centro universitário feevale aline roloff schäffer ... - GED Apostilas
centro universitário feevale aline roloff schäffer ... - GED Apostilas
centro universitário feevale aline roloff schäffer ... - GED Apostilas
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE<br />
ALINE ROLOFF SCHÄFFER<br />
ANÁLISE DO WEBSITE DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SOB<br />
O ENFOQUE DO JORNALISMO ONLINE:<br />
O CASO DA FEEVALE<br />
Novo Hamburgo, março de 2007.
ALINE ROLOFF SCHÄFFER<br />
ANÁLISE DO WEBSITE DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SOB<br />
O ENFOQUE DO JORNALISMO ONLINE:<br />
O CASO DA FEEVALE<br />
Centro Universitário Feevale<br />
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas<br />
Curso de Pós-graduação Especialização em Tecnologias da Informação<br />
e da Comunicação<br />
Trabalho de Conclusão de Curso<br />
Professor orientador: Serje Schmidt<br />
Novo Hamburgo, março de 2007.
ALINE ROLOFF SCHÄFFER<br />
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, submetido ao corpo docente do<br />
Centro Universitário Feevale, como parte necessária para a obtenção do grau de<br />
Especialista em Tecnologias da Informação e da Comunicação.<br />
Aprovado por:<br />
_______________________________________<br />
Prof. Ms. Serje Schmidt<br />
Orientador e examinador<br />
________________________________________<br />
Profª. Ms. Paula Jung<br />
Examinadora<br />
Novo Hamburgo, março de 2007.
AGRADECIMENTOS<br />
Dedico este trabalho aos meus<br />
pais Werner e Eloice, que me deram a<br />
oportunidade de uma formação acadêmica<br />
e uma ótima educação.<br />
Também agradeço ao meu noivo<br />
Vinícius, um exemplo de dedicação ao<br />
estudo, à Solange Corrêa, uma pessoa<br />
maravilhosa, que contribui com a minha<br />
formação profissional na Feevale e ao<br />
meu orientador Serje Schmidt, que me<br />
mostrou que a estatística pode ser nossa<br />
“amiga” e mais simples que imaginamos.<br />
Obrigada!
RESUMO<br />
O presente trabalho visa fazer uma pesquisa e análise do site da Feevale<br />
(www.<strong>feevale</strong>.br) sob o ponto de vista do estudo do jornalismo online.<br />
Para a composição da análise, são levados em consideração aspectos relativos<br />
aos conceitos de interatividade, instantaneidade, hipertextualidade, perenidade,<br />
multimediação e personalização de conteúdos, que compõem as principais características<br />
do jornalismo online, além dos conceitos de usabilidade e acessibilidade,<br />
que foram integrados à análise. Já a pesquisa com usuários consistiu na identificação<br />
da opinião dos alunos, professores e funcionários da instituição em relação<br />
aos problemas identificados durante a navegação no site da Feevale bem como sugestões<br />
de melhorias para o mesmo. O grupo é formado por usuários do site, que já<br />
estão familiarizados com a sua estrutura e forma de navegação. Acredito que esse<br />
fato seja mais enriquecedor para o trabalho, pois quanto maior a familiaridade com o<br />
assunto tratado, maior o grau de discernimento e mais sugestões podem ser propostas.<br />
A pesquisa foi importante para revelar o perfil dos usuários do site da Feevale<br />
e indicar sugestões de melhorias para o mesmo. A partir do trabalho foi possível<br />
concluir que a segmentação do conteúdo, seja das notícias ou dos e-mails, é de<br />
fundamental importância para os entrevistados. A Internet é um canal dinâmico e os<br />
usuários buscam praticidade e agilidade em seu dia-a-dia, encontrando facilmente<br />
os conteúdos de seu interesse. Os resultados poderão ser utilizados pela Feevale<br />
para a contínua melhoria de reestruturação do site e para a montagem de uma nova<br />
versão mais atrativa e eficaz, dentro da dinâmica que o mercado nos impõe.<br />
Palavras-chave: mídias, jornalismo, jornalismo online, usabilidade, Internet, portal,<br />
ensino.
ABSTRACT<br />
This research analyses Feevale´s website (www.<strong>feevale</strong>.br) by the point of<br />
view of online journalism studies, including the characteristic of instantaneity, interativity,<br />
hipertextuality, multimedia, perpetuity and subject personalization. usability and<br />
acessibility are subjects that were added for increasing the research.<br />
The investigation with the users of the site (teachers, students and employees)<br />
can develop suggestions and point the problems they have while accessing the<br />
website. Moreover, this research is important for discovering the profile of the users.<br />
The segmentation of the site´s content is a deep concern of the users. They<br />
only want to receive news and e-mails about their interest. The results of these research<br />
could be useful for the restructuration of Feevale´s site in the future.<br />
Keywords: Media, journalism, online journalism, usability, Internet, portal, education.
SUMÁRIO<br />
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 9<br />
CAPÍTULO 1 – REVISÃO TEÓRICA ....................................................................... 12<br />
1.1 Breve Histórico da Internet e do Jornalismo Online .................................... 12<br />
1.2 Características do Jornalismo Online ......................................................... 17<br />
1.2.1 Interatividade ..................................................................................... 17<br />
1.2.1.1 Endereço ................................................................................ 20<br />
1.2.1.2 Telefone ................................................................................. 20<br />
1.2.1.3 E-mail ..................................................................................... 21<br />
1.2.1.4 Enquete................................................................................... 21<br />
1.2.1.5 Pesquisa de Opinião .............................................................. 22<br />
1.2.1.6 Chat ........................................................................................ 22<br />
1.2.1.7 Fórum de Discussão ............................................................... 23<br />
1.2.1.8 Blog ........................................................................................ 24<br />
1.2.1.9 Newsletter .............................................................................. 26<br />
1.2.2 Instantaneidade ................................................................................. 28<br />
1.2.2.1 High Speed - Alta velocidade ................................................ 29<br />
1.2.3 Perenidade ........................................................................................ 31<br />
1.2.4 Hipertextualidade ............................................................................... 32<br />
1.2.5 Multimediação ................................................................................... 38<br />
1.2.5.1 Fotografia .............................................................................. 39<br />
1.2.5.2 Vídeo...................................................................................... 42<br />
1.2.5.3 Som / Podcasting .................................................................. 44<br />
1.2.5.4 Download .............................................................................. 47<br />
1.2.5.5 Charge e desenho ................................................................. 47<br />
1.2.5.6 Gráfico e tabela ..................................................................... 47<br />
1.2.6 Personalização de conteúdos ........................................................... 48<br />
1.2.7 Usabilidade ........................................................................................ 50<br />
1.2.7.1 Web Design ......................................................................... 51
8<br />
1.2.7.2 Arquitetura da Informação ................................................... 54<br />
1.2.7.3 Linguagem na Web............................................................... 55<br />
1.2.8 Acessibilidade .................................................................................... 57<br />
1.3 O Caso da Feevale - Contextualização ....................................................... 59<br />
Capítulo 2 – Método ............................................................................................... 86<br />
2.1 Construção do Questionário ........................................................................ 86<br />
2.2 Coleta de Dados .......................................................................................... 89<br />
2.3 Validação ......................................................................................................90<br />
2.4 Procedimentos de Análise ........................................................................... 90<br />
2.4.1 Análise Fatorial .................................................................................. 90<br />
2.4.2 Teste T .............................................................................................. 91<br />
2.4.3 Correlação de Pearson....................................................................... 91<br />
2.4.4 Correlação de Spearman ................................................................... 91<br />
2.4.5 Anova ................................................................................................. 91<br />
Capítulo 3 – Análise dos Resultados.................................................................... 94<br />
3.1 Caracterização da Amostra ........................................................................ 94<br />
3.2 Análise Fatorial ........................................................................................... 95<br />
3.3 Análise do Site por Perfil............................................................................ 100<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 113<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 115<br />
ANEXO<br />
Anexo 1 – Questionário aplicado com usuários do site .................................. 121
INTRODUÇÃO<br />
Justificativa<br />
Na atual conjuntura de globalização e competição acirrada no mercado de<br />
trabalho, é fundamental que as empresas interessadas em possuir diferencial competitivo<br />
estejam inseridas no mundo virtual, de forma a apresentar seus objetivos e<br />
produtos que estão à disposição de seu público-alvo. No caso das instituições de<br />
ensino não é diferente, pois os pais e futuros alunos utilizam os sites para obter informações<br />
sobre a escola/universidade a fim de realizar a escolha pela melhor, que<br />
traga mais benefícios. O site é, muitas vezes, o “cartão de visita” da instituição e precisa<br />
ser atrativo, ter acesso dinâmico, informações diretas, completas e que sejam<br />
facilmente encontradas.<br />
O portal da instituição de ensino superior em Novo Hamburgo foi escolhido<br />
para análise devido ao grau de familiaridade da autora com o tema, pois atua no<br />
setor de Comunicação e Marketing e foi a responsável pela inserção de todo o conteúdo<br />
no site. Inicialmente, o site era atualizado pelo Centro de Sistemas de Informação<br />
da Instituição. Apenas as notícias ficavam a cargo do núcleo de Imprensa.<br />
Entretanto, a interface de atualização não era muito amigável e era necessária a<br />
utilização de código html para formatar as notícias na página. Desde agosto de<br />
2004, todo o conteúdo foi atualizado e transferido do site antigo para o novo, que<br />
passou a ter um gerenciador de conteúdo. A partir desse momento, o controle do<br />
conteúdo passou do Centro de Sistemas de Informação (CSI) para o setor de Comunicação<br />
e Marketing. Em seis de dezembro de 2005 a Feevale foi premiada no<br />
concurso 3º Prêmio Destaque SINEPE-RS em Comunicação. A instituição recebeu
10<br />
troféu na categoria Melhor Site/Portal de Ensino Superior do Estado do Rio Grande<br />
do Sul. Em 2006, ficou em segundo lugar no mesmo concurso, sendo a Unisinos a<br />
instituição vencedora.<br />
Este trabalho de conclusão é muito importante porque revelará as possíveis<br />
dificuldades encontradas pelo grupo de usuários internos no momento em que estão<br />
navegando no site da Instituição e irá apontar opções de melhorias que poderão ser<br />
repassadas aos setores de Comunicação e Marketing e Centro de Sistemas de Informação.<br />
Dessa forma, será possível aperfeiçoar ainda mais o portal, garantindo<br />
uma maior satisfação dos usuários.<br />
Objetivo Geral<br />
Pesquisar e analisar o site de uma instituição de nível superior em Novo<br />
Hamburgo: o caso da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br).<br />
Objetivos Específicos<br />
1 - Construção de questionário para análise do site<br />
e funcionários<br />
2 - Aplicação do questionário com os usuários do site – alunos, professores<br />
3 - Validação do questionário a partir da análise fatorial<br />
4 - Análise das respostas a partir da conferência com o embasamento teórico<br />
Estrutura<br />
O trabalho foi dividido em cinco partes, iniciando pela consagrada introdução,<br />
seguindo com a revisão teórica, onde é apresentado um histórico da Internet e<br />
do jornalismo online, as características do jornalismo online e os benefícios da usabilidade<br />
e acessibilidade. Ainda na revisão da literatura, o caso da Feevale é retra-
11<br />
tado a partir de uma avaliação do que o site apresenta atualmente em termos de<br />
recursos dentro de cada característica do jornalismo online. Após, é explicado o método<br />
de pesquisa, com informações sobre a construção do questionário, coleta de<br />
dados, validação da pesquisa e procedimentos de análise. No terceiro capítulo, é<br />
realizada a análise dos resultados, trazendo a caracterização da amostra, análise<br />
fatorial e a análise do site por perfil dos entrevistados. Por último, são realizadas as<br />
considerações finais.
1 REVISÃO TEÓRICA<br />
O trabalho poderia ter sido analisado sob o ponto de vista da ergonomia<br />
cognitiva (Canãs, 2001) ou verificando a escala preferencial do site - Website Preference<br />
Scale - WSPS (Kaplan, 1998), mas como o primeiro está mais ligado à psicologia<br />
e o segundo ao design, foi optado uma teoria ligada à área de atuação da autora,<br />
a comunicação, mais especificamente ao jornalismo.<br />
1.1 Breve Histórico da Internet e do Jornalismo Online<br />
A Internet surgiu nos Estados Unidos, na década de 60, no auge da Guerra<br />
Fria. Inicialmente, era uma rede de computadores interligados para fins militares que<br />
foi projetada por quatro universidades americanas trabalhando para a Administração<br />
de Projetos de Pesquisa Avançados do Departamento de Defesa americano sob o<br />
nome de projeto Arpanet (Wikipedia). Ela foi criada, principalmente, para garantir<br />
aos americanos uma comunicação veloz no caso de sabotagem ou de uma investida<br />
bélica soviética. Nessa época, a rede tinha como intenção ser independente e<br />
autônoma, não centralizando o poder da informação.<br />
Apesar de estar voltada para os militares, esta rede foi ganhando fins científicos<br />
devido ao grande número de estudiosos nos quartéis. Aos poucos, foi sendo<br />
ampliada para as universidades e os <strong>centro</strong>s de pesquisa civis. Além disso, a Arpanet<br />
adotou um protocolo que viabilizava a conexão de qualquer tipo de computador<br />
à rede, permitindo que pequenas instituições pudessem se ligar a ela. Foi então,
13<br />
que as redes conectadas entre si por meio desse protocolo passaram a ser conhecidas<br />
como Internet.<br />
Os anos foram se passando e a rede cresceu. Em 1974, surgiu o protocolo<br />
de comunicações TCP, que dois anos mais tarde, deu origem ao TCP/IP, onde a<br />
sigla “IP” significa Internet Protocol. No início da década de 1980, a Internet ainda<br />
estava restrita ao acesso de experts em computação, pois a interface apresentada<br />
ao usuário era extremamente complexa. Contudo, foi na metade da década de 80<br />
que o conceito de Internet difundiu-se fortemente, com o surgimento do conceito de<br />
PC (Personal Computer) pela mão da IBM.<br />
Antes do surgimento da tecnologia de documentos hipertextos para navegação<br />
em documentos da rede, a Internet não oferecia uma interface amigável aos<br />
seus usuários (principalmente os usuários iniciantes e amadores) e apenas os “micreiros”<br />
conseguiam acessá-la. Em 1993, juntamente com o protocolo HTTP (hyper<br />
text transfer protocol - protocolo de transferência de hipertextos) e navegadores capazes<br />
de interpretá-lo, surgiu a WWW (a Internet como as pessoas conhecem), tornando<br />
o ambiente da Internet mais amigável, facilitando a vida dos usuários comuns<br />
e o uso da rede para fins comerciais. Isto levou a uma enorme popularização da rede<br />
mundial.<br />
No Brasil, o crescimento da computação também foi rapidíssimo, mas a chegada<br />
da Internet nem tanto. De modo inverso ao que aconteceu no mundo inteiro, o<br />
governo brasileiro monopolizou o controle da transmissão de dados pela Internet. A<br />
Embratel relutou em abrir a rede de provedores comerciais, alegando ser necessária<br />
uma reserva de mercado para as telecomunicações e serviços estratégicos, mas<br />
acabou cedendo. Um mês após a liberação (julho de 1995), havia 50 mil brasileiros<br />
na rede.<br />
Em setembro de 1996, este número já estava 1000% maior e, em 1998, foram<br />
contabilizados mais de 1,5 milhões de internautas brasileiros. Já em setembro<br />
de 2006, o número de usuários ativos de Internet residencial atingiu 13,6 milhões de<br />
pessoas, número 14% maior que o mesmo período de 2005. (IBOPE/NetRatings,<br />
ano)
14<br />
De acordo com a fonte, o Brasil, entre os dez países medidos com a mesma<br />
metodologia, permanece na primeira colocação em tempo de uso da Internet residencial.<br />
O Japão, com 18h22min, seguido pela França, com 17h43min, e os Estados<br />
Unidos, com 17h08min de tempo médio de navegação residencial por pessoa,<br />
são os países que mais se aproximaram do Brasil. A pesquisa também mostrou que<br />
mulheres, especialmente as mais idosas, pessoas residindo sozinhas ou com mais<br />
um companheiro e homens entre 21 e 24 anos formam os grupos de usuários que<br />
mais crescem atualmente (2006).<br />
A difusão e o aperfeiçoamento da Internet, a maior rede mundial de computadores<br />
existente na atualidade, deu-se de uma forma muito acelerada comparandose<br />
aos demais meios de comunicação. O rádio levou 38 anos para ser difundido, a<br />
TV levou 16 anos, a TV a cabo difundiu-se ao longo de dez anos e a Internet, em<br />
apenas cinco anos, tornou-se algo de grande conhecimento público e de fácil acesso<br />
e manuseio.<br />
A WWW utiliza o hipertexto como base de seu funcionamento. É uma tecnologia<br />
que permite a navegação não-linear por documentos html, contendo textos,<br />
imagens e outros recursos. Através de um browser ou navegador, o usuário pode<br />
navegar em textos e, ao encontrar uma palavra destacada (atalho), basta clicá-la<br />
para abrir outro documento html e ler um texto relativo àquela palavra-chave, com<br />
um maior aprofundamento. O funcionamento do hipertexto será revisto com maior<br />
profundidade no capítulo 1.2.4, que trata sobre hipertextualidade.<br />
As redes eletrônicas de computadores proporcionam a seus usuários um<br />
acesso a fontes inesgotáveis de informação de baixo custo. A Internet interconecta<br />
pessoas para os mais variados fins e tem contribuído para ampliar e democratizar o<br />
acesso à informação, eliminando barreiras como distância, fronteiras, fuso horário,<br />
etc.<br />
Conforme dados do IDG Now!, o ministro das Comunicações do Brasil, Hélio<br />
Costa, previu em 21 de novembro de 2006, que todos os 5.561 municípios brasileiros<br />
estarão ligados à Internet até o final de 2007. Para que todos os municípios brasileiros<br />
sejam suportados, o número de pontos de conexão, sejam eles laboratórios<br />
de informática ou tele<strong>centro</strong>s, terá de pular dos atuais 3.258 para cerca de oito mil
15<br />
em todo o País no período. O atendimento mensal de quatro milhões de usuários<br />
será ampliado para dez milhões de beneficiários, segundo estimativas do Ministério<br />
das Comunicações.<br />
O jornalismo online (JOL) é um fenômeno em freqüente expansão, que surgiu<br />
juntamente com a Internet no final dos anos 80. A palavra online remete à idéia<br />
de conexão em rede, que permite o fluxo de informações em tempo real. A transmissão<br />
das informações ocorre através de bits (formato digital). Já o termo jornalismo<br />
aponta para a possibilidade de conexão e de atualização constante.<br />
No Brasil, o Jornalismo Online iniciou em 1995, com a transposição de matérias<br />
ou editorias dos grandes jornais impressos para a rede. No início de 1998, as<br />
versões online começaram a apresentar links com chamadas para as notícias que<br />
aconteciam ao longo do dia, no período entre as atualizações. O e-mail também<br />
passou a ser utilizado como forma de oferecer o debate entre o jornalista e o leitor<br />
(a interatividade começou a aumentar). Os fóruns de notícias surgiram nos sites e o<br />
hipertexto se expandiu com diversos recursos de multimídia.<br />
Em 1999, começaram a surgir os portais (sites que agregam um grande número<br />
de informações num mesmo endereço). A expectativa é que o JOL distanciese<br />
cada vez mais do modelo apresentado pelos jornais impressos agregando novas<br />
formas de mídia.<br />
A emergência de redes de computadores como meio de comunicação entre<br />
humanos leva ao surgimento de um novo gênero jornalístico: o Jornalismo<br />
Online, que influencia e se inspira em seus irmãos mais velhos: o periodismo<br />
impresso, o radiofônico e o televisivo. Sem criar nada de realmente novo,<br />
o Jornalismo Online (JOL) combina e aproveita de forma eficiente recursos<br />
presentes em outras mídias para nos apresentar um produto noticioso<br />
ágil e atrativo, desenhado sob medida para a geração videogame. (MEIRA ,<br />
2000, p 84)<br />
De acordo com Canavilhas (2004), o aparecimento de novos meios de comunicação<br />
social introduziu novas rotinas e novas linguagens jornalísticas. O jornalismo<br />
escrito, o jornalismo radiofônico e o jornalismo televisivo utilizam linguagens<br />
adaptadas às características do respectivo meio. Com o aparecimento da Internet<br />
verificou-se uma rápida migração dos mass media existentes para o novo meio sem<br />
que, no entanto, tenha-se verificado qualquer alteração na linguagem. O chamado<br />
“jornalismo online” não é mais do que uma simples transposição dos velhos jorna-
16<br />
lismos - escrito, radiofônico e televisivo - para um novo meio. O autor ressalta para o<br />
surgimento da Webnotícia, que seria a expressão correta para exemplificar o jornalismo<br />
online utilizando todos os recursos multimidiáticos possíveis para apresentar o<br />
material jornalístico.<br />
Outro termo utilizado para descrever a linguagem digital é o Webwriting, que<br />
segundo Bruno Rodrigues, é mais abrangente que o jornalismo online, pois se caracteriza<br />
por ser o conjunto de técnicas para distribuição de conteúdo em ambientes<br />
digitais. Segundo o autor, o jornalismo online é apenas uma das vertentes do Webwriting.<br />
Já Meira (2000) considera que o Jornalismo Online (JOL) pode ser definido<br />
como a coleta e distribuição de informações por redes de computadores como Internet<br />
ou por meios digitais. Os holandeses Bardoel e Deuze usam um nome específico<br />
e adequado para esta produção: network journalism, o jornalismo em rede.<br />
Independente da terminologia, no Brasil, jornais e revistas passaram a ter<br />
Websites, muitos deles sem saber o quanto a forma impressa deveria influir na digital,<br />
ou vice-versa. O início do jornalismo online foi uma experimentação, assim como<br />
tudo o que é novo. A transposição de matérias em jornalísticas do jornal impresso<br />
para a Net seguiu, principalmente, os parâmetros de definição e organização do tablóide.<br />
A maioria das matérias apresentadas na Web está em formato de hipertextos.<br />
Os hipertextos são textos fragmentados e ligados através de links. Com este<br />
recurso, o texto não precisa ser lido de uma forma linear, o texto é interativo e o leitor<br />
escolhe onde ele deseja ir.<br />
Um jornal na WWW não é um jornal em papel visto numa tela. Ele tem que<br />
ser mais: oferecer links, propor leituras não lineares, tornar possíveis arquivos,<br />
estimular a participação do público, embutir recursos como sons e imagens<br />
fixas e animadas, etc. Não se trata mais de “um jornal”, como papel de<br />
embrulhar peixe, mas de uma outra mídia, de natureza hipertextual. (LE-<br />
MOS, 2002)<br />
O tamanho dos textos é diferenciado na Internet. Dada a falta de tempo do<br />
leitor, ele apenas “passa” os olhos sobre o texto digital, se o título for chamativo e o<br />
assunto o interessar, ele poderá ler o texto. Algo semelhante ocorre nos jornais diários,<br />
o leitor seleciona a informação mais atraente. Um dos diferenciais dos textos
17<br />
online é o seu tamanho, que é bastante reduzido. Segundo Studart (2000) dependendo<br />
do design do site, cada tela tem em média dois parágrafos, no máximo. As<br />
notícias, portanto, precisam ter, no máximo, quatro parágrafos, estourando seis.<br />
Crawford Kilian afirma que "as pessoas dificilmente lêem mais de dois blocos de<br />
texto de até 100 palavras. É importante conseguir que o leitor saiba o máximo lendo<br />
o mínimo." O tamanho máximo dos parágrafos, para ele, é 75 caracteres.<br />
O internauta é um cliente exigente. Ele sabe o que quer ver e procura o melhor<br />
meio para descobrir mais sobre o assunto a ser pesquisado. Normalmente, ele<br />
dirige-se aos maiores portais e já sabe onde procurar o que deseja.<br />
Ele [internauta] procura tudo. Ávido, é capaz de visitar 100 sites em 100 segundos,<br />
vê de tudo, gosta de novidades e está a cada dia mais surpreso<br />
com o poder da rede. E quanto mais ele a conhece, mais ele a ama. E se<br />
torna mais exigente. E depura mais o que vai ler. E isso transcende na Web:<br />
o cidadão quer mais qualidade em tudo, principalmente no que lê. Exige a<br />
honestidade. Se for para arriscar um futuro, vejo as pessoas selecionando<br />
cada vez mais a qualidade da sua leitura e as publicações que o acompanham<br />
no cotidiano. Este é o leitor cada vez mais valorizado, pois é mais preparado<br />
para exigir qualidade de produtos e serviços, incluindo editoriais.<br />
(NETO, Jornalismo Online, pág 48).<br />
1.2 Características do Jornalismo Online<br />
1.2.1 Interatividade<br />
Mielniczuk (1998, p.78), afirma que existe uma diferença de significados entre<br />
interação e interatividade, sendo a primeira relacionada ao contato interpessoal,<br />
e a segunda, mediada por computadores e com a finalidade de possibilitar a interação<br />
entre as pessoas. Ou seja, a interação não ocorre através do próprio meio onde<br />
a mensagem é difundida, mas sim na sociedade, após ela compreender, analisar e<br />
discutir os fatos apresentados pelo mass media.<br />
Já Braga (2000), afirma que a palavra interatividade, não é recente, pois<br />
desde os primeiros relacionamentos humanos, ela já poderia ser adotada, no sentido<br />
de uma troca de informações e/ou idéias entre as pessoas. Ela ocorre no nosso<br />
dia-a-dia através do contato direto com as pessoas nos relacionamentos interpessoais.<br />
As interações conversacionais (face a face) conseguem proporcionar uma interatividade<br />
direta, com reciprocidade entre fala e escuta dos interlocutores. O proces-
18<br />
so, neste caso, é bastante dinâmico e permite a troca de idéias em tempo real. Conforme<br />
Regis McKenna (1998), quando a ação e a reação são simultâneas, estamos<br />
em tempo real. Isto ocorre quando o tempo e a distância desaparecem.<br />
Este tipo de interatividade é freqüentemente denominada ‘simétrica’, pois e-<br />
xiste mesmo uma simetria: a toda fala específica em uma conversação, pode-se<br />
seguir outra fala do interlocutor; a toda fala corresponde uma escuta;<br />
e os interlocutores dispõem essencialmente dos mesmos recursos (fala e<br />
escuta) para dar andamento a sua interação. Esta simetria estrutural, entretanto,<br />
não deve nos fazer esquecer que as relações reais de troca na sociedade<br />
são freqüentemente assimétricas em conseqüência de variados fatores<br />
pessoais, sociais, e de organização mesmo das interações específicas.<br />
Algumas destas assimetrias são certamente bem-vindas (troca entre paciente<br />
e psicoterapeuta, por exemplo), outras são conseqüência e indicação de<br />
desigualdades e opressões. (BRAGA/2000)<br />
Mas é indiscutível que a expressão interatividade ganhou novas características<br />
após a criação dos diferentes aparelhos (como o telefone, por exemplo) e meios<br />
midiáticos (televisão, rádio...), que fornecem um tipo de interação entre homem –<br />
máquina diferente dos relacionamentos presenciais.<br />
No âmbito da informática, a palavra derivada do inglês interactivity, surgiu<br />
para representar uma das qualidades da computação interativa (interactive computing).<br />
Esta atividade surgiu na época de 1960, quando surgiram as teleimpressoras e<br />
as máquinas de escrever tornaram-se unidades de entrada e de saída de dados (input<br />
e output) de sistemas computacionais. Essas invenções aperfeiçoaram a interação<br />
entre usuário e máquina, que, até então, era realizada a partir de cartões perfurados,<br />
fitas magnéticas, interruptores e dials.<br />
Ao longo do tempo, verificou-se que o termo “computação interativa” tornouse<br />
insuficiente para denominar as alterações geradas na relação entre usuário e<br />
computador. O novo sistema operacional permite que o usuário interfira em tempo<br />
real nos processos realizados pela máquina. A computação sempre foi interativa,<br />
mesmo na época dos cartões perfurados, quando o sistema e o usuário já interagiam,<br />
mas a qualidade desta relação foi aprimorada. Surgiu então a designação interatividade.<br />
Cabe lembrar, que analisando a interatividade computacional, pode-se percebê-la<br />
conforme dois ângulos distintos: a comunicação homem-máquina e a relação<br />
homem-homem através da máquina, que pode ser atingida a partir de chats, e-
mails, blogs, programas de conversação, como o MSN, enquetes e pesquisas de<br />
opinião.<br />
19<br />
As mídias tradicionais sempre tiveram algum tipo de interação, como nas<br />
seções de cartas de jornais e TVs e nos telefonemas para os programas de<br />
rádio (talk radio); mas no JOL a interação atinge seu ponto máximo: - O leitor<br />
pode escolher vários “caminhos” para ler notícias;<br />
- Na Web, o usuário pode enviar formulários com comentários sobre uma<br />
notícia e ver suas observações colocadas imediatamente à disposição de<br />
outros leitores; - O leitor pode participar de votações sobre temas polêmicos.<br />
(MEIRA, 2000)<br />
No caso da Internet, a opinião do internauta pode ficar documentada e as<br />
demais pessoas que acessam o site ou portal podem conferir seu comentário e ainda<br />
responder, mostrando seu ponto de vista. Além disso, a WWW (world wide Web)<br />
oferece o hipertexto, que permite que o usuário realize ações sobre “objetos” ou<br />
links, decisões de busca, variabilidade de percursos, por exemplo. Este recurso permite<br />
a interação entre obra, leitor e autor. Segundo Primo & Cassol, a interatividade<br />
deve ser avaliada não mais do ponto de vista dos pólos (emissor e receptor), mas<br />
da relação que mantêm entre si.<br />
O conceito de interatividade abriga desde o nível mais elementar, que é o<br />
reativo, em que a escolha do leitor faz-se a partir de um leque de opções dadas pelo<br />
autor e, à medida que se torna mais complexo, o hipertexto eletrônico vai dissolvendo<br />
as fronteiras entre leitor e escritor - que passam a ocupar o mesmo ambiente -<br />
trata-se da interação mútua. Nesse nível, “a separação entre autor e leitor ocorre<br />
apenas uma contingência, nunca absoluta, e reversível a qualquer momento”. Os<br />
pólos emissor e receptor são intercambiáveis e dialogam entre si, denotando a bidirecionalidade<br />
do processo. O hipertexto é abordado mais profundamente no capítulo<br />
1.2.4 deste trabalho.<br />
Conforme o estudo “Hipertexto, o Universo em Expansão”, apresentado pelo<br />
site http://www.unb.br/fac/ncint/site/parte14.htm, a interatividade refere-se ao caráter<br />
aberto dos sistemas hipermidiáticos, onde o usuário pode interferir nos documentos,<br />
registrando opiniões que em alguns casos, como em grupos e listas de discussão,<br />
por exemplo, ganham o caráter de “informação”.<br />
A interatividade vivifica a construção e transmissão do conhecimento, bem<br />
como socializa a sua prática. Permite uma mudança considerável dos processos<br />
de ´um para muitos´, característicos da comunicação de massa, pa-
a uma possível agora onde cada um tem a possibilidade de expressar um<br />
feedback, criar o seu menu de informações. (LARA/ s.d.)<br />
Uma interatividade qualitativa envolve um automonitoramento, em que o u-<br />
suário reflete não apenas sobre os conteúdos oferecidos pelo produto midiático,<br />
mas também sobre as interpelações que este lhe dirige; e sobre seu próprio repertório<br />
pessoal, conforme solicitado por estas interpelações.<br />
20<br />
Ainda que tipicamente não apareçam ações pontuais e diretas de retorno (tipo<br />
interatividade conversacional) de um usuário, sobre um produto, para seu<br />
produtor, os usuários que têm acesso a estes produtos geram interpretações<br />
e fazem seleções que podem repercutir sobre o sistema de produção:<br />
via interações sociais sobre os produtos; via reações críticas de senso comum;<br />
via demandas e recusas variadas (seleções, percursos). (BRAGA,<br />
2000)<br />
A própria audiência é uma maneira de se medir a interatividade com seu<br />
público a partir da aceitação satisfatória, ou não, de sua programação. No caso da<br />
Internet, também se pode medir o número de acessos que o site teve durante certo<br />
período de tempo e realizar a avaliação dos assuntos mais prestigiados pelos internautas,<br />
através do controle dos links que tiveram maior número de acessos.<br />
1.2.1.1 Endereço<br />
O endereço físico da instituição, com nome do estabelecimento, rua, número<br />
e CEP é importante para os usuários que optarem por enviar uma carta à empresa,<br />
visitá-la ou entregar algum material via Sedex, sem precisar deslocar-se até o<br />
local.<br />
Enfim, o endereço é importante para fornecer ao usuário uma forma de contato<br />
ou, até mesmo, para auxiliar na hora de publicar uma notícia sobre a instituição<br />
na mídia, indicando o local de uma palestra, por exemplo.<br />
1.2.1.2 Telefone<br />
É fundamental que o telefone apareça na homepage. O telefone e atendentes<br />
bem treinadas podem favorecer a imagem da empresa e garantir um atendimento<br />
eficaz aos seus clientes, que prezam pela qualidade e rapidez na resolução de<br />
seus problemas.
