <strong>Porto</strong><br />

Novos hotéis para<br />

acolher mais turistas<br />

O <strong>Porto</strong> é uma marca que se encontra<br />

associada ao que de melhor existe<br />

na região: o seu vinho, gastronomia,<br />

paisagem, arquitectura, história, mas<br />

também acessibilidades, com destaque,<br />

naturalmente, para o Aeroporto<br />

Francisco Sá Carneiro.<br />

Animação<br />

Road Show nos Alia<strong>do</strong>s:<br />

mais de 40 mil vibraram<br />

com a perícia <strong>do</strong>s<br />

campeões<br />

056<br />

Animação<br />

Red Bull Air Race – No <strong>Porto</strong><br />

ano sim, ano não<br />

032<br />

Coesão social<br />

Bairros Sociais – Governo<br />

corta apoios na reabilitação<br />

034<br />

Coesão social<br />

Requalificação <strong>do</strong> Bairro <strong>do</strong><br />

Lagarteiro pode arrancar no<br />

Verão<br />

038<br />

Grande Entrevista<br />

Daniel Bessa<br />

046<br />

Inovação<br />

Speed Recruitment na<br />

Cidade das Profissões<br />

048<br />

Inovação<br />

Balcão de Atendimento<br />

Virtual (BAV)<br />

052<br />

Turismo<br />

<strong>Porto</strong> Presente no maior<br />

festival turístico de Cadiz<br />

053<br />

Ecocidade<br />

CMP e AdE<strong>Porto</strong><br />

assinalaram o Dia Nacional<br />

de Energia<br />

057<br />

Animação<br />

Teatro Nacional S. João em<br />

Espanha<br />

064<br />

Memórias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Eugénio de Andrade<br />

066<br />

Sala de Visitas<br />

068<br />

Pergunta a quem passa<br />

069<br />

Ruas da Cidade<br />

Rua <strong>do</strong> Rosário<br />

070<br />

De A a Z<br />

Noémia Costa – Actriz


DEstaque<br />

006<br />

«PRAIAS ENTRE A<br />

FOZ E O CASTELO<br />

DO QUEIJO PODEM<br />

SER UTILIZADAS<br />

COM CONFIANÇA»<br />

Joaquim Poças Martins traça um diagnóstico<br />

bastante positivo da qualidade da água das praias<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, concretamente as compreendidas entre<br />

a Foz <strong>do</strong> Douro e o Castelo <strong>do</strong> Queijo. E se hoje essa<br />

qualidade já é boa – como está comprova<strong>do</strong> pela<br />

atribuição da Bandeira Azul –, num futuro próximo<br />

pode mesmo caminhar-se, de mo<strong>do</strong> sustenta<strong>do</strong>,<br />

ao encontro da excelência.<br />

É essa a intenção daquele especialista que trabalha para a<br />

Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Professor da Faculdade de Engenharia da Universidade<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, onde lecciona várias disciplinas nas áreas<br />

da Engenharia Civil/Hidráulica e da Engenharia <strong>do</strong> Ambiente.<br />

As outras frentes de «batalha» são o combate às perdas de<br />

água, a conclusão da rede de saneamento e a requalificação<br />

das ribeiras da cidade.<br />

ENTREVISTA AO<br />

PROF. POÇAS MARTINS<br />

Em plena época balnear, que balanço faz da qualidade da<br />

água das praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />

Desde 2006, tem vin<strong>do</strong> a verificar-se uma melhoria progressiva<br />

e consistente da qualidade da água. O facto de<br />

até então ser desaconselhável utilizar as praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

tinha consequências muito negativas, quer na qualidade<br />

de vida das populações, quer na própria imagem da<br />

cidade.<br />

Quais as principais medidas tomadas pela Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

para inverter essa situação?<br />

Em escassos meses, num perío<strong>do</strong> que mediou entre a<br />

criação da empresa, em finais 2006, e Junho de 2007,<br />

foi possível detectar a principal razão pela qual as praias<br />

estavam poluídas. Havia muitos esgotos liga<strong>do</strong>s indevidamente<br />

às águas pluviais em vez de estarem liga<strong>do</strong>s à


DEstaque<br />

007<br />

CUIDADO COM O SOL!<br />

«NESTE VERÃO, SOL COM MODERAÇÃO…»<br />

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) vai este ano, e uma vez<br />

mais, desenvolver uma campanha de prevenção e alerta sobre os perigos da exposição<br />

exagerada aos raios solares, cuja principal mensagem é «Neste Verão,<br />

Sol com Moderação…».<br />

Esta acção de educação e sensibilização, a que a CMP aderiu, decorre de 15 de<br />

Julho a 31 de Agosto e contará com o apoio de diversas entidades e instituições<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e da sociedade civil.<br />

A campanha é desenvolvida em colaboração com a Sociedade Portuguesa de<br />

Dermatologia e com o apoio da Liga Portuguesa contra o Cancro.<br />

De acor<strong>do</strong> com a APCC, a incidência de cancro da pele é elevada e tem tendência<br />

para aumentar. «Apesar da maioria ser curável se diagnostica<strong>do</strong> e trata<strong>do</strong><br />

precocemente, cerca de 90% têm relação com os exageros de exposição ao sol,<br />

sobretu<strong>do</strong> na infância, a<strong>do</strong>lescência e adulto jovem», avisa aquela Associação.<br />

ciação.<br />

rede de saneamento, o que causava<br />

eleva<strong>do</strong>s níveis de poluição nas<br />

praias, ao contrário de algumas opiniões<br />

que advogavam que não haveria<br />

solução para as praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

enquanto o Douro não fosse despoluí<strong>do</strong>.<br />

Claro que o Douro também influencia,<br />

mas muito menos <strong>do</strong> que as<br />

descargas poluentes.<br />

Concretamente, o que foi feito para<br />

que, nesses meses, se notasse uma<br />

melhoria da qualidade da água das<br />

praias?<br />

Ao interceptar essas descargas poluentes,<br />

lançan<strong>do</strong>-as como esgotos<br />

que de facto são na respectiva estação<br />

de tratamento, registou-se desde<br />

logo uma melhoria significativa da<br />

qualidade da água das praias. Mas<br />

há que dizer que a poluição <strong>do</strong>s rios<br />

Douro e Leça também tem impacto<br />

nas praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Um factor que influi, por exemplo,<br />

na atribuição e manutenção da Bandeira<br />

Azul?<br />

Exactamente. Enquanto esses rios<br />

não forem despoluí<strong>do</strong>s, há sempre<br />

o risco de, em cada ano, termos, ou<br />

não, Bandeira Azul. Mas isso acontece<br />

em qualquer praia urbana. São zonas<br />

muito sensíveis e onde ocorrem<br />

fenómenos que fogem ao controlo da<br />

Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. A Bandeira Azul é<br />

o símbolo máximo de qualidade das<br />

praias. Está no imaginário das populações<br />

e tem um impacto decisivo na<br />

mobilização das pessoas, que ainda<br />

não o fizeram, para ligarem as suas<br />

casas à rede de saneamento.<br />

Este Verão, o <strong>Porto</strong> arrancou com<br />

quantas Bandeiras Azuis?<br />

No <strong>Porto</strong>, todas as praias entre a Foz<br />

<strong>do</strong> Douro e o Castelo <strong>do</strong> Queijo têm<br />

Bandeira Azul, o que significa que as<br />

pessoas podem utilizar as praias desta<br />

zona com toda a confiança. Ou seja,<br />

existem, neste contínuo litoral, três<br />

Bandeiras Azuis – uma por cada zona


DEstaque<br />

008<br />

Estamos a caminho da classificação de “Excelente”<br />

balnear que constam <strong>do</strong>s roteiros turísticos<br />

europeus – que englobam sete<br />

praias: Zona Balnear da Foz (Luz, Ingleses,<br />

Ourigo e Carneiro), Zona Balnear<br />

de Gondarém (Gondarém e Molhe)<br />

e Zona Balnear <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Leme,<br />

onde existe a praia com o mesmo<br />

nome e que foi a primeira a obter<br />

aquele estatuto. As praias<br />

<strong>do</strong> Castelo <strong>do</strong> Queijo e Internacional,<br />

junto a Matosinhos,<br />

ainda não o<br />

têm e a solução não<br />

depende apenas<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Como classifica a qualidade actual das<br />

praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />

Estamos a caminho da classificação de<br />

“Excelente”. O critério de análise já<br />

a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> pela União Europeia é mais<br />

justo, porque, em vez de analisar o que<br />

se passa dia-a-dia, opta por uma análise<br />

global <strong>do</strong>s últimos quatro anos. Ou<br />

seja, um problema episódico que pode<br />

ocorrer a qualquer momento não afecta<br />

a classificação, como infelizmente<br />

ainda pode acontecer, confundin<strong>do</strong> as<br />

pessoas.<br />

Que mensagem pretende transmitir,<br />

neste momento, aos portuenses ou aos<br />

visitantes <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />

Que vão às suas praias, com tão boa<br />

qualidade e tão perto!<br />

«VAMOS CONCLUIR A<br />

REDE DE SANEAMENTO<br />

ATÉ FINAL DE 2011»<br />

Quais os planos da Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> para<br />

o próximo triénio?<br />

Refere-se a factores aleatórios?<br />

Eles existem sempre. Simplesmente, nós introduzimos<br />

diversas defesas, desde logo com<br />

a ligação de todas as casas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> à rede<br />

de saneamento, que esperamos concluir até<br />

ao final de 2011, incluin<strong>do</strong> as ligações indevidas<br />

às águas fluviais, um investimento<br />

que ultrapassa os 22 milhões de euros.<br />

To<strong>do</strong>s os dias fazemos ligações. As pessoas<br />

estão a aderir bem, designadamente na<br />

zona oriental da cidade.<br />

Manter esta qualidade rumo à excelência.<br />

Mas é obvio que isso será como que<br />

correr atrás de um arco-íris, que teima<br />

em fugir-nos quan<strong>do</strong> nos aproximamos.<br />

Espero que também haja cada vez<br />

menos avarias e roturas de condutas<br />

de água e de colectores de saneamento<br />

e águas pluviais, à medida que vamos<br />

renovan<strong>do</strong> as redes. Contu<strong>do</strong>, haverá<br />

sempre surpresas!


DEstaque<br />

009<br />

NOVO INTERCEPTOR DE ÁGUAS<br />

PLUVIAIS PARA PROTEGER PRAIAS<br />

DOS INGLESES E OURIGO<br />

Além das novas ligações à rede de<br />

saneamento e da intercepção das águas<br />

pluviais <strong>do</strong>s jardins da Avenida <strong>do</strong> Brasil, foi<br />

lançada, em Maio, uma obra particularmente<br />

importante, como explicou Poças Martins.<br />

Trata-se de um novo interceptor de águas pluviais, que protegerá<br />

toda a zona das praias <strong>do</strong>s Ingleses e <strong>do</strong> Ourigo. É uma<br />

longa conduta, com 1,20 metros de diâmetro, que se estende<br />

desde a Rua de Diu, passan<strong>do</strong> pela da Senhora da Luz, in<strong>do</strong><br />

descarregar no Douro. Simultaneamente, procedeu-se à requalificação<br />

daquela zona, que passa a ter uma ciclovia e um<br />

novo pavimento.


DEstaque<br />

010<br />

«RIBEIRA DA ASPRELA<br />

JÁ TEM TROÇO REABILITADO»<br />

Relativamente às ribeiras, qual o ponto de situação?<br />

É um problema pareci<strong>do</strong> com o das praias, pois o que está em<br />

causa é, também, o saneamento. O nosso lema é despoluir,<br />

desentubar e reabilitar. Há troços que já estão reabilita<strong>do</strong>s,<br />

concretamente o da Ribeira da Asprela, junto à Faculdade de<br />

Economia, que é um troço-piloto de novas tecnologias amigas<br />

<strong>do</strong> ambiente. É um local onde especialistas e até alunos destas<br />

matérias podem analisar como é possível fazer uma reabilitação<br />

de linhas de água em zona urbana com muita qualidade<br />

e com custos controla<strong>do</strong>s.<br />

Como se inserem estes percursos pe<strong>do</strong>nais e<br />

ciclovias na cidade?<br />

A ideia é prolongar o percurso pe<strong>do</strong>nal e a<br />

ciclovia até à Marginal <strong>do</strong> Douro, junto ao Fluvial,<br />

aproveitan<strong>do</strong> a instalação de uma conduta<br />

com 8 km de comprimento. Ainda este ano,<br />

esperamos fazer a interligação de um troço com<br />

cerca de 1 km, desde a Marginal <strong>do</strong> Douro, em<br />

Gon<strong>do</strong>mar, até à zona da Pousada <strong>do</strong> Freixo. No<br />

fun<strong>do</strong>, pretende-se criar uma rede de percursos<br />

pe<strong>do</strong>nais e de ciclovias na cidade em conjugação<br />

com as que circundam as ribeiras e que só fazem<br />

senti<strong>do</strong> depois da sua despoluição.<br />

E quanto à Ribeira da Granja?<br />

A qualidade da água melhorou muito. Por outro la<strong>do</strong>, na zona<br />

de Ramalde <strong>do</strong> Meio, as margens foram já reabilitadas e foi<br />

cria<strong>do</strong> um percurso pe<strong>do</strong>nal/ciclovia ao longo da ribeira.


DEstaque<br />

011<br />

As perdas de água têm si<strong>do</strong> uma preocupação<br />

fundamental da empresa.<br />

Apesar de terem sofri<strong>do</strong> uma redução para<br />

metade, o Professor admite poder travá-las<br />

ainda mais. O processo significou já uma<br />

poupança de vários milhões de euros, com<br />

reflexos na contenção das tarifas cobradas<br />

aos consumi<strong>do</strong>res, não é assim?<br />

O combate às perdas é o que tem pago<br />

grande parte disto. Ou seja, nos últimos<br />

anos a factura da água <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

até baixou em termos reais, uma vez<br />

que o seu aumento foi sempre inferior<br />

ao da inflação. Temos consegui<strong>do</strong> poupar<br />

entre 4 a 5 milhões de euros por<br />

ano e têm si<strong>do</strong> esses ganhos de eficiência<br />

que, sem aumentos de tarifas,<br />

têm permiti<strong>do</strong> fazer tantas obras. Mas<br />

ainda devemos conseguir poupar anualmente<br />

mais 1 ou 2 milhões de euros.<br />

Sente-se, portanto, realiza<strong>do</strong> na liderança<br />

técnica da Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>…<br />

Obviamente, tem si<strong>do</strong> um trabalho gratificante.<br />

De facto, conseguiu-se muito<br />

em pouco tempo, temos um excelente<br />

conjunto de colabora<strong>do</strong>res que estão<br />

motivadíssimos e que são responsáveis<br />

pelos excelentes resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s.<br />

Ainda continua com a sua actividade<br />

<strong>do</strong>cente na Faculdade de Engenharia da<br />

Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />

Sim, desde 1974!<br />

E como consegue conciliar isso tu<strong>do</strong>?<br />

Dormin<strong>do</strong> depressa.<br />

«COMBATE ÀS PERDAS<br />

TEM PAGO GRANDE<br />

PARTE DAS OBRAS»


Actualidade<br />

012<br />

PARQUE ORIENTAL<br />

COMEÇA A NASCER<br />

JUNTO À MARGEM ESQUERDA DO RIO TINTO<br />

Intervenção no terreno<br />

começou em 2007<br />

Primeira fase <strong>do</strong> Parque finalmente inaugurada.<br />

A importância fulcral da despoluição <strong>do</strong> Rio Tinto foi um<br />

<strong>do</strong>s aspectos salienta<strong>do</strong>s por Rui Rio e Sidónio Pardal,<br />

que sonha em ver, de novo, trutas ali a nadar…<br />

A parcela oficialmente aberta à população, em Junho, com cerca de 10 hectares,<br />

corresponde sensivelmente a um quinto da área total <strong>do</strong> Parque e a um investimento<br />

da ordem <strong>do</strong> milhão e meio de euros, sem contar com o valor <strong>do</strong>s terrenos e com<br />

a utilização <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> próprio município.<br />

Para Rui Rio, que se encontrava acompanha<strong>do</strong> por Álvaro Castello-Branco, Vice-Presidente<br />

da autarquia e responsável pelo Pelouro <strong>do</strong> Ambiente, e ainda pelo arquitecto<br />

Sidónio Pardal, autor <strong>do</strong> projecto, a inauguração desta primeira fase <strong>do</strong> Parque<br />

Oriental constituiu «um momento importante» para a cidade, em particular para<br />

uma zona urbana bastante carenciada e deprimida, como tem si<strong>do</strong> o caso da de Azeve<strong>do</strong>/Campanhã,<br />

onde o Parque está inseri<strong>do</strong>.<br />

O novo espaço verde abrange cerca de 53 hectares demarca<strong>do</strong>s no Plano Director<br />

<strong>Municipal</strong> (PDM), ao longo de um território que, até aos dias de hoje, se manteve<br />

com características rurais, claramente separa<strong>do</strong> <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> urbano.<br />

Desde 2007 que a CMP tem vin<strong>do</strong> a desenvolver<br />

um importante projecto de<br />

consolidação <strong>do</strong> espaço verde, com a<br />

construção de muros, a partir da Rotunda<br />

das Areias. Foi justamente a primeira<br />

fase <strong>do</strong> projecto, com cerca de 100 mil<br />

metros quadra<strong>do</strong>s e localizada no extremo<br />

norte <strong>do</strong> vale <strong>do</strong> Rio Tinto, que foi<br />

concluída e está agora à disposição de<br />

to<strong>do</strong>s quantos dela queiram fruir.<br />

Nesta fase, o Parque contará com quatro<br />

unidades paisagísticas, devidamente<br />

tratadas e modeladas, com grande<br />

diversidade arbórea.<br />

De perfil mais acentuadamente bucólico<br />

e rural, o Parque Oriental constituirá<br />

parte integrante de <strong>do</strong>is importantes<br />

pólos nucleares de espaços verdes pensa<strong>do</strong>s<br />

para o <strong>Porto</strong>, juntamente com o<br />

Parque Ocidental da Cidade, este com<br />

características vincadamente metropolitanas<br />

e cuja consolidação está intimamente<br />

ligada ao facto recente de to<strong>do</strong>s<br />

os seus terrenos terem passa<strong>do</strong> em definitivo<br />

para a posse <strong>do</strong> município, o que<br />

fez com que ficasse a salvo de construções<br />

no seu interior, um desígnio de que<br />

a Câmara nunca abriu mão desde que<br />

Rui Rio assumiu a sua presidência.


actualidade<br />

013<br />

<strong>Porto</strong> deixará<br />

de contribuir<br />

para a poluição<br />

<strong>do</strong> rio em 2011<br />

Um convite à calma e ao sossego<br />

Para o arquitecto Sidónio Pardal<br />

a inserção <strong>do</strong> Parque Oriental na<br />

malha urbana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é uma<br />

necessidade<br />

De acor<strong>do</strong> com Sidónio Pardal, o conceito<br />

<strong>do</strong> Parque Oriental «traduz-se no<br />

ajustamento de toda a estrutura <strong>do</strong>s<br />

campos que ali existiam, segun<strong>do</strong> uma<br />

continuidade que permita às pessoas<br />

caminhar livremente, num contínuo<br />

natural, relva<strong>do</strong>, arboriza<strong>do</strong>, com uma<br />

rede de caminhos e estadias, que convidam<br />

ao lazer e à evasão <strong>do</strong> “stress”<br />

quotidiano».<br />

Aos olhos <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> projecto, a inserção<br />

deste espaço na malha urbana<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> afigura-se, por isso, como uma<br />

necessidade.<br />

ainda não está trabalha<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> por<br />

isso um desafio para os próximos anos,<br />

assim como a despoluição <strong>do</strong> rio Tinto,<br />

a cargo de uma equipa da empresa<br />

Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que tem trabalha<strong>do</strong><br />

intensivamente para que o rio volte<br />

a ter trutas, como dantes acontecia»,<br />

concluiu, com alguma nostalgia, aquele<br />

arquitecto paisagista.<br />

A despoluição <strong>do</strong> Rio Tinto é um<br />

aspecto nuclear no desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> Parque Oriental. «Perspectivar<br />

o futuro é continuar a despoluir o<br />

rio, um trabalho que tem vin<strong>do</strong> a ser<br />

conduzi<strong>do</strong> pela Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, mas<br />

que necessita, também, da colaboração<br />

de outros municípios, designadamente<br />

<strong>do</strong> de Gon<strong>do</strong>mar», vincou o<br />

Presidente da CMP.<br />

Sobre esta matéria, Álvaro Castello-<br />

Branco, responsável pelo Pelouro <strong>do</strong><br />

Ambiente, tem, aliás, deixa<strong>do</strong> bem<br />

claro que, em 2011, a cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

deixará, em definitivo, de contribuir<br />

para «tingir» – no senti<strong>do</strong> pejorativo<br />

<strong>do</strong> termo – o Rio Tinto.<br />

Tal circunstância decorre da intervenção<br />

que tem vin<strong>do</strong> a ser levada a cabo<br />

por aquela empresa municipal, nomeadamente<br />

ao nível <strong>do</strong> saneamento.<br />

«O <strong>Porto</strong> tem no vale <strong>do</strong> Rio Tinto<br />

um espaço com uma poética e<br />

com uma memória de paisagem<br />

rural, que é sentida como algo<br />

que falta integrar no teci<strong>do</strong> da<br />

cidade»<br />

«O vale e a estrutura <strong>do</strong> rio formam<br />

um elemento central <strong>do</strong> Parque, que


Actualidade<br />

014<br />

PARQUE DE S. ROQUE<br />

Uma cidade mais verde<br />

e ambientalmente mais saudável<br />

e inclusiva<br />

Em paralelo com a criação <strong>do</strong> Parque Oriental – cujos primeiros 10<br />

hectares já se encontram ao dispor de to<strong>do</strong>s quantos deles queiram<br />

usufruir – a CMP, através <strong>do</strong> Pelouro <strong>do</strong> Ambiente, vai olhan<strong>do</strong> com<br />

atenção para o de S. Roque em nome de uma cidade ecologicamente<br />

mais sadia e acolhe<strong>do</strong>ra. Ideias já há e planos também.<br />

Um parque<br />

“mal ama<strong>do</strong>”<br />

finalmente<br />

aberto à cidade<br />

Depois da abertura <strong>do</strong>s primeiros 10 hectares <strong>do</strong> Parque Oriental, a Câmara aposta<br />

agora na “redescoberta” <strong>do</strong> Parque de S. Roque, nomeadamente através da sua requalificação<br />

e aumento da área. A ideia é uni-lo ao Complexo <strong>do</strong> Monte Aventino, situa<strong>do</strong><br />

nas imediações, crian<strong>do</strong> assim um contínuo verde aprazível e convidativo ao lazer.<br />

