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Jornal das Oficinas 006

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<strong>Jornal</strong> Independente da Manutenção e Reparação Automóvel<br />

Director: João Vieira • Ano I • Mensal • 3 Euros<br />

Nº 6 Março 2<strong>006</strong><br />

O Futuro do Tuning em Portugal<br />

ANECRA cria Secção para<br />

apoio oficial ao Tuning<br />

Mercedes-Benz é a<br />

marca preferida<br />

dos portugueses<br />

A Mercedes-Benz persiste em<br />

ser a marca de maior reconhecimento<br />

no que respeita à confiança<br />

na categoria Automóveis<br />

(20%), tendo mesmo subido em<br />

relação ao ano passado. A conclusão<br />

resulta do estudo “Marcas<br />

de Confiança 2<strong>006</strong>”, <strong>das</strong> Selecções<br />

do Reader’s Digest, que<br />

avalia os níveis de confiança dos<br />

consumidores nas marcas dividi<strong>das</strong><br />

em várias categorias.<br />

Sumário<br />

Página 02<br />

A satisfação do cliente<br />

Página 30<br />

Forum: Formação<br />

Automóvel em Portugal<br />

Página 34<br />

Oficina do mês:<br />

Auto Prazeres<br />

Página 36<br />

Visita à Fábrica<br />

da Monroe em Ermua<br />

Página 42<br />

Avarias de êmbolos de motor<br />

Página 45<br />

Motores de arranque<br />

e alternadores recuperados<br />

E<br />

m Portugal ainda não existe<br />

um documento regulador da<br />

actividade do Tuning, razão<br />

pela qual continua a haver muitos mal<br />

entendidos, quer da parte <strong>das</strong> autoridades,<br />

quer da população em geral.<br />

Perante esta realidade, a ANECRA<br />

decidiu apoiar oficialmente as empresas<br />

que se dedicam ao Tuning, que é<br />

uma actividade profissional em franco<br />

desenvolvimento em Portugal, e geradora<br />

de numerosos postos de trabalho.<br />

Para o efeito foi criada no seio da<br />

estrutura interna desta Associação,<br />

uma Secção Autónoma que integra<br />

um Grupo de Trabalho, criado com a missão de desenvolver<br />

estudos conducentes ao acompanhamento,<br />

coordenação, promoção e dignificação deste sector<br />

de actividade, em Portugal.<br />

Constituído por Empresas que operam em diversos<br />

segmentos de actividade do Tuning, e por quadros<br />

dos diversos gabinetes da ANECRA, este Grupo<br />

de Trabalho tem como objectivo prioritário propor<br />

às entidades competentes a criação de um<br />

enquadramento legal e regulamentar coerente, que<br />

permita às empresas trabalhar legítima e condignamente,<br />

desmistificando algumas ideias erra<strong>das</strong> associa<strong>das</strong>,<br />

de forma abusiva, a esta modalidade.<br />

O Grupo de Trabalho tem, para já, dois grandes<br />

desafios para ultrapassar. O primeiro é a desmistificação<br />

<strong>das</strong> ideias, manifestamente erra<strong>das</strong> e pouco<br />

abonatórias, que algum público tem do Tuning, mostrando<br />

às pessoas aquilo que é, de facto, essa actividade.<br />

O segundo aspecto, passa por dar resposta à urgente<br />

necessidade de normalizar o sector, regulandoo<br />

convenientemente.<br />

Espera-se assim, criar as condições para que os<br />

profissionais deste sector possam desenvolver o seu<br />

trabalho, numa nova área de negócio altamente promissora<br />

e dentro de um contexto legal e regulamentar<br />

adequados.<br />

PUB<br />

1º Salão<br />

Internacional de Tuning<br />

Nos próximos dias 18 e 19<br />

de Março, os pavilhões da Exponor<br />

irão receber o 1º Salão<br />

Internacional de Tuning & Car<br />

Audio em Portugal (SITCA).<br />

Num total de 26 mil metros<br />

quadrados irão existir quatro<br />

pontos de interesse distintos: a<br />

área de exposição tuning e car<br />

áudio, a área de clubes, o Top<br />

100 de veículos convidados e a<br />

zona de Drift, com a actuação<br />

de profissionais da D1 Pro<br />

Drift European Series.<br />

O espaço reservado aos expositores<br />

contará com os maiores<br />

representantes e importadores<br />

nacionais de marcas de<br />

prestígio.<br />

Portugueses preferem<br />

assistência<br />

oficial<br />

No inquérito realizado pela<br />

DECO entre Março e Abril de<br />

2005, sobre “Qual a oficina<br />

onde os portugueses deixam o<br />

seu carro?”, a maioria dos três<br />

mil inquiridos que respondeu<br />

disse que, quando precisa de recorrer<br />

a uma oficina, tanto durante<br />

o período de garantia<br />

como depois, prefere uma da<br />

marca do automóvel. O inquérito<br />

concluiu também que os preços<br />

<strong>das</strong> revisões e reparações,<br />

são em média mais caras nas<br />

oficinas de marca do que nos independentes.<br />

Especialistas em Vidro Automóvel


02<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

Editorial<br />

<strong>Oficinas</strong> de reparação e manutenção automóvel<br />

MERCADO<br />

A satisfação do cliente (II PARTE)<br />

Depois de termos abordado na anterior edição do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> o tema relacionado com a<br />

importância do atendimento e da comunicação com o cliente, vamos hoje falar do relacionamento que o<br />

pessoal da recepção deve ter com o cliente e, posteriormente, com o chefe de oficina.<br />

Formação Automóvel<br />

em debate<br />

ARevista AP Magazine,<br />

parceira editorial do <strong>Jornal</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, promoveu<br />

