Bodas de Prata
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Proprieda<strong>de</strong> e administração:<br />
Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurique<br />
Birmensdorferstrasse 48<br />
8004 Zürich<br />
| Directora: Sandra Ferreira | Ano: XX | N.º: 198 | Outubro 2014 | Mensal | Distribuição gratuita |<br />
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Web: www.cldz.ch<br />
E-mail: info@cldz.ch<br />
Rancho Folclórico do Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurich<br />
<strong>Bodas</strong> <strong>de</strong> <strong>Prata</strong><br />
Em Setembro 2014, celebrou-<br />
-se as <strong>Bodas</strong> <strong>de</strong> <strong>Prata</strong> do<br />
Rancho Folclórico, do Centro<br />
Lusitano <strong>de</strong> Zurich. - Pág. 8 - 11<br />
Opinião<br />
“A Sec. <strong>de</strong> Estado das Comunida<strong>de</strong>s<br />
Portuguesas e Instituto<br />
Camões estão a roubar...”- pág. 08<br />
Educação<br />
“Vivemos nas escolas uma<br />
situação <strong>de</strong> absoluto CAOS<br />
LINGUÍSTICO...” - pág. 17<br />
Estatística<br />
Portugal em números...<br />
- pág. 22 e 23
2 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Publicida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014<br />
Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurique<br />
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88% dos Poetas<br />
contra o AO<br />
“Reunidos na Vila do Gerês,<br />
no XIV Encontro nacional <strong>de</strong><br />
Poetas, dia 20 <strong>de</strong> Setembro, foi<br />
apresentada uma proposta aos<br />
mais <strong>de</strong> cem participantes, para<br />
que se pronunciassem acerca<br />
da aceitação ou da rejeição do<br />
Acordo Ortográfico. No universo<br />
<strong>de</strong> 107 autores presentes<br />
verificaram-se 5 votos a favor, 8<br />
abstenções e 94 contra a oficialização<br />
do Acordo.”<br />
www.diario.netbila.net
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Editorial<br />
Outubro 2014 – 3<br />
Origem do Folclore<br />
O termos folclore é aceite internacionalmente<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1878 e apareceu<br />
escrito pela primeira vez na<br />
Inglaterra, na revista “The Athenaeum,<br />
há cerca <strong>de</strong> 150 anos.<br />
Nela, a 22 <strong>de</strong> Agosto (hoje Dia<br />
do Folclore em muitos países), o<br />
arqueólogo inglês William John<br />
Thoms falava das necessida<strong>de</strong> da<br />
existência <strong>de</strong> uma palavra que <strong>de</strong>nominasse<br />
o estudo das tradições<br />
populares inglesas. Ele sugeria<br />
a junção <strong>de</strong> duas palavras: Folk<br />
(povo) e lore (sabedoria).<br />
Esse termo passou a ser utilizado<br />
então para se referir às tradições,<br />
costumes e superstições das classes<br />
populares.<br />
Também a UNESCO <strong>de</strong>clarou que<br />
folclore é sinónimo <strong>de</strong> cultura popular<br />
e representa a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
social <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> através<br />
<strong>de</strong> suas criações culturais, colectivas<br />
ou individuais, e é também<br />
uma parte essencial da cultura <strong>de</strong><br />
cada nação.<br />
Infelizmente ao longo dos séculos<br />
os povos <strong>de</strong>ixaram per<strong>de</strong>r um pouco<br />
<strong>de</strong>sta sabedoria popular como<br />
por exemplo no que diz respeito<br />
às medicinas populares.<br />
O povo português porém merece<br />
o respeito por trazer estas<br />
tradições em tudo o que faz. Nós<br />
nascemos com o “fado” em nós<br />
e crescemos com os cantares e<br />
dançares ao peito. E somos orgulhosos<br />
por isso!<br />
Infelizmente, <strong>de</strong>vido às vicissitu<strong>de</strong>s<br />
da vida e <strong>de</strong> uma infância<br />
bastante restrita nunca tive a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> tocar uma concertina<br />
ou <strong>de</strong> dançar ao som do folclore<br />
português. Mas sinto-me orgulhosa<br />
por fazer parte <strong>de</strong>ssa tradição.<br />
E é com orgulho que mesmo estando<br />
longe da terra e vivendo num<br />
país on<strong>de</strong> as tradições são outras,<br />
ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver e ouvir a<br />
nossa tradição e nossos cantares<br />
através dos variadíssimos grupos<br />
<strong>de</strong> folclore aqui existentes.<br />
Um orgulho maior ainda quando<br />
estes grupos <strong>de</strong> Folclore conseguem<br />
vencer e permanecer juntos<br />
das comunida<strong>de</strong>s por vários anos,<br />
Sandra Ferreira<br />
lusitanozurique@gmail.com<br />
como é o exemplo do Rancho Folclórico<br />
do Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurique.<br />
A todos os que fazem parte <strong>de</strong>ste<br />
projecto com 25 anos só me resta<br />
dizer Obrigada!<br />
Obrigada por nos trazer a tradição<br />
e não <strong>de</strong>ixar a nossa cultura morrer!<br />
Esta publicação não adopta<br />
o (<strong>de</strong>s)Acordo Ortográfico<br />
www.ilcao.cedilha.net<br />
Ficha técnica<br />
Proprieda<strong>de</strong><br />
Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurique<br />
8004 Zürich<br />
Email: info@cldz.ch<br />
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Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurique<br />
Directora<br />
Sandra Ferreira<br />
lusitanozurique@gmail.com<br />
Sub-director<br />
Armindo Alves<br />
alves.armindo@kronschnabl.ch<br />
Redacção e Colaboração<br />
Armindo Alves, Pedro Silva, Maria<br />
José Silva, Manuel Beja, Marta<br />
Pérez, Zuila Messmer, Men<strong>de</strong>s<br />
Serafim, Domingos Pereira, Joana<br />
Araújo, Daniel Bohren, Mónica Carvalhais,<br />
Emília Farinha, Eucli<strong>de</strong>s Cavaco,<br />
Marília Men<strong>de</strong>s, Carmindo <strong>de</strong><br />
Carvalho, Carlos A<strong>de</strong>mar, Ama<strong>de</strong>u<br />
Homem<br />
Nota: Os textos publicados, são da exclusiva<br />
responsabilida<strong>de</strong> dos seus autores e não representam<br />
necessariamente as opiniões do Lusitano<br />
<strong>de</strong> Zurique.<br />
Outras fontes:<br />
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Edição, composição e paginação<br />
Manuel Araújo -Jornalista. 4365<br />
Braga – Portugal<br />
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Impressão: DM Braga<br />
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o (<strong>de</strong>s)Acordo Ortográfico<br />
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Publicida<strong>de</strong>
4 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Opinião<br />
Outubro 2014<br />
Pagar para pançudos e baldroqueiros<br />
A Secretaria <strong>de</strong> Estado das Comunida<strong>de</strong>s Portuguesas e Instituto<br />
Camões estão a roubar, a <strong>de</strong>sviar fundos (propina) angariados<br />
pelos imigrantes da Europa, para financiar o ensino da<br />
língua portuguesa no Brasil.<br />
Domingos Pereira<br />
Os cidadãos portugueses a<br />
viver na Suíça, Alemanha,<br />
Inglaterra, e parte do Luxemburgo<br />
pagam para alguns<br />
pançudos encherem<br />
a pança. Desculpem a frontalida<strong>de</strong><br />
das palavras mas<br />
é a expressão que mais se<br />
adapta a esta situação.<br />
Como sabemos, no “requalificar<br />
da função-pública”<br />
em Portugal, entenda-<br />
-se <strong>de</strong>spedir e neste caso<br />
docentes. São 3 anos consecutivos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spedimentos,<br />
o <strong>de</strong>golar do Ensino<br />
do Português no Estrangeiro<br />
(EPE). Este ano lectivo<br />
2014/15, na Suíça apenas<br />
80 professores lecionam<br />
nos cursos <strong>de</strong> língua e cultura<br />
materna. Menos 14 do<br />
que o ano anterior, - segundo<br />
números publicados<br />
pela Secretaria <strong>de</strong> Estado<br />
e das Comunida<strong>de</strong>s Portuguesas<br />
– (SECP) e Coor<strong>de</strong>nação<br />
do Ensino em Berna.<br />
Em três anos – só na Suíça<br />
- o Estado Português e Instituto<br />
Camões <strong>de</strong>spediram<br />
cinco-<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> professores<br />
dos cursos <strong>de</strong> língua<br />
e cultura materna (EPE). E<br />
dizem eles: “para dinamizar<br />
a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino”?<br />
Em 2011/12 o <strong>de</strong>partamento<br />
para educação nacional<br />
suíça contabilizava mais <strong>de</strong><br />
15 000 crianças e jovens<br />
a frequentar os cursos do<br />
EPE. Segundo números<br />
apresentados pelo Secretario<br />
<strong>de</strong> Estado e das Comunida<strong>de</strong>s<br />
José Cesário,<br />
em 2012/13 frequentaram<br />
as aulas 12 622 alunos e<br />
2013/14 apenas 11 510.<br />
Actualmente (2014/15), o<br />
número <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistências<br />
é certamente idêntico ou<br />
superior aos anos anteriores.<br />
Desistências que<br />
são <strong>de</strong> carácter forçado,<br />
porque no ensino <strong>de</strong> hoje<br />
baseiam-se no aglomerar<br />
<strong>de</strong> alunos, <strong>de</strong> vários níveis<br />
e ida<strong>de</strong>s no mesmo horário<br />
(mesmo em aglomerados-<br />
-populacionais), diminuição<br />
<strong>de</strong> horas lectivas (<strong>de</strong><br />
3horas passou para 1 e 1,5<br />
semanais, consoante a capacida<strong>de</strong><br />
do professor).<br />
Por este caminhar, nos<br />
próximos anos não existirá<br />
ensino português na Suíça.<br />
Os jovens portuguese<br />
e luso-<strong>de</strong>scentes <strong>de</strong>verão<br />
emigrar para apren<strong>de</strong>r a<br />
sua língua materna…<br />
Desviar, roubar...<br />
O ano lectivo no EPE iniciou<br />
na Suíça aos tropeções,<br />
como habitual, mas<br />
iniciou… Um mês <strong>de</strong>pois,<br />
os manuais ainda não foram<br />
entregues aos estudantes.<br />
Nem serão!? Segundo<br />
os docentes; “as<br />
or<strong>de</strong>ns são para continuar<br />
com os manuais do ano<br />
anterior”. Ou seja. Os alunos<br />
foram promovidos, os<br />
livros são repetentes.<br />
Segundo o Instituto Camões<br />
(IC), “as mais-valias”<br />
<strong>de</strong>ste novo sistema - pagamento<br />
da propina - os<br />
alunos tinham direito aos<br />
manuais e certificação.<br />
Lembro que, na primaveram<br />
a SECP e IC assumiram<br />
este compromisso,<br />
quando os encarregados<br />
<strong>de</strong> educação efetuaram a<br />
inscrição e respectivo pré-<br />
-pagamento. Mas a realida<strong>de</strong><br />
da mais-valia é outra.<br />
No ano lectivo 2013/14 a<br />
mais-valia - certificação<br />
- foi negada aos alunos<br />
do 5° ao 8° ano, este ano<br />
(2014/15) é negada a mais-<br />
-valias manuais.<br />
Mais-valia? Mais-valia é<br />
para a pança <strong>de</strong> pançudos,<br />
cheia pelos baldroqueiros…<br />
Ainda há pouco tempo, a<br />
Secretaria <strong>de</strong> Estado das<br />
Comunida<strong>de</strong>s Portuguesas<br />
(divulgado pelos meios-<strong>de</strong>-<br />
-comunicação) enviou 9 mil<br />
euros para associações em<br />
Nova Inglaterra, (Estados<br />
Unidos) para a compra <strong>de</strong><br />
manuais. O mesmo órgão<br />
do estado, subsidiou o XXI<br />
Encontro dos Professores<br />
dos Estados Unidos e Canadá<br />
que teve lugar na Ilha<br />
Terceira.<br />
Então os alunos e professores<br />
da Alemanha,<br />
Inglaterra, Suíça e parte<br />
do Luxemburgo não são<br />
portugueses? Não têm os<br />
mesmos direitos? Porquê<br />
uns têm regalias e outros<br />
não têm direitos nem com<br />
mais-valias? Porquê estes<br />
baldroques?<br />
Tudo me leva-a-crer, não é<br />
certo, que o Estado Português,<br />
pelos seus representantes<br />
SECP e IC, estão a<br />
roubar, <strong>de</strong>sviar os fundos<br />
angariados dos imigrantes<br />
(propina). E mentem quando<br />
dizem que não têm dinheiro<br />
para o ensino. Sim<br />
são mentirosos! Porquê e<br />
como no Brasil, o ministro<br />
Nuno Crato inaugurou uma<br />
Escola Portuguesa <strong>de</strong> S.<br />
Paulo. Então afinal há dinheiro?!<br />
Na Europa <strong>de</strong>spe<strong>de</strong>-se<br />
professores, nega-se<br />
o direito há língua materna<br />
mesmo pagando,<br />
porquê há dinheiro para<br />
construir uma escola<br />
e financiar professores<br />
portugueses no Brasil,<br />
país estrangeiro e <strong>de</strong> língua<br />
comum?<br />
São isto, contrapartidas<br />
para a expansão da língua<br />
portuguesa, ou para<br />
os negociantes <strong>de</strong>la?
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Opinião<br />
Outubro 2014 – 5<br />
O maior dos crimes públicos<br />
Quando um dia, algum Historiador escrupuloso traçar as rugas do rosto<br />
do que outrora foi uma Pátria chamada Portugal, encontrará silêncio.<br />
E se apurar o ouvido escutará uma melopeia infinda <strong>de</strong> choros.<br />
Ama<strong>de</strong>u Homem<br />
Para mim, o mais grave problema<br />
português não é, directamente, a penúria<br />
económica, a emigração dos jovens,<br />
a <strong>de</strong>gradação do ensino, o <strong>de</strong>sprezo<br />
pelos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da<br />
população, a insegurança nas ruas e<br />
nos lares, a corrupção, etc.<br />
Embora possa ter <strong>de</strong> confessar que<br />
é uma certa concepção <strong>de</strong> Economia<br />
que <strong>de</strong>termina , “em última instância”<br />
(como diria Karl Marx) a verda<strong>de</strong>ira<br />
tragédia da situação. Opino que o<br />
mais grave problema português é o<br />
da <strong>de</strong>sertificação do nosso interior.<br />
No interior não há País. No interior<br />
há tojos, casebres em ruínas e gente<br />
velha. Gente que por lá apodrece,<br />
sem que haja da Consciência Colectiva<br />
um forte estremecimento e um<br />
brado indignado. O País, o Portugal<br />
português, é hoje uma reduzida faixa<br />
<strong>de</strong> terreno que contempla o mar ou<br />
se espraia nas adjacências. Nenhum<br />
português com <strong>de</strong>veres e afectos <strong>de</strong><br />
família se atreverá, hoje, a viver no<br />
interior, se pu<strong>de</strong>r habitar esse nicho<br />
estreito <strong>de</strong> terra junto ao mar. É que<br />
faltam por lá as escolas e o honesto<br />
concidadão po<strong>de</strong> ter filhos para<br />
educar. E também foram <strong>de</strong> lá expulsas<br />
as unida<strong>de</strong>s públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
quando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre as privadas<br />
<strong>de</strong>bandaram. E como a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma família é o maior dos bens, sem<br />
médicos ou paramédicos, sobram<br />
apenas os bruxos e as “mulheres<br />
<strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>”, <strong>de</strong> nula eficácia objectiva.<br />
Também falta a antiga estação<br />
dos Correios, o que <strong>de</strong>termina que o<br />
nosso honesto compatriota nem sequer<br />
possa simplesmente enviar uma<br />
carta para um amigo distante. Além<br />
do mais, o exemplar a que aludimos,<br />
terá obrigatoriamente <strong>de</strong> possuir um<br />
veículo a motor para suportar a interiorida<strong>de</strong>.<br />
É que, se calhar, o arfante<br />
transporte público só por lá passará<br />
uma ou duas vezes por semana. E<br />
quem tem a ventura <strong>de</strong> possuir um<br />
automóvel sabe - como diz um meu<br />
antigo condiscípulo - que há amantes<br />
mais baratas, em gasolina, revisões,<br />
taxas das Finanças e reparações urgentes.<br />
Logo, se houver um fulano<br />
que queira forçosamente viver no interior,<br />
tal representará um gesto masoquista.<br />
E só para ricos ! Para já não<br />
falar da completa exposição do agregado<br />
familiar à banditagem eventual,<br />
uma vez que também se foram as<br />
forças policiais. E se, por bravata ou<br />
<strong>de</strong>sespero, o nosso exemplar tiver <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a Esposa ou a Filha a tiro,<br />
terá <strong>de</strong> contar com mais um percurso<br />
quilométrico apreciável, para arranjar<br />
um advogado, inexistente, ou <strong>de</strong>mandar<br />
judicialmente um meliante . É<br />
que o Tribunal também se foi. Quando<br />
um dia, algum Historiador escrupuloso<br />
traçar as rugas do rosto do<br />
que outrora foi uma Pátria chamada<br />
Portugal, encontrará silêncio. E se<br />
apurar o ouvido escutará uma melopeia<br />
infinda <strong>de</strong> choros.<br />
Há crimes públicos, políticos, que<br />
são radicalmente imperdoáveis. Se<br />
este não é o maior é porque quem<br />
escreve <strong>de</strong>ve ser imediatamente internado<br />
num hospício. Mas com provas<br />
na mão!