O projecto de requalificação, que prevê a sua ampliação em cerca de <strong>do</strong>is hectares,<br />

encontra-se em fase de conclusão e o arranque das obras, com um ano de duração,<br />

está previsto para Outubro. O investimento ronda os três milhões de euros.<br />

Situa<strong>do</strong> na Zona Oriental, o Parque<br />

de S. Roque foi em tempos uma quinta<br />

ligada ao comércio <strong>do</strong> Vinho <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong>, com uma área de cerca de quatro<br />

hectares. Foi aberto ao público<br />

há 17 anos, mas, ao contrário <strong>do</strong> que<br />

sucedeu com outros espaços verdes,<br />

nunca chegou a ter a afluência desejada<br />

e como porventura merecia.<br />

«Vamos intervir não só para o requalificar<br />

no seu interior – com o correspondente<br />

aumento da área – como<br />

também no exterior, ao nível da via<br />

pública e nos espaços circundantes»,<br />

explicou Álvaro Castello-Branco, Vice-Presidente<br />

da CMP e responsável<br />

pelo Pelouro <strong>do</strong> Ambiente.<br />

«Isto significa» – acrescentou –<br />

«que passará a ser um parque aberto<br />

à cidade, deixan<strong>do</strong> de estar ‘cerca<strong>do</strong>’<br />

por muros e passan<strong>do</strong>, assim, a<br />

constituir um contínuo verde com<br />

o Monte Aventino até à Praça Dr.<br />

Francisco Sá Carneiro e Rua Prof.<br />

Bento de Jesus Caraça».<br />

A substituição <strong>do</strong> muro por uma vedação<br />

mais transparente, ampliação<br />

<strong>do</strong> recinto infantil e criação de uma<br />

zona de estacionamento para 90 automóveis<br />

são ainda algumas das soluções<br />

preconizadas pela autarquia, de<br />

forma a tornar o Parque de S. Roque<br />

mais apetecível e atractivo.


actualidade<br />

015<br />

ZONA DESPORTIVA INAUGURADA<br />

NO PARQUE DA CIDADE<br />

O Parque da Cidade está, desde finais<br />

de Abril, mais atractivo. A inauguração<br />

<strong>do</strong> complexo desportivo nos terrenos<br />

cedi<strong>do</strong>s pela autarquia ao Sport Club <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong>, em regime de direito de superfície<br />

por um perío<strong>do</strong> de 27 anos, aumentou<br />

a oferta em termos de espaços e<br />

equipamentos polidesportivos no mais<br />

emblemático espaço verde da cidade.<br />

Trata-se de um equipamento disponível<br />

a toda a população, mediante inscrição<br />

e pagamento <strong>do</strong> aluguer <strong>do</strong>s campos.<br />

Para além <strong>do</strong>s recintos desportivos<br />

inaugura<strong>do</strong>s, o Sport Clube <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

já tinha ali em funcionamento vários<br />

«courts» de ténis, cobertos e ao ar livre.<br />

Para mais tarde, fica o arranque da<br />

Academia de Dança, ballet e ginásios.<br />

A zona desportiva ao ar<br />

livre engloba um campo de<br />

futebol, no qual se poderá<br />

praticar, igualmente,<br />

hóquei em campo, um<br />

polidesportivo (ambos com<br />

relva sintética), <strong>do</strong>is<br />

campos de voleibol de praia<br />

e estruturas de apoio, entre<br />

outras valências.<br />

«Uma aposta ganha», referiu<br />

Álvaro Castello-Branco<br />

Para o Vice-Presidente da CMP e Verea<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> Ambiente e da Juventude,<br />

Álvaro Castello-Branco, esta zona desportiva<br />

ao ar livre «vai servir a cidade»,<br />

sen<strong>do</strong>, por isso, «uma aposta ganha».<br />

Embora já constasse <strong>do</strong> projecto inicial<br />

<strong>do</strong> arquitecto Sidónio Pardal, nunca tinha<br />

saí<strong>do</strong> <strong>do</strong> papel.<br />

Por seu la<strong>do</strong>, Paulo Barros Vale, presidente<br />

<strong>do</strong> Sport, destacou a importância<br />

da parceria entre o clube e a Câmara<br />

<strong>Municipal</strong>, que possibilitou a construção<br />

deste complexo desportivo no «pulmão<br />

verde» da cidade.


Actualidade<br />

016<br />

“UM DESAFIO ALICIANTE”<br />

Pinho da Costa confortável<br />

no seu novo cargo<br />

No âmbito da profunda reestruturação que os<br />

serviços minicipais sofreram em Abril último,<br />

Pinho da Costa é agora o responsável pela<br />

Direcção <strong>Municipal</strong> da Via Pública (DMVP),<br />

depois de ter desempenha<strong>do</strong> funções de<br />

administração nas Empresas Municipais<br />

DomusSocial e Gestão de Obras Públicas – GOP,<br />

a cujo Conselho de Administração presidiu.<br />

Elege a mobilidade e a requalificação <strong>do</strong> espaço<br />

público como as suas prioridades.<br />

PASSEIO ALEGRE<br />

PAVIMENTADO<br />

A zona <strong>do</strong> Passeio Alegre e Senhora da Luz deixou<br />

de ter aquele empedra<strong>do</strong> irregular e extremamente<br />

agressivo, incluin<strong>do</strong> as linhas <strong>do</strong> eléctrico há muito<br />

sem qualquer utilização e que agora estão a ser<br />

removidas.<br />

Este processo de requalificação ocorre na sequência das<br />

obras de instalação de infra-estruturas de abastecimento<br />

de água e de drenagem de águas residuais e pluviais,<br />

que desde Maio têm vin<strong>do</strong> a ser efectuadas pela empresa<br />

<strong>Municipal</strong> Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.


actualidade<br />

017<br />

Como se tem senti<strong>do</strong><br />

neste seu novo cargo?<br />

Tem si<strong>do</strong> muito trabalhoso, mas uma<br />

experiência extraordinária. As minhas<br />

melhores expectativas quanto à qualidade<br />

<strong>do</strong>s meios e recursos humanos que<br />

viria a ter ao meu dispor foram superadas.<br />

Tenho consciência de que isso nos<br />

responsabiliza ainda mais, mas é a pura<br />

verdade. Existem vários profissionais<br />

da Via Pública que só precisam que<br />

lhes sejam dadas condições de trabalho<br />

e de organização e, sobretu<strong>do</strong>, de<br />

se sentirem apoia<strong>do</strong>s no exercício das<br />

suas funções.<br />

Que aspecto considera mais<br />

relevante no que tem senti<strong>do</strong><br />

por parte justamente desses<br />

funcionários com quem agora<br />

trabalha directamente?<br />

Um inconformismo muito positivo. Alguns<br />

<strong>do</strong>s quadros superiores e intermédios,<br />

e mesmo <strong>do</strong> pessoal operário da<br />

DMVP, encaram o serviço público que<br />

prestam muito a sério e são esses os<br />

exemplos que precisamos de saber destacar<br />

para mudar rapidamente a atitude<br />

de to<strong>do</strong>s os outros colegas.<br />

Qual o maior desafio<br />

neste seu novo cargo?<br />

A actualização <strong>do</strong> cadastro das infraestruturas<br />

da cidade é um aspecto estrutural.<br />

Pelo menos está estancada a<br />

“sangria”, já que deixaram de existir<br />

intervenções em infra-estruturas que<br />

não estejam ou que não fiquem – por<br />

via da intervenção – cadastradas. Problema<br />

muito mais sério e difícil de resolver<br />

é a CMP conseguir repor, e disponibilizar<br />

até a qualquer interessa<strong>do</strong>, o<br />

cadastro de todas as infra-estruturas da<br />

cidade. Já não desafio, mas sonho, era<br />

que essas infra-estruturas pudessem ser<br />

todas desviadas, ou para galerias, ou<br />

para calhas técnicas de fácil acesso.<br />

O principal objectivo é aumentar a capacidade<br />

de drenagem, evitan<strong>do</strong> assim<br />

o mau funcionamento das infra-estruturas<br />

existentes. Também a Rua <strong>do</strong> Passeio<br />

Alegre e da Esplanada <strong>do</strong> Castelo<br />

sofreram intervenções, com vista à melhoria<br />

das condições de abastecimento<br />

de água e drenagem de águas pluviais.<br />

Apesar de os trabalhos na via pública<br />

terem si<strong>do</strong> interrompi<strong>do</strong>s durante o<br />

S. João, prevê-se que possam estar<br />

concluí<strong>do</strong>s em Julho.


Actualidade<br />

018<br />

OBRAS MAL ACABADAS<br />

NAS RUAS DA CIDADE<br />

- Uma situação a requerer maior<br />

atenção e acompanhamento especial<br />

O deficiente esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

pavimentos de algumas ruas<br />

da cidade está a suscitar<br />

particular atenção por parte<br />

<strong>do</strong>s serviços da Direcção<br />

<strong>Municipal</strong> da Via Pública.<br />

Identifica<strong>do</strong>s os problemas,<br />

avança-se, agora, para o<br />

terreno, no senti<strong>do</strong> de<br />

melhorar e resolver uma<br />

situação que não se<br />

compadece com a inércia e o<br />

desleixo.<br />

O cenário decorre das inúmeras intervenções<br />

levadas a cabo pelos vários<br />

concessionários/opera<strong>do</strong>res de infra-estruturas<br />

– alguns dependentes da CMP,<br />

como a Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> ou a <strong>Porto</strong> Digital,<br />

com as quais o contacto é mais fácil<br />

– mas também por outras entidades<br />

exteriores ao universo municipal, como<br />

sejam, por exemplo, a EDP, PT, EDP/Gás<br />

e Zon/TV Cabo.<br />

«A situação chegou a assumir proporções<br />

insustentáveis, não só devi<strong>do</strong><br />

ao eleva<strong>do</strong> número de intervenções<br />

no terreno, como também à falta de<br />

cuida<strong>do</strong> e de qualidade no trabalho de<br />

reposição <strong>do</strong>s pavimentos»,<br />

reconhece Pinho da Costa, Director<br />

<strong>Municipal</strong> da Via Pública (DMVP).<br />

Diálogo ao mais<br />

alto nível com os<br />

opera<strong>do</strong>res<br />

De acor<strong>do</strong> com aquele responsável, a situação<br />

pode ser caracterizada por três tipos<br />

fundamentais de problemas: falta de cumprimento<br />

<strong>do</strong>s prazos das obras, mesmo nas<br />

intervenções pedidas e licenciadas atempadamente;<br />

as chamadas «avarias» que, por<br />

não necessitarem de autorização «abrigam»,<br />

muitas vezes, outro tipo de intervenções<br />

e, finalmente, as obras efectuadas<br />

pura e simplesmente à revelia da Câmara.<br />

«Estamos a promover o diálogo ao mais alto<br />

nível com as várias empresas opera<strong>do</strong>ras,<br />

no senti<strong>do</strong> de as sensibilizar para a mudança<br />

de atitude que, neste <strong>do</strong>mínio, vai<br />

ocorrer na CMP», explica Pinho da Costa,<br />

sublinhan<strong>do</strong> o facto de o processo estar a<br />

ser lidera<strong>do</strong> pelo Pelouro <strong>do</strong> Urbanismo e<br />

Mobilidade e no qual a DMVP está directamente<br />

envolvida.<br />

«Reconhecemos o interesse público <strong>do</strong><br />

opera<strong>do</strong>r em repor o funcionamento de<br />

determinada infra-estrutura, mas existe<br />

também, pelo nosso la<strong>do</strong>, o interesse<br />

público de que os trabalhos sejam feitos de<br />

forma correcta e transparente (no caso das<br />

avarias) e com o menor impacto possível<br />

junto da população», sublinha, apontan<strong>do</strong><br />

situações em que a reposição <strong>do</strong>s<br />

pavimentos demoram semanas, meses e,<br />

nalguns casos, anos!


actualidade<br />

019<br />

CMP implacável nos<br />

casos de obras feitas<br />

à sua revelia<br />

Na óptica da DMVP, as situações mais<br />

graves prendem-se, todavia, com as intervenções<br />

que nem sequer são comunicadas<br />

aos respectivos serviços municipais,<br />

ou seja, à revelia da Câmara.<br />

Embora convicto <strong>do</strong>s frutos positivos<br />

<strong>do</strong> diálogo, Pinho da Costa alerta, no<br />

entanto, para a maior intransigência <strong>do</strong><br />

município, caso os compromissos estabeleci<strong>do</strong>s<br />

com os opera<strong>do</strong>res venham a<br />

ser viola<strong>do</strong>s.<br />

Em finais de Maio, 69% das intervenções<br />

em curso já conhecera uma<br />

“derrapagem” nos respectivos prazos<br />

de execução.<br />

A DECORRER DENTRO DO PRAZO PREVISTO<br />

158<br />

69%<br />

70<br />

30%<br />

A DECORRER FORA DO PRAZO PREVISTO<br />

«Admito que o processo possa<br />

necessitar de algum tempo<br />

para ser aplica<strong>do</strong> no terreno, até<br />

porque muitas dessas obras são<br />

subcontratadas a empreiteiros.<br />

Haverá, por isso, da nossa parte<br />

um maior esforço de acompanhamento<br />

e validação dessas<br />

intervenções. Mas, relativamente<br />

aos buracos feitos na via pública<br />

à revelia da CMP, seremos<br />

implacáveis. Para esses, haverá<br />

tolerância zero!»<br />

2197<br />

85%<br />

381<br />

15%<br />

Num total de 2578 intervenções<br />

realizadas pelos opera<strong>do</strong>res de infra-<br />

-estruturas entre Janeiro e Maio de<br />

2010, a esmaga<strong>do</strong>ra maioria (85%)<br />

é participada à CMP «a posteriori»,<br />

por alegadamente se tratar de avarias<br />

Nº DE INTERVENÇÕES SOLICITADAS E AUTORIZADAS Nº DE AVARIAS COMUNICADAS


Actualidade<br />

020<br />

NOVOS DIRECTORES MUNICIPAIS EMPOSSADOS<br />

A Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> procedeu, em Abril,<br />

a uma reforma na estrutura<br />

organizativa da autarquia,<br />

um processo que passou,<br />

entre outras, pela<br />

nomeação de quatro novos<br />

Directores Municipais, três<br />

<strong>do</strong>s quais designa<strong>do</strong>s em<br />

regime de substituição e um<br />

através da criação de uma<br />

nova unidade orgânica.<br />

José Duarte transita da Direcção <strong>Municipal</strong><br />

da Via Pública para a <strong>do</strong> Urbanismo,<br />

enquanto Pinho da Costa, que<br />

presidia ao Conselho de Administração<br />

da Empresa <strong>Municipal</strong> Gestão de Obras<br />

Públicas – GOP, assumiu a Direcção <strong>Municipal</strong><br />

da Via Pública. Por outro la<strong>do</strong>,<br />

Emília Galego é a nova Directora <strong>Municipal</strong><br />

de Recursos Humanos. A assessora<br />

de comunicação e imagem, Florbela<br />

Guedes, passou a responsável pelo<br />

Gabinete de Comunicação e Promoção,<br />

agora equipara<strong>do</strong> a Direcção <strong>Municipal</strong><br />

na estrutura orgânica <strong>do</strong> município.<br />

Rui Rio justificou os ajustes implementa<strong>do</strong>s<br />

no quadro organizacional <strong>do</strong> município<br />

com a necessidade de se proceder<br />

à rotatividade <strong>do</strong> exercício de alguns<br />

cargos dirigentes, sem que isso implique –<br />

necessariamente – a homologação de um<br />

certifica<strong>do</strong> de incompetência.<br />

A medida inscreveu-se, de resto, num<br />

conjunto de reformas internas iniciadas<br />

pela reforma da Macroestrutura e<br />

prosseguidas com a alteração <strong>do</strong> Código<br />

Regulamentar e criação de novas regras<br />

relativas ao controlo da assiduidade<br />

e da acumulação de funções. Ao to<strong>do</strong>,<br />

cerca de 40% das chefias mudaram<br />

de titular.<br />

EMPENHO E GRAU<br />

DE EXIGÊNCIA<br />

NUNCA PODEM SER<br />

ESQUECIDOS<br />

O Presidente da CMP aproveitou a cerimónia<br />

da posse <strong>do</strong>s novos dirigentes<br />

para reforçar, com toda a clareza,<br />

uma mensagem dirigida «para dentro».<br />

Isto é, independentemente <strong>do</strong> facto de<br />

já não poder ser submeti<strong>do</strong> a sufrágio<br />

eleitoral, por força <strong>do</strong> regime em vigor<br />

de limitação de mandatos com o qual,<br />

aliás, sempre concor<strong>do</strong>u, irá cumprir o<br />

seu mandato com o mesmo grau de exigência,<br />

e empenhamento de sempre.<br />

“All Blacks” vencem a “Plate Cup Betfair”<br />

Os “All Blacks”, equipa de Futsal da CMP, venceu, no passa<strong>do</strong> mês de<br />

Maio, a “Plate Cup Betfair”, uma prova disputada em Old Trafford, o<br />

emblemático estádio <strong>do</strong> Manchester United.<br />

Após ter derrota<strong>do</strong>, na fase<br />

de grupos, o Chipre (4-2), a<br />

Rússia (4-0) e a Inglaterra<br />

(2-1), o “cinco” portuense<br />

venceu, na final, a Bulgária,<br />

por 1-0.<br />

A participação <strong>do</strong>s “All Blacks”<br />

no torneio, que contou com<br />

a participação de mais 15<br />

equipas, foi conseguida após<br />

a conquista da finalíssima da<br />

Taça da Liga empresarial.


actualidade<br />

021<br />

CÂMARA APROVOU DEMISSÃO DE 23 FUNCIONÁRIOS<br />

LIGADOS À FRAUDE NOS ANTIGOS SMAS<br />

O Executivo autárquico aprovou, em Maio último, a demissão de 23<br />

funcionários <strong>do</strong>s antigos Serviços <strong>Municipal</strong>iza<strong>do</strong>s de Água e Saneamento<br />

(SMAS) da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e a suspensão de 37, to<strong>do</strong>s<br />

liga<strong>do</strong>s ao caso das alegadas burlas à ADSE, que terão lesa<strong>do</strong> o erário<br />

público em cerca de 200 mil euros.<br />

O processo ocorreu entre 2001 e 2005, no final <strong>do</strong> consula<strong>do</strong> de Nuno Car<strong>do</strong>so e<br />

durante a fase inicial <strong>do</strong> primeiro mandato de Rui Rio, quan<strong>do</strong> ao Verea<strong>do</strong>r Rui Sá<br />

(CDU) foi atribuída a tutela daqueles serviços, numa conjuntura política de governação<br />

sem maioria absoluta, por parte da coligação PSD/CDS-PP.<br />

Os funcionários em questão foram acusa<strong>do</strong>s de burla qualificada e falsificação de<br />

<strong>do</strong>cumentos, num processo que envolveu uma clínica dentária privada, através da<br />

qual terão si<strong>do</strong> cometi<strong>do</strong>s diversos procedimentos ilícitos e fraudulentos, tais como<br />

consultas nunca efectuadas, ou facturadas de forma inflacionada.<br />

A denúncia foi feita pela própria autarquia, quan<strong>do</strong> após a primeira maioria absoluta<br />

em 2005, a gestão <strong>do</strong>s então SMAS foi confiada a Joaquim Santos Carvalho, no âmbito<br />

de uma vasta acção interna de combate à fraude e corrupção, uma das prioridades<br />

sempre apontada por Rui Rio.<br />

Recorde-se que os SMAS foram extintos em 2006, ten<strong>do</strong> da<strong>do</strong> lugar à Empresa <strong>Municipal</strong><br />

Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, no quadro da reforma administrativa entretanto levada a cabo na autarquia.<br />

“UM CLAMOROSO<br />

ENRIQUECIMENTO<br />

DIRECTO”<br />

O relatório síntese elabora<strong>do</strong> pelo<br />

instrutor <strong>do</strong>s processos disciplinares,<br />

aprova<strong>do</strong> em sede de Executivo municipal,<br />

aponta como exemplo o caso de<br />

uma funcionária que logrou «não só<br />

que as comparticipações indevidamente<br />

recebidas cobrissem a totalidade <strong>do</strong><br />

preço <strong>do</strong>s tratamentos, mas também<br />

um clamoroso enriquecimento directo».<br />

Recorde-se que o Tribunal de Instrução<br />

Criminal <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> enviara, em Março,<br />

este processo para julgamento, o qual,<br />

para além <strong>do</strong>s antigos funcionários<br />

<strong>do</strong>s extintos SMAS, envolve, igualmente,<br />

um o<strong>do</strong>ntologista e sua mulher,<br />

proprietários de uma clínica dentária,<br />

no <strong>Porto</strong>.<br />

Rui Sá quer que<br />

Ministério Público<br />

faça investigação<br />

criminal à<br />

presença de<br />

La Féria no Rivoli<br />

O Verea<strong>do</strong>r comunista Rui Sá anunciou<br />

a intenção de apresentar uma participação-crime<br />

no Ministério Público<br />

contra a presença de Filipe La Féria no<br />

Rivoli, por considerar que tal situação<br />

apresenta «indícios de favorecimento»,<br />

por parte da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

A CDU entende que «não deve ser<br />

efectua<strong>do</strong> mais nenhum contrato de<br />

comodato», de forma a que, a partir de<br />

2010, possa ser assegurada «a abertura<br />

de um procedimento que garanta<br />

uma séria utilização <strong>do</strong> Rivoli como<br />

casa de promoção de novos públicos<br />

e de acolhimento <strong>do</strong>s grandes e prestigia<strong>do</strong>s<br />

festivais <strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>».<br />

Para além das grandes produções<br />

apresentadas por Filipe La Féria,<br />

o teatro Rivoli continuou a acolher<br />

– tal como no passa<strong>do</strong> – outros eventos,<br />

como foi o caso <strong>do</strong> Fantasporto<br />

em Março passa<strong>do</strong>.


