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JULHO<br />
‘10<br />
025<br />
REVISTA DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO<br />
Parque Oriental<br />
finalmente aberto<br />
O Ambiente em destaque:<br />
Praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> podem ser utilizadas com confiança<br />
[pg.6]<br />
Parque Oriental pronto para receber o Verão<br />
[pg.12]<br />
Zona Desportiva inaugurada no Parque da Cidade<br />
[pg.15]
EDITORIAL<br />
003<br />
Portugal acumulou erros. Durante<br />
anos gastamos o que não tínhamos<br />
e, por isso, ficamos a dever.<br />
Portugal acumulou erros. Durante anos<br />
gastamos o que não tínhamos e, por<br />
isso, ficamos a dever. Como seria de<br />
esperar, um dia, a dívida tinha de nos<br />
cair em cima.<br />
Muitos políticos (e não só…) que apenas<br />
gostam de agradar, que não têm<br />
coragem de enfrentar a realidade e que<br />
fazem da demagogia e seu “ganha pão<br />
eleitoral”, foram-nos explican<strong>do</strong> que<br />
quem muito se preocupa com o equilíbrio<br />
das contas públicas não tem rasgo<br />
político, não tem ambição é, no fun<strong>do</strong>,<br />
homem de fraca capacidade.<br />
Hoje, o resulta<strong>do</strong> dessa tese está bem<br />
à vista e não é difícil admitir que o<br />
pior ainda está para vir. Hoje, o desemprego<br />
sobe, a situação social agrava-se<br />
e muitos portugueses vivem angustia<strong>do</strong>s<br />
com o seu futuro. Uma situação<br />
perfeitamente dispensável se tem<br />
havi<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> da responsabilidade e se<br />
se tem feito, a tempo e horas, as reformas<br />
que Portugal precisa; nas finanças<br />
públicas, na justiça, na economia, na<br />
saúde, na educação.<br />
Acho que o tempo nos tem<br />
da<strong>do</strong> razão. Se o país<br />
tivesse feito como temos<br />
feito no <strong>Porto</strong>, estaria,<br />
seguramente, bem melhor.<br />
O esforço da Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, há muito,<br />
que tem si<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> contrário:<br />
Cortar nas despesas. Gerir mais racionalmente<br />
o seu património. Baixar a<br />
sua dívida. Procurar que os serviços<br />
públicos funcionem melhor. E, investir<br />
onde é mais necessário e, não, onde se<br />
consegue mais popularidade política e<br />
mediática.<br />
Acho que o tempo nos tem da<strong>do</strong> razão.<br />
Se o País tivesse feito como temos feito<br />
no <strong>Porto</strong>, estaria, seguramente, bem<br />
melhor.<br />
Aliás, não é por isso que a obra não<br />
deixa de aparecer e a cidade não deixa<br />
de se desenvolver. Neste número<br />
da <strong>Porto</strong> Sempre, essa verdade é bem<br />
patente, com particular destaque para<br />
a área <strong>do</strong> ambiente, onde também nos<br />
temos esforça<strong>do</strong> por dar à cidade uma<br />
qualidade de vida cada vez melhor.<br />
O Parque Oriental, as novas Bandeiras<br />
Azuis, o projecto para o Parque de<br />
S. Roque ou a nova zona desportiva<br />
no Parque da Cidade, são exemplos de<br />
que é possível conciliar saúde financeira<br />
com melhoria da qualidade de vida.<br />
O contrário é que não.<br />
A mim, há muito, que isto me parece<br />
evidente.<br />
Um abraço <strong>do</strong><br />
Ficha Técnica | <strong>Porto</strong> Sempre nº 25 | Julho 2010<br />
Direcção: Rui Rio<br />
Coordenação Editorial: Florbela Guedes<br />
Coordenação Redactorial: Gabinete de Comunicação<br />
e Promoção da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Redacção: Anibal Sacramento, Paulo Neves,<br />
Raquel Espinheira<br />
Fotografia: Rui de Meireles<br />
Edição e Propriedade: Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Praça General Humberto Delga<strong>do</strong><br />
4049-001 <strong>Porto</strong><br />
imprensa@cm-porto.pt | www.cm-porto.pt<br />
Design e Composição Gráfica: B+ Comunicação<br />
Impressão: Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA<br />
Publicidade: Gabinete de comunicação e Imagem da<br />
Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Depósito Legal: 198544/ 03<br />
Tiragem: 135.000 exemplares<br />
Peridiocidade: Trimestral
004<br />
SUMÁRIO<br />
006<br />
Destaque<br />
Entrevista ao<br />
Prof. Poças Martins<br />
Praias entre a Foz e o<br />
Castelo <strong>do</strong> Queijo podem ser<br />
utilizadas com confiança<br />
Joaquim Poças Martins traça<br />
um diagnóstico bastante positivo<br />
da qualidade da água<br />
das praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, concretamente<br />
as compreendidas<br />
entre a<br />
Foz <strong>do</strong> Douro e<br />
o Castelo <strong>do</strong><br />
Queijo.<br />
012 014 022<br />
Actualidade<br />
Parque Oriental começa a<br />
nascer<br />
Primeira fase <strong>do</strong> Parque finalmente<br />
inaugurada. A importância fulcral<br />
da despoluição <strong>do</strong> Rio Tinto foi um<br />
<strong>do</strong>s aspectos salienta<strong>do</strong>s por Rui<br />
Rio e Sidónio Pardal, que sonha em<br />
ver, de novo, trutas ali a nadar…<br />
Actualidade<br />
Uma cidade mais verde<br />
e ambientalmente mais<br />
saudável e inclusiva<br />
015<br />
Actualidade<br />
Zona Desportiva<br />
inaugurada no Parque da<br />
Cidade<br />
016<br />
Actualidade<br />
Passeio Alegre<br />
pavimenta<strong>do</strong><br />
018<br />
Actualidade<br />
Obras mal acabadas nas<br />
ruas da cidade<br />
020<br />
Actualidade<br />
Novos directores<br />
municipais empossa<strong>do</strong>s<br />
Actualidade<br />
Medina Carreira esteve<br />
no <strong>Porto</strong> a convite <strong>do</strong><br />
Presidente <strong>do</strong> CMP<br />
024<br />
Actualidade<br />
TV <strong>Porto</strong>: o Município em<br />
directo<br />
025<br />
Actualidade<br />
Finanças Municipais –<br />
CMP consolida equilíbrio<br />
financeiro<br />
Apesar das repercussões que o cenário<br />
de crise fatalmente exerceu nas finanças<br />
locais, a situação que a este nível<br />
o município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresenta aponta<br />
para a consolidação financeira,<br />
ten<strong>do</strong> evidencia<strong>do</strong>,<br />
em 2009, um<br />
crescimento da<br />
ordem <strong>do</strong>s<br />
3,5% relativamente<br />
ao<br />
ano anterior.
SUMÁRIO<br />
005<br />
028 042 055<br />
Actualidade<br />
CMP fomenta parcerias<br />
público-privadas para<br />
reabilitar o seu património<br />
e ajudar as empresas em<br />
época de crise<br />
030<br />
Actualidade<br />
Municípios <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />
Lisboa estreitam relações<br />
políticas e institucionais<br />
031<br />
Actualidade<br />
FAP com o queimódromo<br />
por mais quatro anos<br />
Área M. <strong>Porto</strong><br />
Metro enterra<strong>do</strong> no<br />
Parque da Cidade<br />
043<br />
Área M. <strong>Porto</strong><br />
Novos hotéis para<br />
acolher mais turistas<br />
O <strong>Porto</strong> é uma marca que se encontra<br />
associada ao que de melhor existe<br />
na região: o seu vinho, gastronomia,<br />
paisagem, arquitectura, história, mas<br />
também acessibilidades, com destaque,<br />
naturalmente, para o Aeroporto<br />
Francisco Sá Carneiro.<br />
Animação<br />
Road Show nos Alia<strong>do</strong>s:<br />
mais de 40 mil vibraram<br />
com a perícia <strong>do</strong>s<br />
campeões<br />
056<br />
Animação<br />
Red Bull Air Race – No <strong>Porto</strong><br />
ano sim, ano não<br />
032<br />
Coesão social<br />
Bairros Sociais – Governo<br />
corta apoios na reabilitação<br />
034<br />
Coesão social<br />
Requalificação <strong>do</strong> Bairro <strong>do</strong><br />
Lagarteiro pode arrancar no<br />
Verão<br />
038<br />
Grande Entrevista<br />
Daniel Bessa<br />
046<br />
Inovação<br />
Speed Recruitment na<br />
Cidade das Profissões<br />
048<br />
Inovação<br />
Balcão de Atendimento<br />
Virtual (BAV)<br />
052<br />
Turismo<br />
<strong>Porto</strong> Presente no maior<br />
festival turístico de Cadiz<br />
053<br />
Ecocidade<br />
CMP e AdE<strong>Porto</strong><br />
assinalaram o Dia Nacional<br />
de Energia<br />
057<br />
Animação<br />
Teatro Nacional S. João em<br />
Espanha<br />
064<br />
Memórias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Eugénio de Andrade<br />
066<br />
Sala de Visitas<br />
068<br />
Pergunta a quem passa<br />
069<br />
Ruas da Cidade<br />
Rua <strong>do</strong> Rosário<br />
070<br />
De A a Z<br />
Noémia Costa – Actriz
DEstaque<br />
006<br />
«PRAIAS ENTRE A<br />
FOZ E O CASTELO<br />
DO QUEIJO PODEM<br />
SER UTILIZADAS<br />
COM CONFIANÇA»<br />
Joaquim Poças Martins traça um diagnóstico<br />
bastante positivo da qualidade da água das praias<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, concretamente as compreendidas entre<br />
a Foz <strong>do</strong> Douro e o Castelo <strong>do</strong> Queijo. E se hoje essa<br />
qualidade já é boa – como está comprova<strong>do</strong> pela<br />
atribuição da Bandeira Azul –, num futuro próximo<br />
pode mesmo caminhar-se, de mo<strong>do</strong> sustenta<strong>do</strong>,<br />
ao encontro da excelência.<br />
É essa a intenção daquele especialista que trabalha para a<br />
Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Professor da Faculdade de Engenharia da Universidade<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, onde lecciona várias disciplinas nas áreas<br />
da Engenharia Civil/Hidráulica e da Engenharia <strong>do</strong> Ambiente.<br />
As outras frentes de «batalha» são o combate às perdas de<br />
água, a conclusão da rede de saneamento e a requalificação<br />
das ribeiras da cidade.<br />
ENTREVISTA AO<br />
PROF. POÇAS MARTINS<br />
Em plena época balnear, que balanço faz da qualidade da<br />
água das praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />
Desde 2006, tem vin<strong>do</strong> a verificar-se uma melhoria progressiva<br />
e consistente da qualidade da água. O facto de<br />
até então ser desaconselhável utilizar as praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
tinha consequências muito negativas, quer na qualidade<br />
de vida das populações, quer na própria imagem da<br />
cidade.<br />
Quais as principais medidas tomadas pela Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
para inverter essa situação?<br />
Em escassos meses, num perío<strong>do</strong> que mediou entre a<br />
criação da empresa, em finais 2006, e Junho de 2007,<br />
foi possível detectar a principal razão pela qual as praias<br />
estavam poluídas. Havia muitos esgotos liga<strong>do</strong>s indevidamente<br />
às águas pluviais em vez de estarem liga<strong>do</strong>s à
DEstaque<br />
007<br />
CUIDADO COM O SOL!<br />
«NESTE VERÃO, SOL COM MODERAÇÃO…»<br />
A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) vai este ano, e uma vez<br />
mais, desenvolver uma campanha de prevenção e alerta sobre os perigos da exposição<br />
exagerada aos raios solares, cuja principal mensagem é «Neste Verão,<br />
Sol com Moderação…».<br />
Esta acção de educação e sensibilização, a que a CMP aderiu, decorre de 15 de<br />
Julho a 31 de Agosto e contará com o apoio de diversas entidades e instituições<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e da sociedade civil.<br />
A campanha é desenvolvida em colaboração com a Sociedade Portuguesa de<br />
Dermatologia e com o apoio da Liga Portuguesa contra o Cancro.<br />
De acor<strong>do</strong> com a APCC, a incidência de cancro da pele é elevada e tem tendência<br />
para aumentar. «Apesar da maioria ser curável se diagnostica<strong>do</strong> e trata<strong>do</strong><br />
precocemente, cerca de 90% têm relação com os exageros de exposição ao sol,<br />
sobretu<strong>do</strong> na infância, a<strong>do</strong>lescência e adulto jovem», avisa aquela Associação.<br />
ciação.<br />
rede de saneamento, o que causava<br />
eleva<strong>do</strong>s níveis de poluição nas<br />
praias, ao contrário de algumas opiniões<br />
que advogavam que não haveria<br />
solução para as praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
enquanto o Douro não fosse despoluí<strong>do</strong>.<br />
Claro que o Douro também influencia,<br />
mas muito menos <strong>do</strong> que as<br />
descargas poluentes.<br />
Concretamente, o que foi feito para<br />
que, nesses meses, se notasse uma<br />
melhoria da qualidade da água das<br />
praias?<br />
Ao interceptar essas descargas poluentes,<br />
lançan<strong>do</strong>-as como esgotos<br />
que de facto são na respectiva estação<br />
de tratamento, registou-se desde<br />
logo uma melhoria significativa da<br />
qualidade da água das praias. Mas<br />
há que dizer que a poluição <strong>do</strong>s rios<br />
Douro e Leça também tem impacto<br />
nas praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Um factor que influi, por exemplo,<br />
na atribuição e manutenção da Bandeira<br />
Azul?<br />
Exactamente. Enquanto esses rios<br />
não forem despoluí<strong>do</strong>s, há sempre<br />
o risco de, em cada ano, termos, ou<br />
não, Bandeira Azul. Mas isso acontece<br />
em qualquer praia urbana. São zonas<br />
muito sensíveis e onde ocorrem<br />
fenómenos que fogem ao controlo da<br />
Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. A Bandeira Azul é<br />
o símbolo máximo de qualidade das<br />
praias. Está no imaginário das populações<br />
e tem um impacto decisivo na<br />
mobilização das pessoas, que ainda<br />
não o fizeram, para ligarem as suas<br />
casas à rede de saneamento.<br />
Este Verão, o <strong>Porto</strong> arrancou com<br />
quantas Bandeiras Azuis?<br />
No <strong>Porto</strong>, todas as praias entre a Foz<br />
<strong>do</strong> Douro e o Castelo <strong>do</strong> Queijo têm<br />
Bandeira Azul, o que significa que as<br />
pessoas podem utilizar as praias desta<br />
zona com toda a confiança. Ou seja,<br />
existem, neste contínuo litoral, três<br />
Bandeiras Azuis – uma por cada zona
DEstaque<br />
008<br />
Estamos a caminho da classificação de “Excelente”<br />
balnear que constam <strong>do</strong>s roteiros turísticos<br />
europeus – que englobam sete<br />
praias: Zona Balnear da Foz (Luz, Ingleses,<br />
Ourigo e Carneiro), Zona Balnear<br />
de Gondarém (Gondarém e Molhe)<br />
e Zona Balnear <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Leme,<br />
onde existe a praia com o mesmo<br />
nome e que foi a primeira a obter<br />
aquele estatuto. As praias<br />
<strong>do</strong> Castelo <strong>do</strong> Queijo e Internacional,<br />
junto a Matosinhos,<br />
ainda não o<br />
têm e a solução não<br />
depende apenas<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Como classifica a qualidade actual das<br />
praias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />
Estamos a caminho da classificação de<br />
“Excelente”. O critério de análise já<br />
a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> pela União Europeia é mais<br />
justo, porque, em vez de analisar o que<br />
se passa dia-a-dia, opta por uma análise<br />
global <strong>do</strong>s últimos quatro anos. Ou<br />
seja, um problema episódico que pode<br />
ocorrer a qualquer momento não afecta<br />
a classificação, como infelizmente<br />
ainda pode acontecer, confundin<strong>do</strong> as<br />
pessoas.<br />
Que mensagem pretende transmitir,<br />
neste momento, aos portuenses ou aos<br />
visitantes <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />
Que vão às suas praias, com tão boa<br />
qualidade e tão perto!<br />
«VAMOS CONCLUIR A<br />
REDE DE SANEAMENTO<br />
ATÉ FINAL DE 2011»<br />
Quais os planos da Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> para<br />
o próximo triénio?<br />
Refere-se a factores aleatórios?<br />
Eles existem sempre. Simplesmente, nós introduzimos<br />
diversas defesas, desde logo com<br />
a ligação de todas as casas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> à rede<br />
de saneamento, que esperamos concluir até<br />
ao final de 2011, incluin<strong>do</strong> as ligações indevidas<br />
às águas fluviais, um investimento<br />
que ultrapassa os 22 milhões de euros.<br />
To<strong>do</strong>s os dias fazemos ligações. As pessoas<br />
estão a aderir bem, designadamente na<br />
zona oriental da cidade.<br />
Manter esta qualidade rumo à excelência.<br />
Mas é obvio que isso será como que<br />
correr atrás de um arco-íris, que teima<br />
em fugir-nos quan<strong>do</strong> nos aproximamos.<br />
Espero que também haja cada vez<br />
menos avarias e roturas de condutas<br />
de água e de colectores de saneamento<br />
e águas pluviais, à medida que vamos<br />
renovan<strong>do</strong> as redes. Contu<strong>do</strong>, haverá<br />
sempre surpresas!
DEstaque<br />
009<br />
NOVO INTERCEPTOR DE ÁGUAS<br />
PLUVIAIS PARA PROTEGER PRAIAS<br />
DOS INGLESES E OURIGO<br />
Além das novas ligações à rede de<br />
saneamento e da intercepção das águas<br />
pluviais <strong>do</strong>s jardins da Avenida <strong>do</strong> Brasil, foi<br />
lançada, em Maio, uma obra particularmente<br />
importante, como explicou Poças Martins.<br />
Trata-se de um novo interceptor de águas pluviais, que protegerá<br />
toda a zona das praias <strong>do</strong>s Ingleses e <strong>do</strong> Ourigo. É uma<br />
longa conduta, com 1,20 metros de diâmetro, que se estende<br />
desde a Rua de Diu, passan<strong>do</strong> pela da Senhora da Luz, in<strong>do</strong><br />
descarregar no Douro. Simultaneamente, procedeu-se à requalificação<br />
daquela zona, que passa a ter uma ciclovia e um<br />
novo pavimento.
DEstaque<br />
010<br />
«RIBEIRA DA ASPRELA<br />
JÁ TEM TROÇO REABILITADO»<br />
Relativamente às ribeiras, qual o ponto de situação?<br />
É um problema pareci<strong>do</strong> com o das praias, pois o que está em<br />
causa é, também, o saneamento. O nosso lema é despoluir,<br />
desentubar e reabilitar. Há troços que já estão reabilita<strong>do</strong>s,<br />
concretamente o da Ribeira da Asprela, junto à Faculdade de<br />
Economia, que é um troço-piloto de novas tecnologias amigas<br />
<strong>do</strong> ambiente. É um local onde especialistas e até alunos destas<br />
matérias podem analisar como é possível fazer uma reabilitação<br />
de linhas de água em zona urbana com muita qualidade<br />
e com custos controla<strong>do</strong>s.<br />
Como se inserem estes percursos pe<strong>do</strong>nais e<br />
ciclovias na cidade?<br />
A ideia é prolongar o percurso pe<strong>do</strong>nal e a<br />
ciclovia até à Marginal <strong>do</strong> Douro, junto ao Fluvial,<br />
aproveitan<strong>do</strong> a instalação de uma conduta<br />
com 8 km de comprimento. Ainda este ano,<br />
esperamos fazer a interligação de um troço com<br />
cerca de 1 km, desde a Marginal <strong>do</strong> Douro, em<br />
Gon<strong>do</strong>mar, até à zona da Pousada <strong>do</strong> Freixo. No<br />
fun<strong>do</strong>, pretende-se criar uma rede de percursos<br />
pe<strong>do</strong>nais e de ciclovias na cidade em conjugação<br />
com as que circundam as ribeiras e que só fazem<br />
senti<strong>do</strong> depois da sua despoluição.<br />
E quanto à Ribeira da Granja?<br />
A qualidade da água melhorou muito. Por outro la<strong>do</strong>, na zona<br />
de Ramalde <strong>do</strong> Meio, as margens foram já reabilitadas e foi<br />
cria<strong>do</strong> um percurso pe<strong>do</strong>nal/ciclovia ao longo da ribeira.
