Jornal das Oficinas 006
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<strong>Jornal</strong> Independente da Manutenção e Reparação Automóvel<br />
Director: João Vieira • Ano I • Mensal • 3 Euros<br />
Nº 6 Março 2<strong>006</strong><br />
O Futuro do Tuning em Portugal<br />
ANECRA cria Secção para<br />
apoio oficial ao Tuning<br />
Mercedes-Benz é a<br />
marca preferida<br />
dos portugueses<br />
A Mercedes-Benz persiste em<br />
ser a marca de maior reconhecimento<br />
no que respeita à confiança<br />
na categoria Automóveis<br />
(20%), tendo mesmo subido em<br />
relação ao ano passado. A conclusão<br />
resulta do estudo “Marcas<br />
de Confiança 2<strong>006</strong>”, <strong>das</strong> Selecções<br />
do Reader’s Digest, que<br />
avalia os níveis de confiança dos<br />
consumidores nas marcas dividi<strong>das</strong><br />
em várias categorias.<br />
Sumário<br />
Página 02<br />
A satisfação do cliente<br />
Página 30<br />
Forum: Formação<br />
Automóvel em Portugal<br />
Página 34<br />
Oficina do mês:<br />
Auto Prazeres<br />
Página 36<br />
Visita à Fábrica<br />
da Monroe em Ermua<br />
Página 42<br />
Avarias de êmbolos de motor<br />
Página 45<br />
Motores de arranque<br />
e alternadores recuperados<br />
E<br />
m Portugal ainda não existe<br />
um documento regulador da<br />
actividade do Tuning, razão<br />
pela qual continua a haver muitos mal<br />
entendidos, quer da parte <strong>das</strong> autoridades,<br />
quer da população em geral.<br />
Perante esta realidade, a ANECRA<br />
decidiu apoiar oficialmente as empresas<br />
que se dedicam ao Tuning, que é<br />
uma actividade profissional em franco<br />
desenvolvimento em Portugal, e geradora<br />
de numerosos postos de trabalho.<br />
Para o efeito foi criada no seio da<br />
estrutura interna desta Associação,<br />
uma Secção Autónoma que integra<br />
um Grupo de Trabalho, criado com a missão de desenvolver<br />
estudos conducentes ao acompanhamento,<br />
coordenação, promoção e dignificação deste sector<br />
de actividade, em Portugal.<br />
Constituído por Empresas que operam em diversos<br />
segmentos de actividade do Tuning, e por quadros<br />
dos diversos gabinetes da ANECRA, este Grupo<br />
de Trabalho tem como objectivo prioritário propor<br />
às entidades competentes a criação de um<br />
enquadramento legal e regulamentar coerente, que<br />
permita às empresas trabalhar legítima e condignamente,<br />
desmistificando algumas ideias erra<strong>das</strong> associa<strong>das</strong>,<br />
de forma abusiva, a esta modalidade.<br />
O Grupo de Trabalho tem, para já, dois grandes<br />
desafios para ultrapassar. O primeiro é a desmistificação<br />
<strong>das</strong> ideias, manifestamente erra<strong>das</strong> e pouco<br />
abonatórias, que algum público tem do Tuning, mostrando<br />
às pessoas aquilo que é, de facto, essa actividade.<br />
O segundo aspecto, passa por dar resposta à urgente<br />
necessidade de normalizar o sector, regulandoo<br />
convenientemente.<br />
Espera-se assim, criar as condições para que os<br />
profissionais deste sector possam desenvolver o seu<br />
trabalho, numa nova área de negócio altamente promissora<br />
e dentro de um contexto legal e regulamentar<br />
adequados.<br />
PUB<br />
1º Salão<br />
Internacional de Tuning<br />
Nos próximos dias 18 e 19<br />
de Março, os pavilhões da Exponor<br />
irão receber o 1º Salão<br />
Internacional de Tuning & Car<br />
Audio em Portugal (SITCA).<br />
Num total de 26 mil metros<br />
quadrados irão existir quatro<br />
pontos de interesse distintos: a<br />
área de exposição tuning e car<br />
áudio, a área de clubes, o Top<br />
100 de veículos convidados e a<br />
zona de Drift, com a actuação<br />
de profissionais da D1 Pro<br />
Drift European Series.<br />
O espaço reservado aos expositores<br />
contará com os maiores<br />
representantes e importadores<br />
nacionais de marcas de<br />
prestígio.<br />
Portugueses preferem<br />
assistência<br />
oficial<br />
No inquérito realizado pela<br />
DECO entre Março e Abril de<br />
2005, sobre “Qual a oficina<br />
onde os portugueses deixam o<br />
seu carro?”, a maioria dos três<br />
mil inquiridos que respondeu<br />
disse que, quando precisa de recorrer<br />
a uma oficina, tanto durante<br />
o período de garantia<br />
como depois, prefere uma da<br />
marca do automóvel. O inquérito<br />
concluiu também que os preços<br />
<strong>das</strong> revisões e reparações,<br />
são em média mais caras nas<br />
oficinas de marca do que nos independentes.<br />
Especialistas em Vidro Automóvel
02<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
Editorial<br />
<strong>Oficinas</strong> de reparação e manutenção automóvel<br />
MERCADO<br />
A satisfação do cliente (II PARTE)<br />
Depois de termos abordado na anterior edição do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> o tema relacionado com a<br />
importância do atendimento e da comunicação com o cliente, vamos hoje falar do relacionamento que o<br />
pessoal da recepção deve ter com o cliente e, posteriormente, com o chefe de oficina.<br />
Formação Automóvel<br />
em debate<br />
ARevista AP Magazine,<br />
parceira editorial do <strong>Jornal</strong><br />
<strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, promoveu<br />
no passado mês de Fevereiro a<br />
primeira Mesa Redonda sobre Formação<br />
Automóvel, que reuniu diversos<br />
responsáveis pelas empresas<br />
e instituições que operam nesta<br />
área. Fazendo uma análise colectiva<br />
da situação presente da actividade<br />
da Formação Automóvel em<br />
Portugal, os diversos intervenientes<br />
concluiram que, ainda existem<br />
muitas lacunas e importantes desafios<br />
pela frente.<br />
As carências básicas que condicionam<br />
a evolução da actividade<br />
da formação automóvel (baixo<br />
rendimento escolar, falta de cultura<br />
técnico-científica, nível de motivação<br />
e orientação dos jovens,<br />
etc.) requerem um grande esforço<br />
de investimento do próprio país e<br />
da sociedade no seu todo.<br />
A liberalização da economia e<br />
do mercado de trabalho, lançam<br />
grandes desafios a todos os agentes<br />
económicos e assentam num<br />
único foco: o cliente. É a transparência<br />
e a competência técnica do<br />
operador de mercado que desperta<br />
no cliente a confiança para realizar<br />
a sua escolha.<br />
Mas os profissionais e os candidatos<br />
a profissionais continuam<br />
pouco motivados a apostarem na<br />
sua própria formação e valorização,<br />
não compreendendo que a<br />
empresa também não pode pagar<br />
melhor, se não elevar os seus índices<br />
de produtividade e de rentabilidade.<br />
Por sua vez, o progresso da<br />
empresa não se realiza sem colaboradores<br />
de qualidade. Este ciclo<br />
vicioso apenas se pode romper<br />
quando colaboradores e empresários<br />
confiarem em si próprios, em<br />
primeiro lugar, e uns nos outros,<br />
solidariamente, em segundo lugar.<br />
O país dispõe de uma actividade<br />
de Formação Automóvel com empresas<br />
e cursos de qualidade, constituindo<br />
um sector coerente e estruturado<br />
numa oferta diversificada e<br />
actualizada. Falta um esforço conjunto<br />
de to<strong>das</strong> estas entidades, no<br />
sentido de definirem planos comuns,<br />
com cursos adaptados às necessidades<br />
actuais e futuras dos<br />
profissionais da reparação e manutenção<br />
automóvel.<br />
João Vieira<br />
joao.vieira@apcomunicacao.com<br />
Ficha Técnica<br />
Uma publicação da AP Comunicação<br />
Aprimeira impressão é muito importante.<br />
A imagem dada pelo recepcionista<br />
do serviço de manutenção e<br />
recepção exerce grande influência na opinião<br />
que o cliente tem sobre a concessão ou oficina<br />
do reparador independente.<br />
Boa disposição e boa aparência aliados à<br />
cortesia constituem o comportamento tipo do<br />
recepcionista. Este deve mostrar a sua competência<br />
e o seu perfeito conhecimento dos<br />
processos em vigor na empresa, bem como<br />
do produto do construtor e <strong>das</strong> diferentes etapas<br />
da manutenção do veículo. Deve ser<br />
amável, sem no entanto se mostrar demasiado<br />
familiar.<br />
A primeira norma que o recepcionista<br />
deve ter presente no espírito é que o cliente<br />
representa o bem mais precioso da empresa e<br />
deve ser bem compreendido e sentir-se à<br />
vontade. Os seus desejos relativos ao veículo<br />
e à sua utilização devem ser interpretados de<br />
forma eficaz e exacta.<br />
É necessário levar o cliente a considerar a<br />
manutenção como um reforço da fiabilidade<br />
do seu veículo e não como um “trabalho de<br />
socorro”. A manutenção regular e a substituição<br />
de peças usa<strong>das</strong> ou defeituosas devem<br />
ser considera<strong>das</strong> como suplementos produzidos<br />
no veículo no momento em que o cliente<br />
o vende ou troca.<br />
Deve interrogar-se sempre o cliente sobre<br />
os defeitos que detectou no seu veículo e discuti-los<br />
com ele. Após tê-los identificado e<br />
explicado, é conveniente anotá-los na ficha<br />
oficina/factura, confirmando esta lista com o<br />
cliente.<br />
É aconselhado que o recepcionista não se<br />
deixe convencer pelo cliente, no sentido de<br />
ordenar um trabalho menor que o considerado<br />
necessário, sobretudo quando estiver em<br />
jogo a segurança do veículo e <strong>das</strong> pessoas.<br />
Se, todavia, o cliente insistir, as suas instruções<br />
devem ser da<strong>das</strong> por escrito e convém<br />
referi-las na factura.<br />
O recepcionista não deve também aceitar<br />
trabalhos impossíveis. “Deixe-nos o automóvel<br />
e vemos o que se pode fazer” é uma frase<br />
que se ouve frequentes vezes no local de recepção<br />
dos serviços de reparação e manutenção.<br />
É certamente dita com boa intenção,<br />
mas pode levar a que o cliente sinta uma certa<br />
aflição, quando volte à oficina e veja que o<br />
trabalho ainda não foi começado ou não foi<br />
ainda acabado.<br />
É obrigatório efectuar o trabalho no prazo<br />
acordado, ou dentro dum prazo razoável se<br />
nenhuma data tiver sido combinada.<br />
Convém explicar ao cliente que as operações<br />
de manutenção previstas por muitos fabricantes<br />
foram consideravelmente reduzi-<br />
DIRECTOR: João Vieira DIRECTOR ADJUNTO: Paulo Homem PROPRIEDADE: AP Comunicação SEDE DE REDACÇÃO: Rua da Liberdade, 41 - 1º Esq. - Mucifal - 2705-231 COLARES<br />
Telefone: 21.928.80.52 Fax: 21.928.80.53 E-mail: geral@apcomunicacao.com REDACÇÃO: Augusto Quelhas, Artur Rebelo, Fátima Rodrigues, António Lopes, Carla Ramos<br />
PRODUÇÃO GRÁFICA: Pedro Vieira, António Valente PUBLICIDADE: Telefone: 21.928.80.52 Director: Mário Carmo E-mail: mario.carmo@apcomunicacao.com - Anabela Machado<br />
E-mail: anabela.machado@apcomunicacao.com IMPRESSÃO: Phalempin, SA - Parque Industrial de Ven<strong>das</strong> Novas, Lotes 29 e 30 – 7080-341 Ven<strong>das</strong> Novas Telef: 265.807.790<br />
PERIODICIDADE: Mensal TIRAGEM: 10.000 Exemplares ASSINATURA ANUAL: 30 Euros (11 números) DISTRIBUIÇÃO: Midesa Portugal Nº de Registo no Ins. Com. Social: 124.782<br />
Depósito Legal nº: 201.608/03<br />
© COPYRIGHT: Nos termos legais em vigor é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do<br />
“<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>”
04<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
MERCADO<br />
<strong>das</strong>, enquanto que os intervalos entre as<br />
revisões foram alongados. É bom recomendar,<br />
por razões de segurança, uma<br />
manutenção suplementar, já que apenas é<br />
benéfica para o veículo. Mas os conselhos<br />
deste género devem ser imparciais e não<br />
devem dar a impressão que a oficina<br />
“procura” trabalho.<br />
Antes do cliente deixar o seu carro para<br />
manutenção ou reparação, deve chamarse<br />
a atenção para o aviso exposto no local<br />
de recepção, acerca <strong>das</strong> condições de pagamento<br />
<strong>das</strong> facturas.<br />
Logo que o veículo chegue à oficina,<br />
deve ver-se qual o seu estado, para evitar<br />
que mais tarde o cliente se venha a queixar<br />
de outros estragos. Recomenda-se a<br />
utilização de um croquis standard.<br />
Os locais de recepção devem encontrarse<br />
sempre limpos, bem arrumados e ser<br />
acolhedores, de forma a que o cliente se<br />
sinta à vontade e ter a certeza de que o<br />
seu veículo está em boas mãos para ser<br />
convenientemente mantido ou reparado.<br />
Deve aconselhar-se sempre o cliente a<br />
não deixar objectos de valor no veículo,<br />
embora seja necessário repetir com regularidade<br />
ao pessoal que tem o dever<br />
de proteger os bens do cliente, enquanto<br />
o mesmo se encontra nos locais da empresa.<br />
Assim que o trabalho tiver terminado, o<br />
recepcionista deve controlar a limpeza do<br />
veículo. É o recepcionista que disto se<br />
deve ocupar, pois é ele que responderá<br />
perante o cliente, no caso deste não ficar<br />
satisfeito. Qualquer anomalia deve ser assinalada<br />
ao chefe de oficina.<br />
Aquando da elaboração da factura, o<br />
recepcionista deve verificar se todo o trabalho<br />
pedido foi bem executado. 0 trabalho<br />
deve corresponder à descrição dada e<br />
ser efectuado de forma adequada e competente.<br />
Se não tiver sido executada a totalidade<br />
do trabalho, a factura deve apresentar<br />
uma explicação satisfatória, para<br />
conhecimento do cliente.<br />
As facturas deve ser redigi<strong>das</strong> com clareza<br />
e estarem prontas quando o cliente<br />
vai buscar o veículo. Uma leitura dos diferentes<br />
pontos com o cliente, assegura de<br />
que ele a compreendeu e aceita. Esta prática<br />
contribui para eliminar os mal-entendidos<br />
e as reclamações. Deve aproveitarse<br />
essa ocasião para assinalar ao cliente<br />
uma ou outra anomalia ou um ou outro<br />
trabalho que possa revelar-se necessário,<br />
indicando-lhe os custos exactos que o<br />
mesmo irá acarretar. É necessário ensinar<br />
aos técnicos como indicar, no verso da ficha-oficina,<br />
essas anomalias e trabalhos<br />
futuros.<br />
A atenção prestada ao local de recepção<br />
e ao seu pessoal é a chave do sucesso do<br />
serviço de manutenção e, por extensão,<br />
do sucesso da empresa.<br />
Em resumo, a satisfação do cliente em<br />
relação ao serviço de manutenção e reparação<br />
do automóvel prestado pela oficina,<br />
obtém-se oferecendo-lhe o seguinte:<br />
- Conselhos e assistência para definição<br />
dos trabalhos necessários.<br />
- Preços justos para os trabalhos a empreender.<br />
- Um trabalho de qualidade, promessas<br />
cumpri<strong>das</strong>, respeito pelos prazos combinados<br />
e um trabalho que valha o seu<br />
preço.<br />
- Uma factura pormenorizada e bem legível.<br />
- Um veiculo restituído pelo menos tão<br />
limpo como aquando da sua chegada à<br />
oficina.<br />
- Uma garantia sobre as reparações por<br />
um período ou uma quilometragem determinados.<br />
COMUNICAÇÃO<br />
ENTRE A RECEPÇÃO<br />
E O CHEFE DE OFICINA<br />
As fichas-oficina devem ser entregues<br />
pelo recepcionista ao chefe de oficina, o<br />
qual deve anotar nas mesmas todos os<br />
pormenores que o primeiro tenha omitido.<br />
Se algum ponto não estiver compreensível,<br />
o chefe de oficina deve pedir ao<br />
recepcionista as explicações necessárias.<br />
Qualquer indicação de preço dada ao<br />
cliente deve ser repetida no verso da ficha-oficina<br />
e mostrada ao chefe de oficina.<br />
Este deve assegurar-se de que o recepcionista<br />
é prevenido sempre que se ultrapassa<br />
esta indicação de preço ou que<br />
surge um contratempo, de forma a poder<br />
informar o cliente em conformidade.<br />
Deve-se prevenir o recepcionista sempre<br />
que um trabalho suplementar urgente<br />
se revelar necessário. Os custos de mãode-obra,<br />
peças e o tempo suplementar requerido<br />
devem ser estabelecidos de forma<br />
exacta e o cliente contactado imediatamente,<br />
a fim de se obter a sua autorização<br />
para execução do trabalho suplementar e<br />
determinar a nova data em que o seu veículo<br />
estará disponível. O recepcionista<br />
procederá então às anotações correspondentes<br />
no verso da ficha-oficina.<br />
COMUNICAÇÃO<br />
ENTRE O CHEFE DE OFICINA<br />
E O TÉCNICO<br />
O chefe de oficina deve entregar ao técnico<br />
a ficha-oficina, explicando-lhe sempre<br />
que for possível ou necessário tudo o<br />
que este trabalho inclui e comunicandolhe,<br />
em particular, as instruções específicas<br />
do cliente.<br />
Deve-se escolher o técnico adequado<br />
para a execução do trabalho, devendo o<br />
mesmo confirmar que compreende perfeitamente<br />
o tipo de trabalho que terá de<br />
executar, incluindo o facto de alguns dos<br />
elementos inscritos estarem submetidos a<br />
garantia.<br />
O chefe de oficina deve assegurar-se de<br />
que o técnico utiliza coberturas de protecção<br />
limpas, a fim de preservar os assentos,<br />
os guarda-lamas e o piso de qualquer<br />
sujidade.<br />
Antes de começar o trabalho, o técnico<br />
deve verificar a quilometragem inscrita<br />
no conta-quilómetros e os números de<br />
identificação e de matrícula do veículo e<br />
anotar, no verso da ficha-oficina, o desgaste<br />
do piso dos pneus (incluindo o da<br />
roda sobressalente).<br />
Durante a execução do trabalho, o técnico<br />
deve tomar notas breves do trabalho<br />
efectuado relativamente a todos os pontos<br />
mencionados na frente da ficha-oficina.<br />
Deve anotar também todos os elementos<br />
não assinalados previamente e cuja manutenção<br />
ou reparação considera necessárias,<br />
a fim de avisar o cliente antes de proceder<br />
às mesmas.<br />
Logo que o trabalho esteja concluído, e<br />
na medida do possível, o técnico deve<br />
guardar as peças usa<strong>das</strong> ou danifica<strong>das</strong><br />
para poder mostrar ao cliente, caso ele deseje<br />
vê-las. Não é permitido por lei entregar<br />
as peças usa<strong>das</strong> ao cliente, sendo obrigação<br />
da oficina enviá-las para a respectiva<br />
reciclagem.<br />
Todos os técnicos devem preencher fichas<br />
diárias do emprego do tempo, que<br />
convém controlar em relação às facturas.<br />
Uma cronometragem prévia dos trabalhos<br />
encoraja o técnico a prevenir o chefe de<br />
oficina sempre que um trabalho não possa<br />
ser concluído no prazo previsto.<br />
DIAGNÓSTICO<br />
Sempre que surjam dúvi<strong>das</strong> sobre os<br />
sintomas descritos pelo cliente quando<br />
entrega o seu veículo, deverá ser feito<br />
com ele um percurso de ensaio para se<br />
chegar à conclusão de que tanto o cliente<br />
como o recepcionista ou o chefe de oficina<br />
constatam a mesma anomalia.<br />
Controlem o registo dos trabalhos na<br />
véspera, de modo a fazerem face a eventuais<br />
problemas e assegurarem-se de que<br />
o chefe de oficina está disponível para dedicar<br />
mais tempo ao cliente.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
MERCADO Março 2<strong>006</strong> 05<br />
REGISTO DOS TRABALHOS<br />
Registar o trabalho a efectuar anotando<br />
simplesmente numa agenda os nomes dos<br />
clientes e outros detalhes, demonstra<br />
grande falta de profissionalismo. Este<br />
método não tem em linha de conta as horas<br />
disponíveis ou o tempo provável deste<br />
ou daquele trabalho. Isto pode conduzir a<br />
uma sub-utilização, ou mesmo a uma sobre-utilização<br />
dos técnicos e, o que é mais<br />
grave, a um descontentamento do cliente<br />
quando o seu veículo não está pronto no<br />
prazo prometido.<br />
A utilização de um registo dos trabalhos,<br />
por mais simples que seja, elimina<br />
numerosos problemas, revela uma maior<br />
disciplina e assegura que no início de<br />
cada dia, se sabe com toda a certeza quantos<br />
trabalhos podem ser aceites para o dia<br />
em questão.<br />
O primeiro elemento a anotar to<strong>das</strong> as<br />
manhãs no registo dos trabalhos, é o número<br />
de horas disponíveis previsto para o<br />
dia, após verificação do pessoal presente.<br />
Os trabalhos encomendados com antecedência<br />
já estão, evidentemente inscritos<br />
no registo.<br />
CONTROLO DA QUALIDADE<br />
Embora não seja possível praticar um<br />
controlo de qualidade sobre a totalidade<br />
dos veículos, deve controlar-se um número<br />
adequado, digamos 10%, de veículos<br />
mantidos ou reparados diariamente. O nível<br />
de controlo pode ser modificado de<br />
forma a reflectir os resultados verificados.<br />
Ao tomar consciência do controlo, os<br />
técnicos responderão com uma melhoria<br />
do seu trabalho.<br />
O chefe de oficina ou um empregado<br />
especializado em provas de estrada devem<br />
efectuar diariamente um controlo de<br />
qualidade de um veículo ao acaso, num<br />
percurso de ensaio e anotar os resultados<br />
obtidos.<br />
O director do serviço de reparação<br />
deve efectuar com regularidade controlos<br />
de qualidade, em particular nos trabalhos<br />
susceptíveis de apresentarem dificuldades.<br />
Se o pessoal for insuficiente para efectuar<br />
controlos regulares da qualidade,<br />
uma solução pode ser a de empregar em<br />
part-time um antigo técnico que se encontre<br />
reformado.<br />
SUPERVISÃO<br />
A supervisão deve estar presente e ser<br />
bem evidente, quer seja exercida pelo patrão<br />
que trabalha ao lado do seu mecânico,<br />
quer por um contramestre sobre o conjunto<br />
dos empregados.<br />
O chefe de oficina deve verificar com<br />
os técnicos, a quem confiou trabalhos que<br />
não são de rotina, os trabalhos de que os<br />
encarregou, de forma a assegurar-se de<br />
que esses técnicos não estão a braços com<br />
dificuldades intransponíveis ou que não<br />
improvisam de forma irresponsável.<br />
Uma <strong>das</strong> funções mais importantes do<br />
chefe de oficina ou do supervisor consiste<br />
em conhecer as capacidades individuais<br />
de cada trabalhador e confiar-lhes<br />
trabalhos que correspondam a essas capacidades.<br />
As aptidões dos técnicos devem ser reavalia<strong>das</strong><br />
com regularidade, utilizando<br />
uma folha para cada um, o que permite<br />
rever a gama de aptidões e experiência<br />
disponíveis, e confiar os trabalhos aos<br />
empregados mais aptos. Recomenda-se a<br />
utilização de uma avaliação do trabalho.<br />
Um controlo mais rigoroso da eficácia do<br />
trabalho faz aumentar a rentabilidade e<br />
controla os custos de mão-de-obra.<br />
Devem ser retirados, todos os dias, três<br />
fichas-oficina e controla<strong>das</strong> por comparação<br />
com o trabalho efectuado e as instruções<br />
do cliente. Os preços devem também<br />
ser verificados.<br />
O patrão deve, de vez em quando, telefonar<br />
para a sua empresa a fim de verificar<br />
se atendem depressa, amavelmente e<br />
com atenção.<br />
LIGAÇÃO ENTRE A OFICINA<br />
E O ARMAZÉM<br />
É muito importante que as horas de abertura<br />
do armazém de peças sobressalentes<br />
coincidam com as de abertura da recepção<br />
e do serviço de manutenção e reparação.<br />
Antes do final de cada dia, o chefe do armazém<br />
deve analisar com o recepcionista,<br />
o registo do trabalho para o dia seguinte, a<br />
fim de verificarem se existem as peças de<br />
que irão necessitar e tomar as devi<strong>das</strong> providências<br />
para obter as que faltam.<br />
A formação dos técnicos deve garantir<br />
que os mesmos conheçam todos os pormenores<br />
dos veículos antes de encomendar as<br />
peças ao armazém.<br />
Devem ser organiza<strong>das</strong> reuniões semanais<br />
entre o responsável pelo serviço de<br />
manutenção e de reparação e o do armazém<br />
de peças sobressalentes, para trocar impressões<br />
sobre os problemas, bem como sobre<br />
as modificações e evoluções introduzi<strong>das</strong><br />
nos veículos. O responsável pelo serviço de<br />
manutenção e reparação deve entregar ao<br />
seu homólogo do armazém uma cópia de<br />
todos os documentos técnicos.<br />
Deve existir um local adequado na zona<br />
da recepção para permitir uma exposição<br />
atraente de peças e acessórios.<br />
PUB<br />
Não há teste de Primeiro Equipamento mais rigoroso que o da Fórmula 1. As lições que<br />