no passado mês de Fevereiro a<br />

primeira Mesa Redonda sobre Formação<br />

Automóvel, que reuniu diversos<br />

responsáveis pelas empresas<br />

e instituições que operam nesta<br />

área. Fazendo uma análise colectiva<br />

da situação presente da actividade<br />

da Formação Automóvel em<br />

Portugal, os diversos intervenientes<br />

concluiram que, ainda existem<br />

muitas lacunas e importantes desafios<br />

pela frente.<br />

As carências básicas que condicionam<br />

a evolução da actividade<br />

da formação automóvel (baixo<br />

rendimento escolar, falta de cultura<br />

técnico-científica, nível de motivação<br />

e orientação dos jovens,<br />

etc.) requerem um grande esforço<br />

de investimento do próprio país e<br />

da sociedade no seu todo.<br />

A liberalização da economia e<br />

do mercado de trabalho, lançam<br />

grandes desafios a todos os agentes<br />

económicos e assentam num<br />

único foco: o cliente. É a transparência<br />

e a competência técnica do<br />

operador de mercado que desperta<br />

no cliente a confiança para realizar<br />

a sua escolha.<br />

Mas os profissionais e os candidatos<br />

a profissionais continuam<br />

pouco motivados a apostarem na<br />

sua própria formação e valorização,<br />

não compreendendo que a<br />

empresa também não pode pagar<br />

melhor, se não elevar os seus índices<br />

de produtividade e de rentabilidade.<br />

Por sua vez, o progresso da<br />

empresa não se realiza sem colaboradores<br />

de qualidade. Este ciclo<br />

vicioso apenas se pode romper<br />

quando colaboradores e empresários<br />

confiarem em si próprios, em<br />

primeiro lugar, e uns nos outros,<br />

solidariamente, em segundo lugar.<br />

O país dispõe de uma actividade<br />

de Formação Automóvel com empresas<br />

e cursos de qualidade, constituindo<br />

um sector coerente e estruturado<br />

numa oferta diversificada e<br />

actualizada. Falta um esforço conjunto<br />

de to<strong>das</strong> estas entidades, no<br />

sentido de definirem planos comuns,<br />

com cursos adaptados às necessidades<br />

actuais e futuras dos<br />

profissionais da reparação e manutenção<br />

automóvel.<br />

João Vieira<br />

joao.vieira@apcomunicacao.com<br />

Ficha Técnica<br />

Uma publicação da AP Comunicação<br />

Aprimeira impressão é muito importante.<br />

A imagem dada pelo recepcionista<br />

do serviço de manutenção e<br />

recepção exerce grande influência na opinião<br />

que o cliente tem sobre a concessão ou oficina<br />

do reparador independente.<br />

Boa disposição e boa aparência aliados à<br />

cortesia constituem o comportamento tipo do<br />

recepcionista. Este deve mostrar a sua competência<br />

e o seu perfeito conhecimento dos<br />

processos em vigor na empresa, bem como<br />

do produto do construtor e <strong>das</strong> diferentes etapas<br />

da manutenção do veículo. Deve ser<br />

amável, sem no entanto se mostrar demasiado<br />

familiar.<br />

A primeira norma que o recepcionista<br />

deve ter presente no espírito é que o cliente<br />

representa o bem mais precioso da empresa e<br />

deve ser bem compreendido e sentir-se à<br />

vontade. Os seus desejos relativos ao veículo<br />

e à sua utilização devem ser interpretados de<br />

forma eficaz e exacta.<br />

É necessário levar o cliente a considerar a<br />

manutenção como um reforço da fiabilidade<br />

do seu veículo e não como um “trabalho de<br />

socorro”. A manutenção regular e a substituição<br />

de peças usa<strong>das</strong> ou defeituosas devem<br />

ser considera<strong>das</strong> como suplementos produzidos<br />

no veículo no momento em que o cliente<br />

o vende ou troca.<br />

Deve interrogar-se sempre o cliente sobre<br />

os defeitos que detectou no seu veículo e discuti-los<br />

com ele. Após tê-los identificado e<br />

explicado, é conveniente anotá-los na ficha<br />

oficina/factura, confirmando esta lista com o<br />

cliente.<br />

É aconselhado que o recepcionista não se<br />

deixe convencer pelo cliente, no sentido de<br />

ordenar um trabalho menor que o considerado<br />

necessário, sobretudo quando estiver em<br />

jogo a segurança do veículo e <strong>das</strong> pessoas.<br />

Se, todavia, o cliente insistir, as suas instruções<br />

devem ser da<strong>das</strong> por escrito e convém<br />

referi-las na factura.<br />

O recepcionista não deve também aceitar<br />

trabalhos impossíveis. “Deixe-nos o automóvel<br />

e vemos o que se pode fazer” é uma frase<br />

que se ouve frequentes vezes no local de recepção<br />

dos serviços de reparação e manutenção.<br />

É certamente dita com boa intenção,<br />

mas pode levar a que o cliente sinta uma certa<br />

aflição, quando volte à oficina e veja que o<br />

trabalho ainda não foi começado ou não foi<br />

ainda acabado.<br />

É obrigatório efectuar o trabalho no prazo<br />

acordado, ou dentro dum prazo razoável se<br />

nenhuma data tiver sido combinada.<br />

Convém explicar ao cliente que as operações<br />

de manutenção previstas por muitos fabricantes<br />

foram consideravelmente reduzi-<br />

DIRECTOR: João Vieira DIRECTOR ADJUNTO: Paulo Homem PROPRIEDADE: AP Comunicação SEDE DE REDACÇÃO: Rua da Liberdade, 41 - 1º Esq. - Mucifal - 2705-231 COLARES<br />

Telefone: 21.928.80.52 Fax: 21.928.80.53 E-mail: geral@apcomunicacao.com REDACÇÃO: Augusto Quelhas, Artur Rebelo, Fátima Rodrigues, António Lopes, Carla Ramos<br />

PRODUÇÃO GRÁFICA: Pedro Vieira, António Valente PUBLICIDADE: Telefone: 21.928.80.52 Director: Mário Carmo E-mail: mario.carmo@apcomunicacao.com - Anabela Machado<br />

E-mail: anabela.machado@apcomunicacao.com IMPRESSÃO: Phalempin, SA - Parque Industrial de Ven<strong>das</strong> Novas, Lotes 29 e 30 – 7080-341 Ven<strong>das</strong> Novas Telef: 265.807.790<br />

PERIODICIDADE: Mensal TIRAGEM: 10.000 Exemplares ASSINATURA ANUAL: 30 Euros (11 números) DISTRIBUIÇÃO: Midesa Portugal Nº de Registo no Ins. Com. Social: 124.782<br />

Depósito Legal nº: 201.608/03<br />

© COPYRIGHT: Nos termos legais em vigor é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do<br />

“<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>”