21<br />
Apesar de o telefone ser um meio de comunicação mais antigo, ele ainda é<br />
muito útil. O único ponto negativo deste meio é que para que a comunicação se realize,<br />
é necessário que as duas pessoas ou mais pessoas (através de outra extensão)<br />
envolvidas na ligação telefônica parem suas atividades para poder comunicarse.<br />
Já o e-mail permite que a comunicação aconteça sem a presença sincrônica das<br />
pessoas envolvidas no processo. Além disso, o e-mail permite a hierarquização dos<br />
assuntos, pois o indivíduo pode escolher qual e-mail ele vai ler primeiro e quais são<br />
os menos importantes ou que podem ser diretamente eliminados (deletados).<br />
1.2.1.3 E-mail<br />
O e-mail é um modo econômico e prático para o internauta entrar em contato<br />
com o site ou portal para dar sugestões e criticar, tanto negativamente quanto<br />
positivamente. Através de um endereço, o internauta pode, além de redigir materiais,<br />
anexar informações (attachment information) e/ou programas ao destinatário.<br />
A grande vantagem do e-mail é que ele constitui-se em um documento escrito,<br />
que pode ser relido momentos após seu recebimento (perenidade). Este sistema<br />
serve ainda para comprovar posteriormente o envio e recebimento das mensagens.<br />
1.2.1.4 Enquete<br />
As enquetes são grandes aliadas dos portais, pois permitem que a equipe<br />
que trabalha no site oriente-se sobre os desejos de seus clientes. É uma forma de<br />
interatividade, que pode ser usada sutilmente através de pesquisas que revelem os<br />
assuntos que mais interessam aos internautas, por exemplo. Isto ajuda na escolha<br />
do material que será publicado, o enfoque que será abordado, a escolha dos canais,<br />
o público-alvo, a linguagem que será utilizada, entre outras escolhas fundamentais.<br />
Tudo isto para apresentar um site qualificado, que estará se aperfeiçoando continuamente,<br />
aumentando o número de page-views (acessos) e, conseqüentemente,<br />
aumentará também o lucro do empreendimento. Na maioria das vezes as enquetes<br />
abordam temas polêmicos para registrar o ponto de vista dos usuários. Um exemplo<br />
polêmico seria verificar a opinião sobre a mortandade de peixes ocorrida em São<br />
Leopoldo, no Rio dos Sinos, que foi causada pela disseminação de produtos quími-
22<br />
cos de empresas calçadistas na água. A Feevale poderia vincular essa enquete no<br />
site com um link ressaltando o seu curso de mestrado em Qualidade Ambiental, que<br />
pode prevenir acidentes como esse.<br />
1.2.1.5 Pesquisa de opinião<br />
As pesquisas são, geralmente, de cunho científico, e são mais rigorosas do<br />
que as enquetes. A pesquisa de opinião possui um caráter de amostragem e necessita<br />
de um mapeamento do universo de pessoas a ser pesquisado, com resultados<br />
que permitam várias leituras. A enquete vale pela totalização unicamente, sem nenhuma<br />
possibilidade de categorização do resultado. Este é um meio mais confiável<br />
aos olhos do internauta, pois, na maioria das vezes, está vinculado a algum órgão<br />
especializado em pesquisa científica.<br />
1.2.1.6 Chat<br />
Os chats são páginas dentro de determinados sites ou portais, que permitem<br />
a conversação simultânea entre diversas pessoas. Estas salas permitem um<br />
tráfego global de conhecimentos através de textos, imagens e sons, bem como a<br />
construção de ambientes virtuais que são tanto repositórios para esses conhecimentos,<br />
como fonte criativa de novos mundos virtuais criados coletivamente.<br />
Esse novo espaço traz, principalmente, a promessa da possibilidade de ser<br />
o que não se é e, o melhor, sem riscos, pois é um espaço virtual. Tal potencialidade<br />
veio a calhar com o delírio do burguês: mudar de vida, ascender,<br />
alterar seu destino. O que se encaixa na sociedade de consumo, que é histérica.<br />
(SEMERENE, 1999, p.29)<br />
Também conhecidos como salas virtuais de bate-papo, os chats, são um<br />
dos diversos programas da Internet, denominados Internet Relay Chat (IRC). Estas<br />
salas são locais onde se discutem temas variados, sendo que o objetivo principal<br />
das pessoas que acessam este serviço é a motivação em conhecer pessoas e assuntos<br />
novos.<br />
Este hábito já virou hobby entre muitos jovens e adultos. Através de programas<br />
como o MSN ou até mesmo através de sistemas de envio de e-mails, como o<br />
GMail, por exemplo, é criado um ambiente descontraído e propício para conectar ou
23<br />
conhecer pessoas através de bancos de dados com informações pessoais dos usuários.<br />
Nos chats, as pessoas normalmente entram utilizando um apelido (nickname)<br />
e podem conversar ao mesmo tempo com todos participantes ou individualmente<br />
com cada um, através da seleção “reservado”. As inúmeras salas de bate-papo<br />
são rotuladas de acordo com sua finalidade. Elas podem ser divididas por variados<br />
temas, como esoterismo, literatura, cinema... Também podem ser agrupadas conforme<br />
dados específicos, como idade, localização espacial (cidade/ estados), ou<br />
ainda conforme determinados interesses (namoro, sexo virtual, apenas paquera...).<br />
Para participar de um diálogo saudável nas salas de bate-papo, existem algumas<br />
regras, que o internauta deve seguir, é a chamada “netiquette”, a etiqueta<br />
para conversar via Web. Se um participante de um chat utilizar letras em maiúsculo,<br />
por exemplo, parecerá que ele está alterado, gritando com os demais membros da<br />
sala. Isto é uma das normas de linguagem estabelecidas para indicar o significado<br />
do que o usuário redige. Outro exemplo de linguagem na Internet são os emoticons.<br />
Por exemplo, esta figura ;o) mostra que a pessoa está sorrindo e piscando o olho<br />
direito (é necessário olhar a imagem de lado para entendê-la).<br />
A linguagem utilizada nos chats é, na maioria das vezes, resumida, conforme<br />
abaixo:<br />
Ex1: Oi, vc q tc? Traduzindo: Oi, você quer teclar?<br />
Ex2: E aí miguxu tava cum mó saudadi di ti! Traduzindo: Oi amigo, tava<br />
com muita saudade de você!<br />
1.2.1.7 Fórum de Discussão<br />
Os fóruns de discussão são muito semelhantes aos chats, porém, neste caso,<br />
existe um assunto específico a ser debatido. Normalmente, é convidado um especialista<br />
em alguma área, que responde dúvidas e auxilia na resolução de problemas<br />
de alguns internautas.
24<br />
No fórum, muitas vezes, existe um personagem moderador, que recebe as<br />
perguntas ou comentários e seleciona os tópicos que considera de melhor qualidade.<br />
Ele serve para filtrar as informações que são inconsistentes ou que não se referem<br />
ao assunto a ser discutido. Como estão “escondidos” atrás de um nickname,<br />
muitas pessoas, costumam brincar e falar palavrões nos chats e fóruns, quando sua<br />
identidade real fica escondida.<br />
Algo semelhante aos fóruns de discussão são os newsgroups, grupos cujo<br />
objetivo é a reunião de grupos de pessoas interessadas em divulgar notícias, opiniões<br />
e realizar debates em torno de assuntos determinados.<br />
A origem dos newsgroups está na USENET, uma rede aberta de troca de informações<br />
criada no início da década de 80 pelos usuários de Unix. Os softwares de<br />
leituras de notícias começaram a ser desenvolvidos por estudantes de universidades<br />
americanas em 1979 e foram inicialmente desenhados para a troca de informações<br />
entre computadores. A versão dele foi relançada em 1987 e suportava várias<br />
plataformas, desde a AMIGA e IBM PC até mainframes. O uso da USENET extrapolou<br />
em muito a troca de informações entre a comunidade usuária do sistema UNIX.<br />
Um newsgroup é um grupo de discussão com assunto específico e hoje existem<br />
dezenas de milhares deles, dedicados a todos os tipos de assuntos imagináveis e<br />
vários outros completamente inusitados, acessíveis de diversas formas, dentre elas,<br />
a popular Internet.<br />
O mailing list, lista de discussão ou ainda lista de e-mail também funciona de<br />
modo satisfatório para integrar uma lista de assinantes que se correspondem por<br />
correio eletrônico debatendo determinados assuntos.<br />
1.2.1.8 Blog<br />
Um Weblog ou blog é um página da Web cujas atualizações (chamadas<br />
posts) são organizadas cronologicamente (como um histórico ou diário). Estes posts<br />
podem ou não pertencer ao mesmo gênero de escrita, referir-se ao mesmo assunto<br />
ou à mesma pessoa. A maioria dos blogs são miscelâneas onde os blogueiros escrevem<br />
com total liberdade (Wikipedia).
25<br />
O Weblog conta com algumas ferramentas para classificar informações técnicas<br />
a seu respeito, todas elas são disponibilizadas na Internet por servidores e/ou<br />
usuários comuns. As ferramentas abrangem: registro de informações relativas a um<br />
site ou domínio da Internet quanto ao número de acessos, páginas visitadas, tempo<br />
gasto, de qual site ou página o visitante veio, para onde vai do site ou página atual e<br />
uma série de outras informações.<br />
Possíveis traduções de Weblog: blog (linguagem mundial), blogue (Português),<br />
diário (virtual), journal (diário em inglês), placard, quadro ou bitácora (de cuaderno<br />
de bitácora, diário de bordo, em castelhano). Os serviços mais conhecidos em<br />
todo o mundo são o Blogger, Blog.com e o WordPress. No Brasil são o Blig, Blogger<br />
Brasil, Weblogger, UOL Blog e Blog-se.<br />
O Weblog surgiu como uma ferramenta simples de criar conteúdo dinâmico<br />
em um Website. É baseado principalmente em dois aspectos: microconteúdo, ou<br />
seja, pequenas porções de texto colocadas de cada vez, e atualização freqüente,<br />
quase sempre, diária. Os blogs são geralmente organizados em torno do tempo<br />
(Johnson, 2002). A atualização mais recente aparece sempre no topo do Website,<br />
com data e hora. As atualizações são feitas em pequenas porções, os chamados<br />
posts, já citados anteriormente.<br />
Os Weblogs atuam como versões mais dinâmicas dos Websites pessoais.<br />
E, como os Websites pessoais, dividem as mesmas críticas: são experiências de<br />
publicação amadoras, muitas vezes produtos narcisísticos e exibicionistas (Recuero,<br />
2006). São geradores de conteúdo pessoal. Recuero classifica os blogs da seguinte<br />
maneira:<br />
Diários Eletrônicos – São os Weblogs atualizados com pensamentos,<br />
fatos e ocorrências da vida pessoal de cada indivíduo, como diários. O escopo<br />
desta categoria de Weblogs não é trazer informações ou notícias, mas<br />
simplesmente servir como um canal de expressão de seu autor.<br />
Publicações Eletrônicas – São Weblogs que se destinam principalmente<br />
à informação. Trazem, como revistas eletrônicas, notícias, dicas e<br />
comentários sobre um determinado assunto, em geral o escopo do blog.<br />
Comentários pessoais são evitados, embora algumas vezes apareçam.
26<br />
Publicações Mistas – São aquelas que efetivamente misturam posts<br />
pessoais sobre a vida do autor e posts informativos, com notícias, dicas e<br />
comentários de acordo com o gosto pessoal.<br />
De acordo com o Ibope Net/Ratings (2006), 37% dos internautas lêem blogs<br />
regularmente e passam, em média, 20% do seu tempo de navegação visitando<br />
blogs ou comunidades virtuais. O site Technorati, que oferece sistema de busca por<br />
blogs, registrou em outubro de 2006 a existência de 57 milhões de blogs no mundo.<br />
A cifra representa um aumento de 14% em comparação aos 50 milhões de blogs<br />
registrados pelo Technorati no começo de agosto, graças a um ritmo de crescimento<br />
de 100 mil novos blogs por dia. O aumento da blogosfera também levou à publicação<br />
de cerca de 1,3 milhão de posts por dia durante o trimestre, média de mais de<br />
54 mil novos textos por hora em toda Internet. O assunto mais blogado pela comunidade<br />
foi a guerra travada entre o exército de Israel e o grupo terrorista Hezbolla,<br />
quando dois soldados israelenses foram seqüestrados pelo grupo radical, com média<br />
de posts publicados acima de 2,5 milhões diariamente.<br />
1.2.1.9 Newsletter<br />
Newsletter é um boletim eletrônico gerado para promover novidades e informações<br />
sobre determinada empresa que funciona como ferramenta de marketing,<br />
inclusive no e-commerce.<br />
Apesar de ser um canal de informação unilateral (da instituição para seus<br />
públicos / usuários do site), essa ferramenta proporciona a opção do recebimento de<br />
um resumo atualizado de notícias de interesse dos internautas. Entretanto, muitos<br />
visitantes de sites têm receio de assinar esse tipo de material, mesmo que seja de<br />
uma instituição idônea, devido ao receio de recebimento de spams, conforme demonstra<br />
estudos recentes de Jacob Nielsen:<br />
In our recent study of newsletter usability, we saw a lot of people being very<br />
hesitant to sign up for a totally honest and legitimate newsletter because they<br />
were afraid of spam and shady marketing. It's going to be a big challenge to
find ways to reaffirm the credibility of honorable Websites that respect users'<br />
rights. (NIELSEN, 2002) 1<br />
Estatísticas da IronPort Threat Operation Center, divulgadas em novembro de<br />
2006 pela IDG Now!, apontam que o volume global de spam (mensagens nãosolicitadas)<br />
aumentou quase 100% em relação ao ano anterior, liderados por e-mails<br />
com imagens integradas. De acordo com os dados, os níveis de spam mundiais em<br />
outubro de 2005 eram de 31 bilhões de mensagens por dia. A cifra pulou para 61<br />
bilhões de e-mails por dia em 2006.<br />
Segundo um estudo da empresa norte-americana Postini divulgado em 1º<br />
de dezembro de 2006 no jornal O Sul, a cada dez e-mails que circulam por todo o<br />
mundo, nove são spam. A companhia afirma ter detectado sete bilhões dessas<br />
mensagens em novembro, contra 2,5 bilhões em julho – um aumento de 180% em<br />
cerca de cinco meses.<br />
A firma de gerenciamento de e-mail E-mail Systems anunciou que o volume<br />
no tráfego de mensagens deve dobrar nos próximos meses, caso a atual taxa de<br />
crescimento do spam continue. De acordo com Neil Hammerton, executivo da E-mail<br />
Systems, é provável que muitos usuários de e-mail vejam uma severa baixa na velocidade<br />
de transmissão de dados se essa tendência de crescimento se mantiver.<br />
A companhia também alertou que empresas que contam com filtros locais<br />
de bloqueio de spam e vírus de e-mail podem ter seus sistemas ainda mais sobrecarregados.<br />
A E-mail Systems atribui o aumento no volume de spam a uma mudança<br />
na tática dos spammers, que deixaram de enviar e-mails únicos para um grande<br />
grupo de destinatários, passando a concentrar suas remessas em grupos menores,<br />
com pequenas mudanças no conteúdo entre um grupo e outro, visando diminuir a<br />
eficiência dos filtros.<br />
Segundo a IronPort Threat Operation Center, a participação do Brasil entre<br />
os países que mais enviam e-mails não solicitados cresceu de 3,1% para 4,7% no<br />
terceiro trimestre de 2006 (quando comparado com o período entre abril e junho de<br />
27<br />
1 Em nosso recente estudo sobre usabilidade de newsletters, encontramos muitas pessoas hesitando<br />
em assinar newsletters totalmente honestas e legítimas porque estavam com medo de spam e marketing<br />
suspeito. Será um grande desafio encontrar formas de reafirmar a credibilidade de sites honestos<br />
que respeitam os usuários.
28<br />
2006). Com esse volume, o País passa a ocupar o sétimo lugar no ranking de spammers,<br />
à frente de Itália, Alemanha e Japão, entre outros. Em primeiro lugar aparecem<br />
os Estados Unidos, com 21,6% dos casos. Segundo o estudo, realizado pela<br />
empresa de segurança Sophos, o maior volume de e-mails não solicitados no momento<br />
tem como origem computadores zumbis, máquinas que são controladas por<br />
hackers com o uso de programas como cavalos-de-tróia (pragas virtuais que chegam<br />
como softwares legítimos).<br />
1.2.2 Instantaneidade<br />
A prática de transmitir mensagens através de extensas faixas de espaço<br />
não é recente. Autoridades políticas do império romano e as elites políticas, eclesiásticas<br />
e comerciais na Europa medieval, por exemplo, já utilizavam elaboradas redes<br />
de comunicação postal. Com o desenvolvimento da imprensa no século XV,<br />
livros, panfletos e outros impressos circulavam bem além do local de sua produção,<br />
freqüentemente atravessando as fronteiras dos estados nacionais emergentes. A-<br />
lém disso, com o desenvolvimento das relações comerciais com outras partes do<br />
mundo, canais de comunicação foram estabelecidos entre as potências da Europa e<br />
aquelas regiões do mundo atraídas cada vez mais para as esferas da expansão<br />
comercial européia.<br />
Mas, foi somente no século XIX, quando surgiu o fenômeno da globalização,<br />
que as redes de comunicação foram organizadas sistematicamente em escala mundial.<br />
Isto ocorreu devido ao desenvolvimento de novas tecnologias destinadas a associar<br />
a comunicação do transporte físico das mensagens.<br />
Embora as origens da globalização da comunicação possam remontar a<br />
meados do século XIX, este processo é, entretanto, um acontecimento típico<br />
do século XX. Pois foi durante este século que o fluxo de comunicação e informação<br />
em escala global tornou-se uma característica regular e penetrante<br />
da vida social. (THOMPSON, 1998, p. 143)<br />
A ampla proliferação de canais de comunicação e a difusão da informação<br />
deu-se através do rápido desenvolvimento dos sistemas de transmissão radiofônica<br />
e televisiva em todo o mundo. Além disso, o uso mais extenso e sofisticado de sistemas<br />
de cabo que fornecem uma capacidade muito maior de transmissão eletronicamente<br />
codificada, o crescente uso de satélites para fins de comunicação a longa
29<br />
distância e, principalmente, o crescente uso de métodos digitais no processamento,<br />
armazenamento e recuperação da informação, destacando-se, nesta área, o avanço<br />
computacional através da Internet, formulou uma nova estrutura de comunicação,<br />
que aumentou grandemente a capacidade de armazenar e transmitir informações e<br />
permitiu a comunicação instantânea entre pessoas de diferentes partes do globo.<br />
O grau de instantaneidade – a capacidade de transmitir instantaneamente<br />
um fato – das publicações em rede aproxima-se do atingido pelo rádio, o mais alto<br />
entre as três mídias tradicionais, seguido por TV e jornal. É muito rápido, fácil e barato<br />
inserir ou modificar notícias em formato binário.<br />
Cerca de 41% dos participantes apontaram que a instantaneidade é o que<br />
mais caracteriza o webjornalismo. A interatividade aparece em segundo lugar,<br />
com 28,11%. Já cerca de 19% apontaram que o fato das notícias ficarem<br />
arquivadas para pesquisa é o que mais chama a atenção (JORNALIS-<br />
TAS DA WEB, 2005).<br />
Os sistemas hipertextuais, que serão abordados no capítulo 1.2.4 do presente<br />
trabalho, conferem um alto grau de instantaneidade aos seus usuários. Os<br />
paths (caminhos) são apresentados aos internautas, que podem escolher livremente<br />
seu assunto a ser pesquisado e seguidamente acessá-lo através de um clique no<br />
link de interesse do internauta. A resposta do computador aos comandos no usuário<br />
é normalmente rápida, sendo que sua velocidade vai depender, de certo modo, do<br />
tipo de conexão utilizada, seja ela via linha telefônica, cable ou rádio. O tempo de<br />
download da homepage precisa ser dinâmico. A recomendação de Jacob Nielsen<br />
(2002) é que o tamanho de arquivo da home seja inferior a 50 Kb, levando menos<br />
de 10 segundos para abrir a página.<br />
Conforme Jakob Nielsen, a interface apresentada ao usuário que utiliza o<br />
sistema de hipertexto é baseada no sistema “look and feel” (olhe e sinta), ou seja, a<br />
navegação vira um ato instintivo, dinâmico e natural ao internauta, sem que ele precise<br />
de um manual para interpretar o conjunto hipertextual.<br />
1.2.2.1 High Speed - Alta velocidade<br />
Em virtude da ânsia de desenvolvimento constante, o mundo contemporâneo<br />
preza por uma velocidade maior em quase todos os aspectos da vida. Muitas
vezes, a velocidade, é quase sinônimo de desenvolvimento. Ciro Marcondes Filho<br />
descreve o espaço da Internet da seguinte maneira:<br />
30<br />
[...] mas é também um espaço de velocidade. A rede é instantânea. Um diálogo<br />
com outra pessoa ou uma participação numa teleconferência cobramnos<br />
respostas imediatas e tendem a estimular participações impulsivas, impensadas,<br />
emocionais e diretas. O emaranhar-se em mundos virtuais, a fixação<br />
nas conversas online, o caminhar tecnocrático por ambientes depurados<br />
da realidade virtual não sabe onde pôr e nem tem o que fazer com nossas<br />
frustrações, nossa impotência diante do poder. Não apresenta saída para<br />
a solidão existencial, não informa como excluir o desespero, a indignação,<br />
o mal-estar nesta cultura e nas futuras que virão. Com isso temos que nos<br />
conformar inapelavelmente, mesmo diante da tela cintilante e do cursor a<br />
nos piscar sempre nos chamando a cada vez: Entre! Não faça cerimônia...<br />
(MARCONDES, 1998, P. 45)<br />
A velocidade trouxe consigo enormes vantagens e comodidades, além de<br />
satisfazer uma parte de nosso desejo interno de desenvolvimento. Todavia, ela contribui<br />
também para um caráter efêmero e superficial presente em tantos aspectos da<br />
vida moderna. A comunicação é um perfeito exemplo desta constatação.<br />
Uma das características mais inquietantes dos meios de comunicação nos<br />
últimos anos é a quantidade de informação. Com o dilúvio de dados que é recebido<br />
todos os dias de um número cada vez maior de mídias e veículos e de tipos cada<br />
vez mais variados, às vezes, parece impossível selecionar, entre tantas informações,<br />
as mais relevantes e verdadeiras.<br />
Com o advento da Internet, o incessante fluxo de informações e o infinito<br />
aumento das oportunidades de coletar este material, aumentaram infinitamente. Esta<br />
rede midiática, que interliga diversos pontos do globo, é atualizada a cada segundo<br />
e não pára de ser abastecida quase que simultaneamente à ocorrência dos fatos.<br />
Com o exorbitante número de informações, fica a cargo do internauta confirmar<br />
os dados que são apresentados pelo veículo e ser crítico o bastante para descobrir<br />
se a notícia divulgada é totalmente verídica ou não. Para tanto, os sites mais<br />
confiáveis são mais conhecidos e com uma maior porcentagem de visitação (acesso<br />
ou page views).<br />
De acordo com Jean Baudrillard, esta enorme quantidade de dados traz<br />
consigo, um tratamento cada vez mais raso e não-analítico da informação, que ele<br />
define como “obesidade de informação e de imagem”.
