09.05.2015 Views

Um encontro com G - Feevale

Um encontro com G - Feevale

Um encontro com G - Feevale

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Outra situação vivenciada seria as fantásticas histórias de ataque que gostava de<br />

vivenciar. Nesse jogo o toque e o carinho são usados para defender-se contra os inimigos<br />

imagináveis que estavam querendo destruí-lo. Suas condutas de confiança e proteção<br />

estavam se solidificando tornando uma grande parceria e amizade entre paciente e<br />

psicopedagoga.<br />

Todo o processo psicopedagógico, <strong>com</strong>o jogos e brincadeiras serviram de suporte à<br />

análise do contexto que se apresentava na vida escolar e familiar de G. O faz de conta <strong>com</strong><br />

as casinhas, animais e família terapêutica relatavam sua vida e seus sentimentos, de forma<br />

explicita, contando detalhes de <strong>com</strong>o eram as vivencias familiares e sua posição para a<br />

família, de acordo <strong>com</strong> os seus olhos, <strong>com</strong>o se sentia naquele contexto.<br />

Durante as sessões houve um processo no qual se buscou momentos que<br />

possibilitaram que G pudesse acreditar na sua capacidade. Discutiu-se sobre as vivências<br />

anteriores, que muitas vezes não podem ser alteradas, salientando-se, entretanto, ele tem o<br />

futuro pela frente e esse pode ser diferente, <strong>com</strong>o uma nova estrada a ser feita em busca da<br />

vitalidade e do prazer de ser, de fazer, de buscar, de aprender.<br />

Durante os <strong>encontro</strong>s e atendimentos, intervenções, brincadeiras e jogos<br />

realizados G pontua muito bem as suas faltas, suas in<strong>com</strong>preensões em sua história de<br />

vida, externando seus medos.<br />

<strong>Um</strong> fato que também cabe aqui relatar de um <strong>encontro</strong> sobre suas angustia<br />

relaciona-se a questionamentos <strong>com</strong>o: por que as pessoas somem? Por que os manos têm o<br />

pai deles e eu não? Por que a vida é assim? Por que eu não consigo aprender <strong>com</strong>o os<br />

outros meninos? Por que eu tenho que ficar sentado no canto da sala <strong>com</strong> os outros colegas<br />

do reforço? Enfim, são tantos porquês sem resposta, mas uma certeza: G. precisava saber<br />

que era um grande menino e precisava descobrir isso nele.<br />

Em meio aos <strong>encontro</strong>s, muitas conquistas foram solidificadas, laços de confiança<br />

e amizade, G. se achava querido e gostava de vir nos <strong>encontro</strong>s, porque sabia que havia<br />

diálogo e atenção.<br />

Muitas de suas angústias, medos e fúria, vinham de lacunas familiares de atenção<br />

ao G., de prover um ambiente seguro e acolhedor para que suas aprendizagens fossem<br />

significativas e que ele conseguisse encontrar o prazer em socializar estas conquistas.<br />

Ao longo dos atendimentos muitas foram as aprendizagens conquistadas, tanto<br />

que sua leitura, escrita e interpretações estão sendo vivenciadas <strong>com</strong> mais êxito e o medo<br />

de errar pouco aparece.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!