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1 apostila de mídia e estudo dos meios - Área Administrativa Docente

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APOSTILA DE MÍDIA E ESTUDO DOS MEIOS<br />

Publicida<strong>de</strong> e Propaganda<br />

Disciplina: Mídia<br />

Prof.: Álvaro Filho<br />

1


SUMÁRIO<br />

1 - COMO PREPARAR UM PLANO DE MÍDIA Página 3<br />

2 - O MIX DE COMUNICAÇÃO Página 9<br />

3 - O MÍDIA E A MÍDIA Página 14<br />

4 – MERCHANDISING Página 45<br />

5 - PLANEJAMENTO DE MÍDIA Página 50<br />

6 – O PLANO DE MÍDIA Página 53<br />

7 – PRINCIPAIS TERMOS E TÉCNIAS DE MÍDIA –<br />

Página 58<br />

AUDIÊNCIA, PARTICIPAÇÃO DE AUDIÊNCIA, PENETRAÇÃO,<br />

PERFIL DE AUDIÊNCIA. ÍNDICE DE AFINIDADE, CPP e CPM.<br />

8 – SISTEMA GRP Página 66<br />

9 – A TV DIGITAL Página 74<br />

10 – MARKETING VIRAL Página 86<br />

11 – ANUNCIANDO NA INTERNET Página 91<br />

12 – ANEXOS Página 103<br />

13 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Págnia 105<br />

2


1 - COMO PREPARAR UM PLANO DE MÍDIA<br />

1 - Introdução<br />

Nos últimos anos, o mundo <strong>dos</strong> <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação sofreu uma revolução sem<br />

prece<strong>de</strong>ntes em sua história que, tradicionalmente, está acostumada a reviravoltas<br />

periódicas. No início, tínhamos o predomínio da TV e do rádio, <strong>meios</strong> <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong> massa por excelência. Depois <strong>de</strong> algum tempo, a comunicação<br />

passou a focalizar a segmentação, principalmente com o crescimento constante<br />

do número <strong>de</strong> revistas direcionadas a <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> públicos leitores.<br />

Recentemente, com o surgimento <strong>de</strong>ssa ferramenta fantástica que é a internet, a<br />

comunicação fragmentou-se em centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> domínios, conseguindo<br />

atingir e interligar um número ilimitado <strong>de</strong> pessoas ao redor do globo.<br />

No caso específico do Brasil, existem aproximadamente, 370 emissoras <strong>de</strong> TV e<br />

100 canais <strong>de</strong> TV por assinatura; 3.600 emissoras <strong>de</strong> rádio; 1.200 títulos <strong>de</strong><br />

revistas e 520 títulos <strong>de</strong> jornais; 19.000 locais e 37.000 placas <strong>de</strong> outdoor; 1.200<br />

salas <strong>de</strong> cinema; 70 tipos <strong>de</strong> mídia extensiva e 400.000 domínios <strong>de</strong> internet,<br />

conforme informação obtida no mercado.<br />

Diante <strong>de</strong>sse universo impressionante, como <strong>de</strong>ve operar um profissional <strong>de</strong><br />

mídia, em busca do sucesso da campanha publicitária?<br />

De forma sucinta, po<strong>de</strong>-se afirmar que o profissional <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>ve ser um<br />

especialista em comunicação e conhecer a essência <strong>de</strong> cada um <strong>dos</strong> <strong>meios</strong><br />

disponíveis, para aproveitar o que eles têm <strong>de</strong> melhor a oferecer na veiculação <strong>de</strong><br />

uma mensagem e, conforme a verba disponível, montar o mix mais eficaz para<br />

aten<strong>de</strong>r aos objetivos <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> comunicação do produto.<br />

O quê? Por quê? Como? On<strong>de</strong>? Quanto? São perguntas básicas que pautam a<br />

ativida<strong>de</strong> do profissional <strong>de</strong> mídia no processo <strong>de</strong> viabilizar a exibição das peças<br />

3


publicitárias <strong>de</strong> uma campanha. E as respostas a essas indagações, na forma <strong>de</strong><br />

recomendações, estão contidas no documento conhecido por Plano <strong>de</strong> Mídia.<br />

Em termos comparativos, o Plano <strong>de</strong> Mídia está para o profissional <strong>de</strong> mídia assim<br />

como a peça publicitária está para o profissional <strong>de</strong> criação. Consi<strong>de</strong>rando que a<br />

peça publicitária <strong>de</strong>ve ser veiculada para <strong>de</strong>terminado público, por intermédio <strong>dos</strong><br />

<strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação, temos que, enquanto a peça publicitária é o software, o<br />

Plano <strong>de</strong> Mídia é o hardware. Um está intimamente relacionado ao outro.<br />

Dessa forma, o objetivo do conteúdo <strong>de</strong>ste capítulo, “Como preparar um Plano <strong>de</strong><br />

Mídia” é mostrar como é, ao mesmo tempo, interessante, <strong>de</strong>safiador e gratificante<br />

montar um Plano <strong>de</strong> Mídia capaz <strong>de</strong> tornar bem-sucedida uma campanha<br />

publicitária.<br />

Vale ressaltar que não vamos dar <strong>de</strong>staque para o uso da tecnologia na ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mídia, como a <strong>de</strong> softwares <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> mídia, porque<br />

esses recursos só serão úteis <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se dominarem os conceitos e as técnica<br />

<strong>de</strong> mídia. A maioria das gran<strong>de</strong>s agências possui seu próprio software <strong>de</strong> mídia,<br />

porém para a maioria das pequenas e médias agências o fator custo torna distante<br />

essa realida<strong>de</strong>.<br />

RETROSPECTIVA<br />

Vale a pena fazer uma breve retrospectiva sobre os acontecimentos que<br />

envolveram a mídia nas décadas passadas, para ampliar a compreensão sobre a<br />

ativida<strong>de</strong>, e enten<strong>de</strong>r como ela evoluiu nesses anos.<br />

Década <strong>de</strong> 70<br />

• introdução do sistema GRP (Gross Rating Points) tornou o planejamento <strong>de</strong><br />

mídia uma ativida<strong>de</strong> técnica e, consequentemente, fez com que o<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> mídia ganhasse notorieda<strong>de</strong> e sua importância fosse<br />

reconhecida na agência e no mercado publicitário;<br />

4


• rápido <strong>de</strong>senvolvimento da área <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> mídia, principalmente com<br />

a introdução do tevêmetro – aparelho <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> audiência – pelo Audi<br />

TV, que passou a quantificar com maior precisão o número <strong>de</strong> domicílios<br />

sintoniza<strong>dos</strong> nos programas e a entrada do Leda, que passou a oferecer o<br />

serviço <strong>de</strong> checking <strong>de</strong> veiculação;<br />

• formalização do inédito Grupo <strong>de</strong> Mídia em São Paulo, que foi criado para<br />

disseminar os conhecimentos técnicos no mercado e ajudar na formação<br />

<strong>dos</strong> profissionais da área;<br />

• década <strong>de</strong> economia aquecida.<br />

Década <strong>de</strong> 80<br />

• caracterizada pela inflação galopante (chegamos a ter 50% ao mês), que<br />

fez com que a mídia técnica fosse suplantada pela mídia negociadora, pois<br />

era necessário negociar bem e o quanto antes, para não per<strong>de</strong>r da inflação<br />

que era medida diariamente;<br />

• economia instável;<br />

• introdução do computador no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> mídia, que imprimiu maior<br />

agilida<strong>de</strong> à confecção das planilhas <strong>de</strong> programação e, com isso,<br />

possibilitou a produção, em menor tempo, <strong>de</strong> várias alternativas para<br />

análise.<br />

Década <strong>de</strong> 90<br />

• estabilida<strong>de</strong> da moeda com o Plano Real;<br />

• ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejar mídia volta a ser exercida nas agências, com<br />

<strong>de</strong>staque para o profissional <strong>de</strong> mídia, que passa a ocupar cargo <strong>de</strong> direção<br />

nas agências;<br />

• ascensão <strong>dos</strong> <strong>meios</strong> ditos alternativos, como o back light, busdoor e painel<br />

eletrônico;<br />

• boom no uso da internet;<br />

• criação do Cenp para balizar a questão <strong>de</strong> remuneração das agências;<br />

5


• sinais <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> da economia mundial com reflexo na economia do<br />

país.<br />

Década atual<br />

Até 2010, espera-se que a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> mídia continue sendo<br />

valorizada, mas talvez em um novo formato <strong>de</strong> agência, como as <strong>dos</strong> birôs <strong>de</strong><br />

mídia, por exemplo, que são agências especializadas na prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />

planejamento e/ou <strong>de</strong> compras. É o que o cenário atual apresenta duas situações<br />

distintas que po<strong>de</strong>m acelerar a vinda <strong>dos</strong> birôs:<br />

• entrada <strong>de</strong> capital externo nos <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação, que <strong>de</strong>verá<br />

influenciar o estilo <strong>de</strong> administração <strong>dos</strong> veículos;<br />

• pressão <strong>dos</strong> anunciantes para que a remuneração das agências seja<br />

negociada livremente e, com isso, a agência po<strong>de</strong>rá, ou não, prestar to<strong>dos</strong><br />

os serviços <strong>de</strong> propaganda.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do formato da agência, é necessário ter consciência <strong>de</strong> que a<br />

competência pessoal é, e continuará sendo, o maior patrimônio do profissional <strong>de</strong><br />

mídia. Isto é o que fará a diferença entre os planos, porque a evolução<br />

tecnológica, que caminha no sentido <strong>de</strong> agilizar a parte operacional da mídia, mais<br />

a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso às informações, contribuem para que o Plano <strong>de</strong> Mídia seja<br />

cada vez mais padronizado.<br />

1.1 Origem do nome<br />

Mídia vem do inglês media e significa <strong>meios</strong>. Escrever mídia como se pronuncia,<br />

ao invés <strong>de</strong> media como o original em inglês, foi a forma que o Grupo <strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong><br />

São Paulo, no final da década <strong>de</strong> 70, encontrou para padronizar a grafia e afastarse<br />

do significado que a palavra média possui em inglês.<br />

Mídia <strong>de</strong>signa o <strong>de</strong>partamento da agência <strong>de</strong> propaganda encarregado <strong>de</strong> colocar<br />

a campanha no ar, assim como o profissional que nele atua, cuja função principal<br />

6


é viabilizar a veiculação da campanha para <strong>de</strong>terminado público, <strong>de</strong> maneira<br />

eficiente e rentável.<br />

Como <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> agência, a mídia se divi<strong>de</strong> em três ativida<strong>de</strong>s:<br />

1ª Planejamento<br />

Principal ativida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>partamento, e compreen<strong>de</strong>:<br />

• elaboração do Plano <strong>de</strong> Mídia com as recomendações <strong>de</strong> como a<br />

campanha será veiculada, conforme verba disponível, para atingir o<br />

público-alvo e obter resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>seja<strong>dos</strong> <strong>de</strong> marketing e comunicação;<br />

• administração do processo <strong>de</strong> envio <strong>de</strong> documentos aos veículos<br />

autorizando a exibição das peças publicitárias;<br />

• serviço <strong>de</strong> pós-veiculação para avaliar se o planejado foi executado <strong>de</strong><br />

acordo.<br />

2ª Pesquisa<br />

Análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> pesquisa para subsidiar o planejamento na confecção do<br />

Plano <strong>de</strong> Mídia, apresentação ao cliente do <strong>estudo</strong> sobre os investimentos da<br />

concorrência em mídia e realização <strong>de</strong> contatos com os institutos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong><br />

mídia para compra <strong>de</strong> relatórios e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>estudo</strong>s especiais.<br />

3ª Compras<br />

Ativida<strong>de</strong> caracterizada pelo contato com o profissional do veículo para<br />

negociação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto sobre a verba alocada, recebimento <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong><br />

patrocínios e <strong>de</strong>mais informações sobre o veículo e envio <strong>de</strong> documentos<br />

confirmando a compra <strong>dos</strong> espaços.<br />

Poucas agências dispõem <strong>de</strong> um profissional em cada uma <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s, e o<br />

comum nas agências <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte é um profissional que <strong>de</strong>sempenhe o papel<br />

<strong>de</strong> planejador e <strong>de</strong> comprador, com a assistência <strong>de</strong> um profissional <strong>de</strong> pesquisa<br />

7


<strong>de</strong> mídia. Nas pequenas e em parte das agências médias, o usual é ter um único<br />

profissional para as três ativida<strong>de</strong>s.<br />

Uma ativida<strong>de</strong> ligada à mídia, mas que normalmente está vinculada a área<br />

financeira é o checking, que compreen<strong>de</strong> a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar se o que foi<br />

programado realmente foi exibido pelos veículos.<br />

8


2 - O MIX DE COMUNICAÇÃO<br />

2 - Um pouco <strong>de</strong> Marketing e Comunicação<br />

Philip Kotler, em seu livro Administração <strong>de</strong> marketing, <strong>de</strong>fine a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

marketing <strong>de</strong> diversas formas, são elas:<br />

- “Marketing é especificamente relativo à forma como as transações são criadas,<br />

estimuladas, facilitadas e valoradas.”<br />

- “Marketing é um processo or<strong>de</strong>nado e criativo <strong>de</strong> pensar e planejar para os<br />

merca<strong>dos</strong>.”<br />

- “Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm<br />

o que necessitam e <strong>de</strong>sejam através da criação, oferta e troca <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />

valor com outros.”<br />

Philip Kotler<br />

Já a American Marketing Association diz que marketing é “a execução das<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios que encaminham o fluxo <strong>de</strong> mercadorias e serviços do<br />

produtor aos consumidores finais, industriais e comerciais”<br />

American Marketing Association<br />

Partindo <strong>de</strong>sses princípios po<strong>de</strong>mos ter que a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marketing hoje<br />

compreen<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que são exercidas para criar e levar a<br />

mercadoria do produtor ao consumidor final. Ativida<strong>de</strong> TOTAL <strong>de</strong> COMERCIAR.<br />

Estuda tendências do mercado, preferências do consumidor, RELAÇÕES DE<br />

ATENDIMENTO e distribuição do produto.<br />

Um “novo” conceito <strong>de</strong> marketing<br />

Po<strong>de</strong>mos ainda ir além e dizer que são ativida<strong>de</strong>s do marketing estudar o mercado<br />

e suas tendências, estudar o consumidor e suas preferências, persuadir através<br />

da ferramenta da propaganda, promover o produto, até mesmo organizar sua<br />

distribuição.<br />

9


O plano <strong>de</strong> Marketing é a programação <strong>de</strong> várias ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stinadas a criar<br />

mercado:<br />

• Pesquisa <strong>de</strong> mercado - para obter informações mercadológicas para basear a<br />

<strong>de</strong>cisão em fatos<br />

• Planejamento do produto - <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produto que atenda às<br />

necessida<strong>de</strong>s do consumidor e use a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção da empresa<br />

• Fixação <strong>de</strong> preços - em função <strong>dos</strong> custos e <strong>dos</strong> fatores do mercado<br />

• Propaganda - tornando o produto conhecido e provocando a procura. Levando o<br />

consumidor ao produto<br />

• Promoção <strong>de</strong> vendas - levando o produto ao consumidor por meio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

auxiliares <strong>de</strong> venda<br />

• Distribuição do produto - colocando o produto ao alcance do consumidor final e<br />

fácil <strong>de</strong> comprar<br />

E fazer isso tudo chegar ao consumidor é um esforço que integra diferentes<br />

profissionais <strong>de</strong> diversas áreas e especialistas em diferentes funções.<br />

Funções estas que estão diretamente relacionadas a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mídia, que é<br />

uma das ativida<strong>de</strong>s da Propaganda e da Publicida<strong>de</strong>, que por sua vez, é uma das<br />

ativida<strong>de</strong>s do Marketing.<br />

Uma forma suave <strong>de</strong> levar, massivamente, a mensagem publicitária ao<br />

consumidor é através <strong>de</strong> uma ferramenta que alguns autores enten<strong>de</strong>m como Mix<br />

<strong>de</strong> Comunicação ou Comunicação Integrada buscando sempre atingir o objetivo<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

Agora, que tivemos uma visão geral <strong>de</strong> on<strong>de</strong> surge a ativida<strong>de</strong> do mix <strong>de</strong><br />

comunicação, po<strong>de</strong>mos entrar no assunto.<br />

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2.1 - MAS O QUE É O MIX DE COMUNICAÇÃO?<br />

Consiste no conjunto articulado <strong>de</strong> esforços, ações, estratégias e produtos <strong>de</strong><br />

comunicação, planeja<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> por uma empresa ou entida<strong>de</strong>, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> agregar valor à sua marca ou <strong>de</strong> consolidar a sua imagem junto a<br />

públicos específicos ou à socieda<strong>de</strong> como um todo.<br />

Tradicionalmente, a Comunicação Empresarial tem sido trabalhada como a<br />

somatória <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s realizadas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente por <strong>de</strong>partamentos,<br />

divisões ou assessorias que, necessariamente, não se articulam, ou seja, não há<br />

uma unida<strong>de</strong>, tendo em vista objetivos, valores e uma missão comum.<br />

Na prática, o que é pior, além da falta <strong>de</strong> um planejamento comum, estes<br />

<strong>de</strong>partamentos ou assessorias competem entre si, <strong>de</strong>finindo instâncias<br />

particulares <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ntro das empresas ou entida<strong>de</strong>s, seguindo a velha<br />

fórmula <strong>de</strong> " aqui quem manda sou eu". A comunicação interna fica entregue à<br />

área <strong>de</strong> Relações Públicas, os jornalistas editam os house organs, a propaganda /<br />

publicida<strong>de</strong> é responsabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> profissionais <strong>de</strong> marketing, existe alguém para<br />

cuidar das relações governamentais (por que não um advogado ou um ex-político<br />

que tem trânsito em Brasília?) e assim por diante. Reunir to<strong>dos</strong> eles numa mesa<br />

para um diálogo produtivo, é uma dificulda<strong>de</strong> (ou algo impossível) em muitas<br />

(talvez na maioria) das organizações.<br />

A Comunicação Integrada, praticada com competência, subverte esta situação e<br />

remete para um novo paradigma: a comunicação / marketing <strong>de</strong> uma empresa ou<br />

entida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser o resultado <strong>de</strong> esforços individuais, ainda que bem<br />

intenciona<strong>dos</strong>, porque a imagem da organização <strong>de</strong>ve ser uma, qualquer que seja<br />

o público com que ela se relaciona.<br />

Uma empresa ou entida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scontraída em suas campanhas<br />

publicitárias e burocrática ou autoritária na sua comunicação interna; não po<strong>de</strong><br />

11


proclamar o seu <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico no seu esforço <strong>de</strong> marketing e<br />

andar <strong>de</strong> carroça internamente, privando os seus profissionais e executivos do<br />

acesso integral às novas tecnologias.<br />

O mix <strong>de</strong> comunicação pressupõe não apenas um diálogo produtivo, mas um<br />

planejamento conjunto. O processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, que <strong>de</strong>ve incluir<br />

outras instâncias da empresa ou entida<strong>de</strong> que não as vinculadas especificamente<br />

à comunicação / marketing, <strong>de</strong>ve ser compartilhado, ainda que haja um chefe, um<br />

superinten<strong>de</strong>nte ou diretor geral a que to<strong>dos</strong> se reportam.<br />

Embora a realida<strong>de</strong> do mercado ainda não seja essa, não há outra opção para o<br />

futuro, se a empresa ou entida<strong>de</strong> preten<strong>de</strong> manter-se atuantes e <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong><br />

todas as vantagens oriundas da concentração <strong>de</strong> esforços e do seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fogo<br />

em comunicação / marketing. Os feu<strong>dos</strong> estão com os dias conta<strong>dos</strong>, ainda que<br />

<strong>de</strong>vam resistir, bravamente, a esta nova postura, que retira po<strong>de</strong>r e distribuir<br />

responsabilida<strong>de</strong>s.<br />

A utilização das novas tecnologias, a presença na Web, as formas múltiplas <strong>de</strong><br />

relacionamento com os públicos (SAC, Marketing <strong>de</strong> Relacionamento, CRM,<br />

Webmarketing etc ) <strong>de</strong>vem integrar este composto maior <strong>de</strong> Comunicação, porque<br />

a experiência revela que, quando to<strong>dos</strong> gritam juntos, o som fica mais forte e,<br />

sobretudo, que, quando to<strong>dos</strong> combinam e ensaiam o grito, ninguém <strong>de</strong>safina.<br />

São ativida<strong>de</strong>s compreendidas pelo Mix <strong>de</strong> Comunicação:<br />

Comunicação visual - marca, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, embalagens, etc<br />

Propaganda - filmes, comerciais, anúncios, etc<br />

Relações Públicas - relacionamento – consumidores, fornecedores,<br />

reven<strong>de</strong>dores + públicos interessa<strong>dos</strong><br />

Promoção <strong>de</strong> venda - incentivo, cuponagem, sorteio, etc<br />

Merchandising - PDV, produto, quantida<strong>de</strong>, momento, local, preço, apresentação<br />

Marketing Direto - interativida<strong>de</strong> pessoal<br />

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Boca a boca<br />

Serviços<br />

Imprensa<br />

Propaganda<br />

Patrocínios<br />

Imagem da empresa<br />

Consumidor<br />

Sites e e-mails<br />

Produto<br />

Promoções<br />

Embalagem<br />

Atendimento<br />

ao consumidor<br />

Merchandising<br />

Tudo é imagem!<br />

O trabalho <strong>de</strong> marketing será sempre trabalhar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da marca, <strong>de</strong>ntro das<br />

condições do ambiente, para que ela gere uma imagem na mente do consumidor<br />

O quadro a cima é uma ilustração visual das ativida<strong>de</strong>s que envolvem o Mix <strong>de</strong><br />

Comunicação e que fazem parte das estratégias que po<strong>de</strong>m ser traçadas para se<br />

atingir o consumidor. Uma <strong>de</strong>ssas estratégias compreen<strong>de</strong> os <strong>meios</strong> <strong>de</strong><br />

comunicação. E a melhor maneira <strong>de</strong> chegar até o seu consumidor é traçar<br />

diferentes caminhos para atingi-lo, utilizado-se <strong>de</strong> um Mix <strong>de</strong> Meios e, logo, <strong>de</strong> um<br />

Mix <strong>de</strong> Comunicação.<br />

13


3 - O MÍDIA E A MÍDIA<br />

A estratégia <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, antes <strong>de</strong> tudo, do objetivo que é <strong>de</strong>stinado às<br />

mídias, no contexto geral do objetivo publicitário.<br />

Trata-se <strong>de</strong> garantir a transmissão mais eficaz, para que se atinja o objetivo da<br />

propaganda, isto é, aquela que fornecerá a melhor relação entre o investimento, a<br />

quantida<strong>de</strong>, a qualida<strong>de</strong>, a intensida<strong>de</strong>, a freqüência e a rapi<strong>de</strong>z com que os<br />

consumidores serão atingi<strong>dos</strong>.<br />

A estratégia <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminar, entre outros:<br />

- os tipos <strong>de</strong> mídias mais a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> e aptos para atingir os objetivos publicitários<br />

e particularmente os clientes potenciais do produto;<br />

- a divisão do orçamento entre diferentes mídias, se for o caso;<br />

- a priorida<strong>de</strong> dada à intensida<strong>de</strong> ou à freqüência, quando o orçamento não<br />

permitir que ambas sejam empregadas ao mesmo tempo;<br />

- a pressão publicitária conforme as regiões;<br />

- os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> utilização das mídias: formato <strong>dos</strong> anúncios ou duração das<br />

mensagens no rádio ou na TV; uso da cor, utilização sucessiva ou simultânea <strong>dos</strong><br />

<strong>meios</strong>, etc.<br />

Eis a classificação:<br />

a) Veículos visuais (para serem li<strong>dos</strong> ou vistos)<br />

Imprensa: jornais, revistas e periódicos especializa<strong>dos</strong><br />

Outdoor: cartazes, painéis e luminosos<br />

Publicida<strong>de</strong> direta: prospectos, folhetos, cartas, catálogos e congêneres<br />

Exibições: displays, vitrinas e exposições.<br />

b) Veículos auditivos (para serem ouvi<strong>dos</strong>)<br />

Rádio e alto-falantes.<br />

c) Veículos audiovisuais (para serem ouvi<strong>dos</strong> e vistos)<br />

Televisão, cinema e audiovisual (sli<strong>de</strong>s ou VT).<br />

d) Veículos funcionais (para <strong>de</strong>sempenhar uma <strong>de</strong>terminada função)<br />

Amostras, brin<strong>de</strong>s e concursos.<br />

O melhor veículo é uma combinação <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> eles, a que chamamos mix <strong>de</strong><br />

comunicação.<br />

14


To<strong>dos</strong> os veículos apresentam vantagens e limitações.<br />

Para que possamos aproveitar integralmente as vantagens é preciso conhecer<br />

bem as suas características e saber selecionar os que se adaptam à natureza da<br />

mensagem e fazem uma boa cobertura do grupo consumidor visado.<br />

3.1 - Critérios e <strong>de</strong>cisões sobre <strong>meios</strong><br />

A problemática da mídia é a escolha <strong>dos</strong> <strong>meios</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> a cada situação <strong>de</strong>vido<br />

à gran<strong>de</strong> gama <strong>de</strong> opções que existem para veiculação.<br />

Cada mídia po<strong>de</strong> exercer diferentes influências sobre os compradores em<br />

potencial e algumas po<strong>de</strong>m ser mais a<strong>de</strong>quadas do que outras à propaganda <strong>de</strong><br />

certos produtos. Hoje em dia, para um produto ser lançado com sucesso,<br />

numerosos fatores <strong>de</strong>vem ser leva<strong>dos</strong> em consi<strong>de</strong>ração, como o público alvo,<br />

utilização do produto, ação da concorrência, metas e verba disponível.<br />

Já está <strong>de</strong>monstrado que a televisão, com o bombar<strong>de</strong>iro auditivo e visual <strong>dos</strong><br />

consumidores, tem maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração que um veículo que apela só para<br />

a vista ou só para o ouvido.<br />

Os veículos impressos po<strong>de</strong>m apresentar em profundida<strong>de</strong> as vantagens <strong>de</strong> um<br />

produto, o rádio po<strong>de</strong> apelar para a imaginação <strong>dos</strong> consumidores. Várias fontes<br />

sugerem que as pessoas assimilam <strong>de</strong> modo diverso o material recebido<br />

visualmente e o que lhes chega através da audição.<br />

Está fora <strong>de</strong> discussão que o critério i<strong>de</strong>al para comparação entre <strong>meios</strong> inclui a<br />

avaliação <strong>de</strong> seus efeitos sobre as vendas. Quanto mais volumosas forem as<br />

vendas, tanto mais efetiva terá sido a mídia. Entretanto, as vendas são afetadas<br />

por inúmeros outros fatores, a exemplo da forma da propaganda, preço,<br />

distribuição, qualida<strong>de</strong> do produto, etc.<br />

A seleção <strong>de</strong> “<strong>meios</strong>” (tipos <strong>de</strong> veículos) <strong>de</strong>ve ter por base três aspectos:<br />

1. Objetivos e estratégias <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> comunicação.<br />

2. Objetivo <strong>de</strong> mídia: alcance, freqüência média e continuida<strong>de</strong>.<br />

3. Características intrínsecas <strong>dos</strong> <strong>meios</strong>.<br />

Quanto ao terceiro aspecto, é importante compreen<strong>de</strong>r o motivo que leva as<br />

pessoas a assistir àquele programa <strong>de</strong> TV, ouvir aquela emissora <strong>de</strong> rádio, ler<br />

aquela revista, e assim por diante.<br />

A resposta é fruto <strong>de</strong> muita observação e pesquisa, mediante uma visão pessoal.<br />

A seguir, <strong>de</strong>vem-se pesquisar outras fontes (contato com profissionais da área,<br />

livros, revistas e Internet) para formar-se melhor juízo sobre o assunto.<br />

15


Seguem-se as principais características <strong>dos</strong> <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação mais<br />

utiliza<strong>dos</strong>, do ponto <strong>de</strong> vista do público e <strong>de</strong> mídia:<br />

3.2 - Os veículos <strong>de</strong> mídia – informação, lazer e qualida<strong>de</strong><br />

1 - A imprensa<br />

Gran<strong>de</strong> parte da história da publicida<strong>de</strong> está ligada à imprensa. O jornal foi o<br />

primeiro gran<strong>de</strong> veículo que se dirige essencialmente ao indivíduo isolado.<br />

1.1 - Jornais<br />

Há jornais <strong>de</strong> todas as tendências, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os conservadores aos populares. Des<strong>de</strong><br />

os que fazem do comentário e da doutrinação seu prato <strong>de</strong> resistência aos que<br />

têm no noticiário e na reportagem viva, sensacionalista, seu principal atrativo.<br />