DEstaque<br />
011<br />
As perdas de água têm si<strong>do</strong> uma preocupação<br />
fundamental da empresa.<br />
Apesar de terem sofri<strong>do</strong> uma redução para<br />
metade, o Professor admite poder travá-las<br />
ainda mais. O processo significou já uma<br />
poupança de vários milhões de euros, com<br />
reflexos na contenção das tarifas cobradas<br />
aos consumi<strong>do</strong>res, não é assim?<br />
O combate às perdas é o que tem pago<br />
grande parte disto. Ou seja, nos últimos<br />
anos a factura da água <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
até baixou em termos reais, uma vez<br />
que o seu aumento foi sempre inferior<br />
ao da inflação. Temos consegui<strong>do</strong> poupar<br />
entre 4 a 5 milhões de euros por<br />
ano e têm si<strong>do</strong> esses ganhos de eficiência<br />
que, sem aumentos de tarifas,<br />
têm permiti<strong>do</strong> fazer tantas obras. Mas<br />
ainda devemos conseguir poupar anualmente<br />
mais 1 ou 2 milhões de euros.<br />
Sente-se, portanto, realiza<strong>do</strong> na liderança<br />
técnica da Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>…<br />
Obviamente, tem si<strong>do</strong> um trabalho gratificante.<br />
De facto, conseguiu-se muito<br />
em pouco tempo, temos um excelente<br />
conjunto de colabora<strong>do</strong>res que estão<br />
motivadíssimos e que são responsáveis<br />
pelos excelentes resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s.<br />
Ainda continua com a sua actividade<br />
<strong>do</strong>cente na Faculdade de Engenharia da<br />
Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>?<br />
Sim, desde 1974!<br />
E como consegue conciliar isso tu<strong>do</strong>?<br />
Dormin<strong>do</strong> depressa.<br />
«COMBATE ÀS PERDAS<br />
TEM PAGO GRANDE<br />
PARTE DAS OBRAS»
Actualidade<br />
012<br />
PARQUE ORIENTAL<br />
COMEÇA A NASCER<br />
JUNTO À MARGEM ESQUERDA DO RIO TINTO<br />
Intervenção no terreno<br />
começou em 2007<br />
Primeira fase <strong>do</strong> Parque finalmente inaugurada.<br />
A importância fulcral da despoluição <strong>do</strong> Rio Tinto foi um<br />
<strong>do</strong>s aspectos salienta<strong>do</strong>s por Rui Rio e Sidónio Pardal,<br />
que sonha em ver, de novo, trutas ali a nadar…<br />
A parcela oficialmente aberta à população, em Junho, com cerca de 10 hectares,<br />
corresponde sensivelmente a um quinto da área total <strong>do</strong> Parque e a um investimento<br />
da ordem <strong>do</strong> milhão e meio de euros, sem contar com o valor <strong>do</strong>s terrenos e com<br />
a utilização <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> próprio município.<br />
Para Rui Rio, que se encontrava acompanha<strong>do</strong> por Álvaro Castello-Branco, Vice-Presidente<br />
da autarquia e responsável pelo Pelouro <strong>do</strong> Ambiente, e ainda pelo arquitecto<br />
Sidónio Pardal, autor <strong>do</strong> projecto, a inauguração desta primeira fase <strong>do</strong> Parque<br />
Oriental constituiu «um momento importante» para a cidade, em particular para<br />
uma zona urbana bastante carenciada e deprimida, como tem si<strong>do</strong> o caso da de Azeve<strong>do</strong>/Campanhã,<br />
onde o Parque está inseri<strong>do</strong>.<br />
O novo espaço verde abrange cerca de 53 hectares demarca<strong>do</strong>s no Plano Director<br />
<strong>Municipal</strong> (PDM), ao longo de um território que, até aos dias de hoje, se manteve<br />
com características rurais, claramente separa<strong>do</strong> <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> urbano.<br />
Desde 2007 que a CMP tem vin<strong>do</strong> a desenvolver<br />
um importante projecto de<br />
consolidação <strong>do</strong> espaço verde, com a<br />
construção de muros, a partir da Rotunda<br />
das Areias. Foi justamente a primeira<br />
fase <strong>do</strong> projecto, com cerca de 100 mil<br />
metros quadra<strong>do</strong>s e localizada no extremo<br />
norte <strong>do</strong> vale <strong>do</strong> Rio Tinto, que foi<br />
concluída e está agora à disposição de<br />
to<strong>do</strong>s quantos dela queiram fruir.<br />
Nesta fase, o Parque contará com quatro<br />
unidades paisagísticas, devidamente<br />
tratadas e modeladas, com grande<br />
diversidade arbórea.<br />
De perfil mais acentuadamente bucólico<br />
e rural, o Parque Oriental constituirá<br />
parte integrante de <strong>do</strong>is importantes<br />
pólos nucleares de espaços verdes pensa<strong>do</strong>s<br />
para o <strong>Porto</strong>, juntamente com o<br />
Parque Ocidental da Cidade, este com<br />
características vincadamente metropolitanas<br />
e cuja consolidação está intimamente<br />
ligada ao facto recente de to<strong>do</strong>s<br />
os seus terrenos terem passa<strong>do</strong> em definitivo<br />
para a posse <strong>do</strong> município, o que<br />
fez com que ficasse a salvo de construções<br />
no seu interior, um desígnio de que<br />
a Câmara nunca abriu mão desde que<br />
Rui Rio assumiu a sua presidência.
actualidade<br />
013<br />
<strong>Porto</strong> deixará<br />
de contribuir<br />
para a poluição<br />
<strong>do</strong> rio em 2011<br />
Um convite à calma e ao sossego<br />
Para o arquitecto Sidónio Pardal<br />
a inserção <strong>do</strong> Parque Oriental na<br />
malha urbana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é uma<br />
necessidade<br />
De acor<strong>do</strong> com Sidónio Pardal, o conceito<br />
<strong>do</strong> Parque Oriental «traduz-se no<br />
ajustamento de toda a estrutura <strong>do</strong>s<br />
campos que ali existiam, segun<strong>do</strong> uma<br />
continuidade que permita às pessoas<br />
caminhar livremente, num contínuo<br />
natural, relva<strong>do</strong>, arboriza<strong>do</strong>, com uma<br />
rede de caminhos e estadias, que convidam<br />
ao lazer e à evasão <strong>do</strong> “stress”<br />
quotidiano».<br />
Aos olhos <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> projecto, a inserção<br />
deste espaço na malha urbana<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> afigura-se, por isso, como uma<br />
necessidade.<br />
ainda não está trabalha<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> por<br />
isso um desafio para os próximos anos,<br />
assim como a despoluição <strong>do</strong> rio Tinto,<br />
a cargo de uma equipa da empresa<br />
Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que tem trabalha<strong>do</strong><br />
intensivamente para que o rio volte<br />
a ter trutas, como dantes acontecia»,<br />
concluiu, com alguma nostalgia, aquele<br />
arquitecto paisagista.<br />
A despoluição <strong>do</strong> Rio Tinto é um<br />
aspecto nuclear no desenvolvimento<br />
<strong>do</strong> Parque Oriental. «Perspectivar<br />
o futuro é continuar a despoluir o<br />
rio, um trabalho que tem vin<strong>do</strong> a ser<br />
conduzi<strong>do</strong> pela Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, mas<br />
que necessita, também, da colaboração<br />
de outros municípios, designadamente<br />
<strong>do</strong> de Gon<strong>do</strong>mar», vincou o<br />
Presidente da CMP.<br />
Sobre esta matéria, Álvaro Castello-<br />
Branco, responsável pelo Pelouro <strong>do</strong><br />
Ambiente, tem, aliás, deixa<strong>do</strong> bem<br />
claro que, em 2011, a cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
deixará, em definitivo, de contribuir<br />
para «tingir» – no senti<strong>do</strong> pejorativo<br />
<strong>do</strong> termo – o Rio Tinto.<br />
Tal circunstância decorre da intervenção<br />
que tem vin<strong>do</strong> a ser levada a cabo<br />
por aquela empresa municipal, nomeadamente<br />
ao nível <strong>do</strong> saneamento.<br />
«O <strong>Porto</strong> tem no vale <strong>do</strong> Rio Tinto<br />
um espaço com uma poética e<br />
com uma memória de paisagem<br />
rural, que é sentida como algo<br />
que falta integrar no teci<strong>do</strong> da<br />
cidade»<br />
«O vale e a estrutura <strong>do</strong> rio formam<br />
um elemento central <strong>do</strong> Parque, que
Actualidade<br />
014<br />
PARQUE DE S. ROQUE<br />
Uma cidade mais verde<br />
e ambientalmente mais saudável<br />
e inclusiva<br />
Em paralelo com a criação <strong>do</strong> Parque Oriental – cujos primeiros 10<br />
hectares já se encontram ao dispor de to<strong>do</strong>s quantos deles queiram<br />
usufruir – a CMP, através <strong>do</strong> Pelouro <strong>do</strong> Ambiente, vai olhan<strong>do</strong> com<br />
atenção para o de S. Roque em nome de uma cidade ecologicamente<br />
mais sadia e acolhe<strong>do</strong>ra. Ideias já há e planos também.<br />
Um parque<br />
“mal ama<strong>do</strong>”<br />
finalmente<br />
aberto à cidade<br />
Depois da abertura <strong>do</strong>s primeiros 10 hectares <strong>do</strong> Parque Oriental, a Câmara aposta<br />
agora na “redescoberta” <strong>do</strong> Parque de S. Roque, nomeadamente através da sua requalificação<br />
e aumento da área. A ideia é uni-lo ao Complexo <strong>do</strong> Monte Aventino, situa<strong>do</strong><br />
nas imediações, crian<strong>do</strong> assim um contínuo verde aprazível e convidativo ao lazer.<br />
O projecto de requalificação, que prevê a sua ampliação em cerca de <strong>do</strong>is hectares,<br />
encontra-se em fase de conclusão e o arranque das obras, com um ano de duração,<br />
está previsto para Outubro. O investimento ronda os três milhões de euros.<br />
Situa<strong>do</strong> na Zona Oriental, o Parque<br />
de S. Roque foi em tempos uma quinta<br />
ligada ao comércio <strong>do</strong> Vinho <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong>, com uma área de cerca de quatro<br />
hectares. Foi aberto ao público<br />
há 17 anos, mas, ao contrário <strong>do</strong> que<br />
sucedeu com outros espaços verdes,<br />
nunca chegou a ter a afluência desejada<br />
e como porventura merecia.<br />
«Vamos intervir não só para o requalificar<br />
no seu interior – com o correspondente<br />
aumento da área – como<br />
também no exterior, ao nível da via<br />
pública e nos espaços circundantes»,<br />
explicou Álvaro Castello-Branco, Vice-Presidente<br />
da CMP e responsável<br />
pelo Pelouro <strong>do</strong> Ambiente.<br />
«Isto significa» – acrescentou –<br />
«que passará a ser um parque aberto<br />
à cidade, deixan<strong>do</strong> de estar ‘cerca<strong>do</strong>’<br />
por muros e passan<strong>do</strong>, assim, a<br />
constituir um contínuo verde com<br />
o Monte Aventino até à Praça Dr.<br />
Francisco Sá Carneiro e Rua Prof.<br />
Bento de Jesus Caraça».<br />
A substituição <strong>do</strong> muro por uma vedação<br />
mais transparente, ampliação<br />
<strong>do</strong> recinto infantil e criação de uma<br />
zona de estacionamento para 90 automóveis<br />
são ainda algumas das soluções<br />
preconizadas pela autarquia, de<br />
forma a tornar o Parque de S. Roque<br />
mais apetecível e atractivo.
actualidade<br />
015<br />
ZONA DESPORTIVA INAUGURADA<br />
NO PARQUE DA CIDADE<br />
O Parque da Cidade está, desde finais<br />
de Abril, mais atractivo. A inauguração<br />
<strong>do</strong> complexo desportivo nos terrenos<br />
cedi<strong>do</strong>s pela autarquia ao Sport Club <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong>, em regime de direito de superfície<br />
por um perío<strong>do</strong> de 27 anos, aumentou<br />
a oferta em termos de espaços e<br />
equipamentos polidesportivos no mais<br />
emblemático espaço verde da cidade.<br />
Trata-se de um equipamento disponível<br />
a toda a população, mediante inscrição<br />
e pagamento <strong>do</strong> aluguer <strong>do</strong>s campos.<br />
Para além <strong>do</strong>s recintos desportivos<br />
inaugura<strong>do</strong>s, o Sport Clube <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
já tinha ali em funcionamento vários<br />
«courts» de ténis, cobertos e ao ar livre.<br />
Para mais tarde, fica o arranque da<br />
Academia de Dança, ballet e ginásios.<br />
A zona desportiva ao ar<br />
livre engloba um campo de<br />
futebol, no qual se poderá<br />
praticar, igualmente,<br />
hóquei em campo, um<br />
polidesportivo (ambos com<br />
relva sintética), <strong>do</strong>is<br />
campos de voleibol de praia<br />
e estruturas de apoio, entre<br />
outras valências.<br />
«Uma aposta ganha», referiu<br />
Álvaro Castello-Branco<br />
Para o Vice-Presidente da CMP e Verea<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> Ambiente e da Juventude,<br />
Álvaro Castello-Branco, esta zona desportiva<br />
ao ar livre «vai servir a cidade»,<br />
sen<strong>do</strong>, por isso, «uma aposta ganha».<br />
Embora já constasse <strong>do</strong> projecto inicial<br />
<strong>do</strong> arquitecto Sidónio Pardal, nunca tinha<br />
saí<strong>do</strong> <strong>do</strong> papel.<br />
Por seu la<strong>do</strong>, Paulo Barros Vale, presidente<br />
<strong>do</strong> Sport, destacou a importância<br />
da parceria entre o clube e a Câmara<br />
<strong>Municipal</strong>, que possibilitou a construção<br />
deste complexo desportivo no «pulmão<br />
verde» da cidade.
Actualidade<br />
016<br />
“UM DESAFIO ALICIANTE”<br />
Pinho da Costa confortável<br />
no seu novo cargo<br />
No âmbito da profunda reestruturação que os<br />
serviços minicipais sofreram em Abril último,<br />
Pinho da Costa é agora o responsável pela<br />
Direcção <strong>Municipal</strong> da Via Pública (DMVP),<br />
depois de ter desempenha<strong>do</strong> funções de<br />
administração nas Empresas Municipais<br />
DomusSocial e Gestão de Obras Públicas – GOP,<br />
a cujo Conselho de Administração presidiu.<br />
Elege a mobilidade e a requalificação <strong>do</strong> espaço<br />
público como as suas prioridades.<br />
PASSEIO ALEGRE<br />
PAVIMENTADO<br />
A zona <strong>do</strong> Passeio Alegre e Senhora da Luz deixou<br />
de ter aquele empedra<strong>do</strong> irregular e extremamente<br />
agressivo, incluin<strong>do</strong> as linhas <strong>do</strong> eléctrico há muito<br />
sem qualquer utilização e que agora estão a ser<br />
removidas.<br />
Este processo de requalificação ocorre na sequência das<br />
obras de instalação de infra-estruturas de abastecimento<br />
de água e de drenagem de águas residuais e pluviais,<br />
que desde Maio têm vin<strong>do</strong> a ser efectuadas pela empresa<br />
<strong>Municipal</strong> Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.
actualidade<br />
017<br />
Como se tem senti<strong>do</strong><br />
neste seu novo cargo?<br />
Tem si<strong>do</strong> muito trabalhoso, mas uma<br />
experiência extraordinária. As minhas<br />
melhores expectativas quanto à qualidade<br />
<strong>do</strong>s meios e recursos humanos que<br />
viria a ter ao meu dispor foram superadas.<br />
Tenho consciência de que isso nos<br />
responsabiliza ainda mais, mas é a pura<br />
verdade. Existem vários profissionais<br />
da Via Pública que só precisam que<br />
lhes sejam dadas condições de trabalho<br />
e de organização e, sobretu<strong>do</strong>, de<br />
se sentirem apoia<strong>do</strong>s no exercício das<br />
suas funções.<br />
Que aspecto considera mais<br />
relevante no que tem senti<strong>do</strong><br />
por parte justamente desses<br />
funcionários com quem agora<br />
trabalha directamente?<br />
Um inconformismo muito positivo. Alguns<br />
<strong>do</strong>s quadros superiores e intermédios,<br />
e mesmo <strong>do</strong> pessoal operário da<br />
DMVP, encaram o serviço público que<br />
prestam muito a sério e são esses os<br />
exemplos que precisamos de saber destacar<br />
para mudar rapidamente a atitude<br />
de to<strong>do</strong>s os outros colegas.<br />
Qual o maior desafio<br />
neste seu novo cargo?<br />
A actualização <strong>do</strong> cadastro das infraestruturas<br />
da cidade é um aspecto estrutural.<br />
Pelo menos está estancada a<br />
“sangria”, já que deixaram de existir<br />
intervenções em infra-estruturas que<br />
não estejam ou que não fiquem – por<br />
via da intervenção – cadastradas. Problema<br />
muito mais sério e difícil de resolver<br />
é a CMP conseguir repor, e disponibilizar<br />
até a qualquer interessa<strong>do</strong>, o<br />
cadastro de todas as infra-estruturas da<br />
cidade. Já não desafio, mas sonho, era<br />
que essas infra-estruturas pudessem ser<br />
todas desviadas, ou para galerias, ou<br />
para calhas técnicas de fácil acesso.<br />
O principal objectivo é aumentar a capacidade<br />
de drenagem, evitan<strong>do</strong> assim<br />
o mau funcionamento das infra-estruturas<br />
existentes. Também a Rua <strong>do</strong> Passeio<br />
Alegre e da Esplanada <strong>do</strong> Castelo<br />
sofreram intervenções, com vista à melhoria<br />
das condições de abastecimento<br />
de água e drenagem de águas pluviais.<br />
Apesar de os trabalhos na via pública<br />
terem si<strong>do</strong> interrompi<strong>do</strong>s durante o<br />
S. João, prevê-se que possam estar<br />
concluí<strong>do</strong>s em Julho.
Actualidade<br />
018<br />
OBRAS MAL ACABADAS<br />
NAS RUAS DA CIDADE<br />
- Uma situação a requerer maior<br />
atenção e acompanhamento especial<br />
O deficiente esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
pavimentos de algumas ruas<br />
da cidade está a suscitar<br />
particular atenção por parte<br />
<strong>do</strong>s serviços da Direcção<br />
<strong>Municipal</strong> da Via Pública.<br />
Identifica<strong>do</strong>s os problemas,<br />
avança-se, agora, para o<br />
terreno, no senti<strong>do</strong> de<br />
melhorar e resolver uma<br />
situação que não se<br />
compadece com a inércia e o<br />
desleixo.<br />
O cenário decorre das inúmeras intervenções<br />
levadas a cabo pelos vários<br />
concessionários/opera<strong>do</strong>res de infra-estruturas<br />
– alguns dependentes da CMP,<br />
como a Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> ou a <strong>Porto</strong> Digital,<br />
com as quais o contacto é mais fácil<br />
– mas também por outras entidades<br />
exteriores ao universo municipal, como<br />
sejam, por exemplo, a EDP, PT, EDP/Gás<br />
e Zon/TV Cabo.<br />
«A situação chegou a assumir proporções<br />
insustentáveis, não só devi<strong>do</strong><br />
ao eleva<strong>do</strong> número de intervenções<br />
no terreno, como também à falta de<br />
cuida<strong>do</strong> e de qualidade no trabalho de<br />
reposição <strong>do</strong>s pavimentos»,<br />
reconhece Pinho da Costa, Director<br />
<strong>Municipal</strong> da Via Pública (DMVP).<br />
Diálogo ao mais<br />
alto nível com os<br />
opera<strong>do</strong>res<br />
De acor<strong>do</strong> com aquele responsável, a situação<br />
pode ser caracterizada por três tipos<br />
fundamentais de problemas: falta de cumprimento<br />
<strong>do</strong>s prazos das obras, mesmo nas<br />
intervenções pedidas e licenciadas atempadamente;<br />
as chamadas «avarias» que, por<br />
não necessitarem de autorização «abrigam»,<br />
muitas vezes, outro tipo de intervenções<br />
e, finalmente, as obras efectuadas<br />
pura e simplesmente à revelia da Câmara.<br />
«Estamos a promover o diálogo ao mais alto<br />
nível com as várias empresas opera<strong>do</strong>ras,<br />
no senti<strong>do</strong> de as sensibilizar para a mudança<br />
de atitude que, neste <strong>do</strong>mínio, vai<br />
ocorrer na CMP», explica Pinho da Costa,<br />
sublinhan<strong>do</strong> o facto de o processo estar a<br />
ser lidera<strong>do</strong> pelo Pelouro <strong>do</strong> Urbanismo e<br />
Mobilidade e no qual a DMVP está directamente<br />
envolvida.<br />
«Reconhecemos o interesse público <strong>do</strong><br />
opera<strong>do</strong>r em repor o funcionamento de<br />
determinada infra-estrutura, mas existe<br />
também, pelo nosso la<strong>do</strong>, o interesse<br />
público de que os trabalhos sejam feitos de<br />
forma correcta e transparente (no caso das<br />
avarias) e com o menor impacto possível<br />
junto da população», sublinha, apontan<strong>do</strong><br />
situações em que a reposição <strong>do</strong>s<br />
pavimentos demoram semanas, meses e,<br />
nalguns casos, anos!
actualidade<br />
019<br />
CMP implacável nos<br />
casos de obras feitas<br />
à sua revelia<br />
Na óptica da DMVP, as situações mais<br />
graves prendem-se, todavia, com as intervenções<br />
que nem sequer são comunicadas<br />
aos respectivos serviços municipais,<br />
ou seja, à revelia da Câmara.<br />
Embora convicto <strong>do</strong>s frutos positivos<br />
<strong>do</strong> diálogo, Pinho da Costa alerta, no<br />
entanto, para a maior intransigência <strong>do</strong><br />
município, caso os compromissos estabeleci<strong>do</strong>s<br />
com os opera<strong>do</strong>res venham a<br />
ser viola<strong>do</strong>s.<br />
Em finais de Maio, 69% das intervenções<br />
em curso já conhecera uma<br />
“derrapagem” nos respectivos prazos<br />
de execução.<br />
A DECORRER DENTRO DO PRAZO PREVISTO<br />
158<br />
69%<br />
70<br />
30%<br />
A DECORRER FORA DO PRAZO PREVISTO<br />
«Admito que o processo possa<br />
necessitar de algum tempo<br />
para ser aplica<strong>do</strong> no terreno, até<br />
porque muitas dessas obras são<br />
subcontratadas a empreiteiros.<br />
Haverá, por isso, da nossa parte<br />
um maior esforço de acompanhamento<br />
e validação dessas<br />
intervenções. Mas, relativamente<br />
aos buracos feitos na via pública<br />
à revelia da CMP, seremos<br />
implacáveis. Para esses, haverá<br />
tolerância zero!»<br />
2197<br />
85%<br />
381<br />
15%<br />
Num total de 2578 intervenções<br />
realizadas pelos opera<strong>do</strong>res de infra-<br />
-estruturas entre Janeiro e Maio de<br />
2010, a esmaga<strong>do</strong>ra maioria (85%)<br />
é participada à CMP «a posteriori»,<br />
por alegadamente se tratar de avarias<br />
Nº DE INTERVENÇÕES SOLICITADAS E AUTORIZADAS Nº DE AVARIAS COMUNICADAS
Actualidade<br />
020<br />
NOVOS DIRECTORES MUNICIPAIS EMPOSSADOS<br />
A Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> procedeu, em Abril,<br />
a uma reforma na estrutura<br />
organizativa da autarquia,<br />
um processo que passou,<br />
entre outras, pela<br />
nomeação de quatro novos<br />
Directores Municipais, três<br />
<strong>do</strong>s quais designa<strong>do</strong>s em<br />
regime de substituição e um<br />
através da criação de uma<br />
nova unidade orgânica.<br />
José Duarte transita da Direcção <strong>Municipal</strong><br />
da Via Pública para a <strong>do</strong> Urbanismo,<br />
enquanto Pinho da Costa, que<br />
presidia ao Conselho de Administração<br />
da Empresa <strong>Municipal</strong> Gestão de Obras<br />
Públicas – GOP, assumiu a Direcção <strong>Municipal</strong><br />
da Via Pública. Por outro la<strong>do</strong>,<br />
Emília Galego é a nova Directora <strong>Municipal</strong><br />
de Recursos Humanos. A assessora<br />
de comunicação e imagem, Florbela<br />
Guedes, passou a responsável pelo<br />
Gabinete de Comunicação e Promoção,<br />
agora equipara<strong>do</strong> a Direcção <strong>Municipal</strong><br />
na estrutura orgânica <strong>do</strong> município.<br />
Rui Rio justificou os ajustes implementa<strong>do</strong>s<br />
no quadro organizacional <strong>do</strong> município<br />
com a necessidade de se proceder<br />
à rotatividade <strong>do</strong> exercício de alguns<br />
cargos dirigentes, sem que isso implique –<br />
necessariamente – a homologação de um<br />
certifica<strong>do</strong> de incompetência.<br />
A medida inscreveu-se, de resto, num<br />
conjunto de reformas internas iniciadas<br />
pela reforma da Macroestrutura e<br />
prosseguidas com a alteração <strong>do</strong> Código<br />
Regulamentar e criação de novas regras<br />
relativas ao controlo da assiduidade<br />
e da acumulação de funções. Ao to<strong>do</strong>,<br />
cerca de 40% das chefias mudaram<br />
de titular.<br />
EMPENHO E GRAU<br />
DE EXIGÊNCIA<br />
NUNCA PODEM SER<br />
ESQUECIDOS<br />
O Presidente da CMP aproveitou a cerimónia<br />
da posse <strong>do</strong>s novos dirigentes<br />
para reforçar, com toda a clareza,<br />
uma mensagem dirigida «para dentro».<br />
Isto é, independentemente <strong>do</strong> facto de<br />
já não poder ser submeti<strong>do</strong> a sufrágio<br />
eleitoral, por força <strong>do</strong> regime em vigor<br />
de limitação de mandatos com o qual,<br />
aliás, sempre concor<strong>do</strong>u, irá cumprir o<br />
seu mandato com o mesmo grau de exigência,<br />
e empenhamento de sempre.<br />
“All Blacks” vencem a “Plate Cup Betfair”<br />
Os “All Blacks”, equipa de Futsal da CMP, venceu, no passa<strong>do</strong> mês de<br />
Maio, a “Plate Cup Betfair”, uma prova disputada em Old Trafford, o<br />
emblemático estádio <strong>do</strong> Manchester United.<br />
Após ter derrota<strong>do</strong>, na fase<br />
de grupos, o Chipre (4-2), a<br />
Rússia (4-0) e a Inglaterra<br />
(2-1), o “cinco” portuense<br />
venceu, na final, a Bulgária,<br />
por 1-0.<br />
A participação <strong>do</strong>s “All Blacks”<br />
no torneio, que contou com<br />
a participação de mais 15<br />
equipas, foi conseguida após<br />
a conquista da finalíssima da<br />
Taça da Liga empresarial.