aprendemos por estarmos no coração do desporto reflectem-se na nossa tecnologia para a estrada.<br />
Lições tais como criar cerâmicas tão resistentes que conseguem suportar as mais exigentes<br />
condições de um motor F1 a 18.000 r.p.m.. Desta forma criámos uma gama tão avançada e<br />
abrangente de velas de ignição que garante normas de Primeiro Equipamento e de desempenho sem<br />
paralelo.<br />
Performance Driven
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
ANÚNCIOS CLASSIFICADOS Março 2<strong>006</strong> 27<br />
PEÇAS PARA TODOS OS JIPES - ACESSÓRIOS TODO-O-TERRENO<br />
novas • usa<strong>das</strong> • recondiciona<strong>das</strong><br />
Motormáquina<br />
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Filial: Av. D. João I, Lote 2 r/c - 2200-233 ABRANTES<br />
Telef. 241 372710 - Fax 241 371424<br />
Sede: Rua Clube Atlético de Rio Tinto, 155/161<br />
4435-188 RIO TINTO<br />
Telef. 224 854270/7 - Fax 224 880227<br />
Filial: Rua Principal, 79 - Quinta S. João <strong>das</strong> Areias<br />
2685-012 SACAVÉM<br />
Telef. 219 428070 - Fax 219 428078
28<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
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30<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
FORUM<br />
Formação Automóvel em Portugal<br />
Um longo caminho a percorrer<br />
Sendo a Formação Automóvel uma temática complexa, que admite diversas perspectivas, fomos ouvir alguns especialistas desta área,<br />
para sabermos a sua opinião sobre a situação actual da Formação Automóvel em Portugal e as suas maiores dificuldades e lacunas.<br />
João Soares Pires<br />
Gerente do Instituto<br />
de Formação Automóvel<br />
Jorg Heinrich<br />
Director do Departamento<br />
de Qualificação<br />
Profissional da Câmara de<br />
Comércio e Indústria<br />
Luso-Alemã<br />
Margarida Alves<br />
Coordenadora dos Cursos<br />
de Formação do CEPRA –<br />
Centro de Formação<br />
Profissional da Reparação<br />
Automóvel<br />
“Quem não fizer<br />
formação perde<br />
a capacidade de efectuar a reparação”<br />
Como se encontra actualmente a Formação<br />
Automóvel em Portugal?<br />
A formação automóvel está sempre em crescimento,<br />
porque o produto tem ciclos de vida cada vez mais curtos,<br />
por um lado, com novos modelos a aparecerem a<br />
um ritmo impressionante, sendo que, por outro lado, estamos<br />
a assistir a uma permanente mudança tecnológica.<br />
A mecânica clássica do automóvel desapareceu por<br />
completo, dando lugar à electrónica, o que acarretou<br />
uma mudança profunda dos hábitos e dos procedimentos<br />
convencionais. Tudo isto gerou novas necessidades<br />
de formação no sector, tendo passado de algo que ia sendo<br />
feito, para se tornar num investimento crucial para a<br />
actividade. Quem não fizer formação perde a capacidade<br />
de efectuar a reparação.<br />
No entanto, a formação só poderá ser considerada um<br />
investimento se for de qualidade, porque, se o não for,<br />
passará a ser simplesmente um custo. Em certos casos<br />
assistimos a queixas de empresários, que não tiveram<br />
qualquer retorno do que despenderam na formação, porque<br />
a fronteira entre a formação de qualidade e a mera<br />
transmissão de alguns conhecimentos ainda não se tornou<br />
bem nítida.<br />
Em que áreas técnicas e profissionais se verificam<br />
maiores lacunas de Formação Automóvel?<br />
Temos que separar a formação que se destina a formar<br />
um profissional e a que se destina a adaptar um profissional<br />
a uma função. São duas coisas distintas, começando<br />
por quem assume o investimento. Quando se fala<br />
de profissão, entendemos que se trata de uma obrigação<br />
do Estado, porque não pertence a nenhuma empresa e é<br />
transversal a inúmeras actividades. Quando se trata da<br />
adaptação a uma função, estamos claramente no âmbito<br />
da empresa e os custos dessa formação interessam directamente<br />
à empresa. Nesta óptica, não se pode dizer que<br />
existam lacunas em Portugal no que respeita à formação<br />
de adaptação funcional. Qualquer marca está apta a dotar<br />
os seus profissionais <strong>das</strong> capacidades que necessitam.<br />
O problema reside na formação para a profissão, ou<br />
seja, onde é que estão os pintores, bate-chapa, técnicos<br />
de diagnóstico, mecatrónicos, etc.,? Falta claramente um<br />
viveiro de profissões onde as diversas empresas possam<br />
efectuar a captação de colaboradores. É por essa razão<br />
que hoje dia assistimos, no após-venda em Portugal, a<br />
um envelhecimento da população, devido a uma falta da<br />
rotação natural dos profissionais. Como não há candidatos<br />
novos, os mais antigos têm que permanecer nos seus<br />
postos de trabalho, por um lado. Por outro lado, as empresas<br />
novas ou em crescimento acabam por recrutar os<br />
seus elementos na concorrência, gerando um certo número<br />
de situações menos claras.<br />
“Falta sensibilizar<br />
os profissionais e as empresas para<br />
apostarem na formação.”<br />
Como se encontra actualmente a Formação<br />
Automóvel em Portugal?<br />
A tecnologia automóvel tem evoluído muito rapidamente,<br />
o que exige uma formação ao nível mais alto de<br />
qualidade. Reconhecemos que a base de que se parte<br />
está pouco evoluída, mas também falta sensibilizar os<br />
profissionais e as empresas para apostarem na formação.<br />
Concordo que é preciso investir mais na formação e insistimos<br />
no facto de ser necessários que as empresas revelem<br />
maior disponibilidade para libertar os seus colaboradores<br />
para as acções de formação. Isso também é<br />
uma parte do investimento.<br />
No nosso entender, os centros de formação profissional<br />
para jovens têm um papel importante na definição<br />
do modelo de formação profissional correcto, mas a participação<br />
<strong>das</strong> empresas é também indispensável, no sentido<br />
em que elas têm consciência da importância da formação<br />
dentro <strong>das</strong> empresas. O nosso princípio é obter<br />
uma formação participada por to<strong>das</strong> as partes interessa<strong>das</strong><br />
e responsáveis, para se atingir um nível de estruturação<br />
e organização desejável.<br />
Em que áreas técnicas e profissionais se verificam<br />
maiores lacunas de Formação Automóvel?<br />
Devido à carência de bons profissionais na área da<br />
pintura, muitas oficinas pretendem os técnicos formados<br />
na nossa escola. No ano passado, no entanto, não conseguimos<br />
reunir jovens com perfil adequado para formar<br />
uma turma de técnicos qualificados para este nicho de<br />
mercado. Apesar de termos uma taxa de empregabilidade<br />
alta, quase 100%, devido ao nosso relacionamento<br />
com as marcas e oficinas, o que constitui uma grande<br />
vantagem para os formandos, não conseguimos formar a<br />
referida turma.<br />
Muitos jovens procuram a formação para obter a<br />
equivalência ao 12º ano e continuar a carreira académica.<br />
A perspectiva de se tornar técnico do após-venda automóvel<br />
não tem o acolhimento na juventude portuguesa<br />
que se poderia desejar. Nestas circunstâncias, devíamos<br />
inverter a pirâmide e preparar as condições para as<br />
carreiras profissionais no sector. À falta de alternativas<br />
efectivamente atractivas, todos os jovens optam pela solução<br />
mais simples, que muitas vezes é apenas o adiamento<br />
de uma solução, tomando o estudo como o objectivo.<br />
Estão realmente convencidos que não existe nenhuma<br />
alternativa válida para a carreira universitária.<br />
Julgo que to<strong>das</strong> as entidades que apostam na formação<br />
automóvel deviam pugnar pela criação de uma alternativa<br />
de carreira credível para a juventude. Uma <strong>das</strong><br />
formas de contornar esta dificuldade, poderia ser não fechar<br />
a profissão de técnico num só patamar, mas dar a<br />
possibilidade aos que revelem maior aptidão de progredir<br />
profissionalmente e em termos académicos.<br />
“A qualidade da<br />
formação assenta<br />
na qualidade da selecção inicial dos<br />
alunos”<br />
Como se encontra actualmente a Formação<br />
Automóvel em Portugal?<br />
O âmbito do CEPRA é todo o sector da reparação automóvel,<br />
tendo neste momento identifica<strong>das</strong> 25 profissões<br />
diferentes dentro desta área, a fim de proporcionar<br />
respostas formativas, ao abrigo da certificação profissional.<br />
Devido a to<strong>das</strong> estas solicitações, o CEPRA enfrenta<br />
naturais dificuldades para levar a bom porto a sua<br />
missão. Além disso, temos a necessidade de efectuar a<br />
formação para jovens em busca do primeiro emprego e<br />
para profissionais já inseridos no mercado de trabalho.<br />
Muitas vezes esses profissionais estão ligados a empresas<br />
que não têm vínculos a qualquer marca. Se as empresas<br />
liga<strong>das</strong> a marcas têm o estímulo dos fabricantes<br />
para qualificar os seus colaboradores, nas outras empresas<br />
independentes há por vezes dificuldade em garantir<br />
a formação. Uma <strong>das</strong> dificuldades deste tipo de empresas<br />
é a cedência dos empregados para participarem em<br />
acções de formação, uma vez que são na sua maioria<br />
empresas com poucos trabalhadores. Para ultrapassar<br />
esse obstáculo, o CEPRA trabalha sobretudo em horário<br />
nocturno, o que implica um investimento pessoal dos<br />
formandos.<br />
Em que áreas técnicas e profissionais se verificam<br />
maiores lacunas de Formação Automóvel?<br />
Um dos critérios de admissão para a formação no CE-<br />
PRA é o certificado da escolaridade mínima obrigatória.<br />
O que acontece é que muitos jovens andam os nove<br />
anos na escola, mas não possuem as competências espera<strong>das</strong>,<br />
porque repetiram anos, falharam cadeiras, etc.<br />
Em consequência, tivemos que adaptar as formações<br />
nas áreas da química, física, matemática, língua portuguesa<br />
e língua estrangeira, a cada uma <strong>das</strong> profissões,<br />
para motivá-los pela profissão. Não ensinamos equações,<br />
mas ensinamos proporções para fazer diluição de<br />
tintas, por exemplo. Esta ligação dos conhecimentos teóricos<br />
à prática profissional resulta como um chamariz<br />
de jovens para a profissão. Na selecção dos jovens, utilizamos<br />
os testes psicotécnicos para encaminhá-los para a<br />
área em que tenham maiores condições de êxito e apetência<br />
natural. Penso que um dos segredos da qualidade<br />
da formação assenta na qualidade da selecção inicial,<br />
com o despiste motivacional dos jovens. Nas pequenas<br />
oficinas a integração desses jovens não é em muitos casos<br />
linear, porque não os conseguem manter motivados<br />
nem garantem a sua actualização técnica. Muitas dessas<br />
empresas sobrevivem graças a um parque automóvel<br />
envelhecido, mas com a actualização do parque tenderão<br />
a fechar e os jovens técnicos terão que ser requalificados,<br />
para manter os seus postos de trabalho.
32<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
AMBIENTE<br />
Política de ambiente da Norauto<br />
Menos Poluição, Mais Valorização!<br />
As questões ambientais dentro de uma oficina não são só uma questão de estratégia empresarial<br />
e de imagem são, acima de tudo, uma questão e imposição legal. O exemplo que aqui trazemos<br />
da Norauto, revela como é que as questões ambientais se podem tornar numa prioridade.<br />
Nas últimas déca<strong>das</strong>, a poluição do<br />
meio ambiente e a destruição da<br />
camada de ozono, têm sido alguns<br />
dos temas mais debatidos na nossa sociedade.<br />
Apesar dos alertas sobre estes assuntos,<br />
continuamos a não ter resultados que sejam<br />
relevantes para a preservação do meio ambiente,<br />
quer da parte da sociedade quer dos<br />
próprios serviços camarários e centrais do<br />
Estado. A Norauto assumiu uma postura<br />
claramente diferente em relação às questões<br />
ambientais, consciente de que a actividade<br />
que exerce nos seus centros é por natureza<br />
poluidora e geradora de múltiplos<br />
resíduos, sendo uma <strong>das</strong> suas principais<br />
preocupações a criação de acções que ajudem<br />
a diminuir a poluição e a valorizar materiais<br />
dos automóveis, já utilizados.<br />
O automobilista<br />
Quando entramos dentro do nosso automóvel,<br />
por vezes, não nos lembramos que<br />
estamos a conduzir um dos elementos mais<br />
poluidores do meio ambiente. O automóvel<br />
é o principal emissor de dióxido de carbono<br />
e ao longo do seu tempo de circulação em<br />
estrada esta situação vai agravando cada<br />
vez mais. Só a manutenção regular do veículo<br />
permite reduzir essa poluição, já que<br />
um veículo que seja inspeccionado regularmente<br />
polui muito menos do que um que<br />
não o seja, contribuindo para a preservação<br />
do meio ambiente em cinco vertentes:<br />
- Qualidade do ar: mudar o filtro do óleo<br />
regularmente e certificar-se de que o escape<br />
não está defeituoso;<br />
- Menor consumo de combustível: respeitar<br />
limitações e ter controlar regularmente<br />
as velas, injectores, pneus e a pressão<br />
dos mesmos;<br />
- Preservar a qualidade da água: trocar o<br />
líquido de refrigeração apenas numa oficina<br />
e entregar numa oficina Norauto os<br />
poluentes líquidos usados do automóvel<br />
(óleo, líquido de refrigeração, ...);<br />
- Evitar causar efeitos sonoros prejudiciais:<br />
só utilizar a buzina quando é necessário;<br />
- Preocupação com o estado da paisagem<br />
natural: não deitar lixo pela janela, nem<br />
descartar materiais gastos em qualquer<br />
lugar.<br />
O sector dos transportes continua a ser<br />
aquele cujas emissões de gases com efeito<br />
de estufa mais têm aumentado. O número<br />
de utilizadores dos transportes públicos têm<br />
vindo a diminuir cada vez mais, devido a<br />
uma política local e nacional que incentiva<br />
a utilização do transporte privado para as<br />
deslocações diárias.<br />
Em Portugal o recurso aos automóveis<br />
privados é superior a 75%, o que contribui<br />
para aumentar as emissões de gases de efeito<br />
de estufa e prejudica o combate às alterações<br />
climáticas. O nosso país está entre os<br />
sete que mais utilizam o automóvel privado<br />
e ocupa o quarto lugar dos países da EU<br />
com maior peso dos transportes de mercadorias<br />
por via rodoviária.<br />
A Norauto<br />
Neste sentido, a Norauto procura, diariamente,<br />
através de um programa que integra<br />
a classificação, recolha e valorização de<br />
todo o desperdício que resulta da sua actividade,<br />
gerir o desperdício que provoca graves<br />
danos no meio ambiente. Por outro<br />
lado, actualmente a Norauto propõe-se recolher<br />
os óleos usados e baterias velhas entregues<br />
nas suas oficinas por clientes e não<br />
clientes.<br />
Quais são as peças possíveis de reciclar e como são utiliza<strong>das</strong> futuramente:<br />
Peças Risco para o Ambiente Reutilização<br />
Baterias<br />
Óleos<br />
Líquido de Refrigeração<br />
Latas e Bidons<br />
Pneus<br />
Pilhas e Acumuladores<br />
Filtros de Óleo e de Combustível<br />
Catalisadores<br />
Peças<br />
(amortecedores, escape, pastilhas de travão…)<br />
Todos os seus componentes são<br />
fortemente poluentes em caso de<br />
abandono na natureza.<br />
1 litro de óleo polui 1.000 litros de água.<br />
O Mono-Ethy-Glycol<br />
é um líquido poluente.<br />
Poluição através do líquido que contêm.<br />
Risco de incêndio e perigo para a saúde<br />
pública<br />
Uma pequena pilha contamina 1m3 de<br />
terra. É importante não as deitar no lixo.<br />
Poluição do solo e da água.<br />
Poluição do solo.<br />
Poluição do solo.<br />
Todos os detritos resultantes da actividade<br />
da Norauto (serviços prestados na<br />
oficina e funcionamento da loja) são separados<br />
e acondicionados por tipo de resíduo,<br />
entregues apenas a empresas devidamente<br />
licencia<strong>das</strong> para o efeito e que garantem<br />
o seu correcto encaminhamento e<br />
tratamento.<br />
E como nada é deixado ao acaso, a fim<br />
de não poluir o subsolo, to<strong>das</strong> as águas<br />
provenientes da lavagem <strong>das</strong> oficinas são<br />
directamente escoa<strong>das</strong> para um esgoto<br />
que vai desaguar num decantador/separador<br />
de hidrocarbonetos (subterrâneo).<br />
Este decantador é aberto regularmente, os<br />
hidrocarbonetos são recolhidos por uma<br />
empresa certificada e todo o sistema é lavado<br />
para que possa continuar a funcionar<br />
correctamente.<br />
A Norauto, tem ainda como objectivo<br />
apostar na instalação de um sistema de<br />
gestão do ambiente, que lhe permita ter<br />
competências em relação à protecção ambiental<br />
e prevenção da poluição, para obtenção<br />
da certificação ISO 14001.<br />
O chumbo é fundido e serve para fabricar outra bateria. O ácido é neutralizado e o<br />
reservatório de plástico serve para o fabrico de outras peças para automóvel.<br />
Os óleos usados são regenerados, isto é, queimados produzindo assim energia.<br />
A água contida neste líquido é destilada. O produto poluente é queimado<br />
recuperando-se a energia produzida por essa combustão.<br />
As embalagens são lava<strong>das</strong> e reutiliza<strong>das</strong>, fundi<strong>das</strong> para a reutilização do metal ou<br />
queima<strong>das</strong> a fim de produzirem energia.<br />
Uma parte dos pneus usados é valorizada (recauchutadso ou exportados) e a outra<br />
parte ou é queimada para servir de combustível da substituição nas cimenteiras<br />
(valorização energética) ou são desfeitos em pó (valorização do material).<br />
As pilhas são recicla<strong>das</strong> através da separação de elementos químicos.<br />
Os três componentes são separados, o óleo é regenerado ou valorizado<br />
energeticamente, a parte metálica é fundida para posterior reutilização, a parte em<br />
plástico/papel será utilizada como combustível de substituição em cimenteiras.<br />
Esmagamento do catalisador e separação e purificação dos metais preciosos.<br />
As peças são reintegra<strong>das</strong> no circuito de produção <strong>das</strong> empresas de siderurgia.<br />
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34<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
Auto Prazeres<br />
Relação possível<br />
Situado na Terrugem, no Concelho de Sintra, a Auto Prazeres sempre esteve ligada à Citroen, embora trabalhe<br />
em paralelo com o multimarca, um pouco à imagem do que será o futuro <strong>das</strong> oficinas em Portugal.<br />
AAuto Prazeres foi fundada em<br />
1991, tendo-se tornado no ano<br />
seguinte agente Citroen, para<br />
mais recentemente, fruto <strong>das</strong> alterações<br />
do novo regulamento da distribuição automóvel,<br />
se tornar um RAC (Reparador<br />
Autorizado Citroen).<br />
Com 7 colaboradores permanentes, as<br />
actuais instalações da Auto Prazeres, dividi<strong>das</strong><br />
em dois blocos, possuem imagem<br />
Citroen, no caso da oficina e imagem<br />
própria no outro espaço onde se encontra<br />
a secção de chapa e pintura.<br />
“Para sermos um RAC temos que<br />
cumprir com determina<strong>das</strong> exigências da<br />
Citroen, nomeadamente em termos de<br />
imagem, aquisição de ferramenta, incluindo<br />
a máquina de diagnóstico recomendada<br />
e ainda a formação anual e regular<br />
de dois técnicos peritos Citroen”, afirma<br />
Rui Prazeres gerente da Auto Prazeres,<br />
que adianta ainda que “a relação com a<br />
marca é boa, desde que se cumpra com<br />
estas exigências”.<br />
Mas na Auto Prazeres, o negócio para<br />
além da Citroen é também multimarcas,<br />
o que não coloca qualquer entrave na relação<br />
com a Citroen. “Qualquer oficina<br />
de marca repara carros de outras marcas,<br />
tal como nós o fazemos. Temos é que saber<br />
trabalhar com os carros Citroen<br />
como a marca nos impõe e com o equipamento<br />
que nos recomenda e com peças<br />
originais”, esclarece o mesmo responsável<br />
desta empresa.<br />
Em 2005 a Auto Prazeres abriu mais<br />
de 1.300 folhas de obra na oficina, com<br />
grande parte desse número a ser dedicado<br />
ao negócio Citroen e a clientes habituais<br />
do próprio estabelecimento.<br />
Não dispondo de qualquer acordo com<br />
as seguradoras, Rui Prazeres afirma não<br />
haver qualquer tipo de problema na relação<br />
com essas empresas, “embora saibamos<br />
que exista sempre uma pressão muito<br />
grande para as empresas de seguros<br />
levarem os carros para as oficinas recomenda<strong>das</strong>.<br />
Nos casos em que trabalhamos<br />
com as seguradoras não temos tido<br />
qualquer problema nem com os respectivos<br />
peritos”.<br />
Numa altura em que o negócio oficinal<br />
tem vindo a decrescer em termos gerais,<br />
a Auto Prazeres tem apostado no negócio<br />
multimarca, mas também numa série<br />
de outros serviços como seja a venda de<br />
automóveis usados e novos, nomeadamente<br />
da marca Citroen com a abertura<br />
de um stand de exposição para breve, de<br />
modo “a gerar um maior tráfego na oficina”,<br />
revela Rui Prazeres. Outro serviço é<br />
o carro de substituição, em parceria com<br />
a IberRent, que permite ao cliente dispor<br />
de um carro sempre que necessite deixar<br />
o seu na oficina.<br />
Auto Prazeres<br />
Sede:<br />
E.N. 247<br />
2705-869 Terrugem Sintra<br />
Gerente<br />
Rui Prazeres<br />
Telefone:<br />
219 615 988<br />
Fax:<br />
219 618 523<br />
E-mail:<br />
auto.prazeres@iol.pt<br />
1 - Recepção<br />
Apesar de muito simples, encontra-se<br />
equipada com os meios necessários<br />
(computador, balcão, café, etc). Ao lado<br />
existe uma secção de peças, dividida em<br />
duas áreas, nela encontra-se um stock<br />
mínimo de peças de maior rotação na<br />
oficina;<br />
2 - Secção de diagnóstico<br />
Espaço destinada a efectuar todo o tipo de<br />
diagnóstico auto, onde se encontra<br />
equipamento para esse efeito;<br />
Em termos ambientais, a Auto Prazeres<br />
dispõe de to<strong>das</strong> as condições para cumprir<br />
com a legislação, tendo acordos com diversas<br />
empresas para a recolha dos diferentes<br />
resíduos, e indo até mais além, com<br />
a montagem de extractores de fumos que<br />
não são exigidos por lei.<br />
Em termos de investimento futuros, a<br />
Auto Prazeres, irá brevemente reconverter<br />
a secção de pintura para o sistema à<br />
base de água, que é no fundo também<br />
uma imposição legal.<br />
“A nossa cabina já está preparada para<br />
receber um sistema à base de água, enquanto<br />
os nossos pintores irão receber<br />
formação para poderem trabalhar com<br />
este sistema”, revela Rui Prazeres.<br />
Utilizando peças de origem para as reparações<br />
de veículos Citroen, a Autoprazeres<br />
pode contudo que recorrer a outras<br />
fornecedores de peças, já que “perguntamos<br />
muitas vezes ao cliente qual é o material<br />
que ele pretende para o seu carro,<br />
pois não obrigamos que sejam peças originais,<br />
mas quando são Citroen utilizamos<br />
peças originais, que em alguns casos<br />
até apresentam preços muito competitivos”,<br />
refere o gerente desta oficina.<br />
Organização Auto Prazeres<br />
A Auto Prazeres divide-se por 2 pavilhões, um com imagem Citroen e outro com imagem<br />
própria (multimarca), onde funcionam todos os serviços que disponibiliza para os seus<br />
clientes, desde a manutenção, passando pela repintura auto e acabando na reparação.<br />
4 - Zona de manutenção<br />
Equipada com 3 elevadores para diversos<br />
tipos de intervenção sendo o central<br />
destinado ao recepcionista para efectuar o<br />
primeiro diagnóstico;<br />
5 - Secção de Chapa<br />
Equipado com um banco de carroçaria,<br />
destinado a intervenções ao nível da chapa<br />
de veículos acidentados;<br />
A Auto Prazeres é um reparador autorizado Citroen, dispondo também de estrutura oficinal completa, que dá<br />
resposta à multimarca<br />
3 - Secção de mecânica pesada<br />
Sector destinado a reparações auto mais<br />
profun<strong>das</strong> que exigem uma intervenção<br />
técnica mais habilitada;<br />
6 - Secção de Pintura<br />
Esta espaço encontra-se munido de uma<br />
cabina de pintura, bem como de uma<br />
misturadora de tintas, podendo fazer-se<br />
qualquer trabalho de repintura auto.