Actualidade<br />

022<br />

MEDINA CARREIRA esteve no <strong>Porto</strong><br />

a convite <strong>do</strong> Presidente da CMP<br />

Na análise à situação actual <strong>do</strong> país – pincelada em tons sombrios e preocupantes –<br />

o conheci<strong>do</strong> fiscalista elegeu a necessidade de atrair investimento como uma das vias<br />

a seguir para a nossa economia. Uma via com senti<strong>do</strong> prioritário e obrigatório, aliás.<br />

O conheci<strong>do</strong> fiscalista foi o ora<strong>do</strong>r convida<strong>do</strong> pelo Presidente<br />

da CMP numa conferência destinada aos novos dirigentes da<br />

autarquia e demais funcionários interessa<strong>do</strong>s, que teve lugar<br />

no Auditório da Biblioteca <strong>Municipal</strong> Almeida Garrett.<br />

Ao longo da sua comunicação, Medina Carreira discorreu sobre<br />

variadas vertentes da vida portuguesa, com particular enfoque<br />

nos sectores da economia e finanças, educação e justiça,<br />

bem como no fenómeno da corrupção, aproveitan<strong>do</strong> ainda para<br />

– a talhe de foice – zurzir nas grandes obras públicas que constam<br />

da agenda <strong>do</strong> Governo e que considerou «lamentáveis».<br />

Com esta sessão e na sequência da recente reestruturação<br />

interna que promoveu neste início <strong>do</strong> seu último mandato,<br />

pretendeu-se sensibilizar os quadros da autarquia para a importância<br />

<strong>do</strong> contributo de cada um na recuperação da difícil<br />

situação que o país atravessa.


actualidade<br />

023<br />

ATRAIR INVESTIMENTO<br />

– o grande desígnio da economia portuguesa<br />

No seu estilo frontal e descomprometi<strong>do</strong>, por vezes mordaz,<br />

Medina Carreira socorreu-se de vários gráficos para ilustrar<br />

um diagnóstico assente na crueza <strong>do</strong>s números<br />

e caracteriza<strong>do</strong>r de uma realidade, cuja inversão irá exigir eleva<strong>do</strong>s<br />

desafios e sacrifícios.<br />

«O facto de não se ter prepara<strong>do</strong> o país para uma Europa<br />

aberta num perío<strong>do</strong> de pós-globalização é uma das razões da<br />

nossa desgraça», afirmou ao colocar a tónica na necessidade<br />

de atrair investimentos.<br />

De acor<strong>do</strong> com o antigo Ministro das Finanças <strong>do</strong> I Governo<br />

Constitucional lidera<strong>do</strong> por Mário Soares (1976-78),<br />

a riqueza nacional cresce hoje 30 vezes menos <strong>do</strong> que nos<br />

anos 70, o que – acrescentou – «significa que estamos tão<br />

mal como nos princípios <strong>do</strong> século XX», com a despesa pública<br />

e o endividamento nacional «a galopar» a partir da década<br />

de 90.<br />

«O défice orçamental pode ser corrigi<strong>do</strong>, mas isso não chega<br />

se a economia não arrancar», frisou, adiantan<strong>do</strong> que, nos últimos<br />

13 anos, a economia cresceu 2% enquanto a rubrica da<br />

despesa com pessoal juntamente<br />

com as protecções sociais registou um aumento de 4%.<br />

«Temos de arrumar a casa...<br />

e não fazer trampolinices»<br />

Para Medina Carreira, para que a recuperação <strong>do</strong> país deixe<br />

de ser uma miragem há que, em primeiro lugar, «arrumar a<br />

casa», o mesmo é dizer pôr as contas em ordem, bem como<br />

agilizar e aperfeiçoar o modelo organizativo e funcional da<br />

administração pública, da educação e da justiça, pois só assim,<br />

na sua óptica, é possível atrair investimentos capazes<br />

de gerar exportações e assim fazer crescer a economia.<br />

Em segun<strong>do</strong> lugar é «não fazer trampolinices», a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong><br />

uma cultura de seriedade que se pode resumir numa palavra:<br />

honradez. Mas é também desejar – advogou – «que nós, portugueses,<br />

estejamos abertos para perceber a situação real <strong>do</strong><br />

país», porque em regra – adiantou – «ainda só muito poucas<br />

pessoas a perceberam».


Actualidade<br />

024<br />

TVPORTO<br />

O Município em directo<br />

Depois de uma fase experimental, a TV<strong>Porto</strong><br />

prepara-se para chegar mais longe. Com este<br />

novo canal, a CMP oferece, especialmente,<br />

a to<strong>do</strong>s os portuenses – através <strong>do</strong> seu site<br />

www.cm-porto.pt – uma informação mais<br />

rica, e adaptada às novas tecnologias.<br />

Nos espaços municipais (cantinas, bibliotecas,<br />

entre outros), em muitos bairros sociais<br />

é já possível ver a TV<strong>Porto</strong>. Tem uma<br />

informação institucional, mas que tenta<br />

abarcar o mais possível todas a áreas<br />

de intervenção cívica, social, cultural,<br />

económica e desportiva.<br />

Com a TV<strong>Porto</strong> pode ficar a conhecer, diariamente,<br />

a principal actividade da autarquia,<br />

os novos projectos, decisões e muitas<br />

outras novidades também sobre a vida da<br />

cidade. Para além <strong>do</strong>s noticiários, a programação<br />

integra reportagens, entrevistas<br />

com diferentes personalidades <strong>do</strong> universo<br />

municipal e da cidade, programas de lazer<br />

(gastronomia, yoga, nutrição, etc).<br />

Se ainda não conhece está na hora de “ligar”<br />

a TV<strong>Porto</strong>, assistir à nossa programação<br />

experimental e quem sabe enviar-nos<br />

as suas sugestões para novas reportagens<br />

e abordagens temáticas.<br />

Uma equipa <strong>do</strong> Gabinete de Comunicação<br />

e Promoção prepara, to<strong>do</strong>s os dias,<br />

a programação da TV<strong>Porto</strong>, destacan<strong>do</strong>-se<br />

as pivots <strong>do</strong>s noticiários: Isabel<br />

Magalhães e Milene Câmara. Cada uma<br />

delas fala da sua experiência.<br />

OS ROSTOS<br />

Isabel Magalhães, 41 anos, funcionária da CMP desde 1992. Está a concluir o Curso de Comunicação<br />

no Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA-Gaia).<br />

É uma das apresenta<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> noticiário da TV<strong>Porto</strong>. Para Isabel Magalhães, este é um projecto<br />

aliciante, um novo desafio que abraça com muito prazer. Com 18 anos de serviço na Câmara<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, dez <strong>do</strong>s quais na Direcção <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong>s Serviços Administrativos, mais propriamente<br />

na recepção e protocolo – “onde fiz boas amizades, esta é, apesar de tu<strong>do</strong>, a primeira vez<br />

que sinto que estou realmente integrada num projecto inova<strong>do</strong>r”, confessa. O facto de estar<br />

nele desde o início, alia<strong>do</strong> ao seu regresso aos estu<strong>do</strong>s e à sua (quase, quase) licenciatura em<br />

comunicação, fazem com que sinta que “este é também um projecto meu, que cresceu com<br />

esta equipa e com o qual eu também cresci profissionalmente”.<br />

Milene Câmara é natural da ilha da Madeira. Com apenas 27 anos já passou pelo jornalismo<br />

televisivo, na redacção da TVI <strong>Porto</strong>, e em algumas produtoras de televisão, também na Invicta.<br />

Trabalhou ainda para o canal AXN e colaborou em projectos da imprensa escrita e online.<br />

Abraçou este desafio, porque considera a “ideia inova<strong>do</strong>ra” e partilha da opinião de que é no<br />

“casamento entre os media tradicionais com os novos media que está o futuro da informação”,<br />

aqui, numa “perspectiva institucional”. Milene Câmara foi a única nova contratação feita pela<br />

CMP para integrar este projecto, uma vez que to<strong>do</strong>s os outros já trabalhavam na autarquia.


actualidade<br />

APESAR DA CRISE,<br />

MUNICÍPIO DO PORTO<br />

MANTÉM EQUILÍBRIO FINANCEIRO<br />

025<br />

Apesar das repercussões que o cenário de crise fatalmente exerceu nas<br />

finanças locais, a situação que a este nível o município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresenta<br />

aponta para a consolidação financeira, ten<strong>do</strong> evidencia<strong>do</strong>, também<br />

em 2009, uma melhoria relativamente ao ano anterior. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, a poupança corrente – aplicada em investimento e amortização<br />

<strong>do</strong> passivo – cresceu de forma expressiva ao longo de 2007 e 2008,<br />

ten<strong>do</strong>-se fixa<strong>do</strong>, em 2009, nos 46 milhões de euros.<br />

A grave crise económica e financeira que se abateu sobre o país teve como consequência<br />

directa o decréscimo das receitas fiscais na ordem <strong>do</strong>s 13,2%, o que, em<br />

termos quantitativos, representou uma redução de cerca de 15,9 milhões de euros.<br />

Em termos específicos, as taxas de loteamento e obras particulares sofreram uma<br />

quebra acentuada (55%), ou seja, menos 11,2 milhões de euros.<br />

Nesta medida, foi decidi<strong>do</strong> avançar, no<br />

ano passa<strong>do</strong>, para a criação <strong>do</strong> segun<strong>do</strong><br />

Fun<strong>do</strong> de Investimento Imobiliário<br />

– «<strong>Porto</strong> D’Ouro» – em parceria com a<br />

Caixa Geral de Depósitos, cujas unidades<br />

de participação foram equitativamente<br />

repartidas (50% para cada instituição),<br />

no montante de 16,8 milhões<br />

de euros. Esta operação permitiu, nesta<br />

fase, ao município um encaixe extra de<br />

cerca de 7,8 milhões de euros.<br />

A luta pelo equilíbrio financeiro é uma<br />

luta de to<strong>do</strong>s os dias.<br />

CONTROLO DA DESPESA E CRIAÇÃO DE UM<br />

SEGUNDO FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO<br />

Para se precaver e contrariar esta forte quebra da receita corrente, a Câmara <strong>Municipal</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foi obrigada a recorrer a diversos mecanismos compensatórios para,<br />

pelo menos em parte, equilibrar os pratos da balança.<br />

A receita cobrada pela<br />

autarquia, em 2009,<br />

ascendeu a 207,5 milhões<br />

de euros.<br />

RÁCIOS DA ESTRUTURA DAS RECEITAS PRÓPRIAS 2006 2007 2008 2009 2010<br />

Impostos Municipais/Total das Receitas 33,3% 29,8% 32,5% 29,4% 30,3%<br />

Venda de bens de investimento/Total das Receitas 5,4% 4,6% 9,5% 5,5% 9,0%<br />

Total das Receitas Próprias/Total das Receitas 71,0% 70,3% 75,5% 67,9% 72,7%<br />

Total das Transferências/Total das Receitas 24,3% 25,5% 21,2% 21,5% 19,7%<br />

Passivos Financeiros/Total das Receitas 4,7% 4,3% 3,3% 5,2% 2,1%<br />

RÁCIOS DA DESPESA<br />

Transferências Correntes/Total das Despesas 7,0% 6,2% 4,6% 4,3% 4,1%<br />

Transferências Capital/Total das Despesas 21,0% 20,2% 21,5% 20,5% 17,2%<br />

Despesa Corrente/Total da Despesa 56,9% 63,9% 63,4% 62,2% 60,2%<br />

Despesa Capital/Total da Despesa 43,1% 36,1% 36,6% 37,8% 39,8%<br />

Total <strong>do</strong> Investimento/Total da Despesa 28,5% 25,0% 28,9% 27,5% 32,1%<br />

RÁCIOS DA DÍVIDA<br />

Dívida Bancária, Leasing e Factoring (% variação anual) -5,8% -3,4% -2,6% -7,2% -9,3%<br />

Juros Financeiros/Receitas Correntes 2,2% 3,4% 4,6% 3,7% 1,7%<br />

Amortizações / Despesa Total 5,7% 6,1% 5,2% 9,6% 7,1%<br />

Amortizações /Empréstimos utiliza<strong>do</strong>s * 117,3% 137,6% 157,8% 184,1% 336,1%<br />

(Dívida Bancária, Leasing e Factoring) / Sal<strong>do</strong> Corrente 4,3 5,3 4,8 4,1 2,9


Actualidade<br />

026<br />

REDUÇÃO DO PASSIVO<br />

- um imperativo fundamental<br />

Reduzir a dívida, de forma progressiva<br />

e sustentada, tem si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s objectivos<br />

fulcrais <strong>do</strong>s responsáveis pela gestão<br />

da autarquia.<br />

De acor<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>cumento supracita<strong>do</strong>, a dívida bruta global<br />

da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresentou, em 2009, uma redução<br />

da ordem <strong>do</strong>s 17,2 milhões de euros, equivalente a 11,5%.<br />

Refira-se, a propósito, que nos últimos três anos e em termos<br />

acumula<strong>do</strong>s, a dívida global <strong>do</strong> município foi reduzida em<br />

64,3 milhões de euros.<br />

De notar, por outro la<strong>do</strong>, que, em 2008 e segun<strong>do</strong> o Anuário<br />

Financeiro <strong>do</strong>s Municípios Portugueses publicada já este ano,<br />

o município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foi o que obteve melhores resulta<strong>do</strong>s<br />

económicos (21,9 milhões de euros) e o que, nesse ano, mais<br />

reduziu o seu passivo exigível (27,1 milhões de euros).<br />

Devem mais à Câmara <strong>do</strong> que esta deve aos seus fornece<strong>do</strong>res<br />

Um outro aspecto merece objectivamente destaque: trata-se <strong>do</strong> facto de o endividamento líqui<strong>do</strong> a curto prazo apresentar, pela segunda<br />

vez consecutiva, um valor negativo. Significa isto, em termos práticos e facilmente perceptíveis, que, em 31 de Dezembro de<br />

2009, o montante que deviam ao município era superior em 14,8 milhões de euros ao que o município deve aos seus fornece<strong>do</strong>res.<br />

BANCÁRIA<br />

TIPOS DE DÍVIDA<br />

Capital em dívida<br />

31/12/2009<br />

Capital em dívida<br />

31/12/2008<br />

Variação 08 - 09<br />

Valor %<br />

Médio Longo Prazo* 121.482.744 127.197.657 -5.714.913 -4,5<br />

Sem empréstimos Euro 2004 87.017.593 90.738.983 -3.721.390 -4,1<br />

Empréstimos Euro 2004 34.465.151 36.458.674 -1.993.523 -5,5<br />

Factoring 4.286.676 16.786.452 -12.499.776 -74,5<br />

Subtotal 125.769.420 143.984.109 -18.214.689 -12,7<br />

ADMINISTRATIVA<br />

Fornece<strong>do</strong>res 3.215.051 2.342.870 872.181 37,2<br />

Outros 3.964.898 3.826.347 138.552 3,6<br />

Subtotal 7.179.949 6.169.217 1.010.733 16,4<br />

Total 132.949.369 150.153.326 -17.203.956 -11,5<br />

CM PORTO - Variação da dívida bruta global | * incluin<strong>do</strong> leasing<br />

NOTÍCIAS SEM RIGOR TÉCNICO<br />

O anuário de 2008 <strong>do</strong>s municípios publica<strong>do</strong> pela Ordem <strong>do</strong>s<br />

Técnicos Oficiais de Contas serviu para alguns órgãos de Comunicação<br />

social afirmarem que a CMP era a terceira autarquia<br />

mais endividada <strong>do</strong> país.<br />

Embora tal possa corresponder à verdade, a forma como foi<br />

dito deixava parecer que a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é…<br />

efectivamente a terceira mais endividada.<br />

O erro consiste em comparar o que não é comparável. A CMP,<br />

sen<strong>do</strong> a segunda maior Câmara <strong>do</strong> país, é óbvio que tem de<br />

dever mais <strong>do</strong> que praticamente todas as restantes câmaras


actualidade<br />

027<br />

CMP confirma<br />

tendência para a<br />

contenção da despesa<br />

Já neste mês de Julho de 2010 e, perante<br />

o agudizar da crise económica que provocou<br />

uma quebra acrescida das receitas das<br />

autarquias, a CMP está a proceder a cortes<br />

suplementares na sua despesa como forma<br />

de evitar que a sua execução orçamental<br />

<strong>do</strong> corrente ano possa vir a ser deficitária,<br />

o que já não acontece há muitos anos,<br />

uma vez que os sal<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />

superavitários.<br />

Concomitantemente com o esforço orçamental orienta<strong>do</strong><br />

para o sector da receita, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da despesa – nomeadamente<br />

da corrente – a palavra de ordem foi contenção.<br />

De acor<strong>do</strong> com o Relatório de Gestão <strong>do</strong> município relativo<br />

ao exercício de 2009, refira-se que a despesa corrente foi<br />

mantida sob forte controlo, ten<strong>do</strong> regista<strong>do</strong> uma redução<br />

de 0,6% face a 2008, muito embora o aumento <strong>do</strong>s funcionários<br />

públicos determina<strong>do</strong> pelo Governo tivesse si<strong>do</strong> de 2,9%.<br />

A reorganização <strong>do</strong>s serviços municipais, a aposta na informatização<br />

e o esforço e empenho da maioria <strong>do</strong>s funcionários<br />

da autarquia permitiram, nos últimos anos, limitar os<br />

novos recrutamentos a uma entrada por cada duas saídas e,<br />

desta forma, reduzir sustentadamente o número de efectivos<br />

da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que, em 31 de Dezembro<br />

de 2009, se cifrava nos 2 783, sem inclusão das empresas<br />

municipais.<br />

CMP esforça-se por ter<br />

orçamentos rigorosos<br />

Uma taxa de execução <strong>do</strong> seu orçamento da receita superior<br />

a 90% é o principal indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esforço que a Câmara <strong>Municipal</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> faz no senti<strong>do</strong> de ter orçamentos rigorosos<br />

e que reflictam a realidade envolvente.<br />

A receita caiu fortemente, mas os orçamentos tiveram esse<br />

facto em linha de conta e a despesa adaptou-se aos patamares<br />

adequa<strong>do</strong>s.<br />

Efectivamente, em 2009,<br />

a receita corrente, fruto<br />

da estagnação económica<br />

verificada, registou uma<br />

quebra de 7,7%, ou seja, cerca<br />

de 13,9 milhões de euros, face<br />

ao ano de 2008. Em particular<br />

as taxas de loteamento<br />

e obras particulares sofreram<br />

uma quebra de 55%<br />

(-11,2 milhões de euros).<br />

portuguesas. Tal como os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s devem mais <strong>do</strong> que<br />

Portugal ou o Brasil mais <strong>do</strong> que o Burkina Fasso.<br />

Em termos relativos e, segun<strong>do</strong> os rácios tecnicamente adequa<strong>do</strong>s,<br />

a CMP tem um passivo reduzi<strong>do</strong> e, acima de tu<strong>do</strong>, um prazo<br />

de pagamento a fornece<strong>do</strong>res que, segun<strong>do</strong> o sal<strong>do</strong> de 31 de<br />

Dezembro era de apenas nove dias e que, em termos médios ao<br />

longo de 2009, foi de cerca de 40 dias. Isto mesmo reflecte a<br />

sua capacidade de pagar a tempo e horas.


Actualidade<br />

028<br />

A criação de parcerias público-privadas tem si<strong>do</strong><br />

um instrumento importante para a reabilitação<br />

<strong>do</strong> património municipal<br />

4000<br />

3500<br />

3000<br />

2500<br />

2000<br />

1500<br />

1000<br />

500<br />

0<br />

2002 2007 2008 2009<br />

CM PORTO - Número de Colabora<strong>do</strong>res<br />

Para os resulta<strong>do</strong>s consegui<strong>do</strong>s a nível da gestão contribuiu,<br />

em primeiro lugar, o facto de o município ter consegui<strong>do</strong> uma<br />

taxa de execução <strong>do</strong> seu orçamento da receita superior a 90%,<br />

em termos de cobrança. Esta taxa reflecte a preocupação pelo<br />

rigor imposto na elaboração <strong>do</strong>s orçamentos municipais e também<br />

a capacidade para encontrar fontes de receita alternativa.<br />

Paralelamente a estas medidas de gestão, a CMP continuou a<br />

recorrer às parcerias público-privadas para a reabilitação <strong>do</strong>s<br />

seus espaços e equipamentos de maior valor patrimonial, privilegian<strong>do</strong><br />

a sua gestão privada sempre que seja mais adequada<br />

aos fins e objectivos a que se destinam.<br />

Como exemplos mais significativos, refiram-se os casos <strong>do</strong><br />

Merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> Bom Sucesso, Praça de Lisboa, Merca<strong>do</strong> Ferreira<br />

Borges, Pavilhão Rosa Mota /Palácio de Cristal e a resolução<br />

<strong>do</strong> problema social existente no Bairro <strong>do</strong> Aleixo.<br />

O exemplo recente de grande sucesso no <strong>Porto</strong> é seguramente<br />

a utilização <strong>do</strong> Palácio <strong>do</strong> Freixo como Pousada. A inexistência<br />

da marca Pousadas de Portugal no <strong>Porto</strong> era uma lacuna<br />

que esta parceria veio ultrapassar com enormes vantagens<br />

para a cidade e, em particular, para a sua competitividade na<br />

área <strong>do</strong> Turismo.<br />

A construção de um Sea Life Center, que completou o seu primeiro<br />

aniversário no passa<strong>do</strong> mês de Junho, constituiu mais<br />

um elemento distintivo para a competitividade da Cidade.<br />

Ao dispor de um Sea Life Center, tal como muitas outras cidades<br />

europeias, o <strong>Porto</strong> consegue reforçar a sua atractividade.


actualidade<br />

029<br />

Sabia que, em 1889, o Município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> emitiu um empréstimo obrigacionista?<br />

Pois é. Emitiu 41 334 obrigações de Reis 90$000, ou seja, Reis 3 720 060$000.