31<br />
1.2.3 Perenidade<br />
A perenidade, ou arquivamento, conforme alguns autores, descreve a<br />
durabilidade do material e espaço sem restrições na Internet.<br />
O material jornalístico produzido online pode ser guardado indefinidamente.<br />
O custo de armazenamento de informação binária é barato. É possível<br />
guardar-se grande quantidade de informação em pouco espaço, e essa<br />
informação pode ser recuperada rapidamente com busca rápida full text.<br />
(MEIRA, 2000)<br />
Ainda não existem restrições quanto ao espaço de publicação em cada site.<br />
O jornalista é “livre” e o espaço no mundo virtual é infinito (sem perder o foco de que<br />
a maioria das matérias publicadas na Web são curtas – conforme veremos mais<br />
completamente no capítulo 1.2.7.2 sobre Arquitetura da Informação). O sistema<br />
online também proporciona um grande arquivo, em que, as matérias podem ser<br />
guardadas, sem restrições e acessadas a qualquer instante pelo internauta de modo<br />
simples e prático: bastam alguns cliques e pronto.<br />
Já no jornal impresso, muitas vezes, a falta de espaço e a correria diária<br />
geram problemas na hora da montagem do jornal. O repórter ou o editor necessita<br />
freqüentemente, “enxugar” o texto para que ele caiba no jornal. O espaço é<br />
delimitado pelo editor e definido também, pelo espaço que o setor comercial<br />
(responsável pelos anúncios e propagandas) não ocupou na página.<br />
O espaço destinado à matéria é muito importante, pois no caso de suítes (as<br />
notícias que possuem uma seqüência cronológica e que são complementadas<br />
diariamente com novidades), por exemplo, existem dois tipos de leitores: os que já<br />
leram a notícia anteriormente e que querem saber as novidades ocorridas no<br />
desenrolar dos fatos e os que estão lendo sobre o assunto pela primeira vez e não<br />
têm conhecimento algum sobre o fato. O jornalista deve escrever para os dois,<br />
satisfazendo ambos. Se o repórter tiver um espaço reduzido para escrever as<br />
novidades sobre o assunto, o leitor que acompanhou a notícia todos os dias ficará<br />
apenas na espera de um novo material e não terá aprendizado algum. Neste caso, a<br />
confiança no jornal decai e o leitor terá que ir atrás de outras fontes para completar<br />
suas informações.
32<br />
Outro ponto a destacar, é que no jornal impresso, os gráficos divulgados em<br />
uma edição da suíte não são recuperados no dia anterior, a menos que o leitor<br />
tenha comprado o jornal e procure novamente o gráfico para acessá-lo. O material<br />
publicado nos jornais é único e, é muito difícil que ele seja reimpresso no jornal, até<br />
mesmo porque o custo do papel é alto e muitos jornais estão optando por utilizar<br />
uma folha menor e opções mais baratas. Na Internet, todos os gráficos, fotos,<br />
mapas e materiais publicados em uma suíte podem ser recuperados no dia<br />
seguinte, através de um link. Basta um clique e o internauta acessa as informações<br />
e faz a pesquisa que desejar.<br />
Entre os grandes jornais brasileiros, a Folha de São Paulo foi a pioneira na<br />
iniciativa de permitir acesso online ao seu banco de dados de textos publicados. A<br />
história da atuação do jornal Folha de São Paulo na Internet começou em julho de<br />
1995, com o lançamento do site FolhaWeb. Em dezembro de 1996, ocorreu uma<br />
fusão entre os sites da Folha de São Paulo e do Grupo Abril com o objetivo de criar<br />
um grande servidor de conteúdo na Internet. O site FolhaWeb , que já publicava a<br />
íntegra da edição impressa, desaparecia para dar lugar ao site da Folha de São<br />
Paulo dentro do Universo Online (UOL), empresa que resultou da fusão e que foi<br />
criada oficialmente em março de 1997.<br />
1.2.4 Hipertextualidade<br />
O texto nem sempre é a melhor maneira de comunicar; mas com a utilização<br />
de recursos hipermidiáticos, como vídeo parado (fotos), vídeo em movimento<br />
(videoclipes) e áudio, além do texto e hipertexto em computador e do texto em papel<br />
(pois o conteúdo da Internet freqüentemente é impresso) integrados na mesma<br />
mensagem, pode-se transmitir uma informação mais verdadeira (aos olhos do telespectador),<br />
ou até mesmo impactante.<br />
A idéia do hipertexto eletrônico foi enunciada por Vannevar Bush em 1945,<br />
com a publicação do artigo As we may think. No material, o matemático e físico descrevia<br />
o funcionamento do Memex – MEMory IndDEX , dispositivo imaginário capaz<br />
de automatizar a recuperação de dados e, assim, ajudar estudantes face à explosão
33<br />
de informações e à dificuldade em selecioná-las para uso em determinado momento.<br />
Bush percebeu que o problema estava na indexação: as informações eram<br />
organizadas de forma hierárquica e classificadas apenas sob uma única rubrica,<br />
enquanto que a mente humana funcionava de maneira diferente, por meio de associações.<br />
Então, propôs uma indexação associativa paralelamente à indexação clássica,<br />
em que os textos mantinham ligações entre si, independentemente da classificação<br />
hierárquica.<br />
A máquina imaginária de Bush abriu caminho para se configurar a textualidade<br />
virtual, com a concepção de blocos de textos unidos por links e dispostos em<br />
forma de rede. O termo “hipertexto” foi cunhado nos anos 60 por Theodore Nelson<br />
para exprimir a idéia de escrita/leitura não-linear em um sistema de informática. Segundo<br />
ele, o hipertexto representa a “escrita não seqüencial – texto que ramifica e<br />
permite escolhas do leitor, melhor lido em uma tela interativa. Como concebido popularmente,<br />
esse recurso constitui-se em uma série de pedaços de textos conectados<br />
através de links que oferecem ao leitor diferentes caminhos.<br />
Isso traduz-se em um conjunto de palavras, páginas, imagens, gráficos, seqüências<br />
sonoras, documentos complexos, não ligados linearmente, mas com conexões<br />
de modo reticular. Assim, o termo designa, na área de informática, a forma do<br />
texto eletrônico, nova tecnologia de informação e, ainda, o modo de publicação,<br />
sendo empregado também em outros campos de conhecimento, nos quais possui<br />
significados distintos.<br />
Do ponto de vista da tecnologia de informação, o hipertexto eletrônico funda-se<br />
em ambiente informático que, por um lado, favorece a interação amigável,<br />
com a representação icônica das estruturas de informação e dos comandos, a tela<br />
gráfica de alta resolução, os menus que orientam os usuários e o mouse, que permite<br />
uso de forma intuitiva. Por outro, revela os inconvenientes de uma superfície reduzida<br />
para acesso direto em um mesmo instante, como se fosse um pacote redobrado.<br />
Segundo Levy (1999), a estrutura do hipertexto constitui-se a partir de seis<br />
princípios, que se encontram interligados:
34<br />
Princípio da metamorfose: a composição, a extensão e a configuração<br />
da rede hipertextual estão em constante mudança. A dinâmica<br />
explica-se pela permanente abertura da rede ao exterior (princípio da<br />
exterioridade) e pela multiplicidade de conexões possíveis (princípio<br />
da heterogeneidade). A real forma, dimensão e estrutura da rede não<br />
são passíveis de serem apreendidas;<br />
Princípio da heterogeneidade: tanto os nós quanto as conexões entre<br />
eles são heterogêneos. Textos, sons, imagens compõem uma linguagem<br />
única, integrados pela digitalização, e podem compor uma<br />
mesma mensagem. A apreensão numérica da realidade permite que<br />
as conexões entre elementos heterogêneos (por exemplo, textoimagem)<br />
se processem automaticamente e com um grau de precisão<br />
quase absoluto;<br />
Princípio de multiplicidade e de encaixe das escalas: a organização<br />
do hipertexto é fractal, ou seja, qualquer nó ou conexão revela-se<br />
composto por toda uma rede. Tem-se a imagem de que cada hipertexto<br />
é um sub-hipertexto de um hipertexto maior;<br />
Princípio de mobilidade dos <strong>centro</strong>s: a rede hipertextual não tem<br />
um <strong>centro</strong> único, mas diversos <strong>centro</strong>s móveis e temporários, em torno<br />
dos quais se organizam infinitos rizomas;<br />
Princípio da exterioridade: não há unidade orgânica nem motor interno<br />
e a rede encontra-se aberta permanentemente ao exterior, o<br />
qual é responsável pelas suas configurações e reconfigurações constantes.<br />
Esse princípio caracteriza a permanente abertura da rede hipertextual<br />
ao exterior. Interior e exterior não são nitidamente determinados,<br />
estabelecendo-se, tópica e momentaneamente, fronteiras móveis,<br />
apenas com finalidades operacionais. No momento em que se<br />
aciona um link, o que então está no exterior de determinado hipertexto<br />
passa a integrá-lo;<br />
Princípio da topologia: a rede constitui-se o próprio espaço em que<br />
são traçados distintos percursos hipertextuais. É aí onde se multipli-
35<br />
cam as conexões. Esse princípio designa que a rede hipertextual funciona<br />
na base da proximidade, à medida que os links aproximam espaços<br />
e temporalidades – é possível, por exemplo, “linkar” um texto<br />
do dia com outro de arquivo, ou ainda informações produzidas em países<br />
distantes geograficamente.<br />
Conforme Landow, a textualidade ideal seria composta por:<br />
[...] bloco de palavras (ou imagens) ligadas eletronicamente por múltiplos<br />
caminhos, correntes e seqüências numa infinitamente aberta,<br />
perpetuamente inacabada textualidade descrita pelos termos link, nó, rede,<br />
teia, caminho. (LANDOW, 1994, p.3).<br />
Já Barthes, representa a textualidade ideal como uma galáxia de<br />
significantes, não uma estrutura de significados. Galáxia que não tem início<br />
determinado, composta por elementos dotados de reversibilidade, sem hierarquias e<br />
com uma abertura para produção de sentido indeterminada por se basear numa<br />
linguagem infinita.<br />
Entretanto, o modo mais simples de se definir o hipertexto, é comparando-o<br />
ao texto comum, que encontramos diariamente nos jornais impressos, por exemplo.<br />
O textos tradicionais são sequenciais, ou seja, existe uma seqüência linear (primeiro<br />
lê-se a página 1, depois a 2, e assim por diante). Já o hipertexto, encontrado na Net,<br />
não é seqüencial. Não existe uma ordem singular que determina a seqüência de<br />
leitura. O internauta escolhe o caminho a ser percorrido na hora que deseja, de<br />
acordo com seus interesses. A estrutura em rede permite ao leitor do jornal digital<br />
“saltar” de um texto a outro, fazendo tanto a leitura linear clássica, quanto percursos<br />
individuais, conforme seus desejos e intuições.<br />
Desta forma, elege, ainda que momentaneamente, o <strong>centro</strong> do seu interesse<br />
(princípio de mobilidade dos <strong>centro</strong>s). Essa mobilidade pode trazer um problema:<br />
o leitor pode conectar-se a todos os textos, experimentar todos os percursos, mas<br />
não ler a totalidade de nenhum deles.<br />
Pesquisadores como Derrida e Ted Nelson, Barthes e Andries van Dam<br />
compartilham de um mesmo conceito, de onde é possível analisar a mudança de<br />
paradigmas gerada pelo hipertexto.
36<br />
Todos quatro, como muitos outros que escrevem sobre hipertextualidade e<br />
teoria literária, argumentam que nós devemos abandonar sistemas<br />
conceituais fundados nas idéias de margem, hierarquia, e linearidade e<br />
substituí-los por outros de multilinearidade, nós, links e redes. Quase todos<br />
os estudiosos desta mudança de paradigma, que marca uma revolução no<br />
pensamento humano, percebem a escrita eletrônica como uma resposta<br />
para as forças e fraquezas do livro impresso. (LANDOW, 1994, p.2).<br />
Landow (1994) lembra também que o hipertexto, tendo em sua prática inclusa<br />
a hipermídia, faz com que no processo comunicativo esteja presente uma porcentagem<br />
bem maior de elementos não verbais do que no texto impresso. Basta<br />
pensar, na importância que as imagens adquirem no hipertexto eletrônico. Imagens<br />
que aparecem de diversas formas, ora como ilustrações que são acrescidas às informações<br />
da escritura alfabética do hipertexto, ora como mapas criados pelos autores<br />
de hipertextos que auxiliam os navegantes a se localizarem nos mares abertos e<br />
infinitos da informação.<br />
O autor trata o hipertexto como uma estrutura sem <strong>centro</strong>, ou<br />
constantemente rescentrada, dado que o vetor de organização discursiva pode ser<br />
constantemente deslocado, não tendo espaço pré-determinado, fixado. Por<br />
implicação lógica, num espaço infinito (como é o promovido pela abertura da<br />
hipertextualidade), o <strong>centro</strong> simultaneamente não pode ser localizado em nenhum<br />
ponto exato, mas pode, momentaneamente, ser demarcado em qualquer um dos<br />
infinitos pontos possíveis. O “áxis” ou o princípio ordenador, é emprestado por<br />
aquele que, não apenas lê, mas opera com o texto, conforme seus interesses, num<br />
dado momento.<br />
A configuração que se delineia no hipertexto é a de vários elementos interconectados<br />
de modos também os mais diversos. Na geografia destes mapas, não<br />
existe ponto de partida ou de saída determinado, há uma rede composta por caminhos,<br />
ou links, dentro da qual o navegante pode traçar seu percurso, guardando em<br />
sua mochila apenas os “souvenirs” que lhe interessam. Por isso, nenhum leitor é<br />
aprisionado por um tipo de organização particular de hierarquia, ainda que esta possa<br />
ser sugerida, em alguma escala, pelo autor.<br />
O hipertexto funciona, de acordo com Mindy McAdams, como uma nota de<br />
rodapé, que é muito usada em livros. Infelizmente, os jornais impressos não utilizam<br />
este recurso, devido à configuração de seu formato. Já a Internet, a partir do
37<br />
hipertexto, pode disponibilizar este recurso na apresentação da informação. Com<br />
este sistema, algumas palavras são destacadas no meio do texto e, se clicadas com<br />
o mouse, abrem outra janela, ou pop-up na tela, onde estará mais conteúdo sobre o<br />
assunto, para o leitor se aprofundar na leitura do mesmo.<br />
Jakob Nielsen, em Hypertext & Hipermedia, também afirma que o hipertexto<br />
é conhecido como ¨generalized footnote¨ (ou rodapé generalizado), pois seu sistema<br />
de funcionamento é semelhante ao das notas de rodapé, só que é generalizado por<br />
apresentar várias opções, que certamente não caberiam todas na mesma página de<br />
um livro.<br />
Até mesmo uma enciclopédia, com suas referências e notas de rodapé,<br />
determina opções diferentes ao leitor. Não seria propriamente um hipertexto, mas<br />
sua estrutura é similar.<br />
Além das considerações contidas na página sobre o assunto (background<br />
information) e das explicações sobre uma palavra ou frase destacada, a nova janela<br />
aberta através do hipertexto, pode conter uma matéria ou artigo relacionado ao<br />
tema. Em uma matéria da Folha de São Paulo, na editoria de ciência e tecnologia<br />
sobre as técnicas de clonagem, por exemplo, pode haver um link que direcione o<br />
internauta até a página da revista Superinteressante, que publicou um artigo sobre o<br />
assunto e que serviu de base para montar a matéria da FSP.<br />
Este ato de linkar as informações levanta algumas dúvidas quanto à questão<br />
dos direitos autorais de cada site. Os donos dos copyright deveriam ser<br />
compensados de alguma forma, mas isto ainda não ocorre e a informação na<br />
Internet não tem dono, é livre.<br />
Conforme McAdams (2002), o hipertexto é mais do que links, é um modo de<br />
organizar e apresentar a informação aos internautas. O hipertexto caracteriza-se por<br />
ser não seqüencial e sem hierarquias. Além de “linkar” um documento, existe uma<br />
certa interatividade no caso do hipertexto, pois o internauta recebe diversas opções<br />
de entrada para os assuntos discutidos no texto (podemos chamar de portas ou janelas<br />
de conteúdo). Ele não precisa seguir um caminho previamente estipulado pelo<br />
autor do texto, o internauta vai seguindo e criando seu próprio caminho. Os hiperlinks<br />
não são estáticos, o processo de navegação a partir do hipertexto é dinâmico e
38<br />
pode oferecer diversas opções e diferentes conexões de idéias aos internautas.<br />
Com o hipertexto, tem-se a sensação de que estamos realmente dentro de uma<br />
grande rede, pois os links levam a outros lugares e todos os dados estão interligados.<br />
De acordo com Mindy McAdams, existem duas formas simples para orientar<br />
o internauta no momento da navegação com hiperlinks: o mapa do site e a listagem<br />
de favoritos, também conhecida como “bookmark”. O mapa do site indica todos os<br />
assuntos e links que constam no site ou portal. É literalmente um mapa e serve para<br />
o internauta conhecer o espaço em que está “navegando” e direcionar-se<br />
rapidamente até seu objetivo ou assuntos mais interessantes para sua pesquisa. Já<br />
a lista de favoritos pode ser acessada através dos botões-padrão, que constam no<br />
navegador Microsoft Internet Explorer, por exemplo. É um recurso muito prático,<br />
pois todos os links que o internauta julgou interessante ou útil, podem ser acessados<br />
a qualquer hora através deste espaço, que pode ainda ser dividido em pastas e subpastas,<br />
organizadas com a nomenclatura de diversos assuntos.<br />
1.2.5 Multimediação<br />
A palavra multimídia surgiu originalmente para denominar a possibilidade de<br />
codificação de elementos como texto, som e imagem em formato binário. Com o<br />
passar do tempo, a nomenclatura passou a ser utilizada para denominar a possibilidade<br />
de combinação destes três elementos para compor sistemas intersemióticos.<br />
A rigor, todas as mídias, desde o jornal até as mídias mais recentes, são<br />
formas híbridas de linguagem, isto é, nascem da conjugação simultânea de<br />
diversas linguagens. Suas mensagens são compostas na mistura de códigos<br />
e processos sígnicos com estatutos semióticos diferenciais. Daí se pode<br />
dizer que todas as mídias, desde o jornal, são por natureza intermídias e<br />
multimídias. (SANTAELLA, 1992, p. 24)<br />
Pode-se afirmar que os produtos da mídia expandiram seu mercado global a<br />
partir do desenvolvimento da transmissão de informações de forma direta via satélite,<br />
além do surgimento de outras tecnologias, como a televisão a cabo, o videocassete,<br />
o DVD e a Net, por exemplo. O “personal computer” (PC) é um produto diferenciado,<br />
pois consegue reunir diversas mídias em um só local. Pode-se ouvir música<br />
através do computador, assistir a filmes, ler diversas notícias e assuntos diferen-
39<br />
ciados em um só ambiente através da Internet, a rede que consegue conectar e ligar<br />
o mundo. Ou seja: rádio, televisão e jornal impresso foram reunidos em um único<br />
sistema que, além disso, consegue interagir com o receptor das informações.<br />
Todo este desenvolvimento surgiu juntamente com o fenômeno da globalização<br />
da comunicação, quando a informação tornou-se um bem público e acessível<br />
à maioria das pessoas. A revolução da informação chegou para ficar e avançar cada<br />
vez mais. Os portais podem, por exemplo, fazer uma supercobertura de um<br />
seqüestro ou de um atentado terrorista oferecendo entrevistas (áudio), imagens e<br />
galerias de fotos, cobertura informativa em tempo real (texto), ouvir a opinião dos<br />
leitores – internautas - e disponibilizar pesquisas online (interatividade), mostrar<br />
histórico dos personagens ou de outros acontecimentos semelhantes (banco de<br />
dados), além de diversas outras aplicações tecnológicas e ações jornalísticas.<br />
Toda essa multifuncionalidade da Web, baseada no uso adequado da<br />
tecnologia e dos recursos multimidiáticos, pode proporcionar uma cobertura<br />
jornalística abrangente, muito mais completa e, principalmente, que acompanha a<br />
velocidade em que os fatos acontecem.<br />
O princípio da multimidiação da hipermídia, como é chamada essa mídia<br />
que congrega sons, palavras, imagens convertidas em sinais digitais, também é<br />
designado por outros autores, com o termo multiplicidade. Conforme Lévy,<br />
multiplicidade é a capacidade que a hipermídia tem de utilizar dados<br />
qualitativamente diferentes (sons, textos e imagens) convertidos em sinais digitais.<br />
1.2.5.1 Fotografia<br />
Conforme o texto “A leitura da imagem”, redigido por Lucília Helena do Carmo<br />
Garcez, professora da pós-graduação e pesquisadora associada do Departamento<br />
de Lingüística, Línguas Clássicas e Vernácula do Instituto de Letras da Universidade<br />
de Brasília, apresentado no site<br />
http://www.tvebrasil.com.br/salto/tedh/tedhtxt3b.htm, o antigo ditado popular: uma<br />
imagem vale mais do que mil palavras ainda pode ser considerado verídico.<br />
O mundo contemporâneo faz com que todos nós estejamos imersos em i-<br />
magens. A competição comercial, própria do capitalismo, associada às faci-
40<br />
lidades da imprensa, da fotografia, do cinema, da televisão e dos computadores,<br />
faz com que sejamos mergulhados em um universo em que o aspecto<br />
visual é preponderante. (GARCEZ, 2002)<br />
Segundo a autora, diante dessa evidência, a escola não pode continuar restrita<br />
ao texto verbal escrito, embora ele seja imprescindível. Ela afirma que é urgente<br />
que a imagem pertença ao contexto escolar, não apenas para que esse ambiente<br />
seja mais coerente com o cotidiano do aluno, mas também para educá-lo para a<br />
leitura crítica das imagens.<br />
Assim como a leitura do texto verbal exige um longo e complexo processo<br />
de aquisição e desenvolvimento, para que o leitor possa utilizar as diversas habilidades<br />
para a compreensão e a interpretação, o contato com o mundo visual também<br />
exige novas competências.<br />
No ato de ler um texto ou de interpretar alguma imagem, existem certos procedimentos<br />
diferenciados que o leitor passa para absorver a informação. Durante a<br />
leitura do texto escrito, o leitor aciona outras funções cognitivas para criar imagens<br />
mentais, de acordo com seu repertório de experiências visuais anteriores. Esse “envisionamento”<br />
mental é diferenciado de indivíduo para indivíduo, mas contém algo<br />
em comum com a cultura e o imaginário coletivo. Cada pessoa cria, a partir de sua<br />
própria imaginação, os cenários, as paisagens, as cenas, os objetos e as fisionomias<br />
que um romance registra em palavras. Naturalmente, nesse processo de criação<br />
há matrizes comuns, que pertencem à história e à coletividade, mas ninguém imagina<br />
de forma semelhante à outra pessoa. Essa construção mental é importantíssima<br />
para o desenvolvimento das funções superiores da mente.<br />
Aparentemente o texto visual (a propaganda, o desenho animado, os quadrinhos,<br />
o filme, a fotografia, a telenovela etc.) já oferece esse aspecto de uma forma<br />
mais completa. Entretanto, sob essa camada de significados imediatamente<br />
perceptíveis, há muitas outras ligadas ao mundo das idéias, dos comportamentos,<br />
das crenças, dos conceitos, das ideologias, que é necessário “ler”: compreender,<br />
interpretar, criticar, responder, concordar ou discordar. Isso exige diversas habilidades<br />
que a escola pode ajudar a desenvolver. São habilidades relacionadas à observação,<br />
à atenção, à memória, à associação, à análise, à síntese, à orientação espacial,<br />
ao sentido de dimensão, ao pensamento lógico e ao pensamento criativo. Elas<br />
nos permitem perceber como os elementos da linguagem visual foram organizados:
41<br />
formas, linhas, cores, luzes, sombras, figuras, paisagens, cenários, perspectivas,<br />
pontos de vista, oposições, contrastes, texturas, efeitos especiais etc.<br />
Jakob Nielsen vai além do velho ditado popular e afirma em seu livro Projetando<br />
Websites (2000), que “Uma imagem equivale a duas mil palavras em tempo<br />
de download”. Ou seja, é preciso tomar cuidado com ela, pois pode cansar o internauta,<br />
assim como um longo texto.<br />
Outro ponto a destacar é que a fotografia na Internet possui uma série de<br />
restrições e direitos autorais quanto à sua utilização. Conforme a lei, um jornal, ou<br />
demais meios de comunicação não têm a permissão de utilizar a foto da Internet se<br />
não tiver entrado em contato com o verdadeiro autor do trabalho e pedido permissão<br />
para a utilização do material ou realizado o pagamento para este serviço.<br />
Existem fotógrafos, como Edison Vara (2002), por exemplo, que utilizam o<br />
sistema de sites para publicar e até mesmo vender suas fotografias para os mais<br />
variados meios midiáticos, sejam eles jornais, revistas, ou sites. Para verificar o seu<br />
trabalho, basta entrar no site: http://www.edisonvara.com.br/. Na página, pode-se<br />
acessar fotos de diversos temas, tais como: Esporte, Política, Cultura, Cotidiano e<br />
ainda um link para verificar a cobertura do desfile “Especial Milka”.<br />
Outra utilização da fotografia são as galerias de fotos, onde podem ser a-<br />
cessadas uma série de imagens relacionadas a um mesmo tema ou evento. Por<br />
exemplo, a galeria de fotos do desfile da famosa estilista Milka. Todas remetem ao<br />
mesmo evento, porém que podem ser vistos através dos mais diferentes ângulos. É<br />
o tipo de material que seria, no caso, muito acessado pelos profissionais de moda<br />
que não puderam participar do evento, ou até mesmo mulheres interessadas em<br />
manterem-se atualizadas em relação à moda.<br />
Em matérias de teor irônico, são utilizadas montagens de fotografias, que<br />
garantem um ar cômico à determinada situação. Fotos distorcidas ou com certos<br />
efeitos especiais também são utilizadas na Internet para contrastar com o tom sério,<br />
que este elemento possui nas mais diversas mídias, como jornais diários, por exemplo.