6 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Comunida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Desporto<br />
Outubro 2014 – 7<br />
Convívio<br />
Primeiro convívio 2014/2015, não é preciso palavras<br />
para <strong>de</strong>screver o convívio. Foi uma noite muito<br />
animada e cheia <strong>de</strong> alegria.<br />
Apesar <strong>de</strong> faltar ainda alguns atletas a integração<br />
dos novos foi notável.<br />
Esta equipa foi renovada no início da época, com<br />
muitas caras novas e com muito talento. Parabéns<br />
a todos os responsáveis pelo empenho e pelo belo<br />
trabalho que estão a fazer...<br />
Os mais pequeninos também tiveram direito a festa,<br />
pois são eles o futuro!<br />
Emprego<br />
Necessita-se <strong>de</strong> jovem ( M/F ) para<br />
trabalhar em escritório (Zürich), na área<br />
<strong>de</strong> banca / seguros.<br />
Exige-se que domine perfeitamente a língua alemã.<br />
Carga horária a 50%.<br />
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8 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Comunida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014<br />
<strong>Bodas</strong> <strong>de</strong> <strong>Prata</strong> do Rancho Folcló<br />
M. Ma.<br />
Dia 13 <strong>de</strong> Setembro 2014,<br />
foi o dia escolhido, para<br />
celebrar as bodas <strong>de</strong> prata<br />
do Rancho Folclórico,<br />
do Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurich.<br />
A sala, já conhecida da comunida<strong>de</strong><br />
portuguesa foi<br />
a Sporthalle Unterrohr <strong>de</strong><br />
Schieren.<br />
No fim dos anos 80, a comunida<strong>de</strong><br />
portuguesa já<br />
se distinguia, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Zurique, pelo seu empenho,<br />
em preservar a cultura.<br />
Mas existia muito para fazer,<br />
organizar e pessoas<br />
a<strong>de</strong>quadas, para formar<br />
grupos… neste caso o do<br />
Folclore.<br />
António Dias, sentia sauda<strong>de</strong>s,<br />
tinha o folclore enraizado<br />
e o sonho tinha <strong>de</strong> passar<br />
à prática.<br />
Com gente jovem começou<br />
a cantar e dançar. Muitos<br />
<strong>de</strong>les ali se conheceram,<br />
tornaram-se amigos, namoraram<br />
e casaram. Isto é,<br />
também Folclore.<br />
Hoje alguns casais com filhos<br />
<strong>de</strong> tenra ida<strong>de</strong>, têm<br />
esperança, que possam<br />
dar continuida<strong>de</strong> e recordar<br />
daqui a mais 25 anos, o trabalho<br />
e <strong>de</strong>dicação, dos que<br />
hoje, participaram neste festival.<br />
Depois dos primeiros contactos<br />
e angariar pessoas<br />
capazes <strong>de</strong> levar o projecto<br />
para a frente, fundou-se então<br />
o que hoje é o Rancho<br />
Folclórico do CLZ.<br />
Com muita vonta<strong>de</strong> e uma<br />
luta sem fim, o caminho<br />
<strong>de</strong>ste grupo, iniciou <strong>de</strong>vagar,<br />
mas certeiro.<br />
De tal forma, que tem elementos<br />
que fundaram o<br />
rancho e permanecem nele,<br />
com motivação, alegria e<br />
abertos a novos projectos,<br />
novas danças e cantares.<br />
O percurso, não foi fácil,<br />
com muitas batalhas vencidas<br />
e capacida<strong>de</strong> para<br />
vencer outras tantas, segue<br />
e soma actuações que <strong>de</strong>leitam<br />
o público.<br />
Já actuaram por toda a Suíça<br />
e além-fronteiras. Mostram<br />
trajes domingueiros e<br />
do campo, trajes <strong>de</strong> lavra<strong>de</strong>ira,<br />
entre outros. Dançam<br />
o Malhão, a Cana Ver<strong>de</strong>, Picadinho,<br />
Chula e não podia<br />
faltar a dança Rainha do folclore,<br />
o Vira.<br />
Têm como objectivo, manter<br />
não só o grupo unido, mas<br />
mostrar que a cultura portuguesa,<br />
para além <strong>de</strong> saber<br />
estar bem integrada, no país
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Comunida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014 – 9<br />
rico do Centro Lusitano <strong>de</strong> Zurich<br />
<strong>de</strong> acolhimento, sabe em<br />
paralelo, manter a chama<br />
viva do que é a nossa cultura<br />
popular.<br />
Neste aniversário o nervosismo<br />
era evi<strong>de</strong>nte, mas a<br />
alegria e paixão com que<br />
organizaram este festival,<br />
marcou a diferença.<br />
As crianças tiveram os jogos<br />
<strong>de</strong> outros tempos… saltar à<br />
corda, jogar com o pião, o<br />
jogo da boneca, entre outros.<br />
Os Ranchos Português <strong>de</strong><br />
Hinwill, <strong>de</strong> Wetzikon, Al<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> Portugal <strong>de</strong> Baar, testemunharam<br />
e participaram<br />
nestes festejos, que divertiram,<br />
todos os que estiveram<br />
presentes.<br />
O Vira geral foi dançado<br />
com sabor a prata e poucos<br />
foram os que ficaram<br />
solidários com as ca<strong>de</strong>iras...<br />
A <strong>de</strong>coração da sala, estava<br />
exemplar, em cima do<br />
palco, um par <strong>de</strong> bonecos<br />
tipicamente trajados, mostravam<br />
um dos primeiro<br />
trajes a ser efectuado, para<br />
este rancho.<br />
Mais tar<strong>de</strong> e já em cima do<br />
palco, duas meninas tornaram<br />
possível e real esta<br />
amostra. Foi pura e simplesmente<br />
fantástico.<br />
A gastronomia portuguesa,<br />
marcou presença e as<br />
farturas foram uma boa<br />
opção <strong>de</strong> sobremesa para<br />
muitos.<br />
Hoje o grupo tem com responsável<br />
o António Fernan<strong>de</strong>s,<br />
conhecido como<br />
Tonecas que com toda a<br />
ilusão dança trajado <strong>de</strong><br />
Mordomo Rico.<br />
Um homem que se sente<br />
feliz pelo grupo no qual<br />
trabalha, procurando dar o<br />
melhor <strong>de</strong> si em prol da cultura<br />
popular portuguesa.<br />
Este vigésimo quinto aniversário<br />
foi gravado em<br />
DVD. Iniciativa inédita. Todos<br />
anseiam que a FOTO-<br />
VIP mostre o trabalho realizado.<br />
O som e animação estiveram<br />
a cargo do Michael<br />
Teixeira.<br />
Que venham mais 25, alguns<br />
cá estarão, outros<br />
estarão num outro lugar<br />
a zelar, para que o grupo<br />
não <strong>de</strong>ixe morrer estas<br />
profundas raízes.<br />
Obrigada a todos os que<br />
<strong>de</strong>ram o seu contributo,<br />
por amor à cultura portuguesa<br />
e a este rancho.<br />
Continua na próxima página
10 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014<br />
<strong>Bodas</strong> <strong>de</strong> <strong>Prata</strong>
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014 – 11<br />
Centro Lusitano<br />
<strong>de</strong> Zurique
12 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Opinião/Actualida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014<br />
Ou há moralida<strong>de</strong>...<br />
ou roubam todos.<br />
Ama<strong>de</strong>u Homem<br />
Um Regime político afere-se pela armadura<br />
legal que o cerca. Este Regime<br />
foi apodrecendo lentamente, atascado<br />
em privilégios, injustiças e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.<br />
Seria <strong>de</strong> calcular que, por razões<br />
<strong>de</strong> auto-<strong>de</strong>fesa, mantivesse a coerência<br />
da infâmia. Mas nem isso.<br />
Passo a explicar. Em 27 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />
2013, através da votação conjunta do<br />
PSD, do CDS e do PS, foi aprovada<br />
uma lei celerada : a lei 64/2013. Tal lei,<br />
que se encontra em plena vigência, estatuiu<br />
um sistema <strong>de</strong> total secretismo<br />
quanto a pensões, remunerações ou<br />
proventos auferidos por ex-titulares <strong>de</strong><br />
cargos políticos. Isto significa, na prática,<br />
que nem o mais comum dos portugueses,<br />
nem o mais abalizado dos<br />
tribunais po<strong>de</strong>rá conhecer os montantes<br />
, a origem e a natureza do que esta<br />
gente aufere. E quem é “esta gente” ?<br />
“Esta gente” é constituída por ex-<strong>de</strong>putados,<br />
ex-ministros, ex-Presi<strong>de</strong>ntes<br />
da República, ex-Juízes do Tribunal<br />
Constitucional, ex-Conselheiros <strong>de</strong> Estado,<br />
etc.<br />
Assim sendo, a questão que se coloca<br />
é esta: que diferenças substanciais<br />
po<strong>de</strong>rão existir, à luz <strong>de</strong> um juízo equânime,<br />
entre um antigo titular <strong>de</strong> um<br />
cargo político e um semelhante concidadão<br />
em efectivida<strong>de</strong> das mesmas<br />
funções ?<br />
A esta luz, todo o ruído que está a fazer-se<br />
em torno <strong>de</strong> PPC é um exercício<br />
anacrónico <strong>de</strong> puritanismo fingido. Se<br />
um Regime se qualifica como um todo,<br />
PPC bem po<strong>de</strong> arguir que é simplesmente<br />
uma vítima, quando alguém tenta<br />
revelar montantes recebidos a título<br />
sabe-se lá <strong>de</strong> quê.<br />
Ou há moralida<strong>de</strong>... ou roubam todos !<br />
Lei da cópia privada<br />
foi aprovada<br />
Lusa<br />
Aprovada a aplicação<br />
<strong>de</strong> uma taxa entre 0.05<br />
cêntimos e 20 euros<br />
aos equipamentos e<br />
dispositivos como leitores<br />
<strong>de</strong> MP3, telemóves<br />
ou CDs.<br />
O parlamento aprovou<br />
com os votos da maioria<br />
PSD/CDS-PP duas propostas<br />
<strong>de</strong> lei do Governo<br />
relativas a direitos <strong>de</strong><br />
autor, direitos conexos e<br />
cópia privada e rejeitou<br />
um projecto do PCP sobre<br />
a partilha <strong>de</strong> dados<br />
informáticos.<br />
A proposta <strong>de</strong> lei do<br />
Governo que estabelece<br />
uma taxa entre 0,05<br />
cêntimos e 20 euros, a<br />
aplicar aos equipamentos<br />
e dispositivos como<br />
leitores <strong>de</strong> mp3, telemóveis<br />
ou CD, foi aprovada<br />
pela maioria PSD/<br />
CDS-PP, a abstenção<br />
do PS, e os votos contra<br />
do PCP, BE, PEV e <strong>de</strong> 11<br />
<strong>de</strong>putados do PS.<br />
Jorge Manuel Gonçalves,<br />
António Cardoso,<br />
Glória Araújo, Paulo<br />
Campos, André Figueiredo,<br />
Fernando Serrasqueiro,<br />
José Lello, Rui<br />
Paulo Figueiredo, Isabel<br />
Santos, Renato Sampaio<br />
e Ana Paula Vitorino<br />
foram os <strong>de</strong>putados<br />
socialistas que optaram<br />
pelo voto contra.<br />
Petição contra a Lei<br />
po<strong>de</strong> ser assinada<br />
aqui:<br />
http://goo.gl/aCphsn
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Actualida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014 – 13<br />
Estudos <strong>de</strong>monstram<br />
“Flúor é perigoso para a saú<strong>de</strong>”<br />
Mesmo pequenas quantida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> flúor consumido<br />
na água canalizada po<strong>de</strong><br />
danificar os ossos, os <strong>de</strong>ntes,<br />
o cérebro, causar problemas<br />
<strong>de</strong> tirói<strong>de</strong>, reduzir<br />
o QI e até causar cancro,<br />
<strong>de</strong> acordo com a maior revisão<br />
<strong>de</strong> estudos sobre o<br />
flúor.<br />
Associações <strong>de</strong>ntais dos EUA e<br />
o Centro <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Doenças<br />
afirmam que este relatório<br />
não teria relação com o flúor da<br />
água potável, mas as mesmas<br />
instituições recomendam que o<br />
leite em pó <strong>de</strong> bebés NÃO seja<br />
diluído em água da torneira.<br />
Análises cuidadosas <strong>de</strong>scobriram<br />
que o flúor está ligado a<br />
efeitos na tirói<strong>de</strong>, especialmente<br />
em pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />
<strong>de</strong> iodo. Três especialistas do<br />
painel que analisou os estudos<br />
solicitaram publicamente o fim<br />
da adição <strong>de</strong> flúor na água potável.<br />
Baixos níveis <strong>de</strong> hormónio da<br />
tirói<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m aumentar o risco<br />
<strong>de</strong> doença cardíaca, colesterol<br />
alto, <strong>de</strong>pressão e menor inteligência<br />
nos bebés nascidos <strong>de</strong><br />
mães com este problema. Foi<br />
encontrado “uma forte e consistente<br />
associação entre a exposição<br />
ao flúor e baixo QI”.<br />
A questão primordial seria se a<br />
exposição ao flúor através <strong>de</strong><br />
diversas rotas como produtos<br />
<strong>de</strong>ntífricos, água e alimentos<br />
po<strong>de</strong>m contribuir para <strong>de</strong>senvolver<br />
efeitos nocivos. Estudos<br />
posteriores também seriam necessários<br />
para <strong>de</strong>scobrir qual<br />
dose <strong>de</strong> flúor po<strong>de</strong> aumentar o<br />
risco <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
neurológico, cancro,<br />
fluorose <strong>de</strong>ntal e óssea,<br />
principalmente para pessoas<br />
mais sensíveis.<br />
Quase dois mil profissionais assinaram<br />
uma <strong>de</strong>claração encorajando<br />
o Congresso dos EUA<br />
que pare com a adição <strong>de</strong> flúor<br />
na água até que a situação possa<br />
ser avaliada.<br />
Fontes: [http://goo.gl/3NdCUz]<br />
[http://goo.gl/VcZd4y]<br />
[hypescience.com]
14 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Direito<br />
Outubro 2014<br />
Perguntas e<br />
respostas<br />
R.S. e F.L. alugaram juntamente com outro<br />
casal uma casa. Houve <strong>de</strong>savenças entre os<br />
casais e chegou-se a acordo que R.S. e F.L.<br />
saíram no final do ano. R.S. e F.L. querem saber,<br />
se este acordo tem <strong>de</strong> ser feito por escrito.<br />
Não é preciso. Na Suíça qualquer acordo verbal tem basicamente<br />
valida<strong>de</strong>, como, por exemplo, contratos <strong>de</strong> trabalho,<br />
contratos <strong>de</strong> aluguer, entre outros. Mas mais vale<br />
fazer os acordos por escrito porque, se houver mais tar<strong>de</strong><br />
diferença <strong>de</strong> opiniões, o conteúdo do acordo já não<br />
po<strong>de</strong> ser provado, uma vez que uma das partes po<strong>de</strong> já<br />
não se lembrar do acordo ou ter outra i<strong>de</strong>ia sobre o seu<br />
conteúdo. Em tribunal teremos então <strong>de</strong>poimento contra<br />
<strong>de</strong>poimento e um processo sobre o acordo só muito dificilmente<br />
po<strong>de</strong>rá ser ganho.<br />
R.S. e F.L. têm ainda outra coisa a observar. O senhorio<br />
não se encontra obrigado por este acordo. Como R.S. e<br />
F.L. assinaram com o outro casal o contrato <strong>de</strong> locação,<br />
continuam por isso face ao senhorio a ser responsáveis<br />
pelo pagamento da renda. Enquanto o outro casal pagar<br />
a renda, não haverá problemas. Mas se eles não pagarem,<br />
o senhorio tem o direito <strong>de</strong> exigir a renda em dívida<br />
<strong>de</strong> R.S. e F.L. Uma vez que a casa é cara <strong>de</strong>mais para<br />
o outro casal sozinho, existe o risco concreto, que estes<br />
não paguem mais a renda, mal tenham encontrado outra<br />
habitação e que o senhorio <strong>de</strong>clare R.S. e F.L. responsáveis<br />
pelo não pagamento das rendas. Aconselhamos por<br />
isso com urgência a R.S. e F.L. a perguntar ao senhorio se<br />
os <strong>de</strong>ixa sair do contrato <strong>de</strong> alocação. Se este não o fizer,<br />