36<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
REPORTAGEM<br />
Visita à fábrica da Monroe em Ermua<br />
Qualidade e flexibilidade<br />
Localizada em Ermua, perto de Bilbao, a fábrica de amortecedores Monroe é uma <strong>das</strong> mais<br />
flexíveis da Tenneco na Europa, e a única a produzir os novos amortecedores electrónicos CES,<br />
que são equipamento de origem de vários modelos da Volvo e Audi.<br />
Um factor chave do sucesso desta<br />
fábrica Monroe é a sua política de<br />
desenvolvimento de processos e<br />
de instalações de produção, paralelamente<br />
ao produto propriamente dito, de molde a<br />
assegurar, do princípio ao fim, um fabrico<br />
de qualidade e sem problemas. No seguimento<br />
desta estratégia, a Tenneco investiu<br />
recentemente mais de 3 milhões de euros<br />
na instalação de ferramentas que possibilitassem<br />
o fabrico do novo amortecedor<br />
CES. Sobre este novo produto, Josep Fornos,<br />
Vice Presidente e Director-Geral para<br />
OE, afirmou: “Desde que lançámos o sistema<br />
CES em 2002, a procura desta tecnologia<br />
registou um aumento significativo.<br />
Com base nas encomen<strong>das</strong> que nos foram<br />
feitas e na nossa análise interna <strong>das</strong> condições<br />
de mercado actuais e previstas, prevemos<br />
que a produção em 2007 seja três vezes<br />
superior à de 2005”.<br />
Os construtores de automóveis consideram<br />
que o sistema CES é uma oportunidade<br />
de proporcionar uma experiência de<br />
condução melhor, através da possibilidade<br />
de se escolher entre vários tipos de condução.<br />
De facto, a suspensão controlada proporciona<br />
conforto na condução a velocidades<br />
reduzi<strong>das</strong>, em conjunto com uma<br />
boa estabilidade a velocidades superiores,<br />
adaptando-se igualmente às acções do<br />
condutor.<br />
Embora a maioria da actual produção<br />
do CES se destine a veículos do segmento<br />
superior, Josep Fornos pensa que as futuras<br />
aplicações do sistema passarão a<br />
abranger uma gama mais diversificada de<br />
veículos. “A suspensão controlada proporciona<br />
aos fabricantes de veículos a<br />
oportunidade para fazer a diferenciação<br />
no âmbito de uma plataforma e até de um<br />
modelo de veículos, através da oferta mais<br />
variada de atributos de condução, conforto<br />
e manuseamento. Cada vez mais veremos<br />
sistemas de suspensão electrónica<br />
como opção em veículos dos segmentos<br />
médio e inferior, embora a maior taxa de<br />
utilização continue a ser o dos veículos de<br />
gama alta”, declarou Fornos.<br />
Mercados de destino<br />
Dos cerca de seis milhões de amortecedores<br />
fabricados anualmente na fábrica de<br />
Ermua, 40% destina-se ao mercado de peças<br />
de origem. A força da Monroe neste<br />
mercado deve-se à flexibilidade <strong>das</strong> linhas<br />
Cada trabalhador, ao longo da linha de produção, é responsável pela qualidade do seu trabalho, enquanto<br />
inspectores especializados utilizam máquinas de teste controla<strong>das</strong> electronicamente.<br />
A fábrica Monroe em Ermua é a única no mundo que dispõe de uma sala limpa, totalmente isenta de poeiras ou<br />
outras partículas, onde são montados os componentes do novo amortecedor electrónico CES da Monroe.<br />
de produção e à capacidade da empresa<br />
para perceber e adoptar a filosofia dos<br />
construtores de automóveis, sendo também<br />
capaz de transmitir o seu Know How e de<br />
trabalhar em estreita cooperação com os<br />
mesmos, já que a responsabilidade de um<br />
fornecedor de peças de origem é hoje muito<br />
maior do que era no passado. A unidade de<br />
Ermua conta com uma equipa de 18 elementos,<br />
que trabalha directamente com clientes<br />
de equipamento original no desenvolvimento<br />
de novos amortecedores.<br />
Os amortecedores desenvolvidos para o<br />
mercado pós-venda, que representam 60%<br />
da produção total de Ermua, não têm as<br />
mesmas especificações daqueles destinados<br />
a peças de origem. Os engenheiros da<br />
Monroe desenvolvem os amortecedores de<br />
substituição tendo em conta que as viaturas<br />
a que se destinam já “sofreram” muitos milhares<br />
de quilómetros e alguns anos de exposição<br />
a diferentes condições de estrada e<br />
tempo. Estes amortecedores e as suas capacidades<br />
de amortecimento são por isso estudados<br />
de maneira a compensar o desgaste<br />
de outros componentes, tais como sinoblocos,<br />
molas, etc.<br />
Josep Fornos, Director-Geral do negócio de<br />
equipamento original, afirmou que “A produção do<br />
amortecedor electrónico CES em 2007, será três<br />
vezes superior à de 2005”<br />
Nome<br />
Fábrica Tenneco Europe<br />
Localização<br />
Ermua, Espanha<br />
Área <strong>das</strong> instalações<br />
31.200 m2<br />
Número de empregados<br />
650<br />
Capacidade instalada<br />
7 milhões amortecedores/ano<br />
Percentagem produção OE<br />
40%<br />
Percentagem produção aftermarket<br />
60%<br />
Nº referência Aftermarket<br />
2.500<br />
Processos de produção<br />
Ferramentas Kanban; 6 Sigma; Kaizen;<br />
TVM, OEE e OOE.
36<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
REPORTAGEM<br />
Visita à fábrica da Monroe em Ermua<br />
Qualidade e flexibilidade<br />
Localizada em Ermua, perto de Bilbao, a fábrica de amortecedores Monroe é uma <strong>das</strong> mais<br />
flexíveis da Tenneco na Europa, e a única a produzir os novos amortecedores electrónicos CES,<br />
que são equipamento de origem de vários modelos da Volvo e Audi.<br />
Um factor chave do sucesso desta<br />
fábrica Monroe é a sua política de<br />
desenvolvimento de processos e<br />
de instalações de produção, paralelamente<br />
ao produto propriamente dito, de molde a<br />
assegurar, do princípio ao fim, um fabrico<br />
de qualidade e sem problemas. No seguimento<br />
desta estratégia, a Tenneco investiu<br />
recentemente mais de 3 milhões de euros<br />
na instalação de ferramentas que possibilitassem<br />
o fabrico do novo amortecedor<br />
CES. Sobre este novo produto, Josep Fornos,<br />
Vice Presidente e Director-Geral para<br />
OE, afirmou: “Desde que lançámos o sistema<br />
CES em 2002, a procura desta tecnologia<br />
registou um aumento significativo.<br />
Com base nas encomen<strong>das</strong> que nos foram<br />
feitas e na nossa análise interna <strong>das</strong> condições<br />
de mercado actuais e previstas, prevemos<br />
que a produção em 2007 seja três vezes<br />
superior à de 2005”.<br />
Os construtores de automóveis consideram<br />
que o sistema CES é uma oportunidade<br />
de proporcionar uma experiência de<br />
condução melhor, através da possibilidade<br />
de se escolher entre vários tipos de condução.<br />
De facto, a suspensão controlada proporciona<br />
conforto na condução a velocidades<br />
reduzi<strong>das</strong>, em conjunto com uma<br />
boa estabilidade a velocidades superiores,<br />
adaptando-se igualmente às acções do<br />
condutor.<br />
Embora a maioria da actual produção<br />
do CES se destine a veículos do segmento<br />
superior, Josep Fornos pensa que as futuras<br />
aplicações do sistema passarão a<br />
abranger uma gama mais diversificada de<br />
veículos. “A suspensão controlada proporciona<br />
aos fabricantes de veículos a<br />
oportunidade para fazer a diferenciação<br />
no âmbito de uma plataforma e até de um<br />
modelo de veículos, através da oferta mais<br />
variada de atributos de condução, conforto<br />
e manuseamento. Cada vez mais veremos<br />
sistemas de suspensão electrónica<br />
como opção em veículos dos segmentos<br />
médio e inferior, embora a maior taxa de<br />
utilização continue a ser o dos veículos de<br />
gama alta”, declarou Fornos.<br />
Mercados de destino<br />
Dos cerca de seis milhões de amortecedores<br />
fabricados anualmente na fábrica de<br />
Ermua, 40% destina-se ao mercado de peças<br />
de origem. A força da Monroe neste<br />
mercado deve-se à flexibilidade <strong>das</strong> linhas<br />
Cada trabalhador, ao longo da linha de produção, é responsável pela qualidade do seu trabalho, enquanto<br />
inspectores especializados utilizam máquinas de teste controla<strong>das</strong> electronicamente.<br />
A fábrica Monroe em Ermua é a única no mundo que dispõe de uma sala limpa, totalmente isenta de poeiras ou<br />
outras partículas, onde são montados os componentes do novo amortecedor electrónico CES da Monroe.<br />
de produção e à capacidade da empresa<br />
para perceber e adoptar a filosofia dos<br />
construtores de automóveis, sendo também<br />
capaz de transmitir o seu Know How e de<br />
trabalhar em estreita cooperação com os<br />
mesmos, já que a responsabilidade de um<br />
fornecedor de peças de origem é hoje muito<br />
maior do que era no passado. A unidade de<br />
Ermua conta com uma equipa de 18 elementos,<br />
que trabalha directamente com clientes<br />
de equipamento original no desenvolvimento<br />
de novos amortecedores.<br />
Os amortecedores desenvolvidos para o<br />
mercado pós-venda, que representam 60%<br />
da produção total de Ermua, não têm as<br />
mesmas especificações daqueles destinados<br />
a peças de origem. Os engenheiros da<br />
Monroe desenvolvem os amortecedores de<br />
substituição tendo em conta que as viaturas<br />
a que se destinam já “sofreram” muitos milhares<br />
de quilómetros e alguns anos de exposição<br />
a diferentes condições de estrada e<br />
tempo. Estes amortecedores e as suas capacidades<br />
de amortecimento são por isso estudados<br />
de maneira a compensar o desgaste<br />
de outros componentes, tais como sinoblocos,<br />
molas, etc.<br />
Josep Fornos, Director-Geral do negócio de<br />
equipamento original, afirmou que “A produção do<br />
amortecedor electrónico CES em 2007, será três<br />
vezes superior à de 2005”<br />
Nome<br />
Fábrica Tenneco Europe<br />
Localização<br />
Ermua, Espanha<br />
Áres da instalações<br />
31.200 m2<br />
Número de empregados<br />
650<br />
Capacidade instalada<br />
7 milhões amortecedores/ano<br />
Percentagem produção OE<br />
40%<br />
Percentagem produção aftermarket<br />
60%<br />
Nº referência Aftermarket<br />
2.500<br />
Processos de produção<br />
Ferramentas Kanban; 6 Sigma; Kaizen;<br />
TVM, OEE e OOE.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
EMPRESA Março 2<strong>006</strong> 37<br />
Feu Vert Portugal<br />
Diferenciação pelo serviço<br />
Os auto-centros estão claramente em crescimento no mercado português. O mais recente exemplo dá pelo<br />
nome de Feu Vert, que é tão só e apenas a maior cadeia do mundo em auto-centros, que prevê abrir em<br />
Portugal, até 2010, uma média de três auto-centros por ano.<br />
AFeu Vert abriu em finais de<br />
2005, o seu primeiro auto-centro<br />
em Portugal, mais concretamente<br />
em Aveiro. Apesar de ser apenas um<br />
em Portugal, a Feu Vert tem uma história<br />
de 35 anos como empresa ligada ao ramo<br />
dos auto-centros, que começou por ser<br />
um conceito de oficina de serviços rápidos<br />
para chegar ao conceito actual com<br />
loja e oficina.<br />
Se nos primeiros 20 anos se dedicou ao<br />
mercado francês, a Feu Vert exportou o<br />
conceito há 15 anos para Espanha, onde<br />
detém 71 auto-centros. Entretanto já chegou<br />
à Polónia e agora a Portugal, o que<br />
constitui “a maioria cadeia do mundo<br />
dentro do conceito de auto-centros”, começou<br />
por referir Jorge Lobato de Faria,<br />
Director da Feu Vert para Portugal.<br />
Em termos de conceito, a Feu Vert disponibiliza<br />
uma oferta o mais alargada<br />
possível no que concerne ao ramo automóvel,<br />
isto é, dispõe de uma loja para exposição<br />
e venda em termos de acessórios,<br />
componentes e peças para automóveis, e<br />
uma oficina de serviços-rápidos, onde de<br />
fora fica apenas a mecânica pesada.<br />
Atendendo que em termos conceptuais<br />
já existem outros auto-centros do género<br />
a funcionar em Portugal, Jorge Lobato de<br />
Faria considera que “a diferenciação dos<br />
auto-centros Feu Vert faz-se essencialmente<br />
por via do serviço, por isso apostámos<br />
em primeiro lugar na qualidade dos<br />
recursos humanos, recrutando desde logo<br />
pessoas já com algum Know-how do negócio,<br />
que podessem colocar em prática<br />
as nossas ideias”.<br />
Apostas<br />
Segundo o mesmo responsável, a aposta<br />
da Feu Vert na formação é algo de primordial<br />
importância, nomeadamente nas<br />
oficinas, argumentando que os novos técnicos<br />
só ficam ao serviço dos clientes da<br />
Feu Vert quando têm formação suficiente<br />
e estão habilitados a dar uma resposta às<br />
suas necessidades.<br />
Para se prestar um serviço de qualidade,<br />
Jorge Lobato de Faria afirma que a<br />
Veu Fert teve que fazer apostas muitos<br />
fortes a outros níveis, nomeadamente nos<br />
equipamentos oficinais, considerando que<br />
“basta entrar nas nossas oficinas para analisar<br />
a qualidade dos nossos equipamentos<br />
e <strong>das</strong> nossas ferramentas, que está muito<br />
acima da média relativamente ao que<br />
podemos encontrar num qualquer outro<br />
auto-centro”.<br />
Não menos importante para a Feu Vert<br />
são as questões ambientais. Em to<strong>das</strong> as<br />
oficinas dos auto-centro Feu Vert existe<br />
uma zona especificamente destinada à recolha<br />
dos resíduos oficinais, sejam eles<br />
de que origem forem, existindo acordos,<br />
no caso do auto-centro de Aveiro (e em<br />
todos os que forem abertos), com to<strong>das</strong> as<br />
entidades legalmente reconheci<strong>das</strong> para a<br />
recolha e tratamento desses resíduos.<br />
Outro aspecto muito importante, embora<br />
mais discutível, na opinião de Jorge<br />
Lobato de Faria, é a imagem e a apresentação<br />
de um auto-centro Feu Vert, comentando<br />
o mesmo responsável que<br />
“para além da formação dos recursos humanos,<br />
da aposta em bons equipamentos<br />
oficinais e na focalização nas questões<br />
ambientais, penso que o aspecto da imagem<br />
dos auto-centros Feu Vert é também<br />
uma <strong>das</strong> fortes componentes da qualidade<br />
de serviço que queremos prestar aos nossos<br />
clientes”.<br />
Feu Vert Portugal<br />
Sede:<br />
Quinta do Simão Sul,<br />
Estrada da Taboeira - Esgueira<br />
3800 - 265 Aveiro<br />
Director Portugal<br />
Jorge Lobato de Faria<br />
Telefone:<br />
234 315 083<br />
Fax:<br />
-<br />
E-mail:<br />
geral@feuvert.pt<br />
Preço e tempo<br />
Recusando a ideia de entrar em qualquer<br />
guerra de preços com a concorrência,<br />
o responsável para Portugal da Feu Vert<br />
considera que pelo facto de representar o<br />
maior operador de mercado ao nível de<br />
auto-centros na Europa, “leva a que sejamos<br />
o maior comprador de peças e acessórios<br />
aos fornecedores, tendo por esse<br />
facto condições muito boas em termos de<br />
preço. É evidente que vamos fazer campanhas<br />
agressivas e tentaremos reagir à concorrência<br />
e ao mercado, mas respeitando<br />
sempre os acordos com os fornecedores”.<br />
Para além dos preços, que é sempre um<br />
aspecto importante na lógica dos autocentros,<br />
a Feu Vert tem um cuidado muito<br />
especial com o serviço oficinal. Se existe<br />
sempre um compromisso de preço fixo<br />
com o cliente, isto é, ele sabe sempre o<br />
que paga antes de mandar executar qualquer<br />
trabalho na sua viatura, o segundo<br />
compromisso é o “tempo”, levando Jorge<br />
Lobato de Faria a afirmar que “existe<br />
sempre um compromisso com o cliente relativamente<br />
à hora de entrega do carro.<br />
Temos um histórico de 380 auto-centros<br />
Feu Vert que nos permite saber quanto<br />
tempo demoramos a substituir uns travões,<br />
a mudar um escape e a colocar óleo<br />
no motor. Em Portugal, com o nosso autocentro<br />
de Aveiro já atingimos um rácio de<br />
90%, isto é, por cada 10 carros que vêm à<br />
nossa oficina nós conseguimos cumprir o<br />
tempo estimado de entrega da viatura em<br />
nove, o que é muito bom”.<br />
Para além dos acessórios e componentes<br />
que tem em venda na Loja, a Feu Vert<br />
faz uma forte aposta em marcas de primeiro<br />
equipamento (OEM) ao nível <strong>das</strong> peças<br />
possuindo, contudo, uma linha com marca<br />
própria de modo a obter um nível de preço<br />
mais atractivo.<br />
Futuro<br />
Apenas com uma estrutura aberta em<br />
Portugal, a Feu Vert pretende vir a inaugurar<br />
uma média de três a quatro auto-centros<br />
por ano, estando previsto chegar aos 15<br />
auto-centros até 2009 / 2010. Já em 2<strong>006</strong><br />
está prevista a abertura do Feu Vert em<br />
Braga, em Julho, ficando para o final do<br />
ano a abertura de estruturas em Oeiras e<br />
Telheiras, to<strong>das</strong> elas (nesta fase) associa<strong>das</strong><br />
aos hipermercados Carrefour, que é um dos<br />
accionistas da empresa.<br />
Refira-se que nenhum auto-centro Feu<br />
Vert será aberto em regime de Franchising,<br />
apresentando todos eles, independentemente<br />
da dimensão, o mesmo conceito com loja<br />
e oficina.