Actualidade<br />

030<br />

Encontro entre os<br />

<strong>do</strong>is autarcas abor<strong>do</strong>u<br />

ainda outras questões<br />

O consenso entre os presidentes das<br />

duas maiores Câmaras Municipais <strong>do</strong><br />

país ocorreu durante um encontro no<br />

qual foram debatidas outras questões<br />

sobre as quais existe convergência.<br />

A necessidade de rever a lei autárquica<br />

e a transferência das competências de<br />

regulação de trânsito para as respectivas<br />

polícias municipais são alguns <strong>do</strong>s<br />

pontos sobre os quais Rui Rio e António<br />

Costa se mostraram convergentes,<br />

além de outros temas de cooperação<br />

bilateral e que, oportunamente, serão<br />

objecto de análise por parte <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is municípios.<br />

Em relação ao primeiro daqueles desígnios<br />

– a revisão da lei das autarquias<br />

– ambos os presidentes se pronunciaram<br />

pela necessidade de consenso entre as<br />

direcções <strong>do</strong>s respectivos parti<strong>do</strong>s – PSD<br />

e PS – com vista à criação de um diploma<br />

novo e ajusta<strong>do</strong> à realidade <strong>do</strong> país.<br />

MUNICÍPIOS DO PORTO E LISBOA<br />

ESTREITAM RELAÇÕES POLÍTICAS<br />

E INSTITUCIONAIS<br />

O consenso em torno de algumas questões de alcance<br />

e interesse comuns a ambas as autarquias tem esta<strong>do</strong> no<br />

centro <strong>do</strong> diálogo entre Rui Rio e António Costa.<br />

O recente acor<strong>do</strong> que permitirá realizar, alternadamente<br />

nas duas cidades, a corrida aérea Red Bull Air Race<br />

é disso exemplo.<br />

O entendimento sobre esta questão mereceu, inclusivamente, a aprovação, por maioria,<br />

de um voto de saudação por parte da Assembleia <strong>Municipal</strong> de Lisboa., apresenta<strong>do</strong><br />

pelos representantes <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Socialista.<br />

A moção sublinhava o facto de o acor<strong>do</strong> ter coloca<strong>do</strong> um ponto final numa «guerra<br />

sem senti<strong>do</strong>», relevan<strong>do</strong> ao mesmo tempo a sua importância ao «garantir a realização<br />

da corrida em Portugal por quatro anos».<br />

O texto da saudação enfatizava ainda o que considerava ser o mais importante, ou<br />

seja, «a defesa <strong>do</strong>s interesses das respectivas autarquias», desvalorizan<strong>do</strong> as «pequenas<br />

querelas que apenas provocam ruí<strong>do</strong> de fun<strong>do</strong>».


actualidade<br />

031<br />

FAP COM O QUEIMÓDROMO<br />

POR MAIS QUATRO ANOS<br />

Pelo menos durante o próximo quadriénio, a Federação<br />

Académica <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (FAP) poderá contar com o<br />

Queimódromo para aí realizar as suas actividades anuais<br />

relacionadas com a Queima das Fitas. À borla, é claro.<br />

O protocolo foi assina<strong>do</strong> em Maio e,<br />

para além da cedência gratuita daquele<br />

espaço por mais quatro anos, prevê<br />

ainda o estabelecimento de parcerias<br />

no âmbito <strong>do</strong> combate ao aban<strong>do</strong>no<br />

escolar precoce na cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a<br />

promoção <strong>do</strong> acesso ao emprego <strong>do</strong>s<br />

recém-licencia<strong>do</strong>s e a realização de<br />

espectáculos de divulgação da cultura<br />

estudantil e académica.<br />

Na cerimónia, o Presidente da CMP<br />

recor<strong>do</strong>u os seus tempos de estudante<br />

universitário e o papel desempenha<strong>do</strong><br />

pela Academia no rejuvenescimento da<br />

Queima no <strong>Porto</strong>. Acompanha<strong>do</strong> pelo<br />

Vice-Presidente e Verea<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Ambiente<br />

e da Juventude, Álvaro Castello-Branco,<br />

Rui Rio sublinhou a importância da festa<br />

<strong>do</strong>s estudantes no actual contexto<br />

cultural e social da cidade. «A Universidade<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é a principal garantia<br />

<strong>do</strong> nosso futuro e um factor de<br />

competitividade da cidade. A Queima<br />

é um <strong>do</strong>s seus emblemas, pelo que a<br />

Câmara cumpre o seu dever, apoian<strong>do</strong>-a»,<br />

afirmou.<br />

A assinatura <strong>do</strong> protocolo contou<br />

ainda com a presença de Guilhermina<br />

Rego, Verea<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e Coesão Social, de Vladimiro Feliz,<br />

responsável pelo Pelouro <strong>do</strong> Turismo,<br />

Inovação e Lazer e ainda de Gonçalo<br />

Gonçalves, Verea<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Urbanismo,<br />

para além, naturalmente, <strong>do</strong> líder da<br />

FAP, Ricar<strong>do</strong> Morga<strong>do</strong>.


Coesão social<br />

032<br />

BAIRROS SOCIAIS<br />

GOVERNO CORTA APOIOS<br />

NA REABILITAÇÃO<br />

A decisão <strong>do</strong> Governo em estrangular financeiramente o PROHABITA, no âmbito<br />

da elaboração <strong>do</strong> Orçamento de Esta<strong>do</strong> para 2010, vai exigir um maior esforço por<br />

parte da Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> em continuar a cumprir uma das suas grandes prioridades<br />

no capítulo da coesão social, ou seja, a reabilitação <strong>do</strong>s Bairros Sociais, nos<br />

quais habita quase 20% da população da cidade.<br />

O Presidente da CMP já fez saber, no entanto, que, muito embora o Instituto<br />

da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) – entidade responsável pela gestão<br />

daquele programa – tivesse si<strong>do</strong> esvazia<strong>do</strong> das verbas destinadas àquele fim, a<br />

autarquia não ficará de braços cruza<strong>do</strong>s, nem tão pouco aban<strong>do</strong>nará o seu compromisso<br />

político firma<strong>do</strong> com os portuenses. O processo de requalificação <strong>do</strong>s<br />

bairros sob a alçada <strong>do</strong> município prosseguirá, só que de forma mais lenta.<br />

Rui Rio não se tem cansa<strong>do</strong> de denunciar a situação e ainda recentemente voltou a<br />

fazê-lo, durante a intervenção proferida na sessão de abertura <strong>do</strong> XI Encontro Nacional<br />

de Fundações, realiza<strong>do</strong> em Maio na Fundação Eng.º António de Almeida.<br />

«Lamento que, em 2010, o Governo<br />

tenha corta<strong>do</strong> totalmente as verbas<br />

<strong>do</strong> PROHABITA, caben<strong>do</strong> à cidade <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> um apoio rigorosamente nulo.<br />

Julgo que este é, justamente, um<br />

tipo de investimento público que<br />

deveria ser promovi<strong>do</strong> por contrapartida<br />

a outros muito menos reprodutivos<br />

e bem mais avulta<strong>do</strong>s», observou<br />

então, desejan<strong>do</strong> que o Orçamento de<br />

Esta<strong>do</strong> para 2011 «possa corrigir esta<br />

opção de desvalorizar a reabilitação<br />

<strong>do</strong> edifica<strong>do</strong> de cariz social».<br />

Recorde-se que ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is últimos<br />

mandatos a autarquia presidida<br />

por Rui Rio investiu mais de 130 milhões<br />

de euros no capítulo da Habitação<br />

Social e recuperação <strong>do</strong>s bairros<br />

sob a sua tutela.<br />

Só em 2008/2009, o investimento municipal<br />

nessa área atingiu os 41,6 milhões de<br />

euros, ten<strong>do</strong> para esse efeito conta<strong>do</strong> com<br />

uma comparticipação de 10,8 milhões por<br />

parte <strong>do</strong> programa PROHABITA.


Coesão social<br />

033<br />

BAIRRO DO CERCO<br />

Um espaço urbano que se<br />

quer mais agradável<br />

e seguro<br />

ALGUNS EXEMPLOS DO QUE JÁ FOI FEITO<br />

É, pois, neste contexto que as intervenções no espaço público<br />

têm de ser encaradas. A mais relevante – e também a mais complexa<br />

– foi a legalização e deslocalização da Feira <strong>do</strong> Cerco.<br />

Desde o verão <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong> que a feira deixou de se realizar<br />

dentro <strong>do</strong> bairro – acaban<strong>do</strong> assim com o “suplício” das<br />

pessoas que pretendiam descansar mais um pouco nas manhãs<br />

de <strong>do</strong>mingo – para “assentar arraiais” na Alameda de<br />

Cartes, num espaço mais amplo e de acor<strong>do</strong> com um figurino<br />

devidamente organiza<strong>do</strong> e regulamenta<strong>do</strong>.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, um velho e degrada<strong>do</strong> rinque foi reconverti<strong>do</strong><br />

num recinto que poderá ser aproveita<strong>do</strong> para diversos fins, o<br />

mesmo suceden<strong>do</strong> com um equipamento inicialmente destina<strong>do</strong><br />

a um café, que, todavia, nunca o foi. Poderá, agora, albergar<br />

instituições de intervenção e apoio social.<br />

A abertura de espaços à claridade é muitas vezes – quan<strong>do</strong> não<br />

sempre – um factor determinante de inibição (no melhor senti<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> termo) de condutas delituosas. Por isso, foi destruída uma parede<br />

que tapava por completo uma escadaria, que, por ser esconsa<br />

e sombria, servia às mil maravilhas para o consumo de droga e<br />

que hoje, à luz <strong>do</strong> dia, é um local de passagem por onde as pessoas<br />

circulam normalmente e em segurança.<br />

O Cerco é um <strong>do</strong>s maiores bairros sociais <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

com os seus mais de 30 blocos, 862 fogos e um<br />

número de mora<strong>do</strong>res superior a três mil. Foi, por<br />

isso, escolhi<strong>do</strong> para ser palco <strong>do</strong> primeiro Contrato<br />

Local de Segurança, no âmbito <strong>do</strong> plano estratégico<br />

nacional destina<strong>do</strong> a reforçar a segurança<br />

e prevenir a criminalidade no país. A Câmara<br />

<strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foi a primeira a subscrever o<br />

protocolo com o Governo Civil, contan<strong>do</strong> para tal<br />

com a colaboração directa da PSP. A intervenção<br />

no terreno já começou.<br />

Apesar de minimalista – como lhe chamou o Comandante<br />

da Polícia <strong>Municipal</strong>, Leitão da Silva – a realização <strong>do</strong>s trabalhos<br />

afigura-se bastante importante, apesar de só abranger<br />

uma dezena de blocos. Por um la<strong>do</strong>, visa proporcionar<br />

melhores condições de vida a quem usufrui <strong>do</strong> espaço e, por<br />

outro, permite contribuir para a dinamização da actividade<br />

das diversas instituições e organismos que aí actuam, por<br />

exemplo no plano <strong>do</strong> apoio à terceira idade, prevenção da<br />

toxicodependência, integração e inclusão <strong>do</strong>s jovens, etc.,<br />

através da colaboração da Fundação <strong>Porto</strong> Social.<br />

«Falar de segurança não é só falar de polícia, ou de medidas<br />

policiais, mas sim de um espectro de factores muito mais<br />

vasto», salienta Leitão da Silva.<br />

«Falar deste conceito é, no fun<strong>do</strong>, falar de tu<strong>do</strong>, a começar<br />

pelas atitudes das pessoas, porque os primeiros polícias somos<br />

nós», adianta, adicionan<strong>do</strong> outras componentes importantes,<br />

tais como as de cariz espacial, ecológico, de ordenamento<br />

territorial e arquitectónico, entre outros.


Coesão social<br />

034<br />

REQUALIFICAÇÃO DO BAIRRO<br />

DO LAGARTEIRO<br />

PODE ARRANCAR NO VERÃO<br />

A requalificação deste aglomera<strong>do</strong> habitacional,<br />

composto por 13 blocos (446) fogos, onde residem<br />

1766 pessoas, representa um investimento global<br />

no edifica<strong>do</strong> na ordem <strong>do</strong>s 5,6 milhões de euros,<br />

2,7 <strong>do</strong>s quais comparticipa<strong>do</strong>s ao abrigo <strong>do</strong> programa<br />

«Bairros Críticos».<br />

Na sequência da assinatura <strong>do</strong> protocolo de colaboração<br />

entre o IHRU e a CMP - em Maio último - as obras de requalificação<br />

<strong>do</strong> Bairro <strong>do</strong> Lagarteiro poderão arrancar ainda<br />

este ano, previsivelmente no Verão. Pelo menos, é este<br />

o desejo da Câmara.<br />

CONTRATO LOCAL DE DESENVOLVIMENTO<br />

SOCIAL DE LORDELO DO OURO<br />

Em Abril foi celebra<strong>do</strong> um Protocolo de<br />

Compromisso, no âmbito <strong>do</strong>s Contratos<br />

Locais de Desenvolvimento Social (CLDS),<br />

entre a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

o Instituto de Segurança Social, I.P.<br />

e a Agência de Desenvolvimento Integra<strong>do</strong><br />

de Lordelo <strong>do</strong> Ouro (ADILO).<br />

No seguimento deste Protocolo será firma<strong>do</strong> o CLDS de Lordelo<br />

<strong>do</strong> Ouro sen<strong>do</strong> a sua entidade coordena<strong>do</strong>ra a ADILO. Esta,<br />

é uma associação interinstitucional de direito priva<strong>do</strong> sem<br />

fins lucrativos. Tem como objectivo principal a promoção de<br />

projectos na área <strong>do</strong> desenvolvimento comunitário e de apoio<br />

à população mais vulnerável centran<strong>do</strong> a sua intervenção na<br />

criação e dinamização de estruturas e serviços de apoio social<br />

e na concepção e desenvolvimento de projectos de intervenção<br />

em diversas áreas.<br />

Através desta intervenção territorializada pretende-se flexibilizar<br />

o formato <strong>do</strong>s programas de combate à pobreza, garantin<strong>do</strong><br />

a sua adequação às características <strong>do</strong> território e assegurar<br />

as respostas mais adequadas aos problemas identifica<strong>do</strong>s,<br />

potencian<strong>do</strong> os recursos disponíveis para a intervenção.


Coesão social<br />

035<br />

Para além da recuperação <strong>do</strong> edifica<strong>do</strong>,<br />

desde os telha<strong>do</strong>s às fachadas, o plano<br />

prevê ainda a criação de um equipamento,<br />

designadamente um pavilhão inexistente<br />

naquela parte da cidade e de alguns<br />

outros espaços multiusos destina<strong>do</strong>s à realização<br />

de actividades diversas no plano<br />

artístico e cultural, tais como, por exemplo,<br />

música, dança e design.<br />

Pretende-se, igualmente, intervir a<br />

nível urbanístico no espaço público<br />

envolvente – numa área global superior<br />

a 65 mil metros quadra<strong>do</strong>s – nomeadamente<br />

através da criação de novas ruas<br />

e de percursos pe<strong>do</strong>nais.<br />

O projecto de requalificação <strong>do</strong> Bairro<br />

<strong>do</strong> Lagarteiro engloba ainda uma<br />

revisão geral no equipamento de<br />

iluminação pública, tratamento <strong>do</strong>s<br />

espaços verdes e respectivos sistemas<br />

de irrigação.<br />

O Bairro <strong>do</strong> Lagarteiro vai conhecer melhores dias<br />

Contrato local de desenvolvimento social para combater a exclusão social


Coesão social<br />

036<br />

SAOM<br />

Um importante trabalho de inclusão social<br />

O SAOM (Serviços de Assistência Organizações<br />

de Maria) é uma instituição<br />

de solidariedade social, que tem aposta<strong>do</strong><br />

na sua valência de centro de dia,<br />

num convívio que privilegia uma acção<br />

conjunta caracterizada pela heterogeneidade<br />

etária, entre os 19 e os 90 anos.<br />

Em conjunto com o Pelouro<br />

<strong>do</strong> Conhecimento e Coesão<br />

Social desenvolve uma<br />

importante acção de<br />

ocupação de tempos livres,<br />

submetida a uma<br />

programação de<br />

actividades de cariz<br />

recreativo e cultural.<br />

O trabalho realiza-se a partir de um<br />

tema que seja comum à diversidade<br />

populacional presente neste sector.<br />

Tal foi o caso, ao desenvolver-se um<br />

trabalho, com o tema “A Ribeira”, que<br />

se justifica por ser um local da cidade,<br />

que faz parte da vivência <strong>do</strong>s mais<br />

velhos, mas também <strong>do</strong>s mais novos,<br />

que de diversas formas se prendem com<br />

este espaço urbano. Conseguem, desta<br />

forma, uma envolvência de to<strong>do</strong>s os<br />

elementos que nele participam, com<br />

resulta<strong>do</strong>s positivos.<br />

Morada:<br />

SAOM - Rua das Virtudes nº 11<br />

Preparação <strong>do</strong> novo Ano Escolar<br />

NOVO CENTRO EDUCATIVO NO PORTO<br />

A cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> vai contar com um novo estabelecimento de ensino integra<strong>do</strong> de 1.º<br />

Ciclo e Jardim-de-Infância já no próximo ano lectivo. O novo Centro Educativo, cuja<br />

construção se iniciou no passa<strong>do</strong> mês de Outubro, nascerá na Alameda das Antas.<br />

Prevista na Carta Educativa <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

a futura escola terá capacidade para<br />

250 alunos, 200 <strong>do</strong>s quais <strong>do</strong> 1º ciclo<br />

e os restantes <strong>do</strong> pré-escolar.<br />

O novo equipamento escolar será <strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />

de salas de aula e de actividades,<br />

sala de professores, gabinete de<br />

atendimento, gabinete médico, espaços<br />

de apoio e instalações sanitárias. Para<br />

além destas, terá também espaços de<br />

refeitório e cozinha, bem como biblioteca<br />

e sala polivalente.<br />

O novo Centro Educativo contará ainda<br />

com espaços exteriores para recreio coberto<br />

e ao ar livre e campo de jogos.<br />

A obra, da responsabilidade da GOP<br />

- Entidade Empresarial <strong>Municipal</strong> de<br />

Gestão de Obras Públicas da CMP, irá<br />

custar cerca de um milhão e oitocentos<br />

mil euros.


Coesão social<br />

037<br />

REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA EB1/JI S. MIGUEL DE NEVOGILDE<br />

As actuais instalações da EB1/JI S. Miguel<br />

de Nevogilde serão alvo de profunda<br />

intervenção, a partir de Setembro,<br />

ten<strong>do</strong> por objectivos colmatar a exiguidade<br />

de espaços físicos, proporcionar<br />

melhor qualidade e condições de ensino/aprendizagem,<br />

<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>, simultaneamente<br />

este Centro Educativo de valências<br />

que potenciem o usufruto efectivo<br />

de uma “Escola a tempo inteiro”.<br />

Será construí<strong>do</strong> um novo Centro Educativo,<br />

amplian<strong>do</strong> e requalifican<strong>do</strong> a oferta<br />

de salas nos terrenos da actual EB1,<br />

contemplan<strong>do</strong> mais quatro novas salas<br />

de actividades para a Educação Pré-Escolar,<br />

amplian<strong>do</strong> para seis a oferta neste<br />

nível de ensino. Para o 1º Ciclo <strong>do</strong><br />

Ensino Básico serão construídas mais<br />

nove novas salas de aula, amplian<strong>do</strong> a<br />

actual oferta para 16.<br />

O futuro equipamento terá capacidade<br />

para 500 alunos, 400 <strong>do</strong>s quais <strong>do</strong> 1º Ciclo<br />

e os restantes da educação pré-escolar.<br />

O novo equipamento escolar será <strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />

de salas de aula e de actividades,<br />

sala de professores, gabinete de<br />

atendimento, gabinete médico, espaços<br />

de apoio e instalações sanitárias. Para<br />

além destas, terá também espaços de<br />

refeitório e cozinha, bem como biblioteca<br />

e sala polivalente.<br />

O novo Centro Educativo contará ainda<br />

com espaços exteriores para recreio coberto<br />

e ao ar livre e campo de jogos.<br />

A obra, da responsabilidade da GOP -<br />

Entidade Empresarial <strong>Municipal</strong> de Gestão<br />

de Obras Públicas da CMP, irá custar<br />

cerca de 2,9 milhões de euros.<br />

KIT ESCOLAR: uma forma<br />

de ajudar famílias carenciadas<br />

Na sequência da medida implementada no arranque <strong>do</strong> ano lectivo transacto<br />

e ten<strong>do</strong> por base a actual situação económica <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s familiares,<br />

a actuação da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, em matéria de Educação<br />

passa, também, pelo auxílio económico às famílias com menores<br />

rendimentos, para a aquisição de livros e material escolar.<br />

O momento de contenção financeira que afecta, actualmente, a totalidade<br />

da população portuguesa, obriga a que tomemos medidas, no senti<strong>do</strong><br />

de libertar um pouco o fortíssimo investimento que os agrega<strong>do</strong>s familiares<br />

são obriga<strong>do</strong>s a fazer, no arranque de cada ano lectivo.<br />

Como complemento à atribuição <strong>do</strong> Subsídio de Acção Social<br />

Escolar, destina<strong>do</strong> à aquisição de livros escolares, foi tomada,<br />

pelo Executivo <strong>Municipal</strong>, a decisão de oferecer, a cada<br />

aluno que, no ano lectivo 2010/2011, se inscreva no 1º ano de<br />

escolaridade <strong>do</strong> 1º Ciclo <strong>do</strong> Ensino Básico, um KIT composto<br />

por: mochila, estojo/porta lápis, lápis, borracha, lápis de cor,<br />

régua, cola, esferográficas, afia lápis, cadernos e tesoura.<br />

No primeiro dia de aulas, os KITS estarão nas escolas para entrega a<br />

cada aluno <strong>do</strong> 1º ano de escolaridade.