04<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

MERCADO<br />

<strong>das</strong>, enquanto que os intervalos entre as<br />

revisões foram alongados. É bom recomendar,<br />

por razões de segurança, uma<br />

manutenção suplementar, já que apenas é<br />

benéfica para o veículo. Mas os conselhos<br />

deste género devem ser imparciais e não<br />

devem dar a impressão que a oficina<br />

“procura” trabalho.<br />

Antes do cliente deixar o seu carro para<br />

manutenção ou reparação, deve chamarse<br />

a atenção para o aviso exposto no local<br />

de recepção, acerca <strong>das</strong> condições de pagamento<br />

<strong>das</strong> facturas.<br />

Logo que o veículo chegue à oficina,<br />

deve ver-se qual o seu estado, para evitar<br />

que mais tarde o cliente se venha a queixar<br />

de outros estragos. Recomenda-se a<br />

utilização de um croquis standard.<br />

Os locais de recepção devem encontrarse<br />

sempre limpos, bem arrumados e ser<br />

acolhedores, de forma a que o cliente se<br />

sinta à vontade e ter a certeza de que o<br />

seu veículo está em boas mãos para ser<br />

convenientemente mantido ou reparado.<br />

Deve aconselhar-se sempre o cliente a<br />

não deixar objectos de valor no veículo,<br />

embora seja necessário repetir com regularidade<br />

ao pessoal que tem o dever<br />

de proteger os bens do cliente, enquanto<br />

o mesmo se encontra nos locais da empresa.<br />

Assim que o trabalho tiver terminado, o<br />

recepcionista deve controlar a limpeza do<br />

veículo. É o recepcionista que disto se<br />

deve ocupar, pois é ele que responderá<br />

perante o cliente, no caso deste não ficar<br />

satisfeito. Qualquer anomalia deve ser assinalada<br />

ao chefe de oficina.<br />

Aquando da elaboração da factura, o<br />

recepcionista deve verificar se todo o trabalho<br />

pedido foi bem executado. 0 trabalho<br />

deve corresponder à descrição dada e<br />

ser efectuado de forma adequada e competente.<br />

Se não tiver sido executada a totalidade<br />

do trabalho, a factura deve apresentar<br />

uma explicação satisfatória, para<br />

conhecimento do cliente.<br />

As facturas deve ser redigi<strong>das</strong> com clareza<br />

e estarem prontas quando o cliente<br />

vai buscar o veículo. Uma leitura dos diferentes<br />

pontos com o cliente, assegura de<br />

que ele a compreendeu e aceita. Esta prática<br />

contribui para eliminar os mal-entendidos<br />

e as reclamações. Deve aproveitarse<br />

essa ocasião para assinalar ao cliente<br />

uma ou outra anomalia ou um ou outro<br />

trabalho que possa revelar-se necessário,<br />

indicando-lhe os custos exactos que o<br />

mesmo irá acarretar. É necessário ensinar<br />

aos técnicos como indicar, no verso da ficha-oficina,<br />

essas anomalias e trabalhos<br />

futuros.<br />

A atenção prestada ao local de recepção<br />

e ao seu pessoal é a chave do sucesso do<br />

serviço de manutenção e, por extensão,<br />

do sucesso da empresa.<br />

Em resumo, a satisfação do cliente em<br />

relação ao serviço de manutenção e reparação<br />

do automóvel prestado pela oficina,<br />

obtém-se oferecendo-lhe o seguinte:<br />

- Conselhos e assistência para definição<br />

dos trabalhos necessários.<br />

- Preços justos para os trabalhos a empreender.<br />

- Um trabalho de qualidade, promessas<br />

cumpri<strong>das</strong>, respeito pelos prazos combinados<br />

e um trabalho que valha o seu<br />

preço.<br />

- Uma factura pormenorizada e bem legível.<br />

- Um veiculo restituído pelo menos tão<br />

limpo como aquando da sua chegada à<br />

oficina.<br />

- Uma garantia sobre as reparações por<br />

um período ou uma quilometragem determinados.<br />

COMUNICAÇÃO<br />

ENTRE A RECEPÇÃO<br />

E O CHEFE DE OFICINA<br />

As fichas-oficina devem ser entregues<br />

pelo recepcionista ao chefe de oficina, o<br />

qual deve anotar nas mesmas todos os<br />

pormenores que o primeiro tenha omitido.<br />

Se algum ponto não estiver compreensível,<br />

o chefe de oficina deve pedir ao<br />

recepcionista as explicações necessárias.<br />

Qualquer indicação de preço dada ao<br />

cliente deve ser repetida no verso da ficha-oficina<br />

e mostrada ao chefe de oficina.<br />

Este deve assegurar-se de que o recepcionista<br />

é prevenido sempre que se ultrapassa<br />

esta indicação de preço ou que<br />

surge um contratempo, de forma a poder<br />

informar o cliente em conformidade.<br />

Deve-se prevenir o recepcionista sempre<br />

que um trabalho suplementar urgente<br />

se revelar necessário. Os custos de mãode-obra,<br />

peças e o tempo suplementar requerido<br />

devem ser estabelecidos de forma<br />

exacta e o cliente contactado imediatamente,<br />

a fim de se obter a sua autorização<br />

para execução do trabalho suplementar e<br />

determinar a nova data em que o seu veículo<br />

estará disponível. O recepcionista<br />

procederá então às anotações correspondentes<br />

no verso da ficha-oficina.<br />

COMUNICAÇÃO<br />

ENTRE O CHEFE DE OFICINA<br />

E O TÉCNICO<br />

O chefe de oficina deve entregar ao técnico<br />

a ficha-oficina, explicando-lhe sempre<br />

que for possível ou necessário tudo o<br />

que este trabalho inclui e comunicandolhe,<br />

em particular, as instruções específicas<br />

do cliente.<br />

Deve-se escolher o técnico adequado<br />

para a execução do trabalho, devendo o<br />

mesmo confirmar que compreende perfeitamente<br />

o tipo de trabalho que terá de<br />

executar, incluindo o facto de alguns dos<br />

elementos inscritos estarem submetidos a<br />

garantia.<br />

O chefe de oficina deve assegurar-se de<br />

que o técnico utiliza coberturas de protecção<br />

limpas, a fim de preservar os assentos,<br />

os guarda-lamas e o piso de qualquer<br />

sujidade.<br />

Antes de começar o trabalho, o técnico<br />

deve verificar a quilometragem inscrita<br />

no conta-quilómetros e os números de<br />

identificação e de matrícula do veículo e<br />

anotar, no verso da ficha-oficina, o desgaste<br />

do piso dos pneus (incluindo o da<br />

roda sobressalente).<br />

Durante a execução do trabalho, o técnico<br />

deve tomar notas breves do trabalho<br />

efectuado relativamente a todos os pontos<br />

mencionados na frente da ficha-oficina.<br />

Deve anotar também todos os elementos<br />

não assinalados previamente e cuja manutenção<br />

ou reparação considera necessárias,<br />

a fim de avisar o cliente antes de proceder<br />

às mesmas.<br />

Logo que o trabalho esteja concluído, e<br />

na medida do possível, o técnico deve<br />

guardar as peças usa<strong>das</strong> ou danifica<strong>das</strong><br />

para poder mostrar ao cliente, caso ele deseje<br />

vê-las. Não é permitido por lei entregar<br />

as peças usa<strong>das</strong> ao cliente, sendo obrigação<br />

da oficina enviá-las para a respectiva<br />

reciclagem.<br />

Todos os técnicos devem preencher fichas<br />

diárias do emprego do tempo, que<br />

convém controlar em relação às facturas.<br />

Uma cronometragem prévia dos trabalhos<br />

encoraja o técnico a prevenir o chefe de<br />

oficina sempre que um trabalho não possa<br />

ser concluído no prazo previsto.<br />

DIAGNÓSTICO<br />

Sempre que surjam dúvi<strong>das</strong> sobre os<br />

sintomas descritos pelo cliente quando<br />

entrega o seu veículo, deverá ser feito<br />

com ele um percurso de ensaio para se<br />

chegar à conclusão de que tanto o cliente<br />

como o recepcionista ou o chefe de oficina<br />

constatam a mesma anomalia.<br />

Controlem o registo dos trabalhos na<br />

véspera, de modo a fazerem face a eventuais<br />

problemas e assegurarem-se de que<br />

o chefe de oficina está disponível para dedicar<br />

mais tempo ao cliente.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

MERCADO Março 2<strong>006</strong> 05<br />

REGISTO DOS TRABALHOS<br />

Registar o trabalho a efectuar anotando<br />

simplesmente numa agenda os nomes dos<br />

clientes e outros detalhes, demonstra<br />

grande falta de profissionalismo. Este<br />

método não tem em linha de conta as horas<br />

disponíveis ou o tempo provável deste<br />

ou daquele trabalho. Isto pode conduzir a<br />

uma sub-utilização, ou mesmo a uma sobre-utilização<br />

dos técnicos e, o que é mais<br />

grave, a um descontentamento do cliente<br />

quando o seu veículo não está pronto no<br />

prazo prometido.<br />

A utilização de um registo dos trabalhos,<br />

por mais simples que seja, elimina<br />

numerosos problemas, revela uma maior<br />

disciplina e assegura que no início de<br />

cada dia, se sabe com toda a certeza quantos<br />

trabalhos podem ser aceites para o dia<br />

em questão.<br />

O primeiro elemento a anotar to<strong>das</strong> as<br />

manhãs no registo dos trabalhos, é o número<br />

de horas disponíveis previsto para o<br />

dia, após verificação do pessoal presente.<br />

Os trabalhos encomendados com antecedência<br />

já estão, evidentemente inscritos<br />

no registo.<br />

CONTROLO DA QUALIDADE<br />

Embora não seja possível praticar um<br />

controlo de qualidade sobre a totalidade<br />

dos veículos, deve controlar-se um número<br />

adequado, digamos 10%, de veículos<br />

mantidos ou reparados diariamente. O nível<br />

de controlo pode ser modificado de<br />

forma a reflectir os resultados verificados.<br />

Ao tomar consciência do controlo, os<br />

técnicos responderão com uma melhoria<br />

do seu trabalho.<br />

O chefe de oficina ou um empregado<br />

especializado em provas de estrada devem<br />

efectuar diariamente um controlo de<br />

qualidade de um veículo ao acaso, num<br />

percurso de ensaio e anotar os resultados<br />

obtidos.<br />

O director do serviço de reparação<br />

deve efectuar com regularidade controlos<br />

de qualidade, em particular nos trabalhos<br />

susceptíveis de apresentarem dificuldades.<br />

Se o pessoal for insuficiente para efectuar<br />

controlos regulares da qualidade,<br />

uma solução pode ser a de empregar em<br />

part-time um antigo técnico que se encontre<br />

reformado.<br />

SUPERVISÃO<br />

A supervisão deve estar presente e ser<br />

bem evidente, quer seja exercida pelo patrão<br />

que trabalha ao lado do seu mecânico,<br />

quer por um contramestre sobre o conjunto<br />

dos empregados.<br />

O chefe de oficina deve verificar com<br />

os técnicos, a quem confiou trabalhos que<br />

não são de rotina, os trabalhos de que os<br />

encarregou, de forma a assegurar-se de<br />

que esses técnicos não estão a braços com<br />

dificuldades intransponíveis ou que não<br />

improvisam de forma irresponsável.<br />

Uma <strong>das</strong> funções mais importantes do<br />

chefe de oficina ou do supervisor consiste<br />

em conhecer as capacidades individuais<br />

de cada trabalhador e confiar-lhes<br />

trabalhos que correspondam a essas capacidades.<br />

As aptidões dos técnicos devem ser reavalia<strong>das</strong><br />

com regularidade, utilizando<br />

uma folha para cada um, o que permite<br />

rever a gama de aptidões e experiência<br />

disponíveis, e confiar os trabalhos aos<br />

empregados mais aptos. Recomenda-se a<br />

utilização de uma avaliação do trabalho.<br />

Um controlo mais rigoroso da eficácia do<br />

trabalho faz aumentar a rentabilidade e<br />

controla os custos de mão-de-obra.<br />

Devem ser retirados, todos os dias, três<br />

fichas-oficina e controla<strong>das</strong> por comparação<br />

com o trabalho efectuado e as instruções<br />

do cliente. Os preços devem também<br />

ser verificados.<br />

O patrão deve, de vez em quando, telefonar<br />

para a sua empresa a fim de verificar<br />

se atendem depressa, amavelmente e<br />

com atenção.<br />

LIGAÇÃO ENTRE A OFICINA<br />

E O ARMAZÉM<br />

É muito importante que as horas de abertura<br />

do armazém de peças sobressalentes<br />

coincidam com as de abertura da recepção<br />

e do serviço de manutenção e reparação.<br />

Antes do final de cada dia, o chefe do armazém<br />

deve analisar com o recepcionista,<br />

o registo do trabalho para o dia seguinte, a<br />

fim de verificarem se existem as peças de<br />

que irão necessitar e tomar as devi<strong>das</strong> providências<br />

para obter as que faltam.<br />

A formação dos técnicos deve garantir<br />

que os mesmos conheçam todos os pormenores<br />

dos veículos antes de encomendar as<br />

peças ao armazém.<br />

Devem ser organiza<strong>das</strong> reuniões semanais<br />

entre o responsável pelo serviço de<br />

manutenção e de reparação e o do armazém<br />

de peças sobressalentes, para trocar impressões<br />

sobre os problemas, bem como sobre<br />

as modificações e evoluções introduzi<strong>das</strong><br />

nos veículos. O responsável pelo serviço de<br />

manutenção e reparação deve entregar ao<br />

seu homólogo do armazém uma cópia de<br />

todos os documentos técnicos.<br />

Deve existir um local adequado na zona<br />

da recepção para permitir uma exposição<br />

atraente de peças e acessórios.<br />

PUB<br />

Não há teste de Primeiro Equipamento mais rigoroso que o da Fórmula 1. As lições que<br />

aprendemos por estarmos no coração do desporto reflectem-se na nossa tecnologia para a estrada.<br />

Lições tais como criar cerâmicas tão resistentes que conseguem suportar as mais exigentes<br />

condições de um motor F1 a 18.000 r.p.m.. Desta forma criámos uma gama tão avançada e<br />

abrangente de velas de ignição que garante normas de Primeiro Equipamento e de desempenho sem<br />

paralelo.<br />

Performance Driven


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

ANÚNCIOS CLASSIFICADOS Março 2<strong>006</strong> 27<br />

PEÇAS PARA TODOS OS JIPES - ACESSÓRIOS TODO-O-TERRENO<br />

novas • usa<strong>das</strong> • recondiciona<strong>das</strong><br />

Motormáquina<br />

LISBOA:<br />

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Telef. 249 310370 - Fax 249 310379<br />