actualidade<br />
021<br />
CÂMARA APROVOU DEMISSÃO DE 23 FUNCIONÁRIOS<br />
LIGADOS À FRAUDE NOS ANTIGOS SMAS<br />
O Executivo autárquico aprovou, em Maio último, a demissão de 23<br />
funcionários <strong>do</strong>s antigos Serviços <strong>Municipal</strong>iza<strong>do</strong>s de Água e Saneamento<br />
(SMAS) da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e a suspensão de 37, to<strong>do</strong>s<br />
liga<strong>do</strong>s ao caso das alegadas burlas à ADSE, que terão lesa<strong>do</strong> o erário<br />
público em cerca de 200 mil euros.<br />
O processo ocorreu entre 2001 e 2005, no final <strong>do</strong> consula<strong>do</strong> de Nuno Car<strong>do</strong>so e<br />
durante a fase inicial <strong>do</strong> primeiro mandato de Rui Rio, quan<strong>do</strong> ao Verea<strong>do</strong>r Rui Sá<br />
(CDU) foi atribuída a tutela daqueles serviços, numa conjuntura política de governação<br />
sem maioria absoluta, por parte da coligação PSD/CDS-PP.<br />
Os funcionários em questão foram acusa<strong>do</strong>s de burla qualificada e falsificação de<br />
<strong>do</strong>cumentos, num processo que envolveu uma clínica dentária privada, através da<br />
qual terão si<strong>do</strong> cometi<strong>do</strong>s diversos procedimentos ilícitos e fraudulentos, tais como<br />
consultas nunca efectuadas, ou facturadas de forma inflacionada.<br />
A denúncia foi feita pela própria autarquia, quan<strong>do</strong> após a primeira maioria absoluta<br />
em 2005, a gestão <strong>do</strong>s então SMAS foi confiada a Joaquim Santos Carvalho, no âmbito<br />
de uma vasta acção interna de combate à fraude e corrupção, uma das prioridades<br />
sempre apontada por Rui Rio.<br />
Recorde-se que os SMAS foram extintos em 2006, ten<strong>do</strong> da<strong>do</strong> lugar à Empresa <strong>Municipal</strong><br />
Águas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, no quadro da reforma administrativa entretanto levada a cabo na autarquia.<br />
“UM CLAMOROSO<br />
ENRIQUECIMENTO<br />
DIRECTO”<br />
O relatório síntese elabora<strong>do</strong> pelo<br />
instrutor <strong>do</strong>s processos disciplinares,<br />
aprova<strong>do</strong> em sede de Executivo municipal,<br />
aponta como exemplo o caso de<br />
uma funcionária que logrou «não só<br />
que as comparticipações indevidamente<br />
recebidas cobrissem a totalidade <strong>do</strong><br />
preço <strong>do</strong>s tratamentos, mas também<br />
um clamoroso enriquecimento directo».<br />
Recorde-se que o Tribunal de Instrução<br />
Criminal <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> enviara, em Março,<br />
este processo para julgamento, o qual,<br />
para além <strong>do</strong>s antigos funcionários<br />
<strong>do</strong>s extintos SMAS, envolve, igualmente,<br />
um o<strong>do</strong>ntologista e sua mulher,<br />
proprietários de uma clínica dentária,<br />
no <strong>Porto</strong>.<br />
Rui Sá quer que<br />
Ministério Público<br />
faça investigação<br />
criminal à<br />
presença de<br />
La Féria no Rivoli<br />
O Verea<strong>do</strong>r comunista Rui Sá anunciou<br />
a intenção de apresentar uma participação-crime<br />
no Ministério Público<br />
contra a presença de Filipe La Féria no<br />
Rivoli, por considerar que tal situação<br />
apresenta «indícios de favorecimento»,<br />
por parte da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
A CDU entende que «não deve ser<br />
efectua<strong>do</strong> mais nenhum contrato de<br />
comodato», de forma a que, a partir de<br />
2010, possa ser assegurada «a abertura<br />
de um procedimento que garanta<br />
uma séria utilização <strong>do</strong> Rivoli como<br />
casa de promoção de novos públicos<br />
e de acolhimento <strong>do</strong>s grandes e prestigia<strong>do</strong>s<br />
festivais <strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>».<br />
Para além das grandes produções<br />
apresentadas por Filipe La Féria,<br />
o teatro Rivoli continuou a acolher<br />
– tal como no passa<strong>do</strong> – outros eventos,<br />
como foi o caso <strong>do</strong> Fantasporto<br />
em Março passa<strong>do</strong>.
Actualidade<br />
022<br />
MEDINA CARREIRA esteve no <strong>Porto</strong><br />
a convite <strong>do</strong> Presidente da CMP<br />
Na análise à situação actual <strong>do</strong> país – pincelada em tons sombrios e preocupantes –<br />
o conheci<strong>do</strong> fiscalista elegeu a necessidade de atrair investimento como uma das vias<br />
a seguir para a nossa economia. Uma via com senti<strong>do</strong> prioritário e obrigatório, aliás.<br />
O conheci<strong>do</strong> fiscalista foi o ora<strong>do</strong>r convida<strong>do</strong> pelo Presidente<br />
da CMP numa conferência destinada aos novos dirigentes da<br />
autarquia e demais funcionários interessa<strong>do</strong>s, que teve lugar<br />
no Auditório da Biblioteca <strong>Municipal</strong> Almeida Garrett.<br />
Ao longo da sua comunicação, Medina Carreira discorreu sobre<br />
variadas vertentes da vida portuguesa, com particular enfoque<br />
nos sectores da economia e finanças, educação e justiça,<br />
bem como no fenómeno da corrupção, aproveitan<strong>do</strong> ainda para<br />
– a talhe de foice – zurzir nas grandes obras públicas que constam<br />
da agenda <strong>do</strong> Governo e que considerou «lamentáveis».<br />
Com esta sessão e na sequência da recente reestruturação<br />
interna que promoveu neste início <strong>do</strong> seu último mandato,<br />
pretendeu-se sensibilizar os quadros da autarquia para a importância<br />
<strong>do</strong> contributo de cada um na recuperação da difícil<br />
situação que o país atravessa.
actualidade<br />
023<br />
ATRAIR INVESTIMENTO<br />
– o grande desígnio da economia portuguesa<br />
No seu estilo frontal e descomprometi<strong>do</strong>, por vezes mordaz,<br />
Medina Carreira socorreu-se de vários gráficos para ilustrar<br />
um diagnóstico assente na crueza <strong>do</strong>s números<br />
e caracteriza<strong>do</strong>r de uma realidade, cuja inversão irá exigir eleva<strong>do</strong>s<br />
desafios e sacrifícios.<br />
«O facto de não se ter prepara<strong>do</strong> o país para uma Europa<br />
aberta num perío<strong>do</strong> de pós-globalização é uma das razões da<br />
nossa desgraça», afirmou ao colocar a tónica na necessidade<br />
de atrair investimentos.<br />
De acor<strong>do</strong> com o antigo Ministro das Finanças <strong>do</strong> I Governo<br />
Constitucional lidera<strong>do</strong> por Mário Soares (1976-78),<br />
a riqueza nacional cresce hoje 30 vezes menos <strong>do</strong> que nos<br />
anos 70, o que – acrescentou – «significa que estamos tão<br />
mal como nos princípios <strong>do</strong> século XX», com a despesa pública<br />
e o endividamento nacional «a galopar» a partir da década<br />
de 90.<br />
«O défice orçamental pode ser corrigi<strong>do</strong>, mas isso não chega<br />
se a economia não arrancar», frisou, adiantan<strong>do</strong> que, nos últimos<br />
13 anos, a economia cresceu 2% enquanto a rubrica da<br />
despesa com pessoal juntamente<br />
com as protecções sociais registou um aumento de 4%.<br />
«Temos de arrumar a casa...<br />
e não fazer trampolinices»<br />
Para Medina Carreira, para que a recuperação <strong>do</strong> país deixe<br />
de ser uma miragem há que, em primeiro lugar, «arrumar a<br />
casa», o mesmo é dizer pôr as contas em ordem, bem como<br />
agilizar e aperfeiçoar o modelo organizativo e funcional da<br />
administração pública, da educação e da justiça, pois só assim,<br />
na sua óptica, é possível atrair investimentos capazes<br />
de gerar exportações e assim fazer crescer a economia.<br />
Em segun<strong>do</strong> lugar é «não fazer trampolinices», a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong><br />
uma cultura de seriedade que se pode resumir numa palavra:<br />
honradez. Mas é também desejar – advogou – «que nós, portugueses,<br />
estejamos abertos para perceber a situação real <strong>do</strong><br />
país», porque em regra – adiantou – «ainda só muito poucas<br />
pessoas a perceberam».
Actualidade<br />
024<br />
TVPORTO<br />
O Município em directo<br />
Depois de uma fase experimental, a TV<strong>Porto</strong><br />
prepara-se para chegar mais longe. Com este<br />
novo canal, a CMP oferece, especialmente,<br />
a to<strong>do</strong>s os portuenses – através <strong>do</strong> seu site<br />
www.cm-porto.pt – uma informação mais<br />
rica, e adaptada às novas tecnologias.<br />
Nos espaços municipais (cantinas, bibliotecas,<br />
entre outros), em muitos bairros sociais<br />
é já possível ver a TV<strong>Porto</strong>. Tem uma<br />
informação institucional, mas que tenta<br />
abarcar o mais possível todas a áreas<br />
de intervenção cívica, social, cultural,<br />
económica e desportiva.<br />
Com a TV<strong>Porto</strong> pode ficar a conhecer, diariamente,<br />
a principal actividade da autarquia,<br />
os novos projectos, decisões e muitas<br />
outras novidades também sobre a vida da<br />
cidade. Para além <strong>do</strong>s noticiários, a programação<br />
integra reportagens, entrevistas<br />
com diferentes personalidades <strong>do</strong> universo<br />
municipal e da cidade, programas de lazer<br />
(gastronomia, yoga, nutrição, etc).<br />
Se ainda não conhece está na hora de “ligar”<br />
a TV<strong>Porto</strong>, assistir à nossa programação<br />
experimental e quem sabe enviar-nos<br />
as suas sugestões para novas reportagens<br />
e abordagens temáticas.<br />
Uma equipa <strong>do</strong> Gabinete de Comunicação<br />
e Promoção prepara, to<strong>do</strong>s os dias,<br />
a programação da TV<strong>Porto</strong>, destacan<strong>do</strong>-se<br />
as pivots <strong>do</strong>s noticiários: Isabel<br />
Magalhães e Milene Câmara. Cada uma<br />
delas fala da sua experiência.<br />
OS ROSTOS<br />
Isabel Magalhães, 41 anos, funcionária da CMP desde 1992. Está a concluir o Curso de Comunicação<br />
no Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA-Gaia).<br />
É uma das apresenta<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> noticiário da TV<strong>Porto</strong>. Para Isabel Magalhães, este é um projecto<br />
aliciante, um novo desafio que abraça com muito prazer. Com 18 anos de serviço na Câmara<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, dez <strong>do</strong>s quais na Direcção <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong>s Serviços Administrativos, mais propriamente<br />
na recepção e protocolo – “onde fiz boas amizades, esta é, apesar de tu<strong>do</strong>, a primeira vez<br />
que sinto que estou realmente integrada num projecto inova<strong>do</strong>r”, confessa. O facto de estar<br />
nele desde o início, alia<strong>do</strong> ao seu regresso aos estu<strong>do</strong>s e à sua (quase, quase) licenciatura em<br />
comunicação, fazem com que sinta que “este é também um projecto meu, que cresceu com<br />
esta equipa e com o qual eu também cresci profissionalmente”.<br />
Milene Câmara é natural da ilha da Madeira. Com apenas 27 anos já passou pelo jornalismo<br />
televisivo, na redacção da TVI <strong>Porto</strong>, e em algumas produtoras de televisão, também na Invicta.<br />
Trabalhou ainda para o canal AXN e colaborou em projectos da imprensa escrita e online.<br />
Abraçou este desafio, porque considera a “ideia inova<strong>do</strong>ra” e partilha da opinião de que é no<br />
“casamento entre os media tradicionais com os novos media que está o futuro da informação”,<br />
aqui, numa “perspectiva institucional”. Milene Câmara foi a única nova contratação feita pela<br />
CMP para integrar este projecto, uma vez que to<strong>do</strong>s os outros já trabalhavam na autarquia.
actualidade<br />
APESAR DA CRISE,<br />
MUNICÍPIO DO PORTO<br />
MANTÉM EQUILÍBRIO FINANCEIRO<br />
025<br />
Apesar das repercussões que o cenário de crise fatalmente exerceu nas<br />
finanças locais, a situação que a este nível o município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresenta<br />
aponta para a consolidação financeira, ten<strong>do</strong> evidencia<strong>do</strong>, também<br />
em 2009, uma melhoria relativamente ao ano anterior. Por outro<br />
la<strong>do</strong>, a poupança corrente – aplicada em investimento e amortização<br />
<strong>do</strong> passivo – cresceu de forma expressiva ao longo de 2007 e 2008,<br />
ten<strong>do</strong>-se fixa<strong>do</strong>, em 2009, nos 46 milhões de euros.<br />
A grave crise económica e financeira que se abateu sobre o país teve como consequência<br />
directa o decréscimo das receitas fiscais na ordem <strong>do</strong>s 13,2%, o que, em<br />
termos quantitativos, representou uma redução de cerca de 15,9 milhões de euros.<br />
Em termos específicos, as taxas de loteamento e obras particulares sofreram uma<br />
quebra acentuada (55%), ou seja, menos 11,2 milhões de euros.<br />
Nesta medida, foi decidi<strong>do</strong> avançar, no<br />
ano passa<strong>do</strong>, para a criação <strong>do</strong> segun<strong>do</strong><br />
Fun<strong>do</strong> de Investimento Imobiliário<br />
– «<strong>Porto</strong> D’Ouro» – em parceria com a<br />
Caixa Geral de Depósitos, cujas unidades<br />
de participação foram equitativamente<br />
repartidas (50% para cada instituição),<br />
no montante de 16,8 milhões<br />
de euros. Esta operação permitiu, nesta<br />
fase, ao município um encaixe extra de<br />
cerca de 7,8 milhões de euros.<br />
A luta pelo equilíbrio financeiro é uma<br />
luta de to<strong>do</strong>s os dias.<br />
CONTROLO DA DESPESA E CRIAÇÃO DE UM<br />
SEGUNDO FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO<br />
Para se precaver e contrariar esta forte quebra da receita corrente, a Câmara <strong>Municipal</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foi obrigada a recorrer a diversos mecanismos compensatórios para,<br />
pelo menos em parte, equilibrar os pratos da balança.<br />
A receita cobrada pela<br />
autarquia, em 2009,<br />
ascendeu a 207,5 milhões<br />
de euros.<br />
RÁCIOS DA ESTRUTURA DAS RECEITAS PRÓPRIAS 2006 2007 2008 2009 2010<br />
Impostos Municipais/Total das Receitas 33,3% 29,8% 32,5% 29,4% 30,3%<br />
Venda de bens de investimento/Total das Receitas 5,4% 4,6% 9,5% 5,5% 9,0%<br />
Total das Receitas Próprias/Total das Receitas 71,0% 70,3% 75,5% 67,9% 72,7%<br />
Total das Transferências/Total das Receitas 24,3% 25,5% 21,2% 21,5% 19,7%<br />
Passivos Financeiros/Total das Receitas 4,7% 4,3% 3,3% 5,2% 2,1%<br />
RÁCIOS DA DESPESA<br />
Transferências Correntes/Total das Despesas 7,0% 6,2% 4,6% 4,3% 4,1%<br />
Transferências Capital/Total das Despesas 21,0% 20,2% 21,5% 20,5% 17,2%<br />
Despesa Corrente/Total da Despesa 56,9% 63,9% 63,4% 62,2% 60,2%<br />
Despesa Capital/Total da Despesa 43,1% 36,1% 36,6% 37,8% 39,8%<br />
Total <strong>do</strong> Investimento/Total da Despesa 28,5% 25,0% 28,9% 27,5% 32,1%<br />
RÁCIOS DA DÍVIDA<br />
Dívida Bancária, Leasing e Factoring (% variação anual) -5,8% -3,4% -2,6% -7,2% -9,3%<br />
Juros Financeiros/Receitas Correntes 2,2% 3,4% 4,6% 3,7% 1,7%<br />
Amortizações / Despesa Total 5,7% 6,1% 5,2% 9,6% 7,1%<br />
Amortizações /Empréstimos utiliza<strong>do</strong>s * 117,3% 137,6% 157,8% 184,1% 336,1%<br />
(Dívida Bancária, Leasing e Factoring) / Sal<strong>do</strong> Corrente 4,3 5,3 4,8 4,1 2,9
Actualidade<br />
026<br />
REDUÇÃO DO PASSIVO<br />
- um imperativo fundamental<br />
Reduzir a dívida, de forma progressiva<br />
e sustentada, tem si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s objectivos<br />
fulcrais <strong>do</strong>s responsáveis pela gestão<br />
da autarquia.<br />
De acor<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>cumento supracita<strong>do</strong>, a dívida bruta global<br />
da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresentou, em 2009, uma redução<br />
da ordem <strong>do</strong>s 17,2 milhões de euros, equivalente a 11,5%.<br />
Refira-se, a propósito, que nos últimos três anos e em termos<br />
acumula<strong>do</strong>s, a dívida global <strong>do</strong> município foi reduzida em<br />
64,3 milhões de euros.<br />
De notar, por outro la<strong>do</strong>, que, em 2008 e segun<strong>do</strong> o Anuário<br />
Financeiro <strong>do</strong>s Municípios Portugueses publicada já este ano,<br />
o município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foi o que obteve melhores resulta<strong>do</strong>s<br />
económicos (21,9 milhões de euros) e o que, nesse ano, mais<br />
reduziu o seu passivo exigível (27,1 milhões de euros).<br />
Devem mais à Câmara <strong>do</strong> que esta deve aos seus fornece<strong>do</strong>res<br />
Um outro aspecto merece objectivamente destaque: trata-se <strong>do</strong> facto de o endividamento líqui<strong>do</strong> a curto prazo apresentar, pela segunda<br />
vez consecutiva, um valor negativo. Significa isto, em termos práticos e facilmente perceptíveis, que, em 31 de Dezembro de<br />
2009, o montante que deviam ao município era superior em 14,8 milhões de euros ao que o município deve aos seus fornece<strong>do</strong>res.<br />
BANCÁRIA<br />
TIPOS DE DÍVIDA<br />
Capital em dívida<br />
31/12/2009<br />
Capital em dívida<br />
31/12/2008<br />
Variação 08 - 09<br />
Valor %<br />
Médio Longo Prazo* 121.482.744 127.197.657 -5.714.913 -4,5<br />
Sem empréstimos Euro 2004 87.017.593 90.738.983 -3.721.390 -4,1<br />
Empréstimos Euro 2004 34.465.151 36.458.674 -1.993.523 -5,5<br />
Factoring 4.286.676 16.786.452 -12.499.776 -74,5<br />
Subtotal 125.769.420 143.984.109 -18.214.689 -12,7<br />
ADMINISTRATIVA<br />
Fornece<strong>do</strong>res 3.215.051 2.342.870 872.181 37,2<br />
Outros 3.964.898 3.826.347 138.552 3,6<br />
Subtotal 7.179.949 6.169.217 1.010.733 16,4<br />
Total 132.949.369 150.153.326 -17.203.956 -11,5<br />
CM PORTO - Variação da dívida bruta global | * incluin<strong>do</strong> leasing<br />
NOTÍCIAS SEM RIGOR TÉCNICO<br />
O anuário de 2008 <strong>do</strong>s municípios publica<strong>do</strong> pela Ordem <strong>do</strong>s<br />
Técnicos Oficiais de Contas serviu para alguns órgãos de Comunicação<br />
social afirmarem que a CMP era a terceira autarquia<br />
mais endividada <strong>do</strong> país.<br />
Embora tal possa corresponder à verdade, a forma como foi<br />
dito deixava parecer que a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é…<br />
efectivamente a terceira mais endividada.<br />
O erro consiste em comparar o que não é comparável. A CMP,<br />
sen<strong>do</strong> a segunda maior Câmara <strong>do</strong> país, é óbvio que tem de<br />
dever mais <strong>do</strong> que praticamente todas as restantes câmaras
actualidade<br />
027<br />
CMP confirma<br />
tendência para a<br />
contenção da despesa<br />
Já neste mês de Julho de 2010 e, perante<br />
o agudizar da crise económica que provocou<br />
uma quebra acrescida das receitas das<br />
autarquias, a CMP está a proceder a cortes<br />
suplementares na sua despesa como forma<br />
de evitar que a sua execução orçamental<br />
<strong>do</strong> corrente ano possa vir a ser deficitária,<br />
o que já não acontece há muitos anos,<br />
uma vez que os sal<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />
superavitários.<br />
Concomitantemente com o esforço orçamental orienta<strong>do</strong><br />
para o sector da receita, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da despesa – nomeadamente<br />
da corrente – a palavra de ordem foi contenção.<br />
De acor<strong>do</strong> com o Relatório de Gestão <strong>do</strong> município relativo<br />
ao exercício de 2009, refira-se que a despesa corrente foi<br />
mantida sob forte controlo, ten<strong>do</strong> regista<strong>do</strong> uma redução<br />
de 0,6% face a 2008, muito embora o aumento <strong>do</strong>s funcionários<br />
públicos determina<strong>do</strong> pelo Governo tivesse si<strong>do</strong> de 2,9%.<br />
A reorganização <strong>do</strong>s serviços municipais, a aposta na informatização<br />
e o esforço e empenho da maioria <strong>do</strong>s funcionários<br />
da autarquia permitiram, nos últimos anos, limitar os<br />
novos recrutamentos a uma entrada por cada duas saídas e,<br />
desta forma, reduzir sustentadamente o número de efectivos<br />
da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que, em 31 de Dezembro<br />
de 2009, se cifrava nos 2 783, sem inclusão das empresas<br />
municipais.<br />
CMP esforça-se por ter<br />
orçamentos rigorosos<br />
Uma taxa de execução <strong>do</strong> seu orçamento da receita superior<br />
a 90% é o principal indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esforço que a Câmara <strong>Municipal</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> faz no senti<strong>do</strong> de ter orçamentos rigorosos<br />
e que reflictam a realidade envolvente.<br />
A receita caiu fortemente, mas os orçamentos tiveram esse<br />
facto em linha de conta e a despesa adaptou-se aos patamares<br />
adequa<strong>do</strong>s.<br />
Efectivamente, em 2009,<br />
a receita corrente, fruto<br />
da estagnação económica<br />
verificada, registou uma<br />
quebra de 7,7%, ou seja, cerca<br />
de 13,9 milhões de euros, face<br />
ao ano de 2008. Em particular<br />
as taxas de loteamento<br />
e obras particulares sofreram<br />
uma quebra de 55%<br />
(-11,2 milhões de euros).<br />
portuguesas. Tal como os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s devem mais <strong>do</strong> que<br />
Portugal ou o Brasil mais <strong>do</strong> que o Burkina Fasso.<br />
Em termos relativos e, segun<strong>do</strong> os rácios tecnicamente adequa<strong>do</strong>s,<br />
a CMP tem um passivo reduzi<strong>do</strong> e, acima de tu<strong>do</strong>, um prazo<br />
de pagamento a fornece<strong>do</strong>res que, segun<strong>do</strong> o sal<strong>do</strong> de 31 de<br />
Dezembro era de apenas nove dias e que, em termos médios ao<br />
longo de 2009, foi de cerca de 40 dias. Isto mesmo reflecte a<br />
sua capacidade de pagar a tempo e horas.