GRANDE ENTREVISTA<br />

038<br />

Um regionalista<br />

criterioso<br />

Nasceu há 62 anos no <strong>Porto</strong> e, em 1970, licenciouse<br />

em Economia pela FEP. Em 1986, <strong>do</strong>utorou-se<br />

pelo Instituto Superior de Economia da Universidade<br />

Técnica de Lisboa.<br />

Entre 1970 e 1999 foi <strong>do</strong>cente na FEP, de 1988 a<br />

2000, no Instituto Superior de Estu<strong>do</strong>s Empresariais<br />

da Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ISEE) e, desde 2000,<br />

na Escola de Gestão <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, de cuja Direcção foi<br />

presidente até 2009. Actualmente, preside ao Conselho<br />

de Representantes da Faculdade de Direito<br />

da U. P. e, desde Junho <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, é Director-<br />

Geral da COTEC Portugal – Associação Empresarial<br />

para a Inovação. É, também, administra<strong>do</strong>r de<br />

várias empresas.<br />

Foi Ministro da Economia, Indústria, Comércio e<br />

Turismo <strong>do</strong> XIII Governo Constitucional lidera<strong>do</strong><br />

por António Guterres.<br />

DANIEL BESSA, professor de Economia<br />

e actual Director-Geral da COTEC Portugal –<br />

Associação Empresarial para a Inovação<br />

Considera que o plano «draconiano» de austeridade anuncia<strong>do</strong><br />

pelo Governo é suficiente para debelar a grave situação <strong>do</strong> País?<br />

O défice público necessita de ser reduzi<strong>do</strong> em quase 7% <strong>do</strong><br />

PIB (para regressar ao limite aceitável de 3% <strong>do</strong> PIB), qualquer<br />

coisa como 12 mil milhões de Euros. A intenção inicial<br />

era que esta redução se fizesse de forma faseada até 2013<br />

mas os merca<strong>do</strong>s, primeiro, e o Conselho Europeu, depois,<br />

exigiram que a redução, ten<strong>do</strong> o mesmo objectivo de um défice<br />

de 3% <strong>do</strong> PIB em 2013, se faça de mo<strong>do</strong> mais acelera<strong>do</strong>.<br />

O Governo português tem-se comporta<strong>do</strong> “a reboque” <strong>do</strong>s<br />

acontecimentos (já este Governo, pouco mais de meio ano<br />

atrás, começou por afirmar que não era necessário nenhum<br />

plano de austeridade), deixan<strong>do</strong> sempre a impressão de que<br />

as medidas que toma são insuficientes. Encontram-se também,<br />

essas medidas, demasia<strong>do</strong> <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da receita (aumento<br />

da carga fiscal) e muito pouco <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da despesa. Admito<br />

que o resulta<strong>do</strong> possa conseguir-se tanto de uma forma (aumento<br />

da receita) como de outra (diminuição da despesa),<br />

mas uma coisa é certa: quanto mais seguirmos a via <strong>do</strong> aumento<br />

da carga fiscal, menos potencial de crescimento o País<br />

evidenciará, a médio e longo prazo.<br />

«O GOVERNO NÃO CONTA TODA A<br />

VERDADE E DE CADA VEZ QUE FALA NÓS<br />

ACREDITAMOS CADA VEZ MENOS»<br />

Estará o Governo a contar-nos toda a verdade, ou ainda nem<br />

sequer vimos o fun<strong>do</strong> ao poço?<br />

Ao Governo pede-se, em simultâneo, várias coisas: que conte<br />

a verdade, mas também que gira expectativas. Não sei se é<br />

preciso contar, sempre, toda a verdade – os povos gostam,<br />

por vezes, de ouvir alguém dizer que estiveram em grandes<br />

perigos, de que não se aperceberam, e de que, felizmente, se<br />

libertaram. O problema, em Portugal, é que, infelizmente, o<br />

Governo não só não conta toda a verdade como tem vin<strong>do</strong><br />

a gerir as expectativas de forma desastrada: de cada<br />

vez que “esconde” alguma coisa, tem-se visto obriga<strong>do</strong><br />

a confessar, mais tarde, que “as coisas são<br />

piores <strong>do</strong> que havia começa<strong>do</strong> por admitir”. Em<br />

resulta<strong>do</strong> disto, o ciclo tornou-se inteiramente<br />

vicioso: o Governo não conta toda a verdade<br />

e, de cada vez que fala, nós acreditamos cada<br />

vez menos, fican<strong>do</strong> sempre convenci<strong>do</strong>s de<br />

que as coisas estão pior <strong>do</strong> que nos é dito.


GRANDE ENTREVISTA<br />

039<br />

Falan<strong>do</strong> em impostos, como antevê<br />

as repercussões sociais para as famílias<br />

portuguesas <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> IVA?<br />

Considera esta medida justa, ou apenas<br />

indispensável?<br />

Quan<strong>do</strong> se chega a uma situação de<br />

grande aperto financeiro, como aquela<br />

em que nos encontramos, exige-se mais<br />

eficácia <strong>do</strong> que justiça. O que os cre<strong>do</strong>res<br />

exigem de nós é que reduzamos o<br />

défice, de forma o mais eficaz e o mais<br />

rápida possível (para tratar de justiça,<br />

tivemos os cerca de vinte e cinco anos<br />

entre 1985 e 2010, em que ninguém<br />

nos incomo<strong>do</strong>u com dificuldades de<br />

crédito). Dito isto, é verdade que o IVA<br />

é um <strong>do</strong>s impostos mais injustos, incidin<strong>do</strong><br />

relativamente mais sobre as classes<br />

de mais baixo rendimento; mas é<br />

um <strong>do</strong>s mais eficazes e, por outro la<strong>do</strong>,<br />

quem se mostra tão preocupa<strong>do</strong> com o<br />

IVA parece pouco preocupa<strong>do</strong> com, por<br />

exemplo, o agravamento <strong>do</strong> IRS sobre<br />

os rendimentos mais eleva<strong>do</strong>s (a minha<br />

taxa de IRS passou, num ápice, de 42%<br />

para 46,5%, continuan<strong>do</strong> a haver quem<br />

tenha grande dificuldade em admitir<br />

que aumentou os impostos…).<br />

O Dr. Medina Carreira – uma das vozes<br />

que mais se têm feito ouvir sobre esta<br />

problemática – afirmou que não há solução<br />

possível enquanto não houver coragem<br />

política para mexer nos salários<br />

e prestações sociais. Quer comentar?<br />

Não é a primeira vez que Portugal passa<br />

por crises desta natureza, ten<strong>do</strong><br />

aconteci<strong>do</strong> o mesmo, já em democracia,<br />

em 1977-78 e em 1983-84. Nessas duas<br />

vezes, com intervenção <strong>do</strong> FMI, os salários<br />

foram substancialmente reduzi<strong>do</strong>s<br />

(cerca de 13%, em 1983-1984), ainda<br />

que por um processo não muito transparente.<br />

E isso aconteceu com os salários<br />

de toda a gente, não apenas <strong>do</strong>s<br />

funcionários públicos. Com a descida<br />

<strong>do</strong>s salários que se verificou reduziu-se<br />

o consumo interno, não apenas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

como das famílias, e, o que é também<br />

muito importante, estimularam-se<br />

as exportações. Foi isso que criou, em<br />

1983-84, as condições para um surto de<br />

crescimento económico que durou, pelo<br />

menos, até ao ano 2000. Desta vez,<br />

sen<strong>do</strong> mais difícil cortar os salários (tal<br />

teria de ser feito de forma inteiramente<br />

transparente, sem ilusão monetária,<br />

coisa que as pessoas parecem não aceitar),<br />

a resolução da crise vai ser muito<br />

mais difícil, prolongan<strong>do</strong>-se por muito<br />

mais tempo, com consequências sociais<br />

mais graves, com destaque para um<br />

muito maior aumento <strong>do</strong> desemprego.<br />

Em suma: o Dr. Medina Carreira tem,<br />

como sempre teve, razão.<br />

Como é que se provoca o arranque da<br />

economia quan<strong>do</strong> se asfixia o consumo?<br />

Portugal tem de mudar em muitas coisas;<br />

e uma das coisas em que tem de<br />

mudar é deixar de acreditar em afirmações<br />

como as que subjazem a esta<br />

questão. A economia não se faz de<br />

consumo, mas de produção. É verdade<br />

que, a curto prazo, na falta de melhor<br />

(por exemplo, investimento de qualidade),<br />

a produção pode ver-se estimulada<br />

por um aumento <strong>do</strong> consumo.<br />

A longo prazo, no entanto, exige-se<br />

investimento, tecnologia, recursos humanos<br />

qualifica<strong>do</strong>s, inovação; é isso,<br />

e só isso, que poderá fazer arrancar a<br />

economia, de forma sustentada, por<br />

maioria de razão num país, como Portugal,<br />

que tem de produzir mais para<br />

exportar mais, não para consumir mais<br />

(e isto durante alguns anos).<br />

«A REGIONALIZAÇÃO PODE SER UM CAMINHO<br />

PARA FAZER MELHOR»<br />

Segun<strong>do</strong> um relatório da U.E., Portugal foi o país que mais verbas recebeu e que<br />

mais beneficiou desses fun<strong>do</strong>s, mas, em contrapartida, foi o que menos cresceu e<br />

onde as disparidades regionais mais se acentuaram. Considera que a Regionalização<br />

– da qual é assumidamente defensor – poderia esbater as assimetrias <strong>do</strong> actual<br />

mapa autárquico?<br />

O juízo que nos é revela<strong>do</strong> no relatório da U.E. em apreço é, de facto, muito negativo.<br />

A regionalização pode ser um caminho para fazer melhor, sen<strong>do</strong> eu adepto<br />

de um processo de regionalização que distribua sobretu<strong>do</strong> capacidade de decisão<br />

sobre algumas das variáveis que mais afectam o nosso futuro: grandes investimentos<br />

públicos, sistemas de incentivos ao investimento priva<strong>do</strong>, prioridades <strong>do</strong><br />

sistema educativo, e outras <strong>do</strong> mesmo género. Mostrei-me sempre contrário a uma<br />

regionalização assente sobretu<strong>do</strong> no crescimento de um aparelho político-administrativo<br />

regional, gera<strong>do</strong>r de emprego improdutivo e de despesa.


GRANDE ENTREVISTA<br />

040<br />

Em entrevista à «<strong>Porto</strong> Sempre», Daniel<br />

Bessa traça um quadro sombrio da situação<br />

económico-financeira <strong>do</strong> país e não poupa<br />

críticas ao Governo, cujo comportamento –<br />

sublinha – se tem pauta<strong>do</strong> por «andar a<br />

reboque <strong>do</strong>s acontecimentos». Mais: em<br />

seu entender, o Executivo lidera<strong>do</strong> por José<br />

Sócrates não só não tem conta<strong>do</strong> «toda a<br />

verdade» ao país, como, inclusivamente,<br />

«tem vin<strong>do</strong> a gerir as expectativas de<br />

forma desastrada».<br />

«A MACROESTRUTURA DA CMP FOI DOS<br />

TRABALHOS DE QUE MAIS ME ORGULHO,<br />

EM PARTICULAR DA CRIAÇÃO DO GABINETE<br />

DO MUNÍCIPE»<br />

O Senhor Professor foi autor da primeira Macroestrutura da<br />

CMP, em 2003, que instituiu o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe. Ao fim<br />

de seis anos, que análise faz da actividade deste departamento?<br />

É verdade: fui co-autor e, sem falsa modéstia, principal inspira<strong>do</strong>r<br />

da Macroestrutura da CMP implementada em 2003.<br />

É um <strong>do</strong>s trabalhos em que mais me empenhei, que realizei<br />

com maior gosto e de que mais me orgulho entre to<strong>do</strong>s os que<br />

efectuei ao longo da minha vida profissional. Houve, mesmo<br />

assim, coisas que correram menos bem (a questão da informá-<br />

«TENHO A MAIOR DIFICULDADE EM COMPREENDER<br />

A PERSISTÊNCIA DO GOVERNO EM PROSSEGUIR COM<br />

AS GRANDES OBRAS PÚBLICAS»<br />

Para o ex-Ministro da Economia de António Guterres, portuense<br />

de nascimento e regionalista por convicção – um<br />

processo que lhe merece simpatia apenas enquanto factor<br />

de desenvolvimento e nunca de catalisa<strong>do</strong>r de despesa<br />

à custa <strong>do</strong> crescimento de um improdutivo aparelho político-administrativo<br />

– «quanto mais seguirmos a via <strong>do</strong><br />

aumento da carga fiscal, menos potencial de crescimento<br />

Portugal evidenciará, a médio e longo prazo». Discorda da<br />

oportunidade <strong>do</strong>s grandes projectos de obras públicas e defende<br />

que a «única forma aceitável» de combater o défice<br />

público consiste em produzir mais para exportar mais».<br />

E, de passagem, não deixa de alertar para a necessidade<br />

de o país ver ressurgir «to<strong>do</strong> um outro programa político,<br />

a começar por um novo Programa de Governo».<br />

Na conjuntura actual, como vê a persistência <strong>do</strong> Governo em<br />

prosseguir com as grandes obras públicas, enquanto factores<br />

de dinamização económica? Concorda com a sua consecução,<br />

propõe adiamentos ou defende uma análise caso a caso?<br />

Tenho a maior dificuldade em compreender a persistência <strong>do</strong><br />

Governo nos grandes projectos de obras públicas, que começa<br />

a escapar a qualquer senti<strong>do</strong> de razoabilidade. Fica a sensação<br />

de que “é assim porque é”, ponto final, como se estivesse em<br />

jogo uma qualquer transcendência. Faz mal, o Governo, em<br />

prosseguir este caminho: porque não é verdade (como afirmei<br />

acima, não precisamos de consumo nem de investimentos<br />

de baixa reprodutividade; precisamos de produzir coisas que<br />

se vendam, nos merca<strong>do</strong>s externos); e porque, de uma forma ou<br />

de outra, não vai fazer essas obras (pela razão, prosaica, de que<br />

não tem dinheiro nem vai encontrar quem o financie com esse<br />

objectivo). Ao insistir nestes projectos, perde, em cada dia que<br />

passa, um pouco mais de credibilidade. Em situações como esta,<br />

adiar surge sempre como uma boa solução, pelas melhores razões<br />

(à espera de melhores condições financeiras) e também porque<br />

constitui uma forma aceitável de “salvar a face”.<br />

Como encara a decisão <strong>do</strong> Governo em aplicar nas obras da<br />

terceira travessia <strong>do</strong> Tejo fun<strong>do</strong>s comunitários inicialmente<br />

previstos para a construção das linhas de TGV para as ligações<br />

Lisboa-<strong>Porto</strong> e <strong>Porto</strong>-Vigo?


GRANDE ENTREVISTA<br />

041<br />

tica e <strong>do</strong>s sistemas de informação; a dificuldade em submeter as empresas<br />

municipais a um funcionamento em que fosse possível criar uma holding<br />

centraliza<strong>do</strong>ra e racionaliza<strong>do</strong>ra de vários processos de gestão). Do la<strong>do</strong><br />

oposto, orgulho-me em particular <strong>do</strong> Gabinete <strong>do</strong> Munícipe (da ideia que<br />

tive e, sobretu<strong>do</strong>, <strong>do</strong> extraordinário trabalho realiza<strong>do</strong> pelas pessoas que<br />

tiveram a responsabilidade de a implementar). Verifiquei, durante vários<br />

anos, que o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe constituía uma das realizações mais admiradas<br />

<strong>do</strong> Município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e da sua Câmara <strong>Municipal</strong>, merece<strong>do</strong>ra de<br />

muitas referências elogiosas e mesmo de vários prémios; espero que assim<br />

continue por muitos e bons anos, melhora<strong>do</strong> sempre.<br />

O Norte tem um imenso capital de queixa<br />

em relação à concentração da despesa<br />

pública, e sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong> investimento<br />

público, na Área Metropolitana de Lisboa.<br />

Partilho este capital de queixa, de que<br />

procuro retirar consequências políticas.<br />

Dito isto, não gostaria de entrar em<br />

apreciações sobre projectos concretos,<br />

que nem sempre conheço em toda a sua<br />

extensão.<br />

Com um défice da ordem <strong>do</strong>s 9,4% <strong>do</strong><br />

PIB, um endividamento externo elevadíssimo<br />

e mais de meio milhão de desemprega<strong>do</strong>s,<br />

como e quan<strong>do</strong> pensa que vamos<br />

sair disto?<br />

Só há uma forma aceitável de “sair disto”:<br />

produzir mais, leia-se, crescer economicamente,<br />

o que, nas condições existentes, só<br />

pode significar produzir mais para exportar<br />

mais. Tenho dito, com inteiro senti<strong>do</strong><br />

da responsabilidade e sem querer ofender<br />

ninguém, que se torna necessário to<strong>do</strong> um<br />

outro programa político, a começar por um<br />

novo Programa de Governo. Mas, para já,<br />

é necessário resolver problemas urgentes<br />

de tesouraria, equilibrar as contas e fazer<br />

com que a confiança <strong>do</strong>s cre<strong>do</strong>res recupere;<br />

só depois será possível “começar de<br />

novo”, esperemos que em boa direcção.<br />

«O PORTO COMEÇA A APARECER NO<br />

‘MAPA DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS’»<br />

Como tem encara<strong>do</strong> esta recente “movida” nocturna <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e quais os efeitos, até<br />

a nível de atractividade económica, que esta “onda” pode provocar na cidade?<br />

Por razões que se prendem com a minha vida pessoal não sou um grande frequenta<strong>do</strong>r<br />

da “noite <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>”, em particular desta sua nova frente artístico-cultural.<br />

Aprecio, mesmo assim, o esforço de revitalização que tem vin<strong>do</strong> a fazer-se, e os<br />

seus primeiros resulta<strong>do</strong>s; o <strong>Porto</strong> começa a aparecer no “mapa das indústrias criativas”,<br />

a ponto de merecer referências tão reconfortantes e tão estimulantes como<br />

a que nos foi feita pelo Senhor Presidente da República no seu discurso <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />

dia 25 de Abril. Inicia<strong>do</strong> o caminho, sou defensor de uma postura de rigor, incluin<strong>do</strong><br />

nomeadamente “uma métrica de resulta<strong>do</strong>s” (não tanto de dinheiro gasto mas<br />

de número de pessoas que residem, número de pessoas que nos visitam, número de<br />

pessoas que trabalham, negócios efectua<strong>do</strong>s, empregos cria<strong>do</strong>s, rendimento gera<strong>do</strong> e<br />

distribuí<strong>do</strong>, etc.).


Área Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

042<br />

METRO<br />

ENTERRADO<br />

NO PARQUE DA<br />

C I D A D E<br />

A ligação Matosinhos Sul a S.<br />

Bento, conhecida por Linha de<br />

Campo Alegre, vai atravessar<br />

o parque da Cidade em túnel.<br />

A decisão da Câmara, tomada<br />

em finais de Março, obrigou a<br />

Metro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> a rever o<br />

estu<strong>do</strong> de impacte ambiental,<br />

que não contemplava essa<br />

possibilidade.<br />

Segun<strong>do</strong> o projecto da Metro, a linha já<br />

vem enterrada desde a gare de Matosinhos<br />

Sul, prosseguin<strong>do</strong> nessa situação<br />

sob a Rua Brito Capelo, Praça Cidade S.<br />

Salva<strong>do</strong>r e continuan<strong>do</strong> em direcção ao<br />

Parque da Cidade, onde será construída<br />

uma estação. Cruza, em seguida, a Avenida<br />

da Boavista e segue enterrada sob<br />

a futura Via Nun’Álvares e Rua Diogo<br />

Botelho.<br />

Justifican<strong>do</strong> a posição que acabou por<br />

prevalecer, reunin<strong>do</strong> até um certo consenso,<br />

o Presidente da CMP observou<br />

que seria «um absur<strong>do</strong>» desenterrar<br />

o Metro apenas na sua passagem pelo<br />

Parque da Cidade, uma vez que ele já<br />

vem em túnel desde Matosinhos.<br />

«Seria irracional fazer uma trincheira<br />

enorme para colocá-lo à superfície<br />

e outra para enterrá-lo alguns metros<br />

mais à frente», sustentou.<br />

Em estu<strong>do</strong> está a possibilidade de optar<br />

pelo atravessamento enterra<strong>do</strong> da Rua<br />

D. Pedro V, em vez de o fazer através<br />

de um viaduto.<br />

Metro apresentou ao<br />

Executivo os projectos<br />

das novas linhas<br />

Uma delegação da Metro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresentou,<br />

entretanto, ao Executivo os<br />

projectos das novas linhas referentes à<br />

segunda fase da rede, no que toca aos<br />

atravessamentos localiza<strong>do</strong>s no concelho<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

As ligações em causa, que se encontram<br />

em fase de estu<strong>do</strong> prévio e de<br />

definição <strong>do</strong>s traça<strong>do</strong>s definitivos, são<br />

as seguintes: Linha de S. Mamede, que<br />

faz ligação ao Pólo Universitário, Linha<br />

de Campo Alegre, entre Matosinhos<br />

Sul e S. Bento e Linha de Campanhã a<br />

Gon<strong>do</strong>mar, via Valbom. A quarta linha,<br />

que pertence a este novo contingente,<br />

situa-se em Gaia e consiste na extensão<br />

a Vila d’Este, via Laborim.<br />

Linha de Valbom<br />

deve servir zona de<br />

Azeve<strong>do</strong>/Campanhã<br />

No que respeita à linha de Valbom, a<br />

CMP sugeriu já algumas alterações ao<br />

traça<strong>do</strong> proposto pela Metro, no senti<strong>do</strong><br />

de melhor servir a zona de Azeve<strong>do</strong>/<br />

Campanhã, algo que para a autarquia<br />

se assume como uma prioridade.<br />

«O que está em causa não são só os aspectos<br />

relaciona<strong>do</strong>s com a mobilidade –<br />

importantes, sem dúvida – mas também<br />

a componente <strong>do</strong> desenvolvimento»,<br />

sublinhou Rui Rio, referin<strong>do</strong>-se a uma<br />

das zonas mais deprimidas da cidade <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong>, em relação à qual a proximidade<br />

<strong>do</strong> Metro se afigura fundamental.


Área Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

043<br />

NOVOS HOTÉIS<br />

PARA ACOLHER MAIS TURISTAS<br />

O Turismo é <strong>do</strong>s sectores<br />

que mais competitividade<br />

traz à cidade. O <strong>Porto</strong> é uma<br />

marca que se encontra<br />

associada ao que de melhor<br />

existe na região: o seu<br />

vinho, gastronomia,<br />

paisagem, arquitectura,<br />

história, mas também<br />

acessibilidades, com<br />

destaque, naturalmente,<br />

para o Aeroporto Francisco<br />

Sá Carneiro. É por aí que<br />

muitos turistas começam<br />

por descobrir a cidade.<br />

A reabilitação da Baixa tem permiti<strong>do</strong><br />

uma maior procura por parte de<br />

investi<strong>do</strong>res, nomeadamente no ramo<br />

hoteleiro. São cerca de 20 hotéis que já<br />

abriram ou ainda vão abrir portas nos<br />

próximos meses ou durante o próximo<br />

ano. Maior parte deles ficará instalada<br />

em antigos prédios degrada<strong>do</strong>s daquela<br />

zona da cidade. Alguns projectos<br />

encontram-se em fase de licenciamento<br />

ou já em obras.<br />

É o caso <strong>do</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas, situa<strong>do</strong><br />

na Avenida <strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s. Onde antes<br />

existia o antigo Convento <strong>do</strong>s Lóios<br />

abrirá, durante o primeiro trimestre de<br />

2011, o Intercontinental <strong>Porto</strong> Palácio<br />

das Car<strong>do</strong>sas. Um hotel de cinco estrelas<br />

com 105 quartos.<br />

Mesmo em frente vai surgir um outro<br />

projecto hoteleiro, de quatro estrelas,<br />

deven<strong>do</strong> abrir em 2013. Trata-se <strong>do</strong><br />

Hotel Alia<strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>, com 52 quartos.<br />

Ficará instala<strong>do</strong> num conjunto de cinco<br />

edifícios que fazem esquina com a Rua<br />

<strong>do</strong>s Clérigos. A entrada será feita pela<br />

Rua <strong>do</strong> Almada.<br />

Quem já abriu portas foi o Ibis <strong>Porto</strong><br />

Centro, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Centro Comercial Invictos,<br />

na Rua da Alegria, junto à Praça<br />

<strong>do</strong>s Poveiros. Um projecto <strong>do</strong> grupo<br />

Accor, que também decidiu investir na<br />

Baixa. Ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Teatro Sá da Bandeira<br />

abriu o Hotel Teatro, numa homenagem<br />

ao antigo Teatro Baquet, que ali existia<br />

e ardeu em 1888.<br />

Ainda em obra está o Hotel Águia<br />

d’Ouro, a instalar no antigo cinema<br />

com o mesmo nome. Terá 125 quartos<br />

low cost, com internet wireless gratuita<br />

em to<strong>do</strong> o hotel.<br />

Eis alguns exemplos de novas ofertas,<br />

em termos hoteleiros, que a cidade vai<br />

poder oferecer nos próximos tempos,<br />

permitin<strong>do</strong> também que mais turistas<br />

a possam visitar.