<strong>de</strong>veriam rescindir o aluguer da casa juntamente com o<br />
outro casal. Se o outro casal se recusar, não resta a R.S.<br />
e F.L. outra solução senão obter em tribunal uma autorização<br />
<strong>de</strong> rescisão.<br />
Tem perguntas que digam respeito ao direito?<br />
Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:<br />
Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229, 8024 Zürich<br />
ou para mail@dbohren.ch ou grave a sua pergunta no<br />
respon<strong>de</strong>dor automático do Lusitano 044/241 52 60
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Saú<strong>de</strong><br />
Outubro 2014 – 15<br />
Forma indolor para tratar cáries <strong>de</strong>ve<br />
entrar no mercado em três anos<br />
Zuila Messmer<br />
O tratamento<br />
<strong>de</strong> cáries<br />
costuma ser<br />
o terror para<br />
muita gente.<br />
A nova técnica<br />
não usa<br />
injeções nem<br />
brocas.<br />
Em Londres,<br />
pesquisadores do King’s College,<br />
revelaram uma nova fórmula para<br />
o tratamento <strong>de</strong> cáries que não<br />
envolve dor, injeções ou brocas. O<br />
método utiliza apenas uma rajada<br />
<strong>de</strong> corrente elétrica que força o<br />
<strong>de</strong>nte a se auto-regenerar. Esta<br />
prática <strong>de</strong>ve entrar no mercado<br />
em três anos.<br />
O novo processo é chamado <strong>de</strong><br />
Remineralização Melhorada e<br />
Eletricamente Acelerada (em inglês,<br />
a sigla é EAER). Esse novo<br />
método leva o mesmo tempo do<br />
procedimento com brocas.<br />
As cáries são formadas quando os<br />
minerais naturais do esmalte <strong>de</strong><br />
proteção começam a se <strong>de</strong>gradar,<br />
sofrendo <strong>de</strong>terioração. A corrente<br />
elétrica, aplicada pelo <strong>de</strong>ntista,<br />
empurra minerais em direção às<br />
cáries. Esta fórmula aumenta a<br />
capacida<strong>de</strong> natural do <strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
restaurar esses minerais.<br />
Cárie é uma outra forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>nominar<br />
a <strong>de</strong>terioração do <strong>de</strong>nte. A<br />
<strong>de</strong>terioração do <strong>de</strong>nte é fortemente<br />
influenciada pelo estilo <strong>de</strong> vida<br />
do indivíduo - o que come, como<br />
cuida dos <strong>de</strong>ntes, a presença <strong>de</strong><br />
flúor na água ingerida e o flúor no<br />
creme <strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> uso. A hereditarieda<strong>de</strong><br />
também tem um papel<br />
importante na predisposição <strong>de</strong><br />
seus <strong>de</strong>ntes para se <strong>de</strong>teriorarem.<br />
Embora a cárie seja mais comum<br />
em crianças, adultos também estão<br />
sujeitos a elas.<br />
Uma boa prevenção po<strong>de</strong> evitar<br />
as cáries. O flúor é um ótimo<br />
agente <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos minerais<br />
que revestem os <strong>de</strong>ntes. Po<strong>de</strong>-se<br />
encontrar este elemento no creme<br />
<strong>de</strong>ntal e em alimentos como arroz,<br />
soja, espinafre e frutos do mar.<br />
O que se po<strong>de</strong> fazer para evitar a<br />
cárie:<br />
-Escove os <strong>de</strong>ntes pelo menos<br />
três vezes ao dia, e use o fio <strong>de</strong>ntal<br />
diariamente, a fim <strong>de</strong> remover a<br />
placa bacteriana entre os <strong>de</strong>ntes e<br />
sob a gengiva.<br />
- Va ao <strong>de</strong>ntista. Faça avaliações<br />
regulares. O cuidado preventivo<br />
po<strong>de</strong> evitar que os problemas<br />
ocorram e que problemas menores<br />
se tornem sérios.<br />
- Adote uma dieta balanceada,<br />
com pouco açúcar. Quando ingerir<br />
estes alimentos, procure comê-los<br />
durante a refeição, e não<br />
como um lanche, para minimizar o<br />
número <strong>de</strong> vezes que seus <strong>de</strong>ntes<br />
são expostos ao ácido.<br />
- Utilize produtos <strong>de</strong> higiene <strong>de</strong>ntal<br />
que contenham flúor, incluindo<br />
o creme <strong>de</strong>ntal e o enxaguatório.<br />
Certifique-se <strong>de</strong> que a água que<br />
suas crianças bebem contenha<br />
flúor. Se a água fornecida em sua<br />
localida<strong>de</strong> não contém flúor, seu<br />
<strong>de</strong>ntista ou pediatra po<strong>de</strong> prescrever<br />
suplementos <strong>de</strong> flúor diários.<br />
* Não esqueça, o sorriso embeleza<br />
a vida e diz muito <strong>de</strong> você!<br />
-
16 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Actualida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014<br />
“Acor<strong>de</strong>m, antes do<br />
cilindro passar”<br />
Acordo Ortográfico divi<strong>de</strong> portugueses<br />
Manuel<br />
Araújo<br />
Especialistas, governantes<br />
e a socieda<strong>de</strong> civil, um<br />
pouco por toda a parte<br />
estão <strong>de</strong>scontentes com<br />
o Acordo Ortográfico<br />
(AO90) e acusam o Estado<br />
<strong>de</strong> violação do art. 48.º,<br />
n.º 2, da Constituição, pois<br />
não permitiu a sua ampla<br />
discussão com especialistas<br />
nem prestou os esclarecimentos<br />
necessários<br />
sobre este assunto.<br />
São inúmeras as personalida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> vários quadrantes<br />
que se insurgem<br />
e contestam esta “aberração”<br />
e não a aceitam;<br />
juízes, escritores, actores,<br />
políticos, comentadores,<br />
professores, alunos e até<br />
alguma comunicação social,<br />
não cumpre a orientação<br />
para implemento da<br />
nova ortografia.<br />
O AO90 preten<strong>de</strong> unificar<br />
a Língua Portuguesa e<br />
aproximar a escrita à fala,<br />
mas trata-se segundo os<br />
seus opositores <strong>de</strong> “um<br />
argumento absurdo e ignorante,<br />
que nenhum linguista<br />
sério po<strong>de</strong> invocar”.<br />
Antonio Manuel Ribeiro<br />
dos UHF, tem sido um<br />
dos contestatários e uma<br />
voz incómoda contra o<br />
AO90 e consi<strong>de</strong>ra-o, “mo<strong>de</strong>rnista”<br />
e facilitista” e<br />
prevê que transformará os<br />
portugueses nos “ignorantes<br />
<strong>de</strong> amanhã”.<br />
Antonio Manuel Ribeiro<br />
confessa, que “por mais<br />
que berrem e esperneiem<br />
a procissão seguirá”, e<br />
acusa - “ao po<strong>de</strong>r sempre<br />
interessou a ignorância,<br />
até já foi santa, servida às<br />
mulheres (com o estudo<br />
proibido)” e termina com<br />
um alerta, - “acor<strong>de</strong>m, antes<br />
do cilindro passar.”<br />
Antonio Manuel Ribeiro - UHF<br />
© Dulce Maria<br />
Se vira!<br />
Fernando Venâncio<br />
Os brasileiros falam Português?<br />
Falam, claro. Mas nem sempre. Às<br />
vezes falam também... Brasileiro.<br />
Repare-se numa frase como «Se<br />
vira!» Jamais um português a diria.<br />
Ela, simplesmente, não pertence à<br />
gramática do Português europeu.<br />
Primeiro porque, nele, nenhuma frase<br />
po<strong>de</strong> iniciar-se pelo pronome «se»<br />
(ou «me» ou «lhe»). Segundo porque<br />
ele não permite combinar uma 3a<br />
pessoa, «se», com um imperativo da<br />
2a pessoa, «vira».<br />
Mas não é tudo ainda. «Virar» significa,<br />
no Brasil, também «arranjar-se»,<br />
«safar-se» em situação melindrosa.<br />
E, assim, «Se vira!» apela a uma sintaxe,<br />
a uma morfologia e a uma semântica<br />
<strong>de</strong>sconhecidas, todas três,<br />
no Português europeu. Em contrapartida,<br />
todo e qualquer brasileiro,<br />
mesmo que não se exprimisse assim,<br />
reconhece, sem hesitação, a gramaticalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ssa frase.<br />
Do mesmo modo, são gramaticais no<br />
Brasil frases do tipo <strong>de</strong> «Fala não» ( =<br />
Não digas) ou «On<strong>de</strong> ele mora?» ( =<br />
On<strong>de</strong> mora ele?). No primeiro caso,<br />
a morfologia e a semântica não são<br />
nossas. Num caso e no outro, a sintaxe<br />
é-nos profundamente alheia.<br />
São três exemplos muito simples. E,<br />
porque compactos, são tremendamente<br />
eloquentes.<br />
Porque falo eu nisto? Porque estou<br />
farto, estou fartinho, estou até aqui,<br />
com os portugueses que bradam aos<br />
céus pelo '<strong>de</strong>scalabro' que o nosso<br />
ínclito idioma leva no Brasil. Acredite-<br />
-se: o mundo estaria um bocadinho<br />
melhor sem tanta parvoíce. Parvoíce<br />
até é favor, pois o que aí fala é, muitas<br />
vezes, a sua (coitados!) superiorida<strong>de</strong><br />
rácica.<br />
O Brasil encaminha-se, inexoravelmente,<br />
para uma língua própria. E<br />
os portugueses, se forem sensatos,<br />
e bonzinhos da cabeça, amocham e<br />
não piam.<br />
Portugal não tem, em tudo isto, o<br />
mínimo dos direitos. Enquanto a Espanha,<br />
por 1600, tinha já fundado<br />
nas Américas várias e florescentes<br />
universida<strong>de</strong>s, Portugal nunca criou<br />
uma, uma só, no Brasil. O próprio<br />
ensino secundário era contrariado. É<br />
verda<strong>de</strong>: o Marquês <strong>de</strong> Pombal impôs<br />
a língua portuguesa, proibindo<br />
a "língua geral" que os jesuítas estimulavam.<br />
Mas já era tar<strong>de</strong>. E, assim,<br />
sem a mais ténue política linguística,<br />
o idioma pô<strong>de</strong> crescer no Brasil entregue<br />
a si mesmo... o que, bem visto,<br />
não é, para uma língua, a pior das<br />
situações.<br />
A nós cabem-nos, pois, a discrição, a<br />
distância, o respeito. E mainada.<br />
15.09.2014
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Educação<br />
Outubro 2014 – 17<br />
Professores contra o<br />
Acordo Ortográfico<br />
Ana Men<strong>de</strong>s da Silva<br />
Vivemos nas escolas<br />
uma situação <strong>de</strong> absoluto<br />
CAOS LINGUÍS-<br />
TICO. Neste momento<br />
coexistem, pelo menos,<br />
3 grafias: a do<br />
Português, a do AO<br />
e uma mista em que<br />
tudo, absolutamente<br />
tudo, é permitido.<br />
Os GRANDES prejudicados<br />
estão a ser os nossos<br />
alunos a quem, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
muito pouco tempo, vai<br />
ser exigido que saibam escrever<br />
APENAS <strong>de</strong> acordo<br />
com o AO sob pena <strong>de</strong> serem<br />
penalizados nas notas<br />
se não o fizerem.<br />
Como professores não po<strong>de</strong>mos<br />
pactuar com esta<br />
injustiça que advém da<br />
<strong>de</strong>cisão arbitrária <strong>de</strong> meia<br />
dúzia <strong>de</strong> mente “iluminadas”,<br />
ao arrepio <strong>de</strong> TODOS<br />
os pareceres não sócontra<br />
a afirmação da legalida<strong>de</strong><br />
da implementação do dito<br />
cujo mas também chamando<br />
a atenção para o<br />
absoluto <strong>de</strong>svario cientifico<br />
e pedagógico do mesmo.<br />
Acresce a ignorância e<br />
teimosia do po<strong>de</strong>r político<br />
que quer “obrigar”, <strong>de</strong> forma<br />
ilegal, os professores<br />
a serem cavalos <strong>de</strong> Tróia<br />
<strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong> alternativa<br />
que subscreveram e na<br />
qual insistem.<br />
Assim, afirmamos que o<br />
nosso primeiro interesse<br />
são os nossos alunos, que<br />
não aceitamos ir contra a<br />
nossa consciência e que<br />
consi<strong>de</strong>ramos ILEGAL a<br />
obrigação <strong>de</strong> utilizar o AO<br />
nas escolas portuguesas.<br />
Pelo futuro dos nossos alunos<br />
e pela língua Portuguesa,<br />
somos CONTRA o AO<br />
90.<br />
Visite-nos:<br />
http://goo.gl/Ggklqo
18 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Publicida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014<br />
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Lusitano <strong>de</strong> Zurique Opinião<br />
Outubro 2014 – 19<br />
Apenas assumo a minha verda<strong>de</strong><br />
Men<strong>de</strong>s Serafim<br />
Há 25 anos atrás não<br />
<strong>de</strong>ixava fumar alguém<br />
<strong>de</strong>ntro do meu carro.<br />
Logo aí era criticado,<br />
julgado. Em minha casa<br />
não existia cinzeiros.<br />
Para fumar <strong>de</strong>viam sair<br />
fora (terraço). Hoje parece<br />
que eu tinha razão!<br />
Actualmente sou contra:<br />
Não posso compreen<strong>de</strong>r!<br />
Divórcio. Após o divórcio<br />
ficarem amigos.<br />
O viver juntos sem estarem<br />
casados. Casamento<br />
para mim é pela<br />
igreja. Esposa, marido,<br />
julgarem -se que po<strong>de</strong>m<br />
fazer como solteiros.<br />
Entregar filhos a guardar<br />
a outros, para se ter<br />
luxos. Ex.(Bons carros,<br />
boas casas).Sou contra<br />
a entrega dos pais em<br />
lares, quando se po<strong>de</strong><br />
cuidar <strong>de</strong>les.“ Quase<br />
sempre se po<strong>de</strong>, basta<br />
querer „.Para mim,<br />
quando isso acontece<br />
é ofensa a Deus. Igualmente<br />
eu ofendi muito<br />
a Deus, já que a minha<br />
mãe esteve num <strong>de</strong>les.<br />
Para mim é <strong>de</strong>sumano,<br />
estar ao sol numa praia<br />
e não cuidar ao estar<br />
junto <strong>de</strong> um pai ou <strong>de</strong><br />
uma mãe, quando esses<br />
mesmos estão necessitados<br />
<strong>de</strong> carinho familiar.<br />
Sou contra um filho<br />
ou filha estar a fazer mau<br />
ambiente familiar e estar<br />
em casa após a maior<br />
ida<strong>de</strong>. Fora! Não posso<br />
aceitar filha ou filho (solteiros),<br />
dormirem juntos<br />
ao lado dos pais. Sou<br />
contra pais meterem -se<br />
na vida dos filhos após<br />
os seus casamentos.<br />
Sou contra pessoas que<br />
não aceitam o momento<br />
que estão passando e<br />
para sair <strong>de</strong>le tornam-<br />
-se dispostos a fazer<br />
qualquer coisa o próximo,<br />
para elas já não<br />
importa. Só pensam em<br />
si mesmo para alcançar<br />
seus objetivos. Será que<br />
daqui a uns tempos não<br />
acontecerá como a era<br />
do tabaco? Tudo voltar<br />
para ao respeito mútuo.<br />
Viver com bons princípios.<br />
Esses mesmos escritos<br />
no livro da palavra<br />
<strong>de</strong> Deus. Bíblia Sagrada.<br />
Posso ser antiquado,<br />
complicado aos olhos<br />
<strong>de</strong> muitas pessoas, mas<br />
não quero mudar. Sou a<br />
favor da vida humana,<br />
com bons princípios e<br />
muito respeito.<br />
Não importa a forma<br />
como muita gente po<strong>de</strong><br />
julgar-me, pensar ou<br />
criticar. Apenas assumo<br />
a minha verda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
acordo com os valores<br />
e princípios que aprendi<br />
na infância, pela minha<br />
mãe, parentes e vizinhos.<br />
Sem esquecer a<br />
minha religião (Católica)<br />
e da fé em Deus e no seguimento<br />
na doutrina <strong>de</strong><br />
Jesus Cristo. Sou ciente<br />
que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre enfrento<br />
preconceitos <strong>de</strong><br />
ser diferente <strong>de</strong> muitas<br />
pessoas. Mas mesmo<br />
assim sigo com a minha<br />
forma <strong>de</strong> ser.Com<br />
orgulho e <strong>de</strong>terminação,<br />
mesmo pagando o<br />
preço <strong>de</strong> ser diferente,<br />
estou convencido que<br />
passo credibilida<strong>de</strong>,<br />
obtenho respeito e me<br />
realizo como filho <strong>de</strong><br />
Deus e habitante neste<br />