42<br />
A revista Veja é uma fã desses recursos, utilizando em assuntos futebolísticos<br />
e até mesmo políticos para tirar “sarro” de alguma situação. Nestes casos, o<br />
jornalista, utiliza, muitas vezes, uma lente especial, que serve para aproximar dois<br />
políticos, por exemplo, que parecem estar se beijando. É uma forma irreverente de<br />
fazer notícia, que sempre capta a atenção do leitor e do público em geral.<br />
1.2.5.2 Vídeo<br />
O entrecruzamento da Internet com a televisão é inevitável. Os maiores sites<br />
jornalísticos já publicam pequenas matérias em vídeo. Existem programas, como o<br />
Real Video, que têm "canais" de vídeo [streaming]. Como no caso do áudio, os clips<br />
de vídeo são de baixa qualidade e podem ter o movimento ou o áudio interrompidos<br />
por alguns instantes, conforme o congestionamento da rede. No Brasil, o portal de<br />
notícias G1, da Rede Globo, dedica uma seção inteira aos vídeos exibidos nos telejornais<br />
da emissora, além de apresentar alguns vídeos de arquivo de décadas passadas<br />
e transmitir, ao vivo, a programação da Globo News. A BandNews também<br />
consegue transmissões com razoável qualidade, em Internet banda larga. Visualmente,<br />
animações em formato Flash, cada vez mais usadas em sites multimídia,<br />
são inspiradas em vinhetas de TV.<br />
Desde 2005, sites que abrigam vídeos enviados por colaboradores se tornaram<br />
uma febre, como o YouTube e Google Vídeo, por exemplo. O YouTube é um<br />
site que permite que seus usuários carreguem, assistam e compartilhem vídeos em<br />
formato digital. Ele utiliza o formato Macromedia Flash para disponibilizar o conteúdo.<br />
É o mais popular site do tipo (com mais de 50% do mercado em 2006) devido à<br />
possibilidade de hospedar quaisquer vídeos (exceto materiais protegidos por copyright,<br />
apesar desse material ser encontrado em abundância no sistema). Hospeda<br />
uma grande variedade de filmes, videoclipes e materiais caseiros. O material encontrado<br />
no YouTube pode ser disponibilizado em blogs e sites pessoais através de<br />
mecanismos (APIs) desenvolvidos pelo site.<br />
Possivelmente interessado em expandir o mercado de publicidade de vídeos<br />
através de seu AdSense e também em se consolidar como um dos maiores serviços<br />
de Internet do mundo, foi anunciada em nove de outubro de 2006, a compra do
43<br />
YouTube pelo Google, pela quantia de U$1,65 bilhão em ações. O resultado desta<br />
aquisição pode unificar o serviço com o Google Vídeo.<br />
A revista americana Time (edição de 13 de novembro de 2006) elegeu o<br />
YouTube a melhor invenção do ano por, entre outros motivos, “criar uma nova forma<br />
para milhões de pessoas se entreterem, se educarem e se chocarem de uma maneira<br />
como nunca foi vista”.<br />
Em março de 2006, cerca de vinte mil novos vídeos foram carregados no<br />
YouTube diariamente. As visualizações diárias são estimadas na casa dos milhões,<br />
já que cerca de trinta milhões de vídeos são vistos diariamente. O serviço possui<br />
vinte empregados, sendo que quatro deles são estagiários da Universidade de Stanford,<br />
contratados como "censores" para analisar os materiais que os visitantes tenham<br />
marcado como "questionáveis". O escritório do YouTube fica em San Bruno,<br />
na Califórnia. Naquele escritório, trabalham apenas 67 pessoas, segundo o próprio<br />
YouTube.<br />
O tamanho dos vídeos foi restrito a 12 minutos, no máximo, de duração. Essa<br />
redução foi em função do envio de episódios completos de séries da televisão e<br />
material com copyright enviados pelos usuários. Apesar disso, se encontram facilmente<br />
episódios/séries mais de 12 minutos, principalmente em desenhos animados<br />
em TVs pagas.<br />
O recurso do vídeo pode servir para complementar o que é apresentado nos<br />
textos e nas imagens do site e, na maioria das vezes, não é o principal conteúdo<br />
oferecido por um website. Segundo Jakob Nielsen, o vídeo é bom para:<br />
Promover programas televisivos, filmes e outros meios não-computacionais<br />
que tradicionalmente usam trailers em sua publicidade.<br />
Mostrar aos usuários a personalidade de um palestrante. Infelizmente, a maioria<br />
dos executivos corporativos projeta muito menos personalidade do que,<br />
digamos, a capitã Janeway de Jornada das Estrelas; portanto, não é necessariamente<br />
uma boa idéia mostrar uma cabeça falante, a menos que o videoclipe<br />
realmente acrescente algo à experiência do usuário. Quando as pesso-
44<br />
as vêem um vídeo, pensam imediatamente em televisão e qualquer pessoa<br />
que tenha menos presença de palco que Tom Brokaw será desinteressante.<br />
Mostrar coisas que se movem, como um clipe de um balé. As demonstrações<br />
de produtos físicos, como uma contadora de moedas, também são adequadas<br />
ao vídeo, ao passo que demonstrações de software são freqüentemente<br />
melhor apresentadas como uma série de cópias da tela de tamanho real em<br />
que o cliente em potencial pode estudar detalhadamente os recursos.<br />
Comparando-se o streaming vídeo com o vídeo à disposição para download<br />
na página, o último garante uma melhor qualidade. Se o vídeo realmente tiver valor,<br />
o usuário não se importará em esperar, cinco minutos, por exemplo, para fazer o<br />
download de um vídeo de um minuto onde podem realmente ver alguma coisa. Jakob<br />
Nielsen afirma que a maioria dos clipes de áudio e vídeo devem ser restritos a<br />
menos de um minuto de duração. Fazer o internauta ficar sentado assistindo algo<br />
que dura mais de cinco minutos deve ser uma rara exceção na Web.<br />
Durante o período em que o internauta espera pela finalização do download,<br />
é necessário que existam alguns elementos para captar a sua atenção e não deixálo<br />
entediado enquanto aguarda pelo processo. Uma técnica utilizada para isso é deixar<br />
um resumo ou algumas curiosidades sobre o vídeo ao acesso dos internautas,<br />
que podem distrair-se neste momento, em vez de sair do site.<br />
1.2.5.3 Som / Podcasting<br />
Podcasting (Wikipedia, 2006) é uma forma de publicação de programas de<br />
áudio, vídeo e/ou fotos pela Internet que permite aos utilizadores acompanhar a sua<br />
atualização. A palavra "podcasting" é uma junção de iPod - um aparelho que toca<br />
arquivos digitais em MP3 - e broadcasting (transmissão de rádio ou TV). O termo<br />
podcast é creditado a um artigo do jornal britânico The Guardian, em 12 de fevereiro<br />
de 2004, mas nesse primeiro momento o termo não se referia ao formato de transmissão<br />
com RSS, o que só aconteceu em setembro daquele ano, quando Dannie<br />
Gregoire usou o termo para descrever o processo utilizado por Adam Curry.
45<br />
O conceito do Podcast é creditado ao ex-VJ da MTV Adam Curry, que criou<br />
o primeiro agregador de podcasts usando applescript e disponibilizou o código na<br />
Internet, para que outros programadores pudessem ajudar. Dave Winer incluiu o<br />
enclosure, um elemento na especificação RSS 2.0, o que possibilitou o conceito do<br />
podcast ser realmente utilizado. A utilização de feeds RSS para distribuir o conteúdo<br />
é a grande diferença do Podcasting em relação aos audioblogs, vlogs e flogs.<br />
O podcast permite que qualquer pessoa com um microfone, um computador<br />
e uma conexão à Internet publique programas que possam ser ouvidos por pessoas<br />
em qualquer lugar do mundo. A transmissão via Internet de arquivos digitais para o<br />
computador (sons ou vídeos) ocorre por meio de softwares especiais (chamados de<br />
agregadores), a exemplo do iTunes (www.apple.com/br/itunes/), que marcou a massificação<br />
do conceito lançando a versão 4.9 do leitor de música digital iTunes, da<br />
Apple. Ele ampliou o suporte aos podcasts, incluindo uma seção na sua loja de música<br />
dedicada ao serviço e uma atualização para o iPod que adiciona a categoria<br />
"Podcasts" ao menu "Music". Ao sincronizá-lo, os aparelhos mp3 player são automaticamente<br />
abastecidos com os programas mais recentes, dos mais diversos tipos: de<br />
humor, musicais, notícias… Pode-se ouvir os programas gratuitamente em qualquer<br />
aparelho que reproduza mp3 (iPod, iRiver, PDAs, smartphones, celulares, etc.).<br />
Os programas ou arquivos, gravados em qualquer formato digital (MP3, AAC<br />
e OGG são os mais utilizados nos podcasts de áudio), ficam armazenados num servidor<br />
na Internet. Por meio do feed RSS, que funciona como um índice atualizável<br />
dos arquivos disponíveis, novos programas de áudio, vídeo ou fotos são automaticamente<br />
puxados para o leitor através de agregadores (já citado anteriormente), que<br />
consiste em um programa ou página da Internet que verifica os diversos feeds adicionados,<br />
reconhece os novos arquivos e os puxa de maneira automática para a<br />
máquina. Os arquivos podem ainda ser transferidos para leitores portáteis.<br />
"O formato de transmissão é hoje utilizado por diversas empresas no mundo<br />
para divulgar notícias e programação, assim como algumas universidades que começam<br />
a disponibilizar aulas neste formato" (WIKIPEDIA, 2006).<br />
De acordo com uma pesquisa do Pew Internet & American Life (IDG Now!,<br />
publicada em 23 de novembro de 2006), apenas 12% dos internautas norte-
46<br />
americanos baixam podcasts para ouvir depois em seus computadores e tocadores<br />
digitais. Embora ainda seja relativamente pequeno, o porcentual cresceu em relação<br />
ao período de fevereiro a abril, quando a média era de 7%.<br />
A freqüência com que os internautas baixam podcasts é ainda menor: apenas<br />
1% faz o download deste tipo de arquivo em um dia típico de navegação na<br />
web. O estudo mostra ainda que os homens têm uma tendência maior a baixar podcasts<br />
(15% já baixaram) que as mulheres (apenas 8% já baixaram).<br />
O tempo de uso da Internet também conta: 13% daqueles que estão online<br />
há seis anos ou mais já fizeram o download de podcasts contra 6% dos que navegam<br />
há três anos ou menos. A prática também é mais comum entre usuários de<br />
banda larga (14% baixam) do que de Internet discada (10%). Por fim, os mais jovens<br />
são mais adeptos da tecnologia: entre adultos com 18 a 29 anos, 14% fazem o<br />
download de podcasts, contra 12% entre adultos entre 30 e 64 anos.<br />
Os resultados vêm de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, por telefone,<br />
com amostragem nacional durante o mês de agosto de 2006. Foram entrevistados<br />
quase três mil adultos, sendo que 972 responderam a parte relacionada ao<br />
download de podcasts.<br />
Em 2005, o dicionário americano de Oxford elegeu “podcast” como a palavra<br />
do ano, definindo o termo como “gravação digital de uma transmissão de rádio<br />
ou programa similar, disponível na Internet para download para tocador de áudio<br />
pessoal”. Segundo dados do Pew Internet, entre fevereiro e abril de 2006, 20% dos<br />
adultos norte-americanos têm um iPod ou outro MP3 player.<br />
Se a adesão ao podcast ainda não explodiu, o mesmo não pode ser dito sobre<br />
o número de arquivos deste tipo na rede. Dados do diretório Podcast Alley indicam<br />
que, em novembro de 2004, havia mil podcasts disponíveis no repositório. Hoje<br />
são mais de 26 mil diferentes podcasts listados, com mais de um milhão de episódios<br />
disponíveis.
47<br />
1.2.5.4 Download<br />
Em questão de alguns minutos, conforme as condições de navegação, pode-se<br />
realizar o download ou “baixar” determinados programas e arquivos que são<br />
apresentados pelos sites. Isto ocorre, em diversos sites que tratam de temas específicos,<br />
por exemplo, o Two Cows (http://www.tucows.com.br/), em que se pode “baixar”<br />
(fazer o download) inúmeros programas, inclusive jogos. Outro modo de acesso<br />
a este recurso é através de programas, como o Kazaa, que possui um sistema próprio<br />
de busca, conforme os mais diversos tipos de materiais a serem baixados, como<br />
jogos, vídeos e mp3, que podem ser encontrados em estilos e versões variadas<br />
de uma mesma música, por exemplo. A única restrição é que, muitas vezes, as músicas<br />
encontradas estão com o arquivo corrompido, são músicas inseridas pelas<br />
próprias gravadoras no sistema para dificultar a cópia de versões free de músicas e<br />
álbuns completos contidos na rede. A alegação é que os direitos autorais não foram<br />
pagos e, por outro lado, como a Internet é livre e gratuita, não existem restrições de<br />
um modo geral na rede. Entretanto, alguns programas que baixavam música online<br />
já foram extintos a partir de uma ordem judicial, como o caso do Napster e do Audiogalaxy.<br />
1.2.5.5 Charge e desenho<br />
De um modo irreverente e divertido, a Internet, assim como o jornal impresso,<br />
pode utilizar charges e desenhos. Estas ilustrações, que geralmente mostram o<br />
lado cômico dos fatos, servem para distrair o leitor e, ao mesmo tempo, fazê-lo refletir<br />
sobre o fato de uma forma mais descontraída.<br />
Além disso, é importante ressaltar que a Internet propicia a utilização de flash<br />
ou animações, que podem tornar o assunto em questão mais interessante ainda<br />
através da movimentação desses desenhos.<br />
1.2.5.6 Gráfico e tabela<br />
Nem sempre a produção textual ou a fotografia são as melhores maneiras<br />
de apresentar certo assunto. Informações complexas, como as variações econômicas<br />
do dólar ao longo de um ano, por exemplo, seriam facilmente entendidas com
48<br />
um gráfico ilustrativo anunciando os meses em que a moeda teve alta ou baixa no<br />
mercado. As tabelas também servem para organizar informações e dados numéricos<br />
a fim de facilitar a compreensão do leitor.<br />
1.2.6 Personalização de conteúdos<br />
Embora ainda se possa pensar que estamos na era pós-industrial, na verdade,<br />
estamos além. Segundo Negroponte (1995, p. 157), vivemos na era da informação.<br />
O homem moderno já tomou conhecimento de que as máquinas e o mundo<br />
virtual desenharão o novo mundo. Agora, já estamos partindo para outra etapa, onde<br />
o indivíduo recebe as informações que só dizem respeito a ele mesmo. A informação<br />
personalizada, a simbiose entre homem e máquina e a quebra de barreiras<br />
geográficas marcam o período pelo qual estamos passando.<br />
Para ampliar a capacidade de interatividade entre os portais e os internautas<br />
e conquistar a fidelidade de seus clientes, foi criado o sistema de personalização de<br />
conteúdos, que conforme o nome indica, garante certas características e/ou serviços<br />
pessoais aos internautas que acessam o site.<br />
Webcasting ou tecnologia push, netcasting, canal Web, transmissão pela Internet<br />
(Internet broadcast são denominações diferentes para um mesmo conceito de<br />
distribuição de notícias pela Web). Ao invés do leitor fazer uma conexão com o site<br />
do jornal para consultar as notícias disponíveis, selecioná-las e ler as de seu interesse,<br />
o jornal envia um conjunto personalizado de notícias para o computador do<br />
leitor, num movimento que pode ser interpretado como a tradução literal do termo<br />
em inglês: empurrar. Em 1993, a filosofia de distribuição personalizada de informações<br />
via Web já era utilizada pela comunidade de Massachusetts (MIT), que a batizou<br />
de fishwrap, numa referência bem humorada à popular funcionalidade que o<br />
papel jornal assume após o consumo das notícias impressas.<br />
Diferentemente do termo broadcasting, que compreende uma ampla e indiscriminada<br />
difusão de informações, o Webcasting significa a distribuição de conteúdo<br />
dirigido, seletivo e personalizado, considerando apenas o conteúdo e não a forma<br />
de disseminação. O Webcasting surgiu como uma forma de distribuição personalizada<br />
de conteúdo, a qual permite ao usuário declarar – através de uma interface do
49<br />
sistema – suas características e interesses básicos, de forma a receber em seu<br />
computador apenas as informações que estejam relacionadas às áreas de interesse<br />
previamente declaradas.<br />
Podemos olhar para o Webcasting como o correspondente na Web aos serviços<br />
de disseminação seletiva da informação (DSI ou SDI em inglês) típicos da á-<br />
rea científica. O ano de 1997 marcou a explosão dessa forma de veiculação de notícias.<br />
Para uns, uma verdadeira revolução.<br />
Uma revolução tecnológica que está redefinindo a relação entre a operação<br />
online de notícias e seus leitores. E mesmo se você não for um cowboy do<br />
ciberespaço, a tecnologia push deve interessá-lo, porque ela possui a potência<br />
para reformar os fundamentos do jornalismo da mesma forma como<br />
as notícias televisivas alteraram as regras da profissão. (LASICA, 1997)<br />
O sistema RSS vem se tornando bastante popular como forma de filtrar a-<br />
penas informações que o leitor acha relevante. RSS é um subconjunto de "dialetos"<br />
XML que servem para agregar conteúdo ou Web syndication podendo ser acessado<br />
por programas/sites agregadores. É usado principalmente em sites de notícias e<br />
blogs.<br />
A abreviatura do RSS é usada para se referir aos padrões: Rich Site Summary<br />
(RSS 0.91), RDF Site Summary (RSS 0.9 e 1.0) e Really Simple Syndication<br />
(RSS 2.0). A tecnologia do RSS permite aos usuários da Internet inscreverem-se<br />
em sites que fornecem "feeds" (fontes) RSS (já comentado no capítulo 1.2.1.8). Estes<br />
são tipicamente sites que mudam ou atualizam o seu conteúdo regularmente.<br />
Para isso, são utilizados Feeds RSS que recebem estas atualizações, informando o<br />
usuário sobre as atualizações em diversos sites sem precisar visitá-los um a um.<br />
Os feeds RSS oferecem conteúdo Web ou resumos de conteúdo juntamente<br />
com os links para as versões completas deste conteúdo e outros metadados. Esta<br />
informação é entregue como um arquivo XML chamado "RSS feed", "webfeed", "Atom"<br />
ou ainda canal RSS.<br />
A princípio e até hoje em alguns sites o ícone adotado para o formato RSS é<br />
juntamente do indicativo de XML. Mas o ícone mais famoso que representa o RSS<br />
foi adotado numa parceria entre a Mozilla Foundation (criadora do Firefox, que já<br />
usava o ícone) com a Microsoft para a mais recente versão de seu navegador, o
50<br />
Internet Explorer 7. Posteriormente, o Flock, navegador baseado no Firefox ainda<br />
em desenvolvimento, também adotou o ícone. Ajudando a promover o RSS para os<br />
usuários, o site Feed Icons distribui gratuitamente o ícone em diversos formatos pra<br />
inserção de websites.<br />
1.2.7 Usabilidade<br />
Apesar de ter raízes na Ciência Cognitiva, o termo usabilidade começou a ser<br />
usado no início da década de 80, principalmente na área de Psicologia e Ergonomia,<br />
substituindo a expressão “user friendly”, ou seja, “amigável”, por essa ser considerada<br />
vaga e subjetiva. Os usuários não necessitam que as máquinas sejam amigáveis,<br />
mas fáceis de serem utilizadas (Dias, 2003).<br />
De acordo com Frederick van Amstel, professor da graduação em Web Design<br />
do Centro Tecnológico Opet (PR) e da Graduação em Design da Unisul (SC),<br />
usabilidade é sinônimo de facilidade de uso. Se um produto é fácil de usar, o usuário<br />
tem maior produtividade: aprende mais rápido a usar, memoriza as operações e<br />
comete menos erros.<br />
Usabilidade também pode ser definida como uma medida da qualidade da<br />
experiência do usuário ao interagir com alguma coisa, seja um site, aplicativo de<br />
software ou qualquer dispositivo que o usuário possa operar de alguma forma.<br />
Um sistema interativo é considerado eficaz quando possibilita que os usuários<br />
atinjam seus objetivos. A eficácia é a principal motivação que leva um<br />
usuário a utilizar um produto ou sistema. Se um sistema é fácil de usar, fácil<br />
de aprender e mesmo agradável ao usuário, mas não consegue atender a<br />
objetivos específicos de usuários específicos, ele não será usado, mesmo<br />
que seja oferecido gratuitamente. (DIAS, 2003, p.28)<br />
Em seu livro Usability Engineering (1993, p. 26), Nielsen descreve cinco atributos<br />
da usabilidade: facilidade de aprendizado, eficiência de uso, facilidade de<br />
memorização, baixa taxa de erros e satisfação objetiva. A eficiência é normalmente<br />
definida quantitativamente por tempo de resposta, tempo total para realizar uma tarefa<br />
específica ou, ainda, pela quantidade de erros.
51<br />
Em um site, pode-se dizer que o que define a facilidade de uso é o seu layout<br />
/ navegabilidade e a forma de estruturação conteúdo inserido (arquitetura da informação),<br />
além de características já citadas anteriormente, como conteúdo de alta<br />
qualidade, atualizações constantes e tempo de download mínimo. Nielsen defende a<br />
simplicidade no Web Design pois, em se tratando de web, as pessoas são extremamente<br />
direcionadas a objetivos: têm algo específico que desejam fazer e não<br />
toleram que nada se interponha entre eles e seu objetivo.<br />
1.2.7.1 Web Design<br />
O Web Design ideal é simples (sem muitos recursos em flash, áudio, vídeo...)<br />
e homogêneo. De acordo com o princípio da unicidade visual, o sistema<br />
hipermídia deve assumir, tanto em forma como em conteúdo, um aspecto<br />
visual único e um estilo invariável. O utilizador final deve entender o<br />
sistema como a obra de um só indivíduo, onde existe uma homogeneidade<br />
verbo-icônica (BOUZÁ, 1997).<br />
Conforme os autores Williams e Tollet (2001) descrevem, a navegação é considerada<br />
com um bom design quando, estando em qualquer parte da página, consiga-se<br />
voltar à página inicial, mas, se isso não ocorrer, a página é considerada de<br />
navegação pobre.<br />
Nielsen (2000) afirma que o único critério de sucesso real para um site é o<br />
tráfego repetido de usuários fiéis. Segundo o autor, há quatro critérios de um bom<br />
Web Design que faz com que os usuários voltem a alguns websites e não a outros:<br />
conteúdo de alta qualidade, atualizações constantes, tempo de download mínimo e<br />
facilidade de uso.<br />
When a Website violates usability guidelines, visitors simply leave, so the<br />
company has wasted its investment in the design. That's unfortunate, but<br />
what's really bad is that every inconsistent user interface element undermines<br />
users' ability to form a robust conceptual model that will increase their<br />
mastery of the Web as a whole and the other Websites they will visit. Every<br />
Website that's difficult to use increases the average person's feeling of being<br />
alienated by computers and not in control of their own tools. (NIELSEN,<br />
2000) 2<br />
2 Quando um site viola as regras da usabilidade, os visitantes simplesmente deixam o site. Dessa<br />
forma, a empresa investiu dinheiro em vão no design do site. É uma pena, mas o que é realmente<br />
ruim é que cada elemento de interface inconsistente questiona a habilidade dos usuários em formar<br />
um modelo conceitual robusto que irá aumentar a sua maestria em navegação de sites. Todo site<br />
difícil de navegar aumenta a média de pessoas que se sentem alienadas pelos computadores e que<br />
não conseguem controlar suas ferramentas.