044<br />

BAIXA<br />

HOTEL DAS CARDOSAS<br />

UM ELEMENTO DINAMIZADOR DA<br />

REABILITAÇÃO DA BAIXA DO PORTO<br />

Obras têm decorri<strong>do</strong> sem imprevistos de<br />

maior, de mo<strong>do</strong> a que o Intercontinental<br />

<strong>Porto</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas possa abrir<br />

as portas ainda este ano.<br />

Charme é a palavra adequada para qualificar a unidade<br />

hoteleira de referência que está a nascer nas entranhas<br />

<strong>do</strong> histórico e emblemático Palácio das Car<strong>do</strong>sas, no âmbito<br />

<strong>do</strong> processo de requalificação que a <strong>Porto</strong> Vivo, SRU<br />

está a levar a cabo no quarteirão com o mesmo nome.<br />

O facto de se tratar da reabilitação de um edifício classifica<strong>do</strong><br />

e de considerável valor histórico-patrimonial, cujas<br />

fachadas serão preservadas, elevou substancialmente a<br />

complexidade técnica da obra, tanto mais que foi possível<br />

testemunhar as intervenções pontuais e não integradas<br />

de que foi alvo ao longo <strong>do</strong>s últimos 60/70 anos.<br />

Esta circunstância traduziu-se na descontinuidade estrutural<br />

que inviabilizou a sua adaptação linear ao uso hoteleiro,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> necessário, naturalmente, criar as condições<br />

técnicas para poder obedecer a to<strong>do</strong>s os severos<br />

critérios subjacentes aos requisitos legais estabeleci<strong>do</strong>s<br />

para esse fim, como por exemplo os de ordem acústica,<br />

térmica, estrutural, programática e funcional.<br />

Além de representar um investimento priva<strong>do</strong> superior<br />

a 30 milhões de euros, a nova infra-estrutura pretende<br />

afirmar-se como um pólo de atracção e uma importante<br />

marca turística <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, começan<strong>do</strong>, desde logo, pela sua<br />

privilegiada localização na Baixa citadina.<br />

Futura sala <strong>do</strong> Hotel Intercontinental (projecção feita em computa<strong>do</strong>r)<br />

RECRIAR O AMBIENTE<br />

PALACIANO OITOCENTISTA<br />

No que diz respeito à decoração, tanto ao nível <strong>do</strong>s quartos<br />

como das áreas públicas, o seu conceito remete para a recriação<br />

<strong>do</strong> ambiente de um palácio portuense <strong>do</strong> século XIX.<br />

Será, portanto, objecto de uma decoração clássica, que recorrerá<br />

a materiais nobres de elevada qualidade e requinte, ao<br />

nível, por exemplo, de madeiras exóticas e pedras naturais de<br />

proveniências valorizadas.


BAIXA<br />

O QUE JÁ FOI FEITO<br />

E O QUE FALTA FAZER<br />

045<br />

Embora <strong>do</strong> exterior pouco ou nada se vislumbre, a verdade é<br />

que muito já tem si<strong>do</strong> feito no interior <strong>do</strong> vetusto edifício das<br />

Car<strong>do</strong>sas. Neste momento, encontra-se em fase de conclusão<br />

o que os técnicos (engenheiros e arquitectos) chamam de instalações<br />

especiais e que têm que ver com a instalação <strong>do</strong> ar<br />

condiciona<strong>do</strong>, electricidade, telefones, redes de águas, etc.<br />

Praticamente concluí<strong>do</strong> está, também, o fecho da obra ao<br />

nível das fachadas e coberturas (caixilhos, rebocos, pinturas,<br />

coberturas em telha e zinco, etc.).<br />

Ainda durante este mês de Julho, prevê-se que seja possível<br />

passar a uma nova fase, que consiste no fecho <strong>do</strong>s tectos e<br />

paredes e, assim, criar condições para que os trabalhos de decoração<br />

possam iniciar-se.<br />

Tu<strong>do</strong> para que o Intercontinental <strong>Porto</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas<br />

possa começar a funcionar em Dezembro deste ano, em regime<br />

de soft opening. Se tu<strong>do</strong> decorrer como o previsto, o hotel<br />

arrancará em pleno no primeiro trimestre de 2011.<br />

QUALIDADE E GLAMOUR<br />

O Intercontinental <strong>Porto</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas terá 105 unidades<br />

de alojamento, <strong>do</strong>s quais 16 serão suites, e quatro salas<br />

destinadas a conferências.<br />

Contará, além disso, com um SPA, fitness centre, restaurante,<br />

bar lounge e galeria comercial, numa perspectiva de oferecer<br />

um serviço requinta<strong>do</strong> e com um toque de glamour.<br />

Fachada <strong>do</strong> futuro Hotel Intercontinental (projecção feita em computa<strong>do</strong>r)<br />

Parque subterrâneo<br />

para 300 viaturas<br />

No âmbito da reabilitação <strong>do</strong> Quarteirão das Car<strong>do</strong>sas,<br />

da responsabilidade da <strong>Porto</strong> Vivo, SRU, está a ser construí<strong>do</strong><br />

um parque de estacionamento subterrâneo, situa<strong>do</strong><br />

no interior <strong>do</strong> quarteirão, com capacidade para 300<br />

lugares, 40 <strong>do</strong>s quais serão destina<strong>do</strong>s ao futuro hotel.<br />

De destacar que a escavação e contenção periférica <strong>do</strong><br />

parque e da praça interior <strong>do</strong> quarteirão se encontram já<br />

concluídas.<br />

To<strong>do</strong> este processo foi desenvolvi<strong>do</strong> após sondagens geotécnicas,<br />

que permitiram conferir com precisão as características<br />

<strong>do</strong> terreno, que, no caso <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, se revelam<br />

bastante descontinuadas.


INOVAÇÃO<br />

046<br />

SPEED RECRUITMENT<br />

NA «CIDADE DAS PROFISSÕES»<br />

Em Março último, a «Cidade das Profissões» promoveu, nas suas<br />

instalações, um evento inova<strong>do</strong>r em Portugal: o Speed Recruitment,<br />

um encontro entre empresas e candidatos a emprego, ao longo <strong>do</strong> qual<br />

estes últimos tiveram oportunidade de mostrar o que valem em minientrevistas<br />

de cinco minutos.<br />

Pretendeu-se, com esta iniciativa, proporcionar às empresas presentes um meio<br />

eficiente de avaliação de um grande número de candidatos num curto espaço de<br />

tempo, através de uma mini-entrevista de cinco minutos, o tempo suficiente para o<br />

recruta<strong>do</strong>r formar uma primeira impressão e decidir se existem bases para o agendamento<br />

de uma segunda entrevista mais formal.<br />

Constituiu, acima de tu<strong>do</strong>, uma oportunidade para as empresas ampliarem a rede de contactos<br />

com potenciais colabora<strong>do</strong>res e enriquecerem as suas bases de recrutamento.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a iniciativa possibilitou aos candidatos o contacto com diversas entidades<br />

emprega<strong>do</strong>ras, o desenvolvimento das suas competências de comunicação<br />

e de empregabilidade e uma presença de qualidade, in<strong>do</strong> ao encontro de possíveis<br />

oportunidades de emprego ou estágio, contrarian<strong>do</strong> a descrença actual em relação à<br />

integração no merca<strong>do</strong> de trabalho e à evolução profissional.<br />

O QUE É?<br />

O Speed Recruitment constitui uma<br />

solução de recrutamento eficiente,<br />

de baixo custo, sem sacrifício da<br />

qualidade, o que permite à empresa<br />

concentrar-se exclusivamente no<br />

candidato e identificar facilmente<br />

competências, que poderão não ser<br />

observadas no contexto de uma entrevista<br />

tradicional.<br />

Com este evento, a «Cidade das Profissões»<br />

procurou ainda promover a igualdade<br />

de oportunidades na procura activa<br />

de emprego, ten<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> aberta à<br />

participação de candidatos com diferentes<br />

níveis de qualificação (III, IV e V).<br />

Entidades e empresas<br />

participantes<br />

Esta iniciativa contou com a participação<br />

de entidades e empresas de referência,<br />

sustentáveis e socialmente responsáveis,<br />

como a BA Vidro, S.A.,<br />

a Cerealis, SGPS, S.A., o Instituto de<br />

Emprego e Formação Profissional, a<br />

Rede EURES, o Exército Português – Centro de Recrutamento <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a Fidelidade<br />

Mundial/Império Bonança, a Galp Energia, S.A., o Grupo Auto Sueco, a Helping<br />

Hand – Recursos Humanos, a Multipessoal – Recursos Humanos, Novopca Construtores<br />

e a Somos – Serviços Partilha<strong>do</strong>s em Saúde, SPS.<br />

As empresas foram devidamente identificadas, numeradas e dispostas num circuito<br />

fecha<strong>do</strong>, inician<strong>do</strong>-se o perío<strong>do</strong> de entrevista com um sinal sonoro. Fin<strong>do</strong> o tempo<br />

estabeleci<strong>do</strong> de cinco minutos, assinala<strong>do</strong> com novo sinal sonoro, cada candidato<br />

passou à empresa seguinte até concluir o circuito de dez empresas. To<strong>do</strong>s os candidatos<br />

tiveram, assim, oportunidade de se apresentar a todas as empresas presentes,<br />

fazen<strong>do</strong> valer a sua “marca”.


InovaçÃo<br />

047<br />

Um desafio que se repetirá<br />

em Outubro<br />

A iniciativa constituiu um verdadeiro desafio! Para a «Cidade<br />

das Profissões», que pela primeira vez se propôs organizar um<br />

evento desta natureza, para as empresas, pelo esforço investi<strong>do</strong><br />

numa verdadeira maratona de recrutamento e para os candidatos,<br />

pelo imperativo de se fazer vender num perío<strong>do</strong> de<br />

tempo reduzi<strong>do</strong>. No total, foram realizadas mais de 800 entrevistas,<br />

número que ultrapassou as expectativas de to<strong>do</strong>s os<br />

intervenientes, que foram unânimes em reconhecer o carácter<br />

inova<strong>do</strong>r e desafiante da iniciativa.<br />

Reconheci<strong>do</strong> o sucesso <strong>do</strong> Speed Recruitment, a «Cidade das<br />

Profissões» está já a planear uma segunda edição <strong>do</strong> evento,<br />

a realizar em Outubro de 2010.<br />

Um centro de informação<br />

e aconselhamento<br />

A «Cidade das Profissões» é um centro de informação e<br />

aconselhamento gratuito que tem como missão promover<br />

a empregabilidade e o empreende<strong>do</strong>rismo <strong>do</strong>s cidadãos pelo<br />

desenvolvimento de competências e pela promoção <strong>do</strong> conhecimento<br />

sobre o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho, sobre as profissões,<br />

qualificações pessoais e processo empreende<strong>do</strong>r, capacitan<strong>do</strong><br />

os cidadãos para uma melhor adequação às constantes<br />

transformações <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

Nasceu como um sub-projecto <strong>do</strong> Programa «<strong>Porto</strong> Digital»,<br />

promovi<strong>do</strong> pela CMP em parceria com a Universidade<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a Associação Empresarial de Portugal e a Metro<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, ten<strong>do</strong> como principal desígnio contribuir para o<br />

desenvolvimento de um modelo de cidade que se quer cada<br />

vez mais basea<strong>do</strong> na inovação, na criatividade e no conhecimento.<br />

Além destes associa<strong>do</strong>s funda<strong>do</strong>res, a «Cidade das Profissões»<br />

conta com um conjunto de parcerias com entidades<br />

públicas e privadas e pertence à rede internacional Reseau<br />

Cité des Métiers, criada em França na década de 90.<br />

A operacionalização de todas as iniciativas e projectos desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

pela «Cidade das Profissões» requer (e contribui<br />

para) a existência de uma verdadeira complementaridade<br />

entre as entidades e serviços existentes na cidade e na Área<br />

Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Primeiro Encontro<br />

Transnacional de 2010<br />

A «Cidade das Profissões» acolheu, em Maio, o Primeiro<br />

Encontro Transnacional de 2010 <strong>do</strong> "Réseau Cités des Métiers",<br />

no âmbito <strong>do</strong> Projecto AMPLI – "Amélioration Mutuelle<br />

de la Performance des Lieux Integrés".<br />

O objectivo foi o de, através da partilha de saberes e de experiências,<br />

mutualizar práticas e reforçar a intervenção das<br />

«Cidades das Profissões» nos territórios em que se inscrevem.


INOVAÇÃO<br />

048<br />

BALCÃO DE ATENDIMENTO VIRTUAL (BAV)<br />

– Um projecto inova<strong>do</strong>r<br />

A Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> disponibiliza agora conteú<strong>do</strong>s informativos, relacionais e<br />

transaccionais, através de uma nova modalidade de relacionamento entre a autarquia,<br />

os cidadãos e empresas: o Balcão de Atendimento Virtual (BAV), que acaba de entrar<br />

em funcionamento.<br />

O BAV apresenta informação organizada<br />

por cidadãos e empresas e, em cada um<br />

deles, três tipos de entradas: Guia Temático,<br />

Eventos de Vida e Destinatários.<br />

Constituin<strong>do</strong>-se como alternativa ou<br />

complemento ao atendimento presencial<br />

e telefónico, o BAV orienta-se segun<strong>do</strong><br />

as necessidades pessoais e profissionais<br />

<strong>do</strong>s diversos tipos de utiliza<strong>do</strong>res. Através<br />

dele é possível aceder a informação<br />

e a serviços sem limite de horário e em<br />

boas condições de acessibilidade por<br />

parte de to<strong>do</strong>s os públicos, mesmo daqueles<br />

que têm necessidades especiais.<br />

Fácil acesso a uma oferta<br />

diversificada de serviços<br />

Concebi<strong>do</strong> e desenvolvi<strong>do</strong> sob os princípios de centralização, integração e personalização,<br />

de acor<strong>do</strong> com as boas práticas nacionais e internacionais nesta área –<br />

nomeadamente um conjunto de requisitos relativos ao design e layout, a regras de<br />

acessibilidade, de equidade e da arquitectura da informação –, o BAV complementa<br />

conteú<strong>do</strong>s informativos com serviços bidireccionais interactivos, permitin<strong>do</strong> também<br />

a realização de transacções online.<br />

A estrutura e os conteú<strong>do</strong>s deste Balcão foram pensa<strong>do</strong>s ao pormenor, privilegian<strong>do</strong><br />

uma linguagem simples e explícita, adequada à lógica <strong>do</strong>s seus utiliza<strong>do</strong>res e facilita<strong>do</strong>ra<br />

<strong>do</strong> seu acesso à diversa informação.


InovaçÃo<br />

049<br />

GABINETE DO MUNÍCIPE<br />

Uma aposta na qualidade e<br />

eficiência <strong>do</strong> atendimento<br />

Numa altura em que assinala seis anos de existência, o Gabinete<br />

<strong>do</strong> Munícipe (GM) afirma-se, sem qualquer demagogia, como uma<br />

aposta ganha, em termos da qualidade e eficiência no atendimento<br />

aos seus “clientes” – os munícipes – justifican<strong>do</strong>, ao mesmo tempo,<br />

to<strong>do</strong> o empenho que a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> colocou na sua<br />

criação, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> nisso pioneira.<br />

Nasci<strong>do</strong> de um “parto” decorrente da institucionalização da Macroestrutura municipal<br />

de 2003, que criou a Direcção <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong>s Serviços da Presidência (DMSP) que<br />

o enquadra a nível tutelar e funcional, o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe abriu oficialmente<br />

as portas ao público a 9 de Julho de 2004.<br />

O seu arranque – recorda hoje Manuel Cabral, responsável pela actual DM da Presidência<br />

– representou «uma visão diferente <strong>do</strong> relacionamento entre a administração<br />

local e os cidadãos», na justa medida em que se propunha organizar, de mo<strong>do</strong> centraliza<strong>do</strong>,<br />

to<strong>do</strong>s os serviços municipais numa única unidade, em função <strong>do</strong>s interesses<br />

<strong>do</strong>s munícipes.<br />

«Com o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe, a administração, até então apenas preocupada consigo<br />

mesma, passou para um novo paradigma, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> uma visão moderna e orientada<br />

em primeiro lugar para a qualidade <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong> aos cidadãos», observou<br />

o Director <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong>s Serviços da Presidência.<br />

UMA CULTURA<br />

DE MELHORIA CONTÍNUA<br />

O funcionamento <strong>do</strong> GM baseia-se em<br />

duas vertentes fundamentais: centralização<br />

de to<strong>do</strong> o atendimento da CMP e<br />

interligação entre to<strong>do</strong>s os serviços camarários.<br />

Desta forma, o atendimento<br />

municipal é realiza<strong>do</strong> numa perspectiva<br />

totalmente integrada, no âmbito da<br />

qual o GM se assume como motor, que<br />

funcionará tanto melhor quanto melhor<br />

for essa interligação.<br />

Como o GM é o único ponto de interface<br />

com os munícipes, este aspecto assume<br />

particular relevância e confere-lhe uma<br />

responsabilidade maior, pelo facto de<br />

constituir, ele próprio, uma espécie de<br />

barómetro <strong>do</strong> grau de eficácia <strong>do</strong>s restantes<br />

serviços. Ou seja, impõe-se que funcione<br />

bem, tanto para garantir a qualidade<br />

de atendimento, como para sustentar<br />

essa qualidade no relacionamento com os<br />

restantes serviços municipais. A institucionalização<br />

de uma cultura de melhoria<br />

contínua é uma dialéctica que lhe está,<br />

pois, subjacente.<br />

«Isto significa» – sublinha Manuel Cabral<br />

– «que o sucesso <strong>do</strong> GM não é apenas<br />

um exclusivo seu, mas sim algo que<br />

se estende à Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

no seu to<strong>do</strong>».


INOVAÇÃO<br />

050<br />

SEM QUERER AGARRAR O CÉU COM AS DUAS MÃOS<br />

UMA ECONOMISTA<br />

SUCEDE A UMA JURISTA<br />

Isabel Maria Coelho <strong>do</strong>s Santos, licenciada<br />

em Economia pela FEP, é a nova<br />

Directora <strong>do</strong> Gabinete <strong>do</strong> Munícipe<br />

(GM), suceden<strong>do</strong> assim no cargo a Olga<br />

Maia, jurista de formação, entretanto<br />

nomeada directora <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>Municipal</strong> de Arquivo.<br />

Isabel <strong>do</strong>s Santos está ligada à CMP<br />

desde 1998, ten<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> funções<br />

no Gabinete de Estu<strong>do</strong>s e Planeamento<br />

(GEP), como Directora de Departamento.<br />

Em 2003 transitou para o Departamento<br />

<strong>Municipal</strong> de Bibliotecas, onde<br />

permaneceu até ao passa<strong>do</strong> mês de<br />

Abril, data em que assumiu o actual<br />

cargo, no âmbito da reestruturação da<br />

Macroestrutura da autarquia.<br />

«É um privilégio ter ti<strong>do</strong> a possibilidade<br />

de aceitar este desafio, uma vez que<br />

o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe é um serviço<br />

de referência da Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e –<br />

mais <strong>do</strong> que isso – de referência a nível<br />

nacional», declarou à <strong>Porto</strong> Sempre a<br />

actual Directora <strong>do</strong> GM.<br />

«Um serviço faz-se com pessoas e este<br />

tem a virtude de contar com o empenhamento<br />

e dinamismo de uma excelente<br />

equipa, que veste a camisola da<br />

CMP. Estou entusiasmadíssima com este<br />

desafio e espero dar o meu contributo<br />

para que o sucesso possa continuar a<br />

ser lema deste Gabinete», acrescentou.<br />

O processo evolutivo <strong>do</strong> GM foi gradual<br />

e sustenta<strong>do</strong>. «Em 2004 fomos pragmáticos,<br />

mas não maximalistas e não<br />

quisemos agarrar o céu com as duas<br />

mãos», observa Manuel Cabral, recordan<strong>do</strong><br />

que o GM abriu apenas com o<br />

serviço de atendimento presencial,<br />

numa perspectiva de crescimento progressivo<br />

e sustenta<strong>do</strong>.<br />

O significativo número de «serviços<br />

na hora» actualmente disponibiliza<strong>do</strong>s<br />

é um exemplo da forma como se<br />

foi desenvolven<strong>do</strong> o leque <strong>do</strong>s serviços<br />

ofereci<strong>do</strong>s aos munícipes, sempre com<br />

uma grande preocupação de resposta<br />

às suas necessidades.<br />

Mais de 800 mil<br />

atendimentos<br />

regista<strong>do</strong>s em Maio<br />

A fase seguinte foi marcada pela obtenção,<br />

em Setembro de 2005, da<br />

Certificação de Qualidade (norma ISO<br />

9001:2000).<br />

Número de consultas presenciais de<br />

processos, de 2006 até ao final de<br />

Abril de 2010:<br />

Outros serviços foram, entretanto, cria<strong>do</strong>s,<br />

como o Serviço <strong>Municipal</strong> de Apoio<br />

ao Voluntaria<strong>do</strong>, o Serviço <strong>Municipal</strong> de<br />

Apoio ao Consumi<strong>do</strong>r, o Europe Direct<br />

e o Espaço Internet.<br />

Neste momento, através <strong>do</strong> atendimento<br />

multicanal integra<strong>do</strong>, existem três<br />

modalidades de atendimento: presencial,<br />

telefónico e virtual (via Web).<br />

Em final de Maio último, o GM registava<br />

mais de 830 mil atendimentos presenciais,<br />

desde o início da sua actividade.<br />

GRANDES NÚMEROS EM SEIS ANOS<br />

DE FUNCIONAMENTO *<br />

Atendimentos presenciais – 839 312<br />

Número de requerimentos – 134 001<br />

Número de consultas de processos presenciais -<br />

Número de e-mails respondi<strong>do</strong>s – 27 751<br />

* Até 24 de Maio de 2010<br />

ANO Nº<br />

2006 1908<br />

2007 620<br />

2008 2746<br />

2009 744<br />

2010 (até final de Abril) 237<br />

TOTAL 6255<br />

Número de horas de utilização <strong>do</strong> Espaço Internet – 211 267


InovaçÃo<br />

051<br />

<strong>Porto</strong>, Cidade de Ciência e de Inovação<br />

- Produtos inova<strong>do</strong>res<br />

com projecção mundial<br />

O <strong>Porto</strong> afirma-se como Cidade de Ciência, aumentan<strong>do</strong> os seus<br />

índices de competitividade dentro e fora de Portugal. Muitos são os<br />

exemplos de inovação que espalham a marca <strong>Porto</strong> por esse mun<strong>do</strong><br />

fora. Recentemente, <strong>do</strong>is projectos, provenientes <strong>do</strong> meio académico,<br />

ganharam projecção mediática:<br />

Guitarra Hamilton<br />

A Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é um <strong>do</strong>s principais motores de desenvolvimento da<br />

Região Norte, alian<strong>do</strong> o ensino de excelência à inovação tecnológica e científica.<br />

Recorren<strong>do</strong> a tecnologias até há pouco reservadas à indústria aeroespacial,<br />

investiga<strong>do</strong>res da Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> desenvolveram uma guitarra com um<br />

corpo único em fibra de carbono, ultra-leve e mais resistentes às condições atmosféricas,<br />

num casamento perfeito entre tradição e inovação. A guitarra, denominada<br />

Hamilton, foi desenha<strong>do</strong> pela IDEIA.M – spin-off empresa “start up” gerada<br />

no seio de um grupo de pesquisa da Faculdade de Engenharia da Universidade<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e instalada no Parque de Ciência e Tecnologia daquela Universidade.<br />

T’shirt VitalJacket – A camisola<br />

que mede os batimentos cardíacos<br />

O “VitalJacket” foi desenvolvi<strong>do</strong> pela Biodevices, empresa que<br />

tem como mentor um antigo aluno e investiga<strong>do</strong>r da Escola<br />

Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no <strong>Porto</strong>,<br />

e que esteve inserida, durante vários anos, no Centro de<br />

Incubação e Desenvolvimento de Empresas em Biotecnologia<br />

(CiDEB) da Universidade. Trata-se, assim, de uma instituição<br />

cem por cento nacional e sedeada no <strong>Porto</strong>.<br />

O “VitalJacket” monitoriza os batimentos cardíacos, armazenan<strong>do</strong><br />

da<strong>do</strong>s de forma contínua. O produto é composto por<br />

uma pequena caixa de hardware colocada num bolso e permite<br />

a realização de um exame preciso e rigoroso ao coração.