mundo. Assim eu <strong>de</strong>cido<br />
enfrentar a minha vida,<br />
experimentando a liberda<strong>de</strong>,<br />
a tranquilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
não ser perfeito, mesmo<br />
que erre, vou em frente<br />
sempre num ponto <strong>de</strong><br />
partida real e verda<strong>de</strong>iro.<br />
© iStockphoto/B-C-Designs<br />
Acompanha a minha escrita em :<br />
www.parte-oposta.blogspot.com
20 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Opinião<br />
Outubro 2014<br />
Os anseios in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntistas e a crise<br />
Carlos A<strong>de</strong>mar<br />
Dirigentes britânicos, mas<br />
também <strong>de</strong> outros países<br />
europeus, e até <strong>de</strong> fora do<br />
velho continente, sorriram<br />
quando foram conhecidos<br />
os resultados do referendo<br />
na Escócia. Ninguém, nem<br />
eles, sabe quais seriam<br />
os efeitos naquela nação<br />
britânica e na Europa se o<br />
SIM ganhasse, mas adivinhavam<br />
que muita coisa<br />
podia mudar. A mudança<br />
assusta. Alívio é, talvez, a<br />
palavra certa para <strong>de</strong>finir<br />
os estados <strong>de</strong> alma <strong>de</strong> toda<br />
esta gente.<br />
O primeiro-ministro britânico,<br />
David Cameron,<br />
durante a campanha, prometeu<br />
aos escoceses tudo<br />
quanto nenhum dos seus<br />
antecessores quis oferecer<br />
ao longo dos séculos.<br />
Quando faltou o que prometer,<br />
ameaçou que quem<br />
saísse do Reino Unido não<br />
tinha reentrada garantida.<br />
O empate técnico que as<br />
sondagens mostravam nos<br />
últimos dias antes das eleições,<br />
fez os seus efeitos e<br />
mobilizou a esmagadora<br />
maioria dos escoceses,<br />
que <strong>de</strong>ram uma enorme<br />
<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> cultura<br />
<strong>de</strong>mocrática. Não obstante<br />
o caso sério que estava<br />
em causa e as paixões que<br />
gerou, o povo, com uma<br />
outra escaramuça, esteve<br />
à altura do momento. Já<br />
agora, se excluirmos o clima<br />
<strong>de</strong> medo aos eleitores<br />
que o po<strong>de</strong>r central do Reino<br />
Unido tentou incutir, ao<br />
permitir <strong>de</strong> forma livre dar<br />
a palavra aos escoceses,<br />
<strong>de</strong>clarando que aceitaria<br />
a sua vonta<strong>de</strong>, também<br />
<strong>de</strong>u uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática,<br />
que não se sente,<br />
por exemplo em Espanha.<br />
Parece-nos, no entanto,<br />
que os vencedores exorbitaram<br />
nos festejos. É verda<strong>de</strong><br />
que <strong>de</strong>sta vez não<br />
venceu o SIM, mas lembro<br />
que os seus <strong>de</strong>fensores<br />
quase chegaram aos 45%.<br />
O machado estará sempre<br />
pen<strong>de</strong>nte sobre as cabeças<br />
<strong>de</strong> quem manda a partir <strong>de</strong><br />
Londres, porque em qualquer<br />
altura, os escoceses<br />
po<strong>de</strong>m voltar a abrir a ferida.<br />
Mesmo tendo vencido<br />
o NÃO, nada voltará a ser<br />
como foi até aqui.<br />
Não ignorando que a vitória<br />
do SIM potenciaria e faria<br />
alastrar mais rapidamente<br />
a ânsia in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntista<br />
pela Europa, o facto <strong>de</strong> se<br />
ter realizado o referendo,<br />
só por si, não <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ter<br />
efeitos em muitas regiões<br />
on<strong>de</strong> há muito se luta por<br />
que se dê a oportunida<strong>de</strong><br />
ao povo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir o que<br />
preten<strong>de</strong> para o seu futuro.<br />
Resta saber se, os po<strong>de</strong>res<br />
dos países on<strong>de</strong> tal acontece,<br />
terão a sabedoria para<br />
propiciar a abertura que o<br />
Reino Unido <strong>de</strong>monstrou.<br />
É difícil resistir aos ventos<br />
da História. Portugal fê-lo<br />
no que respeita às suas<br />
antigas colónias, ao insistir<br />
em mantê-las quando as<br />
outras potências europeias<br />
abdicaram das suas, abrindo<br />
caminho à in<strong>de</strong>pendência<br />
<strong>de</strong> África nos anos cinquenta<br />
e princípio dos anos<br />
sessenta. A teimosia do<br />
regime português custou-<br />
-nos uma longa e dolorosa<br />
guerra com três frentes, milhares<br />
<strong>de</strong> mortos <strong>de</strong> um e<br />
do outro lado da barricada,<br />
bem como uma <strong>de</strong>scolonização<br />
apressada e traumática<br />
para muitas centenas<br />
<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> portugueses<br />
que viviam nas antigas<br />
províncias.<br />
O século XIX ficou marcado<br />
pela unificação da Alemanha,<br />
da Itália, da Bélgica.<br />
Já outros países o haviam<br />
feito ao longo dos séculos,<br />
como são os casos da Espanha,<br />
França e Reino Unido.<br />
Estas agregações <strong>de</strong>ram-se<br />
quase sempre com<br />
recurso à força e, num número<br />
menor <strong>de</strong> situações,<br />
por acordos, quase sempre<br />
matrimoniais.<br />
A actual União Europeia<br />
nasceu também com o<br />
obectivo <strong>de</strong> fazer esbater<br />
estes laivos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntistas,<br />
que sempre se foram<br />
fazendo sentir, através do<br />
aumento dos níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do espaço<br />
europeu, e da construção<br />
<strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> comum<br />
<strong>de</strong> tal modo alargada,<br />
que esvaziasse <strong>de</strong> sentido<br />
as ambições in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntistas.<br />
Acontece que a crise<br />
instalada em 2008, e que<br />
queima em se manter, veio<br />
alterar o panorama político<br />
partidário em vários países<br />
europeus, on<strong>de</strong> forças<br />
políticas <strong>de</strong> cariz mais extremista,<br />
têm conseguido<br />
ganhar ascendência como<br />
não se via <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos<br />
trinta, pondo em causa os<br />
partidos tradicionais.<br />
É nesta instabilida<strong>de</strong> política,<br />
social, mas também<br />
<strong>de</strong> confiança no futuro, que<br />
encontramos as razões<br />
para esta onda <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntismo<br />
que tem vindo a<br />
crescer por essa Europa,<br />
tocando muitos dos seus<br />
mais importantes países.<br />
Por esta razão, não é indiferente<br />
à União Europeia o<br />
que se tem vindo a passar<br />
e, mais grave do que isso,<br />
o que se po<strong>de</strong> vir a passar<br />
daqui para a frente. A Catalunha,<br />
teima em fazer um<br />
referendo que Madrid não<br />
quer autorizar; o <strong>de</strong>smoronamento<br />
do Reino da Bélgica<br />
já foi anunciado informalmente<br />
mais do que uma<br />
vez; já este ano, Veneza fez<br />
um referendo não vinculativo,<br />
em que o SIM à in<strong>de</strong>pendência<br />
ganhou; também<br />
a Alemanha está com<br />
problemas com a Baviera,<br />
on<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20% da sua<br />
população é <strong>de</strong>fensora da<br />
in<strong>de</strong>pendência. Por estes<br />
dias, os ventos da História<br />
parecem soprar a favor das<br />
in<strong>de</strong>pendências <strong>de</strong> certas<br />
regiões que há mais ou menos<br />
tempo se encontram<br />
integradas com outros povos.<br />
No caso da Espanha,<br />
além da Catalunha, tem várias<br />
outras regiões a reivindicar<br />
um estatuto <strong>de</strong> maior<br />
autonomia, se não mesmo<br />
a in<strong>de</strong>pendência. Será que<br />
Madrid vai ce<strong>de</strong>r? E até que<br />
ponto po<strong>de</strong>rá resistir? E ce<strong>de</strong>ndo<br />
Madrid, será que as<br />
forças armadas espanholas<br />
aceitarão como hipótese<br />
a fragmentação da Espanha?<br />
Perguntas que ficam a<br />
aguardar as respostas que<br />
ameaçam não tardar.<br />
Foi a crise que começou<br />
por ser financeira, que inflamou<br />
as feridas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntistas.<br />
Quanto mais <strong>de</strong>pressa<br />
a crise passar, mais<br />
<strong>de</strong>pressa elas sararão. Já<br />
que a perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida dos europeus, que,<br />
em alguns casos sofreram<br />
mesmo um acentuado retrocesso<br />
civilizacional, não<br />
impressionou quem, po<strong>de</strong>ndo<br />
fazer mais por resolver<br />
os problemas, não age<br />
com a celerida<strong>de</strong> recomendável,<br />
que a ameaça <strong>de</strong><br />
fragmentação dos países<br />
integrantes da União Europeia,<br />
e, com eles, da própria<br />
União Europeia, sirva<br />
<strong>de</strong> tónico para levar à rápida<br />
resolução dos problemas<br />
que nos últimos anos<br />
tanto têm afligido o velho<br />
continente.
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Ciência<br />
Outubro 2014 – 21<br />
Quando ficamos<br />
reféns das i<strong>de</strong>ias<br />
Nelson S Lima (*)<br />
Estamos reféns <strong>de</strong> muitas<br />
i<strong>de</strong>ias porque <strong>de</strong>ixamos<br />
que se transformassem<br />
em crenças. E são essas<br />
i<strong>de</strong>ias que nos aprisionam<br />
e nos retiram a liberda<strong>de</strong><br />
(e a capacida<strong>de</strong>) <strong>de</strong><br />
contemplarmos, aceitarmos<br />
ou inventarmos novas<br />
i<strong>de</strong>ias.<br />
Este é um dos males do<br />
nosso tempo. Governamos<br />
as nossas vidas e<br />
governamos o mundo<br />
baseados em sistemas<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias/crenças que já<br />
não funcionam e, quando<br />
funcionam, dão origem a<br />
uma série <strong>de</strong> problemas<br />
e constrangimentos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
doenças a conflitos<br />
interpessoais, étnicos e<br />
guerras que, embora li<strong>de</strong>radas<br />
por homens, são<br />
alimentadas pela força<br />
impetuosa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que<br />
se opõem à liberda<strong>de</strong>, à<br />
fraternida<strong>de</strong> e ao amor.<br />
Doença <strong>de</strong> Alzheimer<br />
Uma nova teoria<br />
Nelson S Lima<br />
O Dr. Karl Herrup, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Departamento <strong>de</strong><br />
Biologia Celular e Neurociências<br />
da renomada Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Rutgers, nos<br />
Estados Unidos, lançou um<br />
<strong>de</strong>safio aos investigadores<br />
da doença <strong>de</strong> Alzheimer.<br />
Ele propõe uma nova teoria<br />
para a doença e instiga<br />
os cientistas a mudarem<br />
<strong>de</strong> orientação pois po<strong>de</strong>rão<br />
estar prisioneiros <strong>de</strong> um círculo<br />
vicioso.<br />
O Dr Herrup <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />
esta doença <strong>de</strong>generativa<br />
começa com uma lesão<br />
inicial, provavelmente <strong>de</strong><br />
origem vascular. Chama<br />
também a atenção para a<br />
resposta inflamatória, que<br />
é crônica e única para a<br />
doença <strong>de</strong> Alzheimer. Finalmente,<br />
remete a atenção<br />
dos investigadores<br />
para uma alteração celular<br />
que altera permanentemente<br />
a fisiologia dos neurónios<br />
e vários outros tipos<br />
<strong>de</strong> células no cérebro.<br />
Esta nova visão, por exemplo,<br />
enfatiza o valor das<br />
abordagens anti-inflamatórias<br />
para a prevenção da<br />
doença <strong>de</strong> Alzheimer.<br />
Ele espera que a nova<br />
teoria estimule o <strong>de</strong>bate e<br />
abra caminho para novos<br />
avanços experimentais, <strong>de</strong><br />
diagnóstico, <strong>de</strong> prevenção<br />
e <strong>de</strong> cura.<br />
(*) Orador convidado para<br />
o VII Congresso Nacional<br />
Envelhecimento Cerebral e<br />
Doença <strong>de</strong> Alzheimer<br />
Novida<strong>de</strong>! Peeling Dermoabrasivo<br />
(veja a diferença nas imagens )<br />
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22 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Estatística<br />
Outubro 2014<br />
Portugal em números<br />
Não ignorando o que<br />
<strong>de</strong> muitas áreas o nosso<br />
país tem <strong>de</strong> positivo,<br />
belo e bom, a começar<br />
pelos próprios portugueses,<br />
não po<strong>de</strong>mos<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar<br />
realida<strong>de</strong>s que terão<br />
que fundamentar uma<br />
política alternativa.<br />
Pobres em Portugal:<br />
3 milhões <strong>de</strong> pessoas.<br />
Desempregados:<br />
1.300.000 indivíduos.<br />
População activa em<br />
Portugal:<br />
5.587.300 indivíduos.<br />
População<br />
prisional:<br />
12.681 reclusos.<br />
Emigrantes portugueses<br />
(até à 3.ª geração):<br />
31,2 milhões pelo mundo<br />
fora.<br />
Crianças portuguesas<br />
com fome assinalados<br />
nas escolas: 12 mil.<br />
Portugueses<br />
fome: 300 mil.<br />
com<br />
Idosos na solidão: 23<br />
mil idosos a viverem<br />
sozinhos ou na solidão<br />
(Censo da GNR).<br />
Portugueses sem médico<br />
<strong>de</strong> família: 700 mil<br />
pessoas.<br />
Pessoas<br />
3.500.<br />
sem-abrigo:<br />
Pessoas sem água canalizada<br />
ou esgotos ao<br />
domicílio: 700 mil.<br />
Preços dos combustíveis:<br />
dos mais altos da<br />
Europa e do mundo, Gasolina<br />
€1,53, Gasóleo €<br />
1,39<br />
Remunerações dos<br />
conselhos <strong>de</strong> administração<br />
das 20 empresas<br />
portuguesas cotadas<br />
na Bolsa quintuplicaram<br />
entre 2000 e 2012. Paralelamente,<br />
os gestores<br />
das empresas portuguesas<br />
ganham, em média,<br />
cerca <strong>de</strong> 30 vezes mais<br />
do que os trabalhadores<br />
das empresas que administram.<br />
As 100 maiores fortunas<br />
<strong>de</strong> Portugal valem<br />
32 mil milhões <strong>de</strong> euros,<br />
o que correspon<strong>de</strong> a<br />
20% da riqueza total nacional.<br />
PIB Portugal em 2012:<br />
165 mil milhões <strong>de</strong> euros<br />
(contracção <strong>de</strong> 3,2% em<br />
relação a 2011)<br />
Crescimento do PIB <strong>de</strong><br />
2000 a 2012: (segundo<br />
estudos do FMI) o PIB <strong>de</strong><br />
Portugal cresceu apenas<br />
1,97%.<br />
25,4% (3.7 milhões) dos<br />
habitantes em Portugal<br />
vivem com menos <strong>de</strong><br />
414 euros por mês, ou<br />
sejam são os consi<strong>de</strong>rados<br />
oficialmente como<br />
pobres.<br />
41% dos portugueses<br />
vivem em privação<br />
material, (dificulda<strong>de</strong>,
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014 – 23<br />
por exemplo, em pagar<br />
as rendas sem atraso,<br />
manter a casa aquecida<br />
ou fazer uma refeição <strong>de</strong><br />
carne ou <strong>de</strong> peixe pelo<br />
menos <strong>de</strong> dois em dois<br />
dias).<br />
14,5% por cento dos<br />
portugueses vivem em<br />
casas sobrelotadas.<br />
População portuguesa<br />
abaixo do índice <strong>de</strong><br />
pobreza: 20% - 2 milhões<br />
<strong>de</strong> pobres, sendo<br />
que 1/3 são reformados,<br />
