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POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010<br />
CAPITULO 1: A POBREZA EM MOÇAMBIQUE<br />
de 59 por cento em 2003 para 48 por cento<br />
em 2008. vi 30 A percentagem de crianças<br />
nas zonas rurais em situação de pobreza<br />
absoluta diminuiu significativamente, de<br />
72 por cento para 60 por cento (Figura 1.1).<br />
Em 2008, 22 por cento das crianças urbanas<br />
eram pobres, contra 60 por cento das rurais.<br />
A redução nos níveis de pobreza absoluta<br />
das crianças foi impulsionada por melhorias<br />
significativas nos sectores de saúde e<br />
educação. A percentagem de crianças com<br />
privação severa de educação reduziu para<br />
metade entre 2003 e 2008 (de 24 para 12 por<br />
cento), tendo-se reduzido em um terço (18 a<br />
12 por cento) 31 a privação severa de saúde. A<br />
percentagem de crianças que experimentam<br />
privações de nutrição e saneamento registou<br />
ligeiras melhorias entre 2003 e 2008, mas a<br />
percentagem de crianças vítimas de privação<br />
severa de água aumentou. As privações<br />
severas mais frequentemente vividas são<br />
as de água, saneamento e informação, que<br />
afectam 39 por cento, 43 por cento e 40 por<br />
cento das crianças, respectivamente. Apenas<br />
cinco por cento das crianças sofrem privação<br />
severa de abrigo (Figura 1.2).<br />
Em termos de províncias, a pobreza infantil<br />
entre 2003 e 2008 diminuiu em Niassa, Cabo<br />
Delgado, Zambézia, Sofala e Inhambane e<br />
Cidade de Maputo. Veja-se na Figura 1.3 a<br />
percentagem de crianças, por província, que<br />
sofreram duas ou mais privações severas em<br />
2003 e 2008.<br />
São significativas as disparidades existentes<br />
nas taxas de pobreza provinciais. A<br />
percentagem de crianças sofrendo duas ou<br />
mais privações severas foi mais elevada na<br />
província da Zambézia em 2003 e 2008 (80<br />
e 64 por cento, respectivamente). A Cidade<br />
de Maputo apresenta os mais baixos níveis<br />
de pobreza infantil absoluta, com apenas<br />
4 por cento das crianças a enfrentar duas<br />
ou mais privações severas, o que reflecte<br />
o nível relativamente elevado de acesso a<br />
serviços básicos na capital. A segunda maior<br />
redução na privação ocorreu na província<br />
do Niassa, onde a proporção caiu de 58 por<br />
cento em 2003 para 35 por cento em 2008.<br />
Curiosamente, tanto a Cidade de Maputo<br />
como Niassa registaram grandes reduções<br />
na medida de pobreza baseada no consumo<br />
entre 2002/03 e 2008/09. 32<br />
Para obter uma melhor compreensão da<br />
relação entre uma medida de pobreza<br />
baseada em privações, os indicadores<br />
de Bristol e outras variáveis pertinentes,<br />
individuais e a nível de agregado familiar,<br />
disponíveis nos dados do MICS 2008,<br />
realizou-se uma análise multivariada<br />
utilizando como resultado o número de<br />
privações severas nas crianças de 0 a 17<br />
anos de idade.<br />
Figura 1.2: Percentagem de crianças que sofrem privações, 2003 e 2008<br />
50%<br />
45%<br />
40%<br />
35%<br />
30%<br />
25%<br />
20%<br />
15%<br />
10%<br />
5%<br />
0%<br />
27%<br />
20%<br />
31%<br />
39%<br />
47% 43%<br />
18%<br />
A riqueza baseada em bens materiais é<br />
uma variável fundamental na previsão de<br />
privações. O modelo indica que a riqueza<br />
baseada em bens materiais está fortemente<br />
(e inversamente) relacionada com o número<br />
de privações; como seria de esperar, as<br />
crianças de famílias mais abastadas têm<br />
muito menos probabilidade de sofrer<br />
privações.<br />
12%<br />
6% 5%<br />
24%<br />
12%<br />
39% 40%<br />
Nutritição Água Saneamento Saúde Abrigo Educação Informação<br />
Figura 1.1: Percentagem de crianças com duas ou mais privações severas, 2003 e 2008<br />
2003 2008<br />
Fonte: <strong>UNICEF</strong>, Child Poverty in <strong>Mozambique</strong>: A deprivations-based approach, Ministério de Planificação e Desenvolvimento, Maputo, 2009.<br />
80%<br />
70%<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
72%<br />
59%<br />
60%<br />
48%<br />
30%<br />
22%<br />
Total Urbano Rural<br />
Figura 1.3: Percentagem de crianças com duas ou mais privações severas por província, 2003 e 2008<br />
90%<br />
80%<br />
70%<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
30%<br />
58%<br />
35%<br />
62%<br />
45%<br />
66%<br />
59%<br />
80%<br />
64% 65%<br />
60%<br />
58%<br />
52%<br />
68%<br />
53%<br />
48%<br />
37%<br />
53%<br />
39%<br />
2003 2008<br />
Fonte: <strong>UNICEF</strong>, Child Poverty in <strong>Mozambique</strong>: A deprivations-based approach, Ministério de Planificação e Desenvolvimento, Maputo, 2009.<br />
vi A cifra citada em A Pobreza na Infância em Moçambique: Uma Análise da Situação e das Tendências - 2006 para a<br />
percentagem de crianças em situação de pobreza absoluta em 2003 (49 por cento) difere da aqui utilizada devido a<br />
melhorias na metodologia seguida para calcular diversas privações nas áreas de água, saúde e nutrição. Os dados de<br />
2003 foram, portanto, recalculados para reflectir essas melhorias.<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
Niassa<br />
Cabo<br />
Delgado<br />
Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane<br />
2003 2008<br />
Gaza<br />
24%<br />
18%<br />
Maputo<br />
Província<br />
11%<br />
4%<br />
Maputo<br />
Cidade<br />
Fonte: <strong>UNICEF</strong>, Child poverty in <strong>Mozambique</strong>: A deprivations-based approach, Ministério de Planificação e Desenvolvimento, Maputo, 2009<br />
12<br />
13