52<br />
O perigo da utilização massiva de recursos multimidáticos pelos<br />
webdesigners diz respeito à utilização desses sistemas numa mesma página, pois<br />
podem deixá-la muito lenta e, assim, desmotivar o internauta, fazendo com que ele<br />
saia do site. De acordo com Jakob Nielsen, nos casos em que não existe a<br />
necessidade de que os usuários sintam uma conexão física direta entre suas ações<br />
e as mudanças na tela, tornam-se aceitáveis tempos de resposta de cerca de um<br />
segundo.<br />
Qualquer resposta mais lenta, o usuário começará a sentir que está<br />
esperando pelo computador em vez de operar livremente os dados.<br />
Portanto, por exemplo, pular para uma nova página ou recalcular uma<br />
planilha não deve exceder um segundo. Quando o tempo de resposta<br />
ultrapassa um segundo, os usuários começam a mudar seu comportamento<br />
para um uso mais restrito do sistema (por exemplo, não tentam tantas<br />
opções ou visitam tantas páginas). (NIELSEN, 2000)<br />
Como muitos elementos multimidiáticos são grandes e o seu download é muito<br />
demorado, de acordo com as formas de conexão acessadas pela maioria dos<br />
usuários brasileiros, recomenda-se que o formato e o tamanho do arquivo sejam<br />
indicados entre parênteses após o link.<br />
Larry Magid também defende a idéia de que quanto mais simples for a página<br />
e menos material multimidiático ela apresentar, melhor será o entendimento do<br />
internauta a respeito do assunto em questão. Seu texto é baseado no estudo “Usability<br />
of Websites for Children”, que foi conduzido pelo Nielsen Norman Group<br />
(www.nngroup.com) e escrito por Shuli Giltuz e Jakob Nielsen, que é considerado,<br />
segundo o autor do artigo, um líder de autoridade no design de interface para usuários<br />
e navegabilidade em sites.<br />
Conforme um artigo apresentado no espaço Mercury News do site<br />
http://www.siliconvalley.com, no dia 17 de abril de 2002, e que também pode ser<br />
acessado em sua versão integral no site<br />
http://www.useit.com/alertbox/20020414.html, a idéia comum de que as crianças são<br />
masters na utilização da tecnologia e que podem enfrentar qualquer dificuldade enquanto<br />
estiverem utilizando os computadores é apenas um mito. Durante vários a-<br />
nos, Nielsen pregou a usabilidade, que é baseada no conceito de que um bom site<br />
teria que fornecer uma navegação simples. Segundo Nielsen, não é uma mera coincidência<br />
que os sites Yahoo (http://www.yahoo.com/) e Amazon
53<br />
(http://www.amazon.com/) costumam atrair os return visitors (internautas que retornam<br />
posteriormente ao site), em contraste aos sites que utilizam uma sobrecarga de<br />
animações, sons, gráficos, e demais elementos que tornam a navegação mais lenta<br />
e confusa.<br />
A partir deste estudo, Nielsen e seus colegas conseguiram avaliar como as<br />
crianças entre cinco e onze anos utilizam os Websites. Eles testaram o modo de<br />
navegação de 55 crianças, que residiam em Israel e nos Estados Unidos. A equipe<br />
de pesquisa testou 24 sites, entre eles MaMaMedia (http://www.mamamedia.com) e<br />
Sesame Street (http://www.ctw.org/), desenvolvidos para crianças e também outros<br />
que possuem uma audiência diversificada, como Yahoo e Amazon.<br />
Os resultados da pesquisa indicaram que a questão da importância da usabilidade<br />
funciona da mesma forma tanto em crianças quanto em adultos. Conforme<br />
o estudo, as crianças costumam sair do site que é difícil de navegar, em vez de tentar<br />
descobrir como ele funciona e procurar o que necessita. Assim como os adultos,<br />
as crianças querem acessar as informações rapidamente e facilmente. Conforme<br />
Larry Magid, o presente estudo pode surpreender alguns desenvolvedores de sites<br />
destinados ao público infantil, que costumam utilizar cores diferentes e letras estranhas,<br />
pois a verdade é que as crianças desejam sites legíveis e de fácil leitura. O<br />
estudo apontou os sites Yahoo e Amazon com um alto índice de aceitação pelas<br />
crianças, provavelmente porque eles são muito simples de navegar. O autor afirma<br />
ainda que se incomoda com a tendência dos webdesigners em serem tão criativos<br />
na construção de uma interface aos usuários, que eles negam o que os usuários já<br />
sabem.<br />
Children want content that is entertaining, funny, colorful, and uses multimedia<br />
effects. However, for homepage design and navigation systems, the user<br />
interface should be unobtrusive and let kids get to the content as simply as<br />
possible. Children enjoy exploration and games, but it should not be a challenge<br />
to operate the Website itself. The content should be cool, but the design<br />
must offer high usability or kids will go elsewhere. (NIELSEN, 2002) 3<br />
3 As crianças ficam contentes com sites divertidos, coloridos e com efeitos multimídia. Entretanto,<br />
para o design de uma homepage e seu sistema de navegação, a interface para o usuário deveria ser<br />
oportuna e deixar as crianças satisfeitas com a maior simplicidade possível. Crianças gostam de exploração<br />
e jogos, mas não deveria ser um desafio elas conseguirem operar o site sozinhas. O conteúdo<br />
pode ser legal, mas o design precisa oferecer um alto nível de usabilidade, caso contrário as crianças<br />
visitarão outros sites.
54<br />
Sobre a configuração da tela de apresentação do site, Nielsen considera que<br />
a largura da página deve ser otimizada para 770 pixels, mas com layout fluido que<br />
funciona entre 620 e 1024 pixels. O logotipo da empresa/instituição deve estar localizado<br />
no canto superior esquerdo, com um tamanho indicado de 60 X 68 pixels.<br />
Ele orienta que se forneça o recurso de pesquisa dentro da homepage na<br />
forma de uma caixa branca, na parte superior da página, de preferência no canto<br />
direito ou esquerdo. A largura indicada é entre 25 e 30 caracteres. Segundo ele, não<br />
é recomendado utilizar página de abertura (antes de abrir o site).<br />
Nielsen é contido na utilização de recursos multimidiáticos, indicando não utilizar<br />
animações nem reprodução automática de música. Segundo ele, entre 5 e 15%<br />
do espaço da homepage pode conter gráficos/ilustrações. Quanto à utilização de<br />
cores, o texto precisa ter cor preta, sem serifas e tamanho de 12 pontos. Segundo<br />
Jacob, é fundamental fornecer a opção para que os usuários aumentem ou diminuam<br />
o texto, conforme as suas necessidades. O fundo do site deve ser branco, os<br />
links não visitados azuis e os visitados em cor púrpura.<br />
1.2.7.2 Arquitetura da Informação<br />
O termo arquitetura da informação (AI) foi criado em 1976 por Richard Saul<br />
Wurman e traduz-se no processo de identificar, organizar e estruturar o conteúdo de<br />
um site.<br />
Uma infra-estrutura forte significa uma tecnologia básica, estável e limpa,<br />
que permita aos designers criar projetos de navegação e interface que seja<br />
úteis e relevantes para as informações e as necessidades do usuário.<br />
(HOLZSCHLAG, 2005, p. 56).<br />
Segundo Molly Holzschlag, uma excelente maneira de melhorar a organização<br />
do conteúdo é agrupar itens semelhantes, como um “supermercado bem organizado”,<br />
uma forma de aplicar a arquitetura da informação ao mundo real ao invés<br />
do mundo virtual.<br />
Quanto à hierarquia, o site pode possuir uma hierarquia rasa (2 a 5 camadas)<br />
ou funda (até nove camadas). A profundidade equivale ao número de subcategorias
55<br />
ou sublinks que um mesmo assunto pode possuir. Os especialistas recomendam<br />
que sites com uma base de conteúdo menor, como de uma pequena empresa ou<br />
site pessoal, por exemplo, utilizem hierarquias rasas. Já as profundas são indicadas<br />
para sites que possuem grande quantidade de conteúdo, como jornais, portais e<br />
sites de comércio eletrônico.<br />
Nielsen (2000) indica ser importante sempre incluir o recurso “Sobre a empresa”,<br />
nomeando o link “About . Além disso, considera importante<br />
fornecer um link de contato denominado “Contact us” (Fale Conosco).<br />
No caso de oferta de vagas para emprego, o autor julga interessante incluir<br />
um link explícito na homepage se o recrutamento for importante para a empresa<br />
(caso contrário, listar os empregos em About Us). Segundo ele, o melhor é atribuir o<br />
nome “Empregos” para o link, pois é o mais direto e preciso aos internautas.<br />
1.2.7.3 Linguagem na Web<br />
O texto online deve envolver o internauta para que ele se sinta atraído a ler<br />
a idéia seguinte. O texto também deve estar próximo do leitor - é preciso levar em<br />
conta que as pessoas navegam de forma intuitiva e não racional. Deve ser envolvente,<br />
respeitar a pontuação e principalmente, ser sintético.<br />
É preciso, pois, ter o domínio completo do recurso técnico para bem explorá-lo,<br />
como serviço ao leitor, sugerindo-lhe um mínimo de orientação, por meio do<br />
menu, e também lhe permitindo a expedição exploratória, se assim ele desejar. Os<br />
links também devem representar relacionamentos coerentes para não confundir o<br />
leitor.<br />
As informações podem ser buscadas de modo aleatório ou objetivo pelo leitor.<br />
Enquanto os “surfistas” se contentam em tornar o texto uma expedição exploratória,<br />
os “pesquisadores” estão à procura de determina informação e têm pressa em<br />
obtê-la. Diante de um mar de conexões, o importante é o leitor definir os objetivos<br />
para não fazer da metáfora do labirinto uma experiência angustiante e inútil.
56<br />
Dado a falta de tempo do leitor, a maioria deles apenas “passa” os olhos sobre<br />
o texto digital, se o título for chamativo e o assunto o interessar ele poderá ler o<br />
texto. Algo semelhante ocorre nos jornais diários, o leitor seleciona a informação<br />
mais atraente. Um dos diferenciais dos textos online é o seu tamanho, que é bastante<br />
reduzido.<br />
Segundo Studart (2000), dependendo do design do site, cada tela tem em<br />
média dois parágrafos, no máximo. As notícias, portanto, precisam ter, no máximo,<br />
quatro parágrafos, estourando seis. Ao mesmo tempo em que as matérias devem<br />
ser curtas e diretas, Bruno Rodrigues afirma que elas necessitam de um ingrediente<br />
extra, que não esteja presente nas demais mídias.<br />
"Conteúdo expandido, ou seja, informações que vão além do que ele (internauta)<br />
encontra em outras mídias. É isso que o profissional de conteúdo online deve<br />
perseguir." (RODRIGUES, pág 48).<br />
O webwriter deve dizer coisas claras colocando a idéia principal em evidência,<br />
logo no começo do texto. Aproveitando a linguagem online e resumindo: ser direto,<br />
conciso e sucinto, estes são os desafios do atual jornalista que trabalha na<br />
WWW. Segundo Jakob Nielsen, existem três diretrizes básicas para escrever para a<br />
Web, são elas:<br />
Seja sucinto. Não escreva mais do que 50 por cento do texto que escreveria<br />
para tratar do mesmo assunto em uma publicação impressa;<br />
Escreva tendo em vista a facilidade de leitura. Não exija que os usuários<br />
leiam blocos de texto longos e contínuos; em vez disso, use parágrafos curtos,<br />
subtítulos e listas com bullets;<br />
Use o hipertexto para segmentar informações longas em várias páginas.<br />
É muito importante que se mantenha os textos breves, pois assim o leitor<br />
não se sentirá cansado pela leitura desgastante. Conforme pesquisa, ler na tela do<br />
computador é cerca de 25% mais lento do que ler no papel.<br />
Além disso, o conteúdo também deve ser observado. As necessidades do<br />
internauta por uma comunicação eficaz e dinâmica apontam para a utilização de
57<br />
uma estrutura de produção textual voltada para o rápido entendimento da informação<br />
que será transmitida para o seu público. Deste modo, é importante que o webwritter<br />
apresente a idéia principal e o material mais importante do texto logo no início<br />
do texto, utilizando o princípio jornalístico comumente conhecido por “pirâmide invertida”.<br />
Os usuários devem ser capazes de perceber num relance o que a página a-<br />
presenta e em que lhe pode ser útil. Até mesmo na hora de redigir o título, o jornalista<br />
da Web deve tomar cuidado para transmitir uma informação que, ao mesmo tempo<br />
capte o interesse do leitor, e seja direta e precisa. Devem ser evitados os floreios,<br />
as metáforas e o humor, pois pode ser confundido com sarcasmo na Web.<br />
1.2.8 Acessibilidade<br />
O termo acessibilidade (Holzschlag, 2005, p.270) é utilizado para descrever<br />
um problema específico em Web Design: como tornar os sites disponíveis para a-<br />
queles com deficiências visuais, auditivas ou motoras? Segundo (DIAS, 2003,<br />
p.111), a acessibilidade é uma categoria da usabilidade que significa que qualquer<br />
pessoa, usando qualquer tipo de tecnologia de navegação (navegadores gráficos,<br />
textuais, especiais para cegos ou para sistemas de computação móvel) deve ser<br />
capaz de visitar e interagir com qualquer site, compreendendo inteiramente as informações<br />
nele apresentadas.<br />
No Brasil, há 24, 6 milhões de pessoas com alguma deficiência física, o que<br />
equivale a 14,5% da população do país, conforme o censo de 2002 do IBGE (Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística). Somente na região metropolitana de São<br />
Paulo, esse grupo representa dois milhões de pessoas.<br />
Alguns indivíduos com deficiência visual apóiam-se nas funcionalidades de<br />
fontes grandes e alto contraste do sistema operacional e do navegador para acessar<br />
as páginas. Muitos deficientes visuais usam tecnologia de leitura de tela, uma combinação<br />
de hardware e software que lê o conteúdo da tela em voz alta. Impressoras<br />
Braille também são comuns, nas quais dados da tela são interpretados pela impressora<br />
e, depois, são impressos.
58<br />
Já pessoas com deficiência motora podem usar teclados, mouses e dispositivos<br />
apontadores especiais, tais como bastões especiais seguros pela boca ou localizados<br />
na testa para digitar comandos no teclado. Entretanto, essa dificuldade está<br />
com os dias contados, pois, no dia 1º de dezembro de 2006 foi publicado no Jornal<br />
O Sul, que a empresa Cyberkinetics Neurotechnology Systems desenvolveu uma<br />
nova tecnologia chamada BrainGate. A partir dela, uma mulher que ficou paralítica<br />
após um derrame cerebral, conseguiu movimentar a sua cadeira de rodas através<br />
de seus comandos mentais. Um pequeno sensor que analisa sinais cerebrais foi<br />
implantado na parte de seu cérebro que controla o movimento da mão. Um pequeno<br />
plug projetado de cima de sua orelha foi conectado a um computador, que tem uma<br />
conexão sem fio com a cadeira de rodas eletrônica controlada pela mulher. De a-<br />
cordo com o diretor da empresa, Ali Rezai, a meta é fazer com que os componentes<br />
sejam suficientemente pequenos e sem fio, eliminando, assim, a necessidade de um<br />
plug na cabeça.<br />
Mesmo uma pessoa sadia requer comunicação clara na Web, onde é importante<br />
encontrar clareza e contexto nas mensagens, tópico relacionado à arquitetura<br />
da informação, já citada anteriormente. De acordo com (DIAS, 2003, p 151), não<br />
basta ser acessível, um portal Web deve ser também eficaz, eficiente e agradável<br />
ao usuário para que seja efetivamente um meio de comunicação e fonte de informações<br />
ao público em geral.<br />
Nielsen (2000, p.302) sugere que os sites nunca codifiquem informações com<br />
tamanhos de fonte absolutos, mas usem tamanhos relativos, disponibilizando a opção<br />
de zoom para que o usuário escolha o tamanho ideal de fonte, satisfazendo suas<br />
preferências. No caso de usuários daltônicos, é importante que o site ofereça um<br />
alto contraste de cores de primeiro e segundo plano, evitando padrões de fundo<br />
confusos que interfiram na leitura, como texturas ou cores sutis, que diminuem a<br />
legibilidade dos usuários com visão parcial (Nielsen, 2000, p.302).<br />
Os portais acessíveis possuem certas vantagens em relação aos demais. E-<br />
les são indexados de forma mais rápida e precisa pelos mecanismos de busca, fazendo<br />
com que os usuários consigam encontrá-los mais facilmente (Dias, 2003,<br />
p.113). Como esses mecanismos indexam textos e não imagens, as imagens e arquivos<br />
multimídia de sites só são indexados se oferecerem equivalentes textuais
59<br />
(uma das recomendações para a acessibilidade na Web (Dias, 2003, p.114). Outro<br />
beneficio dos portais acessíveis diz respeito ao servidor Web que gerencia páginas<br />
acessíveis: ele se torna mais eficiente já que os usuários, ao encontrarem mais facilmente<br />
as informações que procuram, abrem menos páginas e aliviam a carga do<br />
servidor.<br />
Além disso, a computação móvel (Dias, 2003, p.114) é outra razão tecnológica<br />
que aumentou a preocupação dos projetistas com a acessibilidade de seus sites.<br />
Adotar as recomendações de acessibilidade no projeto de páginas faz com que o<br />
portal Web seja acessado tanto pelas tecnologias mais modernas, como sistemas<br />
de navegação em telefones celulares, televisão e automóveis, usadas por pessoas<br />
de poder aquisitivo mais alto, quanto pelas tecnologias mais antigas, atingindo, assim,<br />
maior quantidade de visitantes e clientes potenciais.<br />
1.3 O Caso do Site da Feevale – Contextualização<br />
Este item foi introduzido no trabalho para contextualizar melhor o leitor sobre<br />
o objeto de estudo. No site da Feevale, os endereços dos campi I e II estão presentes<br />
na parte inferior e repetem-se durante a navegação em todas as suas páginas<br />
internas, conforme a figura 1.
60<br />
Figura 1 – Endereços dos campi I e II da Feevale<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
Além disso, entrando em Institucional é possível acessar no menu “Campi”<br />
um mapa de acesso à instituição:
61<br />
Figura 2 – Mapa de localização geográfica da instituição<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
Outra ferramenta de localização dinâmica está disponível no menu “Localizese<br />
na Feevale”, contido na capa do site. Neste espaço, os alunos conseguem localizar<br />
a sua sala de aula, seja no Campus I ou II e conhecer um pouco sobre a infraestrutura<br />
da Associação de Desenvolvimento Tecnológico do Vale (Valetec), mantenedora<br />
do Parque Tecnológico do Vale do Sinos, localizado em Campo Bom. Além<br />
disso, é possível acessar as informações de ramais telefônicos com os contatos dos<br />
locais de serviços aos estudantes. O trabalho foi desenvolvido pelo Laboratório de<br />
Geoprocessamento do curso de Arquitetura e Urbanismo em parceria com o Centro<br />
de Sistemas de Informação (CSI).<br />
Através da busca pela Recepção do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas<br />
(ICSA), o sistema apontou com uma seta laranja a sua localização exata na planta<br />
do prédio Lilás (Campus II), conforme mostra a figura 3.
62<br />
Figura 3 – Ferramenta Localize-se na Feevale<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
No site da Feevale, o contato telefônico está presente na parte inferior e repete-se<br />
durante a navegação em todas as suas páginas internas. Além disso, navegando-se<br />
em serviços e setores da instituição, existe o espaço “Fale Conosco” que,<br />
geralmente, é o último item do menu nas páginas internas, sendo o primeiro item<br />
fixo a “Apresentação”.<br />
Na capa do site, no menu “Serviços Acadêmicos” o item de menu “Telefones”,<br />
onde aparece uma lista de contatos de setores e serviços oferecidos pela instituição.<br />
Na realidade, esse serviço não é voltado apenas aos alunos, mas como o principal<br />
público são os estudantes, foi inserido neste menu, conforme a figura 4.
63<br />
Figura 4 – Contato telefônico com os setores da Feevale<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
A Feevale disponibiliza em sua página principal o sistema “Fale com a Feevale”<br />
(disponível no menu “Entre em Contato”), através do qual o usuário pode enviar<br />
reclamações, sugestões e comentários. O atendimento é encaminhado ao setor<br />
responsável, que retorna através do e-mail ou telefone. O usuário pode escolher a<br />
forma de retorno ou, ainda, se não deseja obter resposta.
64<br />
Figura 5 – Ferramenta Fale com a Feevale<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)
65<br />
Figura 6 – Retorno do sistema Fale com a Feevale via e-mail<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
Além disso, através da “Central do Aluno”, clicando em “Dados Cadastrais” e,<br />
após, em “Atualização de E-mail” (figura 7), é possível que os alunos e professores,<br />
além de atualizarem seus e-mails, indiquem os assuntos de seu interesse para recebimento<br />
de mensagens institucionais desmarcando os itens que não desejarem<br />
receber. Dessa forma, por exemplo, o aluno do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas<br />
pode indicar que não deseja receber nenhum material sobre o Instituto de<br />
Ciências da Saúde. Os e-mails institucionais são enviados diariamente pelo setor de<br />
Comunicação e Marketing.
66<br />
Figura 7 – Central do Aluno<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
O site da Feevale ainda não possui enquete, mas essa é uma implementação<br />
que já se encontra nos planos apresentados ao Centro de Sistemas de Informação.<br />
A idéia é inseri-la na capa do site, no canto inferior direito, logo abaixo dos banners<br />
pequenos.<br />
A Feevale realiza uma série de pesquisas de opinião junto aos seus diversos<br />
públicos através do Programa de Avaliação Institucional (PROIN), desenvolvido<br />
pela Comissão de Avaliação Feevale (CAF) com o apoio técnico do Centro de Pesquisa<br />
e Planejamento (CPP). A CAF (acesso disponível em www.<strong>feevale</strong>.br/caf) promove<br />
avaliações online dos cursos de especialização em nível de pós-graduação e<br />
mestrado, Pesquisa de Transporte Universitário (junto aos alunos da graduação),<br />
Avaliação de Infra-estrutura e serviços prestados com os alunos da graduação,
67<br />
Pesquisa de Grau de Satisfação quanto ao Diário Eletrônico dos professores, Pesquisa<br />
de Grau de Satisfação quanto ao Processo de Matrículas. Também realiza,<br />
em parceria com o setor de Recursos Humanos, a Pesquisa de Clima Institucional<br />
Feevale com funcionários, estagiários e professores da Instituição. Além disso, outros<br />
setores e eventos promovem pesquisas online, como o caso da eleição do Conselho<br />
Superior da Feevale (CONSU), eleição da Comissão Interna de Prevenção de<br />
Acidentes (CIPA) e a votação online dos selecionados no Salão do Jovem Designer.<br />
Figura 8 – Avaliação para averiguar a infra-estrutura e os serviços da<br />
Feevale em 2006<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
O site da Feevale não possui chat. Essa ausência pode ser explicada pelo<br />
fato do objeto de estudo constituir-se em uma instituição de ensino superior, onde o<br />
objetivo principal é promover o aprendizado. O chat, geralmente, é um ambiente de<br />
paquera ou discussão sobre temas polêmicos. É proibido o acesso a esse tipo de<br />
material dentro da instituição, seja para funcionários ou alunos. O mesmo acontece
com o site de relacionamentos Orkut, material pornográfico e alguns vídeos e rádios<br />
online.<br />
68<br />
O site da Feevale não possui fóruns, mas é uma ferramenta interessante,<br />
pois poderia ser produzida internamente para debater temas tratados em eventos ou<br />
congressos que professores e alunos participaram. A mediação poderia ser realizada<br />
diretamente pelo próprio palestrante de determinado evento ou pelo professor.<br />
Seria um ambiente amplamente interativo e que poderia ficar arquivado para futuras<br />
consultas didáticas.<br />
O site da instituição pesquisada não possui blog, mas essa idéia foi cogitada,<br />
provavelmente iniciando-se sua introdução nos cursos de Comunicação Social.<br />
O grande problema seria o risco de que os usuários publicassem material impróprio,<br />
como palavrões ou algo contra a instituição, como manifestos indevidos e sem fundamentos,<br />
por exemplo. No blog, a liberdade é a premissa básica e, se alguém editasse<br />
previamente o material contido no mesmo o objetivo seria perdido, fugindo de<br />
sua característica básica.<br />
Realizando uma busca rápida na Web, foi possível acessar dois exemplos<br />
de blogs que citavam a Feevale através da realização de cursos. O conteúdo encontrado<br />
foi sobre o “Curso Gratuito de Português pela Internet”, disponível no blog de<br />
“Cris Zimermann and Dane Carlson” e o outro (SoftwareLivreVS) elogiava a Feevale<br />
pela organização do evento “Dia da Liberdade de Software 2006”, conforme trecho<br />
abaixo:<br />
[... Cheguei ao local do evento em torno das 10 horas da manhã para ajudar<br />
na preparação do ambiente. O Rodrigo Goulart e o Marcos já estavam por<br />
lá, organizando os últimos detalhes. A FEEVALE foi muito eficiente e já tinha<br />
preparado tudo, envolvendo a disposição e instalação dos equipamentos,<br />
rede elétrica e lógica e colocação das mesas e cadeiras. Foi feita uma divisão<br />
do espaço para criar um ambiente reservado para as palestras, com canhão<br />
de projeção e cadeiras. No restante do ambiente havia 9 computadores<br />
com acesso à Internet que foram usados para demonstrar software livre<br />
para o público, além de outro canhão de projeção e de um amplificador de<br />
áudio, que usamos para demonstrações, jogos e exibição de vídeos. Na seqüência<br />
foram chegando o Carlinhus, o Gilberto, o Andreas, e os outros voluntários<br />
do grupo...Obrigado a todos que participaram do evento e a todos<br />
que colaboraram para que nosso grupo realizasse o Dia da Liberdade de<br />
Software 2006]. (ADRIANO, autor do texto no blog)
69<br />
Os blogs podem ser um instrumento extremamente útil em nível do ensino,<br />
visto que as suas próprias características podem potenciar a interação e comunicação<br />
através da partilha de opiniões, onde todos têm a possibilidade de se exprimir<br />
livremente, partilhar idéias, opiniões e reflexões. Segundo Granado e Barbosa<br />
(2004), os weblogs podem ajudar alunos e professores a comunicar mais e melhor<br />
sem necessidade de grandes recursos tecnológicos ou financeiros.<br />
Um recente relatório publicado pela OECD (2005) conclui que os alunos que<br />
utilizam computadores são os que demonstram uma tendência para um desempenho<br />
escolar melhor comparativamente com os alunos que se sentem menos confiantes<br />
na utilização do computador.<br />
Entretanto, um estudo realizado com alunos do quatro ano do curso de ciências<br />
da comunicação da Universidade do Algarve, demonstra que os estudantes<br />
têm pouca motivação pela utilização desse instrumento como forma de estudo. Na<br />
pesquisa "Os weblogs e a sua apropriação por parte dos jovens <strong>universitário</strong>s. O<br />
caso do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Algarve", Neusa<br />
Baltazar e Joana Germano aplicaram vinte e sete questionários e, após, realizaram<br />
entrevistas de aprofundamento com os acadêmicos.<br />
O resultado apontou que os mais jovens fazem uma clara distinção entre divertimento<br />
e tempos livres e a escola, que é sempre associada à obrigatoriedade.<br />
Desta forma, nem sempre é fácil convencer os alunos a escrever e a participar num<br />
blog desenvolvido no âmbito de uma disciplina. A idéia de que o blog da disciplina<br />
pertence ao professor e não a todos e cada um dos elementos da turma também<br />
contribuiu para o resultado.<br />
No que diz respeito à utilização pessoal, 48% dos alunos inquiridos afirmou<br />
ter um blog e 48% afirma não ter. Apenas 4% dos alunos afirmou ter vários blogs.<br />
Dentre os alunos que possuem um ou mais blogs, 86% afirma possuir um blog individual<br />
e, apenas 14%, pertence a um blog coletivo. A maioria dos alunos afirma ter<br />
um blog de caráter pessoal (43%) enquanto 36% têm um blog de caráter generalista<br />
e apenas 21% possuem um blog temático. Dentro dos blogs temáticos, o estudo
encontrou 67% dos alunos com blogs relacionados com desporto e 33% com blogs<br />
relacionados com mídia.<br />
70<br />
Segundo os dados qualitativos, diversos alunos criaram um blog individual<br />
como elemento de avaliação de uma disciplina num determinado momento, mas<br />
não o mantém, limitando-se a participar em blogs de disciplinas. De acordo com os<br />
dados qualitativos, isso deve-se a um desinteresse, desmotivação e falta de hábito<br />
dos alunos.<br />
Segundo os entrevistados, o principal motivo para não participarem mais ativamente<br />
em blogs de disciplinas é a falta de motivação. Muitos alunos apontam<br />
também o fato de existir uma obrigatoriedade de participação nos mesmos como um<br />
fator de desinteresse. No entanto, a mesma falta de motivação verifica-se quando<br />
os blogs não são de participação obrigatória. Vários alunos entrevistados referem a<br />
obrigatoriedade como um dos principais fatores de desmotivação mas, ao mesmo<br />
tempo, afirmam que “A nível coletivo, se não exigir uma obrigação por parte do professor<br />
é difícil senão não existe interação”. De acordo com os entrevistados, os temas<br />
são uma forma importante de motivar os alunos para participarem. “Quando é<br />
um tema que os alunos gostam acabam por se sentir impelidos a participar e colaborar.<br />
Quando são temas relacionados com a matéria da disciplina acabam por se<br />
afastar”. Os alunos foram também questionados sobre a utilidade dos blogs no ensino,<br />
sendo que 100% afirma que esta ferramenta é útil quando aplicada ao ensino.<br />
Analisando as respostas, é contraditório que os alunos apontem a utilidade<br />
dos blogs na educação e, ao mesmo tempo, a falta de interesse pelos alunos em<br />
cumprir obrigações de ensino. Isso demonstra que eles não têm interesse em a-<br />
prender e delegam a obrigação de motivar aos professores. Entretanto, a motivação<br />
é um processo interno. Ninguém pode obrigar o outro a fazer o que não deseja.<br />
A Feevale disponibiliza na capa de seu site o serviço de newsletter, que foi<br />
lançado em janeiro de 2006 e, conforme dados do setor de Centro de Sistemas de<br />
Informação da instituição, possuía 1691 usuários cadastrados em 23 de novembro<br />
de 2006. Confira abaixo a distribuição por públicos:
71<br />
Público Externo: 655 pessoas<br />
Funcionários: 106 pessoas<br />
Professores: 20 pessoas<br />
Alunos: 910 pessoas<br />
Figura 9 – Newsletter<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
Para cadastrar-se é muito simples, basta identificar se o usuário integra a<br />
comunidade interna da Feevale ou externa e preencher o e-mail através do qual irá<br />
receber o material. Se o usuário desejar interromper o recebimento, basta acessar o<br />
mesmo link e marcar a opção “Cancelar a assinatura.