Filial: Av. D. João I, Lote 2 r/c - 2200-233 ABRANTES<br />

Telef. 241 372710 - Fax 241 371424<br />

Sede: Rua Clube Atlético de Rio Tinto, 155/161<br />

4435-188 RIO TINTO<br />

Telef. 224 854270/7 - Fax 224 880227<br />

Filial: Rua Principal, 79 - Quinta S. João <strong>das</strong> Areias<br />

2685-012 SACAVÉM<br />

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28<br />

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30<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

FORUM<br />

Formação Automóvel em Portugal<br />

Um longo caminho a percorrer<br />

Sendo a Formação Automóvel uma temática complexa, que admite diversas perspectivas, fomos ouvir alguns especialistas desta área,<br />

para sabermos a sua opinião sobre a situação actual da Formação Automóvel em Portugal e as suas maiores dificuldades e lacunas.<br />

João Soares Pires<br />

Gerente do Instituto<br />

de Formação Automóvel<br />

Jorg Heinrich<br />

Director do Departamento<br />

de Qualificação<br />

Profissional da Câmara de<br />

Comércio e Indústria<br />

Luso-Alemã<br />

Margarida Alves<br />

Coordenadora dos Cursos<br />

de Formação do CEPRA –<br />

Centro de Formação<br />

Profissional da Reparação<br />

Automóvel<br />

“Quem não fizer<br />

formação perde<br />

a capacidade de efectuar a reparação”<br />

Como se encontra actualmente a Formação<br />

Automóvel em Portugal?<br />

A formação automóvel está sempre em crescimento,<br />

porque o produto tem ciclos de vida cada vez mais curtos,<br />

por um lado, com novos modelos a aparecerem a<br />

um ritmo impressionante, sendo que, por outro lado, estamos<br />

a assistir a uma permanente mudança tecnológica.<br />

A mecânica clássica do automóvel desapareceu por<br />

completo, dando lugar à electrónica, o que acarretou<br />

uma mudança profunda dos hábitos e dos procedimentos<br />

convencionais. Tudo isto gerou novas necessidades<br />

de formação no sector, tendo passado de algo que ia sendo<br />

feito, para se tornar num investimento crucial para a<br />

actividade. Quem não fizer formação perde a capacidade<br />

de efectuar a reparação.<br />

No entanto, a formação só poderá ser considerada um<br />

investimento se for de qualidade, porque, se o não for,<br />

passará a ser simplesmente um custo. Em certos casos<br />

assistimos a queixas de empresários, que não tiveram<br />

qualquer retorno do que despenderam na formação, porque<br />

a fronteira entre a formação de qualidade e a mera<br />

transmissão de alguns conhecimentos ainda não se tornou<br />

bem nítida.<br />

Em que áreas técnicas e profissionais se verificam<br />

maiores lacunas de Formação Automóvel?<br />

Temos que separar a formação que se destina a formar<br />

um profissional e a que se destina a adaptar um profissional<br />

a uma função. São duas coisas distintas, começando<br />

por quem assume o investimento. Quando se fala<br />

de profissão, entendemos que se trata de uma obrigação<br />

do Estado, porque não pertence a nenhuma empresa e é<br />

transversal a inúmeras actividades. Quando se trata da<br />

adaptação a uma função, estamos claramente no âmbito<br />

da empresa e os custos dessa formação interessam directamente<br />

à empresa. Nesta óptica, não se pode dizer que<br />

existam lacunas em Portugal no que respeita à formação<br />

de adaptação funcional. Qualquer marca está apta a dotar<br />

os seus profissionais <strong>das</strong> capacidades que necessitam.<br />

O problema reside na formação para a profissão, ou<br />

seja, onde é que estão os pintores, bate-chapa, técnicos<br />

de diagnóstico, mecatrónicos, etc.,? Falta claramente um<br />

viveiro de profissões onde as diversas empresas possam<br />

efectuar a captação de colaboradores. É por essa razão<br />

que hoje dia assistimos, no após-venda em Portugal, a<br />

um envelhecimento da população, devido a uma falta da<br />

rotação natural dos profissionais. Como não há candidatos<br />

novos, os mais antigos têm que permanecer nos seus<br />

postos de trabalho, por um lado. Por outro lado, as empresas<br />

novas ou em crescimento acabam por recrutar os<br />

seus elementos na concorrência, gerando um certo número<br />

de situações menos claras.<br />

“Falta sensibilizar<br />

os profissionais e as empresas para<br />

apostarem na formação.”<br />

Como se encontra actualmente a Formação<br />

Automóvel em Portugal?<br />

A tecnologia automóvel tem evoluído muito rapidamente,<br />

o que exige uma formação ao nível mais alto de<br />

qualidade. Reconhecemos que a base de que se parte<br />

está pouco evoluída, mas também falta sensibilizar os<br />

profissionais e as empresas para apostarem na formação.<br />

Concordo que é preciso investir mais na formação e insistimos<br />

no facto de ser necessários que as empresas revelem<br />

maior disponibilidade para libertar os seus colaboradores<br />

para as acções de formação. Isso também é<br />

uma parte do investimento.<br />

No nosso entender, os centros de formação profissional<br />

para jovens têm um papel importante na definição<br />

do modelo de formação profissional correcto, mas a participação<br />

<strong>das</strong> empresas é também indispensável, no sentido<br />

em que elas têm consciência da importância da formação<br />

dentro <strong>das</strong> empresas. O nosso princípio é obter<br />

uma formação participada por to<strong>das</strong> as partes interessa<strong>das</strong><br />

e responsáveis, para se atingir um nível de estruturação<br />

e organização desejável.<br />

Em que áreas técnicas e profissionais se verificam<br />

maiores lacunas de Formação Automóvel?<br />

Devido à carência de bons profissionais na área da<br />

pintura, muitas oficinas pretendem os técnicos formados<br />

na nossa escola. No ano passado, no entanto, não conseguimos<br />

reunir jovens com perfil adequado para formar<br />

uma turma de técnicos qualificados para este nicho de<br />

mercado. Apesar de termos uma taxa de empregabilidade<br />

alta, quase 100%, devido ao nosso relacionamento<br />

com as marcas e oficinas, o que constitui uma grande<br />

vantagem para os formandos, não conseguimos formar a<br />

referida turma.<br />

Muitos jovens procuram a formação para obter a<br />

equivalência ao 12º ano e continuar a carreira académica.<br />

A perspectiva de se tornar técnico do após-venda automóvel<br />

não tem o acolhimento na juventude portuguesa<br />

que se poderia desejar. Nestas circunstâncias, devíamos<br />

inverter a pirâmide e preparar as condições para as<br />

carreiras profissionais no sector. À falta de alternativas<br />

efectivamente atractivas, todos os jovens optam pela solução<br />

mais simples, que muitas vezes é apenas o adiamento<br />

de uma solução, tomando o estudo como o objectivo.<br />

Estão realmente convencidos que não existe nenhuma<br />

alternativa válida para a carreira universitária.<br />

Julgo que to<strong>das</strong> as entidades que apostam na formação<br />

automóvel deviam pugnar pela criação de uma alternativa<br />

de carreira credível para a juventude. Uma <strong>das</strong><br />

formas de contornar esta dificuldade, poderia ser não fechar<br />

a profissão de técnico num só patamar, mas dar a<br />

possibilidade aos que revelem maior aptidão de progredir<br />

profissionalmente e em termos académicos.<br />

“A qualidade da<br />

formação assenta<br />

na qualidade da selecção inicial dos<br />

alunos”<br />

Como se encontra actualmente a Formação<br />

Automóvel em Portugal?<br />

O âmbito do CEPRA é todo o sector da reparação automóvel,<br />

tendo neste momento identifica<strong>das</strong> 25 profissões<br />

diferentes dentro desta área, a fim de proporcionar<br />

respostas formativas, ao abrigo da certificação profissional.<br />

Devido a to<strong>das</strong> estas solicitações, o CEPRA enfrenta<br />

naturais dificuldades para levar a bom porto a sua<br />

missão. Além disso, temos a necessidade de efectuar a<br />

formação para jovens em busca do primeiro emprego e<br />

para profissionais já inseridos no mercado de trabalho.<br />

Muitas vezes esses profissionais estão ligados a empresas<br />

que não têm vínculos a qualquer marca. Se as empresas<br />

liga<strong>das</strong> a marcas têm o estímulo dos fabricantes<br />

para qualificar os seus colaboradores, nas outras empresas<br />

independentes há por vezes dificuldade em garantir<br />

a formação. Uma <strong>das</strong> dificuldades deste tipo de empresas<br />

é a cedência dos empregados para participarem em<br />

acções de formação, uma vez que são na sua maioria<br />

empresas com poucos trabalhadores. Para ultrapassar<br />

esse obstáculo, o CEPRA trabalha sobretudo em horário<br />

nocturno, o que implica um investimento pessoal dos<br />

formandos.<br />

Em que áreas técnicas e profissionais se verificam<br />

maiores lacunas de Formação Automóvel?<br />

Um dos critérios de admissão para a formação no CE-<br />

PRA é o certificado da escolaridade mínima obrigatória.<br />

O que acontece é que muitos jovens andam os nove<br />

anos na escola, mas não possuem as competências espera<strong>das</strong>,<br />

porque repetiram anos, falharam cadeiras, etc.<br />

Em consequência, tivemos que adaptar as formações<br />

nas áreas da química, física, matemática, língua portuguesa<br />

e língua estrangeira, a cada uma <strong>das</strong> profissões,<br />

para motivá-los pela profissão. Não ensinamos equações,<br />

mas ensinamos proporções para fazer diluição de<br />

tintas, por exemplo. Esta ligação dos conhecimentos teóricos<br />

à prática profissional resulta como um chamariz<br />

de jovens para a profissão. Na selecção dos jovens, utilizamos<br />

os testes psicotécnicos para encaminhá-los para a<br />

área em que tenham maiores condições de êxito e apetência<br />

natural. Penso que um dos segredos da qualidade<br />

da formação assenta na qualidade da selecção inicial,<br />

com o despiste motivacional dos jovens. Nas pequenas<br />

oficinas a integração desses jovens não é em muitos casos<br />

linear, porque não os conseguem manter motivados<br />

nem garantem a sua actualização técnica. Muitas dessas<br />

empresas sobrevivem graças a um parque automóvel<br />

envelhecido, mas com a actualização do parque tenderão<br />

a fechar e os jovens técnicos terão que ser requalificados,<br />

para manter os seus postos de trabalho.