To<strong>dos</strong> estes fatores <strong>de</strong>vem ser pesa<strong>dos</strong> ao escolher os órgãos mais aptos para<br />

uma campanha, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este gênero <strong>de</strong> veículo seja a<strong>de</strong>quado à mesma.<br />

Vejamos quais são as virtu<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> jornais.<br />

a) Apelo universal – alcança qualquer espécie <strong>de</strong> público. É indicado para<br />

produtos <strong>de</strong> consumo geral que toda gente compra.<br />

b) Maleabilida<strong>de</strong> – o anúncio po<strong>de</strong> ser inserido, trocado ou cancelado <strong>de</strong> um<br />

momento para outro. Po<strong>de</strong> também ser adaptado às condições locais <strong>de</strong> uma<br />

cida<strong>de</strong> ou região e levar o nome <strong>de</strong> agentes ou reven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> cada<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

c) Ação rápida e intensa – o estímulo do jornal ten<strong>de</strong> a provocar uma reação<br />

mais rápida. Permite inserções mais freqüentes, <strong>de</strong> forma a imprimir<br />

intensida<strong>de</strong> à campanha.<br />

d) Controle – é mais facilmente visto e controlado pelo reven<strong>de</strong>dor local, o que<br />

ajuda a aceitação do produto pelo mesmo e o incentiva a cooperar na<br />

campanha <strong>de</strong> vendas.<br />

As limitações <strong>dos</strong> jornais são as seguintes:<br />

a) são li<strong>dos</strong> às pressas (exceto aos domingos);<br />

b) têm vida curta;<br />

c) raros são os jornais que dão boa reprodução <strong>dos</strong> anúncios;<br />

d) sua circulação é quase que exclusivamente local.<br />

16


O jornal é um meio que oferece notícias, atualida<strong>de</strong> e prestação <strong>de</strong> serviços.<br />

Favorece a crítica, o <strong>de</strong>bate e ganha credibilida<strong>de</strong> ao registrar a palavra. O<br />

público leitor é qualificado e formador <strong>de</strong> opinião. Permite o <strong>de</strong>talhamento<br />

sobre o produto ou serviço anunciado e favorece o alcance num público<br />

adulto, masculino e classe A/B.<br />

1.2 - Revistas<br />

Nas classes <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> vida mais folgado é hábito a leitura <strong>de</strong> revistas. Há as<br />

que apelam mais para o homem ou para a mulher, bem como as que circulam<br />

entre as classes rica e média. Elas são por isso mesmo mais seletivas do que os<br />

jornais, no que se refere ao sexo, categoria sócio-econômica e vocação, do leitor.<br />

Têm maior expansão geográfica, circulando geralmente em todo o território<br />

nacional, o que as torna especialmente a<strong>de</strong>quadas para as “campanhas <strong>de</strong><br />

marca”.<br />

As suas vantagens são as seguintes:<br />

a) permitem melhor reprodução <strong>dos</strong> anúncios e melhor aparência;<br />

b) têm vida mais longa, são lidas com mais vagar, o que permite textos mais<br />

longos;<br />

c) têm maior porcentagem <strong>de</strong> leitores por número, o que faz a circulação ser<br />

bem maior do que a tiragem;<br />

d) são mais seletivas.<br />

As suas limitações são:<br />

a) não têm a maleabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> jornais. Os anúncios têm que ser prepara<strong>dos</strong><br />

com muita antecedência;<br />

b) representam grave <strong>de</strong>sperdício nas campanhas estritamente locais.<br />

A revista é uma fonte <strong>de</strong> referência e <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> na discussão <strong>dos</strong> mais<br />

varia<strong>dos</strong> temas. Tem conteúdo aprofundado e a linguagem do segmento a<br />

que se <strong>de</strong>stina. É um veículo <strong>de</strong> consulta e colecionável. Serve igualmente a<br />

um público qualificado e formador <strong>de</strong> opinião. Oferece a segmentação por<br />

gênero e favorece a continuida<strong>de</strong> e o trabalho <strong>de</strong> apoio à imagem, por causa<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reprodução do anúncio.<br />

17


1.3 - Periódicos especializa<strong>dos</strong><br />

São aqueles que se <strong>de</strong>dicam exclusiva ou principalmente a um dado assunto<br />

(medicina, engenharia, agricultura, finanças, etc.), ou <strong>de</strong> interesse exclusivo para<br />

uma dada classe profissional ou vocacional – como, por exemplo, publicações<br />

<strong>de</strong>stinadas a lojistas, bancários, automobilistas, bem como revistas <strong>de</strong> moda,<br />

policiais, infantis, etc.<br />

Esses veículos não <strong>de</strong>verão ser julga<strong>dos</strong> pela tiragem, mas sim pela qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seus leitores. O que interessa é saber se eles têm realmente boa circulação entre<br />

as classes a que se <strong>de</strong>stinam e se gozam <strong>de</strong> prestígio entre seus leitores.<br />

1.4 - Tiragem, circulação e cobertura<br />

Para se po<strong>de</strong>r avaliar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um órgão <strong>de</strong> imprensa, como veículo<br />

publicitários, é necessário obter os seguintes da<strong>dos</strong>:<br />

a) Tiragem – é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exemplares impressos, <strong>de</strong> cada número do<br />

jornal ou revista. É o menos importante <strong>dos</strong> três fatores, pois há órgãos que<br />

sofrem gran<strong>de</strong>s encalhes, enquanto que outros são li<strong>dos</strong> por duas ou três<br />

pessoas.<br />

b) Circulação – é o número <strong>de</strong> exemplares li<strong>dos</strong> pelo público, ou pelo menos o<br />

número <strong>de</strong> exemplares realmente vendi<strong>dos</strong>.<br />

c) Cobertura – <strong>de</strong>signa, tanto o tipo <strong>de</strong> leitores (sexo, classe sócio-econômica,<br />

grupo <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, cultura, etc.), como as zonas (bairros, cida<strong>de</strong>s, esta<strong>dos</strong>) on<strong>de</strong><br />

o mesmo tem venda regular.<br />

O que realmente interessa ao anunciante é a circulação e a cobertura, ou seja, o<br />

número e o tipo <strong>de</strong> leitores e as zonas que o órgão atinge.<br />

O controle da circulação po<strong>de</strong> ser feito diretamente no próprio veículo, ou através<br />

<strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> mercado, ou ainda pelo IVC – Instituto verificador <strong>de</strong> Circulação.<br />

2 - Rádio e televisão<br />

2.1 - Rádio<br />

É uma fonte <strong>de</strong> diversão e entretenimento e, em grau menor, <strong>de</strong> informação e<br />

cultura. É por excelência um veículo <strong>de</strong> apelo popular, com o qual se po<strong>de</strong> atingir<br />

rapidamente gran<strong>de</strong>s massas, tanto nas capitais, como nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interior,<br />

dado o vasto número <strong>de</strong> emissoras existentes em todo o País e o elevado número<br />

<strong>de</strong> receptores em uso.<br />

18


O Brasil possui 2.826 emissoras comerciais <strong>de</strong> rádio licenciadas, segundo da<strong>dos</strong><br />

do Ministério das Comunicações. A Região Su<strong>de</strong>ste tem o maior número <strong>de</strong><br />

emissoras (1.051) - 526 só no estado <strong>de</strong> São Paulo -, seguida das regiões Sul<br />

(760), Nor<strong>de</strong>ste (611), Centro-Oeste (245) e Norte (159).<br />

Suas vantagens são:<br />

a) fonte <strong>de</strong> entretenimento – é um meio <strong>de</strong> entretenimento e diversão que o<br />

ouvinte tem á sua disposição, a qualquer hora;<br />

b) impacto – pelo uso da música e da sonoplastia reforça o efeito da palavra,<br />

dando maior impacto aos textos publicitários.<br />

c) não absorve a atenção total – o ouvinte po<strong>de</strong>, ao mesmo tempo, executar<br />

outras tarefas;<br />

d) maleabilida<strong>de</strong> – permite cancelar, trocar ou inserir a mensagem<br />

publicitária, em poucas horas.<br />

Suas limitações são:<br />

a) age exclusivamente pelo ouvido;<br />

b) é ina<strong>de</strong>quado para a apresentação <strong>de</strong> temas complexos ou coisas técnicas<br />

que <strong>de</strong>man<strong>de</strong>m explicações mais ou menos longas;<br />

c) a mensagem radiofônica vive apenas no momento em que está no ar. Ao<br />

contrário da imprensa, não po<strong>de</strong> ser relida;<br />

d) é um veículo local.<br />

As mensagens publicitárias têm no rádio as seguintes formas <strong>de</strong><br />

apresentação:<br />

a) textos comerciais;<br />

b) jingles e spots;<br />

c) patrocínio <strong>de</strong> programas;<br />

d) patrocínio <strong>de</strong> novelas.<br />

O rádio é o companheiro do dia-a-dia, que propaga a palavra e estimula a<br />

imaginação. Um meio ágil e flexível, que oferece segmentação por gênero<br />

<strong>de</strong> programação e favorece a freqüência <strong>de</strong> exposição.<br />

Por ser um meio <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa, o rádio tem uma audiência ampla,<br />

heterogenia e anônima. Sua mensagem é <strong>de</strong>finida por uma média <strong>de</strong> gosto e tem,<br />

quando transmitida, baixo retorno (feedback). Observa-se, também, que os<br />

recursos provêm da publicida<strong>de</strong> (à exceção, no caso do rádio, da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

emissoras educativas). Algumas particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste veículo <strong>de</strong> termo <strong>de</strong><br />

comunicação massiva estão no quadro abaixo:<br />

19


2.2 - Televisão<br />

O que você faz em caso com seu tempo <strong>de</strong> lazer? Há 91% <strong>de</strong> chances <strong>de</strong> que a<br />

pessoa assista TV. Essa é a porcentagem obtida pelo IBOPE em extensa<br />

pesquisa entre agosto e setembro <strong>de</strong> 1993 que revelou, entre outras coisas, o<br />

seguinte:<br />

a) a TV é a principal fonte <strong>de</strong> informações para 94% das pessoas.<br />

b) já são mais <strong>de</strong> três os televisores por domicílio na classe A. No total da amostra<br />

o número médio está próximo <strong>de</strong> 2.<br />

c) 10% <strong>dos</strong> domicílios têm televisores na copa/cozinha.<br />

d) os televisores ficam liga<strong>dos</strong> quase seis horas por dia durante a semana. Esse<br />

número cresce aos sába<strong>dos</strong> e domingos.<br />

e) a TV é o meio preferido pelo público numa porcentagem <strong>de</strong> 83%, para consumir<br />

publicida<strong>de</strong>.<br />

Neste quesito on<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um item podia ser assinalado, jornais e revistas<br />

receberam, respectivamente, 18% e 17% das menções.<br />

A capacida<strong>de</strong> da TV <strong>de</strong> influir no comportamento das pessoas é bem conhecida e<br />

geralmente superestimada. Sua importância em movimentos sociais obe<strong>de</strong>ce a<br />

um processo cumulativo com limites <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> pela própria socieda<strong>de</strong>.<br />

A TV po<strong>de</strong> muito, mas não po<strong>de</strong> tudo.<br />

A TV reúne, ás vantagens do rádio, o apelo visual. Ao som juntou-se a imagem em<br />

movimento. Ao contrário do rádio, que muitas vezes serve <strong>de</strong> “pano <strong>de</strong> fundo”,<br />

para o ouvinte ler o jornal ou outras tarefas, a TV torna-se o foco exclusivo das<br />

atenções, pois exige olhos e ouvi<strong>dos</strong>.<br />

É um meio <strong>de</strong> entretenimento mais completo e fascinante que o rádio e, ao<br />

reportar um acontecimento, é muito mais real e convincente do que o jornal ou a<br />

revista.<br />

Como veículo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> tem a gran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r apresentar, junto<br />

com a mensagem falada (inclusive com o auxílio da música e efeitos sonoros), o<br />

produto, sua embalagem e sua marca, o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> influência <strong>de</strong>cisiva na<br />

compra. Sobretudo, ajuda a gravá-los melhor na mente. Po<strong>de</strong> ainda apresentar o<br />

produto em ação, mostrando como é feito, como funciona ou como se maneja, e<br />

<strong>de</strong>monstrar seus atributos e vantagens. Por outras palavras: dá movimento, ação,<br />

vida à mensagem, e, para tornar tudo isto mais real, conta também com a<br />

vantagem do colorido.<br />

21


Como <strong>de</strong>svantagem tem apenas o seu preço, é um veículo caro, bem como é<br />

elevado o custo da produção <strong>de</strong> um programa ou <strong>de</strong> um filme <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>.<br />

Outra <strong>de</strong>svantagem é que a mensagem vive apenas no momento em que é<br />

transmitida.<br />

É um veículo local, com exceção <strong>dos</strong> programas network <strong>de</strong> cobertura nacional.<br />

A publicida<strong>de</strong> na TV faz-se mediante as seguintes modalida<strong>de</strong>s:<br />

a) textos avulsos combina<strong>dos</strong> e textos <strong>de</strong> chamada;<br />

b) exibição <strong>de</strong> diapositivos (sli<strong>de</strong>s);<br />

c) table-tops e <strong>de</strong>senhos anima<strong>dos</strong>;<br />

d) filmes;<br />

e) comerciais ao vivo;<br />

f) programas;<br />

g) vi<strong>de</strong>oteipes;<br />

h) merchandising.<br />

A Televisão é um meio <strong>de</strong> entretenimento e lazer. É também uma janela para<br />

o mundo; uma fonte <strong>de</strong> referência e informação básica para milhões <strong>de</strong><br />

pessoas, consi<strong>de</strong>rando que ele não exige alto nível <strong>de</strong> instrução para ser<br />

consumido. Por isso, é o meio <strong>de</strong> maior penetração em qualquer público,<br />

favorecendo o alcance e a freqüência média. É possível a veiculação do<br />

comercial em mercado nacional, regional e local.<br />

2.3 - Diretrizes<br />

No planejamento da publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rádio ou TV, o anunciante <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer às<br />

seguintes diretrizes:<br />

a) Continuida<strong>de</strong> – ela requer continuida<strong>de</strong>, repetição.<br />

b) Consistência – é recomendável manter uma diretriz consistente. O espírito<br />

das mensagens <strong>de</strong>ve ser mantido, <strong>de</strong> modo a incutir nos ouvintes uma idéia clara<br />

e duradoura.<br />

c) Objetivida<strong>de</strong> – torne os textos bem objetivos, evite generalida<strong>de</strong>s vagas e<br />

frases batidas.<br />

2.4 - Preço <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> tempo<br />

A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda do tempo <strong>de</strong> rádio é o minuto, cujo preço varia conforme a<br />

estação, o dia e a fração da hora; um programa patrocinado por um anunciante<br />

dá-lhe direito a um certo tempo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> variável conforme a duração <strong>de</strong>sse<br />

22


programa, ficando entendido que o anunciante terá <strong>de</strong> pagar não só a publicida<strong>de</strong>,<br />

mas também o programa.<br />

No rádio, os spots e jingles normalmente têm a duração <strong>de</strong> 15, 30 ou 60<br />

segun<strong>dos</strong>. Mais raros, mas também usa<strong>dos</strong>, os textos <strong>de</strong> 15 ou 30 palavras.<br />

Na TV, os filmes (ví<strong>de</strong>o ou cinema), <strong>de</strong>senhos (hoje chama<strong>dos</strong> <strong>de</strong> animação – em<br />

suas <strong>de</strong> várias formas) ou table-tops (<strong>de</strong>senhos semi-anima<strong>dos</strong>) têm a sua<br />

unida<strong>de</strong> em segun<strong>dos</strong>, po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong> 15, 20, 30 ou 60 segun<strong>dos</strong>.<br />

2.5 - TV paga<br />

É um meio para um público qualificado e formador <strong>de</strong> opinião, que oferece<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha e coloca o público em sintonia com o mundo. Como tem<br />

custo absoluto baixo, favorece a freqüência média e a continuida<strong>de</strong> linear ou onda.<br />

Apresenta programação segmentada por gênero.<br />

3.0 - Cinema<br />

A publicida<strong>de</strong> cinematográfica po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> duas maneiras: pelo filme, que<br />

atualmente está sendo muito usado, em virtu<strong>de</strong> do aproveitamento do material<br />

feito para ser usado na televisão, ou através <strong>de</strong> uma mídia digital, hoje viabilizada<br />

pelo datashow que po<strong>de</strong> exibir arquivos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o digitalmente (sem a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ser produzi<strong>dos</strong> em película). Antes essa segunda opção era chamada <strong>de</strong><br />

diapositivo (sli<strong>de</strong>).<br />

A duração do filme po<strong>de</strong> ser até <strong>de</strong> 1 minuto, quando ele é caracterizado como um<br />

anúncio, e no caso <strong>de</strong> documentários (tipo Jean Manzon) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> até 10<br />

minutos.<br />

A publicida<strong>de</strong> cinematográfica tem a vantagem <strong>de</strong> atingir as gran<strong>de</strong>s massas <strong>de</strong><br />

população que diariamente enchem as casas <strong>de</strong> espetáculo. A gran<strong>de</strong> vantagem<br />

do cinema como um veículo publicitário é que ele tem atenção total do<br />

consumidor, uma vez que não há nenhuma atração que <strong>de</strong>svie a sua atenção. As<br />

<strong>de</strong>mais vantagens e limitações são as mesmas da TV.<br />

Suas características são as seguintes:<br />

a) O cinema alia o som, a imagem, a duração, o movimento e a cor.<br />

b) A mensagem é divulgada diante <strong>de</strong> um espectador cativo (e que <strong>de</strong>ve ser<br />

criativo) e que não está distraído.<br />

c) A mensagem tem boa duração.<br />

d) Seu emprego é particularmente fácil.<br />

23


e) Não atinge <strong>de</strong> maneira igual todas as camadas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s da população; é<br />

cada vez mais, um veículo que alcança, sobretudo, os jovens e as pessoas<br />

das classes sócio-econômicas elevadas. É, por esta razão, utilizado cada<br />

vez mais como mídia <strong>de</strong> complemento.<br />

f) O seu custo <strong>de</strong> veiculação não é elevado, mas o <strong>de</strong> produção po<strong>de</strong> ser alto.<br />

g) O escuro das salas <strong>de</strong> cinema aumenta a atenção <strong>dos</strong> espectadores e os<br />

dirige exclusivamente aos comerciais exibi<strong>dos</strong>.<br />

h) O ambiente <strong>de</strong> cinema gera um clima <strong>de</strong> expectativa e excitação.<br />

i) A expectativa pelo início do filme aumenta a atenção <strong>dos</strong> espectadores.<br />

j) O tamanho da tela causa alto-impacto.<br />

k) A alta qualida<strong>de</strong> do som eleva a percepção da mensagem publicitária.<br />

l) Número limitado <strong>de</strong> comerciais resulta em maior percepção individual.<br />

m) Audiência real. Ambiente sem interrupção e distração, a propaganda não<br />

compete pela atenção do espectador.<br />

n) O cinema tem público que paga para estar exposto à mídia.<br />

o) Os espectadores estão totalmente envolvi<strong>dos</strong> com a tela.<br />

p) O meio segmenta o público para atingir somente o "Target" do anunciante.<br />

Alguns números:<br />

(Número relacionado as salas que integram a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s KinoMaxx)<br />

Total <strong>de</strong> salas: 1.817<br />

Conjuntos Multiplex: 60<br />

Salas Multiplex: 546<br />

Salas <strong>de</strong> arte: 131<br />

Salas inauguradas: 148<br />

41 em São Paulo<br />

19 no Paraná<br />

15 no Espírito Santo<br />

Preço médio do ingresso: R$ 6,29<br />

Total <strong>de</strong> filmes lança<strong>dos</strong>: 225*<br />

Nacionais: 30*<br />

O público voltou à casa <strong>dos</strong> 100 milhões <strong>de</strong> espectadores, representando uma<br />

renda <strong>de</strong> R$ 650 milhões.*<br />

*Fonte: Filme B – valores referentes a pesquisa realizada no ano <strong>de</strong> 2003<br />

24


As maiores exibidoras no país:<br />

EXIBIDOR PÚBLICO PÚBLICO<br />

MARKET<br />

SHARE<br />

1 CINEMARK 22.856.137 22,2%<br />

2 GRUPO SEVERIANO RIBEIRO 16.415.956 15,9%<br />

3 UCI 8.515.076 8,3%<br />

4 CIEMATROGRAFICA ARAUJO 5.660.982 5,5%<br />

5 ESPAÇO DE CINEMA 3.076.793 3,0%<br />

6 GRUPO PARIS FILMES 2.892.183 2,8%<br />

7 MOVIECOM CINEMAS 2.791.331 2,7%<br />

8 ARCO IRIS CINEMA 2.790.959 2,7%<br />

9 GNC CINEMA 2.521.021 2,4%<br />

10 ORIENT FILMES 2.352.249 2,3%<br />

11 CINEMATOGRAFICA HAWAY 2.334.974 2,3%<br />

12 ART FILMS 2.281.871 2,2%<br />

13 GRUPO PLAYARTE 2.264.296 2,2%<br />

14 EMPRESA CINEMAIS 1.801.675 1,7%<br />

15 CINEART 1.658.243 1,6%<br />

16<br />

ALVORADA<br />

CINEMATOGRAFICA<br />

1.575.416 1,5%<br />

17 GRUPO ESTAÇÃO 1.525.025 1,5%<br />

18 CINEMAS SERCLA 1.375.818 1,3%<br />

19 HOYTS GENERAL CINEMA 1.306.265 1,3%<br />

20 CINEMASTAR 1.154.576 1,1%<br />

21 OUTROS 15.986.250 15,5%<br />

Perfil do freqüentador <strong>de</strong> cinema:<br />

Média <strong>de</strong> Ida<strong>de</strong>:<br />

Base: Entrevista<strong>dos</strong> que costumam ir ao cinema pelo menos uma vez por mês – 1280 entrevistas<br />

25


Escolarida<strong>de</strong>:<br />

Escolarida<strong>de</strong> Superior: Brasília: 63%<br />

Classe AB: Freqüentadores <strong>de</strong> Cinema: 68% - Brasília: 89% e Curitiba: 80%<br />

Costumam ir ao cinema no mínimo uma vez por mês:<br />

Potencial <strong>de</strong><br />

alcance do meio<br />

UNIVERSO: população com 12 anos ou mais possuidores <strong>de</strong> telefone fixo.<br />

Fonte: Datafolha / 2003.<br />

26


Comercial Múltiplo<br />

É consi<strong>de</strong>rado comercial múltiplo aquele que promove mais <strong>de</strong> uma<br />

marca/produto/serviço – Normalmente existe um acréscimo <strong>de</strong> 30% sobre o valor<br />

da tabela cobrada <strong>de</strong> cada empresa <strong>de</strong> mídia responsável pela exibição <strong>dos</strong><br />

comerciais nas salas <strong>de</strong> cinema.<br />

ESPECIFICAÇÕES DO MATERIAL PARA A PRODUÇÃO DO TRANSFER<br />

(FILME 35MM)<br />

Os materiais necessários para a produção do transfer são:<br />

Fita BETA (imagem)<br />

Para que o produto final tenha uma boa qualida<strong>de</strong>, é necessário que a fita Beta<br />

<strong>de</strong> origem também tenha qualida<strong>de</strong>, para isso, solicitamos que os filmes sejam<br />

envia<strong>dos</strong> em Beta Digital.<br />

A fita Beta <strong>de</strong>verá sempre vir sonorizada para que na hora da sincronia entre o<br />

negativo <strong>de</strong> imagem e <strong>de</strong> som, possamos ter uma referência. Esta fita <strong>de</strong>verá<br />

conter apenas o trabalho a ser realizado, na versão correta e sonorizada<br />

contendo claquete com informações: A - Produtora, B - Produto, C - Título, D -<br />

Duração.<br />

Quando houver efeitos ou trucagens no filme, estes <strong>de</strong>verão ser confecciona<strong>dos</strong><br />

a 24fps, ou em frames e não em field, pois, na mudança <strong>de</strong> Beta para 35mm isso<br />

po<strong>de</strong> causar problemas.<br />

Fita DAT (som - 48KHz)<br />

A fita DAT <strong>de</strong>verá sempre ser enviada com o áudio mixado e com as pistas<br />

separadas, para que possam ser feitas as mixagens na película, visando um<br />

melhor aproveitamento do sistema <strong>de</strong> som <strong>dos</strong> cinemas. A fita <strong>de</strong>verá conter<br />

apenas a trilha do filme em processo.<br />

É indispensável que tenha um Bip <strong>de</strong> 2 (dois) segun<strong>dos</strong> antes do 1º frame <strong>de</strong><br />

imagem, pois isso será <strong>de</strong> extrema importância na hora da sincronia<br />

som/imagem.<br />

Observação:<br />

Como para alguns filmes são feitas mais <strong>de</strong> uma versão, solicitamos que ao<br />

enviar a fita DAT, esta esteja na mesma versão da Beta, para que não haja atraso<br />

na produção do transfer quando for <strong>de</strong>tectado que as versões das fitas são<br />

diferentes, e que a mesma contenha apenas o trabalho a ser realizado.<br />

27


4.0 – MÍDIA EXTENSIVA<br />

Além <strong>de</strong> haver uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>meios</strong> específicos <strong>de</strong>ntro da mídia extensiva<br />

(antes chamada <strong>de</strong> “mídia alternativa”), a cada mês se lança um novo tipo, e com<br />

uma freqüência um pouco menor, um <strong>de</strong>les é <strong>de</strong>scontinuado por não conseguir<br />

sustentação <strong>dos</strong> anunciantes ou, porque a idéia não era das melhores mesmo.<br />

Tudo quanto é forma <strong>de</strong> se veicular alguma mensagem publicitária e que não<br />

pertença aos <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação tradicionais (TV, rádio, jornal, revista e<br />

cinema), à mídia exterior (outdoor, painéis e mobiliário urbano), ou à internet, é<br />

consi<strong>de</strong>rada mídia extensiva.<br />

Determinadas formas <strong>de</strong> veiculação <strong>de</strong>vem ser evitadas, e até con<strong>de</strong>nadas, como<br />

a distribuição <strong>de</strong> folhetos nas ruas, serviços <strong>de</strong> alto-falantes (que até re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

supermerca<strong>dos</strong> e gran<strong>de</strong>s empresas às vezes usam), cartazes <strong>de</strong> imobiliárias em<br />

cruzamentos, cartazes cola<strong>dos</strong> em postes, muros e tapumes (o conhecido lambelambe),<br />

e jamais <strong>de</strong>vem ser classificadas como mídia extensiva, pois, ou são<br />

ilegais, informais, invasivas, ou não respeitam a proprieda<strong>de</strong> alheia, ou a<br />

combinação <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>sses pejorativos.<br />

4.1 – Tipos <strong>de</strong> mídia extensiva<br />

A seguir listamos praticamente to<strong>dos</strong> os tipos <strong>de</strong> mídia extensiva que existem,<br />

agrupa<strong>dos</strong> segundo as necessida<strong>de</strong>s e a<strong>de</strong>quações com o planejamento <strong>de</strong> mídia.<br />

Tipos <strong>de</strong> mídia extensiva:<br />

Aérea: - Asa <strong>de</strong>lta e parapente<br />

- Balão iluminado (redondo e fixado ao solo por cabo)<br />

- Balão a ar quente, tripulado<br />

- Dirigível (blimp)<br />

- Letreiro luminoso em helicóptero (sky mídia)<br />

- Raios laser<br />

Aeroportos: - A<strong>de</strong>sivos em lixeiras<br />

- A<strong>de</strong>sivo nas esteiras <strong>de</strong> bagagens<br />

- Anúncio em bilhetes e passagens<br />

- Cartazete em carrinho <strong>de</strong> bagagens<br />

- Displays diversos<br />

- Painel eletrônico<br />

- Painel fotográfico<br />

- Placas nos estacionamentos<br />

- Triedro<br />

- TV em circuito fechado<br />

Cinemas: - Displays fotográficos na sala <strong>de</strong> espera<br />

- Mensagem nos saquinhos <strong>de</strong> pipocas<br />

28


Estações (rodoviárias, trens, metrô e barcas):<br />

- A<strong>de</strong>sivo nas roletas <strong>de</strong> metrô<br />

- A<strong>de</strong>sivo em lixeiras<br />

- Cartazete em carrinho <strong>de</strong> bagagens<br />

- Painel nos acessos e plataformas<br />

- Painel fotográfico<br />

- Painel eletrônico<br />

- Placas nos estacionamentos<br />

- Triedro<br />

- TV em circuito fechado<br />

Estádios: - Painéis nas laterais do campo<br />

- Painel eletrônico<br />

- Placar eletrônico<br />

Estradas: - Cancela <strong>de</strong> pedágio<br />

- Painel aéreo nos pedágios<br />

- Pórtico <strong>de</strong> sinalização<br />

Externa: - A<strong>de</strong>sivo em ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> engraxate<br />

