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POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010<br />

CAPITULO 1: A POBREZA EM MOÇAMBIQUE<br />

materiais pedagógicos em casa. 33 Tudo leva<br />

a crer que os maus resultados educacionais<br />

em Tete são mais complexos do que<br />

simplesmente falta de oportunidades<br />

educacionais. O problema também pode<br />

estar relacionado com o valor que os pais<br />

nessa província aplicam na aprendizagem<br />

das crianças.<br />

As raparigas têm uma maior probabilidade<br />

de experienciar privação severa de<br />

educação que os rapazes (13 e 10 por cento,<br />

respectivamente). 34 A província de Sofala<br />

tem a maior disparidade de género nas taxas<br />

de frequência do ensino primário, com 87<br />

por cento dos rapazes e 77 por cento das<br />

raparigas a frequentar a escola primária.<br />

Tete tem a maior disparidade de género<br />

no ensino secundário: 12 por cento dos<br />

rapazes frequentam a escola secundária,<br />

comparativamente a 6,5 por cento das<br />

raparigas. A nível nacional, a diferença de<br />

género na educação tem vindo a diminuir,<br />

assim como as disparidades entre as<br />

províncias. 35<br />

Figura 1.6: Privação nutricional severa nas crianças, por província, 2003 e 2008<br />

45%<br />

40%<br />

35%<br />

30%<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

0%<br />

33%<br />

22%<br />

Niassa<br />

39%<br />

23%<br />

Cabo<br />

Delgado<br />

30%<br />

36%<br />

36%<br />

20%<br />

Nampula<br />

Zambézia<br />

27%<br />

21%<br />

24%<br />

17%<br />

29%<br />

15%<br />

3.2. Privação severa de nutrição<br />

nas crianças<br />

17%<br />

14%<br />

Tete Manica Sofala Inhambane<br />

2003 2008<br />

20%<br />

10%<br />

Gaza<br />

31%<br />

27%<br />

22%<br />

20%<br />

17% 15%<br />

10%<br />

8% 9% 8%<br />

Maputo<br />

Prov.<br />

Maputo<br />

Cidade<br />

Urbano Rural Total<br />

Fonte: <strong>UNICEF</strong>, Child poverty in <strong>Mozambique</strong>: A deprivations-based approach, Ministério de Planificação e Desenvolvimento, Maputo,<br />