Actualidade<br />
028<br />
A criação de parcerias público-privadas tem si<strong>do</strong><br />
um instrumento importante para a reabilitação<br />
<strong>do</strong> património municipal<br />
4000<br />
3500<br />
3000<br />
2500<br />
2000<br />
1500<br />
1000<br />
500<br />
0<br />
2002 2007 2008 2009<br />
CM PORTO - Número de Colabora<strong>do</strong>res<br />
Para os resulta<strong>do</strong>s consegui<strong>do</strong>s a nível da gestão contribuiu,<br />
em primeiro lugar, o facto de o município ter consegui<strong>do</strong> uma<br />
taxa de execução <strong>do</strong> seu orçamento da receita superior a 90%,<br />
em termos de cobrança. Esta taxa reflecte a preocupação pelo<br />
rigor imposto na elaboração <strong>do</strong>s orçamentos municipais e também<br />
a capacidade para encontrar fontes de receita alternativa.<br />
Paralelamente a estas medidas de gestão, a CMP continuou a<br />
recorrer às parcerias público-privadas para a reabilitação <strong>do</strong>s<br />
seus espaços e equipamentos de maior valor patrimonial, privilegian<strong>do</strong><br />
a sua gestão privada sempre que seja mais adequada<br />
aos fins e objectivos a que se destinam.<br />
Como exemplos mais significativos, refiram-se os casos <strong>do</strong><br />
Merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> Bom Sucesso, Praça de Lisboa, Merca<strong>do</strong> Ferreira<br />
Borges, Pavilhão Rosa Mota /Palácio de Cristal e a resolução<br />
<strong>do</strong> problema social existente no Bairro <strong>do</strong> Aleixo.<br />
O exemplo recente de grande sucesso no <strong>Porto</strong> é seguramente<br />
a utilização <strong>do</strong> Palácio <strong>do</strong> Freixo como Pousada. A inexistência<br />
da marca Pousadas de Portugal no <strong>Porto</strong> era uma lacuna<br />
que esta parceria veio ultrapassar com enormes vantagens<br />
para a cidade e, em particular, para a sua competitividade na<br />
área <strong>do</strong> Turismo.<br />
A construção de um Sea Life Center, que completou o seu primeiro<br />
aniversário no passa<strong>do</strong> mês de Junho, constituiu mais<br />
um elemento distintivo para a competitividade da Cidade.<br />
Ao dispor de um Sea Life Center, tal como muitas outras cidades<br />
europeias, o <strong>Porto</strong> consegue reforçar a sua atractividade.
actualidade<br />
029<br />
Sabia que, em 1889, o Município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> emitiu um empréstimo obrigacionista?<br />
Pois é. Emitiu 41 334 obrigações de Reis 90$000, ou seja, Reis 3 720 060$000.
Actualidade<br />
030<br />
Encontro entre os<br />
<strong>do</strong>is autarcas abor<strong>do</strong>u<br />
ainda outras questões<br />
O consenso entre os presidentes das<br />
duas maiores Câmaras Municipais <strong>do</strong><br />
país ocorreu durante um encontro no<br />
qual foram debatidas outras questões<br />
sobre as quais existe convergência.<br />
A necessidade de rever a lei autárquica<br />
e a transferência das competências de<br />
regulação de trânsito para as respectivas<br />
polícias municipais são alguns <strong>do</strong>s<br />
pontos sobre os quais Rui Rio e António<br />
Costa se mostraram convergentes,<br />
além de outros temas de cooperação<br />
bilateral e que, oportunamente, serão<br />
objecto de análise por parte <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is municípios.<br />
Em relação ao primeiro daqueles desígnios<br />
– a revisão da lei das autarquias<br />
– ambos os presidentes se pronunciaram<br />
pela necessidade de consenso entre as<br />
direcções <strong>do</strong>s respectivos parti<strong>do</strong>s – PSD<br />
e PS – com vista à criação de um diploma<br />
novo e ajusta<strong>do</strong> à realidade <strong>do</strong> país.<br />
MUNICÍPIOS DO PORTO E LISBOA<br />
ESTREITAM RELAÇÕES POLÍTICAS<br />
E INSTITUCIONAIS<br />
O consenso em torno de algumas questões de alcance<br />
e interesse comuns a ambas as autarquias tem esta<strong>do</strong> no<br />
centro <strong>do</strong> diálogo entre Rui Rio e António Costa.<br />
O recente acor<strong>do</strong> que permitirá realizar, alternadamente<br />
nas duas cidades, a corrida aérea Red Bull Air Race<br />
é disso exemplo.<br />
O entendimento sobre esta questão mereceu, inclusivamente, a aprovação, por maioria,<br />
de um voto de saudação por parte da Assembleia <strong>Municipal</strong> de Lisboa., apresenta<strong>do</strong><br />
pelos representantes <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Socialista.<br />
A moção sublinhava o facto de o acor<strong>do</strong> ter coloca<strong>do</strong> um ponto final numa «guerra<br />
sem senti<strong>do</strong>», relevan<strong>do</strong> ao mesmo tempo a sua importância ao «garantir a realização<br />
da corrida em Portugal por quatro anos».<br />
O texto da saudação enfatizava ainda o que considerava ser o mais importante, ou<br />
seja, «a defesa <strong>do</strong>s interesses das respectivas autarquias», desvalorizan<strong>do</strong> as «pequenas<br />
querelas que apenas provocam ruí<strong>do</strong> de fun<strong>do</strong>».
actualidade<br />
031<br />
FAP COM O QUEIMÓDROMO<br />
POR MAIS QUATRO ANOS<br />
Pelo menos durante o próximo quadriénio, a Federação<br />
Académica <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (FAP) poderá contar com o<br />
Queimódromo para aí realizar as suas actividades anuais<br />
relacionadas com a Queima das Fitas. À borla, é claro.<br />
O protocolo foi assina<strong>do</strong> em Maio e,<br />
para além da cedência gratuita daquele<br />
espaço por mais quatro anos, prevê<br />
ainda o estabelecimento de parcerias<br />
no âmbito <strong>do</strong> combate ao aban<strong>do</strong>no<br />
escolar precoce na cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a<br />
promoção <strong>do</strong> acesso ao emprego <strong>do</strong>s<br />
recém-licencia<strong>do</strong>s e a realização de<br />
espectáculos de divulgação da cultura<br />
estudantil e académica.<br />
Na cerimónia, o Presidente da CMP<br />
recor<strong>do</strong>u os seus tempos de estudante<br />
universitário e o papel desempenha<strong>do</strong><br />
pela Academia no rejuvenescimento da<br />
Queima no <strong>Porto</strong>. Acompanha<strong>do</strong> pelo<br />
Vice-Presidente e Verea<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Ambiente<br />
e da Juventude, Álvaro Castello-Branco,<br />
Rui Rio sublinhou a importância da festa<br />
<strong>do</strong>s estudantes no actual contexto<br />
cultural e social da cidade. «A Universidade<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é a principal garantia<br />
<strong>do</strong> nosso futuro e um factor de<br />
competitividade da cidade. A Queima<br />
é um <strong>do</strong>s seus emblemas, pelo que a<br />
Câmara cumpre o seu dever, apoian<strong>do</strong>-a»,<br />
afirmou.<br />
A assinatura <strong>do</strong> protocolo contou<br />
ainda com a presença de Guilhermina<br />
Rego, Verea<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Conhecimento<br />
e Coesão Social, de Vladimiro Feliz,<br />
responsável pelo Pelouro <strong>do</strong> Turismo,<br />
Inovação e Lazer e ainda de Gonçalo<br />
Gonçalves, Verea<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Urbanismo,<br />
para além, naturalmente, <strong>do</strong> líder da<br />
FAP, Ricar<strong>do</strong> Morga<strong>do</strong>.
Coesão social<br />
032<br />
BAIRROS SOCIAIS<br />
GOVERNO CORTA APOIOS<br />
NA REABILITAÇÃO<br />
A decisão <strong>do</strong> Governo em estrangular financeiramente o PROHABITA, no âmbito<br />
da elaboração <strong>do</strong> Orçamento de Esta<strong>do</strong> para 2010, vai exigir um maior esforço por<br />
parte da Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> em continuar a cumprir uma das suas grandes prioridades<br />
no capítulo da coesão social, ou seja, a reabilitação <strong>do</strong>s Bairros Sociais, nos<br />
quais habita quase 20% da população da cidade.<br />
O Presidente da CMP já fez saber, no entanto, que, muito embora o Instituto<br />
da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) – entidade responsável pela gestão<br />
daquele programa – tivesse si<strong>do</strong> esvazia<strong>do</strong> das verbas destinadas àquele fim, a<br />
autarquia não ficará de braços cruza<strong>do</strong>s, nem tão pouco aban<strong>do</strong>nará o seu compromisso<br />
político firma<strong>do</strong> com os portuenses. O processo de requalificação <strong>do</strong>s<br />
bairros sob a alçada <strong>do</strong> município prosseguirá, só que de forma mais lenta.<br />
Rui Rio não se tem cansa<strong>do</strong> de denunciar a situação e ainda recentemente voltou a<br />
fazê-lo, durante a intervenção proferida na sessão de abertura <strong>do</strong> XI Encontro Nacional<br />
de Fundações, realiza<strong>do</strong> em Maio na Fundação Eng.º António de Almeida.<br />
«Lamento que, em 2010, o Governo<br />
tenha corta<strong>do</strong> totalmente as verbas<br />
<strong>do</strong> PROHABITA, caben<strong>do</strong> à cidade <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> um apoio rigorosamente nulo.<br />
Julgo que este é, justamente, um<br />
tipo de investimento público que<br />
deveria ser promovi<strong>do</strong> por contrapartida<br />
a outros muito menos reprodutivos<br />
e bem mais avulta<strong>do</strong>s», observou<br />
então, desejan<strong>do</strong> que o Orçamento de<br />
Esta<strong>do</strong> para 2011 «possa corrigir esta<br />
opção de desvalorizar a reabilitação<br />
<strong>do</strong> edifica<strong>do</strong> de cariz social».<br />
Recorde-se que ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is últimos<br />
mandatos a autarquia presidida<br />
por Rui Rio investiu mais de 130 milhões<br />
de euros no capítulo da Habitação<br />
Social e recuperação <strong>do</strong>s bairros<br />
sob a sua tutela.<br />
Só em 2008/2009, o investimento municipal<br />
nessa área atingiu os 41,6 milhões de<br />
euros, ten<strong>do</strong> para esse efeito conta<strong>do</strong> com<br />
uma comparticipação de 10,8 milhões por<br />
parte <strong>do</strong> programa PROHABITA.
Coesão social<br />
033<br />
BAIRRO DO CERCO<br />
Um espaço urbano que se<br />
quer mais agradável<br />
e seguro<br />
ALGUNS EXEMPLOS DO QUE JÁ FOI FEITO<br />
É, pois, neste contexto que as intervenções no espaço público<br />
têm de ser encaradas. A mais relevante – e também a mais complexa<br />
– foi a legalização e deslocalização da Feira <strong>do</strong> Cerco.<br />
Desde o verão <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong> que a feira deixou de se realizar<br />
dentro <strong>do</strong> bairro – acaban<strong>do</strong> assim com o “suplício” das<br />
pessoas que pretendiam descansar mais um pouco nas manhãs<br />
de <strong>do</strong>mingo – para “assentar arraiais” na Alameda de<br />
Cartes, num espaço mais amplo e de acor<strong>do</strong> com um figurino<br />
devidamente organiza<strong>do</strong> e regulamenta<strong>do</strong>.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, um velho e degrada<strong>do</strong> rinque foi reconverti<strong>do</strong><br />
num recinto que poderá ser aproveita<strong>do</strong> para diversos fins, o<br />
mesmo suceden<strong>do</strong> com um equipamento inicialmente destina<strong>do</strong><br />
a um café, que, todavia, nunca o foi. Poderá, agora, albergar<br />
instituições de intervenção e apoio social.<br />
A abertura de espaços à claridade é muitas vezes – quan<strong>do</strong> não<br />
sempre – um factor determinante de inibição (no melhor senti<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> termo) de condutas delituosas. Por isso, foi destruída uma parede<br />
que tapava por completo uma escadaria, que, por ser esconsa<br />
e sombria, servia às mil maravilhas para o consumo de droga e<br />
que hoje, à luz <strong>do</strong> dia, é um local de passagem por onde as pessoas<br />
circulam normalmente e em segurança.<br />
O Cerco é um <strong>do</strong>s maiores bairros sociais <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
com os seus mais de 30 blocos, 862 fogos e um<br />
número de mora<strong>do</strong>res superior a três mil. Foi, por<br />
isso, escolhi<strong>do</strong> para ser palco <strong>do</strong> primeiro Contrato<br />
Local de Segurança, no âmbito <strong>do</strong> plano estratégico<br />
nacional destina<strong>do</strong> a reforçar a segurança<br />
e prevenir a criminalidade no país. A Câmara<br />
<strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foi a primeira a subscrever o<br />
protocolo com o Governo Civil, contan<strong>do</strong> para tal<br />
com a colaboração directa da PSP. A intervenção<br />
no terreno já começou.<br />
Apesar de minimalista – como lhe chamou o Comandante<br />
da Polícia <strong>Municipal</strong>, Leitão da Silva – a realização <strong>do</strong>s trabalhos<br />
afigura-se bastante importante, apesar de só abranger<br />
uma dezena de blocos. Por um la<strong>do</strong>, visa proporcionar<br />
melhores condições de vida a quem usufrui <strong>do</strong> espaço e, por<br />
outro, permite contribuir para a dinamização da actividade<br />
das diversas instituições e organismos que aí actuam, por<br />
exemplo no plano <strong>do</strong> apoio à terceira idade, prevenção da<br />
toxicodependência, integração e inclusão <strong>do</strong>s jovens, etc.,<br />
através da colaboração da Fundação <strong>Porto</strong> Social.<br />
«Falar de segurança não é só falar de polícia, ou de medidas<br />
policiais, mas sim de um espectro de factores muito mais<br />
vasto», salienta Leitão da Silva.<br />
«Falar deste conceito é, no fun<strong>do</strong>, falar de tu<strong>do</strong>, a começar<br />
pelas atitudes das pessoas, porque os primeiros polícias somos<br />
nós», adianta, adicionan<strong>do</strong> outras componentes importantes,<br />
tais como as de cariz espacial, ecológico, de ordenamento<br />
territorial e arquitectónico, entre outros.
Coesão social<br />
034<br />
REQUALIFICAÇÃO DO BAIRRO<br />
DO LAGARTEIRO<br />
PODE ARRANCAR NO VERÃO<br />
A requalificação deste aglomera<strong>do</strong> habitacional,<br />
composto por 13 blocos (446) fogos, onde residem<br />
1766 pessoas, representa um investimento global<br />
no edifica<strong>do</strong> na ordem <strong>do</strong>s 5,6 milhões de euros,<br />
2,7 <strong>do</strong>s quais comparticipa<strong>do</strong>s ao abrigo <strong>do</strong> programa<br />
«Bairros Críticos».<br />
Na sequência da assinatura <strong>do</strong> protocolo de colaboração<br />
entre o IHRU e a CMP - em Maio último - as obras de requalificação<br />
<strong>do</strong> Bairro <strong>do</strong> Lagarteiro poderão arrancar ainda<br />
este ano, previsivelmente no Verão. Pelo menos, é este<br />
o desejo da Câmara.<br />
CONTRATO LOCAL DE DESENVOLVIMENTO<br />
SOCIAL DE LORDELO DO OURO<br />
Em Abril foi celebra<strong>do</strong> um Protocolo de<br />
Compromisso, no âmbito <strong>do</strong>s Contratos<br />
Locais de Desenvolvimento Social (CLDS),<br />
entre a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
o Instituto de Segurança Social, I.P.<br />
e a Agência de Desenvolvimento Integra<strong>do</strong><br />
de Lordelo <strong>do</strong> Ouro (ADILO).<br />
No seguimento deste Protocolo será firma<strong>do</strong> o CLDS de Lordelo<br />
<strong>do</strong> Ouro sen<strong>do</strong> a sua entidade coordena<strong>do</strong>ra a ADILO. Esta,<br />
é uma associação interinstitucional de direito priva<strong>do</strong> sem<br />
fins lucrativos. Tem como objectivo principal a promoção de<br />
projectos na área <strong>do</strong> desenvolvimento comunitário e de apoio<br />
à população mais vulnerável centran<strong>do</strong> a sua intervenção na<br />
criação e dinamização de estruturas e serviços de apoio social<br />
e na concepção e desenvolvimento de projectos de intervenção<br />
em diversas áreas.<br />
Através desta intervenção territorializada pretende-se flexibilizar<br />
o formato <strong>do</strong>s programas de combate à pobreza, garantin<strong>do</strong><br />
a sua adequação às características <strong>do</strong> território e assegurar<br />
as respostas mais adequadas aos problemas identifica<strong>do</strong>s,<br />
potencian<strong>do</strong> os recursos disponíveis para a intervenção.
Coesão social<br />
035<br />
Para além da recuperação <strong>do</strong> edifica<strong>do</strong>,<br />
desde os telha<strong>do</strong>s às fachadas, o plano<br />
prevê ainda a criação de um equipamento,<br />
designadamente um pavilhão inexistente<br />
naquela parte da cidade e de alguns<br />
outros espaços multiusos destina<strong>do</strong>s à realização<br />
de actividades diversas no plano<br />
artístico e cultural, tais como, por exemplo,<br />
música, dança e design.<br />
Pretende-se, igualmente, intervir a<br />
nível urbanístico no espaço público<br />
envolvente – numa área global superior<br />
a 65 mil metros quadra<strong>do</strong>s – nomeadamente<br />
através da criação de novas ruas<br />
e de percursos pe<strong>do</strong>nais.<br />
O projecto de requalificação <strong>do</strong> Bairro<br />
<strong>do</strong> Lagarteiro engloba ainda uma<br />
revisão geral no equipamento de<br />
iluminação pública, tratamento <strong>do</strong>s<br />
espaços verdes e respectivos sistemas<br />
de irrigação.<br />
O Bairro <strong>do</strong> Lagarteiro vai conhecer melhores dias<br />
Contrato local de desenvolvimento social para combater a exclusão social
Coesão social<br />
036<br />
SAOM<br />
Um importante trabalho de inclusão social<br />
O SAOM (Serviços de Assistência Organizações<br />
de Maria) é uma instituição<br />
de solidariedade social, que tem aposta<strong>do</strong><br />
na sua valência de centro de dia,<br />
num convívio que privilegia uma acção<br />
conjunta caracterizada pela heterogeneidade<br />
etária, entre os 19 e os 90 anos.<br />
Em conjunto com o Pelouro<br />
<strong>do</strong> Conhecimento e Coesão<br />
Social desenvolve uma<br />
importante acção de<br />
ocupação de tempos livres,<br />
submetida a uma<br />
programação de<br />
actividades de cariz<br />
recreativo e cultural.<br />
O trabalho realiza-se a partir de um<br />
tema que seja comum à diversidade<br />
populacional presente neste sector.<br />
Tal foi o caso, ao desenvolver-se um<br />
trabalho, com o tema “A Ribeira”, que<br />
se justifica por ser um local da cidade,<br />
que faz parte da vivência <strong>do</strong>s mais<br />
velhos, mas também <strong>do</strong>s mais novos,<br />
que de diversas formas se prendem com<br />
este espaço urbano. Conseguem, desta<br />
forma, uma envolvência de to<strong>do</strong>s os<br />
elementos que nele participam, com<br />
resulta<strong>do</strong>s positivos.<br />
Morada:<br />
SAOM - Rua das Virtudes nº 11<br />
Preparação <strong>do</strong> novo Ano Escolar<br />
NOVO CENTRO EDUCATIVO NO PORTO<br />
A cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> vai contar com um novo estabelecimento de ensino integra<strong>do</strong> de 1.º<br />
Ciclo e Jardim-de-Infância já no próximo ano lectivo. O novo Centro Educativo, cuja<br />
construção se iniciou no passa<strong>do</strong> mês de Outubro, nascerá na Alameda das Antas.<br />
Prevista na Carta Educativa <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
a futura escola terá capacidade para<br />
250 alunos, 200 <strong>do</strong>s quais <strong>do</strong> 1º ciclo<br />
e os restantes <strong>do</strong> pré-escolar.<br />
O novo equipamento escolar será <strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />
de salas de aula e de actividades,<br />
sala de professores, gabinete de<br />
atendimento, gabinete médico, espaços<br />
de apoio e instalações sanitárias. Para<br />
além destas, terá também espaços de<br />
refeitório e cozinha, bem como biblioteca<br />
e sala polivalente.<br />
O novo Centro Educativo contará ainda<br />
com espaços exteriores para recreio coberto<br />
e ao ar livre e campo de jogos.<br />
A obra, da responsabilidade da GOP<br />
- Entidade Empresarial <strong>Municipal</strong> de<br />
Gestão de Obras Públicas da CMP, irá<br />
custar cerca de um milhão e oitocentos<br />
mil euros.