- Inflável como réplica<br />

- Painel em cabine telefônica<br />

- Pórticos <strong>de</strong> eventos e <strong>de</strong> Rua<br />

- Mobiliário Urbano (bancas e Pontos <strong>de</strong> ônibus)<br />

Indoor: - A<strong>de</strong>sivo em banheiros<br />

- A<strong>de</strong>sivo em bebedouros<br />

- A<strong>de</strong>sivo e internet em elevadores<br />

- Displays diversos<br />

- Guardanapos em lanchonetes e restaurantes<br />

- Néon em bares e danceterias<br />

- Toalhas <strong>de</strong> papel em lanchonetes e restaurantes<br />

Onbord: - A<strong>de</strong>sivo nas ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> bordo<br />

- A<strong>de</strong>sivo nos encostos das poltronas<br />

- Exibições <strong>de</strong> comercial a bordo<br />

Pessoal: - Anúncio em vales-refeição<br />

- Comercial no Fale grátis <strong>de</strong> telefones públicos<br />

- Mensagem no porta bilhetes <strong>de</strong> metrô<br />

- Mensagem nos cartões telefônicos<br />

Praias: - Bóias na arrebentação<br />

- Faixa puxada por avião<br />

- Guarda-sol<br />

- Jangadas<br />

- Lixeiras<br />

29


- Painel rebocado por barco<br />

- Sacos <strong>de</strong> lixo<br />

Shoppings e supermerca<strong>dos</strong>: - A<strong>de</strong>sivo no piso<br />

- Banners internos<br />

- Cartazete nos carrinhos <strong>de</strong> compra<br />

- Indicadores <strong>de</strong> corredores<br />

- Placas nos estacionamentos<br />

Veículos: - A<strong>de</strong>sivo nas portas <strong>de</strong> táxi<br />

- Anúncio em bilhetes e passagens<br />

- Cartazes em barcas <strong>de</strong> passageiros<br />

- Cartazete interno em ônibus, trens, metrô<br />

- Display no encosto do banco <strong>de</strong> táxi com take one<br />

- Envelopamento <strong>de</strong> autos, trens, metrô<br />

- Luminoso no teto <strong>de</strong> táxi<br />

- Painéis laterais em caminhões<br />

- Painel rebocado por bicicleta (bikedoor)<br />

- Painel rebocado por carro ou moto<br />

- Painel traseiro em táxi<br />

- Tapa-sol no pára-brisa <strong>de</strong> automóveis<br />

TRABALHO:<br />

1- Cite dois tipos <strong>de</strong> ações que não <strong>de</strong>vem ser classificadas como mídia<br />

extensiva.<br />

2- Segundo o tipo <strong>de</strong> local e forma <strong>de</strong> veiculação, cite pelo menos dois<br />

grupos <strong>de</strong> mídia extensiva.<br />

3- Relacione cinco tipos <strong>de</strong> mídia extensiva.<br />

4- Para cada um <strong>dos</strong> cinco tipos <strong>de</strong> mídia extensiva relaciona<strong>dos</strong>, dê um<br />

exemplo <strong>de</strong> produto que po<strong>de</strong>ria ser veiculado nela, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quação entre o produto e a mídia extensiva citada.<br />

5.0 – Publicida<strong>de</strong> ao ar livre (MÍDIA EXTERIOR)<br />

A publicida<strong>de</strong> ao ar livre é conhecida como Outdoor Advertising, e compreen<strong>de</strong> a<br />

fixação <strong>de</strong> cartazes, painéis e luminosos na via pública, bem como nos veículos <strong>de</strong><br />

transportes coletivos, como ônibus e trens.<br />

A publicida<strong>de</strong> ao ar livre difere substancialmente das <strong>de</strong>mais.<br />

Enquanto o folheto, o rádio, a TV, etc. vão à residência do consumidor, o jornal e a<br />

revista precisam ser compra<strong>dos</strong> pelo leitor, o cartaz e o luminoso são percebi<strong>dos</strong><br />

30


<strong>de</strong> passagem, nas vias públicas, mais ou menos casualmente. Entretanto, pelo<br />

seu tamanho e pelas cores (e o luminoso pelo fulgor) exercem impacto sobre o<br />

público e pela repetida exibição conseguem influir, fixar uma mensagem breve e<br />

veicular uma impressão.<br />

Suas características são as seguintes:<br />

a) Maleabilida<strong>de</strong> – po<strong>de</strong> ser usada numa extensa região, numa cida<strong>de</strong> ou<br />

apenas num bairro.<br />

b) Oportunida<strong>de</strong> – po<strong>de</strong> ser usada nos momentos mais preciosos e ter a<br />

mensagem substituída logo que necessário.<br />

c) Ação rápida e constante – nas ruas está sempre passando gente. Assim,<br />

a ação do cartaz é constante.<br />

d) Impacto – impressiona geralmente pelo tamanho e pela cor viva ou em<br />

contraste com a do local on<strong>de</strong> está colocado.<br />

e) Memorização – como, em geral, passamos diariamente diante <strong>de</strong> vários<br />

exemplares do mesmo cartaz, a coisa anunciada ten<strong>de</strong> a fiar-se na mente<br />

pela repetição.<br />

f) Simplicida<strong>de</strong> – porque é uma mensagem concisa e breve, é facilmente<br />

compreendida.<br />

De uma maneira geral a afixação <strong>de</strong> cartazes implica na qualida<strong>de</strong> do meio<br />

publicitário, a multiplicida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> locais emprega<strong>dos</strong> no espaço e no tempo.<br />

A sua escolha, contudo, <strong>de</strong>ve prevalecer num local on<strong>de</strong> haja trânsito <strong>de</strong>nso,<br />

como também uma posição em que possa ser visto facilmente e em ambiente<br />

apropriado.<br />

5.1 - Cartaz mural (Out door)<br />

A tendência crescente está sendo a utilização <strong>de</strong> novos materiais para a<br />

produção <strong>dos</strong> cartazes, cujas características alteram algumas particularida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> produção e exibição do outdoor tradicional:<br />

- Neopaper: é o cartaz produzido com o papel YUPO, que é um papel<br />

sintéticos, à prova d´água, que não <strong>de</strong>forma, não rasga, e por incrível que<br />

pareça, é reciclável. Como é impresso digitalmente em ploter, numa folha sem<br />

emendas do tamanho da própria tabuleta, po<strong>de</strong> ser feito um cartaz diferente<br />

para cada tabuleta, pelo mesmo custo. E <strong>de</strong>pois da bissemana <strong>de</strong> veiculação,<br />

po<strong>de</strong> ser reaproveitado em outra tabuleta, porque é afixado sem cola.<br />

31


In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das legislações municipais, as cerca <strong>de</strong> 1.200 empresas filiadas<br />

à Central <strong>de</strong> Outdoor, tem que seguir várias regras, entre as quais: não ter<br />

tabuletas sobrepostas verticalmente formando só um quadro <strong>de</strong> 64 folhas<br />

(horizontalmente não há restrições, e algumas campanhas chegam a usar até<br />

quatro tabuletas ligadas), não colocar moldura ou qualquer outro tipo <strong>de</strong><br />

material que avance para fora da tabuleta mais que 30% da área da tabuleta –<br />

recurso frequentemente utilizado pela criação sobretudo para dar <strong>de</strong>staque a<br />

silhuetas, e que é chamado <strong>de</strong> aplique, e precisam conservar suas tabuletas<br />

em bom estado, <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificadas e, não <strong>de</strong>ixar jogadas nas calçadas<br />

folhas <strong>dos</strong> cartazes anteriores que são retira<strong>dos</strong>, entre outras coisas.<br />

Os cartazes po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> vários tamanhos, sendo os mais comuns os <strong>de</strong> 8,<br />

16 ou 32 folhas.<br />

Os tamanhos padrões são os seguintes:<br />

01 folha – 0,76 x 1,12m<br />

04 folhas – 1,52 x 2,24m<br />

08 folhas – 1,52 x 4,48m<br />

16 folhas – 3,04 x 4,48m<br />

32 folhas – 3,04 x 8,96m (mais comum - o que vemos nas ruas)<br />

32


Os cartazes murais são afixa<strong>dos</strong> pelo prazo <strong>de</strong> “15 dias” (bi-semana),<br />

iniciando-se a sua colocação, geralmente, no primeiro dia <strong>de</strong> cada quinzena do<br />

mês.<br />

Numa cida<strong>de</strong> como São Paulo ou Rio, a cobertura i<strong>de</strong>al seria <strong>de</strong> 800 cartazes<br />

<strong>de</strong> 16 folhas ou 400 <strong>de</strong> 32 folhas, o que seria suficiente para obter bons<br />

resulta<strong>dos</strong>.<br />

No país existem 28.228 tabuletas, das quais 5.332 estão no estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo.<br />

5.2 - Os painéis<br />

Quando a intenção é <strong>de</strong>ixar a mensagem por longo tempo, usa-se painéis <strong>de</strong><br />

diferentes tipos. Os mais comuns são os metálicos, confecciona<strong>dos</strong> geralmente<br />

em folha <strong>de</strong> flandres pintada.<br />

Normalmente, os painéis são arrenda<strong>dos</strong> pelo prazo <strong>de</strong> dois anos, po<strong>de</strong>ndo,<br />

contudo, o anunciante fazê-lo diretamente pagando seu custo inicial (pintura,<br />

flandres e montagem) e <strong>de</strong>pois um aluguel mensal do espaço ocupado (terreno<br />

ou pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> um prédio, ou, ainda, às margens <strong>de</strong> uma estrada).<br />

É imprescindível um <strong>estudo</strong> prévio do local <strong>de</strong>stinado a receber o cartaz, não<br />

somente para se estudar sua forma e cor, mas também para se ter certeza que<br />

certos obstáculos (árvores, postes, etc.) não irão escon<strong>de</strong>r uma parte da<br />

superfície disponível.<br />

São eles:<br />

Painel tradicional<br />

Urbano – o anúncio é pintado sobre superfície <strong>de</strong> chapas, ma<strong>de</strong>ira ou qualquer<br />

outro material plano e rígido, e montado sobre estruturas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou metal,<br />

po<strong>de</strong>ndo ter os mais diferentes formatos e medidas. Tais painéis são<br />

instala<strong>dos</strong> em topos <strong>de</strong> prédios, em terrenos sem edificações ou junto <strong>de</strong><br />

outdoors.<br />

Rodoviário – com características semelhantes, mas tamanho maior, porque<br />

tem que ser visto <strong>de</strong> longe pelos motoristas. Ainda terá vida longa, pois os<br />

aluguéis <strong>dos</strong> terrenos às margens <strong>de</strong> rodovias são baratos, e no seu território<br />

não existe a concorrência <strong>dos</strong> outros tipos <strong>de</strong> mídia exterior.<br />

33


A instalação <strong>de</strong> painéis a uma distância mínima das margens das rodovias <strong>de</strong>veria<br />

sempre ser obe<strong>de</strong>cida, até por questões <strong>de</strong> segurança. No entanto, por omissão<br />

do governo fe<strong>de</strong>ral, e <strong>de</strong>sleixo <strong>dos</strong> estaduais – com exceção do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo -, a falta <strong>de</strong> legislação permite a proliferação <strong>de</strong> painéis ilegais e placas<br />

rudimentares colocadas quase nos acostamentos.<br />

Os painéis <strong>de</strong> estrada geralmente são monta<strong>dos</strong> sobre estruturas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira –<br />

alguns usam estrutura metálica -, e quase no chão, porque o essencial não é<br />

terem altura, mas po<strong>de</strong>rem ser vistos a gran<strong>de</strong> distância, enquanto o urbano<br />

quase sempre precisa <strong>de</strong> altura e o jeito então é montá-lo sobre laterais ou topos<br />

<strong>de</strong> prédios.<br />

Nesses dois tipos <strong>de</strong> painéis o anúncio é pintado à mão, num trabalho artesanal e<br />

artístico que requer tempo, e na maioria das vezes, o anunciante primeiro escolhe<br />

o local a partir das opções <strong>de</strong> que a empresa exibidora dispõe, e <strong>de</strong>pois, se<br />

constrói a estrutura. Por isso os contratos são <strong>de</strong> um ano, no mínimo, para que os<br />

custos <strong>de</strong> instalação sejam diluí<strong>dos</strong>.<br />

Backlight – é um tipo <strong>de</strong> painel com impressão do anúncio em ploter* em tela <strong>de</strong><br />

lona translúcida, obtendo-se qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reprodução fotográfica e boa visibilida<strong>de</strong><br />

durante o dia, e à noite, quando a tela é iluminada por trás com lâmpadas<br />

fluorescentes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma caixa metálica.<br />

34


Glossário:<br />

Ploter: sistema <strong>de</strong> impressão que obtém qualida<strong>de</strong> fotográfica <strong>de</strong> reprodução,<br />

po<strong>de</strong> imprimir em tecido, vinil, papel e outros materiais, com mais <strong>de</strong> 3 metros <strong>de</strong><br />

largura e dispostos em bobinas, o que possibilita impressão sem emendas com<br />

até mais <strong>de</strong> 30 metros <strong>de</strong> comprimento.<br />

Frontlight – a iluminação é feita pela frente e o anúncio po<strong>de</strong> ser impresso em<br />

lona ou pintado em chapa metálica, que é afixada sobre uma base semelhantes às<br />

tabuletas <strong>de</strong> outdoor, pois não há necessida<strong>de</strong> da caixa metálica para as<br />

lâmpadas fluorescentes, como no backlight.<br />

É mais utilizado que o backlight porque tem melhor visualização, tanto à noite, por<br />

causa da iluminação frontal, como durante o dia, porque a lona fica rígida sobre a<br />

estrutura e assim não oscila com o vento, nem rasga, como acontece com o<br />

backlight, além <strong>de</strong> ser mais rápida, simples e barata a troca <strong>de</strong> lâmpadas<br />

queimadas. As figuras a seguir mostram um frontlight <strong>de</strong> dia e à noite.<br />

Tanto o back como o frontlight são monta<strong>dos</strong> sobre estruturas metálicas apoiadas<br />

em altos postes, a fim <strong>de</strong> proporcionar o melhor ângulo <strong>de</strong> visão para motoristas e<br />

passageiros, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo disso, po<strong>de</strong>m até ter duas faces. Como os custos <strong>de</strong><br />

produção e instalação da tela estão embuti<strong>dos</strong> no preço da veiculação<br />

(geralmente a estrutura <strong>de</strong> metal é bancada pela empresa exibidora quando é<br />

fechado o primeiro contrato <strong>de</strong> exibição para o local), para diluí-los, o período<br />

mínimo <strong>de</strong> veiculação é <strong>de</strong> seis meses.<br />

Nada impe<strong>de</strong> que a empresa aceite um período menor <strong>de</strong> exibição, mas fazendo a<br />

<strong>de</strong>vida compensação no preço da veiculação, ou cobrando preços separa<strong>dos</strong> para<br />

a produção e instalação da peça, e para a veiculação.<br />

35


Triedro – tem o mesmo formato e forma <strong>de</strong> comercialização do outdoor, porém,<br />

seu fundo é formado por várias longarinas verticais <strong>de</strong> metal, cada uma com três<br />

faces, na forma <strong>de</strong> trie<strong>dos</strong> quando vistas <strong>de</strong> cima, e a cada momento que uma das<br />

faces longarinas trifásicas está voltada para o público, elas formam um plano<br />

similar às tabuletas <strong>de</strong> outdoor, exibindo o primeiro cartaz.<br />

Quando as longarinas giram simultaneamente e mostram para o público a<br />

segunda face <strong>de</strong> casa uma <strong>de</strong>las, é exibido o segundo cartaz. Mais um giro, e é<br />

exibido o terceiro cartaz. Um novo giro, e é exibido o primeiro cartaz novamente,<br />

reiniciando o rodízio.<br />

Painel eletrônico – os primeiros painéis, em uso até a década <strong>de</strong> 70 e chama<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> painéis luminosos, limitavam-se a transmitir textos através <strong>de</strong> uma fileira<br />

horizontal <strong>de</strong> lâmpadas <strong>de</strong> uma só cor, formando uma linha <strong>de</strong> texto. Depois<br />

chegaram a ser feitos em formato <strong>de</strong> tela <strong>de</strong> TV, mas a imagem era muito ruim, e<br />

ficava pior com a freqüente queima <strong>de</strong> lâmpadas.<br />

Os eletrônicos surgiram quando a tecnologia <strong>dos</strong> anos 80 criou os leds, que<br />

possuem qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz melhor que as lâmpadas, po<strong>de</strong>m acen<strong>de</strong>r e apagar<br />

rapidamente sem queimar, e como são bem menores, consegue-se ter uma<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leds bem maior na caixa que forma a caixa, permitindo formar<br />

imagens com qualida<strong>de</strong> mais próxima a <strong>de</strong> TV.<br />

Os <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> à publicida<strong>de</strong>s funcionavam apenas com leds amarelos, vermelhos<br />

e ver<strong>de</strong>s (a cor preta é o led apagado), gerando somente 256 tonalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

cores, com uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem ainda distante da TV, porque os painéis<br />

completos, com leds azuis também – que dariam a qualida<strong>de</strong> que faltava – eram<br />

caros <strong>de</strong>mais para o retorno financeiro a ser obtido com veiculação <strong>de</strong> mensagens<br />

publicitárias, que não podiam ser muito caras em relação aos outros tipos <strong>de</strong> mídia<br />

existentes.<br />

Com o barateamento <strong>dos</strong> leds azuis, foi possível a instalação <strong>de</strong> painéis<br />

eletrônicos <strong>de</strong> excelente <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> imagem, mesmo contra o sol, contando com<br />

16,7 milhões <strong>de</strong> cores, por custos que permitem a cobrança <strong>de</strong> preços acessíveis<br />

<strong>de</strong> veiculação.<br />

36


Sua forma <strong>de</strong> comercialização é bem versátil, e entre os <strong>meios</strong> da mídia exterior é<br />

o que possibilita a maior rapi<strong>de</strong>z em colocar a mensagem no ar, po<strong>de</strong>ndo ser no<br />

mesmo dia se já houver um comercial pronto, ou <strong>de</strong> apenas um ou dois dias se o<br />

anunciante optar por veicular texto com animação feita pela própria empresa<br />

exibidora. E elas aceitam perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> veiculação mínima <strong>de</strong> um mês, ou até<br />

menos. As limitações do painel eletrônico estão no fato <strong>de</strong> não ter som e <strong>de</strong> as<br />

mensagens precisarem ser curtas, <strong>de</strong> 5 a 15 segun<strong>dos</strong> no máximo, porque os<br />

motoristas e passageiros têm pouco tempo para lerem as mensagens.<br />

Luminoso – <strong>de</strong>ntro do universo da mídia exterior são chama<strong>dos</strong> <strong>de</strong> luminosos as<br />

estruturas colocadas nos topos <strong>de</strong> prédios, feitos com lâmpadas <strong>de</strong> néon, com<br />

gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cores, e através <strong>de</strong> sincronismo <strong>de</strong> tempo conseguem<br />

simular movimentos.<br />

Em razão <strong>de</strong> os locais <strong>de</strong> instalação serem <strong>de</strong> difícil acesso e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ser todo confeccionado sob medida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a estrutura até as lâmpadas <strong>de</strong> néon, é<br />

o meio que tem a produção e instalação mais cara e mais <strong>de</strong>morada; por essa<br />

razão, os contratos <strong>de</strong> veiculação geralmente são <strong>de</strong> dois anos, no mínimo, para<br />

haver um bom período <strong>de</strong> diluição <strong>dos</strong> custos <strong>de</strong> instalação.<br />

Empena – são os painéis nas laterais <strong>de</strong> prédios. Os anúncios po<strong>de</strong>m ser<br />

pinta<strong>dos</strong> diretamente na pare<strong>de</strong>, pinta<strong>dos</strong> sobre chapas <strong>de</strong> metal colocadas na<br />

pare<strong>de</strong>, ou ainda, impressos digitalmente por ploter em telas <strong>de</strong> lona que são<br />

estendidas e afixadas na pare<strong>de</strong> do prédio. Em to<strong>dos</strong> os casos, po<strong>de</strong>m ser<br />

ilumina<strong>dos</strong>, ou não. Normalmente o período mínimo <strong>dos</strong> contratos <strong>de</strong> veiculação é<br />

<strong>de</strong> um ano.<br />

37


Busdoor – No Brasil esse tipo <strong>de</strong> mídia começou com empresas <strong>de</strong><br />

representação que passaram a comercializar cartazes nas laterais <strong>dos</strong> quase<br />

10.000 ônibus <strong>de</strong> linhas urbanas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Logo, as próprias<br />

empresas <strong>de</strong> ônibus pegaram para si tal comercialização.<br />

Diante da gran<strong>de</strong> procura, as empresas passaram a comercializar o vidro traseiro<br />

também -, que teve mais procura ainda, porque o seu formato retangular oferece<br />

boa visualização não só para as pessoas cujo automóvel está atrás do ônibus,<br />

como também para pe<strong>de</strong>stres, e com seu preço menos que outdoor, é favorecido<br />

com o argumento usado por alguns profissionais <strong>de</strong> mídia que obtêm maior<br />

cobertura que o outdoor porque, enquanto este fica parado, o busdoor traseiro<br />

circula pela cida<strong>de</strong>.<br />

Impulsionado pela aceitação e <strong>de</strong>scoberta do ótimo custo-benefício <strong>de</strong>ste “outdoor<br />

ambulante”, o mercado começou a usar a traseira total <strong>dos</strong> ônibus, com a<strong>de</strong>sivos<br />

em ploter, e chama<strong>dos</strong> <strong>de</strong> backbus, como mostra a figura a seguir.<br />

38


Quando observada a relação custo x benefício, a mídia exterior - em suas várias<br />

formas - aparece com <strong>de</strong>staque à frente <strong>de</strong> <strong>meios</strong> tradicionais como revistas e<br />

jornais.<br />

Abaixo seguem gráficos da pesquisa elaborada pelos grupos <strong>de</strong> mídia <strong>dos</strong><br />

esta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina, Paraná e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, realizada pelo "Como &<br />

Porque - Pesquisas <strong>de</strong> Mercado", entre os dias 15 e 23/06/2000 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Florianópolis, on<strong>de</strong> foram entrevistadas as 140 pessoas, sendo 47,9% do sexo<br />

masculino e 52,1% do sexo feminino <strong>de</strong> 15 a 55 anos, das classes A/B, C e D.<br />

39


Nas principais capitais do país, a pesquisa do Datafolha constatou que, na<br />

lembrança <strong>de</strong> 07 dias, a propaganda em ônibus é a segunda mídia mais lembrada<br />

(66%), seguida do táxi (49%) e da placa <strong>de</strong> rua com 46% <strong>de</strong> recall.<br />

A mídia exterior teve um crescimento <strong>de</strong> 23,66% em relação ao primeiro<br />

quadrimentre <strong>de</strong> 2002, segundo a revista Sinal Extensivo (edição <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong><br />

2003).<br />

De acordo com o primeiro <strong>estudo</strong> do Instituto Marplan, realizado no segundo<br />

semestre <strong>de</strong> 2003, o busdoor aparece li<strong>de</strong>rando as pesquisas <strong>de</strong> recall entre os<br />

veículos <strong>de</strong> mídia exterior, na frente até mesmo do outdoor.<br />

O trabalho realizado pela Marplan em oito capitais brasileiras indicou que o<br />

busdoor é o meio exterior <strong>de</strong> maior impacto em cinco <strong>de</strong>stas cida<strong>de</strong>s: Brasília,<br />

Fortaleza, Recife, Salvador e Porto Alegre.<br />

Nesta pesquisa também foram <strong>de</strong>stacadas as seguintes vantagens do busdoor:<br />

- Tem um custo até 50% menor que outros <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />

- O fato <strong>de</strong> ser uma publicação móvel proporciona maior tempo <strong>de</strong> veiculação<br />

- Tem menor custo por mil pessoas que outro veículo <strong>de</strong> comunicação<br />

- Atinge todas as classes sociais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quem tem um carro importado até o<br />

pe<strong>de</strong>stre.<br />

5.3 - Mobiliário urbano<br />

São vários os tipos <strong>de</strong> mídia classifica<strong>dos</strong> como mobiliário urbano, e qualquer<br />

relação nunca estará completa porque a cada dia as empresas exibidoras criam<br />

novos tipos <strong>de</strong> peças e materiais. E isso contribui para confundi-los com as<br />

inúmeras variações e formatos da mídia extensiva.<br />

40


Uma peça po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada mobiliário urbano se não for nenhum tipo <strong>de</strong><br />

outdoor, painel ou busdoor e, se for peça instalada em local público como ruas,<br />

calçadas, calçadões ou praças, e sua exploração publicitária <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

concorrência pública do município.<br />

Tipos <strong>de</strong> mobiliário urbano:<br />

Abrigo <strong>de</strong> ônibus<br />

Abrigo <strong>de</strong> táxi<br />

Banca <strong>de</strong> jornais<br />

Banco <strong>de</strong> praças<br />

Banheiro público<br />

Bicicletaria<br />

Gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção a pe<strong>de</strong>stres<br />

MUPI (mobiliário urbano para<br />

informação), ou totem<br />

Placas indicativas <strong>de</strong> ruas<br />

Protetor <strong>de</strong> árvore<br />

Quiosques diversos<br />

Relógio e temperatura<br />

Sinalizadores turísticos e <strong>de</strong> interesse<br />

coletivo<br />

Mapas e informações da cida<strong>de</strong><br />

TRABALHO:<br />

1- Qual o tipo <strong>de</strong> mídia exterior que normalmente tem o maior tempo <strong>de</strong><br />

contrato <strong>de</strong> exibição, e que também <strong>de</strong>mora mais para ser instalado?<br />

2- Cite três tipos <strong>de</strong> mídia exterior e três produtos que seriam bem a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong><br />

a eles.<br />

3- Cite três produtos e em quais tipos <strong>de</strong> mobiliário urbano eles teriam mais<br />

a<strong>de</strong>quação.<br />

41


5.4 - A técnica do cartaz<br />

Para que um cartaz seja eficiente é preciso ter as seguintes virtu<strong>de</strong>s:<br />

a) a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chamar a atenção;<br />

b) unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> idéia e forma;<br />

c) clareza e vigor na sugestão;<br />

d) legibilida<strong>de</strong>;<br />

e) estética – aparência artística e perfeito acabamento.<br />

A publicida<strong>de</strong> ao ar livre também é conhecida como Mídia Externa, são<br />

exemplos e compreen<strong>de</strong>m: Outdoor, busdoor, metrô, placa <strong>de</strong> rua, entre<br />

outros. É o meio que domina as ruas e os locais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong><br />

pessoas, proporciona impacto visual por seu tamanho e amplia a<br />

visibilida<strong>de</strong> da campanha por estar situado em local estratégico. Favorece a<br />

freqüência média e a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> veiculação.<br />

6 - Internet<br />

A Internet dá acesso à informação e à pesquisa sobre qualquer assunto e é o<br />

maior difusor <strong>de</strong> conhecimento com que o homem jamais sonhou. Ao mesmo<br />

tempo, é um meio essencialmente interativo, que promove a<br />

comunicação/interativida<strong>de</strong> entre os usuários. Atinge um público qualificado e<br />

formador <strong>de</strong> opinião. Permite a mensuração <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> e uma i<strong>de</strong>ntificação<br />

entre o produto e o site. É o meio mais a<strong>de</strong>quado à globalização <strong>de</strong> uma<br />

mensagem.<br />

Falaremos sobre este item mais adiante no capítulo 10, <strong>de</strong>dicado com<br />

exclusivida<strong>de</strong> ao assunto. (Vi<strong>de</strong> página 92.)<br />

7 - Marketing direto<br />

Marketing direto é uma especialização do marketing que envolve a utilização <strong>de</strong><br />

técnicas <strong>de</strong> propaganda e venda que permitem atingir o mercado-alvo <strong>de</strong> forma<br />

muito dirigida e obter respostas diretas e mensuráveis. Não <strong>de</strong>ve ser confundido<br />

com mala-direta que é uma mídia, também utilizada pelo marketing direto, que<br />

implica no uso <strong>de</strong> cartas como meio <strong>de</strong> comunicação, que po<strong>de</strong>m ou não ser<br />

acompanhadas <strong>de</strong> folhetos e cupons. Sua utilização é feita com o uso <strong>de</strong> um<br />

“mailing list”, contendo o nome e en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> clientes potenciais. Outra<br />

42


ferramenta do marketing direto é o telemarketing, que é um conjunto <strong>de</strong> técnicas<br />

para uso do telefone para a comunicação e venda junto ao mercado.<br />

O marketing direto permite obter um retorno mensurável sob a forma <strong>de</strong> respostas<br />

diretas. É uma forma <strong>de</strong> manter um relacionamento permanente, individualizado e<br />

com mais rentabilida<strong>de</strong> com cada cliente, através <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>.<br />