38<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
EMPRESA<br />
Ferramentas Sebastião<br />
Ver para crer<br />
A Ferramentas Sebastião é uma empresa, com sede e armazém em Elvas, que comercializa ferramentas,<br />
equipamentos e outros produtos para as oficinas em quase todo o território nacional.<br />
Foi no Verão de 1998, que Sebastião<br />
Sequeira decidiu fundar a empresa<br />
Ferramentas Sebastião. Inicialmente<br />
com um pequena estrutura, foi<br />
crescendo progressivamente à medida<br />
que foi incorporando cada vez mais produtos<br />
na sua oferta para as oficinas.<br />
“Podemos equipar qualquer oficina”,<br />
refere Sebastião Sequeira ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong><br />
<strong>Oficinas</strong>, contudo, o negócio principal<br />
não passa pela importação de grandes<br />
equipamentos (que disponibiliza através<br />
de acordos que tem com importadores),<br />
mas sim de um conjunto de consumíveis,<br />
ferramentas e outros produtos essenciais<br />
à actividade de qualquer oficina.<br />
Inserida que está num mercado altamente<br />
concorrencial, a Ferramentas Sebastião,<br />
assumiu alguma diferenciação<br />
pela maneira como aborda directamente<br />
as ven<strong>das</strong>, como nos refere Sebastião Sequeira,<br />
dizendo que “a nossa estratégia de<br />
ven<strong>das</strong> é levar junto do cliente os nossos<br />
produtos e equipamentos, para que ele<br />
possa ver e analisar ao vivo. Também<br />
usamos catálogos, mas apostamos acima<br />
de tudo na amostragem do produto ao cliente”.<br />
Foi por isso que, para além do armazém,<br />
a Ferramentas Sebastião apostou em<br />
veículos equipados com amostras da oferta<br />
que disponibiliza. Actualmente, a Ferramentas<br />
Sebastião dispõe de cinco veículos<br />
equipados com grande parte da sua<br />
gama de produtos, que se deslocam por<br />
entre os mais de 2000 clientes espalhados<br />
um pouco por todo o país<br />
Presente regularmente em feiras e exposições<br />
internacionais, “pois é uma forma<br />
de estarmos sempre actualizados e de<br />
podermos disponibilizar algumas novidades”,<br />
refere Sebastião Sequeira, esta empresa<br />
disponibiliza uma vasta gama de<br />
Ferramentas Sebastião<br />
Sede:<br />
Rua do Forno nº17<br />
Escritórios/Armazém :<br />
Quinta São Leonardo II<br />
7350 Elvas<br />
Gerente<br />
Sebastião Sequeira<br />
Telefone:<br />
268636613<br />
Telemovel<br />
919807065<br />
Fax:<br />
268625043<br />
E-mail:<br />
f.sebastiao@mail.telepac.pt<br />
Internet<br />
www.ferramentassebastiao.com<br />
ferramentas para automóveis, mas também<br />
diversos equipamentos oficinais,<br />
“embora aquilo a que mais nos dedicamos<br />
é ao negócio da ferramenta”.<br />
Em termos de investimentos a Ferramentas<br />
Sebastião vai aumentar a área de<br />
armazém, “o que nos permite dar uma<br />
resposta mais eficaz às necessidades dos<br />
nossos clientes”, estando também previsto<br />
a abertura de uma loja em Elvas, revela<br />
o responsável desta empresa.<br />
Produto<br />
Um dos produtos que tem tido muito<br />
sucesso para a Ferramentas Sebastião é o<br />
minielevador, construído pela Ikotec na<br />
Argentina, mas comercializado unicamente<br />
por esta empresa em Portugal com<br />
o nome da própria empresa. A oferta inicial<br />
foi de um elevador com capacidade<br />
de elevação até 1.500 Kg, que se destinava<br />
apenas a veículos ligeiros, mas muito<br />
recentemente foi introduzido um novo<br />
minielevador no mercado, com capacidade<br />
até 3.000 Kg, este permite ainda a ligação<br />
de 4 unidades em simultâneo que se<br />
traduz numa capacidade de elevação de<br />
12.000 Kg. “As vantagens deste equipamento<br />
estão no facto de ser um equipamento<br />
de elevação portátil, que pode trabalhar<br />
em diversos locais da oficina, e<br />
que tem um preço de mercado muito<br />
competitivo”, refere Sebastião Sequeira,<br />
adiantando que “estou convencido que é<br />
um equipamento muito rentável para um<br />
oficina pela facilidade de uso e pela sua<br />
mobilidade, que em muitos casos apresenta<br />
grandes vantagens face ao tradicional<br />
elevador”.<br />
Mercado<br />
Um dos grandes problemas neste sector,<br />
segundo Sebastião Sequeira, está nas<br />
cobranças. “Alguma da nossa concorrência,<br />
de certas multinacionais, vende com<br />
prazos de pagamentos muito dilatados<br />
onde o vendedor tem apenas a responsabilidade<br />
de vender, o que acaba por provocar<br />
situações muito complicados neste<br />
mercado”, refere este responsável, adiantando<br />
“que 98% <strong>das</strong> nossas ven<strong>das</strong> são<br />
feitas a dinheiro, o que evita problemas<br />
com as cobranças”.<br />
Com sete anos de contacto directo com<br />
as oficinas, Sebastião Sequeira, conhece<br />
bem a realidade oficinal em Portugal.<br />
“Quando as ven<strong>das</strong> de carros novos baixam,<br />
as oficinas independentes ganham<br />
indirectamente com isso”, refere o gerente<br />
da Ferramentas Sebastião, acrescentando<br />
que “não sinto que as oficinas independentes<br />
estejam a fechar. As dificuldades<br />
que sentem são inerentes às<br />
dificuldades da nossa economia”.<br />
Relativamente às ven<strong>das</strong> propriamente<br />
ditas, Sebastião Sequeira afirma que “está<br />
provado que se trabalhassemos há sete<br />
anos atrás o que trabalhamos agora as<br />
ven<strong>das</strong> nessa altura seriam superiores.<br />
Actualmente tem que se trabalhar muito<br />
para se conseguir vender”.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
EMPRESA Março 2<strong>006</strong> 39<br />
ExpressGlass<br />
Dimensão nacional<br />
A ExpressGlass, é o maior grupo independente português na área da substituição e reparação de vidro<br />
automóvel. Constituído por uma rede exclusiva com mais de 50 centros reparadores, desenvolveu-se ao longo<br />
dos últimos quatro anos, funcionando actualmente em regime de franchising.<br />
Tudo começou na importação do<br />
vidro já realizada através de uma<br />
empresa do grupo, a “Diverparts”.<br />
Depois veio a distribuição, em<br />
que o mercado alvo eram os montadores<br />
independentes de vidro e casas de retalho,<br />
surgindo dessa forma a rede ExpressGlass.<br />
A rede ExpressGlass aparece em 2002,<br />
numa primeira fase com apenas 5 lojas,<br />
que rapidamente chegaram a 9, deti<strong>das</strong><br />
pela própria ExpressGlass, SA.<br />
Para que este “serviço” fosse apetecível<br />
para as companhias, foi necessário<br />
criar uma maior cobertura no mercado de<br />
norte a sul do país, efectuada através de<br />
um “Master Franchising” da Express-<br />
Glass, no qual a opção passou claramente<br />
por uma escolha selectiva e reduzida, de<br />
montadores independentes de vidro, com<br />
dedicação exclusiva ao vidro automóvel,<br />
cumprindo rigorosamente o caderno de<br />
encargos em termos de procedimentos e<br />
imagem da rede ExpressGlass.<br />
“O objectivo deste requisito, consiste<br />
em oferecer um serviço credível com garantia<br />
de qualidade, a todos os clientes.<br />
Entendemos esta estratégia, como uma<br />
forma de reduzir os custos de sinistro ao<br />
nosso mercado alvo, companhias seguradoras<br />
e grandes frotistas, sendo estas actualmente<br />
o segmento de mercado com<br />
maior expressão na rede ExpressGlass”,<br />
começa por referir António Cunha, Administrador<br />
da ExpressGlass.<br />
A pedra basilar deste projecto Nacional,<br />
passou pelo conjunto de parceiros que se<br />
conseguiu juntar em volta de um só objectivo,<br />
que foi a criação de uma rede coesa,<br />
produtiva e homogénea. “O sucesso deste<br />
grupo deve-se essencialmente à postura e<br />
dedicação dos centros que a compõem”,<br />
refere Manuel Monteiro.<br />
Com o crescimento da ExpressGlass,<br />
surge outra empresa na organização, a ”<br />
Expergis”, que tem como missão além da<br />
gestão de todos os processos, controlar e<br />
auditar a rede, de modo a poder, entre outras<br />
situações, tornar o método de trabalho<br />
cada vez mais profissional e eficiente.<br />
No fundo a Expergis funciona como<br />
um cliente para a rede ExpressGlass.<br />
Além da gestão processual administrativa<br />
e controlo aos serviços efectuados,<br />
através de peritagens internas, faz também<br />
todo o acompanhamento dos clientes<br />
<strong>das</strong> seguradoras, através de estudos<br />
do índice de satisfação de serviço, desde<br />
o atendimento à montagem.<br />
“Investimos numa empresa especializada<br />
na gestão de sinistros (Expergis),<br />
para podermos garantir o controle total<br />
dos serviços realizados, tanto em termos<br />
operacionais, como qualitativos. Tentámos<br />
fazer com que o produto que oferecemos<br />
às companhias de seguro seja o<br />
mais completo possível, desde a montagem<br />
ou reparação propriamente dita, até<br />
à qualidade final do serviço na entrega do<br />
veículo”, afirmou ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Sérgio Gonçalves, António Cunha e Manuel Monteiro lançaram-se em 2002 no negócio da ExpressGlass, que<br />
começou com um rede de 5 lojas e hoje já chega aos 41 centros de substituição e reparação de vidro<br />
Express Glass<br />
Escritórios Lisboa:<br />
Rua de Campolide nº380-B 1070-041<br />
Lisboa<br />
Escritórios Porto:<br />
Rua José Mariani, 435<br />
4400-197 Vila Nova de Gaia<br />
Administradores:<br />
Sérgio Gonçalves<br />
Manuel Monteiro<br />
António Cunha<br />
Telefone:<br />
217216090 / 223706034<br />
Fax:<br />
217216099 / 223706036<br />
E-mail:<br />
atendimento@expressglass.pt<br />
Internet<br />
www.expressglass.pt<br />
Sérgio Gonçalves, administrador responsável<br />
pela direcção de operações.<br />
A qualidade do vidro automóvel montado<br />
nos centros da ExpressGlass é garantido<br />
pelos principais construtores mundiais<br />
de vidro para veículos automóveis<br />
como a Splintex, Guardian e Fuyao<br />
Group, que estão homologados e certificados<br />
pelas principais marcas automóvel.<br />
“A formação do pessoal e a utilização<br />
exclusiva de produtos homologados pelas<br />
normas da indústria automóvel, são para<br />
nós um custo, mas ao mesmo tempo um<br />
Ser um centro ExpressGlass<br />
- Ter um espaço com um mínimo de 150<br />
metros quadrados<br />
- Investimento mínimo<br />
em stock de vidros<br />
- Associação à “Corporate Image”<br />
da ExpressGlass<br />
- Investimento em equipamento<br />
adequado à função<br />
- Investimento em veículo coemrcial<br />
de apoio ao serviço móvel<br />
- Cumprimento processual <strong>das</strong> regras<br />
(Franchising)<br />
- Cumprimento de um programa<br />
de formação<br />
investimento na qualidade de serviço. O<br />
facto que reflecte o nosso cuidado em<br />
todo o processo, são os índices de reclamações<br />
que não chegam a 0.1%”, afirma<br />
António Cunha.<br />
Com a evolução do negócio, a Express-<br />
Glass SA, não dispõe de nenhum centro<br />
próprio, apenas participações em alguns,<br />
encontrando-se a rede em regime de franchising<br />
na sua totalidade. À excepção de<br />
um caso, todos os centros da rede ExpressGlass<br />
dedicam-se em exclusivo à<br />
substituição do vidro automóvel, “pois<br />
achamos que é esse o conceito que devemos<br />
seguir, sendo aquele que melhor defende<br />
a imagem da rede e podendo controlar-se<br />
efectivamente a qualidade do<br />
serviço que prestamos”, adianta Manuel<br />
Monteiro.<br />
Apostas<br />
Uma <strong>das</strong> principais bandeiras no desenvolvimento<br />
do negócio da Express-<br />
Glass é o serviço móvel, isto é, todo e<br />
qualquer serviço que é prestado fora <strong>das</strong><br />
instalações. “Sabemos que ainda é culturalmente<br />
difícil implementar este serviço<br />
junto do segurado, pois o mesmo<br />
julga que tem custos acrescidos, o que<br />
não é verdade”, afirma Manuel Monteiro,<br />
acrescentando que “temos o compromisso<br />
com as companhias de seguro de<br />
efectuar o serviço onde for preciso, dentro<br />
<strong>das</strong> condições técnicas admissíveis, e<br />
ao mesmo custo”.<br />
Uma <strong>das</strong> mais importantes apostas<br />
passa pela formação, que é normalmente<br />
dada nos centros base da Expressglass<br />
em Lisboa e Porto, não só no plano técnico<br />
como a nível comportamental e de<br />
atendimento.<br />
“Queremos que em 80% dos nossos<br />
processos, o cliente segurado seja atendido<br />
num prazo de 24 horas e que fique<br />
com o seu problema do vidro resolvido.<br />
Foi por isso que se investiu em 8 postos<br />
de atendimento permanente e na respectiva<br />
formação”, assegura Sérgio Gonçalves.<br />
Também muito importante para a ExpressGlass<br />
é o negócio da reparação do<br />
vidro, levando Manuel Monteiro a afirmar<br />
que “temos vindo a apostar muito<br />
na reparação do vidro, que julgamos ser<br />
o futuro neste negócio, em parte também<br />
motivados pelas próprias companhias<br />
de seguro, pois quando maior for a<br />
taxa de reparação menor será o custo<br />
médio de cada intervenção. Por outro<br />
lado não nos podemos esquecer que a<br />
reparação é não só um método eficaz<br />
mas também ambientalmente mais aconselhado”.<br />
A totalidade do negócio da Express-<br />
Glass está concentrada nas companhias<br />
de seguros e nas gestoras de frotas, pois<br />
só “estamos vocacionados a trabalhar<br />
com as grandes contas, enquanto o cliente<br />
particular que se dirige à nossa rede<br />
trabalha directamente com cada um dos<br />
centros não passando esse negócio pela<br />
ExpressGlass”, assegura Manuel Monteiro.<br />
Com ritmos de crescimento da actividade<br />
muito grandes nestes primeiros<br />
anos em que se encontra no mercado, os<br />
responsáveis da ExpressGlass esperam<br />
um ano de 2<strong>006</strong> “novamente de grande<br />
crescimento, respeitando a concorrência,<br />
mas tentando dar uma resposta cada<br />
vez mais rápida e eficaz relativamente<br />
às necessidades dos nossos clientes”,<br />
concluiu Manuel Monteiro.
40<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
EMPRESA<br />
Carsistema<br />
Oferta global<br />
A Carsistema, SA é uma empresa especializada na preparação, repintura e recondicionamento automóvel, que<br />
distribuiu em exclusivo para o mercado nacional diversas marcas de equipamentos, produtos e acessórios. A<br />
marca “Car Repair System” é o seu mais recente lançamento.<br />
Aorigem da Carsistema remonta a<br />
1978, quando a sua actividade se<br />
centrava unicamente na zona centro<br />
do país. O crescimento da actividade<br />
deu-se de forma gradual, pelo que na década<br />
de 80 já trabalhava para todo o território<br />
nacional, integrando a empresa Portepim -<br />
Sociedade de Representações, Lda, cuja<br />
actividade nuclear é a comercialização de<br />
tintas para a repintura automóvel.<br />
Dado o contínuo crescimento deste segmento<br />
de mercado da Portepim, é decidido<br />
em 1997 autonomizá-lo e é então que,<br />
formalmente, nasce a Carsistema Portugal,<br />
Representações, Lda, empresa que<br />
prossegue com a parte do negócio não relacionado<br />
com tintas para repintura automóvel,<br />
detido até esta data pela Portepim.<br />
Em 2002 em consequência e como resultado<br />
natural do esforço contínuo de<br />
melhoria e de organização interna, foi<br />
atribuída à Carsistema a Certificação de<br />
Qualidade - norma ISO 9001, pela<br />
TUV-Rheinland Portugal, reconhecendo<br />
formalmente a qualidade da organização<br />
e dos serviços prestados pela empresa.<br />
A Carsistema localiza-se no centro do<br />
País, em Coimbra, reunindo em seu torno<br />
uma rede de cerca de 40 distribuidores<br />
que cobrem na íntegra todo o território<br />
continental e ainda os arquipélagos<br />
dos Açores e da Madeira, dispondo também<br />
de um Centro de Treino em que<br />
proporciona a assistência aos produtos<br />
comercializados.<br />
“A nossa gama de produtos, num total<br />
de mais de 1200 referências permitem às<br />
oficinas, se assim o desejarem, fazer<br />
compras one stop, ou seja, disponibilizamos<br />
tudo o que é necessário para as oficinas<br />
desenvolverem a sua actividade no<br />
dia a dia”, começa por referir Nelson Simões,<br />
Director Técnico-Comercial da<br />
Carsistema.<br />
Uma <strong>das</strong> principais novidades da actividade<br />
desta empresa foi a recente criação<br />
e desenvolvimento de uma marca<br />
própria designada “Car Repair System”,<br />
que vem de encontro às exigências dos<br />
fornecedores quer em matéria de dimensão<br />
(pela produção de grandes quantidades)<br />
quer de especialização (informando<br />
Carsistema Portugal,<br />
Representações, S.A.<br />
Sede:<br />
Ribeira de Eiras<br />
Adémia<br />
3020-326 Coimbra<br />
Director Técnico-Comercial<br />
Nelson Simões<br />
Telefone:<br />
239 433 720<br />
Fax:<br />
239 433 721<br />
E-mail:<br />
carsistema@carsistema.pt<br />
Internet<br />
www.carsistema.pt<br />
os fornecedores do tipo específico de produto<br />
necessário ao mercado da repintura<br />
automóvel).<br />
“Decidimos utilizar este nosso peso<br />
institucional e esta mais-valia junto dos<br />
fornecedores e criar a nossa marca “Car<br />
Repair System”, pois os produtos que<br />
nela disponibilizamos, sendo produzidos<br />
pelos mesmos produtores internacionais e<br />
Nelson Simões, Director Técnico-Comercial, afirma que a Carsistema possui uma gama de<br />
1200 referências, disponibilizando tudo o que é necessário para as oficinas<br />
A vasta gama que a Carsistema tem no seu portfólio, inclui produtos para a reparação de<br />
diversas superfícies, inlcuindo a chapa e os plásticos do automóvel<br />
portanto com a mesma chancela de qualidade,<br />
acrescentam o nosso know-how específico<br />
que sabemos ir de encontro às<br />
necessidades <strong>das</strong> oficinas de repintura automóvel”,<br />
revela Nelson Simões.<br />
A gama “Car Repair System” (ver caixa)<br />
pretende ser o mais completa possível,<br />
mas funcionará sempre de forma paralela<br />
às restantes marcas que a Carsistema<br />
já disponibiliza. Contudo, o problema<br />
da qualidade com esta nova marca não se<br />
coloca para Nelson Simões, pois “todo e<br />
qualquer produto é sujeito, em primeiro<br />
lugar, a testes laboratoriais no próprio<br />
fornecedor. Depois são por nós solicita<strong>das</strong><br />
amostras e no nosso Centro de Treino<br />
são realizados todos os testes que comprovam<br />
a sua competência e qualidade.<br />
Caso estes testes se revelem satisfatórios,<br />
passamos à fase final de teste. Aqui, enviamos<br />
para alguns clientes seleccionados<br />
algumas amostras dos produtos e solicitamos<br />
o seu teste em condições reais de<br />
aplicação/utilização. Somente após o<br />
cumprimento escrupuloso destas três fases,<br />
com respostas positivas em to<strong>das</strong><br />
elas, aprovamos o produto e avançamos<br />
com a sua comercialização”.<br />
Esta forte aposta da Carsistema tem<br />
tido o necessário retorno no mercado,<br />
pois os responsáveis da empresa consideram-se<br />
satisfeitos com a aceitação da<br />
marca e dos produtos, quer em Portugal<br />
quer em Espanha.<br />
Famílias de produtos<br />
“Car Repair System”<br />
SEAL REPAIR<br />
Selantes<br />
TECHNO REPAIR<br />
Sprays Técnicos<br />
PROTEC REPAIR<br />
Revestimentos e Protecção<br />
FILLING REPAIR<br />
Betumes Poliéster<br />
PLASTIC REPAIR<br />
Reparação de Plásticos<br />
PERSONAL CARE<br />
Higiene e Segurança<br />
GLOBAL SYSTEM<br />
Sistemas de Isolamento<br />
Cada uma destas famílias de produtos é<br />
apresentada sob uma cor de embalagem<br />
diferente para mais fácil identificação.<br />
Maior internacionalização<br />
Estando já a trabalhar no mercado<br />
ibérico, a Carsistema tem contudo<br />
horizontes mais largos que passam por<br />
uma expansão do negócio para outros<br />
importantes mercados mundiais.<br />
“A Carsistema é uma empresa dinâmica<br />
e temos muitos projectos em mente cujo<br />
denominador comum é a expansão<br />
contínua que necessariamente passa pela<br />
sua internacionalização”, refere Nelson<br />
Simões.<br />
Uma vez estabilizada a penetração no<br />
mercado ibérico, que deverá ser atingida<br />
nos próximos 2/3 anos, “iremos procurar<br />
expandir-nos para outros mercados<br />
nomeadamente África e América Latina”,<br />
garante o mesmo responsável.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
PRODUTO Março 2<strong>006</strong> 41<br />
Tower Service<br />
Maior produtividade nas oficinas<br />
A Cetrus apresentou no final de 2005 um novo equipamento que designou por “Tower Service”.<br />
De concepção e fabrico nacionais, este equipamento visa essencialmente aumentar a<br />
produtividade dentro de uma oficina.<br />
Divulgado publicamente na Auto-<br />
Mecanic, em Lisboa, no passado<br />
mês de Novembro de 2005, o<br />
“Tower Service” é um equipamento que se<br />