Coesão social<br />
037<br />
REQUALIFICAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA EB1/JI S. MIGUEL DE NEVOGILDE<br />
As actuais instalações da EB1/JI S. Miguel<br />
de Nevogilde serão alvo de profunda<br />
intervenção, a partir de Setembro,<br />
ten<strong>do</strong> por objectivos colmatar a exiguidade<br />
de espaços físicos, proporcionar<br />
melhor qualidade e condições de ensino/aprendizagem,<br />
<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>, simultaneamente<br />
este Centro Educativo de valências<br />
que potenciem o usufruto efectivo<br />
de uma “Escola a tempo inteiro”.<br />
Será construí<strong>do</strong> um novo Centro Educativo,<br />
amplian<strong>do</strong> e requalifican<strong>do</strong> a oferta<br />
de salas nos terrenos da actual EB1,<br />
contemplan<strong>do</strong> mais quatro novas salas<br />
de actividades para a Educação Pré-Escolar,<br />
amplian<strong>do</strong> para seis a oferta neste<br />
nível de ensino. Para o 1º Ciclo <strong>do</strong><br />
Ensino Básico serão construídas mais<br />
nove novas salas de aula, amplian<strong>do</strong> a<br />
actual oferta para 16.<br />
O futuro equipamento terá capacidade<br />
para 500 alunos, 400 <strong>do</strong>s quais <strong>do</strong> 1º Ciclo<br />
e os restantes da educação pré-escolar.<br />
O novo equipamento escolar será <strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />
de salas de aula e de actividades,<br />
sala de professores, gabinete de<br />
atendimento, gabinete médico, espaços<br />
de apoio e instalações sanitárias. Para<br />
além destas, terá também espaços de<br />
refeitório e cozinha, bem como biblioteca<br />
e sala polivalente.<br />
O novo Centro Educativo contará ainda<br />
com espaços exteriores para recreio coberto<br />
e ao ar livre e campo de jogos.<br />
A obra, da responsabilidade da GOP -<br />
Entidade Empresarial <strong>Municipal</strong> de Gestão<br />
de Obras Públicas da CMP, irá custar<br />
cerca de 2,9 milhões de euros.<br />
KIT ESCOLAR: uma forma<br />
de ajudar famílias carenciadas<br />
Na sequência da medida implementada no arranque <strong>do</strong> ano lectivo transacto<br />
e ten<strong>do</strong> por base a actual situação económica <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s familiares,<br />
a actuação da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, em matéria de Educação<br />
passa, também, pelo auxílio económico às famílias com menores<br />
rendimentos, para a aquisição de livros e material escolar.<br />
O momento de contenção financeira que afecta, actualmente, a totalidade<br />
da população portuguesa, obriga a que tomemos medidas, no senti<strong>do</strong><br />
de libertar um pouco o fortíssimo investimento que os agrega<strong>do</strong>s familiares<br />
são obriga<strong>do</strong>s a fazer, no arranque de cada ano lectivo.<br />
Como complemento à atribuição <strong>do</strong> Subsídio de Acção Social<br />
Escolar, destina<strong>do</strong> à aquisição de livros escolares, foi tomada,<br />
pelo Executivo <strong>Municipal</strong>, a decisão de oferecer, a cada<br />
aluno que, no ano lectivo 2010/2011, se inscreva no 1º ano de<br />
escolaridade <strong>do</strong> 1º Ciclo <strong>do</strong> Ensino Básico, um KIT composto<br />
por: mochila, estojo/porta lápis, lápis, borracha, lápis de cor,<br />
régua, cola, esferográficas, afia lápis, cadernos e tesoura.<br />
No primeiro dia de aulas, os KITS estarão nas escolas para entrega a<br />
cada aluno <strong>do</strong> 1º ano de escolaridade.
GRANDE ENTREVISTA<br />
038<br />
Um regionalista<br />
criterioso<br />
Nasceu há 62 anos no <strong>Porto</strong> e, em 1970, licenciouse<br />
em Economia pela FEP. Em 1986, <strong>do</strong>utorou-se<br />
pelo Instituto Superior de Economia da Universidade<br />
Técnica de Lisboa.<br />
Entre 1970 e 1999 foi <strong>do</strong>cente na FEP, de 1988 a<br />
2000, no Instituto Superior de Estu<strong>do</strong>s Empresariais<br />
da Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ISEE) e, desde 2000,<br />
na Escola de Gestão <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, de cuja Direcção foi<br />
presidente até 2009. Actualmente, preside ao Conselho<br />
de Representantes da Faculdade de Direito<br />
da U. P. e, desde Junho <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, é Director-<br />
Geral da COTEC Portugal – Associação Empresarial<br />
para a Inovação. É, também, administra<strong>do</strong>r de<br />
várias empresas.<br />
Foi Ministro da Economia, Indústria, Comércio e<br />
Turismo <strong>do</strong> XIII Governo Constitucional lidera<strong>do</strong><br />
por António Guterres.<br />
DANIEL BESSA, professor de Economia<br />
e actual Director-Geral da COTEC Portugal –<br />
Associação Empresarial para a Inovação<br />
Considera que o plano «draconiano» de austeridade anuncia<strong>do</strong><br />
pelo Governo é suficiente para debelar a grave situação <strong>do</strong> País?<br />
O défice público necessita de ser reduzi<strong>do</strong> em quase 7% <strong>do</strong><br />
PIB (para regressar ao limite aceitável de 3% <strong>do</strong> PIB), qualquer<br />
coisa como 12 mil milhões de Euros. A intenção inicial<br />
era que esta redução se fizesse de forma faseada até 2013<br />
mas os merca<strong>do</strong>s, primeiro, e o Conselho Europeu, depois,<br />
exigiram que a redução, ten<strong>do</strong> o mesmo objectivo de um défice<br />
de 3% <strong>do</strong> PIB em 2013, se faça de mo<strong>do</strong> mais acelera<strong>do</strong>.<br />
O Governo português tem-se comporta<strong>do</strong> “a reboque” <strong>do</strong>s<br />
acontecimentos (já este Governo, pouco mais de meio ano<br />
atrás, começou por afirmar que não era necessário nenhum<br />
plano de austeridade), deixan<strong>do</strong> sempre a impressão de que<br />
as medidas que toma são insuficientes. Encontram-se também,<br />
essas medidas, demasia<strong>do</strong> <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da receita (aumento<br />
da carga fiscal) e muito pouco <strong>do</strong> la<strong>do</strong> da despesa. Admito<br />
que o resulta<strong>do</strong> possa conseguir-se tanto de uma forma (aumento<br />
da receita) como de outra (diminuição da despesa),<br />
mas uma coisa é certa: quanto mais seguirmos a via <strong>do</strong> aumento<br />
da carga fiscal, menos potencial de crescimento o País<br />
evidenciará, a médio e longo prazo.<br />
«O GOVERNO NÃO CONTA TODA A<br />
VERDADE E DE CADA VEZ QUE FALA NÓS<br />
ACREDITAMOS CADA VEZ MENOS»<br />
Estará o Governo a contar-nos toda a verdade, ou ainda nem<br />
sequer vimos o fun<strong>do</strong> ao poço?<br />
Ao Governo pede-se, em simultâneo, várias coisas: que conte<br />
a verdade, mas também que gira expectativas. Não sei se é<br />
preciso contar, sempre, toda a verdade – os povos gostam,<br />
por vezes, de ouvir alguém dizer que estiveram em grandes<br />
perigos, de que não se aperceberam, e de que, felizmente, se<br />
libertaram. O problema, em Portugal, é que, infelizmente, o<br />
Governo não só não conta toda a verdade como tem vin<strong>do</strong><br />
a gerir as expectativas de forma desastrada: de cada<br />
vez que “esconde” alguma coisa, tem-se visto obriga<strong>do</strong><br />
a confessar, mais tarde, que “as coisas são<br />
piores <strong>do</strong> que havia começa<strong>do</strong> por admitir”. Em<br />
resulta<strong>do</strong> disto, o ciclo tornou-se inteiramente<br />
vicioso: o Governo não conta toda a verdade<br />
e, de cada vez que fala, nós acreditamos cada<br />
vez menos, fican<strong>do</strong> sempre convenci<strong>do</strong>s de<br />
que as coisas estão pior <strong>do</strong> que nos é dito.
GRANDE ENTREVISTA<br />
039<br />
Falan<strong>do</strong> em impostos, como antevê<br />
as repercussões sociais para as famílias<br />
portuguesas <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> IVA?<br />
Considera esta medida justa, ou apenas<br />
indispensável?<br />
Quan<strong>do</strong> se chega a uma situação de<br />
grande aperto financeiro, como aquela<br />
em que nos encontramos, exige-se mais<br />
eficácia <strong>do</strong> que justiça. O que os cre<strong>do</strong>res<br />
exigem de nós é que reduzamos o<br />
défice, de forma o mais eficaz e o mais<br />
rápida possível (para tratar de justiça,<br />
tivemos os cerca de vinte e cinco anos<br />
entre 1985 e 2010, em que ninguém<br />
nos incomo<strong>do</strong>u com dificuldades de<br />
crédito). Dito isto, é verdade que o IVA<br />
é um <strong>do</strong>s impostos mais injustos, incidin<strong>do</strong><br />
relativamente mais sobre as classes<br />
de mais baixo rendimento; mas é<br />
um <strong>do</strong>s mais eficazes e, por outro la<strong>do</strong>,<br />
quem se mostra tão preocupa<strong>do</strong> com o<br />
IVA parece pouco preocupa<strong>do</strong> com, por<br />
exemplo, o agravamento <strong>do</strong> IRS sobre<br />
os rendimentos mais eleva<strong>do</strong>s (a minha<br />
taxa de IRS passou, num ápice, de 42%<br />
para 46,5%, continuan<strong>do</strong> a haver quem<br />
tenha grande dificuldade em admitir<br />
que aumentou os impostos…).<br />
O Dr. Medina Carreira – uma das vozes<br />
que mais se têm feito ouvir sobre esta<br />
problemática – afirmou que não há solução<br />
possível enquanto não houver coragem<br />
política para mexer nos salários<br />
e prestações sociais. Quer comentar?<br />
Não é a primeira vez que Portugal passa<br />
por crises desta natureza, ten<strong>do</strong><br />
aconteci<strong>do</strong> o mesmo, já em democracia,<br />
em 1977-78 e em 1983-84. Nessas duas<br />
vezes, com intervenção <strong>do</strong> FMI, os salários<br />
foram substancialmente reduzi<strong>do</strong>s<br />
(cerca de 13%, em 1983-1984), ainda<br />
que por um processo não muito transparente.<br />
E isso aconteceu com os salários<br />
de toda a gente, não apenas <strong>do</strong>s<br />
funcionários públicos. Com a descida<br />
<strong>do</strong>s salários que se verificou reduziu-se<br />
o consumo interno, não apenas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />
como das famílias, e, o que é também<br />
muito importante, estimularam-se<br />
as exportações. Foi isso que criou, em<br />
1983-84, as condições para um surto de<br />
crescimento económico que durou, pelo<br />
menos, até ao ano 2000. Desta vez,<br />
sen<strong>do</strong> mais difícil cortar os salários (tal<br />
teria de ser feito de forma inteiramente<br />
transparente, sem ilusão monetária,<br />
coisa que as pessoas parecem não aceitar),<br />
a resolução da crise vai ser muito<br />
mais difícil, prolongan<strong>do</strong>-se por muito<br />
mais tempo, com consequências sociais<br />
mais graves, com destaque para um<br />
muito maior aumento <strong>do</strong> desemprego.<br />
Em suma: o Dr. Medina Carreira tem,<br />
como sempre teve, razão.<br />
Como é que se provoca o arranque da<br />
economia quan<strong>do</strong> se asfixia o consumo?<br />
Portugal tem de mudar em muitas coisas;<br />
e uma das coisas em que tem de<br />
mudar é deixar de acreditar em afirmações<br />
como as que subjazem a esta<br />
questão. A economia não se faz de<br />
consumo, mas de produção. É verdade<br />
que, a curto prazo, na falta de melhor<br />
(por exemplo, investimento de qualidade),<br />
a produção pode ver-se estimulada<br />
por um aumento <strong>do</strong> consumo.<br />
A longo prazo, no entanto, exige-se<br />
investimento, tecnologia, recursos humanos<br />
qualifica<strong>do</strong>s, inovação; é isso,<br />
e só isso, que poderá fazer arrancar a<br />
economia, de forma sustentada, por<br />
maioria de razão num país, como Portugal,<br />
que tem de produzir mais para<br />
exportar mais, não para consumir mais<br />
(e isto durante alguns anos).<br />
«A REGIONALIZAÇÃO PODE SER UM CAMINHO<br />
PARA FAZER MELHOR»<br />
Segun<strong>do</strong> um relatório da U.E., Portugal foi o país que mais verbas recebeu e que<br />
mais beneficiou desses fun<strong>do</strong>s, mas, em contrapartida, foi o que menos cresceu e<br />
onde as disparidades regionais mais se acentuaram. Considera que a Regionalização<br />
– da qual é assumidamente defensor – poderia esbater as assimetrias <strong>do</strong> actual<br />
mapa autárquico?<br />
O juízo que nos é revela<strong>do</strong> no relatório da U.E. em apreço é, de facto, muito negativo.<br />
A regionalização pode ser um caminho para fazer melhor, sen<strong>do</strong> eu adepto<br />
de um processo de regionalização que distribua sobretu<strong>do</strong> capacidade de decisão<br />
sobre algumas das variáveis que mais afectam o nosso futuro: grandes investimentos<br />
públicos, sistemas de incentivos ao investimento priva<strong>do</strong>, prioridades <strong>do</strong><br />
sistema educativo, e outras <strong>do</strong> mesmo género. Mostrei-me sempre contrário a uma<br />
regionalização assente sobretu<strong>do</strong> no crescimento de um aparelho político-administrativo<br />
regional, gera<strong>do</strong>r de emprego improdutivo e de despesa.
GRANDE ENTREVISTA<br />
040<br />
Em entrevista à «<strong>Porto</strong> Sempre», Daniel<br />
Bessa traça um quadro sombrio da situação<br />
económico-financeira <strong>do</strong> país e não poupa<br />
críticas ao Governo, cujo comportamento –<br />
sublinha – se tem pauta<strong>do</strong> por «andar a<br />
reboque <strong>do</strong>s acontecimentos». Mais: em<br />
seu entender, o Executivo lidera<strong>do</strong> por José<br />
Sócrates não só não tem conta<strong>do</strong> «toda a<br />
verdade» ao país, como, inclusivamente,<br />
«tem vin<strong>do</strong> a gerir as expectativas de<br />
forma desastrada».<br />
«A MACROESTRUTURA DA CMP FOI DOS<br />
TRABALHOS DE QUE MAIS ME ORGULHO,<br />
EM PARTICULAR DA CRIAÇÃO DO GABINETE<br />
DO MUNÍCIPE»<br />
O Senhor Professor foi autor da primeira Macroestrutura da<br />
CMP, em 2003, que instituiu o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe. Ao fim<br />
de seis anos, que análise faz da actividade deste departamento?<br />
É verdade: fui co-autor e, sem falsa modéstia, principal inspira<strong>do</strong>r<br />
da Macroestrutura da CMP implementada em 2003.<br />
É um <strong>do</strong>s trabalhos em que mais me empenhei, que realizei<br />
com maior gosto e de que mais me orgulho entre to<strong>do</strong>s os que<br />
efectuei ao longo da minha vida profissional. Houve, mesmo<br />
assim, coisas que correram menos bem (a questão da informá-<br />
«TENHO A MAIOR DIFICULDADE EM COMPREENDER<br />
A PERSISTÊNCIA DO GOVERNO EM PROSSEGUIR COM<br />
AS GRANDES OBRAS PÚBLICAS»<br />
Para o ex-Ministro da Economia de António Guterres, portuense<br />
de nascimento e regionalista por convicção – um<br />
processo que lhe merece simpatia apenas enquanto factor<br />
de desenvolvimento e nunca de catalisa<strong>do</strong>r de despesa<br />
à custa <strong>do</strong> crescimento de um improdutivo aparelho político-administrativo<br />
– «quanto mais seguirmos a via <strong>do</strong><br />
aumento da carga fiscal, menos potencial de crescimento<br />
Portugal evidenciará, a médio e longo prazo». Discorda da<br />
oportunidade <strong>do</strong>s grandes projectos de obras públicas e defende<br />
que a «única forma aceitável» de combater o défice<br />
público consiste em produzir mais para exportar mais».<br />
E, de passagem, não deixa de alertar para a necessidade<br />
de o país ver ressurgir «to<strong>do</strong> um outro programa político,<br />
a começar por um novo Programa de Governo».<br />
Na conjuntura actual, como vê a persistência <strong>do</strong> Governo em<br />
prosseguir com as grandes obras públicas, enquanto factores<br />
de dinamização económica? Concorda com a sua consecução,<br />
propõe adiamentos ou defende uma análise caso a caso?<br />
Tenho a maior dificuldade em compreender a persistência <strong>do</strong><br />
Governo nos grandes projectos de obras públicas, que começa<br />
a escapar a qualquer senti<strong>do</strong> de razoabilidade. Fica a sensação<br />
de que “é assim porque é”, ponto final, como se estivesse em<br />
jogo uma qualquer transcendência. Faz mal, o Governo, em<br />
prosseguir este caminho: porque não é verdade (como afirmei<br />
acima, não precisamos de consumo nem de investimentos<br />
de baixa reprodutividade; precisamos de produzir coisas que<br />
se vendam, nos merca<strong>do</strong>s externos); e porque, de uma forma ou<br />
de outra, não vai fazer essas obras (pela razão, prosaica, de que<br />
não tem dinheiro nem vai encontrar quem o financie com esse<br />
objectivo). Ao insistir nestes projectos, perde, em cada dia que<br />
passa, um pouco mais de credibilidade. Em situações como esta,<br />
adiar surge sempre como uma boa solução, pelas melhores razões<br />
(à espera de melhores condições financeiras) e também porque<br />
constitui uma forma aceitável de “salvar a face”.<br />
Como encara a decisão <strong>do</strong> Governo em aplicar nas obras da<br />
terceira travessia <strong>do</strong> Tejo fun<strong>do</strong>s comunitários inicialmente<br />
previstos para a construção das linhas de TGV para as ligações<br />
Lisboa-<strong>Porto</strong> e <strong>Porto</strong>-Vigo?
GRANDE ENTREVISTA<br />
041<br />
tica e <strong>do</strong>s sistemas de informação; a dificuldade em submeter as empresas<br />
municipais a um funcionamento em que fosse possível criar uma holding<br />
centraliza<strong>do</strong>ra e racionaliza<strong>do</strong>ra de vários processos de gestão). Do la<strong>do</strong><br />
oposto, orgulho-me em particular <strong>do</strong> Gabinete <strong>do</strong> Munícipe (da ideia que<br />
tive e, sobretu<strong>do</strong>, <strong>do</strong> extraordinário trabalho realiza<strong>do</strong> pelas pessoas que<br />
tiveram a responsabilidade de a implementar). Verifiquei, durante vários<br />
anos, que o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe constituía uma das realizações mais admiradas<br />
<strong>do</strong> Município <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e da sua Câmara <strong>Municipal</strong>, merece<strong>do</strong>ra de<br />
muitas referências elogiosas e mesmo de vários prémios; espero que assim<br />
continue por muitos e bons anos, melhora<strong>do</strong> sempre.<br />
O Norte tem um imenso capital de queixa<br />
em relação à concentração da despesa<br />
pública, e sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong> investimento<br />
público, na Área Metropolitana de Lisboa.<br />
Partilho este capital de queixa, de que<br />
procuro retirar consequências políticas.<br />
Dito isto, não gostaria de entrar em<br />
apreciações sobre projectos concretos,<br />
que nem sempre conheço em toda a sua<br />
extensão.<br />
Com um défice da ordem <strong>do</strong>s 9,4% <strong>do</strong><br />
PIB, um endividamento externo elevadíssimo<br />
e mais de meio milhão de desemprega<strong>do</strong>s,<br />
como e quan<strong>do</strong> pensa que vamos<br />
sair disto?<br />
Só há uma forma aceitável de “sair disto”:<br />
produzir mais, leia-se, crescer economicamente,<br />
o que, nas condições existentes, só<br />
pode significar produzir mais para exportar<br />
mais. Tenho dito, com inteiro senti<strong>do</strong><br />
da responsabilidade e sem querer ofender<br />
ninguém, que se torna necessário to<strong>do</strong> um<br />
outro programa político, a começar por um<br />
novo Programa de Governo. Mas, para já,<br />
é necessário resolver problemas urgentes<br />
de tesouraria, equilibrar as contas e fazer<br />
com que a confiança <strong>do</strong>s cre<strong>do</strong>res recupere;<br />
só depois será possível “começar de<br />
novo”, esperemos que em boa direcção.<br />
«O PORTO COMEÇA A APARECER NO<br />
‘MAPA DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS’»<br />
Como tem encara<strong>do</strong> esta recente “movida” nocturna <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e quais os efeitos, até<br />
a nível de atractividade económica, que esta “onda” pode provocar na cidade?<br />
Por razões que se prendem com a minha vida pessoal não sou um grande frequenta<strong>do</strong>r<br />
da “noite <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>”, em particular desta sua nova frente artístico-cultural.<br />
Aprecio, mesmo assim, o esforço de revitalização que tem vin<strong>do</strong> a fazer-se, e os<br />
seus primeiros resulta<strong>do</strong>s; o <strong>Porto</strong> começa a aparecer no “mapa das indústrias criativas”,<br />
a ponto de merecer referências tão reconfortantes e tão estimulantes como<br />
a que nos foi feita pelo Senhor Presidente da República no seu discurso <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />
dia 25 de Abril. Inicia<strong>do</strong> o caminho, sou defensor de uma postura de rigor, incluin<strong>do</strong><br />
nomeadamente “uma métrica de resulta<strong>do</strong>s” (não tanto de dinheiro gasto mas<br />
de número de pessoas que residem, número de pessoas que nos visitam, número de<br />
pessoas que trabalham, negócios efectua<strong>do</strong>s, empregos cria<strong>do</strong>s, rendimento gera<strong>do</strong> e<br />
distribuí<strong>do</strong>, etc.).
Área Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
042<br />
METRO<br />
ENTERRADO<br />
NO PARQUE DA<br />
C I D A D E<br />
A ligação Matosinhos Sul a S.<br />
Bento, conhecida por Linha de<br />
Campo Alegre, vai atravessar<br />
o parque da Cidade em túnel.<br />
A decisão da Câmara, tomada<br />
em finais de Março, obrigou a<br />
Metro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> a rever o<br />
estu<strong>do</strong> de impacte ambiental,<br />
que não contemplava essa<br />
possibilidade.<br />
Segun<strong>do</strong> o projecto da Metro, a linha já<br />
vem enterrada desde a gare de Matosinhos<br />
Sul, prosseguin<strong>do</strong> nessa situação<br />
sob a Rua Brito Capelo, Praça Cidade S.<br />
Salva<strong>do</strong>r e continuan<strong>do</strong> em direcção ao<br />
Parque da Cidade, onde será construída<br />
uma estação. Cruza, em seguida, a Avenida<br />
da Boavista e segue enterrada sob<br />
a futura Via Nun’Álvares e Rua Diogo<br />
Botelho.<br />
Justifican<strong>do</strong> a posição que acabou por<br />
prevalecer, reunin<strong>do</strong> até um certo consenso,<br />
o Presidente da CMP observou<br />
que seria «um absur<strong>do</strong>» desenterrar<br />
o Metro apenas na sua passagem pelo<br />
Parque da Cidade, uma vez que ele já<br />
vem em túnel desde Matosinhos.<br />
«Seria irracional fazer uma trincheira<br />
enorme para colocá-lo à superfície<br />
e outra para enterrá-lo alguns metros<br />
mais à frente», sustentou.<br />
Em estu<strong>do</strong> está a possibilidade de optar<br />
pelo atravessamento enterra<strong>do</strong> da Rua<br />
D. Pedro V, em vez de o fazer através<br />
de um viaduto.<br />
Metro apresentou ao<br />
Executivo os projectos<br />
das novas linhas<br />
Uma delegação da Metro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresentou,<br />
entretanto, ao Executivo os<br />
projectos das novas linhas referentes à<br />
segunda fase da rede, no que toca aos<br />
atravessamentos localiza<strong>do</strong>s no concelho<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
As ligações em causa, que se encontram<br />
em fase de estu<strong>do</strong> prévio e de<br />
definição <strong>do</strong>s traça<strong>do</strong>s definitivos, são<br />
as seguintes: Linha de S. Mamede, que<br />
faz ligação ao Pólo Universitário, Linha<br />
de Campo Alegre, entre Matosinhos<br />
Sul e S. Bento e Linha de Campanhã a<br />
Gon<strong>do</strong>mar, via Valbom. A quarta linha,<br />
que pertence a este novo contingente,<br />
situa-se em Gaia e consiste na extensão<br />
a Vila d’Este, via Laborim.<br />
Linha de Valbom<br />
deve servir zona de<br />
Azeve<strong>do</strong>/Campanhã<br />
No que respeita à linha de Valbom, a<br />
CMP sugeriu já algumas alterações ao<br />
traça<strong>do</strong> proposto pela Metro, no senti<strong>do</strong><br />
de melhor servir a zona de Azeve<strong>do</strong>/<br />
Campanhã, algo que para a autarquia<br />
se assume como uma prioridade.<br />
«O que está em causa não são só os aspectos<br />
relaciona<strong>do</strong>s com a mobilidade –<br />
importantes, sem dúvida – mas também<br />
a componente <strong>do</strong> desenvolvimento»,<br />
sublinhou Rui Rio, referin<strong>do</strong>-se a uma<br />
das zonas mais deprimidas da cidade <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong>, em relação à qual a proximidade<br />
<strong>do</strong> Metro se afigura fundamental.