22% são trabalhadores<br />
remunerados e 21,2%<br />
são trabalhadores por<br />
conta própria.<br />
5% da população portuguesa<br />
(530 mil pessoas)<br />
sofre sérias perturbações<br />
no acesso a<br />
alimentos.<br />
Défice do Estado Português<br />
em 2012: 6,4%<br />
do PIB, ou seja 10,6 mil<br />
milhões <strong>de</strong> euros.<br />
Défice do Estado Português<br />
em 2014: 139% do PIB<br />
25% das crianças portuguesas<br />
que entram<br />
na escola (375 mil) vêm<br />
<strong>de</strong> famílias on<strong>de</strong> a pobreza<br />
é extrema.<br />
Orçamento da Assembleia<br />
da República<br />
para 2013: 65 milhões<br />
18 mil 783 euros.<br />
Subsídios aos partidos<br />
políticos: 64 milhões<br />
195 mil 300 €. (mais 56%<br />
do que em 2012)<br />
Orçamento da Presidência<br />
da República<br />
Portuguesa para 2013:<br />
16 milhões 272 mil 380<br />
€ (-0,84% do que em<br />
2012).<br />
Dívida Pública Portuguesa:<br />
Dívida total<br />
(fim <strong>de</strong> Março <strong>de</strong><br />
2013):199.676.349.188€<br />
(123,6% do PIB). Em<br />
1974 eram <strong>de</strong> 10 mil milhões,<br />
correspon<strong>de</strong>ndo<br />
a 20% do PIB, ou seja,<br />
em 39 anos a dívida foi<br />
multiplicada por 20 vezes<br />
mais.<br />
Juros anuais da dívida<br />
pública portuguesa:<br />
Segundo o INE, em<br />
2010, os juros da Divida<br />
Pública atingiram 6.849<br />
milhões no final <strong>de</strong> 2012.<br />
Reservas <strong>de</strong> ouro do<br />
Banco <strong>de</strong> Portugal:<br />
382.509,58 kg.<br />
Dívida externa portuguesa,<br />
em Fevereiro <strong>de</strong><br />
2013: 734,3 mil milhões<br />
<strong>de</strong> Euros (cada Português<br />
<strong>de</strong>ve € 69.300,00<br />
ao estrangeiro).<br />
Em 2012, cada cidadão<br />
pagou só <strong>de</strong> juros da<br />
dívida pública 754 euros<br />
o que, no conjunto,<br />
equivale a 4,4 por cento<br />
do PIB<br />
Défice da balança comercial<br />
portuguesa <strong>de</strong><br />
transacções em Fevereiro<br />
<strong>de</strong> 2013:2.23 mil milhões<br />
<strong>de</strong> Euros.<br />
Beneficiários do Rendimento<br />
Social <strong>de</strong> Inserção:<br />
274.937 pessoas.<br />
Salários dos principais<br />
gestores públicos<br />
em 2010: Presi<strong>de</strong>nte da<br />
TAP (Fernando Pinto) €<br />
624.422,21 (igual a 55,7<br />
anos <strong>de</strong> salário médio<br />
anual <strong>de</strong> cada português),<br />
o Presi<strong>de</strong>nte da<br />
CGD (Faria <strong>de</strong> Oliveira)<br />
recebeu € 560.012,80<br />
(igual a 50 anos <strong>de</strong> salário<br />
médio anual <strong>de</strong><br />
cada português) e o seu<br />
Vice-Presi<strong>de</strong>nte (Francisco<br />
Ban<strong>de</strong>ira) recebeu<br />
€ 558.891,00, Salário<br />
anual do Governador do<br />
Banco <strong>de</strong> Portugal 243<br />
mil Euros, Salário anual<br />
do presi<strong>de</strong>nte da Anacom<br />
234 mil Euros.<br />
Despesa total do Estado<br />
com reformas <strong>de</strong><br />
ex-políticos e ex-governantes<br />
em 2010: 280<br />
milhões <strong>de</strong> euros, passando<br />
a serem secretos,<br />
portanto <strong>de</strong>sconhecidos<br />
os números reais <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
então, por or<strong>de</strong>m do Governo<br />
e da Assembleia<br />
da República.<br />
Toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: 50<br />
mil toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
em tratamento.<br />
Criminalida<strong>de</strong> em<br />
2012: 385.927 crimes,<br />
22.270 crimes violentos e<br />
graves, 419 sequestros,<br />
149 homicídios, raptos e<br />
roubos.<br />
Portadores <strong>de</strong> HIV:<br />
41.035<br />
Prostitutas e pessoas<br />
ligadas ao sexo: mais<br />
<strong>de</strong> 30.000.<br />
Electricida<strong>de</strong> 61% mais<br />
cara que a média da<br />
OCDE. Média da OCDE<br />
= 0,12 KVW, Portugal =<br />
€ 0,16 KVW, Grécia = €<br />
0,10 KVW, Espanha = €<br />
0,14 KVW.<br />
Petróleo Doméstico<br />
mais caro da Europa:<br />
Tonelada métrica em<br />
Portugal = € 386,00; Média<br />
da OCDE = € 333,00.<br />
Gasolina com carga<br />
fiscal mais elevada da<br />
Europa, com 64% <strong>de</strong><br />
impostos.<br />
Gás natural mais caro<br />
da Europa = € 713,00;<br />
Média OCDE = € 580,00<br />
Kcal; Grécia = € 333,00<br />
Kcal.<br />
Analfabetismo em Portugal,<br />
o mais elevado<br />
<strong>de</strong> toda a Europa: 7,5%.<br />
[Dados do INE e do BdP<br />
relativos a 2012/2013]
24 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Publicida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Opinião<br />
Outubro 2014 – 25<br />
Quantos somos nós, afinal?<br />
Filipe Tourais<br />
A Justiça em pantanas, a Ministra pediu<br />
<strong>de</strong>sculpas, e ficou assim. A Educação<br />
em pantanas, o Ministro pe<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sculpas, e ficou assim. A Saú<strong>de</strong><br />
está em pantanas, o caso BES vai <strong>de</strong><br />
pantanas em popa, o <strong>de</strong>smantelado<br />
Instituto <strong>de</strong> Meteorologia e Geofísica<br />
meteu água por estar <strong>de</strong> pantanas<br />
com falta do pessoal qualificado dispensado<br />
por alegadamente estar “a<br />
mais”, o país vai estrebuchando, mas<br />
vai ficando assim mesmo. O Governo<br />
sabe que po<strong>de</strong> contar com o silêncio<br />
do senhor Presi<strong>de</strong>nte da República<br />
e ambos sabem que po<strong>de</strong>m contar<br />
com o silêncio dos portugueses. Não<br />
admira que Pedro Passos Coelho<br />
nem se dê ao trabalho <strong>de</strong> dar explicações<br />
sobre o seu extenso passado<br />
<strong>de</strong> ilícitos.<br />
Já se sabia que fez parte <strong>de</strong> uma<br />
quadrilha que enganou o suficiente<br />
para receber 1,4 milhões <strong>de</strong> euros<br />
para formar centenas <strong>de</strong> funcionários<br />
<strong>de</strong> aeródromos que não existiam:<br />
eram apenas <strong>de</strong>z. Quando a marosca<br />
saltou para os jornais disse qualquer<br />
coisita sobre estar <strong>de</strong> consciência<br />
tranquila. E ficou assim. Agora sabe-<br />
-se que durante esse período <strong>de</strong> intensa<br />
activida<strong>de</strong> formativa também<br />
andou a enganar a Assembleia da<br />
República para receber por uma exclusivida<strong>de</strong><br />
que não tinha, ao mesmo<br />
tempo que enganava o fisco ao não<br />
<strong>de</strong>clarar os cinco mil euros que durante<br />
anos recebeu mensalmente da<br />
quadrilha dos aeródromos.<br />
Passos diz que não se lembra <strong>de</strong><br />
nada. E há-<strong>de</strong> ficar assim. O que<br />
é que fizemos para merecer isto?<br />
Nada. Quando muito, uns aproveitam<br />
para praticar o <strong>de</strong>sporto nacional do<br />
momento, brincar aos insultos nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais, outros para se entreterem<br />
a dizer que o Sócrates era melhor/pior<br />
que o Passos, outros para<br />
justificarem o nada que fazem a dizer<br />
aquela dos políticos todos iguais.<br />
Nada, nada e nada. O nada que eles<br />
rentabilizam.<br />
Uma organização <strong>de</strong> umas poucas<br />
centenas <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>scobriu<br />
como enriquecer a dar cabo <strong>de</strong> um<br />
país e das vidas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> portugueses.<br />
Quantos somos nós, afinal?<br />
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26 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Comunida<strong>de</strong> - França<br />
Outubro 2014<br />
A Colónia portuguesa resi<strong>de</strong>nte no<br />
distrito do Loiret [FRANÇA]<br />
António Dias (*)<br />
Afim <strong>de</strong> dar uma visão<br />
eclética da comunida<strong>de</strong><br />
portuguesa [em<br />
FRANÇA] neste primeiro<br />
artigo, começarei por<br />
dar uma vista geral da<br />
comunida<strong>de</strong> portuguesa<br />
resi<strong>de</strong>nte na área<br />
consular do distrito do<br />
Loiret e do Yonne.<br />
Os nossos próximos artigos<br />
aprofundarão as<br />
carências e os trunfos<br />
económicos sociais e<br />
culturais <strong>de</strong>sta que não<br />
são explorados, e tratará<br />
da ineficácia dos serviços<br />
da Embaixada <strong>de</strong><br />
Portugal e do governo<br />
em termos <strong>de</strong> apoio a<br />
esta vasta comunida<strong>de</strong>.<br />
Uma das colónias portuguesas<br />
mais importantes da<br />
região Centre e com maior<br />
concentração <strong>de</strong> portugueses<br />
é no distrito do Loiret, e<br />
em particular na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Orleães.<br />
Situada a 120 kms da cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Paris, dos aeroportos<br />
<strong>de</strong> Paris Orly e Bourget,<br />
veio-se juntar o aeroporto<br />
<strong>de</strong> Tours (igual distância)<br />
com acessos rápidos pela<br />
autoestrada A 10, e transportes<br />
pelo via férrea<br />
Dizem e é verda<strong>de</strong> que a<br />
maior concentração <strong>de</strong> portugueses<br />
resi<strong>de</strong>ntes aqui<br />
são oriundos da Lixa e <strong>de</strong><br />
Amarante, e até por sinal se<br />
observarem durante o mês<br />
<strong>de</strong> Agosto nessas duas vilas<br />
portuguesas o número<br />
<strong>de</strong> veículos com a matricula<br />
do distrito é a do Loiret (45).<br />
Uma comunida<strong>de</strong> que se<br />
mobilizou conta o fecho do<br />
Consulado.<br />
A comunida<strong>de</strong> portuguesa<br />
resi<strong>de</strong>nte nesta área consular<br />
(Distrito do Loiret e Yonne),<br />
foi sempre uma comunida<strong>de</strong><br />
ativa e contestatária<br />
em certos pontos domínios.<br />
Isso <strong>de</strong>vido em <strong>de</strong>terminada<br />
altura a uma re<strong>de</strong> associativa<br />
importante, hoje<br />
essa diminuiu fortemente<br />
Mas, também essa contestação<br />
diminuiu fortemente,<br />
<strong>de</strong>pois que a geração dos<br />
anos sessenta, <strong>de</strong>sapareceu<br />
da área, em regressando<br />
a Portugal ou se mostrando<br />
menos ativa e constante<br />
nos mol<strong>de</strong>s da <strong>de</strong>fesa<br />
dos seus interesses.<br />
Se observar-mos com<br />
atenção, a revolta que estoirou<br />
contra o fecho do<br />
consulado da área é a obra<br />
prima do governo <strong>de</strong> José<br />
Sócrates e do seu Ministro<br />
das Comunida<strong>de</strong>s António<br />
Braga, Secretário <strong>de</strong><br />
Estado das Comunida<strong>de</strong>s,<br />
contestado e cuspido, que<br />
como alguns não trouxe<br />
nada concreto nem <strong>de</strong> importância<br />
à comunida<strong>de</strong><br />
em termos <strong>de</strong> apoio, senão<br />
o arrombamento dos serviços<br />
prestados à comunida<strong>de</strong><br />
em encerrando <strong>de</strong>finitivamente<br />
este consulado.<br />
Mas, foi obrigado a fazer<br />
marcha atrás, em abrindo<br />
um “Consulado honorário”,<br />
que tem o aspeto dum<br />
consulado honorário, mas<br />
é mais próximo dum consulado<br />
normal.<br />
Salvo que em termos <strong>de</strong><br />
funcionários necessários<br />
aos seu bom funcionamento<br />
esse funciona com uma<br />
simples funcionária com<br />
uma outra, que alterna o<br />
seu serviço e a sua presença<br />
e o seu serviço entre<br />
Orleães e Paris (Consulado<br />
geral).<br />
Em caso <strong>de</strong> aperto e duma<br />
afluência superior, à normal,<br />
lá <strong>de</strong>scem <strong>de</strong> Paris as<br />
antigas funcionarias por alguns<br />
dias do aperto e <strong>de</strong>-
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Comunida<strong>de</strong> - França<br />
Outubro 2014 – 27<br />
pois voltam para Paris para<br />
o “supermercado”-assim<br />
apelam os portugueses dizendo<br />
respeito ao consulado<br />
geral <strong>de</strong> Paris -.<br />
Mas segundo informações<br />
com este governo <strong>de</strong> Passos<br />
Coelho, as verbas mesmo<br />
do funcionamento <strong>de</strong>ste<br />
posto consular, baixaram<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30%, e ao fim<br />
do mês o cônsul honorário<br />
“veria-se” à rasca para<br />
pagar as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> luz,<br />
telefone e aluguer.<br />
Com a crise, milhares <strong>de</strong><br />
portugueses afluíram a<br />
esta zona e os serviços que<br />
<strong>de</strong>vem ser prestados pelo<br />
consulado por vezes acabam<br />
por rebentarem pelas<br />
costuras por falta <strong>de</strong> pessoal<br />
. Para além do mais os horários<br />
diários <strong>de</strong> abertura<br />
são restritos ( das 9 às 13<br />
<strong>de</strong> segunda à sexta-feira)<br />
Uma comunida<strong>de</strong> com um<br />
meio <strong>de</strong> comunicação social<br />
que não “está ao serviço<br />
das comunida<strong>de</strong>s !?”<br />
No ano <strong>de</strong> 1981, quando<br />
começaram a aparecer as<br />
rádios “ditas” livres, alguns<br />
portugueses aproveitaram<br />
essa oportunida<strong>de</strong>, e conseguiram<br />
obter <strong>de</strong>ssas rádios,<br />
horários <strong>de</strong> emissão<br />
em língua portuguesa.<br />
As emissões mais famosas<br />
eram e foram “ Portugal em<br />
Festa, A palavra ao Emigrante<br />
e Agora que era uma<br />
emissão semanal <strong>de</strong> informação<br />
e <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate social e<br />
político” são emissões que<br />
ainda lembram um número<br />
importantes <strong>de</strong> portugueses,<br />
porque eram emissões<br />
com uma certa cariz profissional<br />
Mas os dirigentes <strong>de</strong>ssas<br />
rádios <strong>de</strong> repente procuram<br />
ganhar dinheiro com essas<br />
frequências, em as ven<strong>de</strong>ndo<br />
e as emissões em língua<br />
pouco a pouco começaram<br />
por <strong>de</strong>saparecer.<br />
A comunida<strong>de</strong> da área no<br />
perímetro <strong>de</strong> difusão das<br />
emissões (50 kms à volta<br />
<strong>de</strong> Orleães), <strong>de</strong> repente não<br />
não podiam ouvir as suas<br />
emissões semanais (Portugal<br />
em Festa e A palavra ao<br />
Emigrante) e outras difundidas<br />
por outras estações.<br />
Um dia porém aconteceu<br />
que a comunida<strong>de</strong> da zona<br />
teve a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter<br />
uma frequência que foi<br />
vendida por um jornal.<br />
E foi assim que com um<br />
empréstimo que 33 portugueses<br />
emprestaram<br />
sem juros durante um ano,<br />
consegui-se comprar essa<br />
frequência.<br />
Mais <strong>de</strong> 1000 pessoas <strong>de</strong>ram<br />
então à sua a<strong>de</strong>são<br />
à associação (hoje esses<br />
seriam menos <strong>de</strong> 200 associados<br />
segundo informações<br />
que circulam na<br />
comunida<strong>de</strong>)que tinha o<br />
cargo da gestão da frequência.<br />
Constituída essencialmente<br />
por pessoas benévolas<br />
vivendo das cotizações dos<br />
seus a<strong>de</strong>rentes, uma verba<br />
dada pelo Estado francês,<br />
alguns bailaricos e festas,<br />