Turismo<br />

052<br />

PORTO PRESENTE<br />

NO MAIOR FESTIVAL<br />

TURÍSTICO DE CADIZ<br />

O <strong>Porto</strong> foi a cidade convidada da edição<br />

deste ano da Feria da Primavera e Fiesta<br />

del Vino Fino, o festival turístico mais<br />

importante da província espanhola de<br />

Cadiz, realiza<strong>do</strong> em Maio, na cidade de El<br />

Puerto de Santa Maria.<br />

O evento, um <strong>do</strong>s mais relevantes da Andaluzia, ultrapassou<br />

este ano, pela primeira vez, as fronteiras espanholas,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> dedica<strong>do</strong> ao <strong>Porto</strong>, cujas afinidades com a cidade<br />

anfitriã começam, desde logo, pelo nome pátrio <strong>do</strong>s<br />

seus habitantes: portuenses.<br />

O convite, além de honroso, constituiu, na opinião <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> Turismo, Inovação e Lazer, Vladimiro Feliz, um<br />

contributo para o «estreitamento das relações entre as<br />

duas cidades» e uma «oportunidade excelente para promover<br />

a cidade num merca<strong>do</strong> estratégico, como é o caso<br />

<strong>do</strong> espanhol», com o qual – recor<strong>do</strong>u – existem laços comuns<br />

que remontam à época <strong>do</strong>s Descobrimentos.<br />

AFIRMAÇÃO IBÉRICA<br />

Ciente da importância estratégica de reforçar os laços bilaterais<br />

com Espanha, o <strong>Porto</strong> não tem visto descura<strong>do</strong> esse<br />

aspecto – bem pelo contrário – dita<strong>do</strong> não só pela geografia,<br />

mas também pela ancestralidade histórica e cultural que une<br />

os <strong>do</strong>is países ibéricos.<br />

Rui Rio teve, aliás, ocasião de ainda recentemente participar<br />

em <strong>do</strong>is momentos importantes nesse <strong>do</strong>mínio na sua dupla<br />

qualidade de Presidente da CMP e da Junta Metropolitana: em<br />

Janeiro, quan<strong>do</strong> esteve presente, em Santiago de Compostela,<br />

na inauguração da primeira Loja de Turismo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> na<br />

Galiza e, em Março, quan<strong>do</strong> recebeu o seu homólogo de Vigo,<br />

Abel Caballero, com o qual abor<strong>do</strong>u, uma vez mais, diversas<br />

questões de interesse comum, com destaque para a ligação de<br />

alta velocidade entre as duas cidades e o futuro <strong>do</strong> Aeroporto<br />

Francisco Sá Carneiro.


ecocidade<br />

053<br />

CMP e AdE<strong>Porto</strong> assinalaram<br />

o DIA NACIONAL DA ENERGIA<br />

No âmbito da Semana da Energia e <strong>do</strong> Ambiente, a CMP e a AdE-<br />

<strong>Porto</strong> assinalaram o Dia Nacional da Energia (29 de Maio) com a<br />

entrega de prémios, pela concepção e construção de carrinhos solares,<br />

às equipas participantes no Passatempo ‘À Velocidade <strong>do</strong> Sol’.<br />

Em Outubro, a CMP e a AdE<strong>Porto</strong> lançaram o Passatempo ‘À Velocidade <strong>do</strong> Sol’<br />

– concepção e construção de carrinhos solares, dirigi<strong>do</strong> aos alunos <strong>do</strong> 3º Ciclo<br />

e <strong>do</strong> Ensino Secundário da cidade. A organização apenas forneceu um painel<br />

solar fotovoltaico e um motor, estan<strong>do</strong> a concepção e a construção <strong>do</strong> carrinho<br />

a cargo <strong>do</strong> engenho das equipas participantes.<br />

Reuni<strong>do</strong> o júri, saiu vence<strong>do</strong>ra a equipa orientada pela Prof. Ana Maria Neves,<br />

pertence à Escola Secundária Filipa de Vilhena. O grupo constituí<strong>do</strong> por cinco<br />

elementos: André Leal, David Faria, Jaime Pignatelle, Luís Ferreira e Tomás<br />

Pinto estava manifestamente satisfeito pela vitória <strong>do</strong> “Black Arrows”.<br />

O segun<strong>do</strong> lugar foi para a Escola Secundária Aurélia de Sousa. André Almeida,<br />

Diogo Ivo Múrias, Henrique Lobo, Rodrigo Wandschneider e Tiago Peixoto<br />

com o apoio da Prof. Maria da Luz Carvalheira conceberam o “Fire Blade’”<br />

O terceiro lugar <strong>do</strong> pódio foi para o “Thurster - O Pacote Sobre Rodas”, da Escola<br />

Secundária Rodrigues de Freitas. A Prof. Maria Fernanda Viegas orientou<br />

um grupo de seis elementos: Beatriz Vilarinho, Bernar<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong>, Carlos Teixeira,<br />

Francisco Pinto, Jessica Monteiro e Inês Villegas.<br />

Participaram, ainda, equipas da Escola Salesiana Colégio <strong>do</strong>s Órfãos <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

Escola Secundária António Nobre e das Escolas Básicas Pêro Vaz de Caminha,<br />

Nicolau Nasoni e Ramalho Ortigão.


Animação<br />

054<br />

A FLORESTA EUROPEIA:<br />

CELEBRAR 25 ANOS DE PORTUGAL NA EUROPA!<br />

27+1 árvores-esculturas <strong>do</strong> artista plástico Jorge Curval em estruturas de metal estarão<br />

expostas na cidade, em representação <strong>do</strong>s 27 Esta<strong>do</strong>s-Membros da União Europeia.<br />

Esta exposição ao ar livre assinala os 25 anos da assinatura <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> de Adesão<br />

de Portugal à então designada Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1985.<br />

Estará ainda exposta no Gabinete <strong>do</strong> Munícipe uma 28.ª árvore-escultura onde poderão<br />

ser coloca<strong>do</strong>s comentários sobre os 25 anos de Portugal na Europa.<br />

LOCAL<br />

Espaços públicos da cidade (Praça <strong>do</strong> Metro<br />

da Trindade, Avenida da Boavista, Gabinete<br />

<strong>do</strong> Munícipe – Praça General Humberto<br />

Delga<strong>do</strong>)<br />

PROMOTOR<br />

Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> – Europe Direct<br />

<strong>Porto</strong> (serviço de informação apoia<strong>do</strong> pela<br />

Comissão Europeia),<br />

LIPOR, Metro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

DATA<br />

De 30.06 a 30.09<br />

Esta exposição a céu aberto, designada “Floresta Europeia”, é uma original<br />

forma de arte pública e de assinalar uma data de grande significa<strong>do</strong> histórico para<br />

Portugal, e também uma ferramenta de reforço da nossa cidadania europeia.<br />

Através da arte e das vicissitudes associadas ao processo criativo, evoca-se assim<br />

a singularidade <strong>do</strong> projecto europeu, um “espaço” comum mas pleno de diversidade<br />

e de respeito pelas diferenças <strong>do</strong>s seus Esta<strong>do</strong>s Membros.


Animação<br />

055<br />

Road Show nos Alia<strong>do</strong>s:<br />

mais de 40 mil vibraram<br />

com a perícia <strong>do</strong>s campeões<br />

Foi uma verdadeira festa de perícia e velocidade aquela a<br />

que milhares de pessoas assistiram, em Maio, na Avenida<br />

<strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s, com a realização <strong>do</strong> «<strong>Porto</strong> Road Show», um<br />

evento que contou com a participação de alguns <strong>do</strong>s<br />

maiores pilotos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> de ralis.<br />

A iniciativa constituiu, assim,<br />

uma espécie de aperitivo para o<br />

Vodafone Rally de Portugal, realiza<strong>do</strong><br />

em terras algarvias, ten<strong>do</strong><br />

servi<strong>do</strong> também para reavivar a<br />

paixão que o <strong>Porto</strong> sempre nutriu<br />

pelos ralis, em particular por<br />

aquele que quer reafirmar-se<br />

como o melhor rali <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

O hexacampeão mundial Sébastien<br />

Loeb, Dani Sor<strong>do</strong>, Kimi Raikkonen,<br />

Mikko Hirvonen e os portugueses<br />

Bernar<strong>do</strong> Sousa e Armin<strong>do</strong> Araújo,<br />

campeão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> de Produção e<br />

autor <strong>do</strong> «desenho» que, por um dia,<br />

transformou a Avenida <strong>do</strong> Alia<strong>do</strong>s<br />

numa magnífica superespecial com cerca<br />

de 950 metros, brindaram a multidão<br />

com manobras «inacreditáveis»<br />

e espectaculares.<br />

O evento proporcionou assim a milhares<br />

de pessoas a possibilidade de, em<br />

plena Baixa portuense, reviverem as<br />

emoções de um evento mítico para a<br />

cidade e para a região, ten<strong>do</strong> igualmente<br />

constituí<strong>do</strong> «um sinal da vitalidade<br />

da cidade».


Animação<br />

056<br />

RED BULL AIR RACE<br />

NO PORTO ano sim, ano não<br />

Corrida aérea regressa em Setembro<br />

ao Norte com aviões mais<br />

rápi<strong>do</strong>s – embora com velocidade<br />

controlada – que passarão<br />

por baixo da Ponte da Arrábida<br />

Após aturadas conversações, está tu<strong>do</strong><br />

acerta<strong>do</strong>. Isto é, a Red Bull Air Race<br />

voltará a ter, este ano, o Douro como<br />

cenário no mesmo traça<strong>do</strong> das edições<br />

anteriores, ou seja, entre as Ribeiras <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> e Gaia.<br />

A única diferença visível entre a prova,<br />

que decorrerá em Setembro próximo,<br />

e as anteriores estará no facto de, este<br />

ano, os aviões voarem por baixo <strong>do</strong><br />

arco da Ponte de Arrábida, uma alteração<br />

proposta pelos organiza<strong>do</strong>res da<br />

prova e em relação à qual as autoridades<br />

portuenses não vêem qualquer<br />

impedimento.<br />

Em nome da segurança e apesar de serem<br />

mais potentes, os aviões manterão<br />

os 400 km/hora como velocidade limite<br />

nos céus <strong>do</strong> norte de Portugal.<br />

PORTO ACOLHE EM NOVEMBRO<br />

A JAPAN WEEK<br />

De 20 a 26 de Novembro próximo, o <strong>Porto</strong> vai<br />

acolher a Japan Week (Semana <strong>do</strong> Japão),<br />

uma iniciativa da responsabilidade da International<br />

Friendship Foundation (IFF), que<br />

apresenta uma vasta programação cultural de<br />

artistas e grupos <strong>do</strong> País <strong>do</strong> Sol Nascente.<br />

A primeira Japan Week realizou-se há cerca de 30 anos, em Florença,<br />

e desde então to<strong>do</strong>s os anos tem vin<strong>do</strong> a decorrer numa<br />

cidade diferente <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. O objectivo é aprofundar a mútua<br />

compreensão e a amizade entre o país anfitrião e o Japão. To<strong>do</strong>s<br />

os eventos são gratuitos e abertos ao público.<br />

A Japan Week abre no dia 20, às 15h00, com o Opening Festival,<br />

no Pavilhão Rosa Mota. A partir desse<br />

dia, realizar-se-ão espectáculos de artes<br />

performativas no Grande Auditório <strong>do</strong><br />

Rivoli.<br />

Haverá, igualmente, lugar para uma cerimónia<br />

<strong>do</strong> chá na Galeria <strong>do</strong> Palácio e<br />

para uma exposição no Museu Nacional<br />

de Soares <strong>do</strong>s Reis, além de uma série<br />

de outras iniciativas a acontecer por<br />

toda a cidade.


Animação<br />

057<br />

ESTREIA ABSOLUTA<br />

O Dia de To<strong>do</strong>s os Pesca<strong>do</strong>res<br />

Teatro Carlos ALberto<br />

Teatro<br />

Nacional<br />

S. João<br />

em Espanha<br />

No âmbito <strong>do</strong> programa “Fora de Portas”,<br />

o Teatro Nacional de São João<br />

(TNSJ) esteve, no passa<strong>do</strong> mês, em<br />

Madrid (Naves del Español), onde<br />

apresentou “Tambores na Noite” e<br />

“Turismo Infinito”. Após o sucesso<br />

que “Turismo Infinito” teve no Brasil<br />

em Junho de 2009, o TNSJ continua<br />

a apostar na internacionalização das<br />

suas produções, contribuin<strong>do</strong> para a<br />

divulgação <strong>do</strong> teatro português.<br />

Depois da digressão nacional em<br />

2009, “Tambores na Noite”, de Bertolt<br />

Brecht, a primeira encenação de<br />

Nuno Carinhas como director artístico<br />

<strong>do</strong> TNSJ esteve no histórico Teatro<br />

Español de Madrid. Já “Turismo<br />

Infinito”, de António M. Feijó, com<br />

encenação de Ricar<strong>do</strong> Pais, esteve<br />

em palco no Naves del Español. Esta<br />

mesma peça já tinha esta<strong>do</strong> no Auditório<br />

de Galicia, em Santiago de Compostela,<br />

em Setembro de 2008, com<br />

grande sucesso.<br />

Teatro Carlos Alberto<br />

“O Dia de To<strong>do</strong>s os Pesca<strong>do</strong>res”<br />

de Francisco Luís Parreira<br />

Teatro Carlos Alberto<br />

15 a 31 Julho<br />

Quarta-feira a Sába<strong>do</strong>, 21h30<br />

Domingo, 16h00<br />

Leitura Encenada<br />

“O Terceiro Recorda<strong>do</strong>”<br />

de Francisco Luís Parreira<br />

Teatro Carlos Alberto<br />

24 Julho<br />

Sába<strong>do</strong>, 16h00<br />

Mais informações<br />

www.tnsj.pt<br />

Tel. 22 340 19 00


Animação<br />

058<br />

SIM CULTURA<br />

SERVIÇO<br />

DE INTERPRETAÇÃO<br />

E MEDIAÇÃO<br />

DA CULTURA<br />

Com a preocupação de optimizar os<br />

recursos, centralizar a oferta e melhorar<br />

a aproximação da cultura à<br />

sociedade, o Pelouro <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e Coesão Social decidiu criar um<br />

Serviço de Educação na Cultura, centraliza<strong>do</strong><br />

– o SERVIÇO DE INTERPRE-<br />

TAÇÃO E MEDIAÇÃO DA CULTURA.<br />

O funcionamento transversal e em<br />

rede deste serviço pretende não<br />

só optimizar os recursos humanos<br />

existentes, mas também articular a<br />

oferta e criar cruzamentos e relações<br />

novas entre temáticas, vivências, peças<br />

e lugares. Mais <strong>do</strong> que chamar as<br />

pessoas para o interesse e relevância<br />

de uma peça, um monumento, um<br />

museu, como “peça solta”, o serviço de<br />

educação, no modelo integra<strong>do</strong> que se<br />

propõe, terá de repensar mo<strong>do</strong>s de tornar<br />

a cultura relevante para as pessoas<br />

e levar a cultura ao encontro das pessoas<br />

e comunidades, propon<strong>do</strong> novas<br />

relações, novos modelos de encontro.<br />

Com o novo serviço que se cria<br />

pretende-se trabalhar mais para fora<br />

(com outros equipamentos culturais,<br />

na e com a cidade), mais integra<strong>do</strong>,<br />

mais em parceria, aumentar e melhorar<br />

o acesso de to<strong>do</strong>s à cultura e património,<br />

reforçar a marca identitária<br />

cultural da cidade.<br />

O SIM Cultura trabalhará em quatro<br />

áreas de acção: formação, projectos,<br />

divulgação e aconselhamento<br />

e recomendações.<br />

O SIM Cultura contribuirá, a médio<br />

prazo, para tornar o <strong>Porto</strong> uma cidade<br />

socialmente mais coesa, onde a<br />

cultura seja mais participada e parte<br />

integrante da vida <strong>do</strong>s seus cidadãos<br />

e comunidades.<br />

CICLOS DE CINEMA<br />

NO PORTO<br />

Orson Welles, David Griffith e Stanley Kubrick são os<br />

realiza<strong>do</strong>res que irão inaugurar este projecto, promovi<strong>do</strong><br />

pelo Pelouro <strong>do</strong> Conhecimento e Coesão Social.<br />

Até ao final <strong>do</strong> ano, será possível assistir,<br />

no <strong>Porto</strong>, a três ciclos de cinema de<br />

autor, o primeiro <strong>do</strong>s quais dedica<strong>do</strong> a<br />

Orsow Wells, em Julho e Agosto. O segun<strong>do</strong><br />

ciclo, em Setembro, terá como<br />

realiza<strong>do</strong>r referencial David Griffith.<br />

Finalmente, no último trimestre <strong>do</strong> ano<br />

serão exibidas obras de Stanley Kubrik.<br />

Trata-se de uma iniciativa da responsabilidade<br />

<strong>do</strong> Pelouro <strong>do</strong> Conhecimento e<br />

Coesão Social, que pretende colmatar<br />

duas falhas existentes, quer a nível local,<br />

no <strong>Porto</strong>, quer a nível mais abrangente,<br />

na área da cinematografia: por<br />

um la<strong>do</strong>, a ausência de cinema clássico,<br />

quer em salas quer na televisão e, por<br />

outro, a inexistência de programas que<br />

dêem uma perspectiva histórica e formativa<br />

<strong>do</strong> cinema.<br />

O projecto será comissaria<strong>do</strong> por Lauro<br />

António, figura incontornável da cinematografia<br />

nacional. As sessões, de entrada<br />

livre, realizam-se no Auditório da<br />

Biblioteca <strong>Municipal</strong> Almeida Garrett,<br />

às 18h30 e algumas às 20h15.<br />

Cada ciclo, composto por oito sessões<br />

semanais, será inicia<strong>do</strong> com uma apresentação<br />

e concluí<strong>do</strong> com um debate.


Animação<br />

059<br />

«ATTRACTION STORE»<br />

– uma loja diferente em<br />

pleno Centro Histórico<br />

O <strong>Porto</strong> conta, desde 27 de Março último, com uma loja de<br />

artesanato urbano em pleno Centro Histórico, mais concretamente<br />

no início da Rua Escura.<br />

A «Attraction Store» – assim se chama a loja – é o primeiro<br />

projecto visível de uma empresa orientada para a reabilitação<br />

urbana impulsionada por um grupo de jovens portuenses,<br />

para quem um <strong>do</strong>s principais vectores dessa reabilitação consiste<br />

na intervenção cultural e criativa.<br />

«Este conceito inspira-se na atracção que nós próprios sentimos<br />

por esta zona tão autêntica da cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e que<br />

pretendemos transmitir a to<strong>do</strong>s, de maneira a atrair mais vida<br />

para a área e dinamizá-la de forma consistente e perene»,<br />

afirmam os sócios <strong>do</strong> projecto.<br />

Os artigos são da autoria de artesãos portugueses, na sua<br />

maioria <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, muitos deles integra<strong>do</strong>s nos circuitos artísticos<br />

da cidade.