Área Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
043<br />
NOVOS HOTÉIS<br />
PARA ACOLHER MAIS TURISTAS<br />
O Turismo é <strong>do</strong>s sectores<br />
que mais competitividade<br />
traz à cidade. O <strong>Porto</strong> é uma<br />
marca que se encontra<br />
associada ao que de melhor<br />
existe na região: o seu<br />
vinho, gastronomia,<br />
paisagem, arquitectura,<br />
história, mas também<br />
acessibilidades, com<br />
destaque, naturalmente,<br />
para o Aeroporto Francisco<br />
Sá Carneiro. É por aí que<br />
muitos turistas começam<br />
por descobrir a cidade.<br />
A reabilitação da Baixa tem permiti<strong>do</strong><br />
uma maior procura por parte de<br />
investi<strong>do</strong>res, nomeadamente no ramo<br />
hoteleiro. São cerca de 20 hotéis que já<br />
abriram ou ainda vão abrir portas nos<br />
próximos meses ou durante o próximo<br />
ano. Maior parte deles ficará instalada<br />
em antigos prédios degrada<strong>do</strong>s daquela<br />
zona da cidade. Alguns projectos<br />
encontram-se em fase de licenciamento<br />
ou já em obras.<br />
É o caso <strong>do</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas, situa<strong>do</strong><br />
na Avenida <strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s. Onde antes<br />
existia o antigo Convento <strong>do</strong>s Lóios<br />
abrirá, durante o primeiro trimestre de<br />
2011, o Intercontinental <strong>Porto</strong> Palácio<br />
das Car<strong>do</strong>sas. Um hotel de cinco estrelas<br />
com 105 quartos.<br />
Mesmo em frente vai surgir um outro<br />
projecto hoteleiro, de quatro estrelas,<br />
deven<strong>do</strong> abrir em 2013. Trata-se <strong>do</strong><br />
Hotel Alia<strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>, com 52 quartos.<br />
Ficará instala<strong>do</strong> num conjunto de cinco<br />
edifícios que fazem esquina com a Rua<br />
<strong>do</strong>s Clérigos. A entrada será feita pela<br />
Rua <strong>do</strong> Almada.<br />
Quem já abriu portas foi o Ibis <strong>Porto</strong><br />
Centro, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Centro Comercial Invictos,<br />
na Rua da Alegria, junto à Praça<br />
<strong>do</strong>s Poveiros. Um projecto <strong>do</strong> grupo<br />
Accor, que também decidiu investir na<br />
Baixa. Ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Teatro Sá da Bandeira<br />
abriu o Hotel Teatro, numa homenagem<br />
ao antigo Teatro Baquet, que ali existia<br />
e ardeu em 1888.<br />
Ainda em obra está o Hotel Águia<br />
d’Ouro, a instalar no antigo cinema<br />
com o mesmo nome. Terá 125 quartos<br />
low cost, com internet wireless gratuita<br />
em to<strong>do</strong> o hotel.<br />
Eis alguns exemplos de novas ofertas,<br />
em termos hoteleiros, que a cidade vai<br />
poder oferecer nos próximos tempos,<br />
permitin<strong>do</strong> também que mais turistas<br />
a possam visitar.
044<br />
BAIXA<br />
HOTEL DAS CARDOSAS<br />
UM ELEMENTO DINAMIZADOR DA<br />
REABILITAÇÃO DA BAIXA DO PORTO<br />
Obras têm decorri<strong>do</strong> sem imprevistos de<br />
maior, de mo<strong>do</strong> a que o Intercontinental<br />
<strong>Porto</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas possa abrir<br />
as portas ainda este ano.<br />
Charme é a palavra adequada para qualificar a unidade<br />
hoteleira de referência que está a nascer nas entranhas<br />
<strong>do</strong> histórico e emblemático Palácio das Car<strong>do</strong>sas, no âmbito<br />
<strong>do</strong> processo de requalificação que a <strong>Porto</strong> Vivo, SRU<br />
está a levar a cabo no quarteirão com o mesmo nome.<br />
O facto de se tratar da reabilitação de um edifício classifica<strong>do</strong><br />
e de considerável valor histórico-patrimonial, cujas<br />
fachadas serão preservadas, elevou substancialmente a<br />
complexidade técnica da obra, tanto mais que foi possível<br />
testemunhar as intervenções pontuais e não integradas<br />
de que foi alvo ao longo <strong>do</strong>s últimos 60/70 anos.<br />
Esta circunstância traduziu-se na descontinuidade estrutural<br />
que inviabilizou a sua adaptação linear ao uso hoteleiro,<br />
ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> necessário, naturalmente, criar as condições<br />
técnicas para poder obedecer a to<strong>do</strong>s os severos<br />
critérios subjacentes aos requisitos legais estabeleci<strong>do</strong>s<br />
para esse fim, como por exemplo os de ordem acústica,<br />
térmica, estrutural, programática e funcional.<br />
Além de representar um investimento priva<strong>do</strong> superior<br />
a 30 milhões de euros, a nova infra-estrutura pretende<br />
afirmar-se como um pólo de atracção e uma importante<br />
marca turística <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, começan<strong>do</strong>, desde logo, pela sua<br />
privilegiada localização na Baixa citadina.<br />
Futura sala <strong>do</strong> Hotel Intercontinental (projecção feita em computa<strong>do</strong>r)<br />
RECRIAR O AMBIENTE<br />
PALACIANO OITOCENTISTA<br />
No que diz respeito à decoração, tanto ao nível <strong>do</strong>s quartos<br />
como das áreas públicas, o seu conceito remete para a recriação<br />
<strong>do</strong> ambiente de um palácio portuense <strong>do</strong> século XIX.<br />
Será, portanto, objecto de uma decoração clássica, que recorrerá<br />
a materiais nobres de elevada qualidade e requinte, ao<br />
nível, por exemplo, de madeiras exóticas e pedras naturais de<br />
proveniências valorizadas.
BAIXA<br />
O QUE JÁ FOI FEITO<br />
E O QUE FALTA FAZER<br />
045<br />
Embora <strong>do</strong> exterior pouco ou nada se vislumbre, a verdade é<br />
que muito já tem si<strong>do</strong> feito no interior <strong>do</strong> vetusto edifício das<br />
Car<strong>do</strong>sas. Neste momento, encontra-se em fase de conclusão<br />
o que os técnicos (engenheiros e arquitectos) chamam de instalações<br />
especiais e que têm que ver com a instalação <strong>do</strong> ar<br />
condiciona<strong>do</strong>, electricidade, telefones, redes de águas, etc.<br />
Praticamente concluí<strong>do</strong> está, também, o fecho da obra ao<br />
nível das fachadas e coberturas (caixilhos, rebocos, pinturas,<br />
coberturas em telha e zinco, etc.).<br />
Ainda durante este mês de Julho, prevê-se que seja possível<br />
passar a uma nova fase, que consiste no fecho <strong>do</strong>s tectos e<br />
paredes e, assim, criar condições para que os trabalhos de decoração<br />
possam iniciar-se.<br />
Tu<strong>do</strong> para que o Intercontinental <strong>Porto</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas<br />
possa começar a funcionar em Dezembro deste ano, em regime<br />
de soft opening. Se tu<strong>do</strong> decorrer como o previsto, o hotel<br />
arrancará em pleno no primeiro trimestre de 2011.<br />
QUALIDADE E GLAMOUR<br />
O Intercontinental <strong>Porto</strong> Palácio das Car<strong>do</strong>sas terá 105 unidades<br />
de alojamento, <strong>do</strong>s quais 16 serão suites, e quatro salas<br />
destinadas a conferências.<br />
Contará, além disso, com um SPA, fitness centre, restaurante,<br />
bar lounge e galeria comercial, numa perspectiva de oferecer<br />
um serviço requinta<strong>do</strong> e com um toque de glamour.<br />
Fachada <strong>do</strong> futuro Hotel Intercontinental (projecção feita em computa<strong>do</strong>r)<br />
Parque subterrâneo<br />
para 300 viaturas<br />
No âmbito da reabilitação <strong>do</strong> Quarteirão das Car<strong>do</strong>sas,<br />
da responsabilidade da <strong>Porto</strong> Vivo, SRU, está a ser construí<strong>do</strong><br />
um parque de estacionamento subterrâneo, situa<strong>do</strong><br />
no interior <strong>do</strong> quarteirão, com capacidade para 300<br />
lugares, 40 <strong>do</strong>s quais serão destina<strong>do</strong>s ao futuro hotel.<br />
De destacar que a escavação e contenção periférica <strong>do</strong><br />
parque e da praça interior <strong>do</strong> quarteirão se encontram já<br />
concluídas.<br />
To<strong>do</strong> este processo foi desenvolvi<strong>do</strong> após sondagens geotécnicas,<br />
que permitiram conferir com precisão as características<br />
<strong>do</strong> terreno, que, no caso <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, se revelam<br />
bastante descontinuadas.
INOVAÇÃO<br />
046<br />
SPEED RECRUITMENT<br />
NA «CIDADE DAS PROFISSÕES»<br />
Em Março último, a «Cidade das Profissões» promoveu, nas suas<br />
instalações, um evento inova<strong>do</strong>r em Portugal: o Speed Recruitment,<br />
um encontro entre empresas e candidatos a emprego, ao longo <strong>do</strong> qual<br />
estes últimos tiveram oportunidade de mostrar o que valem em minientrevistas<br />
de cinco minutos.<br />
Pretendeu-se, com esta iniciativa, proporcionar às empresas presentes um meio<br />
eficiente de avaliação de um grande número de candidatos num curto espaço de<br />
tempo, através de uma mini-entrevista de cinco minutos, o tempo suficiente para o<br />
recruta<strong>do</strong>r formar uma primeira impressão e decidir se existem bases para o agendamento<br />
de uma segunda entrevista mais formal.<br />
Constituiu, acima de tu<strong>do</strong>, uma oportunidade para as empresas ampliarem a rede de contactos<br />
com potenciais colabora<strong>do</strong>res e enriquecerem as suas bases de recrutamento.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, a iniciativa possibilitou aos candidatos o contacto com diversas entidades<br />
emprega<strong>do</strong>ras, o desenvolvimento das suas competências de comunicação<br />
e de empregabilidade e uma presença de qualidade, in<strong>do</strong> ao encontro de possíveis<br />
oportunidades de emprego ou estágio, contrarian<strong>do</strong> a descrença actual em relação à<br />
integração no merca<strong>do</strong> de trabalho e à evolução profissional.<br />
O QUE É?<br />
O Speed Recruitment constitui uma<br />
solução de recrutamento eficiente,<br />
de baixo custo, sem sacrifício da<br />
qualidade, o que permite à empresa<br />
concentrar-se exclusivamente no<br />
candidato e identificar facilmente<br />
competências, que poderão não ser<br />
observadas no contexto de uma entrevista<br />
tradicional.<br />
Com este evento, a «Cidade das Profissões»<br />
procurou ainda promover a igualdade<br />
de oportunidades na procura activa<br />
de emprego, ten<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> aberta à<br />
participação de candidatos com diferentes<br />
níveis de qualificação (III, IV e V).<br />
Entidades e empresas<br />
participantes<br />
Esta iniciativa contou com a participação<br />
de entidades e empresas de referência,<br />
sustentáveis e socialmente responsáveis,<br />
como a BA Vidro, S.A.,<br />
a Cerealis, SGPS, S.A., o Instituto de<br />
Emprego e Formação Profissional, a<br />
Rede EURES, o Exército Português – Centro de Recrutamento <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a Fidelidade<br />
Mundial/Império Bonança, a Galp Energia, S.A., o Grupo Auto Sueco, a Helping<br />
Hand – Recursos Humanos, a Multipessoal – Recursos Humanos, Novopca Construtores<br />
e a Somos – Serviços Partilha<strong>do</strong>s em Saúde, SPS.<br />
As empresas foram devidamente identificadas, numeradas e dispostas num circuito<br />
fecha<strong>do</strong>, inician<strong>do</strong>-se o perío<strong>do</strong> de entrevista com um sinal sonoro. Fin<strong>do</strong> o tempo<br />
estabeleci<strong>do</strong> de cinco minutos, assinala<strong>do</strong> com novo sinal sonoro, cada candidato<br />
passou à empresa seguinte até concluir o circuito de dez empresas. To<strong>do</strong>s os candidatos<br />
tiveram, assim, oportunidade de se apresentar a todas as empresas presentes,<br />
fazen<strong>do</strong> valer a sua “marca”.
InovaçÃo<br />
047<br />
Um desafio que se repetirá<br />
em Outubro<br />
A iniciativa constituiu um verdadeiro desafio! Para a «Cidade<br />
das Profissões», que pela primeira vez se propôs organizar um<br />
evento desta natureza, para as empresas, pelo esforço investi<strong>do</strong><br />
numa verdadeira maratona de recrutamento e para os candidatos,<br />
pelo imperativo de se fazer vender num perío<strong>do</strong> de<br />
tempo reduzi<strong>do</strong>. No total, foram realizadas mais de 800 entrevistas,<br />
número que ultrapassou as expectativas de to<strong>do</strong>s os<br />
intervenientes, que foram unânimes em reconhecer o carácter<br />
inova<strong>do</strong>r e desafiante da iniciativa.<br />
Reconheci<strong>do</strong> o sucesso <strong>do</strong> Speed Recruitment, a «Cidade das<br />
Profissões» está já a planear uma segunda edição <strong>do</strong> evento,<br />
a realizar em Outubro de 2010.<br />
Um centro de informação<br />
e aconselhamento<br />
A «Cidade das Profissões» é um centro de informação e<br />
aconselhamento gratuito que tem como missão promover<br />
a empregabilidade e o empreende<strong>do</strong>rismo <strong>do</strong>s cidadãos pelo<br />
desenvolvimento de competências e pela promoção <strong>do</strong> conhecimento<br />
sobre o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho, sobre as profissões,<br />
qualificações pessoais e processo empreende<strong>do</strong>r, capacitan<strong>do</strong><br />
os cidadãos para uma melhor adequação às constantes<br />
transformações <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />
Nasceu como um sub-projecto <strong>do</strong> Programa «<strong>Porto</strong> Digital»,<br />
promovi<strong>do</strong> pela CMP em parceria com a Universidade<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a Associação Empresarial de Portugal e a Metro<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, ten<strong>do</strong> como principal desígnio contribuir para o<br />
desenvolvimento de um modelo de cidade que se quer cada<br />
vez mais basea<strong>do</strong> na inovação, na criatividade e no conhecimento.<br />
Além destes associa<strong>do</strong>s funda<strong>do</strong>res, a «Cidade das Profissões»<br />
conta com um conjunto de parcerias com entidades<br />
públicas e privadas e pertence à rede internacional Reseau<br />
Cité des Métiers, criada em França na década de 90.<br />
A operacionalização de todas as iniciativas e projectos desenvolvi<strong>do</strong>s<br />
pela «Cidade das Profissões» requer (e contribui<br />
para) a existência de uma verdadeira complementaridade<br />
entre as entidades e serviços existentes na cidade e na Área<br />
Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Primeiro Encontro<br />
Transnacional de 2010<br />
A «Cidade das Profissões» acolheu, em Maio, o Primeiro<br />
Encontro Transnacional de 2010 <strong>do</strong> "Réseau Cités des Métiers",<br />
no âmbito <strong>do</strong> Projecto AMPLI – "Amélioration Mutuelle<br />
de la Performance des Lieux Integrés".<br />
O objectivo foi o de, através da partilha de saberes e de experiências,<br />
mutualizar práticas e reforçar a intervenção das<br />
«Cidades das Profissões» nos territórios em que se inscrevem.
INOVAÇÃO<br />
048<br />
BALCÃO DE ATENDIMENTO VIRTUAL (BAV)<br />
– Um projecto inova<strong>do</strong>r<br />
A Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> disponibiliza agora conteú<strong>do</strong>s informativos, relacionais e<br />
transaccionais, através de uma nova modalidade de relacionamento entre a autarquia,<br />
os cidadãos e empresas: o Balcão de Atendimento Virtual (BAV), que acaba de entrar<br />
em funcionamento.<br />
O BAV apresenta informação organizada<br />
por cidadãos e empresas e, em cada um<br />
deles, três tipos de entradas: Guia Temático,<br />
Eventos de Vida e Destinatários.<br />
Constituin<strong>do</strong>-se como alternativa ou<br />
complemento ao atendimento presencial<br />
e telefónico, o BAV orienta-se segun<strong>do</strong><br />
as necessidades pessoais e profissionais<br />
<strong>do</strong>s diversos tipos de utiliza<strong>do</strong>res. Através<br />
dele é possível aceder a informação<br />
e a serviços sem limite de horário e em<br />
boas condições de acessibilidade por<br />
parte de to<strong>do</strong>s os públicos, mesmo daqueles<br />
que têm necessidades especiais.<br />
Fácil acesso a uma oferta<br />
diversificada de serviços<br />
Concebi<strong>do</strong> e desenvolvi<strong>do</strong> sob os princípios de centralização, integração e personalização,<br />
de acor<strong>do</strong> com as boas práticas nacionais e internacionais nesta área –<br />
nomeadamente um conjunto de requisitos relativos ao design e layout, a regras de<br />
acessibilidade, de equidade e da arquitectura da informação –, o BAV complementa<br />
conteú<strong>do</strong>s informativos com serviços bidireccionais interactivos, permitin<strong>do</strong> também<br />
a realização de transacções online.<br />
A estrutura e os conteú<strong>do</strong>s deste Balcão foram pensa<strong>do</strong>s ao pormenor, privilegian<strong>do</strong><br />
uma linguagem simples e explícita, adequada à lógica <strong>do</strong>s seus utiliza<strong>do</strong>res e facilita<strong>do</strong>ra<br />
<strong>do</strong> seu acesso à diversa informação.
InovaçÃo<br />
049<br />
GABINETE DO MUNÍCIPE<br />
Uma aposta na qualidade e<br />
eficiência <strong>do</strong> atendimento<br />
Numa altura em que assinala seis anos de existência, o Gabinete<br />
<strong>do</strong> Munícipe (GM) afirma-se, sem qualquer demagogia, como uma<br />
aposta ganha, em termos da qualidade e eficiência no atendimento<br />
aos seus “clientes” – os munícipes – justifican<strong>do</strong>, ao mesmo tempo,<br />
to<strong>do</strong> o empenho que a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> colocou na sua<br />
criação, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> nisso pioneira.<br />
Nasci<strong>do</strong> de um “parto” decorrente da institucionalização da Macroestrutura municipal<br />
de 2003, que criou a Direcção <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong>s Serviços da Presidência (DMSP) que<br />
o enquadra a nível tutelar e funcional, o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe abriu oficialmente<br />
as portas ao público a 9 de Julho de 2004.<br />
O seu arranque – recorda hoje Manuel Cabral, responsável pela actual DM da Presidência<br />
– representou «uma visão diferente <strong>do</strong> relacionamento entre a administração<br />
local e os cidadãos», na justa medida em que se propunha organizar, de mo<strong>do</strong> centraliza<strong>do</strong>,<br />
to<strong>do</strong>s os serviços municipais numa única unidade, em função <strong>do</strong>s interesses<br />
<strong>do</strong>s munícipes.<br />
«Com o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe, a administração, até então apenas preocupada consigo<br />
mesma, passou para um novo paradigma, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> uma visão moderna e orientada<br />
em primeiro lugar para a qualidade <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong> aos cidadãos», observou<br />
o Director <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong>s Serviços da Presidência.<br />
UMA CULTURA<br />
DE MELHORIA CONTÍNUA<br />
O funcionamento <strong>do</strong> GM baseia-se em<br />
duas vertentes fundamentais: centralização<br />
de to<strong>do</strong> o atendimento da CMP e<br />
interligação entre to<strong>do</strong>s os serviços camarários.<br />
Desta forma, o atendimento<br />
municipal é realiza<strong>do</strong> numa perspectiva<br />
totalmente integrada, no âmbito da<br />
qual o GM se assume como motor, que<br />
funcionará tanto melhor quanto melhor<br />
for essa interligação.<br />
Como o GM é o único ponto de interface<br />
com os munícipes, este aspecto assume<br />
particular relevância e confere-lhe uma<br />
responsabilidade maior, pelo facto de<br />
constituir, ele próprio, uma espécie de<br />
barómetro <strong>do</strong> grau de eficácia <strong>do</strong>s restantes<br />
serviços. Ou seja, impõe-se que funcione<br />
bem, tanto para garantir a qualidade<br />
de atendimento, como para sustentar<br />
essa qualidade no relacionamento com os<br />
restantes serviços municipais. A institucionalização<br />
de uma cultura de melhoria<br />
contínua é uma dialéctica que lhe está,<br />
pois, subjacente.<br />
«Isto significa» – sublinha Manuel Cabral<br />
– «que o sucesso <strong>do</strong> GM não é apenas<br />
um exclusivo seu, mas sim algo que<br />
se estende à Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
no seu to<strong>do</strong>».