ela ainda vive <strong>de</strong>ssa maneira.<br />
A única coisa que<br />
mudou é que essa empregou<br />
uma única pessoa em<br />
tanto que permanente da<br />
estação.<br />
Certas emissões são bastantes<br />
rasas em termos<br />
<strong>de</strong> expressão portuguesa.<br />
Inexistência dum jornal <strong>de</strong><br />
informação diária sobre o<br />
que se passa na zona, ora<br />
que os portugueses com<br />
os novos direitos comunitários<br />
continuam “a ignorar”<br />
ou ignoram o que se passa<br />
na vila e arredores. Em<br />
termos <strong>de</strong> informação fora<br />
<strong>de</strong> alguns comunicados<br />
(publicida<strong>de</strong>) dos eventos<br />
associativos (bailaricos)<br />
essa é inexistente. A única<br />
informação é a da RDPI<br />
que é transmitida via satélite<br />
pela rádio assim como<br />
programas quando a antena<br />
não é ocupada por um-a<br />
animador-a.<br />
Uma vasta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pequenas<br />
e médias empresas<br />
Se a maior re<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresários<br />
portugueses é<br />
constituído por pequenas<br />
empresas da construção<br />
civil. Cafés restaurantes e<br />
serviços abundam na área<br />
como as empresas <strong>de</strong> limpeza.<br />
No domínio da venda <strong>de</strong><br />
produtos <strong>de</strong> consumo<br />
portugueses, eles são<br />
dois empresários que<br />
se disputam a clientela<br />
Uma nostalgia que se<br />
paga ao preço forte<br />
Quem é que não gosta <strong>de</strong><br />
ter em cima da sua mesa<br />
um cozinhado à portuguesa<br />
cozinhado com produtos<br />
da terra portuguesa. Com<br />
uns vinhos alentejanos um<br />
queijo da serra.<br />
Embora os preços tenham<br />
baixado. Os preços operados<br />
pelas duas casas <strong>de</strong><br />
venda <strong>de</strong>sses produtos têm<br />
a mão pesada.<br />
Certas carnes e produtos<br />
diversos não vendidos nos<br />
supermercados franceses<br />
como queijos da serra ou<br />
bebida alcoólicas sao por<br />
vezes e regularmente fora<br />
<strong>de</strong> preço.<br />
O preço da nostalgia portuguesa,<br />
é <strong>de</strong> um preço elevado,<br />
ora que os portugueses<br />
(várias <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares)<br />
resi<strong>de</strong>ntes em lugar <strong>de</strong><br />
fazerem as suas compras<br />
nos supermercado francês<br />
podia se abastecer nessas<br />
casas. Somente os “ditos”<br />
comerciantes querem o dinheiro<br />
do queijo e também<br />
o queijo.<br />
Quando eles tiverem a “inteligência”<br />
comercial dos<br />
preços e do comércio talvez<br />
os portugueses tenham<br />
outras atitu<strong>de</strong>s<br />
Ausência <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong><br />
língua portuguesa<br />
O facto mesmo <strong>de</strong> pertencer-mos<br />
à UE, supõem uma<br />
propagação da língua portuguesa<br />
e que essa não seja<br />
divulgada somente nas escolas<br />
e liceus em termos <strong>de</strong><br />
segunda ou terceira língua<br />
que faria parte dos exames<br />
<strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano escolar.<br />
Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Orleães, existem<br />
pedidos <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong><br />
língua portuguesa que são<br />
reclamados. E ironicamente<br />
esses não são reclamados<br />
pelos cidadãos portugueses<br />
mas pelos cidadãos<br />
franceses, mas segundo as<br />
nossas informações nem<br />
associação portuguesa<br />
nem luso-francesa propõem<br />
<strong>de</strong> dar aulas nesse<br />
sentido<br />
A associação que lecionava<br />
em Orleães cessou <strong>de</strong> existir,<br />
mas também ninguém<br />
se mexe a nível da Embaixada<br />
ou outro serviço do<br />
Estado português para<br />
<strong>de</strong>scentralizar o instituto<br />
Camões fora da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Paris, e propor com o apoio<br />
duma associação <strong>de</strong> oferecer<br />
essa possibilida<strong>de</strong>.<br />
(*) jornalista, radialista, fotógrafo<br />
e cinegrafista. Vive<br />
em Sèmoy - França
28 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Opinião<br />
Outubro 2014<br />
Fanatismo, política e “religião”<br />
Manuel Araújo<br />
Neste momento difícil em todos os<br />
aspectos, o Mundo vive dias verda<strong>de</strong>iramente<br />
atemorizantes <strong>de</strong>vido aos<br />
conflitos e às guerras que aparecem<br />
por todo lado. O Papa Francisco disse<br />
recentemente, que a Terceira Guerra<br />
Mundial já po<strong>de</strong> ter começado.<br />
Voltamos ao tempo da “Guerra Fria”,<br />
on<strong>de</strong> americanos e russos se acusam<br />
e ameaçam mutuamente. Já “cheira”<br />
a guerra…<br />
O pretexto para este “esticar-da-corda”<br />
entre americanos e russos, mesmo<br />
não sendo assumido pelas partes<br />
é sempre o mesmo; a ânsia do Po<strong>de</strong>r<br />
e a conquista das fontes energéticas<br />
do Planeta.<br />
Para criar e fazer explodir conflitos<br />
e guerras é necessário fazer crer à<br />
opinião pública que não há outra saída.<br />
Tem que “existir” um motivo forte<br />
e válido para dar esse passo, mas se<br />
ele não existir… fabrica-se. Veja-se<br />
o caso da frau<strong>de</strong> que foi o 11 <strong>de</strong> Setembro,<br />
o apoio vergonhoso a Israel<br />
e ao genocídio do povo da Palestina,<br />
à acusação sem provas do avião <strong>de</strong><br />
passageiros que foi abatido na Ucrânia<br />
e a confusão criada na Síria e no<br />
Iraque...<br />
É da Síria e do Iraque que nestes últimos<br />
tempos mais se tem falado e<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> nos tem chegado notícias e<br />
imagens aterradoras dos massacres<br />
mais primitivos e bárbaros, que pensei<br />
que a Humanida<strong>de</strong> jamais voltaria<br />
a presenciar…<br />
O “Estado Islâmico” (ISIS), alegadamente<br />
criado e apoiado pelos EUA e<br />
Israel, têm o objectivo <strong>de</strong> estabelecer<br />
um Califado e dominar todos os países<br />
muçulmanos e não só. Segundo<br />
eles, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cinco anos, além <strong>de</strong><br />
outros países, também Portugal e Espanha<br />
serão “convertidos” ao islamismo<br />
e farão parte do Califado do autoproclamado<br />
Estado Islâmico.<br />
Os “jihadistas” do Estado Islâmico,<br />
movidos pelo fanatismo religioso levado<br />
ao extremo, interpretam à letra<br />
os textos do Alcorão e põem-nos em<br />
prática <strong>de</strong> forma brutal, <strong>de</strong>golando todos<br />
os “cães infiéis” que lhes aparece<br />
pela frente.<br />
Refiro-me neste caso apenas aos muçulmanos<br />
porque é um tema actual,<br />
mas também não esqueço outras religiões<br />
no passado, (cruzadas, inquisição,<br />
etc) que foram igualmente bárbaras<br />
e indignas.<br />
As religiões foram ao longo dos<br />
tempos e quase sempre, o rastilho<br />
<strong>de</strong> divisões, guerras e atrocida<strong>de</strong>s.<br />
É hora <strong>de</strong> a Humanida<strong>de</strong> fazer<br />
uma pausa para pensar e crescer interiormente.<br />
A Humanida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve<br />
seguir homens e <strong>de</strong>ixar-se arrastar<br />
por qualquer religião ou seita. As religiões<br />
reprimem e alimentam-se do<br />
medo, do pecado e da culpa. Nenhuma<br />
religião po<strong>de</strong> salvar ninguém. A<br />
religião não é Deus e Deus não está<br />
nas seitas nem nas religiões. Deus<br />
está no interior <strong>de</strong> cada um, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da nacionalida<strong>de</strong>, raça,<br />
credo ou cor. Por muito que lhe custe<br />
romper tradições, hábitos e culturas,<br />
com a cabeça fria e a raciocinar, medite<br />
e <strong>de</strong>scubra a espiritualida<strong>de</strong> e o<br />
Deus que está em si. Deus não tem<br />
dono, não é proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seitas<br />
nem <strong>de</strong> fanáticos. Deus é <strong>de</strong> todos!<br />
Nos dias <strong>de</strong> hoje com as dificulda<strong>de</strong>s<br />
e injustiças crescentes do dia-<br />
-a-dia, temos a sensação <strong>de</strong> sermos<br />
órfãos abandonados e para compensar,<br />
muitos <strong>de</strong> nós procuram refúgio<br />
em seitas e religiões, on<strong>de</strong> charlatões<br />
lhes prometem o outro Mundo e a in/<br />
certa vida eterna, quando o que nós<br />
precisamos hoje, agora e aqui, é viver<br />
dignamente a nossa curta passagem<br />
aqui pela Terra.<br />
Portugal é tradicionalmente um<br />
país <strong>de</strong> brandos costumes e <strong>de</strong> paz,<br />
mas a insegurança crescente e o futuro<br />
incerto e sem réstia <strong>de</strong> esperança,<br />
po<strong>de</strong> contrariar a tradição. Os focos<br />
<strong>de</strong> tensão alastram na Europa, agudizam-se<br />
e estão cada vez mais perto...<br />
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Lusitano <strong>de</strong> Zurique Cultura<br />
Outubro 2014 – 29<br />
A Língua Portuguesa<br />
A língua portuguesa <strong>de</strong>riva<br />
do latim, língua falada na<br />
região on<strong>de</strong> ficava a Roma<br />
antiga, <strong>de</strong>signada por Lácio,<br />
e que, na sua expansão,<br />
os Romanos trouxeram<br />
para outras regiões, on<strong>de</strong>,<br />
em conjunto com factores<br />
locais, evoluiu originando<br />
as línguas românicas.<br />
O latim clássico, consagrado<br />
pelas classes cultas e<br />
pela literatura, tornou-se,<br />
com o tempo, distante da<br />
expressão falada, que aglutinava<br />
influências <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />
vária nos diversos territórios<br />
do Império Romano,<br />
assim como varieda<strong>de</strong>s<br />
sócio-culturais, a cujo conjunto<br />
chamou latim vulgar,<br />
que <strong>de</strong>u origem às línguas<br />
românicas e nomeadamente<br />
ao português.<br />
latina recolhe também, na<br />
constituição da nossa língua,<br />
elementos celtas, gregos<br />
e hebreus, aos quais<br />
se juntaram, mais tar<strong>de</strong>, os<br />
germânicos e os árabes.<br />
Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar três<br />
fases na evolução da língua<br />
portuguesa: proto-histórica,<br />
até ao séc. XIII (ainda<br />
muito ligada, na escrita, ao<br />
latim bárbaro), arcaica, até<br />
ao séc. XVI (on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca,<br />
nos séculos XIV e XV, o<br />
galaico-português, autonomizando-se<br />
posteriormente o português<br />
em relação ao galego)<br />
e mo<strong>de</strong>rna, com a publicação<br />
das primeiras gramáticas,<br />
<strong>de</strong> Fernão <strong>de</strong> Oliveira,<br />
1536, e João <strong>de</strong> Barros,<br />
1540, e com a proliferação<br />
das obras literárias que a<br />
consagraram, e entre as<br />
quais se contam Os Lusíadas.<br />
Consi<strong>de</strong>ram-se características<br />
formais da língua portuguesa,<br />
na sua fonação,<br />
os fenómenos <strong>de</strong> nasalação<br />
(queda <strong>de</strong> consoantes<br />
latinas que dão origem aos<br />
ditongos nasais, ex. -ão e<br />
-ãe, e a vogais do mesmo<br />
timbre, ex. panes>pães),<br />
vocalização (queda <strong>de</strong><br />
consoantes latinas que<br />
dão origem a vogais, ex.<br />
regnu>reino) e palatalização<br />
(grupos <strong>de</strong> consoantes<br />
latinas que resultam<br />
nos grupos ch- e -lh-, ex.<br />
pluvia>chuva).<br />
Rodrigues Lapa, em 1945,<br />
estudou, na sua Estilística<br />
da Língua Portuguesa,<br />
algumas potencialida<strong>de</strong>s<br />
expressivas do português<br />
na comunicação e na literatura.<br />
Gradualmente, a comunicação<br />
linguística foi-se<br />
alterando, e, em vez <strong>de</strong> se<br />
falar <strong>de</strong> facto latim, as modificações<br />
da expressão<br />
impuseram a consciência<br />
<strong>de</strong> que se tinha passado<br />
<strong>de</strong> facto a falar à “maneira<br />
românica”, isto é, romanice<br />
ou romance (falar vulgar e<br />
misto, também <strong>de</strong>signado<br />
romanço). Nos escritos<br />
administrativos e notariais<br />
impôs-se um conjunto <strong>de</strong><br />
fórmulas que i<strong>de</strong>ntificamos<br />
como latim bárbaro. A base<br />
CRÉDITOS JFA<br />
Provavelmente o mais rápido da suíça<br />
Apenas falando português não se resolvem as coisas...<br />
0900 25 04 74 (86Rp./min)<br />
Ba<strong>de</strong>nerstrasse 406<br />
8004 Zürich<br />
É necessário perceber e a JFA percebe<br />
O contacto directo é muito importante.<br />
071 222 44 72<br />
Kornhausstrasse 3<br />
9000 St. Gallen<br />
061 363 06 85<br />
Dornacherstrasse 119<br />
4053 Basel
30 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014<br />
Tecnologia<br />
Joana Araújo<br />
Alemanha<br />
continua a ser<br />
espiada pela NSA<br />
O interesse da NSA<br />
na Alemanha já não é<br />
novo. Sabe-se agora<br />
que documentos disponibilizados<br />
por Edward<br />
Snow<strong>de</strong>n dão<br />
conta que os Estados<br />
Unidos e o Reino<br />
Unido tiveram acesso<br />
aos dados que<br />
circulam nas re<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> telecomunicações<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s operadoras<br />
alemãs, como foi<br />
o caso da Deutsche<br />
Telekom.<br />
Se até agora se acreditava<br />
que a NSA e o<br />
serviço <strong>de</strong> informações<br />
britânico GCHQ<br />
espiavam as comunicações<br />
da Alemanha<br />
a partir do exterior,<br />
<strong>de</strong> acordo com<br />
um artigo publicado<br />
pela revista alemã<br />
Der Spiegel, citando<br />
informações disponibilizadas<br />
por Edward<br />
Snow<strong>de</strong>n, os serviços<br />
secretos também<br />
actuam “a partir<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro” e permitirá<br />
visualizar, quase<br />
em tempo real, a<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> routers ligados<br />
à Internet, assim<br />
como computadores,<br />
smartphones e<br />
tablets. O objectivo é<br />
“ver cada dispositivo<br />
em qualquer lugar e a<br />
qualquer momento”,<br />
refere o artigo.<br />
Guerra ao iPhone 6<br />
A Apple lançou<br />
no mês <strong>de</strong> Setembro<br />
o novo e<br />
esperado iPhone<br />
6, que já está<br />
disponível em<br />
duas versões:<br />
iPhone 6 e o<br />
iPhone 6 plus.<br />
Depois da apresentação<br />
dos<br />
dois smartphones,<br />
os fabricantes<br />
<strong>de</strong> equipamentos<br />
Android<br />
<strong>de</strong>svalorizaram<br />
as “novas” tecnologias<br />
agora<br />
integradas no<br />
iPhone 6, que<br />
segundo dizem,<br />
já estão há muito<br />
tempo presentes<br />
em vários Androids.<br />
São vários os<br />
equipamentos<br />
Android que po<strong>de</strong>m<br />
ser alternativa<br />
ao novo<br />
iPhone 6 e alguns<br />
<strong>de</strong>les já estão<br />
no mercado,<br />
como é o caso<br />
do Samsung<br />
Galaxy S5, HTC<br />
One M8, LG G3<br />
e outros vem a<br />
caminho. Iremos<br />
aqui apenas<br />
referir-nos a um<br />
<strong>de</strong>les; o OnePlus<br />
One.<br />
Veja a tabela e os<br />
preços e quais<br />