Pelo seu baixo custo e alto retorno é fundamental também para pequenos<br />

prestadores <strong>de</strong> serviços, possibilitando a comunicação com seu público sem<br />

<strong>de</strong>sperdícios.<br />

O marketing direto inclui as vendas diretas, feitas com a utilização <strong>de</strong> catálogos,<br />

malas-diretas ou anúncios, cartas-circulares, folhetos, cartões, telegramas,<br />

prospectos, folhetos, livretos, catálogos, broadsi<strong>de</strong>s e peças congêneres, enviadas<br />

diretamente ao consumidor, pelo correio ou através <strong>de</strong> empresas especializadas<br />

na entrega pessoal.<br />

Suas principais características são:<br />

a) Seletivida<strong>de</strong> – alcança exclusivamente o grupo consumidor que é o alvo da<br />

comunicação, diminuindo o <strong>de</strong>sperdício.<br />

b) Oportunida<strong>de</strong> – po<strong>de</strong> ser usado na época mais conveniente.<br />

c) Maleabilida<strong>de</strong> – adapta-se tanto ao gran<strong>de</strong> como ao pequeno anunciante.<br />

Po<strong>de</strong> ser usada para cobrir um local <strong>de</strong>terminado ou todo país.<br />

d) Flexibilida<strong>de</strong> – suas peças impressas adaptam-se a todo o tipo e tamanho<br />

<strong>de</strong> mensagens. Po<strong>de</strong>m ser simples ou luxuosas.<br />

e) Sigilo – indo diretamente ao consumidor é, <strong>de</strong> certo modo, sigilosa e po<strong>de</strong><br />

dispensar um tratamento personalizado.<br />

f) Controle – a sua circulação e cobertura estão sob controle do anunciante.<br />

As tabelas na página a seguir comparam as características entre os <strong>meios</strong>.<br />

43


Atributo tangível TV PAY<br />

TV<br />

Alcance <strong>de</strong><br />

Público<br />

MEIO<br />

RD RV JO ME CIN INT<br />

3 2 2 2 2 2 1 1<br />

Segmentação 2 3 3 3 3 1 3 3<br />

Cobertura<br />

nacional<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

cobertura<br />

Freqüência <strong>de</strong><br />

exposição<br />

3 2 2 3 1 1 1 2<br />

3 2 2 1 3 2 1 2<br />

3 3 3 1 2 3 1 3<br />

Continuida<strong>de</strong> 2 3 2 3 2 3 2 2<br />

Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reprodução<br />

3 3 1 3 1 2 3 2<br />

Custo absoluto 1 3 3 2 1 2 3 2<br />

Custo relativo 3 2 3 1 1 2 1 1<br />

Atributo tangível TV PAY<br />

TV<br />

MEIO<br />

RD RV JO ME CIN INT<br />

Conteúdo editorial 2 2 2 3 3 1 1 3<br />

Apelo emocional 3 3 3 1 1 1 3 2<br />

Apelo racional 2 2 2 3 3 1 1 2<br />

Atualida<strong>de</strong> 3 3 3 3 3 1 3 3<br />

Credibilida<strong>de</strong> 2 2 3 3 3 1 2 3<br />

Fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> 2 2 3 3 3 1 1 2<br />

Formador <strong>de</strong><br />

opinião<br />

1 2 2 3 3 1 2 3<br />

Ditador <strong>de</strong> moda 3 2 1 3 2 1 1 2<br />

Nível <strong>de</strong> atenção 2 2 1 3 3 2 3 3<br />

Valor comunitário 2 1 3 1 3 1 1 2<br />

44


4 - O MERCHANDISING<br />

O termo merchandising tem sido usado pelo mercado para quase tudo que não<br />

seja comercial tradicional, e se tornou a <strong>de</strong>nominação corriqueira para comerciais<br />

ao vivo, testemunhais en<strong>dos</strong>sa<strong>dos</strong> por apresentadores, ações promocionais<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> programas, musiquinhas cantadas, e até para eventos promocionais<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> programas, mesmo quando eles não têm nenhum envolvimento com<br />

<strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação.<br />

O verda<strong>de</strong>iro merchandising é a forma <strong>de</strong> se fazer publicida<strong>de</strong> sem que fique<br />

evi<strong>de</strong>nte que a aparição do produto está sendo paga, e nasceu no cinema: após a<br />

recessão <strong>de</strong> 1929 o governo americano precisava incentivar a auto-estima na<br />

população e encomendou à diretores famosos produções que passassem idéias<br />

otimistas para a população. Durante, e após a 2ª Guerra, os “produtos” que o<br />

governo americano precisou ven<strong>de</strong>r para os jovens foram: o patriotismo, e a causa<br />

nobre do combate ao nazismo para justificar a guerra. E várias outras causas e<br />

idéias <strong>de</strong> interesse do governo americano e <strong>de</strong> outros governos – justas ou não –<br />

foram divulgadas através <strong>de</strong> filmes, e diretores insuspeitos.<br />

O merchandising nasceu patrocinando o próprio cinema, on<strong>de</strong> o filme todo era a<br />

mensagem a ser vendida. Depois se passou à prática <strong>de</strong> inserir apenas produtos.<br />

4.1 - A ética<br />

Os dois gran<strong>de</strong>s problemas do merchandising para o público são que, primeiro: se<br />

ele é malfeito, com situações forçadas, close no logo da marca, personagens que,<br />

<strong>de</strong> repente, contrariando suas personalida<strong>de</strong>s, dizem frases elogiosas ou ditam<br />

recomendações parecendo texto <strong>de</strong>corado sobre certos produtos, isso faz com<br />

que até crianças percebam que aquelas falas e ações só estão sendo encenadas<br />

pela personagem porque é publicida<strong>de</strong>, e, como tal, paga.<br />

O segundo problema acontece quando o merchandising é feito <strong>de</strong> maneira<br />

correta, com o produto se inserindo naturalmente no roteiro, nas cenas, situações<br />

e falas das personagens, passando a idéia para o público <strong>de</strong> que a sua aparição<br />

foi uma opção do autor.<br />

Nesses casos, então, há que se ter ética, bom senso e escrúpulos, para não se<br />

divulgar produtos serviços, conceitos, juízos ou hábitos con<strong>de</strong>náveis ou maléficos,<br />

pois nessa hora, por não perceberem que se trata <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, as pessoas<br />

estão muito mais vulneráveis e fáceis <strong>de</strong> serem persuadidas.<br />

O paradoxal sobre merchandising, aqui no Brasil, é que o Código <strong>de</strong> Defesa do<br />

Consumidor no seu artigo 36 diz: “A publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser veiculada <strong>de</strong> tal forma<br />

que o consumidor, fácil e imediatamente, a i<strong>de</strong>ntifique como tal”. Quer dizer, se o<br />

45


merchandising for feito da forma correta, é ilegal e o anunciante estará sujeito a<br />

penalida<strong>de</strong>s!<br />

Para o mercado publicitário o merchandising também tem dois gran<strong>de</strong>s<br />

problemas:<br />

1º- Um comercial tradicional, ao contrário do merchandising, é parte <strong>de</strong> uma<br />

campanha – que por sua vez é baseada em objetivos, estratégias, linha temática –<br />

e é pensado, criado, produzido, a partir do plano <strong>de</strong> marketing do anunciante, que,<br />

quando bem-feito e criativo, faz o público gostar <strong>de</strong>le e do produto.<br />

2º- Por não ter quase nada disso, o merchandising dificilmente é eficaz para<br />

construir, fortalecer e criar conceitos e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para a marca. E é péssimo para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento e valorização do mercado publicitário – ninguém premia e nem<br />

elogia merchandising bem-feito, mesmo porque merchandising bem-feito não é<br />

percebido.<br />

4.2 - O merchandising no cinema<br />

Vários produtos fizeram, durante anos, merchandising no cinema e, por ter sido<br />

bem-feito, o público nunca chegou a perceber que se tratava <strong>de</strong> cenas inseridas<br />

no roteiro mediante verbas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />

As pessoas notam que se trata <strong>de</strong> cenas pagas pelas marcas, quando as<br />

situações forçadas ficam evi<strong>de</strong>ntes. Ou quando a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos<br />

inseri<strong>dos</strong> no roteiro <strong>de</strong>ixa claro que não se trata <strong>de</strong> meras coincidências.<br />

Embora o preço <strong>de</strong> uma participação <strong>de</strong> merchandising (que po<strong>de</strong> conter mais <strong>de</strong><br />

uma cena) é muito baixo em relação ao custo total do filme, e menos ainda, em<br />

relação ao seu lucro estimado, a soma <strong>de</strong> vários anunciantes po<strong>de</strong> representar<br />

uma boa parcela do orçamento total do filme.<br />

Várias gran<strong>de</strong>s produções <strong>de</strong> Hollywood foram produzidas graças às polpudas<br />

verbas <strong>de</strong> merchandising, como nos casos <strong>de</strong> Minority Report, que teve 31% do<br />

seu custo total bancado por merchandisings, e 007 – Um Novo Dia para Morrer<br />

que teve 42 % (veja <strong>de</strong>talhes a seguir).<br />

Se houvesse um Oscar para o maior merchandising do cinema, sem dúvida ele<br />

seria do O Náufrago, com o rei do merchandising, Tom Hanks. O filme é<br />

simplesmente um merchandising <strong>de</strong> 143 minutos da FedEx, com um pouco menos<br />

<strong>de</strong> tempo da Wilson (artigos esportivos). Mas muito bem-feito.<br />

Minority Report (A Nova Lei), dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom<br />

Cruise, em 2002, teve 15 diferentes empresas que pagaram um total <strong>de</strong> US$ 25<br />

milhões pelas cenas <strong>de</strong> merchandising <strong>de</strong> seus produtos, o que dá uma média <strong>de</strong><br />

US$ 1,7 milhão por empresa. Como o filme custou US$ 80 milhões, cada<br />

merchandising representou 2,13% do orçamento do filme.<br />

46


Em 007 – Um Novo Dia para Morrer, lançado em 2002, as 24 empresas que<br />

fizeram merchandising no filme pagaram um total <strong>de</strong> US$ 60 milhões, resultando<br />

numa média <strong>de</strong> 2,5 milhões para cada uma. O orçamento total <strong>de</strong>ssa 20ª<br />

produção do agente secreto inglês ficou em US$ 142 milhões, o que fez com que<br />

cada merchandising representasse somente 1,76% do custo do filme.<br />

Merchandising da Sony no filme 007 – Casino Royale<br />

Merchandising da Lexus no filme Minority Report<br />

Com o renascer do cinema nacional a partir <strong>de</strong> 1995, e abertura <strong>de</strong> inúmeras<br />

salas, havendo hoje cerca <strong>de</strong> 1.800, as inserções <strong>de</strong> merchandising nas<br />

produções brasileiras tem se tornado constante e principalmente, uma gran<strong>de</strong><br />

ajuda nos orçamentos. Como foi em Show <strong>de</strong> Verão, estrelado pelo casal Angélica<br />

e Luciano Huck, que contou com mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z marcas.<br />

Até a situação proibitiva <strong>de</strong> se inserir merchandising em filmes <strong>de</strong> época, se<br />

conseguiu contornar com bastante criativida<strong>de</strong> no A Taça do Mundo é Nossa,<br />

lançado em 2003 e estrelado pela turma do Casseta & Planeta. O filme se passa<br />

em 1970 e o estilo <strong>de</strong> humor nonsense do Casseta permitiu a inserção do principal<br />

merchandising do filme, o novo Pólo 2004 da Volkswagem, com um personagem<br />

47


questionando a situação irreal <strong>de</strong> o carro estar num filme <strong>de</strong> 1970 e o outro<br />

fazendo blague com a própria <strong>de</strong>cisão do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing da Volks <strong>de</strong><br />

ter aprovado tal ação.<br />

Com os outros produtos que participaram do filme, os produtores conseguiram<br />

levantar quase R$ 1,5 milhão <strong>de</strong> verba <strong>de</strong> merchandising, ou seja, 31% do<br />

orçamento total <strong>de</strong> R$ 4,9 milhões. Em algumas outras produções da Conspiração<br />

Filmes a verba <strong>de</strong> merchandising chega a cobrir até 18% <strong>dos</strong> custos <strong>de</strong> produção.<br />

4.3 - O merchandising na TV<br />

Nos anos 80, quando teve início a prática do merchandising nas novelas, havia o<br />

bom senso <strong>de</strong> se inserir produtos somente se houvesse pertinência e a<strong>de</strong>quação<br />

com o roteiro e trama já escritos pelo autor. Ultimamente isso <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser feito, e<br />

o roteiro é que é alterado pelo autor para se a<strong>de</strong>quar ao produto que vai ser<br />

divulgado, ou então, já é escrito prevendo situações nas quais possam entrar<br />

vários tipos <strong>de</strong> produtos.<br />

Na televisão, a relação entre preços <strong>de</strong> merchandisings e custos <strong>de</strong> produção <strong>dos</strong><br />

programas, é bem menor, com o preço médio <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong> 90” chegando a<br />

ficar entre US$ 50,000 a US$ 80,000, que é também quanto po<strong>de</strong> custar a<br />

produção <strong>de</strong> um capítulo das novelas da Re<strong>de</strong> Globo, o que faz com que o preço<br />

do merchandising em TV chegue a 100% do custo do programa, e às vezes, até<br />

mais que isso.<br />

E graças ao volume <strong>de</strong>spudorado com que apresentadores ven<strong>de</strong>m <strong>de</strong> tudo entre<br />

os “intervalos” <strong>de</strong> uma atração e outra <strong>de</strong>ntro <strong>dos</strong> blocos <strong>dos</strong> programas, esse<br />

faturamento mantém não só os programas, mas também os próprios<br />

apresentadores e seus altos salários.<br />

É inegável a força do merchandising quando feito da forma certa, tanto que nos<br />

anos 80, em uma novela da Globo uma personagem dizia que estava cansada da<br />

cor roxa e que não iria mais usar roupas <strong>de</strong>ssa cor. O que o autor não sabia era<br />

que as lojas estavam estocadas com roupas da cor roxa, porque seria a cor da<br />

estação. E ficou tudo encalhado nas lojas, a ponto <strong>de</strong> a Associação <strong>dos</strong> Lojistas<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro relatar o fato à Re<strong>de</strong> Globo.<br />

Para consertar o problema, a emissora colocou num capítulo seguinte a mesma<br />

personagem dizendo que tinha mudado <strong>de</strong> idéia e que passaria a comprar roupas<br />

da cor roxa. As lojas passaram a ven<strong>de</strong>r as roupas <strong>de</strong> cor roxa acima até do<br />

normal e a Associação <strong>dos</strong> Lojistas novamente se dirigiu à Globo, <strong>de</strong>ssa vez para<br />

agra<strong>de</strong>cer pela ajuda nas vendas.<br />

Aproveitando a força do merchandising na TV, alguns autores têm inserido nas<br />

novelas da Re<strong>de</strong> Globo ações sociais nobres e importantes, divulgando na forma<br />

48


<strong>de</strong> merchandising informações <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública e temas sociais como,<br />

igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos e planejamento familiar. Espelhando-se nisso, o governo<br />

fe<strong>de</strong>ral conseguiu, em 2003, que Globo e SBT concordassem em fazer<br />

merchandising social em alguns programas contra prostituição infantil.<br />

TRABALHO:<br />

1- Como surgiu o merchandising?<br />

2- Como é a forma mais correta <strong>de</strong> se fazer merchandising no cinema ou na<br />

TV?<br />

3- Por que o uso do merchandising por parte <strong>dos</strong> veículos <strong>de</strong> comunicação e<br />

anunciantes precisa ter ética?<br />

4- Cite pelo menos dois exemplos <strong>de</strong> merchandising feitos da forma correta<br />

no cinema, e dois feitos em TV.<br />

49


5 – PLANEJAMENTO DE MÍDIA<br />

Planejamento <strong>de</strong> mídia é o momento <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> um plano, conforme a<br />

verba disponível, para aten<strong>de</strong>r aos objetivos <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> marketing. É<br />

um processo <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> idéias e <strong>de</strong> tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, como veremos<br />

mais adiante, <strong>de</strong> acordo com um roteiro e um método pre<strong>de</strong>termina<strong>dos</strong>.<br />

E por que planejamento? Porque cada vez mais a situação vem exigindo, do<br />

profissional <strong>de</strong> mídia, talento e criativida<strong>de</strong> para aten<strong>de</strong>r a<strong>de</strong>quadamente às<br />

exigências <strong>de</strong> um mercado que se torna cada vez mais sofisticado e complexo<br />

com a entrada <strong>de</strong> novas culturas empresariais e das revolucionárias tecnologias.<br />

Passa-se por uma revolução qualitativa e quantitativa do mercado consumidor: do<br />

antigo fabricante com oferta limitada, surgiu o atacadista com gran<strong>de</strong> força <strong>de</strong><br />

distribuição, culminando no varejo com extensa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas e com enorme<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos. Por outro lado, o consumidor torna-se cada vez mais<br />

exigente e infiel às marcas.<br />

6.1 Plano <strong>de</strong> Mídia<br />

É o documento que contém <strong>de</strong> forma organizada as análises <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e as<br />

recomendações para se atingirem as metas da campanha.<br />

Como já foi dito antes, o Plano <strong>de</strong> Mídia está para a mídia assim como a peça<br />

publicitária está para a criação. Essa relação parece óbvia para alguns, mas para<br />

quem está iniciando na área <strong>de</strong> mídia ou está há pouco tempo na ativida<strong>de</strong>, é<br />

importante entendê-la, porque ela po<strong>de</strong> ajudar a construir uma correta e<br />

consistente carreira profissional.<br />

Vamos à explicação:<br />

• em uma peça <strong>de</strong> TV, por exemplo, o profissional <strong>de</strong> criação utiliza sua<br />

sensibilida<strong>de</strong> para criar um comercial que transmita, <strong>de</strong> forma tocante e<br />

persuasiva, os aspectos relevantes do produto ou serviço;<br />

50


• em um Plano <strong>de</strong> Mídia, o profissional <strong>de</strong> mídia coloca em prática sua visão<br />

estratégica para planejar a melhor forma <strong>de</strong> veicular esse comercial <strong>de</strong> TV,<br />

<strong>de</strong> modo que atinja a quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> público-alvo e com a<br />

intensida<strong>de</strong> necessária.<br />

Um ponto comum nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses profissionais é o talento para <strong>de</strong>senvolver<br />

um trabalho que leva sua assinatura, assim como o artista com sua obra, o músico<br />

com sua canção e o artilheiro com o gol.<br />

O Planejamento <strong>de</strong> Mídia divi<strong>de</strong>-se em três pilares, a saber: objetivo, estratégia e<br />

tática.<br />

1º Objetivo <strong>de</strong> mídia<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que se quer atingir com a campanha, com <strong>de</strong>terminada<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> veiculação e durante <strong>de</strong>terminado período.<br />

2º Estratégia <strong>de</strong> mídia<br />

É o caminho que se traça para atingir esse objetivo, utilizando os <strong>meios</strong> escolhi<strong>dos</strong><br />

e seguindo um cronograma <strong>de</strong> veiculação.<br />

3º Tática <strong>de</strong> mídia<br />

São as formas <strong>de</strong> ação e os recursos através <strong>dos</strong> quais se implanta essa<br />

estratégia, ou seja, é o <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> on<strong>de</strong> as peças serão veiculadas, do<br />

número <strong>de</strong> inserções, <strong>de</strong> pessoas atingidas e <strong>dos</strong> valores que serão investi<strong>dos</strong>.<br />

Objetivo, estratégia e tática são termos utiliza<strong>dos</strong> na arte militar e foram<br />

<strong>de</strong>vidamente apropria<strong>dos</strong> para o meio publicitário: guerra <strong>de</strong> marcas, guerra para<br />

conquistar o consumidor e guerra <strong>de</strong> preços são algumas frases citadas no<br />

mercado. Em mídia, o esforço para se chegar a <strong>de</strong>terminado resultado envolve,<br />

também, uma situação <strong>de</strong> guerra, e quem planejar melhor os combates terá maior<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vencê-las.<br />

51


As armas do profissional <strong>de</strong> mídia para participar <strong>dos</strong> combates são os<br />

conhecimentos básicos das técnicas que, com uma <strong>dos</strong>e <strong>de</strong> talento, po<strong>de</strong>m levar<br />

a combinações extremamente criativas entre os recursos e os <strong>meios</strong> disponíveis<br />

para a veiculação da mensagem.<br />

52


6 - PLANO DE MÍDIA<br />

O mo<strong>de</strong>lo que será apresentado aqui é básico e aten<strong>de</strong> à maioria <strong>dos</strong><br />

anunciantes.<br />

Para a construção do Plano <strong>de</strong> Mídia é necessário dispor das seguintes<br />

informações:<br />

A) Briefing <strong>de</strong> mídia: documento emitido pelo planejamento com base nas<br />

informações do cliente e que contém a <strong>de</strong>scrição do produto, do mercado e da<br />

concorrência; os objetivos e as estratégias <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> comunicação; as<br />

praças e o período <strong>de</strong> veiculação e a verba disponível. Para ampliar o<br />

conhecimento, é importante, para o profissional <strong>de</strong> mídia, fazer um levantamento<br />

pessoal; conversar com os consumidores, pessoas do seu círculo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e<br />

com outros profissionais da agência; visitar o site do cliente e da concorrência;<br />

quando se tratar <strong>de</strong> produto <strong>de</strong> consumo, ir a alguns pontos-<strong>de</strong>-venda para<br />

verificar preço, embalagem e disposição do produto;<br />

B) da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> mídia, tais como os <strong>de</strong> audiência, penetração, perfil,<br />

hábitos <strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> investimento publicitário da marca e da concorrência;<br />

C) propostas, projetos e informações atualizadas sobre os veículos que po<strong>de</strong>rão<br />

ser recomenda<strong>dos</strong> no plano.<br />

O profissional <strong>de</strong> mídia só <strong>de</strong>ve iniciar a preparação do plano após o recebimento<br />

do briefing <strong>de</strong> mídia, como acontece com a criação, pois sem um mínimo <strong>de</strong><br />

informações sobre o produto e o mercado é impossível fazer qualquer<br />

recomendação.<br />

Com isso, tem início o planejamento <strong>de</strong> mídia.<br />

5.1 - Roteiro do plano <strong>de</strong> mídia<br />

1. Informação básica<br />

- informações colhidas do briefing e transcritas com as próprias palavras. Isso<br />

funciona como um check list e se é obrigado a conhecer um pouco mais do<br />

produto, do mercado e da concorrência.<br />

1.1 - Situação do mercado<br />

- o mercado apresenta alguma peculiarida<strong>de</strong> que mereça <strong>de</strong>staque? Por exemplo:<br />

quando houve, em 1994, a implantação do Plano Econômico que introduziu o<br />

padrão monetário “Real” cresceu o consumo <strong>de</strong> produtos com alto valor agregado;<br />

53


- qual a situação <strong>de</strong> vendas da categoria – está estável, crescendo ou caindo.<br />

Esse dado po<strong>de</strong> ser em valor e/ou em quantida<strong>de</strong>;<br />

- da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> vendas, distribuição e preços pratica<strong>dos</strong> pela empresa e da<br />

concorrência.<br />

1.2 – Produto<br />

- <strong>de</strong>scrição física do produto. Principais atributos;<br />

- análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> vendas;<br />

- objetivos <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> comunicação;<br />

- estratégias <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> comunicação;<br />

- outras ações <strong>de</strong> comunicação.<br />

1.3 – Concorrência<br />

- <strong>de</strong>scrição física do(s) produto(s) concorrente(s). Principais diferenças;<br />

- ações <strong>de</strong> comunicação.<br />

1.4 - Público – alvo<br />

- quem consome? Da<strong>dos</strong> por sexo, classe social, ida<strong>de</strong>, nível <strong>de</strong> instrução,<br />

ocupação e renda;<br />

- por que consome?<br />

- perfil psicográfico.<br />

1.5 - Praça <strong>de</strong> veiculação<br />

- da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> vendas por praça;<br />

- indicação <strong>de</strong> praças prioritárias.<br />

1.6 - Período <strong>de</strong> veiculação<br />

- da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> vendas mensais;<br />

- perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> maior e menor consumo.<br />

1.7 - Verba disponível<br />

Nesta primeira parte do plano, não é comum fazer profundas consi<strong>de</strong>rações sobre<br />

as informações citadas. Algumas <strong>de</strong>las po<strong>de</strong>rão ser analisadas <strong>de</strong>talhadamente<br />

em outra parte do plano.<br />

2. Investimento da concorrência em mídia<br />

Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> investimento em mídia forneci<strong>dos</strong> pelo IBOPE Monitor, com custos <strong>de</strong><br />

tabela <strong>de</strong> veiculação.<br />

54


2.1 Investimento total em mídia<br />

Apresentação <strong>dos</strong> valores investi<strong>dos</strong> e participação em percentual das marcas.<br />

(esta participação está vinculada ao aparecimento das marcas contribuintes).<br />

2.2 Investimento por meio, por praça e por mês<br />

Apresentação em valor absoluto ou o percentual sobre o total investido.<br />

2.3 Volume do GRP <strong>de</strong> televisão por praça, veículo, gênero e por tamanho da<br />

peça<br />

Apresentação em número absoluto.<br />

2.4 Número <strong>de</strong> inserções por veículo<br />

Será interessante dispor <strong>de</strong> um histórico <strong>de</strong> investimento total em mídia das<br />

marcas concorrentes para avaliar a tendência para o ano e, se possível, para o<br />

futuro.<br />

3 - Objetivo <strong>de</strong> mídia<br />

Capítulo no qual o profissional <strong>de</strong>termina a linha mestra do plano que <strong>de</strong>verá<br />

servir <strong>de</strong> base para as próximas etapas. Parte fundamental do plano.<br />

A linha mestra pressupõe três variáveis:<br />

3.1 - Alcance<br />

Significa quantificar o número <strong>de</strong> pessoas do público-alvo que se preten<strong>de</strong> atingir<br />

com a campanha. Expresso em percentual.<br />

3.2 - Frequência média<br />

Significa <strong>de</strong>terminar quantas vezes em média o público-alvo <strong>de</strong>verá estar exposto<br />

à mensagem ou à programação.<br />

3.3 - Continuida<strong>de</strong><br />

Significa distribuir o esforço durante o ano ou no período <strong>de</strong> veiculação.<br />

Temos três formas <strong>de</strong> trabalhar a continuida<strong>de</strong>:<br />

a) linear: distribuição do esforço em pelo menos nove flights no ano;<br />

55


) onda: distribuição do esforço em dois momentos no ano, sendo três flights<br />

no primeiro semestre e outros três flights no segundo semestre;<br />

c) concentrada: por motivo <strong>de</strong> consumo sazonal ou para dar maior impacto à<br />

campanha, o esforço é concentrado em três flights num único momento do<br />

ano.<br />

A verba <strong>de</strong>sempenha papel importante na <strong>de</strong>cisão sobre como se preten<strong>de</strong><br />

trabalhar as três variáveis, o que evi<strong>de</strong>ncia o talento do profissional <strong>de</strong> mídia em<br />

lidar com as várias combinações possíveis. E cada combinação apresenta um<br />

resultado diferente.<br />

Por exemplo:<br />

Alternativa A<br />

Alto alcance, média freqüência e continuida<strong>de</strong> em onda.<br />

Alternativa B<br />

Médio alcance, alta freqüência e continuida<strong>de</strong> em onda.<br />

Alternativa C<br />

Alto alcance, alta freqüência e continuida<strong>de</strong> concentrada.<br />

4. Estratégia <strong>de</strong> mídia<br />

É a fase <strong>de</strong> seleção <strong>dos</strong> “<strong>meios</strong>” que serão utiliza<strong>dos</strong> para aten<strong>de</strong>r ao objetivo <strong>de</strong><br />

mídia.<br />

Compete ao profissional selecionar o(s) meio(s) <strong>de</strong> acordo com sua característica<br />

intrínseca e aspectos quantitativos.<br />

Caso a recomendação contemple mais <strong>de</strong> um meio, <strong>de</strong>ve-se i<strong>de</strong>ntificar a função<br />

<strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les:<br />

a) Básico - Meio único ou principal da campanha. É aquele que aten<strong>de</strong> quase<br />

que plenamente ao objetivo <strong>de</strong> mídia.<br />

b) Complementar - Complementa o meio básico na variável alcance <strong>de</strong> mídia,<br />

na continuida<strong>de</strong> linear <strong>de</strong> veiculação ou no conteúdo da comunicação.<br />

c) Apoio - Reforça o meio básico na variável freqüência média.<br />

É imprescindível o conhecimento sobre os <strong>meios</strong>, principalmente em sua relação<br />

com o público. O hábito <strong>de</strong>termina a audiência.<br />

56


5. Cronograma <strong>de</strong> veiculação<br />

Recurso gráfico que facilita a visualização <strong>de</strong> como os <strong>meios</strong> serão utiliza<strong>dos</strong> no<br />

ano.<br />

6. Tática <strong>de</strong> veiculação<br />

Apresentação <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> como a veiculação será executada e compõe-se <strong>de</strong>:<br />