72<br />
O material enviado diariamente através da newsletter contém as notícias<br />
cadastradas durante o dia (de segunda a sexta-feira) no espaço “Notícias” contido<br />
na capa do site. O envio é automático e ocorre no final do dia, entre 22h e 24h. Atualmente,<br />
não existe a segmentação por assuntos de interesse do internauta. Todo o<br />
material cadastrado no dia é enviado na newsletter, seja ele sobre um curso, uma<br />
premiação, uma pesquisa, uma visita ou um processo seletivo.<br />
No segundo semestre de 2003, pesquisa realizada e conduzida pelo Centro<br />
de Planejamento e Pesquisa (CPP) coletou dados de quatro mil pessoas (alunos, da<br />
Feevale e de outras instituições, professores e funcionários). Esta pesquisa foi o<br />
ponto de partida para o desenvolvimento do novo site da Feevale. Com o uso de<br />
novas tecnologias, obteve-se um aumento de performance significativo frente à versão<br />
antiga do site. A página principal (capa) teve um aumento de performance em<br />
torno de 28% e as páginas internas (seções) aproximadamente 79%, para usuários<br />
que acessam o site e utilizam uma linha convencional (modem 56kbps).<br />
A redução no tempo de carregamento do site com o uso de Web Standards<br />
e Tableless, foi significativa, como se pode observar na figura 10.<br />
Capa<br />
Internas<br />
7<br />
13<br />
18<br />
33<br />
Site antigo<br />
Site novo<br />
0 10 20 30 40<br />
Figura 10 – Redução do tempo de carregamento do site da Feevale<br />
Fonte: Centro de Sistemas de Informação (CSI)<br />
A redução de carregamento do novo site relaciona-se diretamente à redução<br />
de consumo de banda (figura 11).
73<br />
Hora Dia Mês Ano<br />
Site antigo 32.22mb 773,4mb 23,41gb 8546,33gb<br />
Novo site 6.8mb 164mb 4,96gb 1812,85gb<br />
Figura 11 – Redução de consumo de banda do site da Feevale<br />
Fonte: Centro de Sistemas de Informação (CSI)<br />
Unidade de medida: 1.000 acessos<br />
A homepage atual (2007) tem conteúdo diversificado e organizado, disponibilizando<br />
acesso direto à quase totalidade do conteúdo. Em dezembro/2005 o modelo<br />
online foi substituído por um modelo estático de atualização assíncrona (5min). Isso<br />
gerou menos 25mil requisições ao servidor de banco de dados por dia.<br />
Outra melhoria que influenciou no processo de instantaneidade do site é o<br />
acesso integrado aos dados do corpo docente (por exemplo) obtidos a partir das<br />
bases de recursos humanos e alocação acadêmica. Esse acesso permitiu a inserção<br />
de uma função “Professores” dentro do gerenciador de conteúdo nos cursos da<br />
graduação que atualiza dinamicamente os docentes da instituição.<br />
O site da Feevale disponibiliza recursos multimidiáticos de fotografia (figura<br />
12), vídeo (figura 14), som, download, gráfico (figura 16), desenho (figura 13) e tabela<br />
(figura 15). Apenas charges e podcasting não são utilizados atualmente. Entretanto,<br />
o uso de recursos de vídeo e som poderiam ser ampliados na divulgação de programas<br />
produzidos pelos alunos nos Núcleos de Rádio e TV, que integram os laboratórios<br />
dos cursos de Comunicação Social (habilitação Jornalismo, Relações Públicas<br />
e Publicidade e Propaganda).
74<br />
Figura 12 – Fotografias ilustram exposição na Pinacoteca<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)
75<br />
Figura 13 – Exemplo de utilização de desenho no site (Programa QVT<br />
Feevale)<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)
76<br />
Figura 14 – Campanhas institucionais são disponibilizadas em vídeo no<br />
espaço “Canal Multimídia” do link Institucional<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)
77<br />
Figura 15 – Tabela utilizada para ilustrar a grade curricular do curso de<br />
Arteterapia<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)
78<br />
Figura 16 – Gráfico contido no site da Central de Atendimento e<br />
Serviços que ilustra a evolução dos contatos recebidos através do sistema<br />
Fale com a Feevale<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
O link RSS da Feevale é www.<strong>feevale</strong>.br/rss/. Dessa forma, o usuário, ao usar<br />
seu agregador, pode cadastrar a URL e estar diretamente recebendo as últimas novidades<br />
sobre a Feevale. Ao utilizar esse recurso, o usuário pode saber o que foi<br />
publicado no site da Feevale sem ter que acessar ele diretamente. E, se algum dos<br />
assuntos vier a interessar, clica-se no link para ler o texto na íntegra.<br />
Para ler-se esses arquivos é necessário um leitor de feed (agregador). Um<br />
dos mais conhecidos é o Klipfolio, mas também pode ser utilizado o Bloglines - Online,<br />
Feedreader ou o FeedDemon, por exemplo.
79<br />
Os itens “Apresentação” e “Fale Conosco” são, na maioria das vezes, o primeiro<br />
e último item dos menus internos, respectivamente. O primeiro serve para a-<br />
presentar o setor ou serviço e o último divulga o contato telefônico, localização e<br />
horários de atendimento. Além disso, a padronização pode ser verificada na fonte<br />
do site da Feevale (Tahoma – 8,5), barra de rolagem e padrão dos menus de navegação,<br />
o que dá uma confiança ao usuário, que se sente firme, sabendo que está<br />
navegando na mesma página.<br />
Porém, existem algumas flexibilidades, como sites que fogem do layout padrão,<br />
mas esses são apontados com um link dentro da estrutura do site da Feevale,<br />
como, por exemplo, o site “Interativa”, produzido pelos acadêmicos do Técnico em<br />
Informática da Escola de Educação Básica Feevale – Escola de Aplicação (figura<br />
17).<br />
Figura 17 – Portal Interativa<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)
Existem também os laboratórios dos cursos de graduação em Comunicação<br />
Social (figura 18) e Design de Moda e Tecnologia (figura 19).<br />
80<br />
Figura 18 – Site produzido pela Agência Experimental de Comunicação<br />
(Agecom) da Feevale, mantido por alunos e professores do curso de<br />
Comunicação Social.<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)
81<br />
Figura 19 – Site do curso de Design de Moda e Tecnologia<br />
(www.<strong>feevale</strong>.br/moda).<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
Além disso, o Centro de Sistemas de Informação da Feevale desenvolveu na<br />
metade de 2006 uma nova estrutura de apresentação de conteúdo no site, um modelo<br />
com duas colunas, ao invés de três. A partir dessa modificação, a coluna da<br />
direita foi suprimida, aumentando a área de conteúdo textual e imagens sobre o assunto<br />
visitado. A página de Relações Internacionais foi a primeira a ser modificada.<br />
Um novo layout de página foi introduzido recentemente no site da Valetec e<br />
da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), conforme a figura 20.
82<br />
Figura 20 – Link Relações Internacionais<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
O site de Matrículas (figura 21) é chamado hotsite, pois é um site com propósito<br />
específico e temporário, muito utilizado para apoiar uma campanha ou uma a-<br />
ção importante. O site das Matrículas possui um layout diferenciado e pode ser a-<br />
cessado através do banner contigo na capa do site no período de matrículas e rematrículas,<br />
além do atalho www.<strong>feevale</strong>.br/matricula. Ele é mantido pelo Centro de<br />
Sistemas de Informação, pois o gerenciador de conteúdo não contempla a inserção/manutenção<br />
de material neste tipo de layout.
83<br />
Figura 21– Hotsite Matrículas<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
Outro hotsite é a página do Vestibular (figura 22), que é atualizada a cada<br />
semestre, no período do processo seletivo (verão e inverno). A página é desenvolvida<br />
pela agência de publicidade RBA, contratada pela instituição.
84<br />
Figura 22 – Hotsite Vestibular de Verão 2007<br />
Fonte: Site da Feevale (www.<strong>feevale</strong>.br)<br />
Pessoas com necessidades visuais podem ter acesso completo ao site da<br />
Feevale, através de um sistema que faz a leitura de tela. Para isso, é preciso que o<br />
internauta possua um software para deficientes visuais (vocalizador) que lê as informações<br />
- notícias e avisos, inclusive - que estão na página, na medida em que<br />
navega pelos menus. Todo o html contido na programação do site foi organizado e<br />
estruturado especialmente para que o software vocalizador consiga ler o código. Os<br />
tons de cinza utilizados no site também facilitam a leitura e a interpretação do conteúdo<br />
por pessoas daltônicas.<br />
Além de rápido e acessível, o site foi desenvolvido utilizando os métodos<br />
mais atuais que existem, fazendo com que ele possa ser visualizado em todos os<br />
navegadores existentes e em outros dispositivos móveis como celulares, palm tops
85<br />
e similares que oferecem acesso à Internet. Isso gera comodidade aos usuários,<br />
que podem acessar o site da Feevale de qualquer lugar, digitando o endereço<br />
www.<strong>feevale</strong>.br.<br />
O site também possui certificação internacional, ou seja, obteve a aprovação<br />
de órgãos internacionais que regulamentam as normas de programação para a Internet,<br />
como a W3C (World Wide Web Consortium), por exemplo. O portal foi estruturado<br />
no padrão XHTML 1.0, que equivale ao formato iso-8859-1.
2 MÉTODO<br />
2.1 Construção do Questionário<br />
A pesquisa foi fundamentalmente baseada na estrutura de características do<br />
jornalismo online (MEIRA, 2000): interatividade, instantaneidade, perenidade, hipertextualidade,<br />
multimediação e personalização de conteúdos. A partir dessas premissas<br />
é possível analisar grande parte de qualquer site, mesmo não contendo um conteúdo<br />
meramente jornalístico, como no caso, o site de uma instituição de ensino superior.<br />
Entretanto, foram acrescentados dois outros atributos para ampliar o foco de<br />
análise do site da Feevale: a sua usabilidade e acessibilidade, ou seja, a facilidade<br />
de uso e de acesso a todos os públicos, respectivamente. A usabilidade envolve<br />
também o Web Design - conceito apresentado por Jakob Nielsen e a Arquitetura da<br />
informação (Holzschlag, 2005). Já o conceito de acessibilidade é abordado principalmente<br />
sob o enfoque de dois autores (Holzschlag, 2005) e (DIAS, 2003).<br />
A pesquisa com o público interno da instituição ocorre mediante levantamento<br />
ou survey, pois foram interrogadas pessoas com o objetivo de conhecer seus<br />
comportamentos e visões em relação ao objeto estudado. O questionário aos usuários<br />
foi encaminhado via correio eletrônico. A amostra ocorre através de julgamento<br />
e é não-probabilística por conveniência, pois a pesquisadora definiu uma amostra<br />
com base em sua perspectiva de público ideal a ser entrevistado.
87<br />
A entrevista é padronizada ou estruturada, havendo um questionário préestabelecido<br />
com 44 questões. As sete primeiras questões estão relacionadas ao<br />
perfil dos entrevistados. As questões numeradas entre 8 e 42 foram estruturadas a<br />
partir das características do jornalismo online e a usabilidade, realizando a medição<br />
por meio de uma escala com cinco opções:<br />
"+2" se você CONCORDA TOTALMENTE com a afirmação;<br />
"+1" se você CONCORDA PARCIALMENTE com a afirmação;<br />
"0" se você NÃO CONCORDA NEM DISCORDA da afirmação;<br />
"-1" se você DISCORDA PARCIALMENTE da afirmação; e<br />
"-2" se você DISCORDA TOTALMENTE da afirmação.<br />
As questões 43 e 44 são descritivas, com abertura para que os entrevistados<br />
explicassem o que gostam e o que não gostam no site da Feevale. A análise da a-<br />
plicação do questionário é realizada através do método estatístico, com a contagem<br />
e posterior análise e comparação das respostas.<br />
A fim de evitar direcionamento nas respostas, as questões foram previamente<br />
misturadas, ao invés de serem separadas de acordo com a literatura. Confira abaixo<br />
as questões que ficaram relacionadas com cada tópico:<br />
Interatividade:<br />
8. Consigo entrar em contato com os coordenadores e professores por meio<br />
do site da Feevale.<br />
11.Acho que as pesquisas de opinião oferecidas pelo site são muito úteis.<br />
15.Acho necessária a disponibilização de blog no site<br />
17.Acho fundamental que o site contenha fóruns de discussão sobre temas /<br />
eventos<br />
19.Consigo entrar em contato com os setores e serviços que desejo por meio<br />
do site da Feevale.<br />
27.Considero importante a inserção de enquetes no site.<br />
34.Consigo entrar em contato com a instituição por meio do sistema Fale com<br />
a Feevale.
88<br />
40.Acho necessária a disponibilização de chat no site<br />
Usabilidade:<br />
9. Encontro facilmente o conteúdo que desejo no site da Feevale<br />
14.O contraste de cores no site está satisfatório<br />
31.Estou satisfeito com a padronização no design do site<br />
41.Considero importante o acesso que o site oferece a pessoas com necessidades<br />
visuais, através de um sistema que faz a leitura de tela<br />
Perenidade:<br />
10.No site, consigo encontrar facilmente os conteúdos mais antigos.<br />
12.A partir da ferramenta busca, sempre consigo achar o que necessito<br />
24.Utilizo a navegação por calendário, disponível dentro de Notícias e Agenda<br />
Instantaneidade:<br />
16.Excluindo as notícias, o restante do conteúdo do site é atualizado freqüentemente<br />
18.Recebo prontamente respostas por meio do sistema Fale com a Feevale.<br />
20.O Acesso rápido (atalho) é uma ferramenta muito prática no site.<br />
22.Acho necessário um Mapa do Site que apresentasse a estrutura de todo o<br />
conteúdo do site<br />
sites.<br />
29.A velocidade de acesso ao site da Feevale é rápida em relação a outros<br />
37.As notícias são atuais<br />
Multimediação:<br />
13.Acho necessário o emprego mais intensivo de recursos de áudio (em notícias,<br />
Núcleo de Rádio, <strong>GED</strong>, Coral, Biblioteca...)
21.Acho essencial a disponibilização de mais tabelas (em Notícias, Central do<br />
Aluno...)<br />
25.Acho necessária a utilização de galeria de fotos (em matérias, site de formaturas,<br />
página do curso, Pinacoteca...)<br />
28.Acho necessária a disponibilização de mais opções de arquivos para<br />
download (no <strong>GED</strong>, página do curso, Biblioteca, Central do Aluno, Editora...)<br />
30.Acho que ficaria bem mais agradável a navegação no site se houvessem<br />
mais charges/ desenhos (em Notícias, capa do site, Jornal da Feevale online...)<br />
32.Acharia bastante proveitosa a utilização de mais links interligando sites<br />
(em Assuntos Relacionados, outros sites, cursos, em Notícias...)<br />
35.Acho oportuna a publicação de mais gráficos (em matérias, Comissão de<br />
Avaliação Feevale - CAF para ilustrar resultados das pesquisas institucionais, <strong>GED</strong><br />
<strong>Apostilas</strong>...)<br />
38.Acho necessária a publicação de mais vídeos (em notícias, TV Feevale,<br />
eventos, <strong>GED</strong>, Biblioteca...)<br />
89<br />
Personalização de conteúdos:<br />
23.Acho importante poder marcar os assuntos que desejo receber pelos e-<br />
mails da Feevale na Central do Aluno<br />
26.Gostaria que outros temas fossem abordados nas matérias (citar abaixo<br />
em sugestões)<br />
33.Acharia muito útil se eu pudesse selecionar os assuntos que desejo receber<br />
pela newsletter da Feevale<br />
36.Acho necessária a separação das Notícias por assuntos (Esportes, Eventos,<br />
Saúde, Escola de Aplicação, Tecnologia...)<br />
39.Acho que as Notícias poderiam ter textos mais extensos<br />
42.Personalizo a página principal cadastrando os meus links preferidos (ferramenta<br />
Links Personalizados)<br />
2.2 Coleta de Dados<br />
No dia 8 de dezembro de 2006, o Instituto de Ciências Sociais Aplicadas encaminhou<br />
um e-mail viral composto por 44 questões aos alunos de graduação e<br />
pós-graduação da Feevale, além de professores, funcionários e estagiários. O ques-
90<br />
tionário pode ser verificado na íntegra no Anexo 1. A Feevale possui 18 mil alunos<br />
em todos os níveis de ensino, uma grande base de dados para efetuar a minha coleta.<br />
Entretanto, na época em que o questionário foi aplicado os acadêmicos estavam<br />
entrando em período de férias e o retorno satisfatório para a realização da análise<br />
foi uma preocupação da autora do trabalho.<br />
2.3 Validação<br />
Para fins de análise, foram rejeitados os questionários incompletos. Alguns<br />
estavam preenchidos pela metade e foram descartados. Muitos entrevistados não<br />
responderam às duas últimas questões, que eram descritivas. Mas, como o resto<br />
fora preenchido, elas foram validadas.<br />
A questão 7 ficou incompleta, pois apenas contemplou o acesso ao site da<br />
Feevale a partir da conexão realizada na residência do entrevistado, mas muitos<br />
não possuem Internet em suas casas e acessam o portal de seu trabalho ou dentro<br />
da própria instituição. Ela apenas não foi descartada porque mais da metade da<br />
amostra respondeu que tinha um dos dois tipos de acesso (discado ou banda larga)<br />
em sua residência.<br />
2.4 Procedimentos de Análise<br />
2.4.1 Análise Fatorial<br />
De acordo com Malhotra (2006), a análise fatorial visa explicar a correlação<br />
ou covariância, entre um conjunto de variáveis, em termos de um número limitado<br />
de variáveis não-observáveis. Essas variáveis não-observáveis ou fatores são<br />
calculados pela combinação linear das variáveis originais. Freqüentemente um<br />
pequeno número de fatores pode ser usado, em lugar das variáveis originais, nas<br />
análises de regressões, análises de agrupamentos etc.
Os fatores são extraídos na ordem do mais explicativo para o menos<br />
explicativo. Teoricamente, o número de fatores é sempre igual ao número de<br />
variáveis. Entretanto, alguns poucos fatores são responsáveis por grande parte<br />
da explicação total. Esse procedimento pode ser utilizado na redução de dados<br />
para identificar um pequeno número de fatores que explique muita das<br />
variações observadas em um número muito maior de variáveis. (MALHOTRA,<br />
2006)<br />
91<br />
Mais precisamente, um fator é um construto, uma entidade hipotética, uma<br />
variável não observada, que se supõe estar subjacente a testes, escalas, itens e, de<br />
fato, medidas de qualquer espécie. Como construtos, os fatores apenas possuem<br />
realidade no fato de explicarem a variância de variáveis observadas, tal como se<br />
revelam pelas correlações entre as variáveis sendo analisadas, ou seja, a única<br />
realidade científica que os fatores possuem vem das correlações entre testes ou<br />
variáveis sendo pesquisadas. Se os resultados de indivíduos em itens ou testes<br />
caminham juntos, então, na medida em que existam correlações substanciais entre<br />
eles, está definido um fator. As cargas fatoriais obtidas são, com efeito, reduções de<br />
dados muito mais complexos a tamanho manuseável para que o pesquisador possa<br />
interpretar melhor os resultados. (Wikipedia, 2006).<br />
Neste trabalho, a análise fatorial auxiliou para confrontar dados da literatura<br />
sobre o jornalismo online com os resultados apontados a partir do retorno dos<br />
questionários aplicados.<br />
2.4.2 Teste T<br />
É uma técnica estatística de análise bivariada que permite verificar a relação<br />
entre duas variáveis: uma categórica e a outra numérica. Nesta pesquisa, o Teste T<br />
serviu para analisar amostras categóricas independentes (aluno, professor e funcionário).<br />
No caso, a variável numérica é o número que identifica a opção que o entrevistado<br />
marcou no questionário, que poderia ser de 1 a 5, sendo que 1 equivale a<br />
"+2" - CONCORDA TOTALMENTE com a afirmação; 2 equivale a "+1" - CONCOR-<br />
DA PARCIALMENTE com a afirmação; 3 a "0" - NÃO CONCORDA NEM DISCOR-<br />
DA da afirmação; 4 a "-1" - DISCORDA PARCIALMENTE da afirmação; e 5 equivale<br />
a "-2" - DISCORDA TOTALMENTE da afirmação.
92<br />
2.4.3 Correlação de Pearson<br />
O coeficiente de correlação de Pearson (r) é uma técnica estatística de<br />
análise multivariada utilizada para verificar a relação entre duas variáveis<br />
quantitativas. A medida permite mensurar qual o grau de relacionamento linear entre<br />
duas variáveis e qual o sentido deste relacionamento, seja ele direto ou inverso.<br />
Esta medida é extremamente útil para eliminar a subjetividade que surge no<br />
momento da análise entre duas variáveis graficamente, pois a partir do coeficiente<br />
de correlação é possível quantificar o grau de relacionamento entre as variáveis.<br />
Quanto mais próximo de zero, mais fraca é a relação linear entre as duas<br />
variáveis. Se um coeficiente é positivo e distante de zero, isso indica que as duas<br />
variáveis se relacionam diretamente. Já um coeficiente negativo indica que no<br />
aumento de uma há a diminuição da outra variável. No caso do trabalho em<br />
questão, foi comparada a possível correlação entre a idade e o percentual do curso<br />
concluído dos alunos entrevistados.<br />
2.4.4 Correlação de Spearman<br />
O coeficiente de correlação de Spearman é uma medida que permite<br />
mensurar o grau de relacionamento linear entre duas variáveis não quantitativas e<br />
verificar qual o sentido desse relacionamento, seja ele direto ou inverso. Esse tipo<br />
de correlação foi utilizada no trabalho para verificar a possível relação entre o<br />
percentual do curso concluído e os fatores analisados.<br />
2.4.5 Anova<br />
A Anova ou Análise de Variância é semelhante ao Teste T, porém, serve para<br />
comparar uma variável categórica com mais de dois valores, ou seja, é possível<br />
comparar se três ou mais médias populacionais diferem significativamente. A lógica<br />
da Anova está na decomposição da variância total da variável resposta em duas
93<br />
partes: uma relacionada aos grupos (entre grupos) e outra relacionada ao erro experimental<br />
(dentro dos grupos).<br />
Nesta pesquisa foram comparadas as possíveis diferenças entre o que pensam<br />
os alunos da graduação pertencentes aos quatro institutos acadêmicos da Feevale:<br />
Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas – ICET, Instituto de Ciências Humanas,<br />
Letras e Artes – ICHLA, Instituto de Ciências da Saúde – ICS e Instituto de<br />
Ciências Sociais Aplicadas – ICSA, além da amostra de alunos que estão cursando<br />
pós-graduação na instituição.<br />
As técnicas estatísticas utilizadas foram executadas por meio do software<br />
SPSS versão 13.
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
3.1 Caracterização da Amostra<br />
O retorno de e-mails respondidos foi de 299 pessoas, sendo 255 alunos, 31<br />
professores e 51 funcionários. A soma acima superou o número de retorno porque<br />
algumas pessoas pertencem a mais de uma categoria (alunos atuam como funcionários,<br />
por exemplo).<br />
Entre os alunos, 64 concluíram menos de 25% do curso, 65 entre 25 e 50%,<br />
55 cursaram entre 50 e 75% do curso e 71 estão finalizando o curso, com mais de<br />
75% já concluído. A maioria dos alunos que responderam ao questionário (116) integra<br />
um curso vinculado ao Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA). Cinqüenta<br />
e uma pessoas freqüentam cursos pertencentes ao Instituto de Ciências E-<br />
xatas e Tecnológicas (ICET) e 50 cursam na área da saúde (Instituto de Ciências da<br />
Saúde – ICS). Quarenta e cinco usuários não marcaram seu curso (provavelmente a<br />
maioria são professores e funcionários). O restante dos alunos (19) pertence ao Instituto<br />
de Ciências Humanas, Letras e Artes (ICHLA) e 18 estão cursando pósgraduação.<br />
O curso com maior participação de alunos nas respostas dos questionários<br />
foi Administração de Empresas (36 alunos) e, em segundo lugar, Direito (22 a-<br />
lunos). Em terceiro lugar ficou o curso de Ciências Contábeis, que contou com a<br />
participação de 19 acadêmicos e, em quarto, os estudantes dos cursos de pósgraduação<br />
(18).