32<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

AMBIENTE<br />

Política de ambiente da Norauto<br />

Menos Poluição, Mais Valorização!<br />

As questões ambientais dentro de uma oficina não são só uma questão de estratégia empresarial<br />

e de imagem são, acima de tudo, uma questão e imposição legal. O exemplo que aqui trazemos<br />

da Norauto, revela como é que as questões ambientais se podem tornar numa prioridade.<br />

Nas últimas déca<strong>das</strong>, a poluição do<br />

meio ambiente e a destruição da<br />

camada de ozono, têm sido alguns<br />

dos temas mais debatidos na nossa sociedade.<br />

Apesar dos alertas sobre estes assuntos,<br />

continuamos a não ter resultados que sejam<br />

relevantes para a preservação do meio ambiente,<br />

quer da parte da sociedade quer dos<br />

próprios serviços camarários e centrais do<br />

Estado. A Norauto assumiu uma postura<br />

claramente diferente em relação às questões<br />

ambientais, consciente de que a actividade<br />

que exerce nos seus centros é por natureza<br />

poluidora e geradora de múltiplos<br />

resíduos, sendo uma <strong>das</strong> suas principais<br />

preocupações a criação de acções que ajudem<br />

a diminuir a poluição e a valorizar materiais<br />

dos automóveis, já utilizados.<br />

O automobilista<br />

Quando entramos dentro do nosso automóvel,<br />

por vezes, não nos lembramos que<br />

estamos a conduzir um dos elementos mais<br />

poluidores do meio ambiente. O automóvel<br />

é o principal emissor de dióxido de carbono<br />

e ao longo do seu tempo de circulação em<br />

estrada esta situação vai agravando cada<br />

vez mais. Só a manutenção regular do veículo<br />

permite reduzir essa poluição, já que<br />

um veículo que seja inspeccionado regularmente<br />

polui muito menos do que um que<br />

não o seja, contribuindo para a preservação<br />

do meio ambiente em cinco vertentes:<br />

- Qualidade do ar: mudar o filtro do óleo<br />

regularmente e certificar-se de que o escape<br />

não está defeituoso;<br />

- Menor consumo de combustível: respeitar<br />

limitações e ter controlar regularmente<br />

as velas, injectores, pneus e a pressão<br />

dos mesmos;<br />

- Preservar a qualidade da água: trocar o<br />

líquido de refrigeração apenas numa oficina<br />

e entregar numa oficina Norauto os<br />

poluentes líquidos usados do automóvel<br />

(óleo, líquido de refrigeração, ...);<br />

- Evitar causar efeitos sonoros prejudiciais:<br />

só utilizar a buzina quando é necessário;<br />

- Preocupação com o estado da paisagem<br />

natural: não deitar lixo pela janela, nem<br />

descartar materiais gastos em qualquer<br />

lugar.<br />

O sector dos transportes continua a ser<br />

aquele cujas emissões de gases com efeito<br />

de estufa mais têm aumentado. O número<br />

de utilizadores dos transportes públicos têm<br />

vindo a diminuir cada vez mais, devido a<br />

uma política local e nacional que incentiva<br />

a utilização do transporte privado para as<br />

deslocações diárias.<br />

Em Portugal o recurso aos automóveis<br />

privados é superior a 75%, o que contribui<br />

para aumentar as emissões de gases de efeito<br />

de estufa e prejudica o combate às alterações<br />

climáticas. O nosso país está entre os<br />

sete que mais utilizam o automóvel privado<br />

e ocupa o quarto lugar dos países da EU<br />

com maior peso dos transportes de mercadorias<br />

por via rodoviária.<br />

A Norauto<br />

Neste sentido, a Norauto procura, diariamente,<br />

através de um programa que integra<br />

a classificação, recolha e valorização de<br />

todo o desperdício que resulta da sua actividade,<br />

gerir o desperdício que provoca graves<br />

danos no meio ambiente. Por outro<br />

lado, actualmente a Norauto propõe-se recolher<br />

os óleos usados e baterias velhas entregues<br />

nas suas oficinas por clientes e não<br />

clientes.<br />

Quais são as peças possíveis de reciclar e como são utiliza<strong>das</strong> futuramente:<br />

Peças Risco para o Ambiente Reutilização<br />

Baterias<br />

Óleos<br />

Líquido de Refrigeração<br />

Latas e Bidons<br />

Pneus<br />

Pilhas e Acumuladores<br />

Filtros de Óleo e de Combustível<br />

Catalisadores<br />

Peças<br />

(amortecedores, escape, pastilhas de travão…)<br />

Todos os seus componentes são<br />

fortemente poluentes em caso de<br />

abandono na natureza.<br />

1 litro de óleo polui 1.000 litros de água.<br />

O Mono-Ethy-Glycol<br />

é um líquido poluente.<br />

Poluição através do líquido que contêm.<br />

Risco de incêndio e perigo para a saúde<br />

pública<br />

Uma pequena pilha contamina 1m3 de<br />

terra. É importante não as deitar no lixo.<br />

Poluição do solo e da água.<br />

Poluição do solo.<br />

Poluição do solo.<br />

Todos os detritos resultantes da actividade<br />

da Norauto (serviços prestados na<br />

oficina e funcionamento da loja) são separados<br />

e acondicionados por tipo de resíduo,<br />

entregues apenas a empresas devidamente<br />

licencia<strong>das</strong> para o efeito e que garantem<br />

o seu correcto encaminhamento e<br />

tratamento.<br />

E como nada é deixado ao acaso, a fim<br />

de não poluir o subsolo, to<strong>das</strong> as águas<br />

provenientes da lavagem <strong>das</strong> oficinas são<br />

directamente escoa<strong>das</strong> para um esgoto<br />

que vai desaguar num decantador/separador<br />

de hidrocarbonetos (subterrâneo).<br />

Este decantador é aberto regularmente, os<br />

hidrocarbonetos são recolhidos por uma<br />

empresa certificada e todo o sistema é lavado<br />

para que possa continuar a funcionar<br />

correctamente.<br />

A Norauto, tem ainda como objectivo<br />

apostar na instalação de um sistema de<br />

gestão do ambiente, que lhe permita ter<br />

competências em relação à protecção ambiental<br />

e prevenção da poluição, para obtenção<br />

da certificação ISO 14001.<br />

O chumbo é fundido e serve para fabricar outra bateria. O ácido é neutralizado e o<br />

reservatório de plástico serve para o fabrico de outras peças para automóvel.<br />

Os óleos usados são regenerados, isto é, queimados produzindo assim energia.<br />

A água contida neste líquido é destilada. O produto poluente é queimado<br />

recuperando-se a energia produzida por essa combustão.<br />

As embalagens são lava<strong>das</strong> e reutiliza<strong>das</strong>, fundi<strong>das</strong> para a reutilização do metal ou<br />

queima<strong>das</strong> a fim de produzirem energia.<br />

Uma parte dos pneus usados é valorizada (recauchutadso ou exportados) e a outra<br />

parte ou é queimada para servir de combustível da substituição nas cimenteiras<br />

(valorização energética) ou são desfeitos em pó (valorização do material).<br />

As pilhas são recicla<strong>das</strong> através da separação de elementos químicos.<br />

Os três componentes são separados, o óleo é regenerado ou valorizado<br />

energeticamente, a parte metálica é fundida para posterior reutilização, a parte em<br />

plástico/papel será utilizada como combustível de substituição em cimenteiras.<br />

Esmagamento do catalisador e separação e purificação dos metais preciosos.<br />

As peças são reintegra<strong>das</strong> no circuito de produção <strong>das</strong> empresas de siderurgia.<br />

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34<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

Auto Prazeres<br />

Relação possível<br />

Situado na Terrugem, no Concelho de Sintra, a Auto Prazeres sempre esteve ligada à Citroen, embora trabalhe<br />

em paralelo com o multimarca, um pouco à imagem do que será o futuro <strong>das</strong> oficinas em Portugal.<br />