as diferenças<br />
entre o Android<br />
OnePlus One e<br />
o novo iPhone 6<br />
plus.<br />
O iPhone 6 Plus<br />
<strong>de</strong> 16 GB custa<br />
799€ e o One-<br />
Plus One <strong>de</strong> 16<br />
GB custa apenas<br />
269€.<br />
Coor<strong>de</strong>nação: Joana Araújo/TEK
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014 – 31<br />
Turismo<br />
Fuerteventura<br />
Fuerteventura é a segunda<br />
maior ilha do arquipélago<br />
das Canárias, situada<br />
a apenas 100km do<br />
continente africano.<br />
Sendo <strong>de</strong> origem vulcânica,<br />
a vegetação é quase<br />
nula e a paisagem um<br />
pouco árida e agreste, com<br />
pequenos arbustos espalhados<br />
ao longo dos montes<br />
e vales, sobretudo nas<br />
zonas do interior. No entanto,<br />
Fuerteventura possui<br />
também praias <strong>de</strong> uma beleza<br />
incrível, talvez as mais<br />
belas das ilhas Canárias.<br />
Estas esten<strong>de</strong>m-se numa<br />
faixa <strong>de</strong> norte a sul da ilha e<br />
oferecem todas as comodida<strong>de</strong>s<br />
aos seus visitantes,<br />
assim como longos dias <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scanso e relaxamento.<br />
O nome da ilha Fuerte +<br />
Ventura <strong>de</strong>ve-se ao facto<br />
<strong>de</strong> aqui os ventos, por vezes<br />
fortes, serem uma visita<br />
constante. Devido a esse<br />
facto, a ilha é também muito<br />
procurada por amantes<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos como Windsurf,<br />
Kitsurf e Surf.<br />
Na zona norte da ilha encontramos<br />
as impressionantes<br />
dunas <strong>de</strong> areia fina<br />
e dourada que se esten<strong>de</strong>m<br />
ao longo <strong>de</strong> vários<br />
quilómetros até Corralejo,<br />
uma antiga vila piscatória<br />
que se transformou num<br />
dos centros turísticos mais<br />
importantes da ilha. Aqui<br />
as praias são <strong>de</strong> uma beleza<br />
inimaginável.<br />
A partir do porto <strong>de</strong> Corralejo<br />
é fácil chegar à pequena<br />
Ilha <strong>de</strong> Los Lobos on<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>rá, por exemplo, passar<br />
um dia a fazer mergulho<br />
ou simplesmente <strong>de</strong>ixar-se<br />
per<strong>de</strong>r nas belas praias<br />
quase <strong>de</strong>sertas.<br />
Puerto <strong>de</strong>l Rosário é a capital<br />
da ilha e a principal<br />
área urbana <strong>de</strong> Fuerteventura.<br />
Aqui encontrará<br />
uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas e<br />
restaurantes e po<strong>de</strong>rá ter<br />
um contacto mais próximo<br />
com os habitantes da ilha.<br />
A cerca <strong>de</strong> 15 minutos <strong>de</strong><br />
carro situa-se Caleta <strong>de</strong><br />
Fuste, outro dos pontos<br />
mais importantes <strong>de</strong> Fuerteventura.<br />
Aqui existem<br />
uma série <strong>de</strong> hotéis <strong>de</strong> referência<br />
com muitas activida<strong>de</strong>s<br />
para as crianças<br />
sendo <strong>de</strong>ssa forma consi<strong>de</strong>rado<br />
o sitio i<strong>de</strong>al para<br />
umas férias em família. A<br />
vila foi <strong>de</strong>senvolvida à volta<br />
<strong>de</strong> uma baia. A praia, não<br />
sendo muito gran<strong>de</strong>, está<br />
um pouco mais protegida<br />
do vento.<br />
Costa Calma, situa-se entre<br />
Caleta <strong>de</strong> Fuste e Playa<br />
<strong>de</strong> Jandía e é uma espécie<br />
<strong>de</strong> oásis ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> palmeiras,<br />
com praias a per<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> vista.<br />
Jandía é uma localida<strong>de</strong> no<br />
sul da ilha, i<strong>de</strong>al para quem<br />
procura <strong>de</strong>scontracção e<br />
intermináveis passeios pela<br />
praia. Oferece ainda aos visitantes<br />
inúmeras lojas, bares,<br />
cafés e restaurantes.<br />
Esta zona é também consi<strong>de</strong>rada<br />
uma importante reserva<br />
ecológica e o ponto<br />
mais alto da ilha, o Pico <strong>de</strong><br />
Zarza, situa-se na península<br />
<strong>de</strong> Jandía.<br />
Na parte oeste da ilha po<strong>de</strong>rá<br />
visitar a pequena al<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> Tindaya, habitada<br />
sobretudo por criadores <strong>de</strong><br />
cabras, Cotilho, outra pequena<br />
al<strong>de</strong>ia piscatória e<br />
as grutas <strong>de</strong> Ajuy.<br />
On<strong>de</strong> ficar: Hotel Meliá<br />
Gorriones 4* (Costa Calma),<br />
Barceló Castillo Beach<br />
Resort 4* (Caleta <strong>de</strong> Fuste),<br />
Barceló Jandia Playa 4*<br />
(Jandia)<br />
Costa Calma
32 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique C ulinária<br />
Outubro 2014<br />
Culinária<br />
Pudim simples<br />
Ingredientes :<br />
Chefe António Silva<br />
• 250 gr <strong>de</strong> açúcar<br />
• 4 ovos<br />
• 2 dl <strong>de</strong> leite<br />
• 1 colher (<strong>de</strong> sopa) <strong>de</strong> farinha maizena<br />
• 1 raspa <strong>de</strong> limão<br />
• Açúcar em caramelo q.b.<br />
Confecção :<br />
Batem-se os ovos, juntando-se-lhes em seguida o leite, o açúcar, a farinha<br />
maizena e, por fim, o limão. Querendo po<strong>de</strong> substituir-se o limão por baunilha.<br />
Coze-se em banho-maria, em forma barrada com açúcar em caramelo.<br />
Grão-<strong>de</strong>-bico e carnes<br />
Ingredientes :<br />
• 400 gr grão ;<br />
• 1/2 galinha ;<br />
• 400 gr carne vaca ;<br />
• 300 gr cabrito ;<br />
• 1 orelha porco ;<br />
• 1 farinheira ;<br />
• 1 morcela ;<br />
• 1 chouriço ;<br />
• 1 ovo cozido inteiro ;<br />
• 150 gr toucinho entremeado ;<br />
• 200 gr massa manga-<strong>de</strong>-capote ;<br />
• 4 cenouras ;<br />
• Pão duro caseiro ;<br />
• Hortelã ;<br />
• Sal ;<br />
• Pimenta.<br />
Confecção :<br />
Deixa-se o grão <strong>de</strong> molho e coze-se. Depois, na<br />
água do grão, cozem-se as carnes. Entretanto<br />
cozem-se a morcela, o chouriço e a farinheira.<br />
Quando estiver tudo cozido misturam-se os caldos.<br />
Tira-se uma parte <strong>de</strong>sse mesmo caldo e<br />
coze-se a massa, as cenouras, a hortelã e o ovo<br />
inteiro bem lavado. O resto do caldo é servido<br />
com fatias <strong>de</strong> pão. As carnes <strong>de</strong>vem ser servidas<br />
cortadas aos bocados, juntamente com a<br />
massa, as cenouras e o ovo às ro<strong>de</strong>las.<br />
Arroz “Pica no Chão”<br />
Ingredientes :<br />
• 1 galinha ;<br />
• 0,5 dl <strong>de</strong> azeite ;<br />
• 3 colheres ( sopa ) <strong>de</strong><br />
vinagre ;<br />
• 1 cebola gran<strong>de</strong> ;<br />
• 2 <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> alho ;<br />
• 100 gr <strong>de</strong> toucinho ;<br />
• 1 folha <strong>de</strong> louro ;<br />
• 1 malagueta ;<br />
• 1 tigela <strong>de</strong> arroz ;<br />
• Sal q.b.<br />
Confecção :<br />
Aproveite o sangue da galinha <strong>de</strong>itando-o numa tigela<br />
com três colheres <strong>de</strong> sopa <strong>de</strong> vinagre para que não<br />
coalhe (como alternativa ao sangue da galinha consulte<br />
o seu talho). Numa panela ponha a refogar no azeite a<br />
cebola e os alhos picados. Junte-lhe a galinha cortada<br />
aos bocados pequenos e os miúdos (excepto o fígado),<br />
o toucinho cortado, o louro e a malagueta cortada ao<br />
meio. Refogue tudo, tempere com sal e <strong>de</strong>ixe estufar em<br />
lume brando. Cubra a carne com água quente, tape a<br />
panela e <strong>de</strong>ixe cozer até a galinha ficar macia. Depois <strong>de</strong><br />
cozida retire a galinha e rectifique a água para que fique<br />
na proporção <strong>de</strong> 3/1 para a cozedura do arroz. Assim<br />
que levantar fervura junte o arroz. Três ou quatro minutos<br />
antes <strong>de</strong> ficar pronto junte o sangue, misture-o bem,<br />
junte também a carne e <strong>de</strong>ixe apurar.<br />
Coor<strong>de</strong>nação: Joana Araújo
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014 – 33<br />
Comunida<strong>de</strong> Júnior<br />
AS ÁRVORES QUEREM MANDAR<br />
António Torrado escreveu<br />
No reino das árvores, as pessoas mandam muito. Dizem<br />
até algumas árvores que as pessoas mandam <strong>de</strong>mais.<br />
Pois se, para que as árvores cresçam, há que escorá-las,<br />
para que elas se <strong>de</strong>senvolvam, há que podá-las, para que<br />
elas ganhem força, há que regá-las, o que é que resta às<br />
árvores, o que é que lhes cabe fazerem sozinhas?<br />
– Fazemos os frutos – dizem as árvores mais experientes.<br />
– As pessoas ainda não conseguem fazer peras, maçãs,<br />
laranjas, romãs, cerejas, ginjas, ameixas, sem nós.<br />
– Mas, <strong>de</strong>pois, as pessoas tiram-nos o que fizemos – dizia<br />
um limoeiro novo.<br />
– E para que é que tu precisas dos limões, meu tolo? – replicava<br />
uma macieira com muitos anos <strong>de</strong> vida.<br />
– Para enfeitar – respondia o limoeiro.<br />
Aconteceu que, naquele ano, por altura da apanha, o reino<br />
das árvores não foi visitado por ninguém.<br />
O dono do pomar estaria doente ou teria ido para fora,<br />
talvez <strong>de</strong>sinteressado das árvores a que, noutros anos,<br />
<strong>de</strong>ra toda a atenção.<br />
Os frutos por colher pendiam dos ramos. Uns secaram.<br />
Outros caíram no chão, apodrecidos. Uma lástima.<br />
Ainda se aquele pomar ficasse perto da estrada que leva<br />
à escola, talvez houvesse quem se tentasse e fizesse a<br />
colheita por sua conta... Mas, como ficava num sítio isolado<br />
e pouco acessível, ninguém <strong>de</strong>u pelo pomar ao abandono.<br />
Vieram os pássaros. Vieram as lagartas. Vieram os insectos.<br />
Foi uma razia.<br />
Depois, o terreno do pomar não teve quem o lavrasse.<br />
Cresceram as silvas e as ervas daninhas. Muitas árvores<br />
ganharam moléstia. Deram, quando <strong>de</strong>ram, uns frutos<br />
murchos e raquíticos. Sem préstimo.<br />
Quando, tempos <strong>de</strong>pois, o pomar abandonado foi visitado<br />
por pessoas, metia dó.<br />
O pequeno limoeiro, que, entretanto, crescera, olhava em<br />
volta e só via árvores secas.<br />
– Uma ruína – diziam as pessoas. – Salvou-se o limoeiro,<br />
porque é árvore resistente, mas mesmo esse precisa <strong>de</strong><br />
tratamento.<br />
Acompanhado e tratado arribou. É, agora, um belo e perfumado<br />
limoeiro, que não se importa nada, mesmo nada,<br />
<strong>de</strong> dar os seus limões às pessoas que lhos pe<strong>de</strong>m.<br />
Coor<strong>de</strong>nação: Joana Araújo
34 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014<br />
Passatempo<br />
Como é um alentejano?<br />
É, assim, a modos que atravessado.<br />
Nem é bem branco, nem preto,<br />
nem castanho, nem amarelo,<br />
nem vermelho...<br />
E também não é bem ju<strong>de</strong>u,<br />
nem bem cigano.<br />
Como é que hei-<strong>de</strong> explicar?<br />
É uma mistura disto tudo com<br />
uma pinga <strong>de</strong> azeite e uma cô<strong>de</strong>a<br />
<strong>de</strong> pão:<br />
-Dos amarelos, herdámos a<br />
filosofia oriental, a paciência<br />
<strong>de</strong> chinês e aquela paz interior<br />
do tipo “não há nada que me<br />
chateie”;<br />
-dos pretos, o gosto pela savana,<br />
por não fazer nada e pelos<br />
prazeres da vida;<br />
-dos ju<strong>de</strong>us, o humor cáustico<br />
e refinado e as anedotas curtas<br />
e autobiográficas;<br />
-dos árabes, a pele curtida<br />
pelo sol do <strong>de</strong>serto e esse jeito<br />
especial <strong>de</strong> nos escarrancharmos<br />
nos camelos;<br />
-dos ciganos, a esperteza <strong>de</strong><br />
enganar os outros, convencendo-os<br />
<strong>de</strong> que são eles que<br />
nos estão a enganar a nós;<br />
-dos brancos, o olhar intelectual<br />
<strong>de</strong> carneiro mal morto;<br />
-dos vermelhos, essa gran<strong>de</strong><br />
maluqueira <strong>de</strong> sermos todos<br />
iguais.<br />
O alentejano, como se vê,<br />
mais do que uma raça pura, é<br />
uma raça apurada.<br />
Ou melhor, uma cal<strong>de</strong>irada feita<br />
com os melhores ingredientes<br />
<strong>de</strong> cada uma das raças.<br />
Não é fácil fazer um alentejano.<br />
Por isso, há tão poucos.<br />
É certo que os ju<strong>de</strong>us são o<br />
povo eleito <strong>de</strong> Deus.<br />
Mas os alentejanos têm uma<br />
enorme vantagem sobre os<br />
ju<strong>de</strong>us: nunca foram eleitos<br />
por ninguém, o que é o melhor<br />
certificado da sua qualida<strong>de</strong>.<br />
Conhecem, por acaso, alguém<br />
que preste que já tenha<br />
sido eleito para alguma coisa?<br />
E já imaginaram o que seria<br />
o mundo governado por um<br />
alentejano?<br />
Era um <strong>de</strong>scanso!<br />
Maria dos Santos<br />
Palavras cruzadas<br />
5 <strong>de</strong> Outubro, 1910<br />
– É proclamada a República<br />
Portuguesa, pondo termo<br />
a mais <strong>de</strong> sete séculos<br />
<strong>de</strong> regime monárquico em<br />
Portugal.<br />
A Implantação da República Portuguesa<br />
foi o resultado <strong>de</strong> uma Revolução<br />
organizada pelo Partido Republicano<br />
Português, iniciada no dia 2<br />
e vitoriosa na madrugada do dia 5 <strong>de</strong><br />
Outubro <strong>de</strong> 1910, que <strong>de</strong>stituiu a monarquia<br />
constitucional e implantou um<br />
regime republicano em Portugal.<br />
A subjugação do país aos interesses<br />
coloniais britânicos , os gastos da família<br />
real, o excessivo po<strong>de</strong>r da Igreja,<br />
a instabilida<strong>de</strong> política e social, o<br />
Efeméri<strong>de</strong>s<br />
sistema <strong>de</strong> alternância <strong>de</strong> dois partidos<br />
no po<strong>de</strong>r (os progressistas e os<br />
regeneradores), a ditadura <strong>de</strong> João<br />
Franco, a aparente incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
acompanhar a evolução dos tempos<br />
e se adaptar à mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> — tudo<br />
contribuiu para um inexorável processo<br />
<strong>de</strong> erosão da monarquia portuguesa<br />
do qual os <strong>de</strong>fensores da<br />
República, particularmente o Partido<br />
Republicano, souberam tirar o melhor<br />
proveito. Por contraponto, o partido<br />
republicano apresentava-se como o<br />
único que tinha um programa capaz<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>volver ao país o prestígio perdido<br />
e colocar Portugal na senda do<br />
progresso.<br />
Após a relutância do exército em<br />
combater os cerca <strong>de</strong> dois mil soldados<br />
e marinheiros revoltosos entre 3<br />
e 4 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910, a República<br />
foi proclamada às 9 horas da manhã<br />
do dia seguinte da varanda dos Paços<br />
do Concelho <strong>de</strong> Lisboa. Após a revolução,<br />
um governo provisório chefiado<br />
por Teófilo Braga dirigiu os <strong>de</strong>stinos<br />
do país até à aprovação da Constituição<br />
<strong>de</strong> 1911 que <strong>de</strong>u início à Primeira<br />
República. Entre outras mudanças,<br />
com a implantação da república, foram<br />
substituídos os símbolos nacionais:<br />
o hino nacional e a ban<strong>de</strong>ira.