destina a uma utilização oficinal.<br />
Fruto da sua longa experiência no ramo<br />
oficinal, nomeadamente através dos concessionários<br />
de marca, a Cetrus está hoje<br />
em dia posicionada para, não só, dar resposta<br />
às necessidades deste mercado, mas<br />
também antecipar as expectativas dos clientes<br />
e potenciais clientes.<br />
O “Tower Service” surge exactamente<br />
desta lógica e decorre da vasta experiência<br />
no desenho de lay-out´s oficinais que a<br />
Cetrus dispõe, mas também da procura<br />
pelo aumento da produtividade, que é um<br />
tema tão em voga nos dias de hoje.<br />
A Cetrus tem vindo a desenvolver algumas<br />
máquinas, de fabrico nacional, para<br />
minimizar os custos de intervenção nas reparações<br />
automóveis, optimizando o espaço<br />
e a deslocação do operador, de maneira<br />
a mantê-lo o mais tempo possível na sua<br />
baia de trabalho, fazendo-lhe chegar tudo<br />
aquilo que ele necessita.<br />
“O primeiro equipamento que desenvolvemos<br />
foi um braço de serviço que depressa<br />
teve muita aceitação no mercado, mas a<br />
Cetrus já virou a página, apresentando o<br />
Tower Service, que é um equipamento<br />
muito mais sofisticado”, referiu ao <strong>Jornal</strong><br />
<strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, Rogério Costa, Director Comercial<br />
da Cetrus.<br />
O “Tower Service” é, segundo o mesmo<br />
responsável, o primeiro equipamento português<br />
com catálogo próprio, “que congrega<br />
to<strong>das</strong> as necessidades que são fundamentais<br />
para um operador de mecânica”.<br />
A característica principal deste equipamento<br />
é ter numa única unidade uma série<br />
de dispositivos que normalmente se encontram<br />
dispersos numa oficina.<br />
“Este equipamento monta-se com quatro<br />
parafusos pregados ao chão, tendo nele<br />
instalado o que é necessário para o mecânico.<br />
Não é preciso fazer buracos nas paredes,<br />
não é preciso colocar fichas nem fazer<br />
furos para colocar tubos”, refere Rogério<br />
Costa.<br />
Este equipamento recebe a “alimentação”<br />
a 2,8 metros de altura, que é onde<br />
normalmente funcionam to<strong>das</strong> as instalações<br />
nas oficinas em termos de electricidade,<br />
ar comprimido, etc, daí que seja só<br />
“chegar ao cliente e montar este equipamento”,<br />
afirma o director comercial da<br />
Cetrus.<br />
Existem três versões do “Tower Service”,<br />
mas em to<strong>das</strong> elas existe um conjunto<br />
de acessórios que é comum, composto por<br />
dois enroladores para alimentar óleos novos,<br />
um enrolador eléctrico, um enrolador<br />
de ar comprimido, uma gambiarra sem<br />
fios, uma tomada 220 / 380 V, um colector<br />
de ar comprimido e ainda uma alimentação<br />
Cetrus,<br />
Comércio e Equipamentos, Lda<br />
Sede:<br />
Rua dos Queimados, 59 – Antas<br />
Apartado 427<br />
4764-901 VN Famalicão<br />
Director comercial<br />
Rogério Costa<br />
Telefone:<br />
252 529 420<br />
Fax:<br />
252 529 429<br />
E-mail:<br />
cetrus@cetrus.pt<br />
Internet<br />
www.cetrus.pt<br />
de água. Depois, consoante as necessidades<br />
da oficina o equipamento pode ter<br />
mais um ou dois enroladores de óleo, extracção<br />
de óleos por bomba, alimentação<br />
de anti-congelante bem como um recuperador<br />
de anti-congelante.<br />
“Trata-se de um produto muito simples e<br />
muito prático, tendo existido uma grande<br />
preocupação com as questões ambientais”,<br />
adverte Rogério Costa, adiantando que<br />
“este produto está de tal forma feito que o<br />
vamos homologar como produto CE”.<br />
Com preços que variam entre os 3.000 e<br />
os 5.000 Euros, dependendo <strong>das</strong> versões,<br />
“para se comprovar a produtividade da Tower<br />
Service, basta reparar no número de<br />
minutos por operação que poupamos ao<br />
operador, o que quer dizer que ele por dia<br />
pode fazer mais trabalho”, afirma o responsável<br />
comercial da Cetrus que garante<br />
“em seis meses, em média, a oficina consegue<br />
ter o retorno do investimento da<br />
aquisição desta máquina. É um investimento<br />
que se consegue rentabilizar com<br />
muita facilidade”.<br />
Refira-se que nesta altura a Cetrus já<br />
está a exportar este equipamento, existindo<br />
mais de 160 “Tower Service” instalados<br />
em Portugal.<br />
O Tower Service é um novo equipamento que a<br />
Cetrus disponibiliza para as modernas oficinas de<br />
automóveis<br />
Versões Tower Service<br />
CET.TS2 CET.TS3 CET.TS4<br />
Enrolador de óleo com 10m 2 3 4<br />
Punho contador digital 2 3 4<br />
Pingadeira de recolha de óleo 2 3 4<br />
Enrolador de ar com 9m 1 1 1<br />
Enrolador eléctrico com tomada 220 v (15m) 1 1 1<br />
Enrolador de água com 4m e pistola 1 1 1<br />
Gambiarra de iluminação sem fios 1 1 1<br />
Tomada 380v 1 1 1<br />
Tomada 220v 1 1 1<br />
Gr. pneumático regulador / lubrificador 1 1 1<br />
O equipamento está disponível em 4 cores (Azul, Amarelo, vermelho e cinzento)
42<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
MECÂNICA PRÁTICA<br />
Avarias de êmbolos do motor (I PARTE)<br />
Catálogo de avarias<br />
de êmbolos (de A a Z)<br />
Uma má utilização do motor pode causar danos graves nos êmbolos, originando a sua substituição e reparação do motor.<br />
Trata-se de uma actividade com um mercado garantido e boas perspectivas de evolução, com a condição dos seus agentes<br />
estarem tecnologicamente preparados e atentos à evolução comercial e aos novos padrões profissionais.<br />
Afunção motriz foi o conjunto técnico<br />
do automóvel mais solicitado<br />
nas últimas déca<strong>das</strong>, quer em consequência<br />
dos sucessivos choques petrolíferos,<br />
quer em consequência <strong>das</strong> políticas<br />
de defesa ambiental, ou ainda pela exigência<br />
de maiores intervalos de manutenção e<br />
de maiores garantias ao consumidor. Paralelamente<br />
aos progressos no âmbito da engenharia<br />
de concepção e de produção, os<br />
motores beneficiaram da introdução da<br />
gestão electrónica e da evolução verificada<br />
na área dos lubrificantes sintéticos. Mesmo<br />
assim, a vida dos motores não passou a ser<br />
mais tranquila, pois as quilometragens médias<br />
anuais, bem como as velocidades médias<br />
e os regimes de operação, têm vindo a<br />
aumentar progressivamente. Por outro<br />
lado, uma nova geração de condutores(as),<br />
completamente alheios à lógica mecânica<br />
dos veículos, usam os seus automóveis<br />
como se fossem mais outro electrodoméstico<br />
ou até uma “play station“, escudados<br />
por garantias expandi<strong>das</strong> e por redes de assistência<br />
eficazes.<br />
Diagnóstico:<br />
A semelhança dos danos no êmbolo e na<br />
camisa permitem concluir que as peças entraram<br />
em contacto, devido à deformação<br />
do cilindro, ocasionando a ausência de folga<br />
suficiente entre ambas e destruindo a película<br />
lubrificante.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Anéis retentores de medida ou forma<br />
inadequa<strong>das</strong> podem obstruir o cilindro e<br />
eliminar a folga do êmbolo. Para permitir a<br />
sua dilatação, estes retentores apenas devem<br />
ocupar cerca de 70% do alojamento<br />
que lhes está destinado. b) Certos mecânicos<br />
introduzem nos retentores modificações<br />
para fechar mais o cilindro, ignorando<br />
que eles próprios se dilatam em contacto<br />
com o óleo aquecido. c) Restos de retentores<br />
anteriormente deteriorados e não removidos.<br />
d) Os retentores deformaram-se ao<br />
introduzir a camisa do cilindro. Para evitar<br />
esta situação, é indispensável untar os retentores<br />
com um produto antigripante, antes<br />
de montar as camisas.<br />
Perspectivas de reparação de motores<br />
O conceito da propriedade automóvel<br />
tem vindo a conhecer algumas variantes,<br />
como é o caso do renting, do leasing e de<br />
to<strong>das</strong> as soluções congéneres. Os grandes<br />
utilizadores de automóveis, obedecendo a<br />
uma estratégia económica, não estão interessados<br />
na posse psicológica do veículo<br />
que utilizam, mas no seu rentável usufruto.<br />
Dentro da lógica dos consumíveis, o motor<br />
tornou-se ele também mais outro consumível,<br />
bastando haver contratos de garantia e<br />
de manutenção, para que se opere a substituição<br />
de partes inteiras do motor, ou mesmo<br />
do motor completo. Em termos europeus,<br />
este tipo de procedimento começa a<br />
fazer escola, excepto para aqueles estratos<br />
sociais e zonas geográficas mais deprimi<strong>das</strong><br />
economicamente, onde ainda subsiste a<br />
via sacra da propriedade “plena“ do automóvel<br />
e a incontornável necessidade de o ir<br />
mantendo em condições de rodar.<br />
De qualquer modo, a actividade de reparação<br />
de motores tem o seu mercado garantido<br />
e boas perspectivas de evolução (face<br />
ao crescimento do parque global). Com<br />
efeito, a actividade reparadora tem que encontrar<br />
resposta para os longos períodos de<br />
imobilização <strong>das</strong> viaturas e para a produtividade<br />
dos seus operadores, factores críticos<br />
no caso <strong>das</strong> reparações mecânicas mais<br />
profun<strong>das</strong>. Formação mais completa, equipamentos<br />
e instalações vocaciona<strong>das</strong> para a<br />
actividade específica, parcerias em áreas<br />
chave (fornecimento de componentes, tecnologia<br />
e financiamentos), são alguns dos<br />
pontos quentes a gerir. Inseparável do sucesso<br />
deste tipo de actividade está o diagnóstico<br />
de avarias, ponto fulcral para a garantia<br />
<strong>das</strong> reparações e para a prevenção de<br />
futuros problemas mecânicos.<br />
A – GRIPAGEM<br />
POR FALTA DE FOLGA NA SAIA<br />
Fig. 1<br />
Descrição da avaria:<br />
Em volta da saia do êmbolo aparecem<br />
zonas de atrito risca<strong>das</strong>, semelhantes a uma<br />
gripagem vulgar (Figura 1). As zonas danifica<strong>das</strong><br />
pelo atrito apresentam uma certa simetria,<br />
do lado da pressão e do lado da<br />
contra pressão, sendo cada mancha marcada<br />
por riscos escuros e faixas poli<strong>das</strong>, alternadamente.<br />
A cabeça do êmbolo e a zona<br />
dos segmentos não têm deficiências.<br />
Diagnóstico:<br />
Este dano pode ocorrer por erro na escolha<br />
da medida do êmbolo ou devido a deformações<br />
causa<strong>das</strong> por uma utilização imprópria<br />
do motor.<br />
Nota:<br />
Contrariamente a uma gripagem com<br />
imobilização <strong>das</strong> peças, por falta de óleo,<br />
este tipo de gripagem provocado por ausência<br />
de folga, surge na sequência de uma reparação<br />
anterior do motor, decorrido um<br />
breve período de rodagem.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Diâmetro do cilindro insuficiente. b)<br />
Aperto excessivo ou desigual da cabeça do<br />
motor (cilindro deformado). c) Cilindro<br />
com superfícies planas ou cabeça com saliências.<br />
d) Deformações ou sujidade nas<br />
roscas dos pernos de aperto da cabeça (na<br />
parte do bloco). e) Cabeças dos pernos gripa<strong>das</strong><br />
ou com superfícies de apoio mal lubrifica<strong>das</strong>.<br />
f) Juntas de cabeça não correspondentes<br />
à especificação. g) Deformações<br />
do cilindro causa<strong>das</strong> por aquecimento irregular,<br />
devido a incrustações, na sua superfície,<br />
ou por deficiências do sistema de arrefecimento.<br />
B – GRIPAGEM POR FALTA<br />
DE FOLGA NA BASE DA SAIA<br />
Fig. 2 Fig. 3<br />
Descrição da avaria:<br />
Os danos desta avaria são semelhantes à<br />
descrita anteriormente, mas apenas na base<br />
do êmbolo. O resto da peça está normal.<br />
Riscos e faixas poli<strong>das</strong>, escuras e brilhantes,<br />
alternadamente, do lado da pressão e da<br />
contra pressão, correspondem exactamente<br />
ao que pode ser observado nos cilindros<br />
(Figura 2) ou nas camisas destes (Figura 3).<br />
A localização destes danos na base dos cilindros<br />
permite concluir que estão na zona<br />
onde se situam os retentores, cuja missão é<br />
impedir a passagem de óleo, água e impurezas<br />
para o cárter da cambota.<br />
C – GRIPAGEM POR FALTA<br />
LUBRIFICAÇÃO NA SAIA<br />
DO ÊMBOLO<br />
Fig. 4<br />
Descrição da avaria:<br />
Surgem zonas gripa<strong>das</strong> na zona da saia<br />
do êmbolo até à base dos segmentos (Figura<br />
4). Do lado oposto, as marcas de gripagem<br />
são leves e as superfícies danifica<strong>das</strong><br />
apresentam um brilho metálico.<br />
Diagnóstico:<br />
Na altura da gripagem, uma película demasiado<br />
fina de lubrificante não conseguiu<br />
impedir o atrito entre as peças, provavelmente<br />
devido a falha temporária de pressão<br />
de óleo. Caso a situação se mantivesse por<br />
mais tempo, os danos seriam mais graves.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Falta de óleo ou nível demasiado baixo.<br />
b) Pressão de óleo baixa (bomba de<br />
óleo avariada, filtro de óleo entupido, válvula<br />
de sobrepressão fora de serviço, fuga<br />
de óleo, etc.).
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
MECÂNICA PRÁTICA Março 2<strong>006</strong> 43<br />
D – DESGASTE PROVOCADO<br />
POR EXCESSO DE COMBUSTÍVEL<br />
NO CILINDRO<br />
Fig. 5<br />
Descrição da avaria:<br />
A superfície da saia do êmbolo apresenta<br />
riscas longitudinais finas, geralmente localiza<strong>das</strong><br />
nas zonas do diagrama do êmbolo<br />
(Figura 5).<br />
Diagnóstico:<br />
O combustível excessivo condensado<br />
nas paredes do cilindro diluiu ou eliminou<br />
a película de lubrificante, deixando as peças<br />
em contacto directo. A zona dos segmentos<br />
não chega a ser afectada porque<br />
não entra em contacto com a parte do cilindro<br />
onde se gera o problema.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Afinação deficiente da injecção de<br />
combustível e má combustão provocada<br />
por obstrução do filtro de ar ou por falhas<br />
de ignição. b) Perda de compressão devido<br />
a uma combustão incompleta. d) Sistema<br />
de arranque a frio defeituoso. e) Diluição<br />
da película lubrificante provocada<br />
por curtas deslocações frequentes e sucessivas.<br />
F – CABEÇA DO ÊMBOLO<br />
GRIPADA EM MOTOR DIESEL<br />
Fig. 6<br />
Descrição da avaria:<br />
Verifica-se a gripagem local na coroa<br />
da cabeça do êmbolo. A superfície gripada<br />
está áspera e riscada, tendo havido<br />
desprendimento de pedaços de material<br />
(Figura 6).<br />
Diagnóstico:<br />
Devido a um problema de injecção, um<br />
jacto de gasóleo não pulverizado atingiu a<br />
parede do cilindro, eliminando o óleo<br />
nessa zona. A alta temperatura gerada<br />
pelo atrito provocou um princípio de soldadura,<br />
o que explica a perda de material<br />
do êmbolo.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Linhas de alimentação com fugas ou<br />
demasiado obstruí<strong>das</strong> por sujidade. b) Agulha<br />
do injector presa pelo tubo de alimentação<br />
deformado (binário de aperto excessivo).<br />
c) Injecção fora de tempo.<br />
G – GRIPAGEM<br />
POR FALTA DE LUBRIFICAÇÃO E<br />
SEGMENTOS INCANDESCENTES<br />
Fig. 7<br />
Fig. 8<br />
Descrição da avaria:<br />
As paredes laterais do segmento estão<br />
risca<strong>das</strong> e apresentam manchas de queimaduras<br />
(Figuras 7 e 8). Nos cilindros<br />
aparecem estrias longitudinais. Numa<br />
fase inicial do fenómeno, aparecem sinais<br />
de fricção na parte superior do êmbolo<br />
(Figura 9). Posteriormente, os danos estendem-se<br />
a toda a superfície do êmbolo<br />
(Figura 10).<br />
Fig. 9<br />
Fig. 10<br />
Diagnóstico:<br />
Esta situação ocorre especialmente durante<br />
os períodos de rodagem, enquanto<br />
os segmentos estão em fase de ajustamento<br />
ao cilindro e o motor sofre carga excessiva,<br />
sendo mais frequente nos motores<br />
diesel. A fuga de gases muito quentes da<br />
câmara de combustão, entre o cilindro e<br />
os segmentos, deteriora a película lubrificante.<br />
O mesmo problema também pode<br />
suceder quando o motor atinge temperaturas<br />
muito eleva<strong>das</strong> e existem problemas<br />
de refrigeração do êmbolo e/ou do cilindro.<br />
Nestas circunstâncias, os segmentos<br />
incandescentes deixam marcas de queimado<br />
no cilindro e o êmbolo apresenta sinais<br />
de fricção em toda a sua superfície.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Carga excessiva do motor durante a<br />
rodagem. b) Polimento do cilindro deficiente,<br />
dificultando a formação da película<br />
lubrificante. c) Lubrificante de má qualidade<br />
ou de viscosidade inapropriada d) Deficiências<br />
no sistema de arrefecimento do<br />
motor. e) Combustão inapropriada e com<br />
altas temperaturas (mistura pobre, auto ignição,<br />
falhas de alimentação, etc.). d) Deficiências<br />
de lubrificação (à pressão e por<br />
chapinhagem).<br />
H – GRIPAGEM<br />
POR SOBREAQUECIMENTO<br />
DA CABEÇA DO ÊMBOLO<br />
Fig. 11<br />
Descrição da avaria:<br />
Sinais de grande fricção e princípio de<br />
blocagem partem da cabeça do êmbolo e<br />
prolongam-se até à extremidade da saia<br />
(Figura 11). As superfícies danifica<strong>das</strong><br />
apresentam uma cor escurecida e muitas<br />
estrias, distribuindo-se por toda a periferia<br />
do êmbolo. Os segmentos também ficam<br />
danificados, em especial os de limpeza<br />
de óleo.<br />
Diagnóstico:<br />
A sobrecarga térmica provocou o sobreaquecimento<br />
da cabeça do êmbolo, eliminando<br />
parcialmente a folga e destruindo a<br />
película lubrificante. A conjugação da ausência<br />
de folga e de óleo produz a blocagem<br />
do êmbolo.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) carga excessiva e prolongada do motor<br />
em fase de rodagem. b) Combustão deficiente.<br />
c) Avaria no sistema de arrefecimento<br />
do motor. d) Problemas de lubrificação<br />
do êmbolo.<br />
I – FUSÃO DA CABEÇA<br />
DO ÊMBOLO EM MOTOR DIESEL<br />
Descrição da avaria:<br />
A cabeça do êmbolo e a coroa estão<br />
completamente destruí<strong>das</strong> (Figura 12).<br />
Toda a periferia do êmbolo, até à zona<br />
dos segmentos, está igualmente fundida,<br />
existindo material derretido em toda a<br />
saia do êmbolo. O alojamento do primeiro<br />
segmento (compressão) apenas se conserva<br />
do lado esquerdo, tendo o resto do<br />
material sido projectado para a câmara de<br />
combustão, onde provocou estragos. Escórias<br />
de metal fundido passaram através<br />
da válvula de admissão, tendo penetrado<br />
no cilindro vizinho, onde deixaram marcas.<br />
Na figura 13 existem áreas localiza<strong>das</strong><br />
fundi<strong>das</strong>, tanto na cabeça como na coroa<br />
do êmbolo, na direcção dos injectores.<br />
A saia e a zona dos segmentos não sofreram<br />
danos.<br />
Fig. 12<br />
Fig. 13<br />
Diagnóstico:<br />
Os motores diesel de injecção directa<br />
são mais propensos a sofrer este tipo de<br />
avaria. Nos motores com antecâmara de<br />
combustão apenas sucede esta avaria<br />
quando se rompe a antecâmara e a injecção<br />
de gasóleo passa a ser efectuada directamente<br />
na cabeça do êmbolo. Se a<br />
conduta do injector não mantém a pressão<br />
do interior do cilindro, após cessar a injecção,<br />
as oscilações de pressão remanescentes<br />
podem accionar a injecção novamente,<br />
penetrando o combustível na câmara<br />
de combustão depois de concluída a<br />
fase de injecção. Como o oxigénio se esgota<br />
na câmara de combustão, as gotículas<br />
de combustível projecta<strong>das</strong> contra o<br />
êmbolo inflamam-se a temperaturas muito<br />
eleva<strong>das</strong>, fundindo o material.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Canais de injecção com fugas ou<br />
agulhas de injectores presas. b) Molas <strong>das</strong><br />
condutas de injecção parti<strong>das</strong> ou sem<br />
elasticidade. c) Válvulas de redução de<br />
pressão da bomba injectora deficientes. d)<br />
Caudal e fase de injecção não correspondentes<br />
às especificações do construtor. e)<br />
No caso de motores com antecâmara é necessário<br />
que à ruptura da antecâmara se<br />
alie qualquer dos factores já referidos. f)<br />
Compressão insuficiente e/ou válvulas<br />
com fugas. g) Ignição realizada com atraso,<br />
devido a um índice de cetano do gasóleo<br />
insuficiente.<br />
J – FISSURAS NA CABEÇA<br />
DO ÊMBOLO EM MOTOR DIESEL<br />
Descrição da avaria:<br />
Abriu-se uma fenda na cabeça do êmbolo,<br />
até à sua parte central (Figuras 14 e 15).<br />
Os gases de combustão a elevada temperatura,<br />
penetraram no êmbolo e queimaram<br />
um canal, que une a cavidade central a um<br />
escoadouro situado abaixo do segmento de<br />
limpar óleo.<br />
Diagnóstico:<br />
Os choques térmicos na cabeça do êmbolo<br />
formam pequenas fissuras, que se vão<br />
alargando até formar uma fenda maior. Segue-se<br />
a ruptura e a completa inutilização<br />
do êmbolo.