- mapa <strong>de</strong> programação por meio;<br />

- análise <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> veículos;<br />

- resumo <strong>de</strong> verba.<br />

7. Anexos<br />

Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> <strong>de</strong> pesquisa, <strong>de</strong>monstrativo <strong>de</strong> negociação e propostas <strong>de</strong><br />

patrocínio.<br />

57


7 - PRINCIPAIS TERMOS E TÉCNICAS DE MÍDIA<br />

7.1 Audiência domiciliar <strong>de</strong> TV<br />

É a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílios, <strong>de</strong> uma praça, sintoniza<strong>dos</strong> num programa, em<br />

relação ao total <strong>de</strong> domicílios com TV da praça. Expresso em percentual.<br />

Audiência domiciliar do programa = nº <strong>de</strong> domicílios sintoniza<strong>dos</strong> x 100<br />

Total <strong>de</strong> domicílios com TV<br />

Exemplo hipotético:<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílios do Rio <strong>de</strong> Janeiro que assistem ao Programa X<br />

(1.750.000), em relação ao total <strong>de</strong> domicílios com TV do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

(5.000.000). Portanto, o Programa X tem 35% <strong>de</strong> audiência domiciliar.<br />

Audiência domiciliar do Programa X = 1.750.000 x 100 = 35%<br />

5.000.000<br />

7.2 Audiência individual<br />

É a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas, <strong>de</strong> uma praça, sintonizadas num programa, em<br />

relação ao total <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>ssa praça. Expresso em percentual.<br />

Audiência individual do programa = nº <strong>de</strong> pessoas sintonizadas x 100<br />

Total <strong>de</strong> pessoas<br />

Exemplo hipotético:<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres das classes AB, entre 25 e 35 anos, <strong>de</strong> Salvador, que<br />

assistem ao Programa Z (130.000), em relação ao total <strong>de</strong> mulheres das classes<br />

AB, entre 25 e 35 anos, <strong>de</strong> Salvador (240.000). Portanto, o Programa Z tem 54%<br />

<strong>de</strong> audiência nesse público.<br />

Audiência individual do Programa Z = 130.000 x 100 = 54%<br />

240.000<br />

58


Audiência é uma das referências utilizadas pelo profissional <strong>de</strong> mídia para a<br />

escolha do programa no qual o comercial será veiculado. Além disso, adota os<br />

critérios: a<strong>de</strong>quação do programa com o produto que será anunciado, perfil <strong>dos</strong><br />

telespectadores e custo da veiculação do comercial no programa, em relação ao<br />

número <strong>de</strong> pessoas que assistem ao programa. Explicação <strong>de</strong>talhada no item 6.8.<br />

A informação <strong>de</strong> audiência <strong>de</strong> TV é um <strong>dos</strong> serviços realiza<strong>dos</strong> pelo Ibope, cuja<br />

coleta é feita por meio <strong>de</strong> um aparelho chamado peoplemeter, que fica acoplado<br />

ao televisor do domicílio e registra, a partir do momento em que a TV é ligada,<br />

qual o canal sintonizado (audiência domiciliar), e quem está assistindo (audiência<br />

individual). Nesse caso, a pessoa <strong>de</strong>ve-se i<strong>de</strong>ntificar dando um click em um botão<br />

localizado no peoplemeter. Os da<strong>dos</strong> são envia<strong>dos</strong> ao Ibope por meio <strong>de</strong> linha<br />

especial.<br />

7.3 Participação <strong>de</strong> audiência domiciliar<br />

É a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílios, <strong>de</strong> uma praça, sintoniza<strong>dos</strong> num programa, em<br />

relação ao total <strong>de</strong> domicílios com TV liga<strong>dos</strong> no horário em que o programa é<br />

exibido na praça. Expresso em percentual.<br />

Participação <strong>de</strong> audiência domiciliar = n° <strong>de</strong> domicílios sintoniza<strong>dos</strong> no programa x 100<br />

Total <strong>de</strong> domicílios liga<strong>dos</strong> no horário<br />

Exemplo hipotético:<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílios do Rio <strong>de</strong> Janeiro que assistem ao Programa X<br />

(1.750.000), em relação ao total <strong>de</strong> domicílios com TV liga<strong>dos</strong> no horário, do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro (3.500.000). Portanto, a participação <strong>de</strong> audiência domiciliar do<br />

Programa X é <strong>de</strong> 50%.<br />

Participação <strong>de</strong> audiência domiciliar = 1.750.000 x 100 = 50%<br />

3.500.000<br />

59


O total <strong>de</strong> aparelhos liga<strong>dos</strong> é o resultado da soma <strong>dos</strong> domicílios sintoniza<strong>dos</strong> em<br />

todas as emissoras, em <strong>de</strong>terminado horário.<br />

Exemplo hipotético:<br />

Total Aud. % Part. %<br />

Total domicílios com TV 4.000.000 100 ---<br />

Domicílios com TV <strong>de</strong>sliga<strong>dos</strong> 1.500.000 38 ---<br />

Domicílios com TV liga<strong>dos</strong>* 2.500.000 62 100<br />

Emissora A 1.300.000 32 52<br />

Emissora B 600.000 15 24<br />

Emissora C 400.000 10 16<br />

Emissora D 200.000 5 8<br />

* Horário das 20h às 22h.<br />

Participação <strong>de</strong> audiência é o principal dado utilizado pelo profissional <strong>de</strong> mídia<br />

como critério para distribuir a verba <strong>de</strong> veiculação entre as emissoras, pois, <strong>de</strong>ssa<br />

forma, cada uma <strong>de</strong>las po<strong>de</strong>rá ter a verba proporcional a sua audiência.<br />

7.4 Audiência <strong>de</strong> rádio<br />

É a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas, <strong>de</strong> uma praça, que ouvem uma emissora, em relação<br />

ao total da população da praça. Po<strong>de</strong> ser também em relação a <strong>de</strong>terminado<br />

público. Expresso em percentual.<br />

Audiência <strong>de</strong> rádio = nº <strong>de</strong> pessoas que ouvem a rádio x 100<br />

Total <strong>de</strong> pessoas<br />

Exemplo hipotético:<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jovens das classes ABC, entre 15 e 24 anos <strong>de</strong> Porto Alegre, que<br />

ouvem a rádio A (22.000), em relação ao total <strong>de</strong> Jovens das classes ABC, entre<br />

15 e 24 anos, <strong>de</strong> Porto Alegre (400.000). Portanto, a audiência <strong>de</strong>sta rádio é <strong>de</strong><br />

5,5% nesse público.<br />

60


Audiência da Rádio A = 22.000 x 100 = 5,5%<br />

400.000<br />

Como acontece em televisão, a audiência <strong>de</strong> rádio é uma das principais<br />

referências utilizadas pelo profissional <strong>de</strong> mídia para selecionar a emissora que<br />

veiculará o spot. Seu critério consi<strong>de</strong>ra, também, outras informações: a<strong>de</strong>quação<br />

da emissora com o produto que será anunciado, perfil <strong>dos</strong> ouvintes e o custo da<br />

veiculação do spot na emissora, em relação ao número <strong>de</strong> pessoas que ouvem a<br />

emissora. Explicação <strong>de</strong>talhada mais adiante, no item 6.8.<br />

A informação <strong>de</strong> audiência <strong>de</strong> rádio é um <strong>dos</strong> serviços ofereci<strong>dos</strong> pelo Ibope, cuja<br />

coleta é feita por meio <strong>de</strong> entrevista individual no domicílio. O entrevistado<br />

respon<strong>de</strong> sobre a(s) emissora(s) que ouviu nas últimas 48 horas,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do lugar.<br />

7.5 Penetração <strong>de</strong> leitura<br />

Termo muito utilizado na mídia impressa (revista e jornal) e significa a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pessoas, <strong>de</strong> uma praça, que lêem uma publicação (em mídia fala-se título), em<br />

relação ao total <strong>de</strong> pessoas da praça.<br />

Penetração <strong>de</strong> revista = nº <strong>de</strong> leitores <strong>de</strong> um título x 100<br />

Total <strong>de</strong> pessoas<br />

Exemplo hipotético:<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> homens das classes AB, acima <strong>de</strong> 40 anos, <strong>de</strong> São Paulo, que<br />

lêem o Jornal Y (320.000), em relação ao total <strong>de</strong> homens das classes AB, acima<br />

<strong>de</strong> 40 anos, <strong>de</strong> São Paulo (940.000). Portanto, a penetração do Jornal Y é <strong>de</strong><br />

34%.<br />

Penetração do Jornal Y = 320.000 x 100 = 34%<br />

940.000<br />

61


Como na mídia eletrônica, penetração é uma das referências utilizadas pelo<br />

profissional <strong>de</strong> mídia para selecionar o título no qual o anúncio será veiculado.<br />

Adota, também, outros critérios como: a<strong>de</strong>quação editorial com o produto, perfil<br />

<strong>dos</strong> leitores e custo da veiculação do anúncio no título, em relação ao número <strong>de</strong><br />

pessoas que lêem o título. Explicação <strong>de</strong>talhada na seção 6.9.<br />

Penetração tem o mesmo significado <strong>de</strong> hábito <strong>de</strong> audiência e seu uso na mídia<br />

impressa é em razão do tipo <strong>de</strong> pesquisa que o instituto realiza, no caso, o<br />

Marplan adota o método <strong>de</strong> entrevista pessoal com o uso <strong>de</strong> questionário. Para<br />

ser consi<strong>de</strong>rado leitor <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado título <strong>de</strong> revista semanal, por exemplo, a<br />

pessoa <strong>de</strong>ve ter lido este título na semana passada, não importa em que lugar.<br />

7.6 Perfil do público<br />

É um termo utilizado em to<strong>dos</strong> os <strong>meios</strong> e significa o segmento do público <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminado veículo, selecionado por sexo, classe social, faixa etária, instrução,<br />

ocupação e faixa <strong>de</strong> renda. Expresso em percentual.<br />

Perfil do público = nº <strong>de</strong> pessoas do segmento x 100<br />

Total geral<br />

Exemplo hipotético:<br />

Perfil <strong>dos</strong> leitores do Jornal X seleciona<strong>dos</strong> por classe social, da Gran<strong>de</strong> São<br />

Paulo.<br />

Perfil por classe social<br />

Segunda a domingo Total leitores A B C DE<br />

Jornal X (000) 1.360 418 636 256 51<br />

Perfil – em % 100 31 47 19 4<br />

62


Perfil é um dado qualitativo do público que consome o veículo e é uma das<br />

referências utilizadas pelo profissional <strong>de</strong> mídia para verificar a a<strong>de</strong>quação do<br />

público do veículo com o público-alvo do produto. Observa, também, os critérios:<br />

conteúdo editorial e índice <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>. Este é o <strong>de</strong>talhado a seguir.<br />

7.7 Índice <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong><br />

Coeficiente que permite avaliar o perfil do público <strong>de</strong> um veículo, em relação ao<br />

perfil da população. Utilizando-se o índice 100 como parâmetro. O resultado acima<br />

<strong>de</strong> 100 significa maior afinida<strong>de</strong> e menor afinida<strong>de</strong> quando abaixo <strong>de</strong> 100.<br />

Índice <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong> = % perfil do público x 100<br />

% perfil da população<br />

Exemplo hipotético:<br />

Índice <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> leitores do Jornal X.<br />

Perfil classe social<br />

Segunda a domingo A B C DE<br />

População – perfil em % 10 34 36 20<br />

Jornal X - perfil em % 31 47 19 4<br />

Perfil por classe social<br />

Classe Social A B C DE<br />

Jornal X 310 138 52 20<br />

63


7.8 Custo 1% ou Custo por ponto (CPP)<br />

Técnica aplicada na mídia eletrônica e significa quanto custa atingir 1% <strong>dos</strong><br />

domicílios com TV ou <strong>dos</strong> telespectadores <strong>de</strong> um programa, ou <strong>dos</strong> ouvintes <strong>de</strong><br />

uma emissora <strong>de</strong> rádio.<br />

Custo 1% =<br />

Custo unitário da inserção<br />

Audiência do programa <strong>de</strong> TV ou da emissora <strong>de</strong> rádio<br />

Exemplo hipotético:<br />

Custo da inserção do comercial <strong>de</strong> TV <strong>de</strong> 30” no Programa C é R$ 34.500,00 e o<br />

programa tem 35% <strong>de</strong> audiência domiciliar. Portanto, o Custo 1% do Programa C<br />

é <strong>de</strong> R$ 985,71.<br />

Custo 1% = R$ 34.500,00 = R$ 985,71<br />

35%<br />

Custo 1% é utilizado para avaliar a rentabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> programas <strong>de</strong> TV ou das<br />

emissoras <strong>de</strong> rádio, pois aquele <strong>de</strong> menor Custo 1% significa que apresenta<br />

melhor relação custo/audiência.<br />

7.9 Custo por mil (CPM)<br />

Técnica utilizada na mídia impressa ou eletrônica e significa quanto custa atingir<br />

mil leitores ou telespectadores ou ouvintes <strong>de</strong> um veículo.<br />

Custo por mil = custo unitário da inserção x 1.000<br />

Público do veículo<br />

Exemplo hipotético:<br />

Custo da inserção <strong>de</strong> anúncio <strong>de</strong> 1 página a 4 cores na revista D é R$ 120.000,00<br />

e o número <strong>de</strong> leitores é <strong>de</strong> 4.500.000. Portanto, o CPM da Revista D é <strong>de</strong> R$<br />

26,67.<br />

64


CPM = R$ 120.000,00 x 1.000 = R$ 26,67<br />

4.500.000<br />

Os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Custo 1% e CPM são equivalentes, já que no primeiro o cálculo<br />

é sobre o percentual e, no segundo, é sobre o correspon<strong>de</strong>nte número absoluto, e<br />

isso quer dizer que a <strong>de</strong>terminação do mais barato e do mais caro não se altera.<br />

65


8 - Sistema GRP<br />

O GRP (Gross Rating Points) é a técnica utilizada em TV, sendo conhecida como<br />

a soma <strong>dos</strong> índices <strong>de</strong> audiência domiciliares <strong>de</strong> TV, ou seja, o número <strong>de</strong><br />

inserções do comercial, ou ao número <strong>de</strong> inserções x audiência do programa.<br />

Exemplos hipotéticos <strong>de</strong> duas programações com o mesmo total <strong>de</strong> GRP:<br />

Programação 1<br />

Soma das audiências<br />

Programa Aud. dom. % Nº ins. GRP<br />

A 42 10 420<br />

Programação 2<br />

Soma das audiências<br />

Programa Aud. dom. % Nº ins. GRP<br />

A 42 3 126<br />

B 44 5 220<br />

C 37 2 74<br />

Total 420<br />

Consi<strong>de</strong>rando que po<strong>de</strong>mos ter várias composições <strong>de</strong> programas com o mesmo<br />

total <strong>de</strong> GRP e, por outro lado, sabendo que toda veiculação atinge <strong>de</strong>terminada<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílios e esses domicílios serão atingi<strong>dos</strong> certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vezes, as diferenças entre as duas programações acima são:<br />

Programação 1: Boa parte do público atingido po<strong>de</strong>rá assistir ao comercial<br />

10 vezes.<br />

Programação 2: Um público maior será atingido e po<strong>de</strong>rá assistir ao<br />

comercial entre uma e 10 vezes.<br />

66


Chamamos <strong>de</strong> alcance o percentual <strong>de</strong> domicílios que serão atingi<strong>dos</strong> ou pessoas<br />

que serão atingidas e <strong>de</strong> freqüência média o número médio <strong>de</strong> vezes, já que uns<br />

po<strong>de</strong>rão assistir ao comercial muitas vezes e outros poucas vezes. Utilizaremos<br />

esses termos a partir <strong>de</strong>ste momento.<br />

Outra variável importante que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada é a verba disponível, pois<br />

<strong>de</strong>ssa forma po<strong>de</strong>mos ter, também, várias alternativas <strong>de</strong> programação com o<br />

mesmo total <strong>de</strong> GRP e verba, mas os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> alcance e freqüência média<br />

po<strong>de</strong>rão ser completamente diferentes, como se viu no exemplo anterior.<br />

A técnica <strong>de</strong> GRP valorizou a área <strong>de</strong> mídia das agências, ao possibilitar a<br />

quantificação e a comparação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> alcance e freqüência média das<br />

programações com diferentes GRP.<br />

Após sucessivas análises <strong>de</strong>sses resulta<strong>dos</strong>, constatou-se a seguinte equação<br />

matemática:<br />

GRP = freqüência média<br />

Alcance<br />

Desse modo, basta ter duas variáveis para se chegar à terceira.<br />

Cálculo 1<br />

GRP<br />

Freq. Média<br />

= Alcance<br />

Cálculo 2<br />

GRP = Alcance x Freqüência média<br />

67


Exemplo hipotético <strong>de</strong> funcionamento da equação matemática:<br />

Domicílios com TV<br />

Programa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

A * * * *<br />

B * * * *<br />

C * * *<br />

D * * *<br />

E * * * *<br />

O * significa o programa que o domicílio está assistindo. Portanto, <strong>de</strong> 10<br />

domicílios, foram atingi<strong>dos</strong> 6 (domicílios 1, 2, 3, 4, 6 e 7), o que dá 60% <strong>de</strong><br />

alcance: 6 x 100 = 60%<br />

10<br />

Aplicando a equação matemática, ou seja, o cálculo 1, temos:<br />

180 = 3 <strong>de</strong> freqüência média<br />

60<br />

Como o domicílio 1 assistiu ao comercial cinco vezes, o domicílio 2 assistiu três<br />

vezes, o 3 duas vezes e assim sucessivamente, a freqüência média po<strong>de</strong> também<br />

ser calculada tirando-se a média aritmética:<br />

Freqüência média = 5 + 3 + 2 + 4 + 2 + 2 = 18 = 3<br />

6<br />

Utilizando o cálculo 2: 60% <strong>de</strong> alcance x 3 <strong>de</strong> freqüência média = 180 GRP.<br />

Diante disso, a técnica do GRP passou a ser utilizada na elaboração do objetivo<br />

<strong>de</strong> mídia, com a utilização do Cálculo 2: Alcance x Freqüência média = GRP, e<br />

como soma das audiências na montagem da programação, até o total <strong>de</strong> GRP<br />

encontrado na equação matemática.<br />

68


Exemplo: <strong>de</strong>finição do objetivo <strong>de</strong> mídia<br />

1 – Alcance x freqüência média = GRP<br />

Produto: XPTO<br />

Público-alvo: mulheres ABC, acima <strong>de</strong> 25 anos.<br />

Praça: Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Objetivo <strong>de</strong> mídia: atingir 90% do público-alvo, que <strong>de</strong>vem assistir, em<br />

média, 10 vezes ao comercial.<br />

Alcance 90% x Freqüência média 10 = 900 GRP<br />

Os 900 GRP encontra<strong>dos</strong> servirão <strong>de</strong> base para a montagem da programação,<br />

on<strong>de</strong> o GRP é o resultado da soma das audiências até o total encontrado na<br />

equação matemática:<br />

Exemplo: Montagem da programação<br />

2 – GRP como soma das audiências<br />

Programa Aud. % Nº ins. GRP<br />

Novela III 40 6 240<br />

Novela II 30 4 120<br />

Filme A 28 3 84<br />

Filme B 15 2 30<br />

Jornalismo A 38 5 190<br />

Jornalismo B 15 1 15<br />

Show A 25 3 75<br />

Show B 24 3 72<br />

Show C 26 3 78<br />

Total 904<br />

69


O Ibope dispõe <strong>de</strong> um software chamado A&F, que calcula o alcance e a<br />

freqüência média <strong>de</strong> uma programação.<br />

A partir disso, po<strong>de</strong>-se dizer que as <strong>de</strong>cisões, num planejamento <strong>de</strong> mídia, têm<br />

que levar em conta o alcance necessário, a freqüência média i<strong>de</strong>al e um período<br />

<strong>de</strong> veiculação compatível, <strong>de</strong> acordo com a verba disponível.<br />

E como tomar a <strong>de</strong>cisão correta? É fundamental existir o conhecimento <strong>de</strong> certos<br />

aspectos mercadológicos e <strong>de</strong> comunicação, pois eles influenciam a maneira <strong>de</strong><br />

trabalhar o alcance, a freqüência média e o período <strong>de</strong> veiculação.<br />

Relacionamos alguns <strong>de</strong>les e a ressalva é <strong>de</strong> que eles servem <strong>de</strong> parâmetro para<br />

a <strong>de</strong>finição do objetivo <strong>de</strong> mídia, mas o profissional <strong>de</strong>ve ter autonomia para<br />

compor a programação <strong>de</strong> acordo com sua sensibilida<strong>de</strong>.<br />

8.1 Determinação do objetivo <strong>de</strong> alcance<br />

Alto (+ <strong>de</strong> 70%) Baixo (até 50%)<br />

Lançamento<br />

Marca não lí<strong>de</strong>r<br />

Relançamento<br />

Baixa participação no mercado<br />

Marca lí<strong>de</strong>r<br />

Baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />

Aumento <strong>de</strong> vendas<br />

Baixa distribuição do produto<br />

Consumo sazonal<br />

Campanha <strong>de</strong> promoção<br />

8.2 Determinação do objetivo <strong>de</strong> freqüência média<br />

Alta (acima <strong>de</strong> 8) Baixa (mínima <strong>de</strong> 3)<br />

Lançamento<br />

Marca lí<strong>de</strong>r<br />

Relançamento<br />

Público fiel<br />

Novo hábito<br />

Peça <strong>de</strong> impacto<br />

Aumento <strong>de</strong> vendas<br />

70


Concorrência ativa<br />

Público infiel<br />

Consumo sazonal<br />

Campanha <strong>de</strong> promoção<br />

É possível objetivar o médio alcance e a média freqüência média, e os motivos<br />

para essa escolha estão entre aspectos já relaciona<strong>dos</strong>.<br />

8.3 Determinação do objetivo <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong><br />

A continuida<strong>de</strong> ou tempo <strong>de</strong> veiculação se dá pela distribuição <strong>dos</strong> flights<br />

(semanas contínuas <strong>de</strong> veiculação) ao longo do período.<br />

Por exemplo:<br />

Continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> veiculação<br />

Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro<br />

Semana 1234 1234 1234 1234 1234 1234<br />

Flight xxx xx X x xx<br />

Nº <strong>de</strong> flights 1 1 1 1 = 4<br />

Exemplo <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quatro flights, sendo o primeiro flight <strong>de</strong> três semanas<br />

e o <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> duas semanas cada.<br />

Há três maneiras <strong>de</strong> trabalhar a continuida<strong>de</strong>:<br />

a) Linear (mínimo <strong>de</strong> 9 flights)<br />

Para produtos <strong>de</strong> consumo horizontal (sem sazonalida<strong>de</strong>) e <strong>de</strong> alta<br />

freqüência <strong>de</strong> compra, produtos comuns ou <strong>de</strong> baixa fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> público.<br />

b) Onda (4 a 6 flights dividi<strong>dos</strong> por semestre)<br />

71


Para produtos <strong>de</strong> consumo horizontal e <strong>de</strong> baixa freqüência <strong>de</strong> compra,<br />

produtos incomuns ou <strong>de</strong> alta fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> público.<br />

c) Concentrada (até 3 flights)<br />

Para produtos <strong>de</strong> consumo sazonal, campanhas <strong>de</strong> promoção, ou para<br />

obter impacto <strong>de</strong> veiculação.<br />

8.4 Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

a) É sempre bom ressaltar que não existe um GRP i<strong>de</strong>al, pois ele <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

alcance e da freqüência média.<br />

b) O alcance se dá em relação ao público-alvo da praça <strong>de</strong> veiculação.<br />

c) Não se soma o total <strong>de</strong> GRP <strong>de</strong> praças diferentes, pois as audiências <strong>de</strong><br />

uma praça não têm a menor relação com as <strong>de</strong> outra praça.<br />

d) GRP, como resultado do alcance x freqüência média, é por flight.<br />

e) Após sucessivas análises <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> alcance e freqüência média<br />

das programações, por meio do software do IBOPE, o A&F, são possíveis<br />

algumas conclusões:<br />

• o uso <strong>de</strong> várias emissoras e programas <strong>de</strong> altas audiências favorece o alto<br />

alcance;<br />

• várias inserções em programas seleciona<strong>dos</strong> favorecem a alta freqüência<br />

média.<br />

72


f) O termo GRP é utilizado quando somamos as audiências domiciliares.<br />

Quando somamos audiências individuais, o correto é TRP (Target Rating<br />

Points) ou Tarp (Target Audience Rating Points).<br />

g) Os profissionais <strong>de</strong> mídia costumam utilizar como padrão flights <strong>de</strong> duas ou<br />

três semanas.<br />

73


9 – A TV DIGITAL<br />

A nova era da TV brasileira começou. Depois da evolução da TV colorida, ocorrida<br />

em 1972, chegou a vez da TV digital e das transmissões em alta <strong>de</strong>finição. O dia 2<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 entrou para a história da comunicação e da tecnologia,<br />

marcando o início das transmissões da TV digital brasileira na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo.<br />

Depois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> discussão para se adotar um padrão para o<br />

sistema <strong>de</strong> TV digital no Brasil, após a <strong>de</strong>finição do governo para o padrão<br />

japonês ISDB-T, o projeto finalmente começou a <strong>de</strong>colar. Hoje, quem vai às lojas<br />

especializadas já po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>parar com algumas marcas e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> set-topboxes<br />

digitais e analógicos, televisores com receptor <strong>de</strong> TV digital embutido e uma<br />

série <strong>de</strong> acessórios, entre antenas para melhoria <strong>de</strong> recepção do sinal e<br />

adaptadores para assistir à TV digital no computador.<br />

Quem está equipado com um set-top-box e um televisor <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição já po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> alguns programas em alta <strong>de</strong>finição e som digital.<br />

9.1 - A História da TV Digital no Brasil<br />

Tendo como priorida<strong>de</strong> a inclusão digital para possibilitar que os brasileiros<br />

tenham acesso a interativida<strong>de</strong> e internet por meio da TV, antes da escolha, o<br />

governo brasileiro <strong>estudo</strong>u minuciosamente os três padrões existentes: o europeu<br />

(DVB), o americano (ATSC) e o japonês (ISDB-T). Em meio a reuniões e dúvidas,<br />

cogitou-se até a criação <strong>de</strong> um padrão próprio, idéia <strong>de</strong>scartada ao consi<strong>de</strong>rar os<br />

cerca <strong>de</strong> US$ 3,5 bilhões e <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> pesquisa gastos pelos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e<br />

pelo Japão para a criação <strong>de</strong> seus padrões. Em seguida, o padrão americano foi<br />

colocado <strong>de</strong> lado por não permitir recepção móvel, além <strong>de</strong> exigir o pagamento <strong>de</strong><br />

royalties.<br />

Já em 2006, a escolha estava apenas entre o padrão europeu e o japonês. O<br />

primeiro apresentava vantagem <strong>de</strong> produção em larga escala imediata, já que é<br />

utilizado em 57 países europeus. Entretanto, para a implantação do DVB, era<br />

preciso instalar novas antenas <strong>de</strong> transmissão, o que <strong>de</strong>mandaria a criação <strong>de</strong> um<br />

operador <strong>de</strong> re<strong>de</strong> para prover o acesso, neste caso, as empresas <strong>de</strong> telefonia.<br />

Além disso, a cobrança <strong>de</strong> royalties era exigida em 50%. Já o padrão japonês, que<br />

oferecia maiores vantagens técnicas, como a transmissão do sinal pela mesma<br />

antena tanto para aparelhos <strong>de</strong> TV quanto para aparelhos móveis e portáteis,<br />

abriu mão da cobrança <strong>de</strong> royalties e permitiu que o Brasil incorporasse ao padrão<br />

o seu middleware. Com isso, o padrão <strong>de</strong> transmissão gratuito no qual po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>senvolver melhorias e atualizações.<br />

Em 9 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2006, o presi<strong>de</strong>nte Luis Inácio Lula da Silva assinou o <strong>de</strong>creto<br />

número 5.820, que dispõe sobre a implantação do Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Televisão<br />

74


Digital Terrestre (SBTVD-T), <strong>de</strong>finindo este como um conjunto <strong>de</strong> padrões<br />

tecnológicos para transmissão e recepção <strong>de</strong> sinais digitais terrestres, que usa<br />

como base o ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), padrão<br />

da TV digital japonesa.<br />

Depois da <strong>de</strong>finição do padrão pelo comitê <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, o governo criou o<br />

Fórum Nacional <strong>de</strong> TV Digital, composto por representantes do setor <strong>de</strong><br />

radiodifusão, do setor industrial e da comunida<strong>de</strong> científica e tecnológica, com a<br />

missão <strong>de</strong> especificar o sistema brasileiro e criar as suas normas junto à ABNT<br />

(Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas). Além disso, o nome SBTVD-T foi<br />

modificado para ISDTV (International System for Digital Television), pensando em<br />

uma futura expansão do sistema para a América Latina. Definidas todas as<br />

especificações, em junho <strong>de</strong> 2007, iniciaram as transmissões digitais em caráter<br />

experimental. No dia 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, em São Paulo, a TV digital finalmente estava<br />

no ar.<br />

9.2 - De olho nas especificações<br />

O padrão japonês ISDB-T possui uma banda para transmissão <strong>de</strong> 6 MHz <strong>de</strong><br />

freqüência (equivalente a 20Mbits/s), dividida em 13 seguimentos. O sistema<br />

permite realizar, na mesma faixa <strong>de</strong> freqüência, até três configurações distintas,<br />

possibilitando que um canal <strong>de</strong> TV transmita a programação em até três<br />

resoluções diferentes simultaneamente. (Veja o quadro <strong>de</strong> Resolução <strong>dos</strong> ví<strong>de</strong>os).<br />

RESOLUÇÃO DOS VÍDEOS<br />

Entenda o que significa cada sigla correspon<strong>de</strong>nte à resolução do ví<strong>de</strong>o e<br />

saiba a diferença da resolução que cada uma po<strong>de</strong> oferecer:<br />

HDTV<br />

High Definition Television<br />

720p, 1080i e 1080p<br />

EDTV<br />

Enhanced Definition Television<br />

480p (50/60 FPS) e 576p (50/60 FPS)<br />

SDTV<br />

Standard Definition Television<br />

480p (24 FPS ou 30 FPS), 480i (60 FPS), 576i (50 FPS) e 576p (25 FPS)<br />

LDTV<br />

Low Definition Television<br />

240p, 288p<br />

75


Eis então que entra a primeira gran<strong>de</strong> evolução do ISDTV em cima do padrão<br />

japonês. Isso porque o ISDB-T (usado no DVD), capaz <strong>de</strong> reduzir o ví<strong>de</strong>o original<br />

em cerca <strong>de</strong> 40 vezes, mas com um pouco <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da imagem –<br />

imperceptível para muitos. Já o ISDTV utiliza o formato <strong>de</strong> compressão MPEG-4<br />

(igual ao DivX), capaz <strong>de</strong> comprimir muito mais e praticamente sem perda <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> visível. Isso porque o MPEG-4 analisa to<strong>dos</strong> os frames <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o,<br />

i<strong>de</strong>ntifica os objetos comuns entre um frame e outro e envia para o próximo<br />

quadro apenas os objetos que não são redundantes no quadro anterior.<br />

Assim, em uma cena em que a câmera está parada, como na filmagem <strong>de</strong> um<br />

telejornal, por exemplo, apenas o apresentador é atualizado. O fundo e o restante<br />

da imagem são repeti<strong>dos</strong> do quadro anterior, atualizando, assim, uma área muito<br />

menor entre um quadro e outro. Obviamente, em uma cena com muita<br />

movimentação, a compressão será menor, pois haverá poucos objetos<br />

redundantes no ví<strong>de</strong>o.<br />

Em média, a compressão <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o que utiliza o padrão MPEG-4 chega a ser<br />

30% maior que a MPEG-2, com uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem final ainda maior (veja<br />

no quadro abaixo a relação <strong>de</strong> Mbits/segundo exigida em cada resolução<br />

utilizando os formatos MPEG-2 e MPEG-4).<br />

COMPRESSÃO DE VÍDEO<br />

Definição MPEG-2 MPEG-4/H264<br />

HDTV 17~20 Mbps 7~8 Mbps<br />

EDTV 10~17 Mbps 5~6 Mbps<br />

SDTV 4~10 Mbps 1~2 Mbps<br />

LDTV 0,38~2 Mbps 50~100 Mbps<br />

Além <strong>de</strong> oferecer maior qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem, o MPEG-4 traz outra vantagem<br />

muito maior. Sabe-se que a banda <strong>de</strong> transmissão das emissoras é <strong>de</strong> 20 Mbps (6<br />

MHz <strong>de</strong> freqüência) e que o padrão ISDB-T utiliza o formato <strong>de</strong> compressão<br />

MPEG-2, permitindo até três configurações. Entretanto, somente com a exibição<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os em alta <strong>de</strong>finição em MPEG-2, toda a banda disponível é consumida, já<br />

que são necessários <strong>de</strong> 17Mbps a 20Mbps para esse tipo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o. Já com o<br />

formato MPEG-4, os ví<strong>de</strong>os em HDTV consomem apenas <strong>de</strong> 7Mbps a 8Mbps da<br />

banda total. Com isso, a emissora po<strong>de</strong>rá transmitir, no mesmo canal, ví<strong>de</strong>os em<br />

HDTV, SDTV e LDTV simultaneamente, o que possibilita assistir ao mesmo<br />

programa em televisores HDTV, SDTV ou em dispositivos móveis e portáteis<br />

(LDTV), como celulares equipa<strong>dos</strong> com um receptor ISDTV.<br />

Esta evolução do padrão ISDTV tornou o sistema brasileiro um <strong>dos</strong> mais<br />

mo<strong>de</strong>rnos do mundo e fez até mesmo os japoneses pensarem em atualizar o seu<br />

padrão para utilizar o formato MPEG-4.<br />

76


9.3 - Cronograma <strong>de</strong> implantação<br />

Por enquanto, a implantação da TV digital está <strong>de</strong> acordo com o cronograma<br />

proposto pelo governo e a primeira cida<strong>de</strong> a receber oficialmente o sinal foi São<br />

Paulo.<br />

Entre 2008 e 2009, as cida<strong>de</strong>s beneficiadas serão Brasília, Belo Horizonte,<br />

Fortaleza, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Salvador e, até 2010, a implantação segue para<br />

Belém, Curitiba, Goiânia, Manaus, Porto Alegre e Recife.<br />

9.4 - O tal do set-top-box<br />

Para assistir à TV digital é preciso ter um televisor ISDTV. Como ainda são poucos<br />

os televisores comercializa<strong>dos</strong> atualmente que contam com um receptor digital –<br />

existem hoje seis mo<strong>de</strong>los no total -, é necessário utilizar um set-top-box para<br />

isso. Basicamente, este aparelho é responsável por receber e <strong>de</strong>codificar o sinal<br />

digital das emissoras e convertê-lo em um sinal compatível com a sua TV.<br />

Para quem já tem um televisor <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição, como um plasma ou LCD, os<br />

mo<strong>de</strong>los com conexão HDMI são os mais indica<strong>dos</strong>. Nesse caso, você po<strong>de</strong>rá<br />

receber o sinal <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição, quando disponibilizado pela emissora, e usufruir<br />

to<strong>dos</strong> os benefícios do HDTV: qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem até seis vezes superior à<br />

qualida<strong>de</strong> do DVD e cenas no formato wi<strong>de</strong>screen (padrão igual ao utilizado nas<br />

telas <strong>de</strong> cinema). Hoje, os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> set-top-boxes digitais <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição<br />

po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>dos</strong> nas lojas com preços que variam <strong>de</strong> R$700 a R$1.100.<br />

Já para aqueles que ainda não possuem um televisor <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição, como o<br />

velho TV <strong>de</strong> tubo, a opção é o set-top-box analógico. Esse tipo <strong>de</strong> set-top-box é<br />

capaz <strong>de</strong> receber o sinal digital e convertê-lo em sinal analógico, enviando as<br />

imagens para o televisor através <strong>de</strong> uma conexão <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o composto ou via RF<br />

(saída <strong>de</strong> antena), assim como é feito pelos vi<strong>de</strong>ocassetes. Os mo<strong>de</strong>los mais<br />

baratos <strong>de</strong> set-top-box analógico po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>dos</strong> por R$500.<br />

DEFINIÇÃO DE CANAIS<br />

Os canais analógicos continuarão a ser transmiti<strong>dos</strong><br />

normalmente em VHF (Very High Frequency) entre a<br />

numeração 2 e 13. Já a transmissão digital será feita em<br />

UHF (Ultra High Frequency). As transmissões com fins<br />

comerciais receberão a numeração entre 14 e 59. Já os<br />

canais entre 60 e 69 serão usa<strong>dos</strong> para a transmissão <strong>de</strong><br />

TVs públicas, das quais o governo terá emissoras para o<br />

Po<strong>de</strong>r Executivo, Educação, Cultura e Cidadania. A<br />

numeração adotada por cada emissora ainda não foi<br />

divulgada oficialmente.<br />

77


9.5 - Middleware<br />

Batizado <strong>de</strong> Ginga, o middleware é o sistema operacional do set-top-box,<br />

responsável pela comunicação, pelo diálogo com os aplicativos da TV digital e<br />

pela aplicação do sistema <strong>de</strong> compressão. Parte do Ginga foi <strong>de</strong>senvolvida pela<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica do Rio <strong>de</strong> Janeiro (PUC-Rio) utilizando a<br />

linguagem NCL, que traz, entre outros benefícios, facilida<strong>de</strong>s na parte <strong>de</strong><br />

interativida<strong>de</strong> e suporte a múltiplos dispositivos. A outra parte do Ginga foi<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba e promove uma infra-estrutura<br />

<strong>de</strong> execuções <strong>de</strong> aplicações baseadas em Java e voltadas para a TV digital.<br />

De to<strong>dos</strong> os set-top-boxes e televisores lança<strong>dos</strong> no mercado, nenhum conta com<br />

o Ginga. Isso porque além <strong>de</strong> ser necessário <strong>de</strong>finir algumas especificações do<br />

Ginga, ele precisa ser exaustivamente testado. Por ser um software, as falhas são<br />

comuns e, no caso da TV, isso não po<strong>de</strong> acontecer. Imagine você assistindo a<br />

uma partida <strong>de</strong> futebol e o set-top-box travar bem no meio <strong>de</strong> um momento<br />

<strong>de</strong>cisivo do jogo. Seria algo frustante.<br />

A previsão é que os primeiros set-top-boxes com o Ginga só <strong>de</strong>vam ser<br />

comercializa<strong>dos</strong> no final <strong>de</strong> 2008. Quem comprar os atuais set-top-boxes e<br />

televisores com receptor embutido terá que trocar <strong>de</strong> equipamento, caso queira<br />

usufruir os recursos <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong> proporciona<strong>dos</strong> pelo Ginga.<br />

9.6 – Interativida<strong>de</strong><br />

Além <strong>de</strong> entretenimento, a interativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá realizar um <strong>dos</strong> principais <strong>de</strong>sejos<br />

do governo, o que é o <strong>de</strong> promover a inclusão digital. Hoje, estima-se que 98%<br />

<strong>dos</strong> lares possuem um aparelho <strong>de</strong> TV e por meio <strong>de</strong>le, o usuário po<strong>de</strong>rá acessar<br />

e-mail, fazer compras, solicitar serviços e até mesmo realizar operações<br />

bancárias, como visualizar sal<strong>dos</strong>, extratos e pagar contas, tudo pelo controle<br />

remoto e pelo televisor.<br />

E este recurso está mais perto do que parece. Em junho <strong>de</strong> 2007, o CPqD (Centro<br />

<strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) apresentou uma solução<br />

chamada CPqD T-banking, qu já permite que operações bancárias sejam<br />

executadas pela TV.<br />

Entretanto, para que isso seja viabilizado, é preciso <strong>de</strong>finir qual será o canal <strong>de</strong><br />

retorno do set-top-box. As opções possíveis são a linha telefônica convencional, a<br />

telefonia celular ou qualquer outro meio <strong>de</strong> comunicação capaz <strong>de</strong> transferir<br />

da<strong>dos</strong>.<br />

Além da interativida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> retorno, é possível ter acesso à<br />

interativida<strong>de</strong> local. Isso porque as emissoras po<strong>de</strong>rão transmitir, por meio <strong>de</strong> seus<br />

78


canais, informações <strong>de</strong> trânsito da cida<strong>de</strong> (como pontos <strong>de</strong> congestionamento ou<br />

problemas em geral), previsão do tempo, informações <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, sinopse<br />

<strong>de</strong> filmes que serão exibi<strong>dos</strong> durante a programação, entre outras informações.<br />

Estes da<strong>dos</strong> ficarão armazena<strong>dos</strong> automaticamente na memória do set-top-box e<br />

po<strong>de</strong>rão ser acessa<strong>dos</strong> pelo usuário a qualquer momento gratuitamente.<br />

INCLUSÃO DIGITAL<br />

O governo preten<strong>de</strong> utilizar a TV<br />

digital como forma <strong>de</strong> inclusão<br />

digital, já que 98% <strong>dos</strong> lares<br />

brasileiros têm uma TV e menos <strong>de</strong><br />

10%, computador.<br />

9.7 - O que muda?<br />

O prazo estipulado pelo governo para o término das transmissões analógicas<br />

termina em 2016. Durante este período, chamado <strong>de</strong> Simulcast, as emissoras são<br />

obrigadas a exibir a mesma programação tanto no sinal digital quando no<br />

analógico. Até lá, o consumidor po<strong>de</strong>rá optar se <strong>de</strong>seja ou não entrar para a era<br />

digital. Basta, para isso, adquirir um set-top-box.<br />

Para receber o sinal digital, não há mudanças. Você po<strong>de</strong>rá utilizar a mesma<br />

antena VHF-UHF existente. Isso porque o sinal continua sendo distribuído <strong>de</strong><br />

forma analógica. O que muda é que o ví<strong>de</strong>o é capturado e comprimido<br />

digitalmente. Antes <strong>de</strong> ser transmitido, ele é multiplexado e transmitido via<br />

radiofreqüência, através da banda <strong>de</strong> 6 MHz da emissora. Ao receber o sinal, o<br />

set-top-box possui um <strong>de</strong>smultiplexador, que converte o ví<strong>de</strong>o novamente à sua<br />

forma digital, não existe a presença <strong>de</strong> fantasmas ou ruí<strong>dos</strong>. Se houver alguma<br />

interferência que prejudique o sinal, o ví<strong>de</strong>o simplesmente não é exibido.<br />

O televisor também não precisa ser substituído para receber o sinal digital, já que<br />

a maioria <strong>dos</strong> equipamentos <strong>de</strong> set-top-box lança<strong>dos</strong> conta com uma saída <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>o composto para os televisores analógicos. Com isso, no mínimo, você terá o<br />

benefício <strong>de</strong> um sinal <strong>de</strong> TV com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> DVD.<br />

Se você optar por um televisor <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição, a mudança passa a ser ainda<br />

maior. Será possível assistir à programação da TV com resolução <strong>de</strong> 720p ou<br />

1080i com formato <strong>de</strong> tela em 16:9 (wi<strong>de</strong>screen). Além disso, o áudio po<strong>de</strong>rá ser<br />

surround <strong>de</strong> 5.1 canais. Entretanto, o formato escolhi<strong>dos</strong> para a TV digital<br />

brasileira é o AAC. Hoje, <strong>dos</strong> set-top-boxes, receivers e sistemas integra<strong>dos</strong> à<br />

venda, nenhum oferece <strong>de</strong>codificador surround AAC. Por esse motivo, ainda não é<br />

possível usufruir a TV digital em 5.1 canais. Segundo os fabricantes, os primeiros<br />

equipamentos <strong>de</strong> home theater com processador <strong>de</strong> áudio surround AAC <strong>de</strong>vem<br />

chegar ao mercado no início <strong>de</strong> 2008.<br />

79


Outra vantagem do ISDTV é que ele permitirá a inclusão <strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> TV em<br />

aparelhos portáteis como celulares, MP4 players e PDAs. A Samsung foi a<br />

primeira a anunciar lançamento <strong>de</strong> um celular com receptor <strong>de</strong> TV digital. Segundo<br />

a empresa, o novo aparelho estará disponível no mercado brasileiro no primeiro<br />

trimestre <strong>de</strong> 2008.<br />

9.8 – PROGRAMAÇÃO DA TV DIGITAL<br />

A TV digital ainda está longe <strong>de</strong> ter programação 100% HDTV.<br />

Entre o anúncio <strong>de</strong> televisão e a realida<strong>de</strong> há uma gran<strong>de</strong> diferença. No comercial,<br />

tudo parece lindo e maravilhoso, enquanto ao vivo se percebe que não é bem por<br />

aí. A programação na TV digital não foge à regra. Semanas antes da “estréia” da<br />

TV aberta digital no Brasil, no começo <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007, pouco se divulgou<br />

sobre a programação digital.<br />

Das emissoras consultadas, a Re<strong>de</strong> Globo foi a <strong>de</strong> maiores promessas. Garantiu,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro dia, alguns programas em HDTV, assim como a disponibilida<strong>de</strong><br />

da transmissão <strong>de</strong> seus canais para <strong>meios</strong> portáteis como celulares e palmtops.<br />

A Re<strong>de</strong> Record foi outra que se manifestou, <strong>de</strong>stacando a mudança do formato <strong>de</strong><br />

tela, do Pan & Scan 4:3 (formato tradicional) para o wi<strong>de</strong>screen 16:9 (formato <strong>de</strong><br />

cinema). Resolverá assim os problemas <strong>de</strong> quem já optou por uma TV <strong>de</strong> plasma<br />

ou LCD.<br />

9.9 - Novida<strong>de</strong>s (O que realmente está acontecendo)<br />

Definir o sistema <strong>de</strong> TV digital foi uma novela, com suas idas e vindas. Ironia ou<br />

não, é justamente pelas novelas que as emissoras estão iniciando suas<br />

transmissões. A idéia é criá-las com imagem <strong>de</strong> HDTV (High Definition Television),<br />

que é a TV <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição. “Os estúdios da Central Globo <strong>de</strong> Produção, em<br />

Jacarepaguá, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, foram reforma<strong>dos</strong> para trabalhar com os<br />

equipamentos necessários para a produção <strong>de</strong> HDTV e a novela das oito, Duas<br />

Caras, será transmitida em HDTV”, é o que afirma Carlos Fini, gerente <strong>de</strong><br />

tecnologia e manutenção da TV Globo.<br />

Já o responsável por TV digital da Re<strong>de</strong> Record, José Marcelo Amaral, afirma que<br />

a emissora já possuía alguns programas produzi<strong>dos</strong> em HDTV, entre eles a<br />

novela Zorro. A idéia agora é transmitir nessa qualida<strong>de</strong> e manter em formato<br />

wi<strong>de</strong>screen.<br />

Além das novelas, os filmes e a programação esportiva serão os novos carroschefe<br />

na transmissão em HDTV. Resta saber em quanto tempo isso acontecerá, já<br />

80


que a maioria da população ainda não tem TVs com essa qualida<strong>de</strong> nem<br />

receptores prepara<strong>dos</strong>.<br />

9.10 - Novos canais<br />

Na teoria, a TV aberta brasileira ganhou novos canais, pois por um bom tempo as<br />

emissoras <strong>de</strong>verão transmitir simultaneamente a programação em canais<br />

analógicos e em digitais.<br />

Mas, na prática, o sonho <strong>de</strong> maior número <strong>de</strong> canais (como uma TV a cabo) não<br />

será tão real assim. Isso porque as emissoras têm optado por manter a mesma<br />

programação nos canais digitais, com a única diferença <strong>de</strong> ser HDTV.<br />

A Globo, por exemplo, vai ter sua transmissão <strong>de</strong> HDTV pelo canal 18 do UHF, e<br />

segundo Carlos Fini, “A opção da TV Globo é pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> programação única<br />

em alta <strong>de</strong>finição”.<br />

Já a Record irá transmitir pelo canal 20 UHF. José Marcelo Amaral é enfático em<br />

sua resposta: “Não há intenção <strong>de</strong> se criar novos canais”. O que <strong>de</strong>ve acontecer é<br />

a mudança gradativa da programação analógica para digital, sem nenhuma perda<br />

para o consumidor. José Marcelo Amaral cogita até a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver um<br />

mecanismo no controle remoto para manter a sintonia com o canal 7 (analógico<br />

em São Paulo).<br />

9.11 - TV a cabo<br />

Enquanto a TV aberta anuncia gran<strong>de</strong> mudança e muda pouco, a TV a cabo faz o<br />

contrário. “Não muda nada”, afirmam. Mas já lançam gran<strong>de</strong>s novida<strong>de</strong>s.<br />

A principal foi a criação <strong>de</strong> um canal da Globosat todo em HDTV – o Globosat HD.<br />

Ele foi criado com a programação <strong>de</strong> diversos canais da programação Globosat e<br />

já exibiu algumas atrações <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque: a última rodada do Campeonato<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Futebol; a Copa do Mundo <strong>de</strong> Vôlei no Japão; e o show do grupo The<br />

Police, que aconteceu no dia 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, tudo transmitido<br />

pela NET.<br />

A TVA também já possui seu canal <strong>de</strong> HDTV, o canal 46 TVA HDTV, lançado<br />

durante a Copa do mundo <strong>de</strong> 2006 para transmissão <strong>dos</strong> jogos em HDTV. Depois<br />

da Copa, o canal praticamente morreu. A TVA está trabalhando em um novo<br />

receptor <strong>de</strong> HDTV e negociando novos canais com conteúdo HDTV.<br />

81


9.12 - Set-top-box<br />

O lançamento <strong>de</strong> set-top-boxes (<strong>de</strong>codificadores) prontos para receberem sinal <strong>de</strong><br />

HDTV é outra gran<strong>de</strong> mudança já prevista pelas operadoras <strong>de</strong> TV a cabo.<br />

Segundo a assessoria da TVA, seu aparelho <strong>de</strong>verá ser lançado em janeiro <strong>de</strong><br />

2008, embora não tenha divulgado muitos <strong>de</strong>talhes.<br />

Já a NET promete chegar mais cedo: mea<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007. É o que<br />

afirma Alessandro Maluf, gerente <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> TV por assinatura da NET. E já<br />

adianta algumas das características técnicas novas do aparelho: conexão HDMI,<br />

cable mo<strong>de</strong>m e disco rígido com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 160GB.<br />

A conexão HDMI permite receber sinal <strong>de</strong> áudio e ví<strong>de</strong>o digital em alta <strong>de</strong>finição<br />

(1.920 x 1.080 linhas). Já o cable mo<strong>de</strong>m permitirá melhor velocida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong><br />

nas aplicações interativas, tais como pay-per-view e envio <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> digitais – até<br />

o momento, essa interativida<strong>de</strong> é feita via conexão discada.<br />

Já o disco rígido po<strong>de</strong>rá gravar até 80 horas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o. Mas o consumidor terá que<br />

aguardar ainda a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um software que ativará o disco para<br />

gravação. “ainda não temos claro como isso vai funcionar”, afirma Alessandro<br />

Maluf.<br />

9.13 - TV para to<strong>dos</strong><br />

Quanto à interativida<strong>de</strong>, a maior promessa é a parceria que já vem sendo feita<br />

entre a TV a cabo e canais abertos. Nos Jogos Panamericanos, por exemplo,<br />

houve interativida<strong>de</strong> entre a NET e a Globo. Enquanto via o jogo pela TV aberta, o<br />

usuário NET podia acessar da<strong>dos</strong> como a programação <strong>dos</strong> jogos, quadro <strong>de</strong><br />

medalhas e até notícias <strong>de</strong> bastidores da Vila Olímpica.<br />

“A Globo é que produziu o material e nós enviamos como uma aplicação interativa<br />

para nossos assinantes”, lembra Maluf, que acredita que o número <strong>de</strong> parcerias<br />

para interativida<strong>de</strong> com TVs abertas ten<strong>de</strong> a aumentar a partir <strong>de</strong> agora.<br />

Só resta lembrar que essa interativida<strong>de</strong> se restringe a uma pequena parcela da<br />

população que assina TV a cabo. Para a gran<strong>de</strong> maioria, interativida<strong>de</strong> e HDTV<br />

ainda parecem não ser algo que acontecerá a curto prazo, já que os<br />

<strong>de</strong>codificadores ainda não estão prepara<strong>dos</strong> para interativida<strong>de</strong> e os mais baratos<br />

– que estão sendo lança<strong>dos</strong> na faixa <strong>dos</strong> R$500 – permitem, no máximo, a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> DVD.<br />

82


ANEXO TV DIGITAL<br />

PERGUNTAS E RESPOSTAS<br />

Tire aqui todas as suas dúvidas em relação à TV digital brasileira<br />

Quais equipamentos preciso ter para aproveitar o máximo do HDTV?<br />

Três itens são necessários para aproveitar a qualida<strong>de</strong> máxima do HDTV: o<br />

primeiro <strong>de</strong>les é a transmissão em alta <strong>de</strong>finição, já que, no início, nem to<strong>dos</strong> os<br />

programas serão transmiti<strong>dos</strong> em HDTV. O segundo é o set-top-box com saída<br />

HDMI e o terceiro um televisor com entrada HDMI e resolução <strong>de</strong>, no mínimo, 720<br />

linhas horizontais (1.366 x 768 pixels ou 1.024 x 768 pixels). Se você não tiver<br />

qualquer um <strong>de</strong>stes itens, não será possível obter a qualida<strong>de</strong> máxima <strong>dos</strong><br />

programas <strong>de</strong> TV em HDTV.<br />

Precisarei trocar meu televisor <strong>de</strong> tubo por um <strong>de</strong> plasma ou <strong>de</strong> LCD para<br />

assistir à TV digital?<br />

Não. Os televisores <strong>de</strong> tubo po<strong>de</strong>rão funcionar com a TV digital. Basta adquirir um<br />

set-top-box com saída <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o analógica. Apesar <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r assistir à<br />

programação em alta <strong>de</strong>finição, você terá uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem muito melhor,<br />

sem chuviscos ou chia<strong>dos</strong>, semelhante à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um DVD.<br />

Os televisores com indicação Full HD comercializa<strong>dos</strong> atualmente já recebem TV<br />

digital sem precisar <strong>de</strong> um set-top-box?<br />

A sigla Full HD indica apenas que o televisor possui resolução nativa <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>finição, ou seja, 1.920 x 1.080 pixels. Já os mo<strong>de</strong>los com indicação HDTV<br />

Ready, geralmente, possuem resolução <strong>de</strong> 852 x 480 pixels e são capazes <strong>de</strong><br />

receber um sinal em alta <strong>de</strong>finição e convertê-lo para a resolução nativa. Hoje, já<br />

existem seis mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> televisores LCD com sintonizador <strong>de</strong> TV digital (ISDTV)<br />

embutido.<br />

Se eu não quiser comprar o set-top-box, o que acontece?<br />

Até 2016, todas emissoras serão obrigadas a transmitir a mesma programação<br />

tanto no canal digital quanto no analógico. Até lá, se você não quiser comprar um<br />

set-top-box, po<strong>de</strong>rá assistir à programação normalmente. A partir <strong>de</strong> 2016, o sinal<br />

analógico das emissoras será <strong>de</strong>sligado, obrigando assim, à aquisição <strong>de</strong> um settop-box<br />

ou <strong>de</strong> um televisor com receptor ISDTV.<br />

Terei que pagar para assistir à TV do meu celular?<br />

O sinal digital po<strong>de</strong>rá ser captado tanto em celulares quanto em qualquer outro<br />

equipamento portátil, como PDAs, dispositivos multimídia portáteis ou qualquer<br />

aparelho equipado com um sintonizador ISDTV. Como o celular po<strong>de</strong> ser um canal<br />

<strong>de</strong> retorno para a interativida<strong>de</strong> da TV digital, você só terá que pagar pelos da<strong>dos</strong><br />

transmiti<strong>dos</strong> para efetuar a interativida<strong>de</strong>.<br />

83


Tenho três televisores em casa, terei que comprar um set-top-box para cada<br />

aparelho?<br />

Sim. Se você quiser receber o sinal digital nos três aparelhos, será necessário<br />

adquirir um set-top-box para cada um. Uma alternativa não muito eficiente seria<br />

adquirir apenas um set-top-box e dividir a saída para os três televisores. Além <strong>de</strong><br />

precisar passar diversos cabos pela casa, você será obrigado a assistir ao mesmo<br />

canal em todas as TVs simultaneamente.<br />

Posso comprar um set-top-box no Japão para usar no Brasil?<br />

Apesar <strong>de</strong> o Brasil ter adotado o padrão japonês <strong>de</strong> TV digital, o set-top-box<br />

japonês não é compatível com o ISDTV. Isso porque o formato <strong>de</strong> compressão do<br />

ví<strong>de</strong>o no Brasil é MPEG-4 e, no Japão, MPEG-2. Além disso, o middleware <strong>dos</strong><br />

aparelhos é diferente.<br />

Tenho TV por assinatura, precisarei <strong>de</strong> outro set-top-box para TV digital?<br />

Alguns serviços <strong>de</strong> TV por assinatura já são transmiti<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma digital, por isso,<br />

o sinal <strong>de</strong> TV aberta também po<strong>de</strong>rá ser recebido no mesmo set-top-box.<br />