AAuto Prazeres foi fundada em<br />

1991, tendo-se tornado no ano<br />

seguinte agente Citroen, para<br />

mais recentemente, fruto <strong>das</strong> alterações<br />

do novo regulamento da distribuição automóvel,<br />

se tornar um RAC (Reparador<br />

Autorizado Citroen).<br />

Com 7 colaboradores permanentes, as<br />

actuais instalações da Auto Prazeres, dividi<strong>das</strong><br />

em dois blocos, possuem imagem<br />

Citroen, no caso da oficina e imagem<br />

própria no outro espaço onde se encontra<br />

a secção de chapa e pintura.<br />

“Para sermos um RAC temos que<br />

cumprir com determina<strong>das</strong> exigências da<br />

Citroen, nomeadamente em termos de<br />

imagem, aquisição de ferramenta, incluindo<br />

a máquina de diagnóstico recomendada<br />

e ainda a formação anual e regular<br />

de dois técnicos peritos Citroen”, afirma<br />

Rui Prazeres gerente da Auto Prazeres,<br />

que adianta ainda que “a relação com a<br />

marca é boa, desde que se cumpra com<br />

estas exigências”.<br />

Mas na Auto Prazeres, o negócio para<br />

além da Citroen é também multimarcas,<br />

o que não coloca qualquer entrave na relação<br />

com a Citroen. “Qualquer oficina<br />

de marca repara carros de outras marcas,<br />

tal como nós o fazemos. Temos é que saber<br />

trabalhar com os carros Citroen<br />

como a marca nos impõe e com o equipamento<br />

que nos recomenda e com peças<br />

originais”, esclarece o mesmo responsável<br />

desta empresa.<br />

Em 2005 a Auto Prazeres abriu mais<br />

de 1.300 folhas de obra na oficina, com<br />

grande parte desse número a ser dedicado<br />

ao negócio Citroen e a clientes habituais<br />

do próprio estabelecimento.<br />

Não dispondo de qualquer acordo com<br />

as seguradoras, Rui Prazeres afirma não<br />

haver qualquer tipo de problema na relação<br />

com essas empresas, “embora saibamos<br />

que exista sempre uma pressão muito<br />

grande para as empresas de seguros<br />

levarem os carros para as oficinas recomenda<strong>das</strong>.<br />

Nos casos em que trabalhamos<br />

com as seguradoras não temos tido<br />

qualquer problema nem com os respectivos<br />

peritos”.<br />

Numa altura em que o negócio oficinal<br />

tem vindo a decrescer em termos gerais,<br />

a Auto Prazeres tem apostado no negócio<br />

multimarca, mas também numa série<br />

de outros serviços como seja a venda de<br />

automóveis usados e novos, nomeadamente<br />

da marca Citroen com a abertura<br />

de um stand de exposição para breve, de<br />

modo “a gerar um maior tráfego na oficina”,<br />

revela Rui Prazeres. Outro serviço é<br />

o carro de substituição, em parceria com<br />

a IberRent, que permite ao cliente dispor<br />

de um carro sempre que necessite deixar<br />

o seu na oficina.<br />

Auto Prazeres<br />

Sede:<br />

E.N. 247<br />

2705-869 Terrugem Sintra<br />

Gerente<br />

Rui Prazeres<br />

Telefone:<br />

219 615 988<br />

Fax:<br />

219 618 523<br />

E-mail:<br />

auto.prazeres@iol.pt<br />

1 - Recepção<br />

Apesar de muito simples, encontra-se<br />

equipada com os meios necessários<br />

(computador, balcão, café, etc). Ao lado<br />

existe uma secção de peças, dividida em<br />

duas áreas, nela encontra-se um stock<br />

mínimo de peças de maior rotação na<br />

oficina;<br />

2 - Secção de diagnóstico<br />

Espaço destinada a efectuar todo o tipo de<br />

diagnóstico auto, onde se encontra<br />

equipamento para esse efeito;<br />

Em termos ambientais, a Auto Prazeres<br />

dispõe de to<strong>das</strong> as condições para cumprir<br />

com a legislação, tendo acordos com diversas<br />

empresas para a recolha dos diferentes<br />

resíduos, e indo até mais além, com<br />

a montagem de extractores de fumos que<br />

não são exigidos por lei.<br />

Em termos de investimento futuros, a<br />

Auto Prazeres, irá brevemente reconverter<br />

a secção de pintura para o sistema à<br />

base de água, que é no fundo também<br />

uma imposição legal.<br />

“A nossa cabina já está preparada para<br />

receber um sistema à base de água, enquanto<br />

os nossos pintores irão receber<br />

formação para poderem trabalhar com<br />

este sistema”, revela Rui Prazeres.<br />

Utilizando peças de origem para as reparações<br />

de veículos Citroen, a Autoprazeres<br />

pode contudo que recorrer a outras<br />

fornecedores de peças, já que “perguntamos<br />

muitas vezes ao cliente qual é o material<br />

que ele pretende para o seu carro,<br />

pois não obrigamos que sejam peças originais,<br />

mas quando são Citroen utilizamos<br />

peças originais, que em alguns casos<br />

até apresentam preços muito competitivos”,<br />

refere o gerente desta oficina.<br />

Organização Auto Prazeres<br />

A Auto Prazeres divide-se por 2 pavilhões, um com imagem Citroen e outro com imagem<br />

própria (multimarca), onde funcionam todos os serviços que disponibiliza para os seus<br />

clientes, desde a manutenção, passando pela repintura auto e acabando na reparação.<br />

4 - Zona de manutenção<br />

Equipada com 3 elevadores para diversos<br />

tipos de intervenção sendo o central<br />

destinado ao recepcionista para efectuar o<br />

primeiro diagnóstico;<br />

5 - Secção de Chapa<br />

Equipado com um banco de carroçaria,<br />

destinado a intervenções ao nível da chapa<br />

de veículos acidentados;<br />

A Auto Prazeres é um reparador autorizado Citroen, dispondo também de estrutura oficinal completa, que dá<br />

resposta à multimarca<br />

3 - Secção de mecânica pesada<br />

Sector destinado a reparações auto mais<br />

profun<strong>das</strong> que exigem uma intervenção<br />

técnica mais habilitada;<br />

6 - Secção de Pintura<br />

Esta espaço encontra-se munido de uma<br />

cabina de pintura, bem como de uma<br />

misturadora de tintas, podendo fazer-se<br />

qualquer trabalho de repintura auto.


36<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

REPORTAGEM<br />

Visita à fábrica da Monroe em Ermua<br />

Qualidade e flexibilidade<br />

Localizada em Ermua, perto de Bilbao, a fábrica de amortecedores Monroe é uma <strong>das</strong> mais<br />

flexíveis da Tenneco na Europa, e a única a produzir os novos amortecedores electrónicos CES,<br />

que são equipamento de origem de vários modelos da Volvo e Audi.<br />

Um factor chave do sucesso desta<br />

fábrica Monroe é a sua política de<br />

desenvolvimento de processos e<br />

de instalações de produção, paralelamente<br />

ao produto propriamente dito, de molde a<br />

assegurar, do princípio ao fim, um fabrico<br />

de qualidade e sem problemas. No seguimento<br />

desta estratégia, a Tenneco investiu<br />

recentemente mais de 3 milhões de euros<br />

na instalação de ferramentas que possibilitassem<br />

o fabrico do novo amortecedor<br />

CES. Sobre este novo produto, Josep Fornos,<br />

Vice Presidente e Director-Geral para<br />

OE, afirmou: “Desde que lançámos o sistema<br />

CES em 2002, a procura desta tecnologia<br />

registou um aumento significativo.<br />

Com base nas encomen<strong>das</strong> que nos foram<br />

feitas e na nossa análise interna <strong>das</strong> condições<br />

de mercado actuais e previstas, prevemos<br />

que a produção em 2007 seja três vezes<br />

superior à de 2005”.<br />

Os construtores de automóveis consideram<br />

que o sistema CES é uma oportunidade<br />

de proporcionar uma experiência de<br />

condução melhor, através da possibilidade<br />

de se escolher entre vários tipos de condução.<br />

De facto, a suspensão controlada proporciona<br />

conforto na condução a velocidades<br />

reduzi<strong>das</strong>, em conjunto com uma<br />

boa estabilidade a velocidades superiores,<br />

adaptando-se igualmente às acções do<br />

condutor.<br />

Embora a maioria da actual produção<br />

do CES se destine a veículos do segmento<br />

superior, Josep Fornos pensa que as futuras<br />

aplicações do sistema passarão a<br />

abranger uma gama mais diversificada de<br />

veículos. “A suspensão controlada proporciona<br />

aos fabricantes de veículos a<br />

oportunidade para fazer a diferenciação<br />

no âmbito de uma plataforma e até de um<br />

modelo de veículos, através da oferta mais<br />

variada de atributos de condução, conforto<br />

e manuseamento. Cada vez mais veremos<br />

sistemas de suspensão electrónica<br />

como opção em veículos dos segmentos<br />

médio e inferior, embora a maior taxa de<br />

utilização continue a ser o dos veículos de<br />

gama alta”, declarou Fornos.<br />

Mercados de destino<br />

Dos cerca de seis milhões de amortecedores<br />

fabricados anualmente na fábrica de<br />

Ermua, 40% destina-se ao mercado de peças<br />

de origem. A força da Monroe neste<br />

mercado deve-se à flexibilidade <strong>das</strong> linhas<br />

Cada trabalhador, ao longo da linha de produção, é responsável pela qualidade do seu trabalho, enquanto<br />

inspectores especializados utilizam máquinas de teste controla<strong>das</strong> electronicamente.<br />