44<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
MECÂNICA PRÁTICA<br />
Fig. 14<br />
Diagnóstico:<br />
Os êmbolos embateram com violência na<br />
cabeça do motor, tendo permanecido os sinais<br />
dessa ocorrência. O tipo de desgaste<br />
dos segmentos e da saia do êmbolo levam a<br />
supor que os impactos na cabeça do motor<br />
ocasionaram injecção de combustível descontrolada,<br />
o que provocou a diluição da<br />
película lubrificante do cilindro e princípio<br />
de gripagem. Os danos não foram maiores<br />
porque a biela continuou a projectar óleo<br />
fresco na base do cilindro. Quando ocorre o<br />
derrame de combustível no motor, com a<br />
consequente diluição do óleo, to<strong>das</strong> as peças<br />
móveis sofrem desgaste prematuro, devido<br />
à perda do grau de viscosidade óptimo<br />
do lubrificante.<br />
M – ÊMBOLO PERFURADO<br />
(MOTORES A GASOLINA)<br />
N – GRIPAGEM DA COROA<br />
DO ÊMBOLO, DEVIDO<br />
A ESCOLHA DE PEÇAS ERRADAS<br />
(MOTOR DIESEL)<br />
Descrição da avaria:<br />
Em toda a periferia da coroa do êmbolo<br />
existem marcas de gripagem, as quais se<br />
estendem até ao nível do segundo segmento<br />
de compressão (Figura 21).<br />
Fig. 15<br />
Causas prováveis:<br />
a) Canais de injecção avariados, bomba<br />
de injecção defeituosa ou antecâmara danificada.<br />
b) Sistema de arrefecimento do<br />
motor deficiente. c) Travão de escape<br />
avariado ou uso excessivo do mesmo,<br />
provocando sobreaquecimento. d) Canais<br />
de óleo para refrigeração do êmbolo obstruídos<br />
ou deformados. e) A conjugação<br />
dos factores anteriores, com frequentes<br />
mudanças de carga (autocarros urbanos,<br />
retro escavadoras, etc.) torna o risco de<br />
avaria maior. f) Erro na selecção dos êmbolos<br />
montados no motor.<br />
L – IMPACTOS NA CABEÇA DO<br />
ÊMBOLO EM MOTORES DIESEL<br />
Descrição da avaria:<br />
Manchas mais claras, onde o óleo carbonizado<br />
foi removido, atestam os danos causados<br />
por impactos (Figura 16). Por outro<br />
lado, os segmentos apresentam um elevado<br />
desgaste, em especial o de limpeza do óleo.<br />
Nas Figuras 17 e 18 podem-se ver vestígios<br />
de impacto da câmara de turbulência e de<br />
uma válvula, que se fundiu durante a marcha<br />
do motor. Na saia do êmbolo há vestígios<br />
de um início de gripagem (Figura 19).<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Medi<strong>das</strong> incorrectas do êmbolo ou<br />
montagem deficiente do motor após reparação.<br />
b) Biela ou cambota descentra<strong>das</strong>,<br />
após rectificação ou reparação de motor. c)<br />
Descentração dos apoios da cambota, após<br />
reparação. d) Juntas de cabeça do motor incorrectas<br />
(demasiado finas). e) Acumulação<br />
de detritos de carbonização na cabeça<br />
do êmbolo e câmara de combustão, reduzindo<br />
a folga mínima entre as peças. f) Diagrama<br />
de distribuição desfasado, devido a<br />
montagem deficiente ou avaria dos elementos<br />
de tracção da árvore de cames. g) Rectificação<br />
da cabeça do motor excessiva, causando<br />
descontrolo da distribuição (sem reparação<br />
possível). h) Sedes de válvulas mal<br />
monta<strong>das</strong>, após substituição, deixando as<br />
válvulas salientes. i) Que<strong>das</strong> bruscas de regime<br />
do motor levam as válvulas a bater no<br />
êmbolo, devido à inércia. j) Biela com demasiada<br />
folga ou desprendimento de bronzes<br />
da cambota, causado por um sobre regime<br />
(em desci<strong>das</strong> íngremes).<br />
Fig. 17<br />
Fig. 20<br />
Descrição da avaria:<br />
A cabeça do motor apresenta um furo,<br />
rodeado por material fundido (Figura 20).<br />
A saia do êmbolo dilatou-se e apresenta<br />
marcas de gripagem, devido à alta temperatura<br />
e ao atrito de material fundido.<br />
Diagnóstico:<br />
a) A causa mais frequente desta avaria<br />
é a auto-ignição, provocada por deficiências<br />
<strong>das</strong> velas ou <strong>das</strong> válvulas de<br />
escape (saliências metálicas incandescentes)<br />
ou devido a excessiva carbonização.<br />
A auto-ignição prolonga a combustão<br />
e aquece excessivamente o<br />
êmbolo, cujo material se torna mas macio,<br />
não resistindo aos esforços que lhe<br />
são solicitados.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Velas com graduação térmica inferior<br />
ao especificado. b) Mistura excessivamente<br />
pobre, elevando a temperatura de<br />
combustão. c) Válvulas danifica<strong>das</strong> ou<br />
com fugas e folga incorrecta, provocando<br />
a sua deterioração, especialmente as de<br />
escape. d) Resíduos carbonizados incandescentes.<br />
e) Combustível inadequado,<br />
com índice octano muito baixo (inflamação<br />
mais rápida). f) Passagem de óleo<br />
para a câmara de combustão, através dos<br />
segmentos ou guias de válvulas. g) Temperatura<br />
do motor excessiva, em especial<br />
quando provocada por ar aspirado muito<br />
quente.<br />
Fig. 21<br />
Diagnóstico:<br />
Os danos foram provocados por sobreaquecimento,<br />
resultante de problemas de<br />
combustão devidos à medida do êmbolo<br />
desadequada. Com efeito, os motores mais<br />
recentes obedecem na sua concepção a diversas<br />
normas de controlo de emissões<br />
(Euro I, Euro II, etc.), as quais deram origem<br />
as medi<strong>das</strong> específicas de êmbolos,<br />
para séries de motores aparentemente idênticos.<br />
As consequências deste tipo de erro<br />
podem ser imprevisíveis, para além da esperada<br />
perda de potência, maior consumo e<br />
níveis de emissões elevado. Acresce os<br />
custos consideráveis de reparar o motor.<br />
Causas Prováveis:<br />
a) Utilização de êmbolos com formas,<br />
profundidade ou diâmetros de cavidades<br />
não correspondentes às prescrições do<br />
construtor. b) Utilização de êmbolos com<br />
diferentes índices de compressão. c) Utilização<br />
de êmbolos construídos de materiais<br />
diferentes dos originais, ou com uma estrutura<br />
diferentes (sem canais de arrefecimento<br />
e outros detalhes importantes). d) Montagem<br />
do êmbolo adequado, mas com utilização<br />
de outras peças inadequa<strong>das</strong> (junta<br />
de cabeça, injectores, bombas de injecção,<br />
bem como to<strong>das</strong> as peças que alterem a<br />
qualidade da mistura e da combustão).<br />
Fonte: MSI - Motor Service International<br />
(Continua na próxima edição)<br />
Fig. 18<br />
Fig. 16<br />
Fig. 19
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
PEÇAS RECONDICIONADAS Março 2<strong>006</strong> 45<br />
Motores de arranque e alternadores recondicionados<br />
Processo de recondicionamento<br />
e reconstrução<br />
Em termos comerciais, as peças recondiciona<strong>das</strong> ou reconstruí<strong>das</strong> apresentam a vantagem do seu<br />
menor custo, o que constitui um aliciante para a rede de agentes reparadores, motivando-os para a<br />
recuperação de peças de valor acrescentado significativo.<br />
Devido à escassez de matérias-primas<br />
essenciais e de recursos energéticos<br />
não renováveis, caso dos<br />
combustíveis fósseis (gás natural, petróleo,<br />
etc.), induzida por um consumo crescente<br />
de bens de produção industrial, como resultado<br />
do crescimento populacional e da melhoria<br />
<strong>das</strong> condições de vida, estamos a entrar<br />
numa era de poupança de recursos, o<br />
que se irá traduzir por programas de reciclagem<br />
sistemática e por uma tendência<br />
para recondicionar e reconstruir componentes<br />
e equipamentos susceptíveis de serem<br />
recuperados. A razão principal da recuperação,<br />
uma vez que a reciclagem acabaria por<br />
integrar os materiais descartados em novos<br />
ciclos de produção, reside fundamentalmente<br />
no desperdício evitável de energia.<br />
Na realidade, para reciclar os materiais,<br />
em especial os metais, são necessários<br />
quantidades de energia consideráveis, o<br />
mesmo sucedendo para produzir novas peças<br />
e componentes. O simples facto de<br />
alongar o ciclo de vida útil dos produtos resultantes<br />
da actividade industrial é uma forma<br />
de conservar energia, o que parece indispensável,<br />
se atendermos ao facto de que<br />
a grande parte da energia consumida provém<br />
de recursos finitos. Mas, isso não é<br />
tudo. Ao produzir energia, são queimados<br />
combustíveis que libertam grandes quantidades<br />
de CO2, um dos principais agentes<br />
do chamado efeito de estufa, que está a provocar<br />
o aquecimento global do planeta e<br />
graves alterações climáticas.<br />
E porque não reparar?<br />
A reparação de peças e componentes está<br />
a ser abandonada, como tendência, excepto<br />
nos casos em que a reparação é simples e<br />
rápida. A razão para isso suceder está ligada<br />
a questões de custo e qualidade, ou seja,<br />
a uma má relação custo/qualidade <strong>das</strong> acções<br />
de reparação mais complexas. Em segundo<br />
lugar, temos ainda o problema da<br />
imobilização da viatura, o que constitui<br />
sempre um factor de custo e um transtorno<br />
incómodo para o utilizador. Uma actividade<br />
reparadora evoluída tenta minimizar os<br />
períodos de imobilização, ou a ceder uma<br />
viatura de cortesia, o que apenas se justifica<br />
em reparações de certa importância. Em<br />
terceiro lugar, os alternadores e os motores<br />
de arranque pertencem àquele grupo de peças<br />
que fazem falta a todo e a qualquer momento,<br />
não sendo aconselhável iniciar reparações<br />
de resultado duvidoso, quando se<br />
pode substituir rapidamente a peça avariada,<br />
por uma nova ou recuperada. A segunda<br />
escolha acaba até por ser mais atractiva,<br />
uma vez que a qualidade (OEM) e a garantia<br />
são as mesmas, mas o custo e a margem<br />
são mais vantajosas, assegurando melhor<br />
rentabilidade para a oficina e idêntica satisfação<br />
para o consumidor final. Por outro<br />
lado, convém não esquecer que os fabricantes<br />
que operam o recondicionamento de<br />
peças usa<strong>das</strong> possuem uma cobertura global<br />
do mercado e estão equipados com os<br />
meios técnicos e industriais capazes de garantir<br />
os padrões certificados de qualidade,<br />
produtividade e serviço, com custos de escala,<br />
ou seja, bastante mais reduzidos.<br />
Processo de recondicionamento<br />
Diz-se que um componente foi recondicionado<br />
quando se substituem os seus elementos<br />
inoperantes ou com um nível de<br />
desgaste acima <strong>das</strong> tolerâncias do fabricante.<br />
De um modo geral esses componentes<br />
são alvo de uma recuperação estética, apresentando<br />
um aspecto exterior idêntico a<br />
uma peça nova. Para todos os efeitos, a<br />
qualidade e a garantia são legalmente idênticas<br />
a uma peça nova.<br />
Na reconstrução ou refabricação de um<br />
componente, procede-se à desmontagem<br />
integral de todos os seus elementos individuais<br />
constituintes, os quais são submetidos<br />
a uma triagem, preparação, recuperação<br />
e ensaio. Os elementos irrecuperáveis<br />
são descartados, enquanto que os restantes<br />
seguem um processo completo de verificação<br />
e beneficiação. No final, são montados<br />
os elementos recuperados e outros novos,<br />
em substituição dos que tiveram que ser rejeitados,<br />
apresentando o componente as<br />
mesmas qualidades que uma peça nova de<br />
origem. Em termos comerciais, as peças recondiciona<strong>das</strong><br />
ou reconstruí<strong>das</strong> apresentam<br />
a vantagem do seu menor custo, o que<br />
constitui um aliciante para a rede de agentes<br />
reparadores, motivando-os para a recuperação<br />
de peças de valor acrescentado significativo.<br />
PROCESSO INTEGRAL<br />
DE RECONSTRUÇÃO<br />
A descrição do processo de recuperação<br />
de alternadores aqui seguida pode<br />
aplicar-se em linhas gerais a todos os tipo<br />
de peças e aos principais fabricantes de<br />
equipamentos originais, uma vez que o<br />
enquadramento normativo do sector automóvel<br />
se encontra normalizado e globalizado,<br />
em termos de certificação de qualidade<br />
e de procedimentos de engenharia e<br />
produção. Esquematicamente, as principais<br />
fases do processo de recuperação de<br />
alternadores são as seguintes:<br />
- Recolha, controlo e triagem <strong>das</strong> carcassas<br />
usa<strong>das</strong>.<br />
- Desmontagem dos elementos.<br />
- Preparação dos elementos recuperáveis.<br />
- Verificação e ensaio dos componentes.<br />
- Montagem final.<br />
- Validação do produto.<br />
- Embalagem e envio para o mercado.<br />
Neste ponto, convém esclarecer que o<br />
processo de reciclagem ou recondicionamento<br />
só é levado a cabo quando os componentes<br />
devolvidos obedecem a critérios<br />
de estado de conservação e às especificações<br />
originais (não tendo sido alterados).<br />
Nos restantes casos os componentes são<br />
descartados e substituídos por outros novos,<br />
com qualidade e especificações originais.<br />
Todo o processo tem um controlo<br />
e procedimentos de qualidade rígidos, o<br />
que proporciona a máxima garantia de<br />
qualidade às peças produzi<strong>das</strong>.<br />
Todo o processo se inicia com a devolução<br />
da peça usada, pelo que essa fase<br />
constitui a chave para a reconstrução e o<br />
núcleo da filosofia de reciclagem. Para<br />
obter carcassas da melhor qualidade possível,<br />
as marcas aplicam um suplemento<br />
na venda da peça nova, o qual apenas será<br />
devolvido após a devolução e aceitação<br />
da peça usada. Além disso, a aceitação da<br />
peça usada depende do facto dela se apresentar<br />
completa e em estado recuperável.<br />
Em toda a Europa existe uma norma de<br />
aceitação comum (EPI 7.5-03-01 – Critérios<br />
de Aceitação), que permite controlar<br />
a qualidade <strong>das</strong> carcassas devolvi<strong>das</strong>.<br />
Para facilitar a compreensão e o cumprimento<br />
dessa norma, por parte dos operadores<br />
do mercado, certos fabricantes disponibilizam<br />
um cartaz explicativo de parede,<br />
bastante detalhado, mas de fácil<br />
leitura e utilização.<br />
Para se poder proceder à recuperação<br />
<strong>das</strong> peças é fundamental que as peças usa<strong>das</strong><br />
devolvi<strong>das</strong> sejam convenientemente<br />
embala<strong>das</strong>, de modo a impedir que sofram<br />
danos durante o transporte e manipulação<br />
e que entrem em contacto com<br />
produtos poluentes, corrosivos ou oxidantes.<br />
De preferência, as peças devem ser<br />
devolvi<strong>das</strong> no estado em que foram desmonta<strong>das</strong><br />
da viatura a que pertenciam e<br />
pertencerem à mesma aplicação. Uma<br />
forma simples e eficaz de embalar a peça<br />
usada é acondicioná-la na mesma embalagem<br />
que serviu à peça de substituição<br />
nova. A etapa de recepção <strong>das</strong> peças usa<strong>das</strong><br />
fica concluída, quando a sua selecção<br />
e classificação se processa, permitndo<br />
descartar as que apresentam deficiências<br />
óbvias ou falta de elementos, ficando as<br />
restantes agrupa<strong>das</strong> e contentoriza<strong>das</strong> em<br />
lotes distintos, prontas para serem envia<strong>das</strong><br />
para as linhas de produção.<br />
DESMONTAGEM E LIMPEZA<br />
Verdadeiramente, a recuperação da<br />
peça inicia-se com as desmontagem de todos<br />
os seus elementos constituintes, utilizando<br />
ferramentas adequa<strong>das</strong> e de alta<br />
produtividade, para não danificar os elementos<br />
de fixação. Após uma inspecção<br />
visual, os elementos desmontados são<br />
carregados em cestas de limpeza especiais<br />
(inox), que serão posteriormente encaminha<strong>das</strong><br />
para máquinas de lavagem.
46<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
PEÇAS RECONDICIONADAS<br />
Os elementos em alumínio ficam então<br />
completamente limpos em profundidade,<br />
apresentando um aspecto mais uniforme e<br />
atractivo. Em seguida, são carregados<br />
numa cesta limpa, a fim de serem novamente<br />
avaliados e submetidos a um controlo<br />
dimensional.<br />
Por seu turno, os fios condutores, que<br />
ligam os bobinados aos casquilhos <strong>das</strong> escovas,<br />
são colados à estrutura do rotor, a<br />
fim de evitar que sofram danos provocados<br />
pela força centrífuga, provocada pelo<br />
movimento de rotação do rotor.<br />
Pequenos lotes de 1 a 6 peças são carregados<br />
em contentores mais pequenos, os<br />
quais são acompanhados por uma etiqueta<br />
identificativa, com o nº do lote, para<br />
permitir a sua rastreabilidade.<br />
No que respeita aos rotores, são polidos<br />
exteriomente numa máquina de correia<br />
abrasiva, o que permite eliminar to<strong>das</strong> as<br />
irregularidades, a fim de evitar qualquer<br />
tipo de contacto entre o rotor e o anel do<br />
estator.<br />
Os elementos constituídos por aço são<br />
todos recolhidos separadamente, para serem<br />
submetidos a acções de limpeza, areamento<br />
e galvanoplastia específicas. Por regra,<br />
todos os rolamentos são enviados para<br />
a sucata, independentemente do seu estado.<br />
Idêntico fim é dado a todos os elementos<br />
que, durante a desmontagem, se revelem<br />
avariados ou não sejam reutilizáveis.<br />
Entretanto, os estatores, rotores e outros<br />
elementos mais delicados, são cuidadosamente<br />
areados com um jacto de contas<br />
de vidro. Este processo é menos agressivo<br />
que o jacto de aparas de aço e tem a<br />
grande vantagem de não criar depósitos<br />
de partículas condutoras nos bobinados,<br />
para além de não destruir a película protectora<br />
destes.<br />
PREPARAÇÃO<br />
DOS COMPONENTES<br />
Depois de limpo com um jacto de ar<br />
comprimido, o rotor é pintado com um<br />
produto antioxidante, destinado a prevenir<br />
a corrosão.<br />
No que se refere às escovas, estas são<br />
geralmente substituí<strong>das</strong> por elementos<br />
novos, com especificações de origem, especialmente<br />
se apresentarem desgaste desigual<br />
ou acima do máximo permitido.<br />
Terminado o processo de preparação<br />
dos elementos recuperados, estes são<br />
classificados e organizados em lotes, ficando<br />
a aguardar as fases seguinte de inspecção,<br />
teste e montagem.<br />
INSPECÇÃO E TESTE<br />
Os elementos que formam a estrutura<br />
exterior (caixa), fabricados em alumínio,<br />
são lavados em máquinas com jactos de<br />
água quente a alta pressão, para completo<br />
desengorduramento.<br />
Terminado o areamento, os elementos<br />
são limpos com um jacto de ar comprimido,<br />
para eliminar todos os resíduos e poeiras.<br />
O passo seguinte consiste em pintar<br />
os bobinados, para os proteger da atmosfera,<br />
sendo a superfície exterior do estator<br />
esmaltada, para evitar a corrosão.<br />
Os terminais dos enrolamentos bobinados<br />
são bem limpos numa escova de arame<br />
rotativa, a fim de eliminar to<strong>das</strong> as<br />
impurezas e permitir uma boa aderência<br />
da solda.<br />
Quanto aos casquilhos de apoio <strong>das</strong> escovas,<br />
são rectificados no torno, para eliminar<br />
riscos e marcas de desgaste provoca<strong>das</strong><br />
pelas escovas. A rectificação é rigorosamente<br />
concêntrica com o veio do<br />
alternador, o que também sucede com os<br />
casquilhos novos de subtituição, de acordo<br />
com as especificações de origem (OE).<br />
Depois de completado o processo de<br />
limpeza, os elementos que formam a carcassa<br />
exterior do alternador são inspeccionados<br />
visualmente, a fim de detectar fissuras<br />
ou anomalias nas roscas. A verificação<br />
dimensional do alojamento do<br />
rolamento é efectuada com um calibre de<br />
precisão, dotado de uma forma específica.<br />
Quando se verifica que a folga excede a<br />
tolerância, o elemento é encaminhado<br />
para a sucata.<br />
No entanto, após a lavagem é frequente<br />
persistirem ainda certas incrustações, sendo<br />
necessário submetê-los a um poderoso<br />
areamento, com um jacto de partículas de<br />
aço inoxidável, utilizando uma máquina<br />
especialmente concebida para esse efeito.<br />
O diâmetro exterior do casquilho é verificado<br />
após a rectificação, sendo substituído<br />
se não cumprir as tolerâncias de origem.<br />
De seguida, os terminais são mergulhados<br />
em estanho fundido, o que lhes garantirá<br />
um bom contacto durante as verificações<br />
e nas operações de montagem final.<br />
O diâmetro interior do alojamento é essencial<br />
para a correcta fixação do rolamento,<br />
efectuada através de uma cola especial<br />
ou uma tampa de retenção, ou ambas.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
PEÇAS RECONDICIONADAS Março 2<strong>006</strong> 47<br />
A peça acabada de testar é identificada<br />
com uma etiqueta de código de barras<br />
(que identifica a fábrica onde ocorreu a<br />