DE SEMPRE,<br />

PARA SEMPRE<br />

Sempre que a cidade inspira novos olhares,<br />

perspectivas diferentes, ângulos próprios<br />

as imagens contam histórias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.


foto síntese<br />

061 031


Animação<br />

062 031<br />

Sacristias papais<br />

abertas ao público<br />

Os espaços que foram transforma<strong>do</strong>s em sacristias por ocasião<br />

da recente visita <strong>do</strong> Papa ao <strong>Porto</strong> estão à disposição de to<strong>do</strong>s<br />

quantos os queiram visitar, no átrio <strong>do</strong> edifício <strong>do</strong>s Paços <strong>do</strong><br />

Concelho.<br />

As sacristias conservam a decoração e o mobiliário com que<br />

o Sumo Pontífice e o seu séquito foram acolhi<strong>do</strong>s na Câmara<br />

<strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, por ocasião da celebração eucarística na<br />

Avenida <strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s.<br />

De entre os objectos que decerto concitam maior curiosidade<br />

e interesse por parte <strong>do</strong>s visitantes estão a casula que o Papa<br />

envergou durante a missa, bem como a patena e o cálice<br />

utiliza<strong>do</strong>s na cerimónia litúrgica e que o próprio Bento XVI fez<br />

questão de oferecer ao Bispo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, D. Manuel Clemente.


Animação<br />

063<br />

Por desejo <strong>do</strong> próprio<br />

Bento XVI<br />

As duas cadeiras e o<br />

biombo seguiram para<br />

o Vaticano<br />

O Papa gostou tanto de algumas<br />

peças fabricadas propositadamente<br />

para o cerimonial eucarístico,<br />

que demonstrou vontade de<br />

as levar consigo. Uma honra para<br />

quem, no <strong>Porto</strong>, planeou ao pormenor<br />

o sucesso de uma visita.<br />

As duas cadeiras utilizadas pelo Papa<br />

durante e após as cerimónias na Avenida<br />

<strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s – a cadeira principal denominada<br />

Cátedra e uma outra na qual<br />

Bento XVI repousou após a celebração da<br />

missa – foram enviadas para o Vaticano<br />

a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio Bento XVI, que não<br />

escondeu a sua admiração pelas peças<br />

concebidas e fabricadas em Portugal expressamente<br />

para o evento.<br />

A Cátedra, colocada no Presbiério, foi fabricada<br />

pela empresa Moble, de Paços de<br />

Ferreira, um processo que contou, igualmente,<br />

com o envolvimento da Câmara<br />

local e da Associação Empresarial daquela<br />

que é conhecida como Capital <strong>do</strong> Móvel.<br />

O fabrico da Cátedra de repouso foi da<br />

responsabilidade da empresa Antarte,<br />

sedeada em Rebor<strong>do</strong>sa, Paredes, com<br />

o apoio da respectiva Câmara <strong>Municipal</strong>.<br />

Trata-se de uma cadeira que prima<br />

pelo conforto e ergonomia, feita em<br />

madeira de castanheiro, látex e pele.<br />

Estas duas cadeiras, que ostentam o<br />

selo papal, foram concebidas pelo arquitecto<br />

Audemaro Rocha, da Câmara<br />

<strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a quem se deve,<br />

igualmente, a autoria da concepção <strong>do</strong><br />

projecto que envolveu to<strong>do</strong> o espaço<br />

de acolhimento à cerimónia eucarística<br />

realizada na Avenida <strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s e que<br />

atraiu mais de 100 mil pessoas.<br />

Além destas duas peças, foi também<br />

entregue ao Papa o biombo que fora<br />

coloca<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> da cadeira de repouso,<br />

da autoria da designer Luísa Peixoto.<br />

Última reunião <strong>do</strong> Executivo municipal realizada<br />

em 21 de Maio de 1957, no antigo edifício<br />

da Câmara, onde é hoje o Paço Episcopal.<br />

A reunião seguinte realizou-se já nos actuais<br />

Paços <strong>do</strong> Concelho.<br />

O Presidente da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

era então o Eng. José Albino Macha<strong>do</strong> Vaz,<br />

em cujo mandato foi edifica<strong>do</strong> o quartel <strong>do</strong>s<br />

Sapa<strong>do</strong>res Bombeiros e iniciadas as obras de<br />

construção da Ponte da Arrábida.


Actualidade<br />

memórias <strong>do</strong> porto<br />

064 001<br />

Eugénio de Andrade escolheu o <strong>Porto</strong><br />

para viver, embora nunca deixasse<br />

de ter nos olhos a luz <strong>do</strong> sul que lhe<br />

encandeava a infância e a juventude.<br />

Aqui escreveu a maior parte da sua<br />

obra, e a esta cidade dedicou alguns<br />

<strong>do</strong>s mais belos poemas em verso e em<br />

prosa que sobre ela já se escreveram.<br />

Soube o <strong>Porto</strong> retribuir-lhe, em vida,<br />

a beleza que <strong>do</strong> poeta recebeu? Talvez<br />

alguma coisa, mas o que foi feito deveu-se<br />

mais a mãos amigas <strong>do</strong> que às<br />

instituições que representam a cidade.<br />

Nos cinco anos decorri<strong>do</strong>s sobre a sua<br />

morte têm caí<strong>do</strong> o silêncio e a desmemória.<br />

E no entanto ele ergueu a esta<br />

cidade um monumento com o qual<br />

nada poderá a corrosão <strong>do</strong> tempo como<br />

o disse Frei Luis de Sousa a propósito<br />

da Vida <strong>do</strong> Arcebispo – a antologia<br />

Daqui Houve Nome Portugal - , onde<br />

se lê a página que trazemos para aqui<br />

e que é um belo retrato da cidade de<br />

Garrett e de Camilo.<br />

«Quan<strong>do</strong> visitei o <strong>Porto</strong> pela primeira<br />

vez, num entardecer já distante, ali,<br />

no terreiro <strong>do</strong> Convento da Serra, fascina<strong>do</strong><br />

por to<strong>do</strong> aquele casario que se<br />

derramava às golfadas no Douro, as fachadas<br />

roídas pelos dias húmi<strong>do</strong>s e viscosos,<br />

onde uns restos de sol fulguravam<br />

nas janelas e nos telha<strong>do</strong>s, e as torres<br />

mais hirtas pareciam recuar na noite,<br />

que principiaria a cair.<br />

Fiquei então por cá <strong>do</strong>is ou três dias.<br />

O Ernesto mostrou-me o mar da Foz,<br />

a Cantareira, o «cabedelo de oiro», que<br />

Raul Brandão diz ter conserva<strong>do</strong> sempre<br />

na retina; com a Sophia passei uma<br />

tarde nos jardins aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s da Quinta<br />

<strong>do</strong> Campo Alegre, eu próprio aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong><br />

ao som da sua voz que se misturava<br />

com o jorrar das águas e o cheiro<br />

resinoso e marítimo <strong>do</strong>s pinheiros..<br />

Mais <strong>do</strong> que o sarcasmo de Camilo, que<br />

disfarçava, ao fim e ao cabo, uma ternura<br />

por esta gente metida nos seus<br />

«tamancos estóicos» (se assim não fora<br />

como explicar que lhe tenha mordi<strong>do</strong><br />

e remordi<strong>do</strong> o coração?) surpreende<br />

o desprezo de António Nobre, nasci<strong>do</strong><br />

na Rua de Santa Catarina, educa<strong>do</strong><br />

em colégios da Rua Formosa e da Rua<br />

de Ce<strong>do</strong>feita, que guardará o seu amor<br />

para os subúrbios da cidade. O dandy<br />

das praias de Leça tinha a sua opinião<br />

formada, e a sua opinião era a de Eça<br />

de Queirós, como comunicará de Paris<br />

a Alberto de Oliveira: «Jesus! Que terra!<br />

Verdadeiramente inabitável!» Pobre<br />

moço, coita<strong>do</strong>! Não tardaria em saber<br />

que não só o <strong>Porto</strong>, mas to<strong>do</strong> o planeta,<br />

é inabitável. E acabará – oh má<br />

sina <strong>do</strong> poeta! – os seus dias na Foz,<br />

a murmurar: «Que lin<strong>do</strong> que isto é!»<br />

Que descanse em paz. Ámen.<br />

Aquele que foi o irmão maior de Nobre<br />

- «Garrett da minha paixão...» - será<br />

com o <strong>Porto</strong> bem mais generoso. Para<br />

além <strong>do</strong> «grande aldeão» que lhe atirou<br />

à cara, teceu ao seu exemplar espírito<br />

de liberdade o mais belo hino de que<br />

esta terra se pode orgulhar, além de<br />

ter lavra<strong>do</strong> ainda, «em recta pronúncia<br />

e frase de brasão», um decreto em<br />

que to<strong>do</strong>s os seus títulos de nobreza<br />

lhe são confirma<strong>do</strong>s por despacho régio,<br />

e de lhe reformar as Armas, onde<br />

«lhe coloca, em escu<strong>do</strong> de honra, no<br />

meio, o coração de D. Pedro...» Nem<br />

assim o «leal, paciente e bom povo»<br />

da sua cidade lhe per<strong>do</strong>ou os versos de<br />

juventude – Garrett nunca será eleito<br />

deputa<strong>do</strong> pelo <strong>Porto</strong>, como tanto ambicionou.<br />

«Eu sou <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, dói-me<br />

se não me elegerem os meus patrícios<br />

porque em verdade mereço-lho.» Em<br />

verdade, merecia-o, e o <strong>Porto</strong> perdeu<br />

uma ocasião única em demonstrar que<br />

não era «aldeão» ao mais civiliza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

seus filhos.<br />

A transparência é aqui nostalgia: até<br />

a luz terá a cor <strong>do</strong> granito. Mas o granito<br />

é às vezes de oiro velho, e outras<br />

azula<strong>do</strong>, como o luar escasso que nesta<br />

noite de outono escorre <strong>do</strong>s telha<strong>do</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> o sol, mesmo arrefeci<strong>do</strong>, incide<br />

nos vidros, as mil e uma clarabóias e<br />

trapeiras e mirantes da cidade enchem<br />

o crepúsculo de brilhos – o <strong>Porto</strong> parece<br />

então pinta<strong>do</strong> por Vieira da Silva:<br />

é mais imaginário que real. Para as<br />

DAQUI HOUVE<br />

NOME PORTUGAL<br />

EUGÉNIO DE ANDRADE<br />

Por José da Cruz Santos<br />

bandas de S. Lázaro, as ruas estão coalhadas<br />

de silêncio. Os passos de quem<br />

regressa a casa são raros, até os mais<br />

leves se ouvem à distância. Na noite<br />

alta, o repuxo <strong>do</strong> jardim tem a nitidez<br />

de um coração muito jovem. Fora as<br />

magnólias, não há árvores com folha.<br />

Os bancos estão desertos – os trolhazitos<br />

que por aqui se aquecem ao sol, à<br />

hora <strong>do</strong> almoço, devem ter a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong><br />

nalgum canto dessas casas em vias de<br />

construção, que há um pouco por toda<br />

a parte. Dormem enrola<strong>do</strong>s no friinho<br />

que principia a rondar. Os cafés fecham<br />

as últimas portas. Saem os retardatários<br />

um pouco aos ban<strong>do</strong>s, quase to<strong>do</strong>s<br />

jovens. Barulhentos, sem pressa,<br />

encaminham-se para a Batalha. Um <strong>do</strong>s<br />

moços assobia. As palavras da canção<br />

ecoam-me na cabeça:<br />

If you’re going to San Francisco<br />

be sure to wear some flowers in<br />

your hair...<br />

Do <strong>Porto</strong>, não da sua gente, também<br />

Eugénio poderia dizer como Camilo<br />

«Estou triste. Aproxima-se a hora de<br />

deixar para sempre esta terra, onde a<br />

par de muitos dissabores, experimentei<br />

alegrias instantâneas. Não é da<br />

gente que tenho saudade. É de não<br />

sei quê...».


PATRIMÓNIO<br />

065<br />

Novas placas toponímicas<br />

UMA FORTE MARCA DO PORTO<br />

O processo de substituição das placas toponímicas da cidade, inicia<strong>do</strong> no terreno em 2004 e concluí<strong>do</strong> em<br />

Dezembro de 2008, renovou a identificação das ruas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, conferin<strong>do</strong>-lhes uma melhor e mais completa<br />

informação sobre a identidade das personalidades e instituições que lhe dão nome, à semelhança <strong>do</strong><br />

que acontece nas mais importantes cidades europeias. Tu<strong>do</strong> isto de acor<strong>do</strong> com critérios estéticos coerentes<br />

e uniformiza<strong>do</strong>s.<br />

As novas placas substituíram, assim,<br />

as cerca de 20 mil já corroídas pelas<br />

inclemências atmosféricas, ultrapassadas<br />

no aspecto, desordenadas<br />

na localização e díspares no formato<br />

– um verdadeiro caos instala<strong>do</strong> ao<br />

longo das várias fases da história da<br />

cidade por aqueles a quem Hélder<br />

Pacheco, membro da Comissão de<br />

Toponímica da CMP, oportunamente<br />

apeli<strong>do</strong>u de “topomicidas”.<br />

Hoje, as placas com fun<strong>do</strong> verde, sóbrias,<br />

neutras, de fácil leitura e preparadas<br />

para resistir à erosão <strong>do</strong> tempo<br />

são já uma imagem de marca da cidade<br />

e um sinal de modernidade.<br />

No entanto, nem todas as antigas foram<br />

removidas. As consideradas peças<br />

de arte – e, por isso, mais valiosas <strong>do</strong><br />

ponto de vista estético, histórico e patrimonial<br />

– subsistiram, continuan<strong>do</strong><br />

a marcar presença nas ruas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

manten<strong>do</strong> assim alguns traços da sua<br />

história e identidade. Refiram-se, a<br />

título de exemplo, os casos das que<br />

identificam a Rua 31 de Janeiro (antiga<br />

Rua de Santo António) e a Praça de<br />

Carlos Alberto, bem como as fabricadas<br />

em azulejo e que continuam incrustadas<br />

nalgumas fachadas.<br />

A criação de novas placas toponímicas,<br />

diferentes de todas as demais e com<br />

uma marca muito própria, que se afirmou<br />

como mais um símbolo distintivo<br />

da cidade, foi uma das apostas de Rui<br />

Rio, ainda no seu primeiro mandato.<br />

As placas que actualmente identificam,<br />

de forma coerente, todas as<br />

Simplicidade gráfica<br />

ruas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foram concebidas pelo<br />

Prof. Arman<strong>do</strong> Alves, após um primeiro<br />

estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> arquitecto Aguiar Branco,<br />

sob proposta e posterior parecer da Comissão<br />

de Toponímia da CMP.<br />

Os objectivos eram simples, embora de<br />

execução algo complexa. Pretendia-se, em<br />

síntese, uniformizar a identificação das<br />

ruas da cidade, homenagean<strong>do</strong>, ao mesmo<br />

tempo, variadíssimas figuras de perfil<br />

incontornável na História da cidade<br />

às quais foram atribuí<strong>do</strong>s os topónimos.<br />

Para o autor <strong>do</strong> modelo actual, foi uma<br />

questão de encontrar «uma forma gráfica<br />

extremamente simples», capaz de<br />

resistir à evolução <strong>do</strong>s tempos.


066<br />

sala de visitas<br />

Apresentação <strong>do</strong> Road Show <strong>do</strong> Rally de Portugal<br />

Cortejo Académico da Queima das Fitas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> 2010<br />

Inauguração da 80ª edição da Feira <strong>do</strong> Livro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

«A Situação <strong>do</strong> País e o contributo de cada um», com Medina Carreira<br />

Estreia <strong>do</strong> musical «Annie», no Rivoli


sala de visitas<br />

067 031<br />

Comemoração <strong>do</strong> 36º aniversário <strong>do</strong> 25 de Abril ‘10<br />

Inauguração da exposição «O papel, esta pele em que me escrevo»<br />

Inauguração da Esquadra Bom Pastor,<br />

com Ministro da Administração Interna<br />

Visita <strong>do</strong> Papa Bento XVI ao <strong>Porto</strong><br />

Visita <strong>do</strong> Papa Bento XVI ao <strong>Porto</strong>


068<br />

Pergunta a quem passa<br />

“É importante para o turismo. Está localizada<br />

numa área que está também a<br />

ser reabilitada e que precisa de ser dada<br />

a conhecer a to<strong>do</strong>s os que nos visitam.<br />

Isso ajuda imenso. Por isso, é essencial<br />

que continue no <strong>Porto</strong>.”<br />

Fernanda Carvalho, 26<br />

“Com toda certeza, este é evento que promove<br />

a cidade e a região. Faz bem ao turismo<br />

e a to<strong>do</strong>s os portuenses. Temos que<br />

ficar a ganhar alguma coisa em relação a<br />

Lisboa. É uma prova que traz mais consumismo.”<br />

Patrícia, 34<br />

“É importante que se realize no <strong>Porto</strong>,<br />

trazen<strong>do</strong> benefícios para to<strong>do</strong>s os sectores.<br />

Dar isto para Lisboa acaba por ser<br />

um desperdício. Quan<strong>do</strong> queremos ver<br />

bons espectáculos ou festivais temos que<br />

nos deslocar à capital. Lisboa cresce mais<br />

<strong>do</strong> que o resto <strong>do</strong> País. Não podemos perder<br />

um espectáculo destes”.<br />

Ana Romão, 21 anos<br />

“É um evento que traz muita gente da<br />

própria cidade aos locais da prova, já<br />

para não falar das muitas que vem de<br />

fora <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Tenho amigos espanhóis<br />

que se deslocam aqui só para ver o Red<br />

Bull. É muita confusão, mas uma vez por<br />

ano não faz mal. Até agradecemos.”<br />

Miguela, 26<br />

O REGRESSO<br />

DO RED BULL,<br />

ESTE ANO, DE FORMA<br />

ALTERNADA,<br />

É POSITIVO<br />

PARA A CIDADE<br />

E A REGIÃO?<br />

“Moro aqui perto (Queimódromo) e vejo<br />

a grande movimentação de pessoas na<br />

altura da prova. Não só aqui, mas também<br />

na Ribeira. Pelo menos para elas é<br />

importante senão não faziam 300 quilómetros<br />

ou mais para se deslocarem ao<br />

<strong>Porto</strong>, de propósito, para ver aviões”.<br />

Norberto Pires, 62<br />

“É super importante, sobretu<strong>do</strong>, para o<br />

turismo. Chaman<strong>do</strong> muita gente, a prova<br />

acaba por dar a conhecer a nossa cidade,<br />

em muitas zonas que são interessantes e<br />

cartazes turísticos em qualquer parte <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>.”<br />

“É um ponto de atracção. Vem muita<br />

gente de fora para ver os aviões. Lisboa<br />

é muito grande e tem um rio com difícil<br />

visibilidade. A alternância é boa, mas<br />

temo que acabe tu<strong>do</strong> por ficar por lá.<br />

Espero, por isso, que a prova nunca saia<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>”.<br />

Sílvia Maia, 21<br />

“Ainda que não ligue nada a isso reconheço<br />

que movimenta sempre muita gente e<br />

isso é importante para a cidade.”<br />

Manuel Nascimento, 78


Ruas da Cidade<br />

069 031<br />

Rua <strong>do</strong> Rosário<br />

Artéria cada vez mais cosmopolita, ganhou<br />

nos últimos tempos um ambiente<br />

artístico e inova<strong>do</strong>r que não deixa<br />

ninguém indiferente. Por ali se podem<br />

ver galerias de arte – é uma séria concorrente<br />

à sua “vizinha” Rua Miguel<br />

Bombarda –, mas, sobretu<strong>do</strong>, lojas de<br />

comércio internacional. Já lá está a<br />

“Kuri Kuri”, uma loja japonesa, e a<br />

“China Qiao”, dedicada à moda daquele<br />

país asiático. Mais recentemente abriu<br />

a “Evanova”, um projecto de duas modelos<br />

russas radicadas na cidade. Mas<br />

há também a “Quintal Bioshop”, loja<br />

portuguesa especializada no consumo<br />

consciente e amigo <strong>do</strong> ambiente, para<br />

além <strong>do</strong> comércio tradicional.<br />

Quem por ali passe pode apreciar e instalar-se<br />

no Hotel das Artes. Mais atrás,<br />

no nº5, existiu o célebre Hotel <strong>do</strong> Louvre<br />

que recebia como hóspedes importantes<br />

personalidades que visitavam a<br />

cidade, como o Impera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil, D.<br />

Pedro II (passagem ainda hoje recordada<br />

com uma placa na fachada). Esse<br />

mesmo prédio foi sede <strong>do</strong> Orfeão Lusitano<br />

(início <strong>do</strong> século XX) assim como<br />

<strong>do</strong> MUD (Movimento de Unidade Democrática),<br />

em 1948. Chegou a albergar a<br />

sede <strong>do</strong> Sport Clube e Salgueiros. Hoje<br />

ali está instala<strong>do</strong> o Cineclube <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

funda<strong>do</strong> em 1945.<br />

Artéria com história, que se renova<br />

num movimento alarga<strong>do</strong> de reabilitação<br />

de toda a Baixa <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.


de a a z<br />

070<br />

A<br />

Amor e Amizade, que ao longo <strong>do</strong>s<br />

anos tive a “sorte “de receber <strong>do</strong> público<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

B<br />

Beleza, cidade beijada pelo Douro como<br />

a ternura <strong>do</strong>s “amantes”.<br />

C<br />

Certeza, de quem ama a sua cidade.<br />

D<br />

Desejo de voltar sempre.<br />

E<br />

Exemplar.<br />

F<br />

Força e Fascínio, é o que sinto por esta<br />

cidade.<br />

NOÉMIA COSTA • actriz<br />

G<br />

Gastronomia que sacia mais <strong>do</strong> que<br />

tu<strong>do</strong> a “alma “.<br />

H<br />

Hospitalidade.<br />

I<br />

Integridade.<br />

J<br />

Jardim de Recordações.<br />

K<br />

“Kilos “ a mais, com as típicas<br />

Francesinhas...<br />

L<br />

Liberdade de expressão “única”.<br />

M<br />

Monumental, a nível arquitectónico e<br />

histórico.<br />

N<br />

Novembros de cinza e sonho.<br />

O<br />

Optimismo, “amanhã vai ser sempre<br />

melhor”.<br />

P<br />

<strong>Porto</strong> Senti<strong>do</strong>.<br />

Q<br />

Quietude nostálgica, que também faz falta...<br />

R<br />

Ribeira é simplesmente Linda.<br />

S<br />

Suspiro, na chegada e na partida.<br />

T<br />

Trinta anos de Carreira, que comemorei<br />

a 24 de Abril de 2010, aqui no Teatro<br />

Rivoli, após a estreia <strong>do</strong> Musical Annie.<br />

U<br />

União, “um por to<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s por um”.<br />

V<br />

Vaidade clubística.<br />

X<br />

Xarope para a alma...<br />

Z<br />

Zona Norte, que não divi<strong>do</strong> porque para<br />

mim somos um to<strong>do</strong>, somos “Portugal”.

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