INOVAÇÃO<br />
050<br />
SEM QUERER AGARRAR O CÉU COM AS DUAS MÃOS<br />
UMA ECONOMISTA<br />
SUCEDE A UMA JURISTA<br />
Isabel Maria Coelho <strong>do</strong>s Santos, licenciada<br />
em Economia pela FEP, é a nova<br />
Directora <strong>do</strong> Gabinete <strong>do</strong> Munícipe<br />
(GM), suceden<strong>do</strong> assim no cargo a Olga<br />
Maia, jurista de formação, entretanto<br />
nomeada directora <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>Municipal</strong> de Arquivo.<br />
Isabel <strong>do</strong>s Santos está ligada à CMP<br />
desde 1998, ten<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> funções<br />
no Gabinete de Estu<strong>do</strong>s e Planeamento<br />
(GEP), como Directora de Departamento.<br />
Em 2003 transitou para o Departamento<br />
<strong>Municipal</strong> de Bibliotecas, onde<br />
permaneceu até ao passa<strong>do</strong> mês de<br />
Abril, data em que assumiu o actual<br />
cargo, no âmbito da reestruturação da<br />
Macroestrutura da autarquia.<br />
«É um privilégio ter ti<strong>do</strong> a possibilidade<br />
de aceitar este desafio, uma vez que<br />
o Gabinete <strong>do</strong> Munícipe é um serviço<br />
de referência da Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e –<br />
mais <strong>do</strong> que isso – de referência a nível<br />
nacional», declarou à <strong>Porto</strong> Sempre a<br />
actual Directora <strong>do</strong> GM.<br />
«Um serviço faz-se com pessoas e este<br />
tem a virtude de contar com o empenhamento<br />
e dinamismo de uma excelente<br />
equipa, que veste a camisola da<br />
CMP. Estou entusiasmadíssima com este<br />
desafio e espero dar o meu contributo<br />
para que o sucesso possa continuar a<br />
ser lema deste Gabinete», acrescentou.<br />
O processo evolutivo <strong>do</strong> GM foi gradual<br />
e sustenta<strong>do</strong>. «Em 2004 fomos pragmáticos,<br />
mas não maximalistas e não<br />
quisemos agarrar o céu com as duas<br />
mãos», observa Manuel Cabral, recordan<strong>do</strong><br />
que o GM abriu apenas com o<br />
serviço de atendimento presencial,<br />
numa perspectiva de crescimento progressivo<br />
e sustenta<strong>do</strong>.<br />
O significativo número de «serviços<br />
na hora» actualmente disponibiliza<strong>do</strong>s<br />
é um exemplo da forma como se<br />
foi desenvolven<strong>do</strong> o leque <strong>do</strong>s serviços<br />
ofereci<strong>do</strong>s aos munícipes, sempre com<br />
uma grande preocupação de resposta<br />
às suas necessidades.<br />
Mais de 800 mil<br />
atendimentos<br />
regista<strong>do</strong>s em Maio<br />
A fase seguinte foi marcada pela obtenção,<br />
em Setembro de 2005, da<br />
Certificação de Qualidade (norma ISO<br />
9001:2000).<br />
Número de consultas presenciais de<br />
processos, de 2006 até ao final de<br />
Abril de 2010:<br />
Outros serviços foram, entretanto, cria<strong>do</strong>s,<br />
como o Serviço <strong>Municipal</strong> de Apoio<br />
ao Voluntaria<strong>do</strong>, o Serviço <strong>Municipal</strong> de<br />
Apoio ao Consumi<strong>do</strong>r, o Europe Direct<br />
e o Espaço Internet.<br />
Neste momento, através <strong>do</strong> atendimento<br />
multicanal integra<strong>do</strong>, existem três<br />
modalidades de atendimento: presencial,<br />
telefónico e virtual (via Web).<br />
Em final de Maio último, o GM registava<br />
mais de 830 mil atendimentos presenciais,<br />
desde o início da sua actividade.<br />
GRANDES NÚMEROS EM SEIS ANOS<br />
DE FUNCIONAMENTO *<br />
Atendimentos presenciais – 839 312<br />
Número de requerimentos – 134 001<br />
Número de consultas de processos presenciais -<br />
Número de e-mails respondi<strong>do</strong>s – 27 751<br />
* Até 24 de Maio de 2010<br />
ANO Nº<br />
2006 1908<br />
2007 620<br />
2008 2746<br />
2009 744<br />
2010 (até final de Abril) 237<br />
TOTAL 6255<br />
Número de horas de utilização <strong>do</strong> Espaço Internet – 211 267
InovaçÃo<br />
051<br />
<strong>Porto</strong>, Cidade de Ciência e de Inovação<br />
- Produtos inova<strong>do</strong>res<br />
com projecção mundial<br />
O <strong>Porto</strong> afirma-se como Cidade de Ciência, aumentan<strong>do</strong> os seus<br />
índices de competitividade dentro e fora de Portugal. Muitos são os<br />
exemplos de inovação que espalham a marca <strong>Porto</strong> por esse mun<strong>do</strong><br />
fora. Recentemente, <strong>do</strong>is projectos, provenientes <strong>do</strong> meio académico,<br />
ganharam projecção mediática:<br />
Guitarra Hamilton<br />
A Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é um <strong>do</strong>s principais motores de desenvolvimento da<br />
Região Norte, alian<strong>do</strong> o ensino de excelência à inovação tecnológica e científica.<br />
Recorren<strong>do</strong> a tecnologias até há pouco reservadas à indústria aeroespacial,<br />
investiga<strong>do</strong>res da Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> desenvolveram uma guitarra com um<br />
corpo único em fibra de carbono, ultra-leve e mais resistentes às condições atmosféricas,<br />
num casamento perfeito entre tradição e inovação. A guitarra, denominada<br />
Hamilton, foi desenha<strong>do</strong> pela IDEIA.M – spin-off empresa “start up” gerada<br />
no seio de um grupo de pesquisa da Faculdade de Engenharia da Universidade<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e instalada no Parque de Ciência e Tecnologia daquela Universidade.<br />
T’shirt VitalJacket – A camisola<br />
que mede os batimentos cardíacos<br />
O “VitalJacket” foi desenvolvi<strong>do</strong> pela Biodevices, empresa que<br />
tem como mentor um antigo aluno e investiga<strong>do</strong>r da Escola<br />
Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no <strong>Porto</strong>,<br />
e que esteve inserida, durante vários anos, no Centro de<br />
Incubação e Desenvolvimento de Empresas em Biotecnologia<br />
(CiDEB) da Universidade. Trata-se, assim, de uma instituição<br />
cem por cento nacional e sedeada no <strong>Porto</strong>.<br />
O “VitalJacket” monitoriza os batimentos cardíacos, armazenan<strong>do</strong><br />
da<strong>do</strong>s de forma contínua. O produto é composto por<br />
uma pequena caixa de hardware colocada num bolso e permite<br />
a realização de um exame preciso e rigoroso ao coração.
Turismo<br />
052<br />
PORTO PRESENTE<br />
NO MAIOR FESTIVAL<br />
TURÍSTICO DE CADIZ<br />
O <strong>Porto</strong> foi a cidade convidada da edição<br />
deste ano da Feria da Primavera e Fiesta<br />
del Vino Fino, o festival turístico mais<br />
importante da província espanhola de<br />
Cadiz, realiza<strong>do</strong> em Maio, na cidade de El<br />
Puerto de Santa Maria.<br />
O evento, um <strong>do</strong>s mais relevantes da Andaluzia, ultrapassou<br />
este ano, pela primeira vez, as fronteiras espanholas,<br />
ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> dedica<strong>do</strong> ao <strong>Porto</strong>, cujas afinidades com a cidade<br />
anfitriã começam, desde logo, pelo nome pátrio <strong>do</strong>s<br />
seus habitantes: portuenses.<br />
O convite, além de honroso, constituiu, na opinião <strong>do</strong> Verea<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> Turismo, Inovação e Lazer, Vladimiro Feliz, um<br />
contributo para o «estreitamento das relações entre as<br />
duas cidades» e uma «oportunidade excelente para promover<br />
a cidade num merca<strong>do</strong> estratégico, como é o caso<br />
<strong>do</strong> espanhol», com o qual – recor<strong>do</strong>u – existem laços comuns<br />
que remontam à época <strong>do</strong>s Descobrimentos.<br />
AFIRMAÇÃO IBÉRICA<br />
Ciente da importância estratégica de reforçar os laços bilaterais<br />
com Espanha, o <strong>Porto</strong> não tem visto descura<strong>do</strong> esse<br />
aspecto – bem pelo contrário – dita<strong>do</strong> não só pela geografia,<br />
mas também pela ancestralidade histórica e cultural que une<br />
os <strong>do</strong>is países ibéricos.<br />
Rui Rio teve, aliás, ocasião de ainda recentemente participar<br />
em <strong>do</strong>is momentos importantes nesse <strong>do</strong>mínio na sua dupla<br />
qualidade de Presidente da CMP e da Junta Metropolitana: em<br />
Janeiro, quan<strong>do</strong> esteve presente, em Santiago de Compostela,<br />
na inauguração da primeira Loja de Turismo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> na<br />
Galiza e, em Março, quan<strong>do</strong> recebeu o seu homólogo de Vigo,<br />
Abel Caballero, com o qual abor<strong>do</strong>u, uma vez mais, diversas<br />
questões de interesse comum, com destaque para a ligação de<br />
alta velocidade entre as duas cidades e o futuro <strong>do</strong> Aeroporto<br />
Francisco Sá Carneiro.
ecocidade<br />
053<br />
CMP e AdE<strong>Porto</strong> assinalaram<br />
o DIA NACIONAL DA ENERGIA<br />
No âmbito da Semana da Energia e <strong>do</strong> Ambiente, a CMP e a AdE-<br />
<strong>Porto</strong> assinalaram o Dia Nacional da Energia (29 de Maio) com a<br />
entrega de prémios, pela concepção e construção de carrinhos solares,<br />
às equipas participantes no Passatempo ‘À Velocidade <strong>do</strong> Sol’.<br />
Em Outubro, a CMP e a AdE<strong>Porto</strong> lançaram o Passatempo ‘À Velocidade <strong>do</strong> Sol’<br />
– concepção e construção de carrinhos solares, dirigi<strong>do</strong> aos alunos <strong>do</strong> 3º Ciclo<br />
e <strong>do</strong> Ensino Secundário da cidade. A organização apenas forneceu um painel<br />
solar fotovoltaico e um motor, estan<strong>do</strong> a concepção e a construção <strong>do</strong> carrinho<br />
a cargo <strong>do</strong> engenho das equipas participantes.<br />
Reuni<strong>do</strong> o júri, saiu vence<strong>do</strong>ra a equipa orientada pela Prof. Ana Maria Neves,<br />
pertence à Escola Secundária Filipa de Vilhena. O grupo constituí<strong>do</strong> por cinco<br />
elementos: André Leal, David Faria, Jaime Pignatelle, Luís Ferreira e Tomás<br />
Pinto estava manifestamente satisfeito pela vitória <strong>do</strong> “Black Arrows”.<br />
O segun<strong>do</strong> lugar foi para a Escola Secundária Aurélia de Sousa. André Almeida,<br />
Diogo Ivo Múrias, Henrique Lobo, Rodrigo Wandschneider e Tiago Peixoto<br />
com o apoio da Prof. Maria da Luz Carvalheira conceberam o “Fire Blade’”<br />
O terceiro lugar <strong>do</strong> pódio foi para o “Thurster - O Pacote Sobre Rodas”, da Escola<br />
Secundária Rodrigues de Freitas. A Prof. Maria Fernanda Viegas orientou<br />
um grupo de seis elementos: Beatriz Vilarinho, Bernar<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong>, Carlos Teixeira,<br />
Francisco Pinto, Jessica Monteiro e Inês Villegas.<br />
Participaram, ainda, equipas da Escola Salesiana Colégio <strong>do</strong>s Órfãos <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
Escola Secundária António Nobre e das Escolas Básicas Pêro Vaz de Caminha,<br />
Nicolau Nasoni e Ramalho Ortigão.
Animação<br />
054<br />
A FLORESTA EUROPEIA:<br />
CELEBRAR 25 ANOS DE PORTUGAL NA EUROPA!<br />
27+1 árvores-esculturas <strong>do</strong> artista plástico Jorge Curval em estruturas de metal estarão<br />
expostas na cidade, em representação <strong>do</strong>s 27 Esta<strong>do</strong>s-Membros da União Europeia.<br />
Esta exposição ao ar livre assinala os 25 anos da assinatura <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> de Adesão<br />
de Portugal à então designada Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1985.<br />
Estará ainda exposta no Gabinete <strong>do</strong> Munícipe uma 28.ª árvore-escultura onde poderão<br />
ser coloca<strong>do</strong>s comentários sobre os 25 anos de Portugal na Europa.<br />
LOCAL<br />
Espaços públicos da cidade (Praça <strong>do</strong> Metro<br />
da Trindade, Avenida da Boavista, Gabinete<br />
<strong>do</strong> Munícipe – Praça General Humberto<br />
Delga<strong>do</strong>)<br />
PROMOTOR<br />
Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> – Europe Direct<br />
<strong>Porto</strong> (serviço de informação apoia<strong>do</strong> pela<br />
Comissão Europeia),<br />
LIPOR, Metro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
DATA<br />
De 30.06 a 30.09<br />
Esta exposição a céu aberto, designada “Floresta Europeia”, é uma original<br />
forma de arte pública e de assinalar uma data de grande significa<strong>do</strong> histórico para<br />
Portugal, e também uma ferramenta de reforço da nossa cidadania europeia.<br />
Através da arte e das vicissitudes associadas ao processo criativo, evoca-se assim<br />
a singularidade <strong>do</strong> projecto europeu, um “espaço” comum mas pleno de diversidade<br />
e de respeito pelas diferenças <strong>do</strong>s seus Esta<strong>do</strong>s Membros.
Animação<br />
055<br />
Road Show nos Alia<strong>do</strong>s:<br />
mais de 40 mil vibraram<br />
com a perícia <strong>do</strong>s campeões<br />
Foi uma verdadeira festa de perícia e velocidade aquela a<br />
que milhares de pessoas assistiram, em Maio, na Avenida<br />
<strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s, com a realização <strong>do</strong> «<strong>Porto</strong> Road Show», um<br />
evento que contou com a participação de alguns <strong>do</strong>s<br />
maiores pilotos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> de ralis.<br />
A iniciativa constituiu, assim,<br />
uma espécie de aperitivo para o<br />
Vodafone Rally de Portugal, realiza<strong>do</strong><br />
em terras algarvias, ten<strong>do</strong><br />
servi<strong>do</strong> também para reavivar a<br />
paixão que o <strong>Porto</strong> sempre nutriu<br />
pelos ralis, em particular por<br />
aquele que quer reafirmar-se<br />
como o melhor rali <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
O hexacampeão mundial Sébastien<br />
Loeb, Dani Sor<strong>do</strong>, Kimi Raikkonen,<br />
Mikko Hirvonen e os portugueses<br />
Bernar<strong>do</strong> Sousa e Armin<strong>do</strong> Araújo,<br />
campeão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> de Produção e<br />
autor <strong>do</strong> «desenho» que, por um dia,<br />
transformou a Avenida <strong>do</strong> Alia<strong>do</strong>s<br />
numa magnífica superespecial com cerca<br />
de 950 metros, brindaram a multidão<br />
com manobras «inacreditáveis»<br />
e espectaculares.<br />
O evento proporcionou assim a milhares<br />
de pessoas a possibilidade de, em<br />
plena Baixa portuense, reviverem as<br />
emoções de um evento mítico para a<br />
cidade e para a região, ten<strong>do</strong> igualmente<br />
constituí<strong>do</strong> «um sinal da vitalidade<br />
da cidade».
Animação<br />
056<br />
RED BULL AIR RACE<br />
NO PORTO ano sim, ano não<br />
Corrida aérea regressa em Setembro<br />
ao Norte com aviões mais<br />
rápi<strong>do</strong>s – embora com velocidade<br />
controlada – que passarão<br />
por baixo da Ponte da Arrábida<br />
Após aturadas conversações, está tu<strong>do</strong><br />
acerta<strong>do</strong>. Isto é, a Red Bull Air Race<br />
voltará a ter, este ano, o Douro como<br />
cenário no mesmo traça<strong>do</strong> das edições<br />
anteriores, ou seja, entre as Ribeiras <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> e Gaia.<br />
A única diferença visível entre a prova,<br />
que decorrerá em Setembro próximo,<br />
e as anteriores estará no facto de, este<br />
ano, os aviões voarem por baixo <strong>do</strong><br />
arco da Ponte de Arrábida, uma alteração<br />
proposta pelos organiza<strong>do</strong>res da<br />
prova e em relação à qual as autoridades<br />
portuenses não vêem qualquer<br />
impedimento.<br />
Em nome da segurança e apesar de serem<br />
mais potentes, os aviões manterão<br />
os 400 km/hora como velocidade limite<br />
nos céus <strong>do</strong> norte de Portugal.<br />
PORTO ACOLHE EM NOVEMBRO<br />
A JAPAN WEEK<br />
De 20 a 26 de Novembro próximo, o <strong>Porto</strong> vai<br />
acolher a Japan Week (Semana <strong>do</strong> Japão),<br />
uma iniciativa da responsabilidade da International<br />
Friendship Foundation (IFF), que<br />
apresenta uma vasta programação cultural de<br />
artistas e grupos <strong>do</strong> País <strong>do</strong> Sol Nascente.<br />
A primeira Japan Week realizou-se há cerca de 30 anos, em Florença,<br />
e desde então to<strong>do</strong>s os anos tem vin<strong>do</strong> a decorrer numa<br />
cidade diferente <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. O objectivo é aprofundar a mútua<br />
compreensão e a amizade entre o país anfitrião e o Japão. To<strong>do</strong>s<br />
os eventos são gratuitos e abertos ao público.<br />
A Japan Week abre no dia 20, às 15h00, com o Opening Festival,<br />
no Pavilhão Rosa Mota. A partir desse<br />
dia, realizar-se-ão espectáculos de artes<br />
performativas no Grande Auditório <strong>do</strong><br />
Rivoli.<br />
Haverá, igualmente, lugar para uma cerimónia<br />
<strong>do</strong> chá na Galeria <strong>do</strong> Palácio e<br />
para uma exposição no Museu Nacional<br />
de Soares <strong>do</strong>s Reis, além de uma série<br />
de outras iniciativas a acontecer por<br />
toda a cidade.
Animação<br />
057<br />
ESTREIA ABSOLUTA<br />
O Dia de To<strong>do</strong>s os Pesca<strong>do</strong>res<br />
Teatro Carlos ALberto<br />
Teatro<br />
Nacional<br />
S. João<br />
em Espanha<br />
No âmbito <strong>do</strong> programa “Fora de Portas”,<br />
o Teatro Nacional de São João<br />
(TNSJ) esteve, no passa<strong>do</strong> mês, em<br />
Madrid (Naves del Español), onde<br />
apresentou “Tambores na Noite” e<br />
“Turismo Infinito”. Após o sucesso<br />
que “Turismo Infinito” teve no Brasil<br />
em Junho de 2009, o TNSJ continua<br />
a apostar na internacionalização das<br />
suas produções, contribuin<strong>do</strong> para a<br />
divulgação <strong>do</strong> teatro português.<br />
Depois da digressão nacional em<br />
2009, “Tambores na Noite”, de Bertolt<br />
Brecht, a primeira encenação de<br />
Nuno Carinhas como director artístico<br />
<strong>do</strong> TNSJ esteve no histórico Teatro<br />
Español de Madrid. Já “Turismo<br />
Infinito”, de António M. Feijó, com<br />
encenação de Ricar<strong>do</strong> Pais, esteve<br />
em palco no Naves del Español. Esta<br />
mesma peça já tinha esta<strong>do</strong> no Auditório<br />
de Galicia, em Santiago de Compostela,<br />
em Setembro de 2008, com<br />
grande sucesso.<br />
Teatro Carlos Alberto<br />
“O Dia de To<strong>do</strong>s os Pesca<strong>do</strong>res”<br />
de Francisco Luís Parreira<br />
Teatro Carlos Alberto<br />
15 a 31 Julho<br />
Quarta-feira a Sába<strong>do</strong>, 21h30<br />
Domingo, 16h00<br />
Leitura Encenada<br />
“O Terceiro Recorda<strong>do</strong>”<br />
de Francisco Luís Parreira<br />
Teatro Carlos Alberto<br />
24 Julho<br />
Sába<strong>do</strong>, 16h00<br />
Mais informações<br />
www.tnsj.pt<br />
Tel. 22 340 19 00
Animação<br />
058<br />
SIM CULTURA<br />
SERVIÇO<br />
DE INTERPRETAÇÃO<br />
E MEDIAÇÃO<br />
DA CULTURA<br />
Com a preocupação de optimizar os<br />
recursos, centralizar a oferta e melhorar<br />
a aproximação da cultura à<br />
sociedade, o Pelouro <strong>do</strong> Conhecimento<br />
e Coesão Social decidiu criar um<br />
Serviço de Educação na Cultura, centraliza<strong>do</strong><br />
– o SERVIÇO DE INTERPRE-<br />
TAÇÃO E MEDIAÇÃO DA CULTURA.<br />
O funcionamento transversal e em<br />
rede deste serviço pretende não<br />
só optimizar os recursos humanos<br />
existentes, mas também articular a<br />
oferta e criar cruzamentos e relações<br />
novas entre temáticas, vivências, peças<br />
e lugares. Mais <strong>do</strong> que chamar as<br />
pessoas para o interesse e relevância<br />
de uma peça, um monumento, um<br />
museu, como “peça solta”, o serviço de<br />
educação, no modelo integra<strong>do</strong> que se<br />
propõe, terá de repensar mo<strong>do</strong>s de tornar<br />
a cultura relevante para as pessoas<br />
e levar a cultura ao encontro das pessoas<br />
e comunidades, propon<strong>do</strong> novas<br />
relações, novos modelos de encontro.<br />
Com o novo serviço que se cria<br />
pretende-se trabalhar mais para fora<br />
(com outros equipamentos culturais,<br />
na e com a cidade), mais integra<strong>do</strong>,<br />
mais em parceria, aumentar e melhorar<br />
o acesso de to<strong>do</strong>s à cultura e património,<br />
reforçar a marca identitária<br />
cultural da cidade.<br />
O SIM Cultura trabalhará em quatro<br />
áreas de acção: formação, projectos,<br />
divulgação e aconselhamento<br />
e recomendações.<br />
O SIM Cultura contribuirá, a médio<br />
prazo, para tornar o <strong>Porto</strong> uma cidade<br />
socialmente mais coesa, onde a<br />
cultura seja mais participada e parte<br />
integrante da vida <strong>do</strong>s seus cidadãos<br />
e comunidades.<br />
CICLOS DE CINEMA<br />
NO PORTO<br />
Orson Welles, David Griffith e Stanley Kubrick são os<br />
realiza<strong>do</strong>res que irão inaugurar este projecto, promovi<strong>do</strong><br />
pelo Pelouro <strong>do</strong> Conhecimento e Coesão Social.<br />
Até ao final <strong>do</strong> ano, será possível assistir,<br />
no <strong>Porto</strong>, a três ciclos de cinema de<br />
autor, o primeiro <strong>do</strong>s quais dedica<strong>do</strong> a<br />
Orsow Wells, em Julho e Agosto. O segun<strong>do</strong><br />
ciclo, em Setembro, terá como<br />
realiza<strong>do</strong>r referencial David Griffith.<br />
Finalmente, no último trimestre <strong>do</strong> ano<br />
serão exibidas obras de Stanley Kubrik.<br />
Trata-se de uma iniciativa da responsabilidade<br />
<strong>do</strong> Pelouro <strong>do</strong> Conhecimento e<br />
Coesão Social, que pretende colmatar<br />
duas falhas existentes, quer a nível local,<br />
no <strong>Porto</strong>, quer a nível mais abrangente,<br />
na área da cinematografia: por<br />
um la<strong>do</strong>, a ausência de cinema clássico,<br />
quer em salas quer na televisão e, por<br />
outro, a inexistência de programas que<br />
dêem uma perspectiva histórica e formativa<br />
<strong>do</strong> cinema.<br />
O projecto será comissaria<strong>do</strong> por Lauro<br />
António, figura incontornável da cinematografia<br />
nacional. As sessões, de entrada<br />
livre, realizam-se no Auditório da<br />
Biblioteca <strong>Municipal</strong> Almeida Garrett,<br />
às 18h30 e algumas às 20h15.<br />
Cada ciclo, composto por oito sessões<br />
semanais, será inicia<strong>do</strong> com uma apresentação<br />
e concluí<strong>do</strong> com um debate.
Animação<br />
059<br />
«ATTRACTION STORE»<br />
– uma loja diferente em<br />
pleno Centro Histórico<br />
O <strong>Porto</strong> conta, desde 27 de Março último, com uma loja de<br />
artesanato urbano em pleno Centro Histórico, mais concretamente<br />
no início da Rua Escura.<br />
A «Attraction Store» – assim se chama a loja – é o primeiro<br />
projecto visível de uma empresa orientada para a reabilitação<br />
urbana impulsionada por um grupo de jovens portuenses,<br />
para quem um <strong>do</strong>s principais vectores dessa reabilitação consiste<br />
na intervenção cultural e criativa.<br />
«Este conceito inspira-se na atracção que nós próprios sentimos<br />
por esta zona tão autêntica da cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e que<br />
pretendemos transmitir a to<strong>do</strong>s, de maneira a atrair mais vida<br />
para a área e dinamizá-la de forma consistente e perene»,<br />
afirmam os sócios <strong>do</strong> projecto.<br />
Os artigos são da autoria de artesãos portugueses, na sua<br />
maioria <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, muitos deles integra<strong>do</strong>s nos circuitos artísticos<br />
da cidade.