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014 – 35<br />
Horóscopo<br />
CARNEIRO<br />
Muita energia durante todo o mês. A<br />
única coisa a que <strong>de</strong>ve prestar mais<br />
atenção é à ingestão <strong>de</strong> água, que<br />
<strong>de</strong>ve ser abundante.<br />
No amor terá muita necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>monstrar os seus sentimentos, po<strong>de</strong>ndo<br />
chegar ao exagero.<br />
Não encontrará a resposta que procura<br />
na pessoa que ama.<br />
No trabalho <strong>de</strong>monstrará muita activida<strong>de</strong><br />
e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> improvisação<br />
para solucionar alguns problemas.<br />
TOURO<br />
Marte em oposição à Lua representa<br />
um momento <strong>de</strong> emoções intensas e<br />
conflitos emocionais. Neste momento<br />
po<strong>de</strong>rá ser difícil lidar com o sexo<br />
oposto, embora fosse bom nesta altura<br />
<strong>de</strong>sse mais importância aos aspectos<br />
positivos <strong>de</strong> qualquer relação.<br />
GÉMEOS<br />
Haverá uma preocupação exagerada<br />
com a saú<strong>de</strong> e com a estética corporal,<br />
po<strong>de</strong>ndo chegar à obsessão.<br />
Continuará a pensar em alguém do<br />
seu passado que <strong>de</strong>ixou marcas profundas<br />
na sua vida e a pessoa que<br />
está actualmente consigo notá-lo-á.<br />
A chegada <strong>de</strong> novos companheiros<br />
<strong>de</strong> trabalho serão a <strong>de</strong>sculpa para<br />
um rendimento mais alto do que o<br />
habitual e também para quebrar a<br />
rotina.<br />
CARANGUEJO<br />
Esta altura constitui já a passagem a<br />
um momento mais tranquilo, mais interiorizado.<br />
A passagem da Lua será<br />
responsável por esta gradual transformação<br />
do seu diálogo com o mundo.<br />
Po<strong>de</strong> trazer-lhe, por um lado, uma súbita<br />
falta <strong>de</strong> confiança, mas, por outro,<br />
um diálogo esclarecedor e construtivo.<br />
Outubro<br />
LEÃO<br />
Se necessita tomar medicamentos,<br />
opte pela via natural, e melhorará a<br />
sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />
Sairá com a pessoa que ama mais<br />
vezes do que o habitual e procurarão<br />
locais diferentes para os momentos<br />
<strong>de</strong> mais intimida<strong>de</strong>.<br />
Um trabalho que dava por terminado,<br />
reaparecerá para sofrer pequenas alterações<br />
e ser melhorado na sua totalida<strong>de</strong>.<br />
VIRGEM<br />
Como está com uma certa falta <strong>de</strong><br />
concentração nesta fase <strong>de</strong>ve evitar<br />
tomar <strong>de</strong>cisões importantes tanto<br />
nos negócios como na sua vida pessoal.<br />
Po<strong>de</strong>rá sentir-se enervado sem<br />
saber a causa. Este é uma boa altura<br />
para se auto examinar.<br />
BALANÇA<br />
Necessitará dormir mais horas do<br />
que tem dormido até aqui e o seu organismo<br />
agra<strong>de</strong>cerá se fizer alguma<br />
dieta <strong>de</strong>purativa.<br />
A sua relação não passa por dos<br />
seus melhores momentos e a pessoa<br />
que ama estará em baixo <strong>de</strong> forma e<br />
necessitando estar sozinha. Façam<br />
uma pausa no caminho!<br />
Sentirá o apoio dos seus companheiros<br />
<strong>de</strong> trabalho para realizar uma tarefa<br />
que é da sua responsabilida<strong>de</strong>.<br />
ESCORPIÃO<br />
Está a entrar num momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scontracção, sobretudo <strong>de</strong>vido<br />
à sua paz interior. Terá uma real<br />
sensação <strong>de</strong> segurança, tranquilida<strong>de</strong>,<br />
sem a preocupação <strong>de</strong> assuntos<br />
pen<strong>de</strong>ntes que noutras alturas, embora<br />
nem sejam significativos, o <strong>de</strong>ixam<br />
insatisfeito.<br />
SAGITÁRIO<br />
As costas e os órgãos sexuais po<strong>de</strong>rão<br />
dar-lhe algum problema que será<br />
<strong>de</strong> fácil solução se consultar o médico<br />
a tempo.<br />
Uma ligeira indisposição <strong>de</strong>ixará a<br />
pessoa que ama em baixo <strong>de</strong> forma,<br />
mas saberá como levantar-lhe a moral<br />
e o ânimo.<br />
Assumirá responsabilida<strong>de</strong>s que não<br />
são suas e saberá ultrapassar as dificulda<strong>de</strong>s<br />
que surgirem.<br />
CAPRICÓRNIO<br />
Embora possa sentir uma maior vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> tirar mais partido da casa e<br />
da família, vai ser aí on<strong>de</strong> as coisas<br />
se po<strong>de</strong>rão mostrar um pouco mais<br />
atabalhoadas, menos harmoniosas<br />
ou menos controladas.<br />
AQUÁRIO<br />
Respire mais ar puro e melhorará<br />
gran<strong>de</strong>mente a sua saú<strong>de</strong>. Corrija<br />
posições incorrectas no trabalho.<br />
A pessoa que comparte a sua vida,<br />
comparte também os seus gostos e<br />
juntos po<strong>de</strong>rão viver momentos <strong>de</strong><br />
muita cumplicida<strong>de</strong>.<br />
Começa uma nova etapa profissional<br />
que estimulará a sua competitivida<strong>de</strong><br />
e dará a conhecer as suas capacida<strong>de</strong>s.<br />
PEIXES<br />
Durante este trânsito <strong>de</strong> Mercúrio<br />
po<strong>de</strong> tomar iniciativas, mas prepare-<br />
-se para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as suas i<strong>de</strong>ias com<br />
unhas e <strong>de</strong>ntes. Da sua convicção e<br />
<strong>de</strong>terminação po<strong>de</strong>rá nascer a vitória.<br />
A insatisfação e intranquilida<strong>de</strong><br />
que agora sente é passageira, ainda<br />
assim, no entanto, preferirá o isolamento<br />
e a reflexão ao convívio.<br />
Coor<strong>de</strong>nação: Joana Araújo
36 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Literatura<br />
Outubro 2014<br />
Aparvalhado<br />
Carmindo<br />
<strong>de</strong> Carvalho<br />
No avião calhou-me o<br />
banco do meio. Ia todo<br />
encolhido e para falar com<br />
o meu amigo Paulo M. tinha<br />
que obrigatoriamente<br />
fazer ginástica, esticando-<br />
-me para que me ouvisse<br />
do outro lado do corredor.<br />
Ao meu lado ia uma senhora<br />
cinquentona caladinha,<br />
sossegadinha.<br />
“Ó Paulo aqui a nossa vizinha<br />
é que <strong>de</strong>ve estar a levar<br />
cá uma seca!”, disse eu<br />
para ver se ela dizia algo e<br />
assim ficar a saber se era<br />
portuguesa.<br />
Ela abriu a boca, falou,<br />
falou e nunca mais se calou.<br />
Que vinha <strong>de</strong> Viana <strong>de</strong><br />
Áustria e <strong>de</strong> emergência<br />
porque lhe tinha falecido o<br />
pai. E por Zurique porque<br />
foi o que arranjou. Às tantas<br />
saiu-se com esta:<br />
“ Bem se calhar não vai<br />
acreditar ou então achar<br />
que sou maluca, mas eu<br />
levo uma mala cheia <strong>de</strong><br />
papel higiénico, porque em<br />
Portugal é muito caro e os<br />
rolos são muito pequeninos!<br />
Fui ontem <strong>de</strong>spachar<br />
a mala para não ter que<br />
per<strong>de</strong>r tempo no check-in.”<br />
Ao ouvir tal coisa, tão original,<br />
fiquei uns segundos<br />
aparvalhado!<br />
“Bem realmente não é normal,<br />
tal como você disse, é<br />
mesmo maluqueira!”, consegui<br />
dizer.<br />
Será que vale a pena?<br />
Gostava <strong>de</strong> saber quanto<br />
pagou pelo papel e quanto<br />
pagou pelo <strong>de</strong>spacho. Mas<br />
não arranjei coragem para<br />
lhe perguntar.<br />
Enfim! ...<br />
Em filmes já tinha visto um<br />
porco a guiar uma bicicleta<br />
e um cão a guiar um carro,<br />
mas faltava-me ouvir esta<br />
preciosida<strong>de</strong>...<br />
Lembrei-me <strong>de</strong> um outro<br />
que trazia batatas lá da<br />
terra. Ouvi-lhe dizer que<br />
uma vez tinha trazido sete<br />
sacos, num atrelado que<br />
para esse efeito, entretanto<br />
tinha comprado.<br />
Também <strong>de</strong>ssa vez pensei:<br />
“Será que vale a pena? Mais<br />
combustível, mais transtorno<br />
na condução, mais<br />
<strong>de</strong>sgaste no carro!Mas<br />
neste caso ainda vá lá...<br />
Porque ainda que não tivessem<br />
sido cultivadas por<br />
ele, eram do seu terreno<br />
e isso era uma forma <strong>de</strong><br />
matar sauda<strong>de</strong>s e certamente<br />
sabiam-lhe melhor<br />
que as compradas no supermercado<br />
cá da terra.Sei<br />
<strong>de</strong> Alentejanos que trazem<br />
pão do seu Alentejo para<br />
as suas açordas! Os seus<br />
enchidos, os seus queijos!<br />
Também já tive o prazer<br />
<strong>de</strong> entrar nas suas patuscadas<br />
e os ajudar a gastar<br />
essas coisas! ... Seria uma<br />
pena se se estragassem! ...<br />
Outro da Beira Baixa que<br />
trazia <strong>de</strong> tudo um pouco:<br />
Uma vasilha com muito<br />
litros <strong>de</strong> azeite, alhos, batatas,<br />
castanhas, enchidos,<br />
um presunto, vinho, espirituosas<br />
e muita coisa mais!<br />
Um autêntico minimercado!<br />
A carrinha é uma Pontiac,<br />
<strong>de</strong> estilo Americano,<br />
muito gran<strong>de</strong>! Mas <strong>de</strong> tão<br />
marreca que sempre vem,<br />
até parece um submarino a<br />
querer submergir.<br />
Antes tinha um Opel<br />
Ascona. O coitado vinha<br />
sempre tão carregado que<br />
os travões não obe<strong>de</strong>ciam<br />
como <strong>de</strong>viam. E uma vez,<br />
numa <strong>de</strong>ssas viagens,<br />
numa operação Stop ele<br />
quis pará-lo e não conseguiu.<br />
O que lhe valeu foi<br />
que o G.N.R. viu o carro<br />
a aproximar-se perigosamente<br />
<strong>de</strong>sgovernado e <strong>de</strong>u<br />
um salto <strong>de</strong> felino. Senão<br />
o carro pisava-lhe os calos!<br />
...Ouvi da boca <strong>de</strong>le,<br />
que algumas vezes chegou<br />
a parar antes da fronteira<br />
para escon<strong>de</strong>r garrafas no<br />
espaço do motor! Porque a<br />
taxa para o álcool era muito<br />
elevada.<br />
E agora que estou a escrever<br />
isto, continuo aparvalhado<br />
e pergunto:<br />
Quem será mais maluco _<br />
eu ou eles?<br />
Julho 2014<br />
© JORGE SILVA / REUTERS
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Outubro 2014 – 37<br />
Literatura<br />
Balada <strong>de</strong> Outono<br />
http://eucli<strong>de</strong>scavaco.com<br />
Cobardia<br />
Cobardia é <strong>de</strong>trimento<br />
De confrontar a verda<strong>de</strong><br />
Anormal comportamento<br />
Do medo à realida<strong>de</strong>.<br />
É qual falta <strong>de</strong> coragem<br />
Da humana natureza<br />
Uma in<strong>de</strong>lével imagem<br />
De sedição e fraqueza.<br />
Há quem ouse a cobardia<br />
Mascarada <strong>de</strong> mentira<br />
Com tal ardil <strong>de</strong> ironia<br />
Que a confiança nos tira.<br />
Há por vezes cobardia<br />
Dos lí<strong>de</strong>res nas <strong>de</strong>cisões<br />
Que em mordaz hipocrisia<br />
Prejudicam multidões.<br />
Quando actos <strong>de</strong> cobardia<br />
Afectam alguém na vida<br />
É bem grave a anomalia<br />
Que <strong>de</strong>ve ser combatida.<br />
Todo o cobar<strong>de</strong> <strong>de</strong>via<br />
Em contrição com alar<strong>de</strong><br />
Manifestar cobardia<br />
Apenas <strong>de</strong> ser cobar<strong>de</strong> !...<br />
Eucli<strong>de</strong>s Cavaco<br />
Impiedoso Setembro … Como dom da Natureza !…<br />
Traz a balada <strong>de</strong> Outono E que em secreta amargura<br />
Que muda na folha as cores Sofre, mas nunca se queixa<br />
Seduz e <strong>de</strong>spe as flores Como alguém que a Pátria <strong>de</strong>ixa<br />
Num sestro <strong>de</strong> abandono... Por <strong>de</strong>stino ou <strong>de</strong>sventura ?!…<br />
Em toada persistente<br />
E em cada folha caída<br />
As folhas , essas coitadas Resta uma angústia profunda<br />
Vão caindo lentamente<br />
Num frágil sopro <strong>de</strong> vida<br />
Das árvores amarguradas A sussurrar moribunda:<br />
Ao ficarem <strong>de</strong>snudadas Não fez sentido viver<br />
De cada folha ca<strong>de</strong>nte... Esta tão curta existência…<br />
Outono… Sem clemência<br />
Será que uma folha sente Tão cedo me fez morrer !…<br />
Na <strong>de</strong>spedida a tristeza ?…<br />
Autor: Eucli<strong>de</strong>s Cavaco<br />
Solicitu<strong>de</strong><br />
Rasguei da terra o ventre e, semeei<br />
Em fértil solo, pequenina uma semente<br />
Que após nascer com cortesia cui<strong>de</strong>i<br />
E vi crescer pouco a pouco lentamente.<br />
Reguei com mil cuidados a raiz<br />
E o tempo a fez viçosa com a ida<strong>de</strong><br />
Vê-la aumentar fez <strong>de</strong> mim um ser feliz<br />
Por ela ser a minha árvore da amiza<strong>de</strong>.<br />
A vida inteira <strong>de</strong>diquei p’ra conservar<br />
Sem a <strong>de</strong>ixar nem um momento ao abandono<br />
Não fora tão somente ... O PLANTAR .<br />
Aquela árvore é p’ra mim todo um tesouro<br />
Porque as folhas que colhi em cada Outono<br />
São os AMIGOS que valem mais do que o ouro!...<br />
Eucli<strong>de</strong>s Cavaco
38 – Lusitano <strong>de</strong> Zurique Diversos<br />
Outubro 2014<br />
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Sabia que...<br />
Há objectos que são<br />
mais “porcos” que o<br />
WC<br />
Existem objectos do seu dia<br />
a dia que são mais sujos ou<br />
porcos do que a casa-<strong>de</strong>-<br />
-banho/privada.<br />
Alguns exemplos:<br />
Controle remoto<br />
um dos principais propagadores<br />
<strong>de</strong> doenças no lar<br />
Dinheiro<br />
80% das notas estão infectadas<br />
<strong>de</strong> germes.<br />
Escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
Sabia que a boca tem 500<br />
tipos <strong>de</strong> bactérias e po<strong>de</strong>m<br />
sobreviver até 48 horas na<br />
sua escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes?<br />
Máquina <strong>de</strong> lavar roupa<br />
50% das máquinas <strong>de</strong> lavar<br />
roupa tem bactérias fecais,<br />
assim aponta um estudo<br />
feito pela Universida<strong>de</strong> do<br />
Arizona<br />
Pia da cozinha<br />
po<strong>de</strong> acumular até 100 mil<br />
vezes mais germes e bactérias<br />
que o WC<br />
Teclado<br />
po<strong>de</strong> apresentar 400 vezes<br />
mais bactérias que que a sanita<br />
WC.<br />
Cui<strong>de</strong>-se...
Lusitano <strong>de</strong> Zurique Publicida<strong>de</strong><br />
Outubro 2014 – 39<br />
A pensar em si!<br />
VIAGENS<br />
Reserva <strong>de</strong> voos para todos os <strong>de</strong>stinos • Pacotes <strong>de</strong> férias<br />
Excursões • Viagens <strong>de</strong> lua <strong>de</strong> mel • Viagens <strong>de</strong> grupo<br />
Transferes • Escapa<strong>de</strong>la <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> semana • Reserva <strong>de</strong> hotéis<br />
Aluguer <strong>de</strong> viaturas em Portugal e outros países<br />
SEGUROS<br />
Krankenkasse • Casa/recheio • Proteção jurídica • Vida<br />
Responsabilida<strong>de</strong> civil privada • Proteção jurídica • Viaturas<br />
CRÉDITOS<br />
PRIVADOS<br />
Precisa <strong>de</strong> dinheiro?<br />
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Nome:<br />
Apelido:<br />
Taxas<br />
a partir <strong>de</strong><br />
7,9%<br />
CRÉDITOS<br />
Créditos privados com taxas a partir <strong>de</strong> 7,9%<br />
Abertura <strong>de</strong> contas (em Portugal) • Hipotecas<br />
En<strong>de</strong>reço:<br />
SERVIÇOS<br />
Preenchimento <strong>de</strong> formulários diversos (fundo <strong>de</strong>semprego, etc)<br />
Preenchimento <strong>de</strong> Steuer • Elaboração <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spedimento • Elaboração <strong>de</strong> currículos • Traduções<br />
Data <strong>de</strong> nascimento:<br />
Telefone:<br />
Estado civil<br />
Permisso:<br />
B C L<br />
agência <strong>de</strong> viagens félix<br />
Kalkbreitestr. 40<br />
CH-8003 Zürich<br />
Tel. 044 450 82 22<br />
info@agenciafelix.ch<br />
facebook.com/reiseburofelix<br />
Montante pretendido:<br />
Para mais informações, preencha e envie,<br />
juntamente com a copia do permisso, passaporte<br />
e as três últimas folhas <strong>de</strong> salário. (dos dois caso<br />
seja casal).<br />
A concessão <strong>de</strong> um crédito é proibida se levar a um endividamento<br />
excessivo. (art. 3 LCD9