A fábrica Monroe em Ermua é a única no mundo que dispõe de uma sala limpa, totalmente isenta de poeiras ou<br />

outras partículas, onde são montados os componentes do novo amortecedor electrónico CES da Monroe.<br />

de produção e à capacidade da empresa<br />

para perceber e adoptar a filosofia dos<br />

construtores de automóveis, sendo também<br />

capaz de transmitir o seu Know How e de<br />

trabalhar em estreita cooperação com os<br />

mesmos, já que a responsabilidade de um<br />

fornecedor de peças de origem é hoje muito<br />

maior do que era no passado. A unidade de<br />

Ermua conta com uma equipa de 18 elementos,<br />

que trabalha directamente com clientes<br />

de equipamento original no desenvolvimento<br />

de novos amortecedores.<br />

Os amortecedores desenvolvidos para o<br />

mercado pós-venda, que representam 60%<br />

da produção total de Ermua, não têm as<br />

mesmas especificações daqueles destinados<br />

a peças de origem. Os engenheiros da<br />

Monroe desenvolvem os amortecedores de<br />

substituição tendo em conta que as viaturas<br />

a que se destinam já “sofreram” muitos milhares<br />

de quilómetros e alguns anos de exposição<br />

a diferentes condições de estrada e<br />

tempo. Estes amortecedores e as suas capacidades<br />

de amortecimento são por isso estudados<br />

de maneira a compensar o desgaste<br />

de outros componentes, tais como sinoblocos,<br />

molas, etc.<br />

Josep Fornos, Director-Geral do negócio de<br />

equipamento original, afirmou que “A produção do<br />

amortecedor electrónico CES em 2007, será três<br />

vezes superior à de 2005”<br />

Nome<br />

Fábrica Tenneco Europe<br />

Localização<br />

Ermua, Espanha<br />

Área <strong>das</strong> instalações<br />

31.200 m2<br />

Número de empregados<br />

650<br />

Capacidade instalada<br />

7 milhões amortecedores/ano<br />

Percentagem produção OE<br />

40%<br />

Percentagem produção aftermarket<br />

60%<br />

Nº referência Aftermarket<br />

2.500<br />

Processos de produção<br />

Ferramentas Kanban; 6 Sigma; Kaizen;<br />

TVM, OEE e OOE.


36<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

REPORTAGEM<br />

Visita à fábrica da Monroe em Ermua<br />

Qualidade e flexibilidade<br />

Localizada em Ermua, perto de Bilbao, a fábrica de amortecedores Monroe é uma <strong>das</strong> mais<br />

flexíveis da Tenneco na Europa, e a única a produzir os novos amortecedores electrónicos CES,<br />

que são equipamento de origem de vários modelos da Volvo e Audi.<br />

Um factor chave do sucesso desta<br />

fábrica Monroe é a sua política de<br />

desenvolvimento de processos e<br />

de instalações de produção, paralelamente<br />

ao produto propriamente dito, de molde a<br />

assegurar, do princípio ao fim, um fabrico<br />

de qualidade e sem problemas. No seguimento<br />

desta estratégia, a Tenneco investiu<br />

recentemente mais de 3 milhões de euros<br />

na instalação de ferramentas que possibilitassem<br />

o fabrico do novo amortecedor<br />

CES. Sobre este novo produto, Josep Fornos,<br />

Vice Presidente e Director-Geral para<br />

OE, afirmou: “Desde que lançámos o sistema<br />

CES em 2002, a procura desta tecnologia<br />

registou um aumento significativo.<br />

Com base nas encomen<strong>das</strong> que nos foram<br />

feitas e na nossa análise interna <strong>das</strong> condições<br />

de mercado actuais e previstas, prevemos<br />

que a produção em 2007 seja três vezes<br />

superior à de 2005”.<br />

Os construtores de automóveis consideram<br />

que o sistema CES é uma oportunidade<br />

de proporcionar uma experiência de<br />

condução melhor, através da possibilidade<br />

de se escolher entre vários tipos de condução.<br />

De facto, a suspensão controlada proporciona<br />

conforto na condução a velocidades<br />

reduzi<strong>das</strong>, em conjunto com uma<br />

boa estabilidade a velocidades superiores,<br />

adaptando-se igualmente às acções do<br />

condutor.<br />

Embora a maioria da actual produção<br />

do CES se destine a veículos do segmento<br />

superior, Josep Fornos pensa que as futuras<br />

aplicações do sistema passarão a<br />

abranger uma gama mais diversificada de<br />

veículos. “A suspensão controlada proporciona<br />

aos fabricantes de veículos a<br />

oportunidade para fazer a diferenciação<br />

no âmbito de uma plataforma e até de um<br />

modelo de veículos, através da oferta mais<br />

variada de atributos de condução, conforto<br />

e manuseamento. Cada vez mais veremos<br />

sistemas de suspensão electrónica<br />

como opção em veículos dos segmentos<br />

médio e inferior, embora a maior taxa de<br />

utilização continue a ser o dos veículos de<br />

gama alta”, declarou Fornos.<br />

Mercados de destino<br />

Dos cerca de seis milhões de amortecedores<br />

fabricados anualmente na fábrica de<br />

Ermua, 40% destina-se ao mercado de peças<br />

de origem. A força da Monroe neste<br />

mercado deve-se à flexibilidade <strong>das</strong> linhas<br />

Cada trabalhador, ao longo da linha de produção, é responsável pela qualidade do seu trabalho, enquanto<br />

inspectores especializados utilizam máquinas de teste controla<strong>das</strong> electronicamente.<br />

A fábrica Monroe em Ermua é a única no mundo que dispõe de uma sala limpa, totalmente isenta de poeiras ou<br />

outras partículas, onde são montados os componentes do novo amortecedor electrónico CES da Monroe.<br />

de produção e à capacidade da empresa<br />

para perceber e adoptar a filosofia dos<br />

construtores de automóveis, sendo também<br />

capaz de transmitir o seu Know How e de<br />

trabalhar em estreita cooperação com os<br />

mesmos, já que a responsabilidade de um<br />

fornecedor de peças de origem é hoje muito<br />

maior do que era no passado. A unidade de<br />

Ermua conta com uma equipa de 18 elementos,<br />

que trabalha directamente com clientes<br />

de equipamento original no desenvolvimento<br />

de novos amortecedores.<br />

Os amortecedores desenvolvidos para o<br />

mercado pós-venda, que representam 60%<br />

da produção total de Ermua, não têm as<br />

mesmas especificações daqueles destinados<br />

a peças de origem. Os engenheiros da<br />

Monroe desenvolvem os amortecedores de<br />

substituição tendo em conta que as viaturas<br />

a que se destinam já “sofreram” muitos milhares<br />

de quilómetros e alguns anos de exposição<br />

a diferentes condições de estrada e<br />

tempo. Estes amortecedores e as suas capacidades<br />

de amortecimento são por isso estudados<br />

de maneira a compensar o desgaste<br />

de outros componentes, tais como sinoblocos,<br />

molas, etc.<br />

Josep Fornos, Director-Geral do negócio de<br />

equipamento original, afirmou que “A produção do<br />

amortecedor electrónico CES em 2007, será três<br />

vezes superior à de 2005”<br />

Nome<br />

Fábrica Tenneco Europe<br />

Localização<br />

Ermua, Espanha<br />

Áres da instalações<br />

31.200 m2<br />

Número de empregados<br />

650<br />

Capacidade instalada<br />

7 milhões amortecedores/ano<br />

Percentagem produção OE<br />

40%<br />

Percentagem produção aftermarket<br />

60%<br />

Nº referência Aftermarket<br />

2.500<br />

Processos de produção<br />

Ferramentas Kanban; 6 Sigma; Kaizen;<br />

TVM, OEE e OOE.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

EMPRESA Março 2<strong>006</strong> 37<br />

Feu Vert Portugal<br />

Diferenciação pelo serviço<br />

Os auto-centros estão claramente em crescimento no mercado português. O mais recente exemplo dá pelo<br />

nome de Feu Vert, que é tão só e apenas a maior cadeia do mundo em auto-centros, que prevê abrir em<br />