DE SEMPRE,<br />
PARA SEMPRE<br />
Sempre que a cidade inspira novos olhares,<br />
perspectivas diferentes, ângulos próprios<br />
as imagens contam histórias <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.
foto síntese<br />
061 031
Animação<br />
062 031<br />
Sacristias papais<br />
abertas ao público<br />
Os espaços que foram transforma<strong>do</strong>s em sacristias por ocasião<br />
da recente visita <strong>do</strong> Papa ao <strong>Porto</strong> estão à disposição de to<strong>do</strong>s<br />
quantos os queiram visitar, no átrio <strong>do</strong> edifício <strong>do</strong>s Paços <strong>do</strong><br />
Concelho.<br />
As sacristias conservam a decoração e o mobiliário com que<br />
o Sumo Pontífice e o seu séquito foram acolhi<strong>do</strong>s na Câmara<br />
<strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, por ocasião da celebração eucarística na<br />
Avenida <strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s.<br />
De entre os objectos que decerto concitam maior curiosidade<br />
e interesse por parte <strong>do</strong>s visitantes estão a casula que o Papa<br />
envergou durante a missa, bem como a patena e o cálice<br />
utiliza<strong>do</strong>s na cerimónia litúrgica e que o próprio Bento XVI fez<br />
questão de oferecer ao Bispo <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, D. Manuel Clemente.
Animação<br />
063<br />
Por desejo <strong>do</strong> próprio<br />
Bento XVI<br />
As duas cadeiras e o<br />
biombo seguiram para<br />
o Vaticano<br />
O Papa gostou tanto de algumas<br />
peças fabricadas propositadamente<br />
para o cerimonial eucarístico,<br />
que demonstrou vontade de<br />
as levar consigo. Uma honra para<br />
quem, no <strong>Porto</strong>, planeou ao pormenor<br />
o sucesso de uma visita.<br />
As duas cadeiras utilizadas pelo Papa<br />
durante e após as cerimónias na Avenida<br />
<strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s – a cadeira principal denominada<br />
Cátedra e uma outra na qual<br />
Bento XVI repousou após a celebração da<br />
missa – foram enviadas para o Vaticano<br />
a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio Bento XVI, que não<br />
escondeu a sua admiração pelas peças<br />
concebidas e fabricadas em Portugal expressamente<br />
para o evento.<br />
A Cátedra, colocada no Presbiério, foi fabricada<br />
pela empresa Moble, de Paços de<br />
Ferreira, um processo que contou, igualmente,<br />
com o envolvimento da Câmara<br />
local e da Associação Empresarial daquela<br />
que é conhecida como Capital <strong>do</strong> Móvel.<br />
O fabrico da Cátedra de repouso foi da<br />
responsabilidade da empresa Antarte,<br />
sedeada em Rebor<strong>do</strong>sa, Paredes, com<br />
o apoio da respectiva Câmara <strong>Municipal</strong>.<br />
Trata-se de uma cadeira que prima<br />
pelo conforto e ergonomia, feita em<br />
madeira de castanheiro, látex e pele.<br />
Estas duas cadeiras, que ostentam o<br />
selo papal, foram concebidas pelo arquitecto<br />
Audemaro Rocha, da Câmara<br />
<strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a quem se deve,<br />
igualmente, a autoria da concepção <strong>do</strong><br />
projecto que envolveu to<strong>do</strong> o espaço<br />
de acolhimento à cerimónia eucarística<br />
realizada na Avenida <strong>do</strong>s Alia<strong>do</strong>s e que<br />
atraiu mais de 100 mil pessoas.<br />
Além destas duas peças, foi também<br />
entregue ao Papa o biombo que fora<br />
coloca<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> da cadeira de repouso,<br />
da autoria da designer Luísa Peixoto.<br />
Última reunião <strong>do</strong> Executivo municipal realizada<br />
em 21 de Maio de 1957, no antigo edifício<br />
da Câmara, onde é hoje o Paço Episcopal.<br />
A reunião seguinte realizou-se já nos actuais<br />
Paços <strong>do</strong> Concelho.<br />
O Presidente da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
era então o Eng. José Albino Macha<strong>do</strong> Vaz,<br />
em cujo mandato foi edifica<strong>do</strong> o quartel <strong>do</strong>s<br />
Sapa<strong>do</strong>res Bombeiros e iniciadas as obras de<br />
construção da Ponte da Arrábida.
Actualidade<br />
memórias <strong>do</strong> porto<br />
064 001<br />
Eugénio de Andrade escolheu o <strong>Porto</strong><br />
para viver, embora nunca deixasse<br />
de ter nos olhos a luz <strong>do</strong> sul que lhe<br />
encandeava a infância e a juventude.<br />
Aqui escreveu a maior parte da sua<br />
obra, e a esta cidade dedicou alguns<br />
<strong>do</strong>s mais belos poemas em verso e em<br />
prosa que sobre ela já se escreveram.<br />
Soube o <strong>Porto</strong> retribuir-lhe, em vida,<br />
a beleza que <strong>do</strong> poeta recebeu? Talvez<br />
alguma coisa, mas o que foi feito deveu-se<br />
mais a mãos amigas <strong>do</strong> que às<br />
instituições que representam a cidade.<br />
Nos cinco anos decorri<strong>do</strong>s sobre a sua<br />
morte têm caí<strong>do</strong> o silêncio e a desmemória.<br />
E no entanto ele ergueu a esta<br />
cidade um monumento com o qual<br />
nada poderá a corrosão <strong>do</strong> tempo como<br />
o disse Frei Luis de Sousa a propósito<br />
da Vida <strong>do</strong> Arcebispo – a antologia<br />
Daqui Houve Nome Portugal - , onde<br />
se lê a página que trazemos para aqui<br />
e que é um belo retrato da cidade de<br />
Garrett e de Camilo.<br />
«Quan<strong>do</strong> visitei o <strong>Porto</strong> pela primeira<br />
vez, num entardecer já distante, ali,<br />
no terreiro <strong>do</strong> Convento da Serra, fascina<strong>do</strong><br />
por to<strong>do</strong> aquele casario que se<br />
derramava às golfadas no Douro, as fachadas<br />
roídas pelos dias húmi<strong>do</strong>s e viscosos,<br />
onde uns restos de sol fulguravam<br />
nas janelas e nos telha<strong>do</strong>s, e as torres<br />
mais hirtas pareciam recuar na noite,<br />
que principiaria a cair.<br />
Fiquei então por cá <strong>do</strong>is ou três dias.<br />
O Ernesto mostrou-me o mar da Foz,<br />
a Cantareira, o «cabedelo de oiro», que<br />
Raul Brandão diz ter conserva<strong>do</strong> sempre<br />
na retina; com a Sophia passei uma<br />
tarde nos jardins aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s da Quinta<br />
<strong>do</strong> Campo Alegre, eu próprio aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong><br />
ao som da sua voz que se misturava<br />
com o jorrar das águas e o cheiro<br />
resinoso e marítimo <strong>do</strong>s pinheiros..<br />
Mais <strong>do</strong> que o sarcasmo de Camilo, que<br />
disfarçava, ao fim e ao cabo, uma ternura<br />
por esta gente metida nos seus<br />
«tamancos estóicos» (se assim não fora<br />
como explicar que lhe tenha mordi<strong>do</strong><br />
e remordi<strong>do</strong> o coração?) surpreende<br />
o desprezo de António Nobre, nasci<strong>do</strong><br />
na Rua de Santa Catarina, educa<strong>do</strong><br />
em colégios da Rua Formosa e da Rua<br />
de Ce<strong>do</strong>feita, que guardará o seu amor<br />
para os subúrbios da cidade. O dandy<br />
das praias de Leça tinha a sua opinião<br />
formada, e a sua opinião era a de Eça<br />
de Queirós, como comunicará de Paris<br />
a Alberto de Oliveira: «Jesus! Que terra!<br />
Verdadeiramente inabitável!» Pobre<br />
moço, coita<strong>do</strong>! Não tardaria em saber<br />
que não só o <strong>Porto</strong>, mas to<strong>do</strong> o planeta,<br />
é inabitável. E acabará – oh má<br />
sina <strong>do</strong> poeta! – os seus dias na Foz,<br />
a murmurar: «Que lin<strong>do</strong> que isto é!»<br />
Que descanse em paz. Ámen.<br />
Aquele que foi o irmão maior de Nobre<br />
- «Garrett da minha paixão...» - será<br />
com o <strong>Porto</strong> bem mais generoso. Para<br />
além <strong>do</strong> «grande aldeão» que lhe atirou<br />
à cara, teceu ao seu exemplar espírito<br />
de liberdade o mais belo hino de que<br />
esta terra se pode orgulhar, além de<br />
ter lavra<strong>do</strong> ainda, «em recta pronúncia<br />
e frase de brasão», um decreto em<br />
que to<strong>do</strong>s os seus títulos de nobreza<br />
lhe são confirma<strong>do</strong>s por despacho régio,<br />
e de lhe reformar as Armas, onde<br />
«lhe coloca, em escu<strong>do</strong> de honra, no<br />
meio, o coração de D. Pedro...» Nem<br />
assim o «leal, paciente e bom povo»<br />
da sua cidade lhe per<strong>do</strong>ou os versos de<br />
juventude – Garrett nunca será eleito<br />
deputa<strong>do</strong> pelo <strong>Porto</strong>, como tanto ambicionou.<br />
«Eu sou <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, dói-me<br />
se não me elegerem os meus patrícios<br />
porque em verdade mereço-lho.» Em<br />
verdade, merecia-o, e o <strong>Porto</strong> perdeu<br />
uma ocasião única em demonstrar que<br />
não era «aldeão» ao mais civiliza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
seus filhos.<br />
A transparência é aqui nostalgia: até<br />
a luz terá a cor <strong>do</strong> granito. Mas o granito<br />
é às vezes de oiro velho, e outras<br />
azula<strong>do</strong>, como o luar escasso que nesta<br />
noite de outono escorre <strong>do</strong>s telha<strong>do</strong>s.<br />
Quan<strong>do</strong> o sol, mesmo arrefeci<strong>do</strong>, incide<br />
nos vidros, as mil e uma clarabóias e<br />
trapeiras e mirantes da cidade enchem<br />
o crepúsculo de brilhos – o <strong>Porto</strong> parece<br />
então pinta<strong>do</strong> por Vieira da Silva:<br />
é mais imaginário que real. Para as<br />
DAQUI HOUVE<br />
NOME PORTUGAL<br />
EUGÉNIO DE ANDRADE<br />
Por José da Cruz Santos<br />
bandas de S. Lázaro, as ruas estão coalhadas<br />
de silêncio. Os passos de quem<br />
regressa a casa são raros, até os mais<br />
leves se ouvem à distância. Na noite<br />
alta, o repuxo <strong>do</strong> jardim tem a nitidez<br />
de um coração muito jovem. Fora as<br />
magnólias, não há árvores com folha.<br />
Os bancos estão desertos – os trolhazitos<br />
que por aqui se aquecem ao sol, à<br />
hora <strong>do</strong> almoço, devem ter a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong><br />
nalgum canto dessas casas em vias de<br />
construção, que há um pouco por toda<br />
a parte. Dormem enrola<strong>do</strong>s no friinho<br />
que principia a rondar. Os cafés fecham<br />
as últimas portas. Saem os retardatários<br />
um pouco aos ban<strong>do</strong>s, quase to<strong>do</strong>s<br />
jovens. Barulhentos, sem pressa,<br />
encaminham-se para a Batalha. Um <strong>do</strong>s<br />
moços assobia. As palavras da canção<br />
ecoam-me na cabeça:<br />
If you’re going to San Francisco<br />
be sure to wear some flowers in<br />
your hair...<br />
Do <strong>Porto</strong>, não da sua gente, também<br />
Eugénio poderia dizer como Camilo<br />
«Estou triste. Aproxima-se a hora de<br />
deixar para sempre esta terra, onde a<br />
par de muitos dissabores, experimentei<br />
alegrias instantâneas. Não é da<br />
gente que tenho saudade. É de não<br />
sei quê...».
PATRIMÓNIO<br />
065<br />
Novas placas toponímicas<br />
UMA FORTE MARCA DO PORTO<br />
O processo de substituição das placas toponímicas da cidade, inicia<strong>do</strong> no terreno em 2004 e concluí<strong>do</strong> em<br />
Dezembro de 2008, renovou a identificação das ruas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, conferin<strong>do</strong>-lhes uma melhor e mais completa<br />
informação sobre a identidade das personalidades e instituições que lhe dão nome, à semelhança <strong>do</strong><br />
que acontece nas mais importantes cidades europeias. Tu<strong>do</strong> isto de acor<strong>do</strong> com critérios estéticos coerentes<br />
e uniformiza<strong>do</strong>s.<br />
As novas placas substituíram, assim,<br />
as cerca de 20 mil já corroídas pelas<br />
inclemências atmosféricas, ultrapassadas<br />
no aspecto, desordenadas<br />
na localização e díspares no formato<br />
– um verdadeiro caos instala<strong>do</strong> ao<br />
longo das várias fases da história da<br />
cidade por aqueles a quem Hélder<br />
Pacheco, membro da Comissão de<br />
Toponímica da CMP, oportunamente<br />
apeli<strong>do</strong>u de “topomicidas”.<br />
Hoje, as placas com fun<strong>do</strong> verde, sóbrias,<br />
neutras, de fácil leitura e preparadas<br />
para resistir à erosão <strong>do</strong> tempo<br />
são já uma imagem de marca da cidade<br />
e um sinal de modernidade.<br />
No entanto, nem todas as antigas foram<br />
removidas. As consideradas peças<br />
de arte – e, por isso, mais valiosas <strong>do</strong><br />
ponto de vista estético, histórico e patrimonial<br />
– subsistiram, continuan<strong>do</strong><br />
a marcar presença nas ruas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
manten<strong>do</strong> assim alguns traços da sua<br />
história e identidade. Refiram-se, a<br />
título de exemplo, os casos das que<br />
identificam a Rua 31 de Janeiro (antiga<br />
Rua de Santo António) e a Praça de<br />
Carlos Alberto, bem como as fabricadas<br />
em azulejo e que continuam incrustadas<br />
nalgumas fachadas.<br />
A criação de novas placas toponímicas,<br />
diferentes de todas as demais e com<br />
uma marca muito própria, que se afirmou<br />
como mais um símbolo distintivo<br />
da cidade, foi uma das apostas de Rui<br />
Rio, ainda no seu primeiro mandato.<br />
As placas que actualmente identificam,<br />
de forma coerente, todas as<br />
Simplicidade gráfica<br />
ruas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> foram concebidas pelo<br />
Prof. Arman<strong>do</strong> Alves, após um primeiro<br />
estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> arquitecto Aguiar Branco,<br />
sob proposta e posterior parecer da Comissão<br />
de Toponímia da CMP.<br />
Os objectivos eram simples, embora de<br />
execução algo complexa. Pretendia-se, em<br />
síntese, uniformizar a identificação das<br />
ruas da cidade, homenagean<strong>do</strong>, ao mesmo<br />
tempo, variadíssimas figuras de perfil<br />
incontornável na História da cidade<br />
às quais foram atribuí<strong>do</strong>s os topónimos.<br />
Para o autor <strong>do</strong> modelo actual, foi uma<br />
questão de encontrar «uma forma gráfica<br />
extremamente simples», capaz de<br />
resistir à evolução <strong>do</strong>s tempos.
066<br />
sala de visitas<br />
Apresentação <strong>do</strong> Road Show <strong>do</strong> Rally de Portugal<br />
Cortejo Académico da Queima das Fitas <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> 2010<br />
Inauguração da 80ª edição da Feira <strong>do</strong> Livro <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
«A Situação <strong>do</strong> País e o contributo de cada um», com Medina Carreira<br />
Estreia <strong>do</strong> musical «Annie», no Rivoli
sala de visitas<br />
067 031<br />
Comemoração <strong>do</strong> 36º aniversário <strong>do</strong> 25 de Abril ‘10<br />
Inauguração da exposição «O papel, esta pele em que me escrevo»<br />
Inauguração da Esquadra Bom Pastor,<br />
com Ministro da Administração Interna<br />
Visita <strong>do</strong> Papa Bento XVI ao <strong>Porto</strong><br />
Visita <strong>do</strong> Papa Bento XVI ao <strong>Porto</strong>
068<br />
Pergunta a quem passa<br />
“É importante para o turismo. Está localizada<br />
numa área que está também a<br />
ser reabilitada e que precisa de ser dada<br />
a conhecer a to<strong>do</strong>s os que nos visitam.<br />
Isso ajuda imenso. Por isso, é essencial<br />
que continue no <strong>Porto</strong>.”<br />
Fernanda Carvalho, 26<br />
“Com toda certeza, este é evento que promove<br />
a cidade e a região. Faz bem ao turismo<br />
e a to<strong>do</strong>s os portuenses. Temos que<br />
ficar a ganhar alguma coisa em relação a<br />
Lisboa. É uma prova que traz mais consumismo.”<br />
Patrícia, 34<br />
“É importante que se realize no <strong>Porto</strong>,<br />
trazen<strong>do</strong> benefícios para to<strong>do</strong>s os sectores.<br />
Dar isto para Lisboa acaba por ser<br />
um desperdício. Quan<strong>do</strong> queremos ver<br />
bons espectáculos ou festivais temos que<br />
nos deslocar à capital. Lisboa cresce mais<br />
<strong>do</strong> que o resto <strong>do</strong> País. Não podemos perder<br />
um espectáculo destes”.<br />
Ana Romão, 21 anos<br />
“É um evento que traz muita gente da<br />
própria cidade aos locais da prova, já<br />
para não falar das muitas que vem de<br />
fora <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Tenho amigos espanhóis<br />
que se deslocam aqui só para ver o Red<br />
Bull. É muita confusão, mas uma vez por<br />
ano não faz mal. Até agradecemos.”<br />
Miguela, 26<br />
O REGRESSO<br />
DO RED BULL,<br />
ESTE ANO, DE FORMA<br />
ALTERNADA,<br />
É POSITIVO<br />
PARA A CIDADE<br />
E A REGIÃO?<br />
“Moro aqui perto (Queimódromo) e vejo<br />
a grande movimentação de pessoas na<br />
altura da prova. Não só aqui, mas também<br />
na Ribeira. Pelo menos para elas é<br />
importante senão não faziam 300 quilómetros<br />
ou mais para se deslocarem ao<br />
<strong>Porto</strong>, de propósito, para ver aviões”.<br />
Norberto Pires, 62<br />
“É super importante, sobretu<strong>do</strong>, para o<br />
turismo. Chaman<strong>do</strong> muita gente, a prova<br />
acaba por dar a conhecer a nossa cidade,<br />
em muitas zonas que são interessantes e<br />
cartazes turísticos em qualquer parte <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong>.”<br />
“É um ponto de atracção. Vem muita<br />
gente de fora para ver os aviões. Lisboa<br />
é muito grande e tem um rio com difícil<br />
visibilidade. A alternância é boa, mas<br />
temo que acabe tu<strong>do</strong> por ficar por lá.<br />
Espero, por isso, que a prova nunca saia<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>”.<br />
Sílvia Maia, 21<br />
“Ainda que não ligue nada a isso reconheço<br />
que movimenta sempre muita gente e<br />
isso é importante para a cidade.”<br />
Manuel Nascimento, 78
Ruas da Cidade<br />
069 031<br />
Rua <strong>do</strong> Rosário<br />
Artéria cada vez mais cosmopolita, ganhou<br />
nos últimos tempos um ambiente<br />
artístico e inova<strong>do</strong>r que não deixa<br />
ninguém indiferente. Por ali se podem<br />
ver galerias de arte – é uma séria concorrente<br />
à sua “vizinha” Rua Miguel<br />
Bombarda –, mas, sobretu<strong>do</strong>, lojas de<br />
comércio internacional. Já lá está a<br />
“Kuri Kuri”, uma loja japonesa, e a<br />
“China Qiao”, dedicada à moda daquele<br />
país asiático. Mais recentemente abriu<br />
a “Evanova”, um projecto de duas modelos<br />
russas radicadas na cidade. Mas<br />
há também a “Quintal Bioshop”, loja<br />
portuguesa especializada no consumo<br />
consciente e amigo <strong>do</strong> ambiente, para<br />
além <strong>do</strong> comércio tradicional.<br />
Quem por ali passe pode apreciar e instalar-se<br />
no Hotel das Artes. Mais atrás,<br />
no nº5, existiu o célebre Hotel <strong>do</strong> Louvre<br />
que recebia como hóspedes importantes<br />
personalidades que visitavam a<br />
cidade, como o Impera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil, D.<br />
Pedro II (passagem ainda hoje recordada<br />
com uma placa na fachada). Esse<br />
mesmo prédio foi sede <strong>do</strong> Orfeão Lusitano<br />
(início <strong>do</strong> século XX) assim como<br />
<strong>do</strong> MUD (Movimento de Unidade Democrática),<br />
em 1948. Chegou a albergar a<br />
sede <strong>do</strong> Sport Clube e Salgueiros. Hoje<br />
ali está instala<strong>do</strong> o Cineclube <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
funda<strong>do</strong> em 1945.<br />
Artéria com história, que se renova<br />
num movimento alarga<strong>do</strong> de reabilitação<br />
de toda a Baixa <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.
de a a z<br />
070<br />
A<br />
Amor e Amizade, que ao longo <strong>do</strong>s<br />
anos tive a “sorte “de receber <strong>do</strong> público<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
B<br />
Beleza, cidade beijada pelo Douro como<br />
a ternura <strong>do</strong>s “amantes”.<br />
C<br />
Certeza, de quem ama a sua cidade.<br />
D<br />
Desejo de voltar sempre.<br />
E<br />
Exemplar.<br />
F<br />
Força e Fascínio, é o que sinto por esta<br />
cidade.<br />
NOÉMIA COSTA • actriz<br />
G<br />
Gastronomia que sacia mais <strong>do</strong> que<br />
tu<strong>do</strong> a “alma “.<br />
H<br />
Hospitalidade.<br />
I<br />
Integridade.<br />
J<br />
Jardim de Recordações.<br />
K<br />
“Kilos “ a mais, com as típicas<br />
Francesinhas...<br />
L<br />
Liberdade de expressão “única”.<br />
M<br />
Monumental, a nível arquitectónico e<br />
histórico.<br />
N<br />
Novembros de cinza e sonho.<br />
O<br />
Optimismo, “amanhã vai ser sempre<br />
melhor”.<br />
P<br />
<strong>Porto</strong> Senti<strong>do</strong>.<br />
Q<br />
Quietude nostálgica, que também faz falta...<br />
R<br />
Ribeira é simplesmente Linda.<br />
S<br />
Suspiro, na chegada e na partida.<br />
T<br />
Trinta anos de Carreira, que comemorei<br />
a 24 de Abril de 2010, aqui no Teatro<br />
Rivoli, após a estreia <strong>do</strong> Musical Annie.<br />
U<br />
União, “um por to<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s por um”.<br />
V<br />
Vaidade clubística.<br />
X<br />
Xarope para a alma...<br />
Z<br />
Zona Norte, que não divi<strong>do</strong> porque para<br />
mim somos um to<strong>do</strong>, somos “Portugal”.