Entretanto, só será possível assistir à programação com resolução Standard<br />

(SDTV), já que a maioria <strong>dos</strong> <strong>de</strong>codificadores <strong>de</strong> TV por assinatura atuais não é<br />

HDTV. A operadora NET já está comercializando um receptor HDTV que<br />

possibilita que seus assinantes assistam aos programas transmiti<strong>dos</strong> em alta<br />

<strong>de</strong>finição pelas emissoras abertas. Já a TVA prometeu lançar um novo receptor<br />

HDTV no início <strong>de</strong> 2008.<br />

Atualmente, recebo o sinal <strong>de</strong> TV via antena parabólica. Po<strong>de</strong>rei receber o<br />

sinal <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição das emissoras?<br />

Sim. A transmissão do sinal <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição po<strong>de</strong>rá ser transmitido via antena<br />

parabólica. Entretanto, será necessário, um novo receptor preparado para alta<br />

<strong>de</strong>finição. A previsão é que esses receptores comecem a ser comercializa<strong>dos</strong> no<br />

primeiro semestre <strong>de</strong> 2008.<br />

Po<strong>de</strong>rei navegar na internet pela TV digital?<br />

A TV digital terá enormes benefícios e vantagens graças à interativida<strong>de</strong>.<br />

Entretanto, você não conseguirá navegar na internet como se faz com um<br />

computador. Será possível, por exemplo, realizar operações bancárias, compras<br />

pelo televisor, acessar e-mail e outros serviços que serão disponibiliza<strong>dos</strong> pela<br />

operadora.<br />

Viajarei para os EUA e estou pensando em comprar um gravador <strong>de</strong> DVD.<br />

Po<strong>de</strong>rei gravar a programação da TV digital com um aparelho adquirido fora<br />

do Brasil?<br />

Sim. A única diferença é que você não conseguirá receber o sinal digital<br />

diretamente no DVD recor<strong>de</strong>r, mesmo que ele seja comprado no Brasil. Será<br />

necessário adquirir um set-top-box e ligar a saída <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o do <strong>de</strong>codificador no<br />

DVD recor<strong>de</strong>r. A partir <strong>de</strong> 2008, <strong>de</strong>verão surgir os primeiros mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

gravadores e até mesmo <strong>de</strong> televisores com receptor ISDTV embutido,<br />

dispensando o uso <strong>de</strong> um set-top-box.<br />

84


Como po<strong>de</strong>rei reproduzir o sinal <strong>de</strong> áudio surround, caso ele seja<br />

transmitido pelas operadoras?<br />

O sistema <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> TV digital brasileiro ISDTV (International System for<br />

Digital Television) utiliza o formato <strong>de</strong> áudio surround MPEG-4 AAC. Ainda não<br />

existe nenhum receiver que ofereça esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificador para gerar o som<br />

em 5.1 canais. Além disso, os set-top-boxes lança<strong>dos</strong> até o momento não são<br />

capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificar o sinal surround da TV digital, limitando-se ao sinal<br />

estéreo. Uma solução é utilizar recursos como os processadores Dolby Pro Logic<br />

II e DTS Neo:6, por exemplo, para simular o som surround. Já os assinantes da<br />

NET que optarem pelo receptor HDTV da empresa po<strong>de</strong>rão usufruir o som em 5.1<br />

caso eles tenham um sistema <strong>de</strong> home theater com sistema Dolby Digital. Isso<br />

porque a operadora irá transmitir o som surround das emissoras abertas, quando<br />

disponível, no formato Dolby Digital surround em vez do AAC.<br />

Vou precisar <strong>de</strong> uma antena externa para receber a TV digital?<br />

Em algumas regiões <strong>de</strong> São Paulo, basta utilizar uma antena UHF interna para<br />

que o sinal seja captado com ótima qualida<strong>de</strong>. Já em regiões remotas, será<br />

necessário utilizar uma antena externa ou, até mesmo, uma antena com<br />

amplificador <strong>de</strong> sinal.<br />

Vou po<strong>de</strong>r gravar os programas transmiti<strong>dos</strong> em alta <strong>de</strong>finição?<br />

Tecnicamente é possível. Entretanto, o governo ainda não <strong>de</strong>finiu qual será a<br />

política <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> conteúdo. Além disso, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá das emissoras optarem<br />

em transmitir seus programas com ou sem proteção anticópia.<br />

Mesmo sem interativida<strong>de</strong> e com preços altos, vale a pena comprar um settop-box<br />

ou TV com receptor embutido agora?<br />

O preço <strong>dos</strong> set-top-boxes irá cair no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> 2008. o governo prometeu<br />

lançar políticas <strong>de</strong> incentivo para que isso aconteça. Mas se preço não é um<br />

problema e você não está preocupado com a interativida<strong>de</strong>, o investimento para<br />

po<strong>de</strong>r assistir a alguns programas em alta <strong>de</strong>finição é certamente válido.<br />

85


10 – MARKETING VIRAL<br />

O marketing viral e a publicida<strong>de</strong> viral referem-se a técnicas <strong>de</strong> marketing que<br />

tentam explorar re<strong>de</strong>s sociais pré-existentes para produzir aumentos exponenciais<br />

em conhecimento <strong>de</strong> marca, com processos similares a extensão <strong>de</strong> uma<br />

epi<strong>de</strong>mia.<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> marketing viral foi cunhada originalmente para <strong>de</strong>screver a prática<br />

<strong>de</strong> envio livre <strong>de</strong> e-mail com conteúdo publicitário sem caracterizar spam ou<br />

infringir leis vigentes que regem o mundo virtual, ao mesmo tempo não ganhar o<br />

“status” ingrato <strong>de</strong> e-mail que “enche a caixa <strong>dos</strong> internautas que o recebem”<br />

fazendo assim com que um possível consumidor pu<strong>de</strong>sse gerar algum sentimento<br />

<strong>de</strong> aversão ou <strong>de</strong>scrédito à marca que chegou ao seu domínio.<br />

Geralmente <strong>de</strong> conteúdo agradável e com toques <strong>de</strong> humor explícito, o anúncio<br />

chega como forma <strong>de</strong> “piada”, diferente do spam que aterrisa na caixa <strong>de</strong> entrada<br />

<strong>dos</strong> e-mails como conteúdo in<strong>de</strong>sejável ou até mesmo “lixo”. É enviado por um<br />

amigo, e não uma empresa, como funciona nos spam´s. Ganha a simpatia do<br />

consumidor em potencial, o diverte e lógico a conseqüência é que o mesmo acaba<br />

reenviando o e-mail a uma lista <strong>de</strong> amigos que irão consumir o produto ou serviço<br />

inconscientemente como aconteceu com você. Isso gera uma ca<strong>de</strong>ia que possui<br />

um alcance mundial e uma freqüência maior que a da TV, pois o usuário muitas<br />

vezes guarda o e-mail ou salva o ví<strong>de</strong>o na intensão <strong>de</strong> mostrar para o resto da<br />

família e reassistir outras vezes. O que é excelente visto que o anúncio é<br />

consumido várias vezes sempre no espaço e no tempo que o receptor está mais<br />

acessível ao consumo virtual daquele produto, construindo marcas, gerando<br />

share, ganhando simpatia do público consumidor, possível consumidor e formador<br />

<strong>de</strong> opinião, além <strong>de</strong> se tornar assunto em festas, mesas <strong>de</strong> bar e roda <strong>de</strong> amigos.<br />

De forma mais geral, o marketing viral se utiliza as vezes para <strong>de</strong>screver algumas<br />

classes <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> marketing baseadas na internet, incluindo o uso <strong>de</strong> web<br />

logs*, <strong>de</strong> sites aparentemente amadores, e <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> comunicação<br />

virtual para criar o rumor <strong>de</strong> um novo produto ou serviço. O termo "publicida<strong>de</strong><br />

viral" se refere a idéia que as pessoas passarão e compartilharão conteú<strong>dos</strong><br />

diverti<strong>dos</strong>. Esta técnica muitas vezes está patrocinada por uma marca, que busca<br />

construir conhecimento <strong>de</strong> um produto ou serviço. Os anúncios viráis tomam<br />

muitas vezes a forma <strong>de</strong> diverti<strong>dos</strong> vi<strong>de</strong>oclips ou jogos Flash interativos, imagens,<br />

e inclusive textos.<br />

Glossário: *Um weblog ou blog é um página da Web cujas atualizações<br />

(chamadas posts) são organizadas cronologicamente (como um histórico ou<br />

diário). Estes posts po<strong>de</strong>m ou não pertencer ao mesmo gênero <strong>de</strong> escrita, se<br />

referir ao mesmo assunto ou à mesma pessoa. A maioria <strong>dos</strong> blogs são<br />

miscelâneas on<strong>de</strong> os blogueiros escrevem com total liberda<strong>de</strong>.<br />

86


CASE<br />

Clássico do Marketing Viral !<br />

Você sabe como o Hotmail.com conseguiu mais <strong>de</strong> 9 milhões <strong>de</strong> usuários<br />

em menos <strong>de</strong> 2 anos sem gastar praticamente nada com publicida<strong>de</strong>?<br />

Se você utiliza este serviço <strong>de</strong> e-mail já <strong>de</strong>ve ter notado que no rodapé das<br />

mensagens há entre outras, uma pequena frase mais ou menos assim:<br />

Tenha seu Hotmail grátis!<br />

www.hotmail.com<br />

Com esta pequena frase no rodapé <strong>de</strong> cada mensagem, o Hotmail conquistou<br />

milhões <strong>de</strong> clientes em mundo todo, antes mesmo <strong>de</strong> ser comprado pela Microsoft<br />

por milhões <strong>de</strong> dólares.<br />

10.1 - O que é marketing viral?<br />

Você já <strong>de</strong>ve ter recebido na sua caixa <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> e-mails algo que encantou<br />

um amigo seu e ele fez questão <strong>de</strong> enviar para você e <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> outros<br />

colegas.<br />

Talvez você até já tenha feito o mesmo. Quem sabe com uma mensagem<br />

interessante, inteligente, ou mesmo uma dica valiosa?<br />

Então, Marketing Viral é um termo novo e ainda pouco conhecido, mas que já é<br />

alvo <strong>dos</strong> marketeiros pelo mundo afora. Em outras palavras, é a boa e velha<br />

propaganda <strong>de</strong> boca, só que no contexto da Internet.<br />

Veja o caso do Tourist Guy, on<strong>de</strong> foi feita a montagem <strong>de</strong> um turista no topo <strong>de</strong><br />

uma das torres do World Tra<strong>de</strong> Center com o avião chegando por trás. A foto foi<br />

feita como gozação mas se espalhou pelo mundo inteiro. Existem até alguns sites<br />

<strong>de</strong>dica<strong>dos</strong> ao assunto como http://www.touristof<strong>de</strong>ath.com.<br />

87


Por muito tempo se pensou que a vítima da montagem fosse um brasileiro, José<br />

Roberto Penteado, <strong>de</strong> Campinas.<br />

Recentemente se <strong>de</strong>scobriu que o Tourist Guy na verda<strong>de</strong> é húngaro.<br />

A <strong>de</strong>scoberta foi relatada no en<strong>de</strong>reço http://64.224.191.180/touristguy/found.html,<br />

on<strong>de</strong> o real tourist guy aparece em outras fotos, sem o avião e em outros lugares<br />

na torre do World Tra<strong>de</strong> Center.<br />

Outro exemplo interessante é <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> americana. No<br />

serviço <strong>de</strong> atendimento telefônico, a voz na secretária eletrônica anunciava:<br />

disque 1 para falar com nosso atendimento ao cliente, disque 2 para falar com não<br />

sei quem. No último número colocaram: disque 9 para ouvir um pato. O que<br />

começou como brinca<strong>de</strong>ira, quem ia pensar que alguém ia ouvir a mensagem até<br />

o final, tomou proporções gigantescas. A notícia se espalhou pela Internet e eles<br />

chegaram a receber alguns milhões <strong>de</strong> ligações <strong>de</strong> pessoas que queriam ouvir um<br />

pato grasnar. O sistema telefônico da empresa entrou em colapso, mas eles<br />

aumentaram substancialmente a sua carteira <strong>de</strong> clientes.<br />

Estes exemplos acima são involuntários, mas que geraram divi<strong>de</strong>n<strong>dos</strong> <strong>de</strong> algum<br />

tipo para os envolvi<strong>dos</strong>. Para qualquer empresa tal propaganda gratuita é um<br />

verda<strong>de</strong>iro achado. A questão é como achar o tom certo, que faça com que a<br />

mensagem seja reenviada <strong>de</strong> um para outro?<br />

Uma “receita” on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos discutir os elementos chaves <strong>de</strong>sse sucesso ainda<br />

não existe, visto que a ferramenta da internet ainda é nova e não possibilita um<br />

caminho i<strong>de</strong>al. Mas sabe-se que o humor é o essencial para a conquista da<br />

simpatia do internauta e o primeiro passo para o reenvio a lista <strong>de</strong> amigos do<br />

mesmo.<br />

Interativida<strong>de</strong> também tem se mostrado bastante viável nestes casos: jogos, quiz,<br />

e links para páginas <strong>de</strong> promoção on<strong>de</strong> o usuário é <strong>de</strong> alguma forma beneficiado.<br />

Segue um artigo <strong>de</strong> uma revista para discussão em grupo e logo após convido<br />

to<strong>dos</strong> vocês a exporem uma opinião sobre essa nova e eficiente ferramenta do<br />

marketing mo<strong>de</strong>rno. Convido a to<strong>dos</strong> também a apontarem (em forma <strong>de</strong> lista)<br />

alguns <strong>dos</strong> elementos que po<strong>de</strong>m contribuir para o sucesso <strong>de</strong>ssa comunicação<br />

viral.<br />

TRABALHO: A questão é como achar o tom certo, que faça com que a<br />

mensagem seja reenviada <strong>de</strong> um para outro? Opine e entregue uma resenha<br />

crítica sobre o assunto e a aula.<br />

Utilize como ilustração o artigo seguinte: Agora, as pessoas clicam para ver<br />

anúncios e não para fugir <strong>de</strong>les. (EXPOSTO NA PRÓXIMA PÁGINA)<br />

88


Agora, as pessoas clicam para ver anúncios e não para fugir <strong>de</strong>les.<br />

Stuart Elliott<br />

The New York Times<br />

Por gerações, a publicida<strong>de</strong> servia para interromper o entretenimento que os norte-americanos<br />

queriam ler, assistir ou ouvir. Agora, em uma inesperada reversão <strong>de</strong> tendências, é a publicida<strong>de</strong><br />

que cada vez mais surge apresentada como entretenimento - e surpreen<strong>de</strong>ntemente a idéia <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> e só publicida<strong>de</strong>, o tempo todo, começa a ganhar a<strong>de</strong>ptos.<br />

Um <strong>dos</strong> motivos é a proliferação das conexões <strong>de</strong> banda larga com a Internet, que tornam mais<br />

fácil aos usuários <strong>de</strong> computador assistir ou baixar ví<strong>de</strong>os. Isso vem permitindo que as empresas<br />

<strong>de</strong> mídia, agências e anunciantes criem sites <strong>de</strong>dica<strong>dos</strong> aos comerciais e outras formas <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> para diversão, em lugar <strong>de</strong> para esforços pesa<strong>dos</strong> <strong>de</strong> venda.<br />

Estranhamente, a tendência contraria outro impulso po<strong>de</strong>roso entre os consumidores: o forte<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> evitar a publicida<strong>de</strong>. Os telespectadores, por exemplo, estão investindo milhões <strong>de</strong><br />

dólares ao ano em produtos como o TiVo e outros gravadores digitais <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o que os ajudam a<br />

pular comerciais, e os índices <strong>de</strong> visitas aos anúncios em formato banner, na Web, estão em<br />

queda.<br />

A diferença entre "assistir a um comercial em um site e em sua sala <strong>de</strong> visitas", diz Michael Jacobs,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte executivo e diretor <strong>de</strong> criação da MRM Worldwi<strong>de</strong>, em Nova York , é que quem<br />

assiste online "o faz porque quer; a pessoa escolhe estar lá".<br />

"É parte da natureza da Web oferecer um <strong>de</strong>stino ao qual se possa recorrer sabendo o que será<br />

assistido lá", disse Jacobs, cuja agência é parte da divisão McCann Worldgroup, da Interpublic.<br />

"Existe certamente uma audiência que assiste a essas peças em busca <strong>de</strong> entretenimento", ele<br />

afirma. "Os números parecem confirmar a idéia".<br />

Por exemplo, o site http://www.veryfunnyads.com , um site <strong>de</strong> banda larga operado pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

TV a cabo TBS, recebeu mais <strong>de</strong> 63 milhões <strong>de</strong> visitas a clipes individuais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que começou a<br />

operar, há um ano.<br />

"Trata-se <strong>de</strong> uma premissa muito simples. A pessoa terá uma experiência divertida, e ela se<br />

repetirá a cada 30 segun<strong>dos</strong>", disse Ken Schwab, vice-presi<strong>de</strong>nte sênior <strong>de</strong> programação das<br />

re<strong>de</strong>s TBS e TNT, parte da divisão Turner Broadcasting System da Time Warner.<br />

O site <strong>de</strong> comerciais diverti<strong>dos</strong> é parte <strong>de</strong> uma campanha <strong>de</strong> reformulação da marca TBS, cujo<br />

tema é "muito engraçado". O objetivo é cultivar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para a re<strong>de</strong> como especialista em<br />

comédias e séries <strong>de</strong> humor.<br />

"Muita gente fala em pular os comerciais porque é raro que o intervalo traga algo <strong>de</strong> divertido",<br />

disse Schwab. Sua empresa, em contraste, "tem uma proposta clara para os consumidores - tanto<br />

no site quanto na programação da re<strong>de</strong>".<br />

O conceito do site foi estendido à re<strong>de</strong>, disse Schwab, com os canais a cabo <strong>de</strong>stacando alguns<br />

comerciais com o rótulo "muito engraçado", na esperança <strong>de</strong> convencer os espectadores a não<br />

mudarem <strong>de</strong> canal.<br />

"Eu trabalho no setor e ainda assim pulo a maiorias <strong>dos</strong> comerciais", disse David Droga, presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> criação da Droga5, <strong>de</strong> Nova York. "Mas assisto aos comerciais diverti<strong>dos</strong>".<br />

89


"Se você passa a oferecer liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha, o jogo todo muda", afirmou Droga, acrescentando<br />

que "tudo está sob controle do usuário. Se um comercial interessa, você mantém uma conversa<br />

com a marca. Se não, é um <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> tempo".<br />

Em cerca <strong>de</strong> um mês, Droga planeja testar sua teoria com o lançamento experimental, pela Droga5<br />

e o grupo ao qual a agência está associada, o Publicis, <strong>de</strong> um site chamado<br />

http://www.honeyshed.com .<br />

Droga <strong>de</strong>screveu a idéia como "o encontro entre MTV e QVC", oferecendo aos consumidores no<br />

público-alvo, pessoas <strong>de</strong> entre 18 e 30 anos, informações sobre produtos na forma <strong>de</strong> vidoeclipes<br />

diverti<strong>dos</strong> e não <strong>de</strong> comerciais tradicionais. Os clipes têm duração <strong>de</strong> dois ou três minutos,<br />

acrescentou, e serão apresenta<strong>dos</strong> por pessoas vistas como autorida<strong>de</strong>s em assuntos como<br />

carros, roupas ou computadores.<br />

"A única razão para que tenhamos alguma chance <strong>de</strong> sucesso é a transparência", disse Droga. Ou<br />

seja, "se as pessoas sabem que o objetivo do trabalho é ven<strong>de</strong>r, a venda po<strong>de</strong> ser celebrada".<br />

A divisão USA Network da NBC Universal, parte da General Electric, também planeja a<strong>de</strong>rir à idéia,<br />

celebrando a publicida<strong>de</strong> como entretenimento, por meio <strong>de</strong> um esforço online cuja base será o<br />

conteúdo <strong>de</strong> marca.<br />

Os planos estipulam um site na web, para o ano que vem, que po<strong>de</strong>ria incluir comerciais e trailers<br />

<strong>de</strong> cinema, bem como recursos como re<strong>de</strong>s sociais e ferramentas que permitiriam que os visitantes<br />

produzissem seus próprios comerciais. O nome provisório do site é didja.com.<br />

"A questão central é a relevância", disse Chris McCumber, vice-presi<strong>de</strong>nte sênior <strong>de</strong> marketing e<br />

estratégia <strong>de</strong> marca da USA Network. "Os consumidores querem ser entreti<strong>dos</strong> quando assim<br />

escolherem e da forma que preferirem".<br />

"Se um comercial não for relevante, as pessoas ten<strong>de</strong>m a ignorá-lo", afirma. "Nossa plataforma<br />

permitirá que consumidores experimentem seus comerciais favoritos ou encontrem novas<br />

informações sobre um produto".<br />

A proliferação <strong>de</strong> portais <strong>de</strong>dica<strong>dos</strong> à publicida<strong>de</strong> como entretenimento po<strong>de</strong> significar que a<br />

tendência já esteja chegando à saturação, mais ou menos da mesma maneira que uma série <strong>de</strong><br />

reportagens <strong>de</strong> capa em revistas sobre um boom da bolsa é seguida por queda nos índices.<br />

Respostas a uma pesquisa veiculada esta semana no site da revista "Advertising Week" (<br />

http://www.adweek.com ) sugerem que a publicida<strong>de</strong> como entretenimento ainda não se<br />

<strong>de</strong>senvolveu plenamente.<br />

Até a tar<strong>de</strong> da quinta-feira, 13% <strong>dos</strong> pesquisa<strong>dos</strong> concordavam que portais <strong>de</strong>sse tipo eram<br />

"ótimos para o clima atual da cultural pop", enquanto 43% os consi<strong>de</strong>ravam "limita<strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais e<br />

fada<strong>dos</strong> ao fracasso". Os outros 44% <strong>dos</strong> pesquisa<strong>dos</strong> acreditam que os portais sejam<br />

"completamente imprevisíveis; é preciso esperar para ver".<br />

90


11 – ANUNCIANDO NA INTERNET<br />

Os chama<strong>dos</strong> <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação tradicionais sofreram todo um <strong>de</strong>morado<br />

processo até se consolidarem como tais. De Gutenberg aos jornais e revistas em<br />

cores passaram-se séculos. O cinema levou vários anos até ter som e cores. Da<br />

<strong>de</strong>scoberta do eletromagnetismo em 1865, até sua aplicação como rádio,<br />

passaram-se 40 anos. A televisão, inventada em 1926, só em 1951 – após 25<br />

anos – passou a ter cor, embora com baixa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e restrita às<br />

elites. Já a internet levou menos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, da sua disponibilida<strong>de</strong> pública em<br />

1980, nos EUA, e ainda chamada <strong>de</strong> Arpanet, à sua popularização em 1990.<br />

A tecnologia foi a causa. Através da progressiva criação <strong>de</strong> novas máquinas e<br />

processos que diminuíram muito o tempo <strong>de</strong> produção do conteúdo, formato e<br />

transmissão <strong>dos</strong> veículos, possibilitando assim, um barateamento <strong>de</strong> custo,<br />

necessário para que esses <strong>meios</strong> passassem a atingir milhares <strong>de</strong> pessoas e se<br />

transformassem no que se convencionou chamar <strong>de</strong> <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong><br />

massa.<br />

E isso atraiu anúncios. E com eles, um gran<strong>de</strong> incremento nas receitas. Com mais<br />

faturamento os veículos passaram a fornecer mais e melhores benefícios a seus<br />

públicos, na forma <strong>de</strong> informações e entretenimento, e a concorrência para a<br />

conquista <strong>de</strong> mais leitores e audiências fez com que precisassem ser cada vez<br />

mais atrativos, recorrendo à tecnologia. E o ciclo recomeçava.<br />

11.1 - Um novo meio ou a convergência <strong>de</strong> to<strong>dos</strong>?<br />

Talvez a internet não seja um novo meio, e sim, a convergência <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os<br />

<strong>meios</strong>, porque, na verda<strong>de</strong>, basta acessá-la para po<strong>de</strong>rmos ler jornais e revistas,<br />

ouvir rádio, ver TV e assistir a filmes. Tudo isso por menos que o preço <strong>de</strong> um<br />

exemplar <strong>de</strong> jornal. A partir <strong>de</strong> qualquer lugar, bastando uma linha telefônica. Nem<br />

micro é mais preciso com os celulares WAP. E ela ainda oferece vários benefícios<br />

integra<strong>dos</strong>: mala-direta, correio, conversas entre duas ou mais pessoas,<br />

transmissão <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, biblioteca, guia, lista telefônica, arquivo,<br />

etc.<br />

Por outro lado, a internet po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada algo totalmente novo por possuir<br />

algumas características não encontradas nos outros <strong>meios</strong>, como instantaneida<strong>de</strong>,<br />

megacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenagem, facilida<strong>de</strong> na busca <strong>de</strong> informações e<br />

direcionamento individual.<br />

91


11.2 - A profecia <strong>de</strong> McLuhan<br />

Não é novida<strong>de</strong> pra ninguém que a internet fez do mundo uma al<strong>de</strong>ia global, ao<br />

conciliar, a personalização que cada indivíduo po<strong>de</strong> fazer com sua @ ou www,<br />

<strong>de</strong>ntro da sua tribo, com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se comunicar mundialmente. Toda essa<br />

realida<strong>de</strong> atual era parte das teorias do controvertido professor cana<strong>de</strong>nse Hebert<br />

Marshall McLuhan. Só que ele profetizou tudo isso em 1966!<br />

Ele conseguiu antever que a tecnologia iria transformar os <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />

cada vez mais à imagem e semelhança <strong>dos</strong> homens, à medida que fossem se<br />

transformando em extensões mais próximas e parecidas com o nosso cérebro. E<br />

quando estivessem usando todo o potencial da velocida<strong>de</strong> elétrica, passariam<br />

então, os próprios <strong>meios</strong>, a ser as mensagens. Portanto, a internet veio<br />

concretizar essa teoria.<br />

Nos poucos anos <strong>de</strong> vida da internet já dá pra confirmar uma das teorias <strong>de</strong><br />

McLuhan, <strong>de</strong> que no início <strong>de</strong> suas vidas, os novos <strong>meios</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />

assumem o conteúdo <strong>de</strong> um ou mais <strong>meios</strong> já tradicionais. O cinema mudo<br />

começou filmando peças <strong>de</strong> teatro, e o cinema falado, reproduzindo musicais. No<br />

seu início, a televisão também transmitia muito teleteatro, e as primeiras novelas<br />

nada mais eram que adaptações das radionovelas. Com o tempo os novos <strong>meios</strong><br />

encontram suas personalida<strong>de</strong>s e passam a ter seus próprios formatos.<br />

Com a internet não está sendo diferente e o processo <strong>de</strong> encontrar seus próprios<br />

formatos e conteú<strong>dos</strong> ainda está em curso. Mesmo na publicida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> os<br />

tradicionais banners estão dando lugar a novas formas e maneiras <strong>de</strong> falar com o<br />

público, fazendo-se uso <strong>de</strong> textos, imagens e sons com características e recursos<br />

próprios <strong>de</strong>sse novo meio.<br />

Nem McLuhan imaginou que apenas 14 anos após suas profecias, existiria “uma<br />

coisa” sobre a qual os receptores (as pessoas), teriam total controle sobre o que,<br />

quando, on<strong>de</strong> e como receberiam suas mensagens, interesse em ver coisas que<br />

não sabiam que queriam ver, graças aos criativos emissores (portais e sites), e<br />

ainda, usar esse tipo instrumento como meio <strong>de</strong> correio para enviar suas<br />

mensagens pessoais.<br />

Mesmo no Brasil a internet já se consolidou como uma indispensável ferramenta<br />

<strong>de</strong> trabalho para as mais diferentes áreas profissionais, se tornou a melhor, mais<br />

completa e rápida fonte <strong>de</strong> consulta para jornalistas, professores e estudantes, já<br />

é responsável pelo sustento <strong>de</strong> muitas lojas virtuais, montadas exclusivamente<br />

para vendas on line, e as gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> varejo criaram na internet seus canais<br />

<strong>de</strong> venda direta, que estão indo <strong>de</strong> vento em popa.<br />

A conseqüência, em nível mundial, é um gran<strong>de</strong> público conectado a todo<br />

instante, e isso está criando as condições para a internet se firmar como meio <strong>de</strong><br />

comunicação e ser consi<strong>de</strong>rada nos planejamentos <strong>de</strong> mídia regularmente.<br />

92


11.3 - Os da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> audiência da internet<br />

Com os recursos da informática é relativamente simples aos provedores medir<br />

quantos usuários e quantos acessos são feitos às páginas <strong>dos</strong> sites que ele<br />

hospeda, e disponibilizar esses da<strong>dos</strong> ao proprietário <strong>de</strong> cada site, via internet.<br />

Não só os tipos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, mas até os nomes variam <strong>de</strong> provedor para provedor,<br />

muitas vezes significando a mesma coisa. A seguir constam os mais utiliza<strong>dos</strong>:<br />