2009.<br />

A desnutrição tem vastas repercussões<br />

na vida das mães e das crianças em<br />

Moçambique. O mais drástico desses<br />

impactos é a mortalidade infantil. A<br />

desnutrição é a causa subjacente que<br />

mais contribui para o elevado nível de<br />

mortalidade infantil em Moçambique. Uma<br />

nutrição adequada também é importante<br />

por si própria, uma vez que a desnutrição<br />

(em particular a desnutrição crónica<br />

ou a baixa altura para a idade) afecta o<br />

desenvolvimento físico e mental da criança,<br />

estando intimamente ligada à capacidade<br />

de ser bem sucedida na escola e tornarse<br />

um adulto produtivo. O indicador de<br />

privação nutricional é a percentagem de<br />

crianças menores de cinco anos cujo índice<br />

nutricional (com base num compósito<br />

constituído por peso para a altura, peso<br />

para a idade, altura para a idade igualmente<br />

ponderados) seja igual ou inferior a menos<br />

3 desvios-padrão da mediana da populaçãopadrão<br />

da OMS, ou seja, grave défice<br />

antropométrico.<br />

Houve uma redução na percentagem de<br />

crianças em Moçambique que enfrentam<br />

privação nutricional severa, viii de 27 por<br />

cento em 2003 para 20 por cento em 2008. 36<br />

A privação severa de nutrição é mais elevada<br />

nas crianças do meio rural (22 por cento) do<br />

que nas crianças urbanas (15 por cento). A<br />

mais elevada taxa de crianças da zona rural<br />

é basicamente explicada por diferenças na<br />

disponibilidade de alimentos, falta de uma<br />

dieta variada e menor acesso a serviços<br />

de saúde, 37 água potável e instalações<br />

sanitárias. As crianças rurais também podem<br />

ser mais propensas a, em algum momento,<br />

enfrentar défices alimentares razoavelmente<br />

prolongados.<br />

A redução na percentagem de crianças<br />

vítimas de privação nutricional grave foi<br />

impulsionada por melhorias nas crianças<br />

da zona rural. Trinta e um por cento das<br />

crianças das zonas rurais faziam face<br />

a privação nutricional severa em 2003,<br />

comparativamente a 22 por cento em 2008. A<br />

redução do nível de privação nutricional nas<br />

crianças urbanas não foi estatisticamente<br />

significativa. Portanto, a diferença entre as<br />

áreas rural e urbana diminuiu de 2003 a<br />

2008, embora persista disparidade.<br />

Há considerável desigualdade em termos<br />

de privação nutricional severa. As crianças<br />

das famílias mais pobres (25 por cento)<br />

são significativamente mais propensas a<br />

enfrentar privação nutricional severa do que<br />

as crianças dos agregados familiares mais<br />

abastados (9 por cento). Contudo, as famílias<br />

mais pobres tiveram uma melhoria mais<br />

significativa na percentagem de crianças que<br />

experimentam privação nutricional severa. 38<br />

3.3. Privação severa de água nas<br />

crianças<br />

O acesso a água limpa e segura é vital<br />

para a sobrevivência e o desenvolvimento<br />

saudável das crianças, reduzindo a doença<br />

e a morte por doenças diarreicas e outras<br />

importantes causas de mortalidade infantil.<br />

O uso de água potável diminui o risco de<br />

doenças transmitidas pela água em crianças<br />

enfraquecidas por desnutrição, reduzindo<br />

também o risco de infecções oportunistas<br />

em crianças vivendo com HIV/SIDA. Em<br />

Moçambique, a falta de acesso a água potável<br />

é directamente responsável por surtos<br />

regulares de cólera. O indicador de privação<br />

de água é a percentagem de crianças com<br />

menos de 18 anos de idade que só têm acesso<br />

a águas superficiais (rios, por exemplo) para<br />

beber, ou que vivem em agregados familiares<br />

cujas fontes de água mais próximas se<br />

localizam a 30 minutos ou mais.<br />

A privação severa de água nas crianças<br />

aumentou em Moçambique entre 2003 e<br />

2008 (31 versus 39 por cento). ix Existe uma<br />

grande disparidade entre as crianças urbanas<br />

e rurais; as crianças da zona rural estão<br />

mais de duas vezes e meia mais propensas<br />

a sofrer de privação severa de água do<br />

que as crianças urbanas (14 e 40 por cento,<br />

respectivamente). As crianças rurais viram<br />

aumentada a sua privação severa de água<br />

entre 2003 e 2008, enquanto nas crianças<br />

urbanas o nível de privação permaneceu<br />

razoavelmente constante. 39<br />

Na província de Gaza, mais de metade<br />

das crianças fazem face a privação severa<br />

de água (58 por cento). Gaza registou um<br />

aumento dessa privação nas crianças entre<br />

2003 e 2008 (39 versus 58 por cento). O<br />

tempo médio de caminhada para uma fonte<br />

viii A diferença entre este valor e o reportado em A Pobreza na Infância em Moçambique: Uma Análise da Situação e das<br />

Tendências deve-se a mudança nos padrões da OMS nos componentes do indicador nutricional. As estimativas no<br />

relatório do IDS de 2003 foram baseadas na população de referência NCHS, desenvolvida em 1975. As estimativas<br />

baseadas nos dados do IDS de 2003 foram recalculadas utilizando-se como base a população padrão da OMS de 2006.<br />

Ver WHO, Growth Standards, Methods and Development: http://who.int/childgrowth/standards/en.<br />

ix Cálculos anteriores da privação severa de água nas crianças utilizaram como indicador “tempo para ir e voltar de uma<br />

fonte de água superior a 30 minutos”. O indicador correcto, segundo Gordon et al. 2003, refere-se a crianças que vivem a<br />

mais de 30 minutos de uma fonte de água. Os dados de 2003 foram recalculados para reflectir essa mudança.<br />

16<br />

17

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