refabricação da peça) e leva o carimbo de<br />
identificação do operário encarregado dos<br />
testes, para se conseguir uma total rastreabilidade.<br />
EMBALAGEM E ENVIO<br />
Por seu turno, os estatores são verificados<br />
antes da sua montagem final, para<br />
comprovar fugas de massa, continuidade,<br />
equilíbrio de fase e resistência.<br />
O rotor entra à pressão, utilizando um<br />
adaptador específico, a fim de não danificar<br />
as pás de ventilação, nem o anel deslizante.<br />
Pronto para a verificação final, o alternador<br />
é montado na máquina de testes,<br />
que já tem em memória os dados correspondentes<br />
ao alternador em questão.<br />
Os alternadores são metidos em sacos<br />
de plástico, juntamente com o respectivo<br />
certificado de validação individual, sendo<br />
remetidos para os centros de distribuição<br />
em todo o mundo.<br />
O rotor, por seu turno, é igualmente verificado<br />
antes da montagem, a fim de<br />
comprovar os valores de fugas de massa,<br />
continuidade e resistência, os quais devem<br />
corresponder rigorosamente às especificações<br />
de origem.<br />
Em seguida, o estator é colocado na sua<br />
posição correcta, sendo encaixada a tampa<br />
do lado oposto. Para realizar o ajustamento<br />
presssiona-se uma tampa contra a outra,<br />
progressivamente, sendo os parafusos de<br />
aperto final montados com uma chave<br />
pneumática com regulação de binário.<br />
A máquina de testes consegue simular<br />
as condições do veículo, a to<strong>das</strong> as velocidades,<br />
ao mesmo tempo que verifica<br />
que to<strong>das</strong> as saí<strong>das</strong> debita<strong>das</strong> pelo alternador<br />
correspondem aos valores de origem.<br />
No caso do rectificador de voltagem, é<br />
verificada separadamente a polaridade de<br />
cada diodo individual. Os três diodos são<br />
também ensaiados em conjunto, devendo<br />
ser medi<strong>das</strong> as fugas de massa <strong>das</strong> placas<br />
negativa e positiva.<br />
Os cabos da bobina de campo são soldados<br />
ao rectificador, entretanto já aparafusado<br />
na tampa do lado oposto à correia.<br />
O osciloscópio permite visualizar a onda<br />
senoidal e o equilíbrio de fase, enquanto o<br />
computador regista os resultados.<br />
VALIDAÇÃO DO PRODUTO<br />
De cada remessa é efectuada uma<br />
amosta aleatória, sendo efectuados novos<br />
testes, o que permite garantir os padrões<br />
de qualidade elevados. Depois de aguardar<br />
no armazém a chegada do pedido correspondente,<br />
a peça é colocada numa caixa<br />
apropriada, desenhada para oferecer<br />
protecção no transporte e manipulação.<br />
A voltagem à saída do regulador é medida<br />
com aparelho próprio. Um alternador<br />
de 12 volt deve apresentar uma saída<br />
nominal de 14,3 V.<br />
MONTAGEM FINAL<br />
O rotor é montado na tampa do lado da<br />
correia, onde foi já colocado um rolamento<br />
novo.<br />
Finalmente, a cobertura de protecção<br />
posterior, em material sintético é aparafusada<br />
no seu lugar, após o que se apertam<br />
os pernos dos terminais, à mão, ficando<br />
prontos para receber os cabos do cliente.<br />
Com o alternador já pronto, é aplicada<br />
a poleia correspondente à aplicação. Na<br />
rosca do lado do parafuso é montado um<br />
vedante de rosca, apertando-se a porca<br />
com uma ferramenta com regulação de<br />
binário.<br />
Se os testes finais decorrerem normalmente,<br />
o computador emite um certificado<br />
de validação. Em caso contrário, se a peça<br />
não cumprir alguns dos parâmetros exigidos,<br />
o computador imprimirá uma etiqueta<br />
de rejeição.<br />
No certificado de validação estão registados<br />
todos os parâmetros exigíveis. No<br />
caso concreto, o alternador de 90 A alcançou<br />
uma saída máxima de 110 amperes, a<br />
uma voltagem de 14,4 (a quente). Começou<br />
a gerar corrente eléctrica a 1.242 rpm<br />
(regime do veio do alternador), funcionando<br />
o circuito da lâmpada de ignição<br />
correctamente. A curva de rendimento<br />
mostra a saída de corrente para todo o espectro<br />
de regimes.<br />
Ao passar o código de barras da peça<br />
num scanner, a venda fica registada, sendo<br />
impressas simultaneamente as etiquetas<br />
da peça e da respectiva caixa. Na mesma<br />
embalagem seguem igualmente as<br />
instruções de montagem principais e os<br />
boletins de especificações técnicas.<br />
Entretanto, o computador valida a transacção,<br />
emitindo uma etiqueta de expedição,<br />
que será colada na embalagem. Recomeça<br />
a aventura de uma peça reconstruída…<br />
Fonte: Remy
48<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
CONHECER<br />
Bombas de água<br />
Constituição e montagem<br />
<strong>das</strong> bombas de água (II PARTE)<br />
Depois de termos analisado na anterior edição o funcionamento e a importância dos<br />
rendimentos <strong>das</strong> bombas de água, vamos agora analisar os diversos componentes que as<br />
constituem, assim como o procedimento correcto para a sua montagem.<br />
EMPANQUE MECÂNICO<br />
Parte fixa<br />
Parte móvel<br />
Anéis de deslizamento<br />
0 funcionamento do empanque mecânico dá-se por<br />
equilíbrio do fluido evaporante a um certo regime de<br />
temperatura, determinado pela fricção <strong>das</strong> duas<br />
superfícies de deslizamento.<br />
Os fabricantes de empanques mecânicos têm evoluído na investigação sobre os materiais, no sentido da<br />
resolução do problema do ruído, que se manifesta em particulares condições de funcionamento da bomba.<br />
Um mau líquido refrigerante danifica o empanque<br />
mecânico: normalmente, se este não é substituído,<br />
substâncias calcárias ou sujidade riscam as<br />
superfícies de deslizamento, comprometendo o<br />
espancamento.<br />
Empanque mecânico<br />
Os empanques mecânicos montados<br />
nas bombas de água devem<br />
superar o teste de funcionamento ininterrupto<br />
por 500 horas (que correspondem a<br />
percorrer mais de 40.000 km em condições<br />
normais de utilização), com a repetição de<br />
ciclos de 9 horas entre -25ºC e +130ºC de<br />
temperatura do líquido refrigerante, a vários<br />
e significativos números de rotações.<br />
Em relação aos outros materiais constituintes<br />
dos empanques mecânicos, os elementos<br />
em borracha são capazes de resistir<br />
às altas temperaturas (HNBR), isto é,<br />
constantemente sobre os 110 ºC, e os elementos<br />
metálicos são em aço inoxidável<br />
(o que não seria necessário, se se utilizassem<br />
sempre os líquidos refrigerantes recomendados!).<br />
0 funcionamento do empanque mecânico<br />
dá-se por equilíbrio do fluido evaporante<br />
a um certo regime de temperatura,<br />
determinado pela fricção <strong>das</strong> duas superfícies<br />
de deslizamento. Fora deste equilíbrio<br />
dão-se pequenas per<strong>das</strong> inevitáveis,<br />
recolhi<strong>das</strong> geralmente num poço de evaporação<br />
apropriado, que tem o objectivo<br />
de não alarmar inutilmente o automobilista.<br />
Um mau líquido refrigerante danifica<br />
o empanque mecânico: normalmente, se<br />
este não é substituído, substâncias calcárias<br />
ou sujidade riscam as superfícies de<br />
deslizamento, comprometendo o estancamento;<br />
em casos extremos, infelizmente,<br />
manifesta-se até uma agressão química a<br />
várias superfícies do empanque mecânico<br />
(e dos outros componentes da bomba).<br />
Manifesta-se também frequentemente<br />
um outro defeito: a danificação <strong>das</strong> superfícies<br />
de deslizamento por excesso de<br />
temperatura; várias partes do empanque<br />
mecânico assumem, neste caso, a típica<br />
coloração azulada. Esta situação acontece<br />
normalmente com a rotação a seco da<br />
bomba. Por sua vez, isto acontece se o<br />
circuito não é correctamente limpo, deixando<br />
que bolhas de ar estagnem até perto<br />
da bomba, que não consegue assim arrancar.<br />
Em todos os casos citados dá-se<br />
uma perda prematura do estancamento,<br />
que se evidencia com vestígios de líquido<br />
refrigerante no corpo.<br />
Um fenómeno que se manifestou recentemente<br />
de modo persistente é o "ruído"<br />
do empanque mecânico especialmente<br />
a baixos regimes de rotação. Este aborrecido<br />
inconveniente, ligado à introdução<br />
de materiais mais duros como o chamado<br />
"hard-carbon" (materiais que aliás reduziram<br />
fortemente a incidência <strong>das</strong> per<strong>das</strong>),<br />
manifesta-se só em particulares<br />
condições de funcionamento da bomba. 0<br />
aparecimento do fenómeno, dito "stickslip",<br />
sentido como uma espécie de assobio<br />
ou chio, dá-se por intermitência de<br />
colagem e descolagem <strong>das</strong> superfícies de<br />
estancamento, especialmente em condições<br />
de rotação quase a seco com baixo<br />
número de rotações. Portanto, também<br />
este fenómeno está ligado a condições insatisfatórias<br />
de limpeza do circuito, ainda<br />
As superfícies de deslizamento podem ficar<br />
danifica<strong>das</strong> por excesso de temperatura; várias<br />
partes do empanque mecânico assumem, neste<br />
caso, a típica coloração azulada.<br />
pior se a configuração original do rotor<br />
dificulta a evacuação do ar em redor do<br />
empanque mecânico. Em alguns casos a<br />
bomba não está posicionada no motor no<br />
lugar mais adequado (aquele mais baixo<br />
do circuito): isto impede o arranque da<br />
bomba, aumentando assim a probabilidade<br />
de rotação a seco.<br />
De qualquer modo, os fabricantes dos<br />
empanques mecânicos já há tempos que<br />
orientaram a investigação sobre os materiais<br />
no sentido da resolução do problema<br />
do ruído.<br />
Turbinas<br />
As turbinas têm, em geral, as configurações<br />
mais varia<strong>das</strong>, mas para os números<br />
de rotações característicos elas são geralmente<br />
do tipo “caixas fecha<strong>das</strong>” ou então<br />
do tipo “aberto”. 0 número óptimo de pás<br />
(geralmente compreendido entre um mínimo<br />
de 4-5 e um máximo de 10-12), mas<br />
também a conformação da turbina, depende<br />
do chamado número de rotações característico.<br />
O diâmetro da turbina e o ângulo<br />
0 número óptimo de pás da turbina (geralmente<br />
compreendido entre um mínimo de 4-5 e um máximo<br />
de 10-12) depende do chamado número de rotações<br />
característico.<br />
de saída <strong>das</strong> pás são pois os parâmetros que<br />
determinam mais directamente as características<br />
hidráulicas da turbina.<br />
A utilização para as turbinas de materiais<br />
como o latão, o ferro fundido ou a chapa,<br />
longe de ter sido superada, revela-se uma<br />
escolha acertada, que visa fornecer componentes<br />
de duração praticamente eterna nas<br />
normais condições de utilização. Quando a<br />
geometria da turbina original obriga porém<br />
ao uso do plástico, recorre-se exclusivamente<br />
a tecno-polímeros de primeira qualidade,<br />
com as características mecânicas e<br />
químico-físicas apropria<strong>das</strong> para este delicado<br />
uso. Um problema frequente é a presença<br />
de um corpo estranho que pode chegar<br />
a cortar to<strong>das</strong> as pás da turbina. Para<br />
evitar o problema é preciso drenar o circuito<br />
de arrefecimento e substituir completamente<br />
o líquido refrigerante, inspeccionando<br />
bem o alojamento da bomba. Nas turbinas<br />
de plástico originais, em raros casos,<br />
pode dar-se o completo descolamento do<br />
polímero do casquilho de encaixe na árvore.<br />
0 adequado projecto da turbina de plástico<br />
e o severo controlo dos parâmetros de<br />
fusão limita o problema.<br />
Polia<br />
Na polia, embora seja um componente<br />
muito solicitado mecanicamente, o cuidado<br />
na realização e a justa escolha dos materiais,<br />
fazem com que normalmente não se<br />
evidenciem problemas. As polias denta<strong>das</strong>,<br />
muitas vezes fabrica<strong>das</strong> em aço sinterizado,<br />
são normalmente um componente importante,<br />
dado que fazem parte dos elementos<br />
da distribuição. Todavia, um erro de montagem<br />
(tensão excessiva) danificará mais<br />
facilmente o rolamento da polia. Pelo contrário,<br />
o não alinhamento da correia danifica<br />
eventuais anéis de guia soldados: esta<br />
nunca deve trabalhar contra eles, sob pena<br />
de estes se descolarem. Nesses casos, o alinhamento<br />
e o posicionamento da correia<br />
devem ser feitos partindo da polia da árvore<br />
motor e da da distribuição. Nos casos em<br />
que a polia da bomba faz de guia à correia,<br />
o anel de apoio é parte integrante da polia<br />
em vez de ser soldado.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
CONHECER Março 2<strong>006</strong> 49<br />
As polias denta<strong>das</strong>, muitas vezes fabrica<strong>das</strong> em aço<br />
sinterizado, são normalmente um componente<br />
importante, dado que fazem parte dos elementos da<br />
distribuição.<br />
Instruções para a montagem da bomba<br />
01) Montar sempre a bomba seguindo as<br />
prescrições do construtor.<br />
02) Esvaziar completamente o circuito de<br />
arrefecimento, lavar e passar por água<br />
antes de substituir o líquido refrigerante<br />
pelo novo. Ter em atenção que a presença<br />
de partículas de sujidade danifica<br />
o empanque mecânico, causando o seu<br />
precoce desgaste por abrasão.<br />
03) Depois de ter desmontado a bomba velha,<br />
remover completamente os resíduos<br />
do vedante e do isolante da superfície<br />
do bloco motor, tendo o cuidado de<br />
não a danificar.<br />
04) Só nos casos em que a bomba está desprovida<br />
de vedante, aplicar um bom<br />
isolante entre a bomba e o bloco motor.<br />
05) Aparafusar os parafusos de fixação sem<br />
os apertar. Verificar que a bomba esteja<br />
centrada e que roda livremente.<br />
Apertar então os parafusos uniformemente<br />
e de modo cruzado.<br />
06) Esperar que o isolante pegue.<br />
07) Substituir to<strong>das</strong> as braçadeiras de fixação<br />
que possam influenciar a hermeticidade<br />
do circuito.<br />
08) Encher completamente o circuito com o<br />
novo líquido refrigerante até ao nível<br />
máximo do tanque de enchimento. Garantir<br />
se a compatibilidade químico-física<br />
dos componentes utilizados na<br />
bomba com os líquidos refrigerantes<br />
recomendados pelas casas construtoras.<br />
09) Posicionar a correia de arrastamento e<br />
esticá-la segundo as prescrições do manual<br />
do construtor. Atenção: uma tensão<br />
da correia superior à indicada reduz<br />
a duração do rolamento, conduzindo a<br />
bomba a uma ruptura precoce.<br />
10) Deixar o circuito de arrefecimento<br />
aberto no ponto mais alto, de modo a<br />
permitir a saída do ar. Pôr a funcionar o<br />
aquecimento, posicionando oportunamente<br />
o manipulo do comando. Ligar o<br />
motor para a prova de funcionamento,<br />
seguindo as instruções <strong>das</strong> casas construtoras.<br />
É possível que se verifique,<br />
nesta fase, uma pequena perda de assentamento<br />
pelo furo de drenagem:<br />
esta é normal e em breve desaparecerá.<br />
Atenção: A presença de ar no circuito,<br />
assim como o funcionamento a seco,<br />
comprometem precocemente o empanque<br />
mecânico: limpar bem o circuito e<br />
evitar o funcionamento da bomba sem<br />
o líquido refrigerante.<br />
11) Depois de ter limpo bem o circuito, desligar<br />
o motor e esperar que arrefeça.<br />
Atestar então o circuito e fechá-lo.<br />
12) Verificar que a bomba escolhida possa ser<br />
trocada por aquela que foi substituída.<br />
13) Limitar a utilização da bomba apenas à<br />
função prevista no motor original, evitando<br />
usos imprópríos.<br />
14) Paralelamente à substituição da bomba<br />
e do líquido refrigerante, para garantir<br />
o correcto funcionamento da própria<br />
bomba, é necessário verificar o correcto<br />
funcionamento dos componentes<br />
abaixo mencionados; no caso de se verificarem<br />
problemas de correcto funcionamento<br />
de alguns deles, é necessária<br />
a substituição de:<br />
- Rolos esticadores ou de compensação;<br />
- Correia de arrastamento;<br />
- Outros elementos em rotação no eixo da<br />
bomba, como ventiladores, juntas viscoso-estáticas,<br />
etc. (de facto o seu desgaste<br />
provoca um mau alinhamento que danifica<br />
precocemente o rolamento da bomba);<br />
- Termóstato/termo-contacto.<br />
A correia rompeu-se e são visíveis restos<br />
de borracha na polia.<br />
A descolagem do anel de apoio da polia é uma<br />
consequência, não uma causa, do desalinhamento da<br />
correia da distribuição.<br />
Casos frequentes de avaria da bomba<br />
Como foi explicado, a bomba de água é<br />
um componente sujeito a desgaste, e também<br />
por isso são muitos os casos em que,<br />
levada até à ruptura, lhe é imputada a ruptura<br />
de outros componentes do motor com<br />
danos até consideráveis. Quase sempre, porém,<br />
confunde-se a causa com o efeito: são<br />
muitas as causas externas que levam à avaria<br />
da bomba, e estas têm que ser considera<strong>das</strong><br />
para se realizar a correcta montagem<br />
da própria bomba e a correcta regulação do<br />
sistema no qual ela deverá operar. Assim,<br />
para além de ler atentamente as instruções<br />
de montagem, pode ser útil a descrição de<br />
alguns casos típicos de avaria da bomba<br />
por causas externas:<br />
- Tensão excessiva<br />
ou desgaste da correia<br />
A correia rompeu-se e são visíveis restos<br />
de borracha na polia. As causas são: tensão<br />
excessiva ou a não substituição da correia<br />
desgastada, que é sempre boa norma substituir<br />
ao mesmo tempo que a bomba.<br />
- Mau alinhamento da correia<br />
A descolagem do anel de apoio da polia<br />
é uma consequência, não uma causa, do desalinhamento<br />
da correia da distribuição. De<br />
facto, o lado que mantém a correia na correcta<br />
posição tem o apoio integrado na polia.<br />
É necessário verificar o correcto alinhamento<br />
de todos os elementos em rotação na<br />
correia da distribuição. Além disso, devido<br />
aos diferentes desgastes, é necessário substituir<br />
juntamente com a bomba todos os rolos<br />
esticadores e de compensação, senão o<br />
elemento mais desgastado cederá precocemente<br />
devido à tensão da correia nova, e<br />
aquele que está desalinhado fá-la cair.<br />
É sempre necessário controlar, alinhar ou<br />
eventualmente substituir os componentes,<br />
como juntas viscoso-estáticas e ventiladores<br />
acoplados na árvore, sob pena de avaria<br />
precoce da bomba.<br />
- Perda normal de líquido<br />
do empanque mecânico<br />
Uma perda de assentamento do empanque<br />
mecânico, que normalmente termina<br />
depois de 1-3 horas de funcionamento, é<br />
normal e inevitável. Para não mostrarem ao<br />
utilizador esta perda, as bombas mais recentes<br />
têm um reservatório de acumulação<br />
apropriado que permite que a perda se evapore<br />
sem se tornar "visível".<br />
Caso de uma junta viscoso-estática rota que causou<br />
a ruptura do rolamento<br />
Uma perda de assentamento do empanque<br />
mecânico, que normalmente termina depois de 1-3<br />
horas de funcionamento, é normal e inevitável.<br />
- Perda considerável de líquido<br />
do empanque mecânico<br />
Pelo contrário, uma perda abundante e<br />
contínua pelo furo de descarga deve ser<br />
averiguada. A causa mais frequente é a utilização<br />
de um líquido refrigerante não idóneo<br />
ou contaminado por impurezas que riscam<br />
os planos de deslizamento do empanque.<br />
A contaminação nos motores mais velhos<br />
é devida também à má estanqueidade<br />
do vedante da cabeça, com infiltração dos<br />
gases de combustão no circuito de arrefecimento:<br />
isto modifica tanto o estado químico,<br />
como a pressão do líquido refrigerante;<br />
se há problemas no reservatório de expansão<br />
em alguns casos a mola do empanque<br />
mecânico da bomba pode chegar a ceder<br />
devido a uma pressão superior àquela para<br />
a qual foi projectada.<br />
- Corte <strong>das</strong> pás da turbina<br />
Um corpo estranho no circuito cortou as<br />
pás. Por vezes trata-se mesmo dos resíduos<br />
da ruptura da bomba anteriormente instalada.<br />
É necessário certificar-se de ter limpo<br />
bem o circuito antes de substituir o líquido<br />
refrigerante.<br />
- Utilização de líquidos refrigerantes<br />
não idóneos<br />
Nestes casos, a corrosão de to<strong>das</strong> as partes<br />
<strong>das</strong> bombas indica a utilização de água<br />
e sais no interior do circuito. É evidente a<br />
não utilização de líquidos conforme as recomendações<br />
do construtor.<br />
Fonte: Metelli s.p.a.<br />
A corrosão de to<strong>das</strong> as partes <strong>das</strong> bombas indica a utilização de água e sais no interior do circuito, o que é prova evidente da não utilização de líquidos conforme as recomendações do construtor.