Page view – a medida mais utilizada e divulgada pelos sites para mostrarem suas<br />

“audiências”. Po<strong>de</strong> parecer que se equivale aos da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> audiência ou impactos,<br />

usa<strong>dos</strong> em mídia, mas não é bem assim, porque tecnicamente po<strong>de</strong> ser calculada<br />

a partir <strong>de</strong> vários mo<strong>dos</strong>, e até <strong>de</strong> forma artificiosa visando mostrar números bem<br />

gran<strong>de</strong>s aos incautos. As principais formas como é obtida são:<br />

- Por acesso: são contadas tantas page views, quantos forem os elementos<br />

diferentes que a página tiver (texto em HTML, banners, imagens, etc.), mesmo<br />

que nenhum tenha sido aberto completamente. É o modo que apresenta os<br />

maiores números, e obviamente, o preferido <strong>de</strong> alguns gran<strong>de</strong>s portais e sites<br />

para divulgarem suas “audiências”.<br />

- Por impressões, ou por arquivo: as page views são computadas somente quando<br />

a página abre completamente, mas to<strong>dos</strong> seus elementos são conta<strong>dos</strong>. É menos<br />

ruim que o modo por acesso, mais ainda um pouco falacioso.<br />

- Por página: só consi<strong>de</strong>ra os arquivos com extensão .html ou as páginas<br />

principais (in<strong>de</strong>x) acessadas. Não são consi<strong>de</strong>radas imagens, scripts CGIs, Java<br />

applets, e outras que não sejam páginas em .html ou .texto. é o melhor modo, por<br />

motivos óbvios, mas não é o preferido <strong>dos</strong> sites porque apresenta números<br />

menores.<br />

Visitas únicas (unique visitor, ou user session): número <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reços IP<br />

diferentes que acessaram o site, computando-se para o mesmo IP uma nova visita<br />

no mesmo site somente se for feita após intervalo <strong>de</strong> 30 minutos.<br />

Hits: todas as respostas geradas por to<strong>dos</strong> os elementos da página acessada. Se<br />

uma página tem duas figuras, são computa<strong>dos</strong> três hits: um hit para a página<br />

HTML e dois hits para as figuras. Esse é o critério que apresenta os maiores<br />

números e as vezes usado como critério para contar page views, e passado aos<br />

menos avisa<strong>dos</strong> como se fossem page views.<br />

En<strong>de</strong>reços: servidores através <strong>dos</strong> quais os usuários que acessaram o site.<br />

Kbytes: total <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> transferi<strong>dos</strong> entre o site e os usuários que o acessaram<br />

(usado pelas operadoras <strong>de</strong> celular).<br />

93


Click trought: percentual, ou quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> clicks que um banner recebe,<br />

po<strong>de</strong>ndo ou não a pessoa chegar a abrir totalmente o site do anunciante (usa<strong>dos</strong><br />

para medir o feed back do anúncio para o anunciante).<br />

CPC: custo por click.<br />

A principal empresa que faz pesquisa regular sobre internet no Brasil é o<br />

Ibope//NetRatings, joint-venture entre o Ibope e a Nielsen//NetRatings, lí<strong>de</strong>r<br />

mundial em mediação <strong>de</strong> audiência pela internet. As informações são levantadas<br />

através <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> painel, cujos colaboradores possuem um software nos<br />

seus computadores que registra tudo o que eles fazem em termos <strong>de</strong> acesso à<br />

internet e envia on-line para o instituto.<br />

Os principais da<strong>dos</strong> levanta<strong>dos</strong> regularmente pelo Ibope//NetRatings são:<br />

- audiência e perfil <strong>de</strong>mográfico, rankings <strong>de</strong> sites mais visita<strong>dos</strong>, cobertura <strong>de</strong><br />

público, page views, páginas acessadas e vistas, e tempo médio por pessoa;<br />

- tráfego da audiência (<strong>de</strong> que sites os internautas vêm e para que sites vão);<br />

- gráficos <strong>de</strong> tendência <strong>de</strong> mercado, audiência exclusiva e duplicada;<br />

- exposição e resposta do público a anúncios <strong>de</strong> banners;<br />

- número <strong>de</strong> impressões para cada banner, audiência, alcance, click rate;<br />

- perfil <strong>de</strong>mográfico (ida<strong>de</strong>, sexo, renda, escolarida<strong>de</strong> e ocupação) <strong>dos</strong> usuários<br />

expostos aos banners, além do site em que foi veiculado.<br />

- imagens <strong>de</strong> banners (capturadas por meio <strong>de</strong> tecnologia própria), permitindo a<br />

comparação com campanhas concorrentes, rankings <strong>de</strong> sites com respectivos<br />

banners e por anunciante, ou seja, quais banners foram mais acessa<strong>dos</strong> e on<strong>de</strong><br />

foram veicula<strong>dos</strong>.<br />

TRABALHO:<br />

1- Cite dois recursos que são bem próprios da internet.<br />

2- Mencione algumas das principais características da internet como meio <strong>de</strong><br />

comunicação.<br />

3- Que recursos <strong>de</strong> comunicação po<strong>de</strong>m ser usa<strong>dos</strong> na internet para a<br />

veiculação <strong>de</strong> campanhas publicitárias?<br />

4- Cite alguns produtos que possuem bastante a<strong>de</strong>quação para serem<br />

veicula<strong>dos</strong> na internet.<br />

11.4 – Artigo: Para que, afinal, seu cliente precisa <strong>de</strong> um website?<br />

Luli Radfahrer<br />

Já faz algum tempo que a época <strong>dos</strong> "geninhos" fazedores <strong>de</strong> sites acabou, uma<br />

época em que o importante era "estar" na web, o que quer que isso significasse.<br />

Com ela, também acabou a época <strong>dos</strong> "achismos" e <strong>dos</strong> chutadores, o que<br />

garantiu, para muitas empresas sérias, verbas significativamente maiores para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações digitais.<br />

94


À medida que o mercado <strong>de</strong> comunicação digital evolui, mais e mais pessoas<br />

começam a usar com elegância termos antes reserva<strong>dos</strong> aos mascadores <strong>de</strong> bits<br />

e outros sujeitos <strong>de</strong> óculos esquisitos e cortes <strong>de</strong> cabelo improváveis. Já não se<br />

fala mais em portais, a onda agora é fazer com que as campanhas <strong>de</strong><br />

comunicação sejam "virais", criem comunida<strong>de</strong>s, usem blogs ou fotologs e, para<br />

os mais versa<strong>dos</strong> nas artes mercado-cibernéticas, usem características<br />

colaborativas <strong>de</strong> web avança<strong>dos</strong> (como a web2) etc, etc, etc.<br />

No entanto, a busca por eficiência não parece ser uma priorida<strong>de</strong> hoje em dia. Dos<br />

dois la<strong>dos</strong> do balcão <strong>de</strong> negociações, nada é menos sexy que se falar em taxas<br />

<strong>de</strong> conversão ou sucesso <strong>de</strong> operações. É um raciocínio torto, para se dizer o<br />

mínimo. Pois se qualquer profissional <strong>de</strong> comunicação se apressa em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a<br />

importância da área digital para a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> um público, por que a maioria<br />

<strong>de</strong>les continua a se comportar como adolescentes mima<strong>dos</strong> que <strong>de</strong>testam uma<br />

planilha <strong>de</strong> Excel?<br />

É triste reconhecer, mas muitos profissionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign digital não sabem/<br />

querem/ gostam <strong>de</strong> ler um Briefing, um relatório <strong>de</strong> pesquisa ou um planejamento<br />

estratégico <strong>de</strong> seus clientes. Em português, isso quer dizer que esses<br />

profissionais não são capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar claramente quais são os objetivos da<br />

comunicação. Aí, como diz aquela velha expressão, "se não sabes aon<strong>de</strong> vais, por<br />

que teimas em correr?".<br />

Muitos se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m argumentando que seus clientes são incapazes <strong>de</strong> elaborar<br />

um plano mínimo, e que mudam <strong>de</strong> idéia <strong>de</strong> acordo com o que está na moda ou<br />

que foi mostrado pela concorrência, sem ao menos consi<strong>de</strong>rar se a solução<br />

proposta é boa para eles. Po<strong>de</strong> até ser verda<strong>de</strong>, mas <strong>de</strong> qualquer maneira, é o<br />

cliente quem contrata seus serviços e, para citar outras duas velhas expressões,<br />

"o freguês tem sempre razão" e "a corda sempre rompe do lado mais fraco".<br />

Se a vida é dura e noção é um artigo em falta entre os profissionais <strong>de</strong> internet, o<br />

que se <strong>de</strong>ve fazer? Para começar, levar a sério a idéia <strong>de</strong> ser parceiro <strong>de</strong> seu<br />

cliente. Isso significa ter um interesse real por suas conquistas e colaborar<br />

efetivamente para que ele as conquiste. Caso contrário, o <strong>de</strong>signer se comporta<br />

como um pintor ou pedreiro: faz exclusivamente o que é mandado, dane-se se não<br />

<strong>de</strong>r certo. Agindo assim, não é <strong>de</strong> se esperar que ganhe mal.<br />

Falando o óbvio, clientes trabalham para empresas e, portanto, <strong>de</strong>vem visar lucro<br />

em suas operações. Para isso, é preciso i<strong>de</strong>ntificar um objetivo para a ação digital<br />

e uma estimativa <strong>de</strong> recursos para viabilizá-Ia a contento. Um blog corporativo, por<br />

exemplo, <strong>de</strong>ve ter <strong>de</strong> dois a cinco posts por dia. Isso significa <strong>de</strong> 10 a 25 posts por<br />

semana, ou 500 a mil e poucos posts por ano. O cliente é capaz <strong>de</strong> arcar com<br />

isso? Não? Então não arrisque, pois a coisa po<strong>de</strong> ficar feia. (Para que uma área<br />

<strong>de</strong>dicada a notícias do ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da empresa se você não po<strong>de</strong><br />

disponibilizar um profissional a se <strong>de</strong>dicar a procurar matérias que possuam os<br />

assuntos <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong>ste link?)<br />

95


O mesmo raciocínio se aplica a outras áreas. Para que se quer o website? Para<br />

aumentar reconhecimento <strong>de</strong> marca? Para dar maiores informações sobre<br />

produtos e serviços? Para Ven<strong>de</strong>r on-line? Para dirigir a atenção para outros<br />

canais <strong>de</strong> vendas (como concessionárias em websites <strong>de</strong> automóveis, por<br />

exemplo)? Para prestar serviços ao consumidor? Para cortar custos? Para<br />

aumentar a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> à marca? Para ações promocionais?<br />

Para cada uma <strong>de</strong>ssas perguntas há uma resposta clara, direta e eficiente, que<br />

<strong>de</strong>ve conseguir estabelecer uma meta - e, o que é melhor, mensurá-la. Isso serve<br />

para justificar verbas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas ações e a contratação <strong>de</strong><br />

seus futuros serviços, mesmo que eles não sejam os mais baratos ou mais<br />

rápi<strong>dos</strong> do mercado.<br />

Me parece uma boa recompensa para a árdua tarefa <strong>de</strong> ler algumas páginas <strong>de</strong><br />

planejamento, não acham?<br />

11.5 - Falando <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />

Segundo uma pesquisa realizada pelo TGI / Ibope, e divulgada pela UOL, <strong>dos</strong><br />

internautas:<br />

96


POR PAGE VIEW:<br />

97


POR USUÁRIOS (MILHÕES)<br />

POR PAGE VIEW (UOL):<br />

POR USUÁRIOS (MILHÕES) – UOL:<br />

FONTE: TGI / IBOPE<br />

98


11.6 – Artigo: A ERA DOS SITES COMO ESTRATÉGIA DE<br />

BRANDING<br />

O gerenciamento estratégico <strong>de</strong> uma marca, também conhecido pelo<br />

nome <strong>de</strong> branding, vem sofrendo profundas transformações diante do uso<br />

cada vez maior da Internet no cotidiano das pessoas.<br />

Dessa forma, as ações on-line se tornaram importantes ferramentas <strong>de</strong><br />

aproximação e relacionamento com o público-alvo das gran<strong>de</strong>s<br />

empresas. Um exemplo recente <strong>de</strong>sse cenário aparece no hot site da<br />

campanha BIC Music (www.bicmusic.com.br), que apresenta o mundo<br />

musical como temática para os novos isqueiros ilustra<strong>dos</strong> da empresa.<br />

"O projeto é uma ação 100% <strong>de</strong> branding, objetivando rejuvenescimento<br />

<strong>de</strong> marca e aproximação com seu target. Além disso, a BIC <strong>de</strong>cidiu lançar<br />

a campanha <strong>de</strong> divulgação exclusivamente pela Internet, por se tratar <strong>de</strong><br />

um tema musical e bastante vinculado ao público jovem, que tem uma<br />

afinida<strong>de</strong> altíssima com a Internet", explica Heloísa Ticianelli, gerente <strong>de</strong><br />

Marketing e Novos Negócios da EverMedia (www.evermedia.com.br),<br />

responsável pelo planejamento e criação da campanha.<br />

Para sabermos mais <strong>de</strong>talhes do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto, além <strong>de</strong><br />

Heloísa, conversamos também com Douglas Bocalão, coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong><br />

criação da agência. Confira a seguir.<br />

BRANDING é o conjunto <strong>de</strong> ações ligadas à administração das marcas, nas<br />

mais diversas áreas, com o objetivo <strong>de</strong> manter ou ampliar sua posição no<br />

mercado e consolidá-la cada vez mais na mente <strong>dos</strong> consumidores.<br />

Web<strong>de</strong>sign: Em termos <strong>de</strong> Internet, já se tornou comum no mercado<br />

internacional as gran<strong>de</strong>s empresas investirem no conceito <strong>de</strong><br />

entretenimento na hora <strong>de</strong> se criar e <strong>de</strong>senvolver campanhas<br />

interativas, tendência que começa a vingar no Brasil. Quais são os<br />

<strong>de</strong>safios na hora <strong>de</strong> se trabalhar com tais projetos?<br />

Heloísa: É uma forma <strong>de</strong> fazer uma aproximação da empresa com o seu target, e<br />

não simplesmente ven<strong>de</strong>r um produto. É achar pontos comportamentais do seu<br />

público-alvo e criar uma aproximação fundamentada nos seus hábitos e gostos a<br />

fim <strong>de</strong> fazer parte o maior tempo possível não só da sua rotina, mas também do<br />

lazer.<br />

Wd: Falando na interface gráfica do hot site, vemos que os isqueiros<br />

personaliza<strong>dos</strong> da campanha BIC Music receberam um <strong>de</strong>staque com<br />

as ilustrações <strong>de</strong> cada estilo musical (Rock, Soul, Eletrônica, Hip Hop e<br />

99


Pop Rock). De que forma vocês trabalharam a criação <strong>de</strong>stas<br />

ilustrações para que elas pu<strong>de</strong>ssem se encaixar <strong>de</strong>ntro do projeto<br />

gráfico?<br />

Douglas: Todas as ilustrações passam a idéia <strong>de</strong> movimento, cores e da<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressar seu próprio estilo musical. A idéia principal é que cada<br />

usuário possa olhar para o site e se i<strong>de</strong>ntificar com ele.<br />

Além disso, to<strong>dos</strong> os estilos musicais trabalha<strong>dos</strong> no site têm características<br />

marcantes. Buscamos trazer uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> forte também para o layout. Para<br />

chegarmos neste resultado, a equipe saiu a campo para estudar referências<br />

gráficas em casas noturnas, muros grafita<strong>dos</strong> e capas <strong>de</strong> disco. O mix <strong>de</strong><br />

tudo isso resultou em formas orgânicas, setas, curvas e cores harmoniosas.<br />

Wd :: Vocês utilizaram muitas setas e traços ornamenta<strong>dos</strong> para<br />

indicar as seções do hot site e orientar a navegação do usuário, além<br />

<strong>de</strong>las ilustrarem a própria marca do projeto. Que tipo <strong>de</strong> <strong>estudo</strong>s<br />

vocês fizeram para <strong>de</strong>finir o estilo gráfico a ser utilizado?<br />

Douglas: Faz parte da nossa metodologia o processo <strong>de</strong> imersão, on<strong>de</strong><br />

vamos buscar referências gráficas mundiais, seja por meio <strong>de</strong> livros, revistas,<br />

observando as pessoas na rua ou buscando sites pela Internet. Mas não<br />

po<strong>de</strong>mos confundir imersão com meditação.<br />

Apenas pensar no assunto não traz resultado, é preciso muito esforço,<br />

rascunhos, <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> cores, versões preliminares, até alcançarmos o layout<br />

<strong>de</strong>sejado.<br />

Neste caso, <strong>de</strong>finimos que as formas utilizadas no hot site tinham que<br />

expressar movimento - um <strong>dos</strong> elementos primordiais na música. Quisemos<br />

ambientar o hot site para trazer as mesmas sensações <strong>de</strong> uma balada.<br />

Wd: A combinação cromática do hot site é puxada para tons fortes,<br />

porém elas ficaram bem armoniosas. Quais influências e como vocês<br />

<strong>de</strong>finiram esta etapa <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong> criação?<br />

Douglas: Nossa principal influência foi a street art (arte <strong>de</strong> rua), on<strong>de</strong> a<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cores e <strong>de</strong> formas orgânicas é muito gran<strong>de</strong>. A riqueza <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>talhes que po<strong>de</strong>mos encontrar passeando pelas ruas é impressionante.<br />

Você po<strong>de</strong> ver cartazes, grafites, placas <strong>de</strong> trânsito e até sinalização <strong>de</strong> lojas<br />

que po<strong>de</strong>m inspirar e trazer aquele estalo que faltava na criação <strong>de</strong> um site.<br />

Wd: A tipografia do projeto é inspirada em fontes fantasia e parece<br />

ter recebido um tratamento especial. Como a sua escolha se insere<br />

<strong>de</strong>ntro do conceito geral do ho tsite?<br />

Douglas :: A tipografia também sofreu influência da arte <strong>de</strong> rua. Na maioria<br />

100


<strong>dos</strong> títulos, aplicamos contornos característicos <strong>de</strong> grafitismo, além das cores<br />

fortes e marcantes. Utilizamos a família <strong>de</strong> fonte Bauhaus, que apesar <strong>de</strong> ser<br />

uma fonte clássica, transmite mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e se encaixa perfeitamente com a<br />

comunicação criada para o site.<br />

Wd: O hotsite foi projetado para resoluções <strong>de</strong> tela a cima <strong>de</strong> 1024x768<br />

pixels. Por que vocês adotaram este padrão, já que as estatísticas no Brasil<br />

ainda apontam um certo equilíbrio nesta área?<br />

Douglas :: Na verda<strong>de</strong>, o hotsite prioriza a resolução 1024, mas também<br />

aten<strong>de</strong> a 800x600. O usuário tem uma experiência maior tom a resolução<br />

1024, já que visualiza mais elementos na tela. Porém, a navegabilida<strong>de</strong><br />

continua sem nenhum comprometimento em 800x600. Mas acreditamos que a<br />

tendência seja a resolução 1024.<br />

Wd: Um <strong>dos</strong> <strong>de</strong>staques do projeto está na disponibilida<strong>de</strong> da<br />

ferramenta BIC Web Mixer, no qual o produtor musical Veiga criou,<br />

com exclusivida<strong>de</strong>, os 52 samplers disponíveis por lá. Como surgiu a<br />

idéia <strong>de</strong> criar um mixer on-line e que tipo <strong>de</strong> tecnologia foi utilizada<br />

para que ele pu<strong>de</strong>sse se tornar funcional?<br />

Heloísa: A BIC está lançando uma série limitada temática <strong>de</strong> música. A<br />

EverMedia, ficou responsável por toda estratégia exclusivamente on-line. A<br />

idéia foi criar uma experiência inovadora para quem aprecia música e, a partir<br />

daí, surgiu a idéia do BIC Web Mixer. A ferramenta foi toda <strong>de</strong>senvolvida em<br />

Flash 7.0 e ASP.<br />

To<strong>dos</strong> os 52 samplers foram cria<strong>dos</strong> exclusivamente para a BIC. O mixer é a<br />

sustentação do concurso cultural. Quem gosta <strong>de</strong> música vai entrar no site,<br />

criar a sua, divertir-se com os downloads e concorrerá a iPods. Os vencedores<br />

ainda po<strong>de</strong>rão ter suas músicas em MP3 no seu próprio iPod.<br />

Wd :: Ainda sobre tecnologia. a EverMedia criou uma versão Wap<br />

do hotsite. Diante da experiência com este projeto. vocês po<strong>de</strong>riam<br />

citar os principais <strong>de</strong>safios no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sites para<br />

dispositivos móveis?<br />

Douglas :: Uma das principais barreiras é a divergência entre as tecnologias<br />

das operadoras e das diferentes plataformas <strong>dos</strong> aparelhos. Po<strong>de</strong>mos<br />

comparar a atual fase <strong>dos</strong> dispositivos móveis com a época em que o<br />

Netscape ainda brigava com o Internet Explorer e os <strong>de</strong>signers quebravam a<br />

cabeça para criar sites compatíveis com os dois browsers. O mais sensato a<br />

fazer é seguir os padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da W3C (The World Wi<strong>de</strong> Web<br />

Constructium – www.w3.org) e criar wapsites simples, com navegação objetiva<br />

e fácil.<br />

Wd :: Assim como a campanha, a sua divulgação será, feita<br />

101


especificamente em mídia on-line e focada em portais volta<strong>dos</strong> para o<br />

público jovem (Vírgula, Jovem Pan e MTV). Quais fatores<br />

influenciaram nesta <strong>de</strong>cisão?<br />

Heloísa :: A campanha está focada no público jovem, pois é o que tem mais<br />

afinida<strong>de</strong> com a música. Por sua vez, é quem passa mais tempo na web. O<br />

Brasil está entre os países que mais gastam tempo na web e esse índice vem<br />

crescendo significativamente. Por esta razão, veio a escolha do investimento<br />

exclusivo neste canal e nos portais com perfis jovem e musical.<br />

102


12 – ANEXOS<br />

LISTA DE EXERCÍCIOS<br />

01 - Em Goiânia, existem 1.500.000 <strong>de</strong> habitantes, sabendo que <strong>de</strong>sse total<br />

existem 850.000 domicílios com TV em Goiânia e que 150.000 é o número <strong>de</strong><br />

domicílios sintoniza<strong>dos</strong> em um referido programa, calcule a audiência domiciliar<br />

<strong>de</strong>sse programa.<br />

02 – Em Goiânia existem 255.000 jovens que se enquadram entre a faixa <strong>de</strong> 25 a<br />

35 anos, pertencem as classes AB. Sabendo que <strong>de</strong>sse total 132.000 assistem ao<br />

programa Raddar, calcule a audiência individual <strong>de</strong> TV do programa referido.<br />

03 – Brasília possui 2.750.000 habitantes. Destes, 1.956.000 é o número <strong>de</strong><br />

domicílios que estão com TV liga<strong>dos</strong> entre as 20h – 21h. Sabendo que a<br />

participação <strong>de</strong> audiência no Jornal Nacional é <strong>de</strong> 70%, calcule quantos<br />

televisores estão liga<strong>dos</strong> no referido programa.<br />

04 – A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jovens das classes sociais ABC, entre 15 – 35 anos da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia (apenas) que ouvem a rádio Interativa é <strong>de</strong> 85.000. Sabendo<br />

que a gran<strong>de</strong> Goiânia possui 1.500.000 e que somente a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia possui<br />

1.200.000 pessoas e que <strong>de</strong>sse número 350.000 é o número <strong>de</strong> jovens que se<br />

enquadram no perfil citado, calcule a audiência da rádio interativa somente na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia que ouvem a rádio Interativa e se enquadram no perfil citado.<br />

05 – Para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Anápolis são <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> 15.000 exemplares da Revista da<br />

MTV, que entre assinaturas e vendas, abrangem um perfil <strong>de</strong> público <strong>de</strong> 15 - 25<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> das classes AB. Sabendo que a mesma cida<strong>de</strong> possui 68.000<br />

habitantes que se enquadram neste perfil, calcule a penetração <strong>de</strong> leitura do título<br />

da revista citada.<br />

06 – Perfil do público é um termo utilizado em to<strong>dos</strong> os <strong>meios</strong> e significa o<br />

segmento do público <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado veículo, selecionado por sexo, classe social,<br />

faixa etária, instrução, ocupação e faixa <strong>de</strong> renda. É um dado expresso em<br />

percentual. Sabendo que o Jornal Diário da Manhã possui uma tiragem <strong>de</strong> 45.000<br />

exemplares durante os dias úteis, e que <strong>de</strong>sses, 16.000 se enquadram somente<br />

na classe A, 4.000 na faixa <strong>de</strong> classe AB, 12.000 somente na classe B, 3.000 nas<br />

classes BC, 8.000 somente na classe C e 2.000 em classes diferenciadas, monte<br />

um quadro explicitando a porcentagem <strong>de</strong> penetração do público do jornal dividido<br />

por classes.<br />

103


07 – O programa Planeta Xuxa possui 38% <strong>de</strong> participação <strong>de</strong> audiência. O custo<br />

da inserção apenas para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia é <strong>de</strong> R$ 500.00. Calcule o custo 1%<br />

do Programa Planeta Xuxa para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia.<br />

08 – O custo da inserção na Novela das 20h da TV Globo é <strong>de</strong> R$ 96.000,00 para<br />

veiculação Nacional. Sabendo que o Brasil possui 180.000.000 <strong>de</strong> habitantes, que<br />

no referido horário existem 110.000.000 <strong>de</strong> televisores liga<strong>dos</strong> e que o programa<br />

referido tem uma participação <strong>de</strong> 27,8% da audiência nacional, calcule quanto<br />

custa atingir 1000 telespectadores da Novela 20h.<br />

09- A gran<strong>de</strong> Goiânia possui 1,5 milhões <strong>de</strong> habitantes. Sabendo que 9% é a<br />

quantida<strong>de</strong> que se refere ao número <strong>de</strong> pessoas que ouvem rádio em um<br />

<strong>de</strong>terminado veículo, e que a fórmula para calcular a audiência <strong>de</strong> rádio é :<br />

Calcule o número exato (que não é expresso em %) <strong>de</strong> pessoas que ouvem a<br />

rádio especificada.<br />

10 – A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílios em Goiânia que assistem ao programa RADDAR<br />

é <strong>de</strong> 200.000, em relação ao total <strong>de</strong> domicílios com TV´s liga<strong>dos</strong> no horário que é<br />

estimado em 735.800, calcule a participação <strong>de</strong> audiência domiciliar do programa<br />

RADDAR.<br />

11 – Penetração <strong>de</strong> leitura é o termo utilizado na mídia impressa para mensurar a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas em uma praça em relação ao total <strong>de</strong> pessoas da praça<br />

que lêem um título; e é expresso em percentual. Com essa explicação, calcule a<br />

penetração <strong>de</strong> leitura do jornal O Popular em Goiânia durante os dias úteis da<br />

semana e nos fins-<strong>de</strong>-semana, sabendo que ele publica 44.000 exemplares em<br />

um dia durante os dias úteis e 69.000 exemplares nos sába<strong>dos</strong> e domingos, tendo<br />

como referencial o número <strong>de</strong> habitantes da gran<strong>de</strong> Goiânia, <strong>de</strong>terminado em<br />

1.500.000 pessoas.<br />

12 – Sabendo que o custo por mil da Revista People é <strong>de</strong> R$ 26,00; que a<br />

penetração da revista é <strong>de</strong> 2% e que a gran<strong>de</strong> Goiânia possui 1.500.000<br />

habitantes, calcule o custo <strong>de</strong> um anúncio no título citado (in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

tamanho do mesmo). Lembre-se <strong>de</strong> expressar seu resultado na unida<strong>de</strong><br />

correspon<strong>de</strong>nte a realida<strong>de</strong> do exercício.<br />

104


13 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

SANT´ANNA, Armando. Propaganda: teoria, prática, técnica. São Paulo:Pioneira,<br />

1998.<br />

VERONEZZI, José C. Mídia <strong>de</strong> A a Z. São Paulo:Flight, 2005.<br />

DORDOR, Xavier. Mídia/ Mídia Alternativa. São Paulo: Nobel, 2007<br />

TAMANAHA, Paulo. Planejamento <strong>de</strong> mídia. São Paulo:Prentice Hall, 2006.<br />

JONES, John Philip. A publicida<strong>de</strong> como negócio. São Paulo:Nobel, 2002.<br />

NETO, Ângelo F. Midialização: o po<strong>de</strong>r da mídia. São Paulo:Nobel, 2006.<br />

OGDEN, James R. Comunicação integrada <strong>de</strong> marketing. São Paulo:Prentece<br />

Hall, 2002.<br />

ZENLTER, Herbert. Gerenciamento <strong>de</strong> mídia. São Paulo:Nobel, 2001.<br />

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