95<br />
Quanto à freqüência de acesso, 191 pessoas acessam o site diariamente, 98<br />
semanalmente e 10 mensalmente. Nenhuma pessoa acessa o site apenas semestralmente.<br />
A respeito dos serviços mais acessados, 80 pessoas costumam acessar<br />
as notícias e 216 não têm esse costume. A Central do Aluno é o produto mais procurado,<br />
sendo acessado por 230 pessoas, sendo que 69 não o utilizam. O serviço<br />
<strong>GED</strong> é usado por 167 pessoas, sendo que 132 não utilizam usualmente. O material<br />
sobre os cursos contido no site é acessado por apenas 62 entrevistados, sendo que<br />
237 não costumam acessar. O Webmail é utilizado por 118 pessoas, sendo que 181<br />
não o utilizam regularmente. A Biblioteca é acessada por 159 pessoas, sendo que<br />
140 não utilizam este serviço.<br />
A conexão mais utilizada é a banda larga, com 181 usuários e a Internet discada<br />
é utilizada por 81 pessoas. Neste quesito, 32 pessoas não responderam ou<br />
tiveram sua resposta anulada por não contemplar a conexão em outros locais fora<br />
da residência dos entrevistados, como no seu trabalho ou na própria instituição, por<br />
exemplo.<br />
3.2 Análise Fatorial<br />
O quadro a seguir apresenta os fatores subdivididos nas colunas e as questões<br />
entre 10 e 42 são relacionadas à esquerda da tabela, em cada linha, conforme<br />
abaixo:
96<br />
Rotated Component Matrix(a)<br />
Busca de<br />
conteúdo Multimídia Acesso<br />
Cont<br />
altern Interativ Organiz Person Design<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />
Q10 0,744<br />
Q09 0,742<br />
Q12 0,676<br />
Q20 0,541<br />
Q37 0,384 0,340 (0,313)<br />
Q15 0,721<br />
Q38 0,707<br />
Q13 0,663<br />
Q40 0,560 0,397 0,333<br />
Q30 0,513 (0,456)<br />
Q34 0,788<br />
Q18 0,780<br />
Q19 0,727<br />
Q08 0,644<br />
Q41 0,669<br />
Q26 0,608 0,336<br />
Q32 0,502 0,323<br />
Q36 0,411 0,316 0,357<br />
Q25 0,313 0,703<br />
Q24 0,627<br />
Q17 0,363 0,358 0,459<br />
Q27 0,403 0,413<br />
Q21 0,723<br />
Q39 0,635<br />
Q22 0,411 0,359 (0,397)<br />
Q35 0,721<br />
Q23 0,456 0,568<br />
Q33 0,495 0,322<br />
Q31 0,317 0,772<br />
Q14 0,395 0,622<br />
Q28 0,655<br />
Q29 0,496 0,553<br />
Q16 0,775<br />
Q11 0,627<br />
Q42 0,683<br />
Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.<br />
a Rotation converged in 20 iterations.<br />
Como pode ser observado na tabela de análise fatorial acima, alguns construtos<br />
não se encaixaram com a literatura apresentada ao longo do trabalho. As cinco<br />
características do jornalismo online mais a usabilidade, que foi acrescentada, foram<br />
subdivididas em onze fatores.<br />
O primeiro fator agrupou itens relacionados com a busca por conteúdo, reunindo<br />
questões que abordavam o conceito de perenidade, usabilidade (arquitetura<br />
da informação) e instantaneidade. Para os usuários entrevistados, estas questões<br />
provavelmente foram correlacionadas pelo fato de que o conceito de perenidade<br />
(facilidade em encontrar conteúdos antigos) resumiu-se em uma coisa mais importante<br />
e prática para eles: o fato de encontrar informações contidas no site da Feevale.
97<br />
O segundo fator relacionou ferramentas multimidiáticas novas e interativas<br />
para serem utilizadas no site. Ele agrupou itens relacionados aos conceitos de interatividade<br />
e multimediação. A causa da junção provavelmente se deve às ferramentas<br />
interativas, como blog e chat, por exemplo, consistirem em novas mídias e novos<br />
canais de comunicação originários do advento da Internet.<br />
O terceiro fator reuniu os conceitos de interatividade e instantaneidade (questão<br />
18). O construto pode ser resumido como “formas de contatar a instituição”, seja<br />
seus setores, serviços ou professores. Os conceitos acima podem ter ficado reunidos<br />
pelo fato de que para uma interatividade ser efetiva, ela deva ser o mais instantânea<br />
possível, ou seja, o ideal seria que as respostas recebidas por meio do sistema<br />
Fale com a Feevale (questão 18) fossem dinâmicas.<br />
O quarto fator relacionou questões sobre o uso de conteúdos alternativos para<br />
o site, agrupando conceitos de usabilidade, personalização de conteúdos e multimediação.<br />
Na realidade, a questão 32, relacionada à utilização de mais links não<br />
consiste em uma ferramenta multimidiática, mas em um recurso para ser mais explorado<br />
e adicionado ao conteúdo pré-existente. Essa deve ser a possível ligação<br />
estabelecida entre as questões 26 (personalização de conteúdos) e 32 (multimediação).<br />
Já a questão 41 comenta o acesso que o site oferece às pessoas com necessidades<br />
especiais. Essa questão deve ter confundido os usuários, pois a maioria<br />
deles não sabia que o site possuía este recurso, imaginando que ele tivesse que ser<br />
implementado em forma de um novo conteúdo para o site. Essa dúvida pode ser<br />
constatada a partir da leitura e análise dos comentários positivos sobre o site, que<br />
elogiam o fato dele possuir o acesso, mas indicam que esse tipo de ação deveria<br />
ser mais divulgada pela Instituição a fim de ajudar ainda mais os deficientes.<br />
Analisando o quinto fator, as questões reúnem conceitos de multimediação,<br />
perenidade e interatividade. As questões têm em comum o tema abordado: a interatividade.<br />
As questões 17 e 27 já estavam encaixadas com o conceito de interatividade<br />
pela literatura. A questão 24 e 25, sobre a utilização de navegação por calendário<br />
e de galeria de fotos, respectivamente, não deixam de relacionar-se com a interatividade<br />
pelo fato de auxiliarem no momento da consulta dos usuários e, apesar do<br />
contato ser unilateral, existe uma interconexão do usuário com a máquina, resultan-
98<br />
do em uma interatividade assimétrica (Braga, 2000), semelhante à oferecida pelos<br />
livros, por exemplo.<br />
O sexto fator reuniu duas questões sobre multimediação (36 e 39), que estão<br />
relacionadas ao conteúdo de Notícias do site. Também foram agrupadas as questões<br />
21 (multimediação), que aborda a disponibilização de mais tabelas no site e a<br />
22 (instantaneidade), que trata da inserção de um mapa do site. Os usuários provavelmente<br />
reuniram essas questões pelo fato delas estarem relacionadas à organização<br />
do conteúdo no site.<br />
Como o objetivo da análise fatorial é examinar todo o conjunto de relações interdependentes<br />
entre as variáveis a fim de obter a redução e o resumo dos dados a<br />
um nível gerenciável, a questão 37, que não ficou relacionada com nenhum fator<br />
com uma alta carga fatorial (média verificada em torno de 0,3), nem reunida com<br />
nenhum fator apontado por meio de uma conexão lógica, ela será descartada para<br />
fins desta análise. O mesmo ocorre com a questão 35, sobre a publicação de mais<br />
gráficos que, embora tenha tido uma alta carga fatorial (0,7) no sétimo fator, não<br />
encaixa-se com a característica de personalização de conteúdos, que coincidiu com<br />
a literatura nas questões 23 e 33, ficando agrupadas no sétimo fator.<br />
O oitavo fator também coincidiu com a literatura, reunindo as questões 31 e<br />
14, previamente relacionadas ao Web design, uma subdivisão do conceito de usabilidade.<br />
Já os fatores 9, 10 e 11 foram descartados pelo fato de possuírem uma baixa<br />
carga fatorial e sem argumentos de sustentação para a sua correlação na literatura.<br />
Dessa forma, os fatores foram subdivididos em oito categorias, subdivididos<br />
da seguinte forma:<br />
Fator 1 - Busca por conteúdo<br />
10. No site, consigo encontrar facilmente os conteúdos mais antigos.<br />
9. Encontro facilmente o conteúdo que desejo no site da Feevale<br />
12. A partir da ferramenta busca, sempre consigo achar o que necessito<br />
20. O Acesso rápido (atalho) é uma ferramenta muito prática no site.
99<br />
Fator 2 - Multimediação<br />
15. Acho necessária a disponibilização de blog no site<br />
38. Acho necessária a publicação de mais vídeos (em notícias, TV Feevale,<br />
eventos, <strong>GED</strong>, Biblioteca...)<br />
13. Acho necessário o emprego mais intensivo de recursos de áudio (em notícias,<br />
Núcleo de Rádio, <strong>GED</strong>, Coral, Biblioteca...)<br />
40. Acho necessária a disponibilização de chat no site<br />
30. Acho que ficaria bem mais agradável a navegação no site se houvessem<br />
mais charges/ desenhos (em Notícias, capa do site, Jornal da Feevale online...)<br />
Fator 3 - Contato com a Feevale<br />
34. Consigo entrar em contato com a instituição por meio do sistema Fale<br />
com a Feevale.<br />
18. Recebo prontamente respostas por meio do sistema Fale com a Feevale.<br />
19. Consigo entrar em contato com os setores e serviços que desejo por<br />
meio do site da Feevale.<br />
8. Consigo entrar em contato com os coordenadores e professores por meio<br />
do site da Feevale.<br />
Fator 4 – Conteúdos alternativos<br />
41. Considero importante o acesso que o site oferece a pessoas com necessidades<br />
visuais, através de um sistema que faz a leitura de tela<br />
26. Gostaria que outros temas fossem abordados nas matérias (citar em sugestões)<br />
32. Acharia bastante proveitosa a utilização de mais links interligando sites<br />
(em Assuntos Relacionados, outros sites, cursos, em Notícias...)<br />
Fator 5 – Interatividade
25. Acho necessária a utilização de galeria de fotos (em matérias, site de<br />
formaturas, página do curso, Pinacoteca...)<br />
24. Utilizo a navegação por calendário, disponível dentro de Notícias e A-<br />
genda<br />
17. Acho fundamental que o site contenha fóruns de discussão sobre temas<br />
/ eventos<br />
27. Considero importante a inserção de enquetes no site.<br />
100<br />
Fator 6 - Organização do conteúdo<br />
21. Acho essencial a disponibilização de mais tabelas (em Notícias, Central<br />
do Aluno...)<br />
39. Acho que as Notícias poderiam ter textos mais extensos<br />
22. Acho necessário um Mapa do Site que apresentasse a estrutura de todo<br />
o conteúdo do site<br />
36. Acho necessária a separação das Notícias por assuntos (Esportes, E-<br />
ventos, Saúde, Escola de Aplicação, Tecnologia...)<br />
Fator 7 - Personalização de conteúdos<br />
23. Acho importante poder marcar os assuntos que desejo receber pelos e-<br />
mails da Feevale na Central do Aluno<br />
33. Acharia muito útil se eu pudesse selecionar os assuntos que desejo receber<br />
pela newsletter da Feevale<br />
Fator 8 – Web Design<br />
31. Estou satisfeito com a padronização no design do site<br />
14. O contraste de cores no site está satisfatório<br />
3.3 Análise do Site por Perfil<br />
Para a análise dos fatores de forma conjunta, foi criada uma variável para cada<br />
fator, correspondendo à média das respostas das questões que integram o fator.
101<br />
Por exemplo, foi criada a variável “Busca”, cujo conteúdo corresponde à média das<br />
questões 10, 9, 12 e 20.<br />
Para analisar as médias, é preciso lembrar que a variável numérica é o número<br />
que identifica a opção que o entrevistado marcou no questionário, que poderia ser<br />
de 1 a 5, sendo que 1 equivale a "+2" - CONCORDA TOTALMENTE com a afirmação;<br />
2 equivale a "+1" - CONCORDA PARCIALMENTE com a afirmação; 3 a "0" -<br />
NÃO CONCORDA NEM DISCORDA da afirmação; 4 a "-1" - DISCORDA PARCI-<br />
ALMENTE da afirmação; e 5 equivale a "-2" - DISCORDA TOTALMENTE da afirmação.<br />
Tabela 1 – Comparação das Médias Gerais entre Fatores<br />
Fator Busca Multimediação Contato Cont. Alt Interativ. Organ. Person. Cont Webd.<br />
Mean 2,38 2,51 2,31 2,06 2,2 2,26 1,63 1,91<br />
Fonte: SPSS<br />
A média geral das respostas, está mais próxima de 2, ou seja, os entrevistados<br />
estão parcialmente satisfeitos com o site. Os fatores mais elogiados foram os<br />
relacionados à Personalização de Conteúdos (1,63) e ao Web design (1,91). A multimediação<br />
foi um dos recursos com menor aprovação por parte dos entrevistados,<br />
provavelmente pelo fato dos recursos tornarem o site mais pesado e, conseqüentemente,<br />
a conexão mais lenta.<br />
Teste T - Amostras independentes (alunos, professores e funcionários)<br />
Tabela 2 - Q 1.1 - Alunos<br />
Fator Freqüência Média<br />
Busca por Conteúdo 254 2,43<br />
Contato com a Feevale 254 2,35<br />
Personalização de Conteúdos 253 1,58<br />
Fonte: SPSS<br />
Tabela 3 - Q 1.2 - Professores<br />
Fator Freqüência Média<br />
Busca por Conteúdo 31 2<br />
Personalização de Conteúdos 31 1,98<br />
Webdesign 31 1,6<br />
Fonte: SPSS
102<br />
Tabela 4 - Q 1.3 - Funcionários<br />
Fator Freqüência Média<br />
Multimediação 51 2,19<br />
Fonte: SPSS<br />
A categoria Busca apresentou média de 2,43% entre o grupo de alunos e o<br />
de não-alunos. Os alunos apresentaram média de 2,43 e os não alunos de 2,10, o<br />
que indica uma discordância maior por parte dos alunos nas questões referentes à<br />
busca. Isso, provavelmente, deve-se ao fato de que os funcionários estão mais a-<br />
costumados com o site e conseguem encontrar mais facilmente o conteúdo existente<br />
no mesmo.<br />
A categoria Contato com a Feevale apresentou diferença de 0,28, com nível<br />
de significância de 0,05, entre o grupo de alunos e o de não alunos. Os alunos a-<br />
presentaram média de 2,35 e os não alunos de 2,08, o que indica uma discordância<br />
maior por parte dos alunos nas questões referentes ao contato com a instituição.<br />
Isso provavelmente deve-se ao fato dos alunos apresentarem mais dúvidas, pois<br />
são eles que contratam a instituição para estudar, chegam de fora sem conhecer a<br />
Feevale com profundidade. Muitas dúvidas surgem (Onde é minha sala? Como contato<br />
o professor? Preciso saber minhas notas. Para que serve o <strong>GED</strong>?...) e o tempo<br />
de resposta pode não ser imediato, como o esperado por esses jovens. Para entrar<br />
em contato com os coordenadores de curso, por exemplo, os alunos devem entrar<br />
em seu curso e clicar na opção “Fale Conosco” contida no menu ou em “Telefones”,<br />
na capa do site. De repente essa busca pelo contato não seja muito intuitiva para os<br />
novos alunos.<br />
A categoria Personalização de Conteúdos também apresentou diferença significativa<br />
(em nível de 0,31) entre o grupo de alunos e o de não alunos. Os alunos<br />
apresentaram média de 1,58 e os não alunos de 1,89, o que indica uma discordância<br />
maior por parte dos não alunos nas questões referentes à Personalização de<br />
Conteúdos. Isso provavelmente deve-se ao fato dos alunos terem interesse em receber<br />
diversas informações sobre a instituição, seja através da newsletter ou por e-<br />
mail. Os funcionários e professores, pelo fato de integrarem a instituição, possuem<br />
um conhecimento maior sobre os cursos que estão sendo oferecidos, os convênios<br />
firmados, as oportunidades de financiamento, informação essa que não diz respeito
103<br />
aos professores, por exemplo, pelo simples fato deles já terem terminado a graduação<br />
e, muitos, inclusive a pós-graduação.<br />
Analisando as respostas dos professores, a categoria Busca apresentou diferença<br />
significativa (em nível de 0,42). Os professores apresentaram média de 2,00 e<br />
os não professores de 2,42, o que indica uma discordância maior por parte dos não<br />
professores nas questões referentes à Busca, confirmando a proposta anteriormente<br />
colocada de que os alunos possuem maior dificuldade na busca porque possuem<br />
mais dúvidas quanto aos serviços oferecidos pela instituição.<br />
A categoria Personalização de Conteúdos, apresentou diferença significativa<br />
(em nível de 0,39) de média entre o grupo de professores e o de não professores.<br />
Nesse quesito, os professores apresentaram média de 1,98 e os não professores de<br />
1,59, o que indica uma discordância maior por parte dos professores nas questões<br />
referentes à Personalização de Conteúdos, o que reforça a proposta apresentada<br />
anteriormente.<br />
Já na categoria Web design, os professores tiveram uma maior aceitação ao<br />
design oferecido no site da Feevale (média de 1,60), sendo que os não professores<br />
tiveram uma média de 1,95. Como as cores contidas no site são sóbrias, provavelmente<br />
agradam pessoas com uma faixa etária um pouco mais avançada. Já os alunos<br />
e jovens funcionários preferem sites mais coloridos e “despojados”.<br />
Na categoria Multimediação, a diferença mais significativa na tabela de Teste<br />
T – Funcionários foi de 0,38 de média entre o grupo de funcionários e não funcionários.<br />
A aceitação pelos recursos multimidiáticos foi de 2,19 por parte dos funcionários<br />
da instituição e 2,57 do grupo de não funcionários. Isso provavelmente deve-se<br />
ao fato da maioria dos funcionários passar o dia dentro da instituição e desejar utilizar<br />
esse tipo de recursos (blogs, vídeos, chats, recursos em áudio...) no período do<br />
intervalo. Muitos sites que possuem esses recursos estão bloqueados e não podem<br />
ser acessados dentro da instituição. Essa medida foi estabelecida a partir de uma<br />
norma que visa evitar que os alunos e funcionários se desconcentrem de suas atividades,<br />
sejam elas laborais ou ligadas ao ensino.
104<br />
Correlação de Pearson<br />
Analisando a tabela abaixo realizada a partir da Correlação de Pearson, foi<br />
possível verificar que quanto maior a idade, menor a escala, ou seja, mais concorda<br />
com as respostas relacionadas à Busca (-0,13) e aos Conteúdos Alternativos (-<br />
0,14). Isso provavelmente deve-se ao fato de quanto maior a idade e a experiência<br />
da pessoa, maior a sua familiaridade com os sistemas de busca e maior a sua necessidade<br />
por conteúdos alternativos no site, a sede de saber é grande, pois já conhecem<br />
o site e gostariam de mais novidades a cada momento.<br />
Tabela 5 - Q4 - Idade<br />
Fator:<br />
Coeficiente de Correlação<br />
Busca por Conteúdo -0,13<br />
Conteúdos Alternativos -0,14<br />
Fonte: SPSS<br />
Correlação de Spearman – Freqüência de acesso<br />
Quanto mais freqüente o acesso, mais as pessoas concordam com as respostas<br />
relacionadas à Busca por Conteúdos (0,21), Multimediação (0,14) e Contato<br />
com a Feevale (0,15). Isso comprova que quanto mais os usuários acessam o site,<br />
mais facilmente eles conseguem encontrar o conteúdo e entrar em contato com a<br />
instituição pelo fato de estarem mais familiarizados com o site. A necessidade de<br />
novas mídias possui relação provavelmente pelo fato dos usuários freqüentes desejarem<br />
novas atrações no site a fim de permanecerem ainda mais tempo conectados<br />
ao mesmo. O grupo está satisfeito, acessa regularmente, mas está “aberto” para a<br />
introdução de novas mídias.<br />
Tabela 6 - Q5 - Freqüência acesso ao site da Feevale<br />
Fator:<br />
Coeficiente de Correlação<br />
Multimediação 0,14<br />
Contato com a Feevale 0,15<br />
Busca por Conteúdo 0,21<br />
Fonte: SPSS<br />
Questão 7 – Tipo de conexão residencial<br />
O Teste T apontou uma diferença significativa (em nível de 0,22) de média na<br />
categoria Contato com a Feevale entre o grupo que possui acesso discado (média<br />
de 2,17) e o que possui acesso via banda larga em sua residência (média de 2,39).
105<br />
Dessa forma, o grupo que possui acesso discado afirmou que consegue entrar em<br />
contato mais facilmente com a instituição e que recebe mais prontamente respostas<br />
por meio do Sistema Fale com a Feevale que o grupo que utiliza banca larga. À primeira<br />
vista, essa relação parece absurda, mas analisando pelo ponto de vista dos<br />
usuários, provavelmente a noção de tempo para quem possui acesso mais rápido<br />
ou lento à Internet seja diferenciada. Talvez o grupo que possui Internet discada está<br />
acostumado a esperar um pouco mais para conseguir acessar as informações<br />
que necessita e aguarda até dois dias para receber retorno de um pedido através do<br />
Sistema Fale com a Feevale. Já o grupo que possui banda larga está acostumado<br />
ao conteúdo dinâmico e qualquer tempo de espera parece ser uma eternidade. A-<br />
lém disso, por questões econômicas, a banda larga costuma ficar acessível o dia<br />
inteiro enquanto que o usuário que possui acesso discado costuma conectar-se durante<br />
alguns minutos durante o dia ou à noite (após às 24h é mais intenso porque o<br />
custo é reduzido) ou, ainda, nos finais de semana, quando é cobrado apenas um<br />
pulso. É difícil conectar-se diariamente durante muito tempo em sua residência.<br />
Tabela 7 - Q7 -Minha conexão em casa é:<br />
Contato com a Feevale<br />
Tipo: Frequência Média<br />
Discada 81 2,17<br />
Banda Larga 185 2,39<br />
Fonte: SPSS<br />
Anova – Relação entre Institutos/Cursos<br />
Os cursos nos quais os acadêmicos estão cursando haviam sido solicitados<br />
na pesquisa para verificar a existência de alguma diferença de opinião significativa<br />
entre os públicos. Entretanto, a partir da Análise de Variância Anova foi possível<br />
comprovar que não existe diferença significativa nas respostas entre os institutos ou<br />
cursos de graduação e pós-graduação, ou seja, o perfil dos usuários nesse quesito<br />
não influenciou nas respostas sobre a avaliação do site da Feevale.<br />
Analisando as médias das respostas entre as questões 8 e 42, verifica-se que<br />
as questões que tiveram maior concordância por parte dos entrevistados foram a 14<br />
(o contraste das cores no site está satisfatório), que obteve média de 1,78; a questão<br />
23 (acho importante marcar os e-mails que desejo receber na Central do Aluno),<br />
que obteve uma média de 1,44. A questão 36 (acho necessária a separação das
106<br />
notícias por assuntos) também obteve uma boa média (1,55) e a questão 41 (sobre<br />
a importância do site permitir acesso a pessoas com necessidades especiais), que<br />
obteve uma média de aceitação de 1,52.<br />
Já a questão com maior discordância (média de 3,13) foi a 39, que trata sobre<br />
as notícias passarem a ter textos mais extensos. A questão 24 (quanto à utilização<br />
da navegação por calendário em Notícias e em Avisos) obteve uma média de 2,98,<br />
que está mais próxima de 3, ou seja, as pessoas não concordam nem discordam<br />
neste quesito. A mesma avaliação os usuários fizeram quanto à questão 42 (referente<br />
à utilização da ferramenta Links Personalizados), que obteve uma média de<br />
2,92. Não houve questão com média de nível discordância parcial ou total (mais<br />
próximo de quatro ou cinco). Isso demonstra que na média geral os usuários estão<br />
concordando parcialmente com o site.<br />
Analisando a média das questões relacionadas a cada fator, é possível verificar<br />
que em relação ao primeiro fator (busca por conteúdo), 151 entrevistados responderam<br />
que geralmente conseguem encontrar facilmente o conteúdo no site (+2)<br />
e 71 pessoas conseguem sempre encontrar o conteúdo desejado (+1). Já os conteúdos<br />
mais antigos são encontrados facilmente em parte (+2) por 30,8% dos entrevistados.<br />
Já 33,6% responderam que não concordam nem discordam com a afirmação,<br />
provavelmente pelo fato de não utilizarem o serviço de busca. A questão 12,<br />
relacionada especificamente à busca, obteve uma resposta semelhante à anterior:<br />
36,8 % encontram parcialmente o conteúdo (+2) e 23% não concordam nem discordam<br />
com a afirmação (+3). Quanto à utilização do acesso rápido, 41,6% dos entrevistados<br />
utilizam freqüentemente o link e 33,6% concordam parcialmente com a a-<br />
firmação, ou seja, o acesso rápido é um serviço muito acessado pois é prático e evita<br />
que o usuário dê muitos cliques até encontrar o conteúdo desejado. Apenas 1,7%<br />
dos entrevistados, ou seja, cinco entrevistados, marcaram que discordam totalmente<br />
com a afirmação (não considera o acesso rápido uma ferramenta prática contida no<br />
site).<br />
Analisando o segundo fator (Multimediação), as estatísticas mostram que os<br />
usuários estão indecisos sobre a utilização de blog no site (43,9%) não concorda<br />
nem discorda com a utilização desse recurso. Entretanto, o percentual de aceitação<br />
foi maior que a recusa: 18,6% concordam totalmente e 15,2 parcialmente enquanto
107<br />
que 10,8% discordam parcialmente e 11,5% discordam totalmente sobre a utilização<br />
de blogs.<br />
A questão 38, sobre a utilização de mais vídeos no site, teve aceitação total<br />
de 27,9% dos entrevistados e parcial de 33,3%. Já 33 pessoas ficaram indecisas,<br />
não concordando nem discordando com a utilização. Apenas nove dos entrevistados<br />
discorda parcialmente e oito totalmente. Analisando sob o ponto de vista que o vídeo<br />
é um recurso pesado e pode deixar a navegação mais lenta, a aceitação deste<br />
recurso foi muito boa.<br />
A questão 13, relacionada ao emprego mais intensivo de recursos de áudio,<br />
também teve uma boa aceitação por parte dos entrevistados: 30,4% concorda totalmente<br />
com a afirmação, 25,6% parcialmente e 34,8% não concorda nem discorda,<br />
provavelmente não interferindo na sua navegação, que deve ser direta em links<br />
de seu interesse, como a Central do Aluno, Biblioteca e <strong>GED</strong>, por exemplo.<br />
A questão 40, que aborda a disponibilização de chat no site, teve 29,3% dos<br />
entrevistados indecisos, ou seja, que não concordam nem discordam com a utilização.<br />
Isso provavelmente se deve ao fato do site da Feevale pertencer a uma instituição<br />
de ensino superior, espaço onde os alunos estão mais interessados em aulas<br />
tradicionais, em sala de aula. O chat provavelmente é visto como um espaço de diversão.<br />
O chat teve uma aceitação total de 23,5% dos internautas pesquisados e<br />
parcial de 19,7%. É difícil delimitar o objetivo da utilização do chat, se os alunos gostariam<br />
de discutir matérias discutidas em sala de aula ou utilizar como um espaço de<br />
diversão.<br />
A questão 30, sobre a utilização de charges e desenhos teve 30,3% dos entrevistados<br />
concordando em parte com a utilização, 29,6% não concordando nem<br />
discordando e 22,2% concordando totalmente com a disponibilização deste recurso.<br />
Somando-se a análise do chat e desenhos, acredito que essa aceitação por recursos<br />
multimidiáticos alternativos possa servir para dar uma amenizada na seriedade<br />
do ensino, é como se os alunos estivessem interessados em ¨aprender brincando¨,<br />
ou mais ¨levemente¨.<br />
No fator 3 (contato com a Feevale), a ferramenta Fale com a Feevale (questão<br />
34) teve uma aceitação total por 34,9% dos entrevistados, que conseguem en-
108<br />
trar em contato com a instituição por meio desse sistema. Já 31,1% provavelmente<br />
nunca utilizou esse serviço, pois pertencem ao grupo que não concordou nem discordou<br />
com a afirmação. A aceitação parcial (+2) foi de 28,4% dos entrevistados.<br />
A questão 18, relacionada ao tempo de resposta de dúvidas pelo sistema Fale<br />
com a Feevale teve 33,3% dos entrevistados afirmando que não concordam nem<br />
discordam com a afirmação, provavelmente a grande parte nunca utilizou o serviço,<br />
ficando próxima da média da questão anterior que registrou percentagem de 31,1%<br />
nesse quesito. Já 28,5% dos entrevistados concordam totalmente com a afirmação<br />
de que as respostas são obtidas prontamente a partir do sistema e 25,1% concordam<br />
parcialmente com essa afirmação. Esses números demonstram que a eficácia<br />
do sistema Fale com a Feevale e sua aceitação por parte dos usuários é muito boa.<br />
A questão 19, sobre a capacidade dos usuários entrarem em contato com os<br />
setores e serviços por meio do site teve uma aceitação parcial (+2) por parte de<br />
34,7% dos entrevistados, sendo que 26,2% concordam totalmente com essa afirmação.<br />
Já 25,2% não concorda nem discorda com a afirmação, provavelmente não<br />
utilizando o site como forma de contatar os setores e sim outros meios, como o telefone<br />
ou contato direto (ao vivo).<br />
O contato com coordenadores e professores por meio do site (questão 8)<br />
também parece ser pouco utilizado (94 pessoas ou seja, 32,1%) não concordam<br />
nem discordam com a afirmação, provavelmente coincidindo com a argumentação<br />
acima, que utilizam outras formas de entrar em contato com os professores. Já<br />
28,3% afirmaram que concordam totalmente com a afirmação, ou seja, conseguem<br />
entrar em contato com os professores e coordenadores de curso a partir do site institucional,<br />
já 19,8% dos usuários concordou em parte com a afirmação (+2). Já<br />
10,2% dos entrevistados (30 pessoas) afirmaram que não conseguem achar os contatos<br />
dos professores no site (discordaram totalmente com a afirmação).<br />
A questão 41, sobre o acesso que o site oferece a pessoas com necessidades<br />
visuais contida no fator 4, relacionado à inserção de conteúdos alternativos no<br />
site, teve a aceitação por parte de 68,2% dos entrevistados. Isso provavelmente deve-se<br />
ao fato da acessibilidade e responsabilidade social serem temas em discussão<br />
atualmente e os usuários identificarem a sua importância.