50<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Março 2<strong>006</strong><br />
PNEUS<br />
Breves<br />
“EUROMILHÕES“<br />
PARA A MICHELIN<br />
A aposta que o grupo francês<br />
tem mantido na qualidade do produto<br />
e serviços resultou numa<br />
facturação de € 15.590 milhões<br />
em 2005, o que proporcionou €<br />
889 milhões de lucros, ou seja,<br />
mais 35,9% do que no ano anterior.<br />
Apesar da ligeira queda do<br />
mercado de reposição europeu<br />
(ligeiros e pesados), a montagem<br />
de primeiro equipamento cresceu<br />
a nível mundial, com subi<strong>das</strong> de<br />
7,7% nos EUA e 4% na Europa.<br />
Apesar de reconhecer que parte<br />
dos lucros provém de benefícios<br />
cambiais, a administração da Michelin<br />
destaca o papel do esforço<br />
de redução de custos nos resultados<br />
alcançados. Para 2<strong>006</strong>, as<br />
previsões apontam para a estabilização<br />
dos preços <strong>das</strong> matériasprimas,<br />
cuja subida nos últimos<br />
anos reduziu a margem operacional<br />
<strong>das</strong> empresas.<br />
GOODYEAR<br />
VENDE € 16.500 MILHÕES<br />
A multinacional Goodyear Tire<br />
& Rubber Company, especializadada<br />
no fabrico de pneus e outros<br />
produtos derivados de borracha,<br />
superou em 2005 o seu próprio<br />
máximo de ven<strong>das</strong> anterior, apesar<br />
de reconhecer as dificuldades<br />
gera<strong>das</strong> pela subida <strong>das</strong> matériasprimas,<br />
no final do ano (+13%). A<br />
racionalização da disponibilidade<br />
financeira e do nível de stocks, foram<br />
os instrumentos de gestão utilizados<br />
para controlar a subida dos<br />
custos, sendo os resultados da empresa<br />
o reflexo da política de inovação<br />
e lançamento de novos produtos,<br />
apoiada em planos de marketing<br />
actualizados.<br />
BRIDGESTONE<br />
INVESTE NA CHINA<br />
O grupo Bridgestone vai investir<br />
€ 856 milhões numa nova fábrica<br />
de borracha sintética em<br />
Guangdong (China). A nova unidade<br />
produtiva ocupará 210 trabalhadores<br />
e terá uma produção anual<br />
de cerca de 50 mil tonela<strong>das</strong>,<br />
destinada a fornecer as fábricas<br />
Bridgestone na China e noutros<br />
pontos da Ásia e ao aumento da<br />
procura.<br />
SENHORAS PODEM COMPRAR<br />
PNEUS VIA WEB<br />
Graças a um novo portal<br />
(www.reifendirekt.de), as senhoras<br />
de toda a Europa terão a partir<br />
de agora possibilidade de comprar<br />
os seus novos pneus quando melhor<br />
entenderem, sem os condicionalismos<br />
e constrangimentos da<br />
passagem pelos locais de venda,<br />
por vezes demasiado “masculinos“<br />
e “profissionais“… A comparação<br />
de preços, caraterísticas,<br />
promoções, locais de montagem,<br />
etc., estão ao alcance de um clic<br />
do rato, podendo ser feita a escolha<br />
e decidido o negócio em casa,<br />
no emprego ou pelo seu portátil.<br />
Estão disponíveis 70 marcas e 15<br />
mil tipos de pneus (24 h por dia, 7<br />
dias por semana e 365 dias por<br />
ano), tendo um desconto de 25%<br />
no preço, o qual pode ser pago<br />
com cartão de crédito.<br />
Qualquer condutor minimamente<br />
exigente, pretende<br />
que os pneus do<br />
seu carro se “agarrem” bem á estrada<br />
e que tenham um bom comportamento<br />
em estra<strong>das</strong> molha<strong>das</strong>.<br />
Só que a Michelin conclui,<br />
através de um estudo internacional,<br />
elaborado junto de muito<br />
condutores europeus que uma <strong>das</strong><br />
suas principais exigências é a longevidade<br />
do pneu, isto é, cerca de<br />
70% dos condutores referem que<br />
os pneus têm uma vida útil muito<br />
curta.<br />
Atendendo a esta realidade e à<br />
longa experiência que detém, a<br />
Michelin lançou o novo Primacy<br />
HP, um novo tipo de pneu destinado<br />
ao segmento <strong>das</strong> berlinas de<br />
gama média/alta e alta, que apresenta<br />
como principal argumento<br />
um aumento da sua vida útil<br />
de pelos menos 25% em relação<br />
a pneus congéneres<br />
de marcas concorrentes.<br />
Para se obter estes resultados,<br />
a Michelin aponta três<br />
principais inovações, nomeadamente<br />
a mistura<br />
entre o Elasto Sport<br />
(já usado na gama<br />
Pilot) e a Sílica, a<br />
arquitectura específica<br />
com nova estrutura deformável<br />
e a nova escultura do pneu. É<br />
neste triângulo entre a arquitectura,<br />
a escultura e os materiais usados<br />
neste pneu, que reside o grande<br />
segredo do Primacy.<br />
Para além de aumentarem a<br />
vida útil do pneu, estas inovações<br />
introduzi<strong>das</strong> na gama Premacy<br />
HP (High Perfomance), permitem<br />
uma melhor aderência do pneu<br />
quer em seco quer em molhado,<br />
com o consequente aumento da<br />
segurança, incrementando ainda a<br />
capacidade de travagem.<br />
Segundo a Michelin, diversos<br />
testes efectuados comprovam que<br />
depois de 10.000 Kms percorridos<br />
o Primacy HP consegue travar<br />
em menos de 1,2 metros que<br />
qualquer pneu concorrente, sem<br />
contudo perder as suas características<br />
de performance e aderência.<br />
Estes testes tiveram<br />
a chancela da TUV Automotive<br />
e permitem aferir<br />
que enquanto um<br />
carro equipado com<br />
Primacy HP pára<br />
(depois de iniciar a travagem<br />
a 90 Km/h)<br />
um carro idêntico<br />
mas equipado com<br />
outra marca de<br />
Michelin Premacy HP<br />
Maior longevidade<br />
O segredo do Michelin Primacy HP está no ASM, que é a conjugação do desenvolvmento<br />
conjunto dos materiais, da estrutura e da escultura do pneu. O resultado é uma<br />
durabilidade superior do Primacy face aos concorrentes directos<br />
Reinventar a roda, ou melhor, o pneu é<br />
a constante procura de cada construtor<br />
e fabricante de pneus a nível mundial,<br />
e a Bridgstone não é excepção.<br />
A mais recente novidade deste construtor<br />
nipónico é o pneu com multi-câmara de ar,<br />
que dispõe de três câmaras separa<strong>das</strong> funcionando<br />
como reservatórios de pressão.<br />
Trata-se de um conceito inovador que é o<br />
resultado de aturados esforços de pesquisa e<br />
desenvolvimento, tendo em vista o futuro dos<br />
pneus. Na prática o pneu com multi-câmara de<br />
ar, é constituído por uma câmara principal ao<br />
centro e duas sub-câmaras de cada um dos lados<br />
(ver esquema). A pressão do ar em cada<br />
uma <strong>das</strong> câmaras pode ser controlada independentemente,<br />
tornando possível ajustar o equilíbrio<br />
de rigidez entre a zona do piso e as paredes<br />
laterais esquerda e direita do próprio pneu.<br />
Bridgestone<br />
pneus circula ainda a 16 Km/h<br />
imobilizando-se apenas 1,2 metros<br />
depois.<br />
O novo Michelin Premacy HP,<br />
que vem substituir o anterior pneu<br />
com o mesmo nome, servirá não<br />
só as necessidades do primeiro<br />
equipamento bem como o mercado<br />
de substituição, estando disponível<br />
num total de 23 referências<br />
entre as medi<strong>das</strong> 205/55 R16 e<br />
Novo pneu com<br />
multi-câmara de ar<br />
245/45 R18 para indíces de velocidade<br />
H, Y, V e W.<br />
O Primacy HP não vem substituir<br />
o Pilot Primacy, embora tenham<br />
preços semelhantes, passando<br />
a ser produtos complementares<br />
na gama Michelin.<br />
Refira-se que este dois produtos<br />
(Primacy HP e Pilot Primacy)<br />
não podem, nem devem, ser usados<br />
no mesmo eixo de um carro.<br />
Tal desenvolvimento, permite um contacto<br />
ideal do pneu com a estrada em to<strong>das</strong> as condições,<br />
com uma condução mais estável e confortável.<br />
Por outro lado, assegura ainda que a<br />
performance possa ser ajustada de acordo com<br />
as necessidades do utilizador, tais como conforto<br />
e capacidade de manobra.<br />
Por outro lado e uma vez que o pneu se encontra<br />
dividido em três partes, mesmo que a<br />
pressão de ar de uma <strong>das</strong> câmaras caia para<br />
zero devido a um furo, por exemplo, as outras<br />
câmaras serão capazes de suportar o peso do<br />
pneu, pelo que este poderá continuar a rodar<br />
ao longo de uma determinada distância.<br />
Embora ainda não seja conhecida a comercialização<br />
desta inovação, a Bridgestone irá<br />
prosseguir o desenvolvimento deste conceito<br />
de pneu de multi-câmara de ar para uma utilização<br />
corrente em termos de futuro.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO Março 2<strong>006</strong> 21<br />
Para demonstração, foi reparado um<br />
pára-choques traseiro de um Ford<br />
Mondeo, fabricado em poliuretano<br />
expandido. A reparação foi efectuada<br />
com poliuretano mono componente. A<br />
ruptura ocorreu no suporte interior<br />
esquerdo do pára-choques, tendo sido<br />
reparada conforme passamos a<br />
descrever:<br />
REPARAÇÃO POR COLAGEM COM POLIURETANO<br />
O suporte partido foi então aplicado e centrado<br />
directamente sobre as marcas da própria ruptura.<br />
COLECCIONÁVEL (VI)<br />
O suporte interno do pára-choques está solto,<br />
devido a uma ruptura do poliuretano expandido.<br />
Se o material não estiver muito deteriorado<br />
devido aos raios ultravioleta, a sua reparação é<br />
rápida e simples.<br />
Com a peça no local exacto, foi necessário mantê-la<br />
sob pressão, durante cerca de 6 horas, o tempo<br />
necessário para polimerizar o poliuretano.<br />
Em primeiro lugar foram eliminados pedaços de<br />
material partidos ou danificados, tanto no suporte<br />
como no pára-choques, para facilitar a aderência<br />
da cola.<br />
Com o suporte já colado no seu local correcto,<br />
foram retirados pedaços de espuma em redor de<br />
toda a linha de colagem, de modo a criar uma base<br />
para aplicar cola pelo exterior. Com um jacto de ar<br />
comprimido efectuou-se seguidamente a limpeza<br />
da peça.<br />
Nos casos em que o material está exposto a raios<br />
ultravioleta (luz solar, por exemplo), pode ser<br />
necessário eliminar a camada superficial da<br />
espuma que se encontra degradada.<br />
Para reforçar a reparação, foi aplicado um cordão<br />
de cola de poliuretano a toda a volta. O poliuretano<br />
expandido apresenta uma superfície muito porosa,<br />
o que facilita a aderência da cola.<br />
Com um jacto de ar comprimido foram<br />
elimina<strong>das</strong> sujidades e partículas de material<br />
soltas.<br />
Para moldar a cola aplicada ao formato da peça,<br />
colocou-se uma película termoplástica por cima do<br />
cordão de cola, tendo sido retirada no final sem<br />
qualquer dificuldade.<br />
A cola utilizada foi um vedante à base de<br />
poliuretano, tendo sido aplicada na superfície de<br />
ruptura com uma pistola de extrusão. A cola é<br />
aplicada em toda a superfície deteriorada.<br />
Aspecto final da peça reparada.<br />
VI - PROCEDIMENTOS DE HIGIENE E SEGURANÇA<br />
Para que um trabalhador se proteja de forma correcta, no desempenho<br />
de uma determinada actividade, tem que conhecer os riscos a que está<br />
exposto e as razões concretas desse risco. Na reparação de plásticos,<br />
devido à composição química destes materiais, importa ter uma visão global<br />
dos riscos inerentes às diversas operações e as medi<strong>das</strong> de segurança e<br />
protecção adequa<strong>das</strong> que se devem aplicar. De um modo geral, o risco<br />
principal ao trabalhar com materiais plásticos reside na possibilidade de<br />
sofrer intoxicações de gases ou partículas, quer originados pelos próprios<br />
plásticos, quer pelos produtos e processos utilizados para proceder à reparação.<br />
Os principais inimigos do operador são, neste caso, os vapores,<br />
gases, pós, fibras ou líquidos, sendo os pontos do organismo mais vulneráveis<br />
a esses agentes as vias respiratórias (incluindo a boca) e a pele. As<br />
pessoas menos avisa<strong>das</strong> julgam que eliminando os procedimentos de<br />
higiene e segurança conseguem operar mais rapidamente e com maior<br />
produtividade. No entanto, as paragens de laboração por problemas de<br />
saúde ou acidentes acabam por deitar por terra semelhante teoria. A produtividade<br />
consistente e sustentada apenas pode resultar de procedimentos<br />
seguros e defensivos.<br />
Vamos referir de seguida os principais riscos<br />
que o profissional corre, relativamente à manipulação<br />
de vários tipos de produtos utilizados na<br />
reparação de plásticos:<br />
Produtos de Limpeza<br />
Os dissolventes e produtos de limpeza específicos<br />
para plásticos contêm elementos nocivos por<br />
inalação ou pelo contacto com a pele. Como são<br />
muito inflamáveis, o outro risco é a sua inflamação<br />
ou explosão em contacto com uma chama.<br />
Resinas de Poliéster<br />
Contêm estireno composto, substância que<br />
irrita os olhos e as vias respiratórias, não sendo<br />
conveniente respirar os seus vapores.<br />
MANIPULAÇÃO DOS PRODUTOS<br />
Além disso, os peróxidos orgânicos empregados<br />
como catalizadores da resina (benzeno),<br />
são irritantes para a pele, podendo provocar<br />
dermatites.<br />
Resinas epoxy e colas<br />
Evitar o contacto com a pele e os olhos. Alguns<br />
elementos químicos usados como endurecedor<br />
provocam a irritação da pele, olhos e vias respiratórias,<br />
podendo causar asma.<br />
Poliuretanos<br />
Na composição deste material entram isocianatos,<br />
os quais aumentam a sensibilidade <strong>das</strong> mucosas<br />
e irritação da pele. Esses elementos tornam-se<br />
mais voláteis durante a reacção de polimerização.
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
22 Março 2<strong>006</strong><br />
REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO<br />
RISCOS<br />
DERIVADOS DAS<br />
OPERAÇÕES A REALIZAR<br />
As operações que apresentam<br />
maior risco para o profissional,<br />
são a lixagem e a soldadura.<br />
Operações de Lixagem<br />
Os pós que se libertam durante<br />
as operações de lixagem de plásticos<br />
e outros materiais intervenientes<br />
nas reparações ficam em<br />
suspensão no ar ambiente, em<br />
especial as partículas mais finas.<br />
A inalação dessas poeiras pelas<br />
vias respiratórias e pela boca provoca<br />
problemas de saúde, especialmente<br />
a diminuição da<br />
capacidade respiratória e irritações<br />
cutâneas. A longo prazo, a<br />
inalação desses pós provoca<br />
doenças ainda mais graves.<br />
Operações de Soldadura<br />
Quase todos os tipos de plásticos<br />
libertam a altas temperaturas<br />
gases tóxicos e hidrocarbonetos<br />
(HC) muito voláteis, susceptíveis<br />
de provocar intoxicações a<br />
quem fizer uma inalação prolongada<br />
deles.<br />
Para limitar os riscos e proteger os operadores<br />
envolvidos na reparação de plásticos,<br />
passamos a enumerar uma série de<br />
medi<strong>das</strong> julga<strong>das</strong> mais adequa<strong>das</strong>:<br />
- As máquinas de lixar<br />
devem estar equipa<strong>das</strong><br />
com extractores de pós<br />
por aspiração, que evitam<br />
a contaminação do<br />
ar da oficina.<br />
- Para além <strong>das</strong> ferramentas<br />
com aspiração, a<br />
área de trabalho deve possuir um sistema<br />
de aspiração e renovação de ar.<br />
- No local onde se está a proceder à reparação<br />
de plásticos não devem existir chamas<br />
nem corpos incandescentes, para<br />
evitar a inflamação dos vapores mais voláteis.<br />
- Não fumar durante as reparações.<br />
- Para evitar o contacto<br />
dos produtos utilizados<br />
com a pele e os<br />
olhos é necessário utilizar<br />
luvas e óculos apropriados.<br />
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTECÇÃO<br />
- Nos materiais que<br />
utilizam reforço de fibra<br />
de vidro é aconselhado<br />
um fato de macaco integral<br />
e máscara facial.<br />
- Para evitar queimaduras,<br />
é convenientes<br />
utilizar luvas apropria<strong>das</strong><br />
nas operações de<br />
soldadura e aquecimento<br />
<strong>das</strong> peças, para<br />
conformação.<br />
ZONAS RISCOS MEDIDAS<br />
VULNERÁVEIS<br />
DE PROTECÇÃO<br />
OLHOS - Projecção de produtos, - Óculos de segurança.<br />
gases e corpos estranhos.<br />
MÃOS - Queimaduras, golpes - Luvas de trabalho.<br />
e irritações cutâneas. - Luvas de protecção térmica.<br />
VIAS - Inalação e pós, gases e vapores. - Máscara apropriada a cada operação.<br />
RESPIRATÓRIAS<br />
- Sistema de extracção<br />
de pós e ventilação.<br />
CORPO - Irritações cutâneas. - Fatos de protecção integral.<br />
VII - CADERNO DE EXERCÍCIOS - PERGUNTAS<br />
Com a publicação do capítulo anterior, chega ao fim o<br />
Curso de Reparação de Plásticos que temos vindo a publicar<br />
desde o nº 1 do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>.<br />
Vamos agora pôr à prova os seus conhecimentos sobre esta<br />
matéria com uma série de testes, divididos pelos 6 capítulos<br />
que compõem este Curso. Na próxima edição do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong><br />
<strong>Oficinas</strong>, poderá encontrar as respostas a to<strong>das</strong> as questões<br />
que são coloca<strong>das</strong> nos vários testes que se seguem.<br />
1 - Perguntas<br />
Existem perguntas de três tipos: em forma de teste com<br />
desenvolvimento, resposta opcional e exercício prático. A<br />
maior parte delas tem uma única resposta correcta. Havendo<br />
mais do que uma resposta válida, isso vem explícito no seu<br />
enunciado. Além disso, cada capítulo dos testes, corresponde<br />
a um capítulo do Curso de Reparação de Plásticos<br />
Automóvel, reportando-se ao seu conteúdo.<br />
2 - Respostas<br />
Depois de respondi<strong>das</strong> as perguntas, é possível verificar a<br />
correcção <strong>das</strong> respostas através da consulta à parte final deste<br />
curso, permitindo a auto avaliação dos conhecimentos adquiridos<br />
por intermédio da Unidade Didática.<br />
Nesta última parte só é feita referência às respostas correctas,<br />
sendo omiti<strong>das</strong> quaisquer explicações sobre as que estão<br />
erra<strong>das</strong>.<br />
CAPÍTULO I – INICIAÇÃO À REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS<br />
1 - O que é um plástico?<br />
5 - Quais são os dois grandes grupos em que se podem classificar os plásticos?<br />
Descrever sucintamente a principal diferença entre os dois:<br />
2 - A partir de que matérias-primas se obtém o plástico?<br />
❑ Borrachas e resinas naturais.<br />
❑ Petróleo, gaz natural e carvão.<br />
❑ A partir exclusivamente do alcatrão.<br />
3 - Indicar de forma gráfica os dois tipos principais de polimerização:<br />
6 - Os principais sistema para a transformação de termoplásticos são:<br />
❑ Estampagem.<br />
❑ Extrusão e injecção.<br />
❑ Fundição.<br />
❑ Mecanização.<br />
7 - Que processo de transformação se utiliza geralmente para o fabrico de párachoques<br />
de plástico termoplástico?<br />
❑ Moldagem manual.<br />
❑ Injecção.<br />
❑ Por sopro.<br />
❑ Extrusão.<br />
8 - O que é um prepolímero?<br />
4 - Para que é necessário adicionar cargas de reforço aos plásticos?<br />
❑ Para facilitar a extracção <strong>das</strong> peças dos moldes.<br />
❑ Para acrescentar resistência mecânica e tenacidade.<br />
❑ Para evitar a oxidação do plástico.<br />
9 - Indicar o significado <strong>das</strong> seguintes siglas:<br />
S.M.C.: __________________________________________________________<br />
B.M.C.:__________________________________________________________<br />
D.M.C.:__________________________________________________________
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO Março 2<strong>006</strong> 23<br />
CAPÍTULO II – PLÁSTICOS MAIS UTILIZADOS NO AUTOMÓVEL<br />
1 - Enunciar seis dos plásticos termoplásticos mais utilizados no automóvel:<br />
10 - Interpretar os seguintes códigos de identificação:<br />
2 - Qual <strong>das</strong> seguintes afirmações é correcta?<br />
❑ O polipropileno admite fibras de vidro de reforço, melhorando assim as suas<br />
propriedades mecânicas.<br />
❑ As fibras de vidro não se podem adicionar aos plásticos termoplásticos.<br />
❑ As fibras de vidro são usa<strong>das</strong> unicamente como reforço nas resinas de poliéster.<br />
3 - Indicar o significado <strong>das</strong> seguintes siglas:<br />
ABS: ____________________________________________________________<br />
PP-EPDM: ________________________________________________________<br />
4 - Indicar os plásticos termo estáveis mais aplicados no automóvel:<br />
5 - A resina epoxy (EP) é utilizada para:<br />
❑ Fabrico de guarnições e tapetes.<br />
❑ Fabrico de pára-choques.<br />
❑ Colar diversas peças da carroçaria e como base de circuitos impressos.<br />
❑ Para revestimento exterior de peças de poliéster.<br />
6 - Quais <strong>das</strong> seguintes características são próprias da resina de poliéster<br />
insaturado (UP)?<br />
PE - L L D<br />
PP - EPDM T 15<br />
PP - G M 40<br />
PA 66 - G F 20<br />
PP - M D 30<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
❑ Boas propriedades eléctricas e físicas.<br />
❑ Grande flexiblidade.<br />
❑ Boa resistência a agentes químicos.<br />
❑ Boa estabilidade dimensional.<br />
❑ Não admite cargas.<br />
❑ Boa resistência mecânica.<br />
❑ Elevada rigidez, tornando-se muito frágil.<br />
❑ Pode ser conformada com calor.<br />
7 - Indicar a principal razão para marcar as peças de plástico com um código de<br />
identificação:<br />
❑ Facilitar a sua correcta selecção e classificação, tendo em vista posteriores<br />
operações de reciclagem e reparação.<br />
❑ Servir de guia nas operações de montagem <strong>das</strong> peças.<br />
❑ Identificar o seu fabricante e a data de produção.<br />
UP - G F 20<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
__________________________________________<br />
11 - Qual é a forma mais rápida e prática para determinar se um plástico é<br />
termoplástico ou termo estável?<br />
❑ Observar a tonalidade claro/escuro da respectiva cor.<br />
❑ Pelo tacto.<br />
❑ Observando o sem comportamento em face do calor, depois de aquecido.<br />
❑ Comprovando a diferença de densidade ao mergulhar um pedaço de material<br />
num recipiente com água, para ver se flutua.<br />
12 - Indicar as principais caracterírticas dos plásticos termo estáveis:<br />
8 - Que informação se obtém no código de identificação dos plásticos?<br />
❑ Vigência e caducidade do material.<br />
❑ A fórmula química do material.<br />
❑ O tipo de polímero e carga de reforço, se for esse o caso.<br />
❑ O código secreto do fabricante e data de fabrico.<br />
13 - Em que consiste o processo de identificação por combustão?<br />
9 - Indicar o material ou carga de reforço correspondente às seguintes letras:<br />
SÍMBOLO<br />
B<br />
G<br />
T<br />
R<br />
M<br />
MATERIAL<br />
________________<br />
________________<br />
________________<br />
________________<br />
________________<br />
14 - Indicar as principais características de combustão do polietileno (PE):<br />
15 - Quais são os plásticos auto extinguíveis mais utilizados no automóvel?<br />
16 - A temperatura de fusão dos plásticos utilizados no automóvel oscila entre:<br />
❑ 80 e 1000º C<br />
❑ 265 e 400º C<br />
❑ 300 e 600º C<br />
❑ 300 e 650º C
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
24 Março 2<strong>006</strong><br />
REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO<br />
CAPÍTULO III – CORRECÇÃO DE DEFORMAÇÕES<br />
1 - Em que se fundamenta o processo de reparação de deformações?<br />
6 - Descrever os materiais constituintes da estrutura de um painel de bordo (em secção):<br />
<br />
2 - Para corrigir as deformações num termoplástico, o calor deve aplicar-se:<br />
❑ De forma pontual, sobre a deformação.<br />
❑ De formar difundida sobre toda a área danificada.<br />
❑ Sobre todo a superfície da peça.<br />
❑ Não de podem reparar com o calor.<br />
3 - Para que se utiliza a bigorna de chapeiro na reparação de uma deformação de<br />
um plástico?<br />
❑ Para suportar o impacto ao utilizar o martelo.<br />
❑ Para aquecer e fundir o plástico.<br />
❑ Para endireitar a peça danificada, depois de aquecida.<br />
4 - Se a ruptura de um plástico termoplástico se produziu por estiramento do<br />
material, como se deve proceder, em princípio?<br />
❑ Não é possível reparar este tipo de danos.<br />
❑ Coforma-se a zona danificada aplicando calor e frio alternadamente,<br />
❑ Elimina-se a parte sobreestirada.<br />
❑ Reforçando a face interna da peça.<br />
5 - Utilizando o maçarico de canalizador, passa-se a chama superficialmente na<br />
zona a reparar, com o fim de:<br />
❑ Melhorar a aderência dos produtos de acabamento.<br />
❑ Contrair o estiramento do plástico.<br />
❑ Fundir o plástico e eliminar as inperfeições e tensões.<br />
❑ Nunca se pode aplicar uma chama directamente num plástico.<br />
<br />
7 - Explicar como se processa a conformação de um painel de bordo deformado:<br />
8 - A aplicação de calor sobre o painel de bordo realiza-se:<br />
<br />
❑ De forma estática sobre a deformação.<br />
❑ A 600º C para acelerar o processo de conformação.<br />
❑ De forma difundida sobre a área deformada.<br />
❑ Com um maçarico de canalizador regulado a 250º C.<br />
9 - Indicar as ferramentas utiliza<strong>das</strong> para aplicar calor nos processos de<br />
conformação de deformações:<br />
❑ Maçarico de canalizador e turbina de ar quente.<br />
❑ Maçarico de canalizador, maçarico oxiacetilénico e turbina de ar quente.<br />
❑ Lâmpada de infravermelhos.<br />
❑ Com um eléctrodo de carbono ou cobre.<br />
CAPÍTULO IV – REPARAÇÃO POR SOLDADURA<br />
1 - Na soldadura de materiais plásticos há que ter presentes dois parâmetros<br />
fundamentais. Indicar quais e justificar:<br />
2 - O corte em bisel efectuado na fissura do material destina-se a conseguir uma<br />
boa penetração da solda e aumentar a superfície de contacto da mesma. Indicar a<br />
profundidade ideal para este procedimento:<br />
7 - A inserção de uma malha metálica numa reparação efectua-se:<br />
❑ Batendo-a com um martelo.<br />
❑ Aquecendo o material até ao estado pastoso e pressionando a rede<br />
com uma ferramenta, de modo a introduzi-la no material.<br />
❑ Fundindo o plástico com um maçarico de canalizador, a malha penetrará no material<br />
sem nenhuma dificuldade.<br />
❑ Não se usam malhas metálicas, mas unicamente de nylon.<br />
8 - Que se entende por soldadura química?<br />
a<br />
b<br />
a =<br />
9 - Que produto se utiliza para a reparação de um plástico ABS por meio de<br />
soldadura química?<br />
3 - Que acontece quando a temperatura de soldadura é baixa e a velocidade rápida?<br />
❑ Efectua-se a reparação mais rapidamente.<br />
❑ A temperatura deve ser baixa para evitar problemas.<br />
❑ O cordão de soldadura é volumoso, com ausência de rebarbas,<br />
dando lugar a uma união fraca.<br />
4 - Que produto se utiliza para a limpeza e desengorduramento de uma<br />
termoplástico, antes de efectuar a soldadura?<br />
❑ Álcool isopropílico.<br />
❑ Dissolvente nitrocelulósico.<br />
❑ Acetona.<br />
❑ Resinas epoxy.<br />
10 - É necessário reforçar uma reparação realizada por soldadura química? Em<br />
caso afirmativo, como se realiza essa operação?<br />
❑ Gasolina.<br />
❑ Acetona.<br />
❑ Dissolvente básico.<br />
❑ Aguarrás.<br />
11 - As carenagens de motociclos podem reparar-se por soldadura?<br />
5 - Explicar qual a função dos reforços numa reparação por intermédio de<br />
soldadura e qual o material mais utilizado:<br />
6 - Descrever os passos a seguir para realizar uma soldadura num plástico termoplástico:<br />
❑ Não, apenas com colas e malhas de reforço.<br />
❑ Unicamente se forem de ABS.<br />
❑ Sim, desde que se trate de material termoplástico.<br />
❑ Não, este tipo de peças deve substituir-se.<br />
12 - Que objectivo tem a operação de furar a extremidade <strong>das</strong> fissuras a reparar?<br />
Que tipo de broca se deve utilizar para esse efeito?