109<br />
Acredito que a questão 26, sobre discussão de outros temas nas matérias<br />
possa ter ficado um tanto confusa para os usuários, pois entre parênteses foi escrito<br />
para eles citarem suas idéias no espaço sugestões, contido no final do questionário.<br />
Provavelmente essa questão deveria ter ficado mais para o final, ficando mais próxima<br />
do espaço designado para o preenchimento, pois provavelmente os usuários<br />
chegaram ao final do questionário e esqueceram-se de preencher esse espaço.<br />
Nessa questão a média geral de respostas mais alta ficou nos usuários que não<br />
concordam nem discordam com a afirmação (63,6%). Verificando as sugestões (análise<br />
qualitativa), é possível verificar que os alunos desejam que mais informações<br />
sobre os seus respectivos cursos sejam abordadas no site, conforme exemplos a-<br />
baixo:<br />
“Seria interessante colocar notícias, eventos e informações sobre nutrição<br />
bem como de outras áreas na forma de dicas, últimas descobertas, etc. Qualquer<br />
assunto que informe e divulgue pesquisas dentro e fora da Feevale, de preferência<br />
com link para mais informações”;<br />
“Falta de informações atualizadas sobre os cursos”;<br />
“Não gosto da parte que fala sobre os cursos de graduação, acho que faltam<br />
mais informações a respeito dos mesmos como links com assuntos semelhantes,<br />
notícias sobre os cursos, divulgação de cursos paralelos e de extensão e pósgraduação,<br />
vagas de trabalho para alunos, monitoria...Até mesmo cursos, congressos,<br />
passeios, provas, concursos que ocorrem fora, mas que são de interesse dos<br />
alunos”;<br />
“Poderia haver links relacionados aos cursos com notícias específicas dos<br />
mesmos (andamento, formatura, exposições, trabalhos criados e informações), com<br />
disponibilização de áudio e vídeo. Quando o aluno tivesse interesse em saber algo<br />
sobre algum evento promovido pelo seu curso acessaria o link”;<br />
“... acho que deveria haver mais notícias sobre os cursos oferecidos pela instituição”;<br />
“Falta de links sobre cada curso, onde poderia conter material básico para<br />
consulta, como legislação no link do curso de Direito, simuladores básicos disponí-
110<br />
veis no link do curso de informática, participação mais ampla dos alunos de jornalismo.<br />
O site deve se transformar em algo interessante para se acessar de qualquer<br />
hora, não apenas útil para ver notas, acessar <strong>GED</strong> e fazer rematrícula”;<br />
“Acharia importante que cada curso tivesse um link e fizesse a sua página,<br />
como o curso de Comunicação tem”.<br />
A questão 32, relacionada ao emprego mais intenso de links interligando o site<br />
teve uma aceitação parcial (+2) por parte de 41,9% dos entrevistados e total (+1)<br />
por parte de 33,1%, o que demonstra a aceitação de serviços como Assuntos Relacionados<br />
contidos no site, que servem para linkar páginas com conteúdos semelhantes,<br />
que completam-se.<br />
No fator 5 (interatividade), 50,8% dos usuários acharia interessante a inserção<br />
de galerias de fotos para ilustração de eventos, formaturas, entre outros. Já<br />
26,8% concordam parcialmente sobre a utilização deste recurso no site.<br />
A navegação por calendário parece ser pouco utilizada pelos usuários: 31,8%<br />
dos usuários são indiferentes quanto à existência desse recurso e 20,5% discordou<br />
totalmente, ou seja, não utiliza o calendário. Em terceiro lugar na análise das porcentagens<br />
ficou o grupo que concorda parcialmente sobre a utilização dessa ferramenta<br />
e 17,8% dos usuários entrevistados concordam totalmente, ou seja, utilizam<br />
esse recurso freqüentemente.<br />
A disponibilização de fóruns de discussão no site (abordada na questão 17)<br />
teve uma aceitação significativa: 41,4% dos entrevistados concordou totalmente sobre<br />
a inserção dessa ferramenta interativa no site enquanto que 34,9% concordaram<br />
em parte com essa afirmação (+2). Quarenta e sete usuários, o equivalente a 15,9<br />
% dos entrevistados que responderam essa questão, não concordam nem discordam,<br />
ou seja, estão indiferentes sobre esse tópico. A aceitação de fóruns para discussão<br />
de temas e eventos foi maior que a inserção de chat no site, provavelmente<br />
pelo primeiro ter um objetivo e um mediador, não deixando total liberdade aos usuários,<br />
mas ¨balizando¨ os comentários. Isso ressalta o objetivo e a função da instituição,<br />
que é transmitir educação aos alunos.
111<br />
A questão 27, relacionada à inserção de enquetes no site, teve uma aceitação<br />
positiva parcial por parte de 37,5% dos entrevistados que responderam essa<br />
questão e parcial (+2) por 31,8%. Já 22,3% são indiferentes à publicação de enquetes<br />
(não concordam nem discordam com a afirmação).<br />
O fator 6, relacionado à organização do conteúdo no site, apresentou indiferença<br />
de 42,9% dos entrevistados quanto à disponibilização de mais tabelas no site,<br />
sendo que 26,9% dos entrevistados concordam parcialmente (carga +2) com a afirmação<br />
e 22,8% concordaram totalmente. Acredito que os usuários não tinham claramente<br />
qual seria a aplicação prática das tabelas, mas aceitaram esse recurso de<br />
organização do conteúdo.<br />
Os usuários mostraram-se um tanto indiferentes quanto ao aumento to tamanho<br />
das notícias no site (37,1% não concordam nem discordam com esse apontamento),<br />
21% concorda parcialmente com esse aumento e 18,6% discordam parcialmente.<br />
Quanto à disponibilização de um mapa do site, o resultado foi surpreendente:<br />
41,9% concordam totalmente com esse tópico e 25,7% concordam parcialmente,<br />
sendo a mesma porcentagem de usuários, que equivale a 76 pessoas, ficaram indiferentes<br />
(não concordam nem discordam). Essas médias demonstram o grande interesse<br />
pela inserção de um mapa para guiar os internautas no momento da navegação.<br />
Uma forte concordância também foi observada na questão 36, relacionada à<br />
necessidade de separação das notícias por assuntos: 58,8% dos usuários concordam<br />
totalmente com as segmentação das notícias e 32% concordam em parte com<br />
essa alteração.<br />
Quanto à personalização de conteúdos (fator 7), a questão 23, que mede o<br />
interesse dos usuários em poder marcar os assuntos que desejam receber pelos e-<br />
mails da Feevale na Central do Aluno foi uma das mais surpreendentes: 70,4% dos<br />
usuários consideram importante essa ferramenta e 17,3% concordam em parte com<br />
essa afirmação. O interessante é que essa possibilidade já está disponível no site<br />
da Feevale, dentro da Central do Aluno. Entretanto, muitos alunos reclamam do volume<br />
de e-mails institucionais recebidos. Considero que seria importante ressaltar
112<br />
essa ferramenta dentro da Central para que os acadêmicos visualizassem essa<br />
possibilidade.<br />
A pesquisa também apontou um interesse do usuário em selecionar os assuntos<br />
que são recebidos pela newsletter da Feevale: 46,4% dos entrevistados concordam<br />
totalmente com essa afirmação e 30,8% concordam parcialmente. Apenas<br />
sete usuários apontaram que discordam parcialmente ou totalmente com essa possibilidade.<br />
Sobre o design do site (fator 8), 46,6% dos usuários estão parcialmente satisfeitos<br />
com a padronização do design do site da Feevale, 30,4% estão totalmente<br />
satisfeitos e 13,2% são indiferentes. Apenas 29 usuários discordam sobre o layout,<br />
seja parcialmente ou totalmente. Isso demonstra que a teoria de Jacob Nielsen sobre<br />
a necessidade de uma identidade única nas páginas internas de um site seja<br />
única a fim de facilitar a identificação do mesmo no momento da navegação.<br />
O padrão de cores também está satisfatório no site 48,1% concordam totalmente<br />
com as cores utilizadas e 35,7% concordam em parte. Isso demonstra que,<br />
apesar das várias reclamações contidas na análise descritiva sobre o cinza do site,<br />
o padrão de cores e de design é importante para os usuários, provavelmente devido<br />
à questão da identificação do site da Feevale.
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
O presente trabalho conseguiu atingir seus objetivos. O site da Feevale foi<br />
pesquisado e analisado a partir da construção de questionário, que foi aplicado com<br />
os usuários do site – alunos, professores e funcionários. Logo após, o questionário<br />
foi validado a partir da análise fatorial, que confrontou-se com a teoria do jornalismo<br />
online separando as questões em oito fatores (Busca por conteúdo, Multimediação,<br />
Contato com a Feevale, Conteúdos alternativos, Interatividade, Organização do conteúdo,<br />
Personalização de conteúdos e Web design). Finalmente, as respostas foram<br />
analisadas a partir da conferência com o embasamento teórico.<br />
Os resultados da pesquisa são muito importantes e valiosos para mim, como<br />
funcionária da Feevale, e para a própria instituição pois apontam a demanda de melhorias<br />
que os usuários desejam atualmente em relação ao site da Feevale. Além<br />
disso, as estatísticas e sugestões agregam conhecimento sobre o perfil dos internautas<br />
que visitam o site da Feevale. A partir desse perfil é possível prever conteúdos<br />
que esse público possui interesse.<br />
Resumindo o perfil dos usuários do site da instituição: eles anseiam por rapidez<br />
e instantaneidade, seja na publicação de textos curtos nas Notícias do site<br />
quanto na segmentação de e-mails e notícias, pois quanto mais personalizado o material<br />
recebido, menor o tempo de leitura.<br />
Analisando os resultados das médias gerais por questões, não houve questão<br />
com média de nível de discordância parcial ou total (mais próximo de quatro ou cin-
co), o que demonstra que na média geral os usuários estão concordando parcialmente<br />
com o site da Feevale.<br />
114
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
BALTAZAR, Neusa e GERMANO, Joana. Online. Os weblogs e a sua apropriação<br />
por parte dos jovens <strong>universitário</strong>s. O caso do curso de Ciências da Comunicação<br />
da Universidade do Algarve. Disponível em:<br />
.<br />
Acesso em 19 nov. 2006.<br />
BARBOSA, Suzana. Jornalismo Online: dos sites noticiosos aos portais locais.<br />
XXIV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Intercom, 2001, Campo<br />
Grande.<br />
Blog Cris Zimermann and Dane Carlson. Online. Curso Gratuito De Português Pela<br />
Internet (Feevale - Lavilli). Disponível em: .<br />
Acesso em<br />
16 nov. 2006.<br />
Blog SoftwareLivreVS. Online. Comentário sobre o Dia da Liberdade de Software<br />
2006. Disponível em .<br />
Acesso em 16 nov. 2006.<br />
BRAGA, José Luís: depoimento [out. 2002] Entrevistadora: Aline Roloff Schäffer.<br />
Rio Grande do Sul, 2002. 1 fita cassete (120 min) Entrevista concedida para auxílio<br />
na monografia de conclusão de curso de graduação.<br />
BRITO, Rosaly Seixas e PRADO, Ana. A vez dos donos da voz: reflexões acerca<br />
do jornalismo on-line. Manaus: Intercom, 2000. CD-ROM.
116<br />
BRITTES, Juçara. Jornalismo na Internet: ensaio sobre as alterações no jornalismo,<br />
enquanto processo social, em seu movimento migratório do papel para a rede.<br />
Manaus: Intercom, 2000. CD-ROM.<br />
BUSH, Vanevar. As We may think. Online. Disponível em<br />
. Acesso em: 17 mai. 1996.<br />
CANÃS, J. J. e WAERNS, Y. Ergonomía Cognitiva. Aspectos psicológicos de la<br />
interacción de lãs personas con la tecnologia de la información. Madrid: Editorial<br />
Medica Panamericana, 2001.<br />
CANAVILHAS, João Messias. A Internet como Memória. Disponível em:<br />
. Acesso em:<br />
26 dez. 2004<br />
CANCLINI, Néstor García. Consumidores e cidadãos: Conflitos Multiculturais da<br />
Globalização. Rio de Janeiro, RJ, Editora UFRJ, 1995.<br />
CASSANO, Roberto. Viciados em Internet – Cuidado: navegar é muito bom, mas<br />
não deixe que seu lazer vire dependência. Rio de Janeiro, RJ, Internet.Br, 1999.<br />
CORDEIRO, Luciana Zenha; ATHAYDE, Yara. Leitura na Internet - Projeto de<br />
Mestrado. Online. Disponível em:<br />
. Acesso em: 24 out. 2002.<br />
COUTO, Angélica Coronel. O Telejornalismo na Era Digital: para Onde Vamos?<br />
Porto Alegre: 1999. Monografia de Conclusão de Curso de Comunicação Social,<br />
habilitação em Jornalismo da FABICO – UFRGS. 57p.<br />
DIAS, Cláudia. Usabilidade na Web: criando portais mais acessíveis. Rio de Janeiro,<br />
RJ. Alta Books Ltda, 2003.<br />
DREXLER, K. Eric. Hypertext publishing and the evolution of knowledge. Social<br />
Inteligence, v.1, n.2, p.87-120.<br />
GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. A leitura da imagem. Online. Disponível em:<br />
. Acessado em: 03 nov. 2002.
117<br />
HOLZSCHLAG, Molly. 250 Segredos para Web Designers. Rio de Janeiro, RJ.<br />
Editora Campus, 2005.<br />
IBOPE//NetRatings. Online. Disponível em:<br />
. Acessado em 26 out. 2006.<br />
IDG Now! Online. Disponível em: . Acesso em: 19 nov.<br />
2006.<br />
IDG Now! Online. Disponível em<br />
Acesso em: 23 nov. 2006.<br />
Jornalistas na Web. Online. Disponível em <br />
Acesso em: 20 ago. 2005.<br />
KAPLAN, R et al.. With people in mind. Washington DC: Island Press, 1998.<br />
LANDOW, George P. Teoría del hipertexto. Buenos Aires, Paidós Multimedia 4,<br />
1994.<br />
LASICA, J. D. When Push Comes do News. American Journalism Review, maio,<br />
1997.<br />
LEVACOV, Marília et al.. Tendências da Comunicação. In: Do analógico ao digital:<br />
a comunicação e a informação no final do milênio. Porto Alegre, RS, L&PM Editores,<br />
1998.<br />
LEMOS, A. Cibercultura. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea,<br />
Sulina, Porto Alegre, 2002.<br />
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, SP, Editora 34, 1999, 260p.<br />
LONDON, Jack. Navegar é preciso? Rio de Janeiro, RJ, Campus, 2000.
118<br />
MALHOTRA, Noresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. ed.<br />
Porto Alegre, RS: Bookman, 2006. 720 p.<br />
MANNARINO, Marcus Vinicius Rodrigues. O papel do Web Jornal – Veículo de<br />
Comunicação e Sistema de Informação. Porto Alegre, RS, EDIPUCRS, 2000.<br />
MARCONDES FILHO, Ciro. C. Cenários do Novo Mundo. São Paulo, 1998 [p. 45-<br />
47]<br />
MCADAMS, Melinda. Online. Disponível em:<br />
. Acesso em:<br />
08 jul. 2002.<br />
MCKENNA, Regis. Competindo em Tempo Real. Rio de Janeiro, RJ, Editora Campus,<br />
1998.<br />
MEIRA, José Antonio. Entendendo o Jornalismo Online. In Tendências da Comunicação<br />
3. Porto Alegre, RS, L&PM Editores, 2000.<br />
MIELNICZUK, Luciana. Interatividade e hipertextualidade no jornalismo on-line:<br />
mapeamentos para uma discussão. Manaus: Intercom, 2000. CD-ROM.<br />
NICOLACI DA COSTA, Ana Maria. Na malha da rede: os impactos íntimos da Internet.<br />
Rio de Janeiro, RJ, Internet.Br, 1998.<br />
NIELSEN, Jakob. Hypertext and Hipermedia. San Diego, Academic Press, 1990.<br />
NIELSEN, Jakob. HOMEPAGE Usabilidade - 50 Websites Desconstruídos. Rio<br />
de Janeiro, RJ, Editora Campus Ltda, 2002.<br />
NIELSEN, Jakob. Online. Kids' Corner: Website Usability for Children. Capturado<br />
em 04/nov/2002. Disponível na Internet em<br />
http://www.useit.com/alertbox/20020414.html<br />
PICCININ, Fabiana. O texto jornalístico on-line: um estudo sobre a linguagem<br />
da notícia na Internet. XXIV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Intercom,<br />
2001, Campo Grande.
119<br />
PORTO, Sérgio Dayrell. Sexo, afeto e era tecnológica, um estudo de chats na<br />
Internet. Brasília, DF, Universidade de Brasília, 1999.<br />
PRIMO, Alex F. T.; CASSOL, Márcio, B. F. Explorando o conceito de interatividade:<br />
definições e taxonomias. Online. Disponível em:<br />
. Capturado em 08 jul. 2004.<br />
PRODANOV, Cleber Cristiano. Manual de Metodologia Científica. Novo Hamburgo:<br />
Feevale, 2003. 77p.<br />
QUADROS, Claudia. Jornalismo na Internet: conveniência, informação e interação.<br />
XXIV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Intercom, 2001, Campo<br />
Grande.<br />
RECUERO, Raquel da Cunha. Weblogs, webrings e comunidades virtuais. Online<br />
Disponível em: .<br />
Acesso em: 16 nov. 2006.<br />
RICH, Carole. Redação jornalística para a Web: um estudo para o Instituto<br />
Polynter de Estudos de Mídia. Tradução de José Antonio Meira da Rocha/Agência<br />
Experimental de Jornalismo da Unisinos. [S.I. : s.n., 19--].<br />
SEMERENE, Bárbara. Abrindo as portas dos salões virtuais in PORTO, S. D.<br />
(Organizador) Sexo, afeto e era tecnológica: Um estudo de chats na Internet, 1999.<br />
SOUZA, Jorge Pedro. Qualidade percebida de quatro jornais on-line brasileiros.<br />
XXIV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Intercom, 2001, Campo<br />
Grande.<br />
TECHNORATI. Online. Disponível em: . Acesso em: 25<br />
set. 2006.<br />
THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Petrópolis,<br />
RJ: VOZES, 1998.<br />
TUCHERMANN, Ieda. A vida como ela é na Web. XXIV Congresso Brasileiro de<br />
Ciência da Comunicação. Intercom, 2001, Campo Grande.
120<br />
USABILIDOIDO (Blog usabilidade). Online. AMSTEL, Frederick van. Afinal, o que é<br />
usabilidade? Disponível em:<br />
. Acesso em: 27<br />
nov. 2006.<br />
WIKIPEDIA. Podcasting. Online. Disponível em:<br />
. Acesso em: 07 dez. 2006.<br />
WIKIPEDIA. Weblog. Online. Disponível em: .<br />
Acesso em: 16 nov. 2006.<br />
WILLIAMS, Robin, TOLLET, John. Web design para não-designers. Rio de Janeiro:<br />
Ciência Moderna, 2001.
ANEXO 1<br />
Questionário aplicado com usuários do site da Feevale<br />
Dia: 8 de dezembro de 2006<br />
Coleta de dados: Por meio de envio de e-mail viral.
122<br />
Questionário aplicado:<br />
O questionário abaixo integra o trabalho de conclusão da acadêmica Aline<br />
Roloff Schäffer, do curso de pós-graduação em Tecnologias da Informação e da<br />
Comunicação. Ele visa identificar a opinião dos alunos, funcionários e professores<br />
da Feevale em relação à navegação no site da instituição bem como sugestões de<br />
melhoria. Favor encaminhar as respostas para o e-mail arschaffer@uol.com.br<br />
Não existem respostas corretas ou incorretas. O preenchimento com a sua<br />
opinião sincera é muito importante para nós!<br />
Obrigada!<br />
QUESTIONÁRIO________________________________________<br />
Marque com um "X" nas questões abaixo:<br />
1. Sou [ ] aluno [ ] professor [ ] funcionário<br />
2. Se aluno, qual o percentual do curso concluído?<br />
[ ] menos de 25% [ ] entre 25% e 50%<br />
[ ] de 50% a 75% [ ] mais de 75%<br />
3. Nome do curso (se aluno):<br />
4. Idade (anos):<br />
5. Freqüência acesso o site da Feevale:<br />
[ ] diariamente [ ] semanalmente<br />
[ ] mensalmente [ ] semestralmente<br />
6. Serviços que mais acesso:<br />
[ ] Notícias [ ] Material sobre os cursos<br />
[ ] Central do aluno [ ] Webmail
123<br />
[ ] <strong>GED</strong> [ ] Biblioteca<br />
[ ] Outro (especificar):<br />
7. Minha conexão em casa é:<br />
[ ] Discada<br />
[ ] Banda larga<br />
------<br />
INSTRUÇÕES PARA AS PRÓXIMAS QUESTÕES<br />
Nas questões a seguir, marque m "X" em:<br />
"+2" se você CONCORDA TOTALMENTE com a afirmação;<br />
"+1" se você CONCORDA PARCIALMENTE com a afirmação;<br />
"0" se você NÃO CONCORDA NEM DISCORDA da afirmação;<br />
"-1" se você DISCORDA PARCIALMENTE da afirmação; e<br />
"-2" se você DISCORDA TOTALMENTE da afirmação.<br />
------<br />
8. Consigo entrar em contato com os coordenadores e professores por meio<br />
do site da Feevale.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
9. Encontro facilmente o conteúdo que desejo no site da Feevale<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
10.No site, consigo encontrar facilmente os conteúdos mais antigos.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
11.Acho que as pesquisas de opinião oferecidas pelo site são muito úteis.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2
124<br />
12.A partir da ferramenta busca, sempre consigo achar o que necessito<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
13.Acho necessário o emprego mais intensivo de recursos de áudio (em notícias,<br />
Núcleo de Rádio, <strong>GED</strong>, Coral, Biblioteca...)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
14.O contraste de cores no site está satisfatório<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
15.Acho necessária a disponibilização de blog no site<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
16.Excluindo as notícias, o restante do conteúdo do site é atualizado freqüentemente<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
17.Acho fundamental que o site contenha fóruns de discussão sobre temas /<br />
eventos<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
18.Recebo prontamente respostas por meio do sistema Fale com a Feevale.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
19.Consigo entrar em contato com os setores e serviços que desejo por meio<br />
do site da Feevale.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
20.O Acesso rápido (atalho) é uma ferramenta muito prática no site.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
21.Acho essencial a disponibilização de mais tabelas (em Notícias, Central do<br />
Aluno...)
125<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
22.Acho necessário um Mapa do Site que apresentasse a estrutura de todo o<br />
conteúdo do site<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
23.Acho importante poder marcar os assuntos que desejo receber pelos e-<br />
mails da Feevale na Central do Aluno<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
24.Utilizo a navegação por calendário, disponível dentro de Notícias e Agenda<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
25.Acho necessária a utilização de galeria de fotos (em matérias, site de formaturas,<br />
página do curso, Pinacoteca...)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
26.Gostaria que outros temas fossem abordados nas matérias (citar abaixo em<br />
sugestões)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
27.Considero importante a inserção de enquetes no site.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
28.Acho necessária a disponibilização de mais opções de arquivos para download<br />
(no <strong>GED</strong>, página do curso, Biblioteca, Central do Aluno, Editora...)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
29.A velocidade de acesso ao site da Feevale é rápida em relação a outros sites.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
30.Acho que ficaria bem mais agradável a navegação no site se houvessem<br />
mais charges/ desenhos (em Notícias, capa do site, Jornal da Feevale online...)
126<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
31.Estou satisfeito com a padronização no design do site<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
32.Acharia bastante proveitosa a utilização de mais links interligando sites (em<br />
Assuntos Relacionados, outros sites, cursos, em Notícias...)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
33.Acharia muito útil se eu pudesse selecionar os assuntos que desejo receber<br />
pela newsletter da Feevale<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
34.Consigo entrar em contato com a instituição por meio do sistema Fale com<br />
a Feevale.<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
35.Acho oportuna a publicação de mais gráficos (em matérias, Comissão de<br />
Avaliação Feevale - CAF - para ilustrar resultados das pesquisas institucionais,<br />
<strong>GED</strong> <strong>Apostilas</strong>...)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
36.Acho necessária a separação das Notícias por assuntos (Esportes, Eventos,<br />
Saúde, Escola de Aplicação, Tecnologia...)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
37.As notícias são atuais<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
38.Acho necessária a publicação de mais vídeos (em notícias, TV Feevale, e-<br />
ventos, <strong>GED</strong>, Biblioteca...)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
39.Acho que as Notícias poderiam ter textos mais extensos
127<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
40.Acho necessária a disponibilização de chat no site<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
41.Considero importante o acesso que o site oferece a pessoas com necessidades<br />
visuais, através de um sistema que faz a leitura de tela<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
42.Personalizo a página principal cadastrando os meus links preferidos (ferramenta<br />
Links Personalizados)<br />
[ ] +2 [ ] +1 [ ] 0 [ ] -1 [ ] -2<br />
43. Gosto no site da Feevale (descrever):<br />
44. Não gosto no site da Feevale (descrever):