Portugal, até 2010, uma média de três auto-centros por ano.<br />

AFeu Vert abriu em finais de<br />

2005, o seu primeiro auto-centro<br />

em Portugal, mais concretamente<br />

em Aveiro. Apesar de ser apenas um<br />

em Portugal, a Feu Vert tem uma história<br />

de 35 anos como empresa ligada ao ramo<br />

dos auto-centros, que começou por ser<br />

um conceito de oficina de serviços rápidos<br />

para chegar ao conceito actual com<br />

loja e oficina.<br />

Se nos primeiros 20 anos se dedicou ao<br />

mercado francês, a Feu Vert exportou o<br />

conceito há 15 anos para Espanha, onde<br />

detém 71 auto-centros. Entretanto já chegou<br />

à Polónia e agora a Portugal, o que<br />

constitui “a maioria cadeia do mundo<br />

dentro do conceito de auto-centros”, começou<br />

por referir Jorge Lobato de Faria,<br />

Director da Feu Vert para Portugal.<br />

Em termos de conceito, a Feu Vert disponibiliza<br />

uma oferta o mais alargada<br />

possível no que concerne ao ramo automóvel,<br />

isto é, dispõe de uma loja para exposição<br />

e venda em termos de acessórios,<br />

componentes e peças para automóveis, e<br />

uma oficina de serviços-rápidos, onde de<br />

fora fica apenas a mecânica pesada.<br />

Atendendo que em termos conceptuais<br />

já existem outros auto-centros do género<br />

a funcionar em Portugal, Jorge Lobato de<br />

Faria considera que “a diferenciação dos<br />

auto-centros Feu Vert faz-se essencialmente<br />

por via do serviço, por isso apostámos<br />

em primeiro lugar na qualidade dos<br />

recursos humanos, recrutando desde logo<br />

pessoas já com algum Know-how do negócio,<br />

que podessem colocar em prática<br />

as nossas ideias”.<br />

Apostas<br />

Segundo o mesmo responsável, a aposta<br />

da Feu Vert na formação é algo de primordial<br />

importância, nomeadamente nas<br />

oficinas, argumentando que os novos técnicos<br />

só ficam ao serviço dos clientes da<br />

Feu Vert quando têm formação suficiente<br />

e estão habilitados a dar uma resposta às<br />

suas necessidades.<br />

Para se prestar um serviço de qualidade,<br />

Jorge Lobato de Faria afirma que a<br />

Veu Fert teve que fazer apostas muitos<br />

fortes a outros níveis, nomeadamente nos<br />

equipamentos oficinais, considerando que<br />

“basta entrar nas nossas oficinas para analisar<br />

a qualidade dos nossos equipamentos<br />

e <strong>das</strong> nossas ferramentas, que está muito<br />

acima da média relativamente ao que<br />

podemos encontrar num qualquer outro<br />

auto-centro”.<br />

Não menos importante para a Feu Vert<br />

são as questões ambientais. Em to<strong>das</strong> as<br />

oficinas dos auto-centro Feu Vert existe<br />

uma zona especificamente destinada à recolha<br />

dos resíduos oficinais, sejam eles<br />

de que origem forem, existindo acordos,<br />

no caso do auto-centro de Aveiro (e em<br />

todos os que forem abertos), com to<strong>das</strong> as<br />

entidades legalmente reconheci<strong>das</strong> para a<br />

recolha e tratamento desses resíduos.<br />

Outro aspecto muito importante, embora<br />

mais discutível, na opinião de Jorge<br />

Lobato de Faria, é a imagem e a apresentação<br />

de um auto-centro Feu Vert, comentando<br />

o mesmo responsável que<br />

“para além da formação dos recursos humanos,<br />

da aposta em bons equipamentos<br />

oficinais e na focalização nas questões<br />

ambientais, penso que o aspecto da imagem<br />

dos auto-centros Feu Vert é também<br />

uma <strong>das</strong> fortes componentes da qualidade<br />

de serviço que queremos prestar aos nossos<br />

clientes”.<br />

Feu Vert Portugal<br />

Sede:<br />

Quinta do Simão Sul,<br />

Estrada da Taboeira - Esgueira<br />

3800 - 265 Aveiro<br />

Director Portugal<br />

Jorge Lobato de Faria<br />

Telefone:<br />

234 315 083<br />

Fax:<br />

-<br />

E-mail:<br />

geral@feuvert.pt<br />

Preço e tempo<br />

Recusando a ideia de entrar em qualquer<br />

guerra de preços com a concorrência,<br />

o responsável para Portugal da Feu Vert<br />

considera que pelo facto de representar o<br />

maior operador de mercado ao nível de<br />

auto-centros na Europa, “leva a que sejamos<br />

o maior comprador de peças e acessórios<br />

aos fornecedores, tendo por esse<br />

facto condições muito boas em termos de<br />

preço. É evidente que vamos fazer campanhas<br />

agressivas e tentaremos reagir à concorrência<br />

e ao mercado, mas respeitando<br />

sempre os acordos com os fornecedores”.<br />

Para além dos preços, que é sempre um<br />

aspecto importante na lógica dos autocentros,<br />

a Feu Vert tem um cuidado muito<br />

especial com o serviço oficinal. Se existe<br />

sempre um compromisso de preço fixo<br />

com o cliente, isto é, ele sabe sempre o<br />

que paga antes de mandar executar qualquer<br />

trabalho na sua viatura, o segundo<br />

compromisso é o “tempo”, levando Jorge<br />

Lobato de Faria a afirmar que “existe<br />

sempre um compromisso com o cliente relativamente<br />

à hora de entrega do carro.<br />

Temos um histórico de 380 auto-centros<br />

Feu Vert que nos permite saber quanto<br />

tempo demoramos a substituir uns travões,<br />

a mudar um escape e a colocar óleo<br />

no motor. Em Portugal, com o nosso autocentro<br />

de Aveiro já atingimos um rácio de<br />

90%, isto é, por cada 10 carros que vêm à<br />

nossa oficina nós conseguimos cumprir o<br />

tempo estimado de entrega da viatura em<br />

nove, o que é muito bom”.<br />

Para além dos acessórios e componentes<br />

que tem em venda na Loja, a Feu Vert<br />

faz uma forte aposta em marcas de primeiro<br />

equipamento (OEM) ao nível <strong>das</strong> peças<br />

possuindo, contudo, uma linha com marca<br />

própria de modo a obter um nível de preço<br />

mais atractivo.<br />

Futuro<br />

Apenas com uma estrutura aberta em<br />

Portugal, a Feu Vert pretende vir a inaugurar<br />

uma média de três a quatro auto-centros<br />

por ano, estando previsto chegar aos 15<br />

auto-centros até 2009 / 2010. Já em 2<strong>006</strong><br />

está prevista a abertura do Feu Vert em<br />

Braga, em Julho, ficando para o final do<br />

ano a abertura de estruturas em Oeiras e<br />

Telheiras, to<strong>das</strong> elas (nesta fase) associa<strong>das</strong><br />

aos hipermercados Carrefour, que é um dos<br />

accionistas da empresa.<br />

Refira-se que nenhum auto-centro Feu<br />

Vert será aberto em regime de Franchising,<br />

apresentando todos eles, independentemente<br />

da dimensão, o mesmo conceito com loja<br />

e oficina.


38<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

EMPRESA<br />

Ferramentas Sebastião<br />

Ver para crer<br />

A Ferramentas Sebastião é uma empresa, com sede e armazém em Elvas, que comercializa ferramentas,<br />

equipamentos e outros produtos para as oficinas em quase todo o território nacional.<br />

Foi no Verão de 1998, que Sebastião<br />

Sequeira decidiu fundar a empresa<br />

Ferramentas Sebastião. Inicialmente<br />

com um pequena estrutura, foi<br />

crescendo progressivamente à medida<br />

que foi incorporando cada vez mais produtos<br />

na sua oferta para as oficinas.<br />

“Podemos equipar qualquer oficina”,<br />

refere Sebastião Sequeira ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong><br />

<strong>Oficinas</strong>, contudo, o negócio principal<br />

não passa pela importação de grandes<br />

equipamentos (que disponibiliza através<br />

de acordos que tem com importadores),<br />

mas sim de um conjunto de consumíveis,<br />

ferramentas e outros produtos essenciais<br />

à actividade de qualquer oficina.<br />

Inserida que está num mercado altamente<br />

concorrencial, a Ferramentas Sebastião,<br />

assumiu alguma diferenciação<br />

pela maneira como aborda directamente<br />

as ven<strong>das</strong>, como nos refere Sebastião Sequeira,<br />

dizendo que “a nossa estratégia de<br />

ven<strong>das</strong> é levar junto do cliente os nossos<br />

produtos e equipamentos, para que ele<br />

possa ver e analisar ao vivo. Também<br />

usamos catálogos, mas apostamos acima<br />

de tudo na amostragem do produto ao cliente”.<br />

Foi por isso que, para além do armazém,<br />

a Ferramentas Sebastião apostou em<br />

veículos equipados com amostras da oferta<br />

que disponibiliza. Actualmente, a Ferramentas<br />

Sebastião dispõe de cinco veículos<br />

equipados com grande parte da sua<br />

gama de produtos, que se deslocam por<br />

entre os mais de 2000 clientes espalhados<br />

um pouco por todo o país<br />

Presente regularmente em feiras e exposições<br />

internacionais, “pois é uma forma<br />

de estarmos sempre actualizados e de<br />

podermos disponibilizar algumas novidades”,<br />

refere Sebastião Sequeira, esta empresa<br />

disponibiliza uma vasta gama de<br />

Ferramentas Sebastião<br />

Sede:<br />

Rua do Forno nº17<br />

Escritórios/Armazém :<br />

Quinta São Leonardo II<br />

7350 Elvas<br />

Gerente<br />

Sebastião Sequeira<br />

Telefone:<br />

268636613<br />

Telemovel<br />

919807065<br />

Fax:<br />

268625043<br />

E-mail:<br />

f.sebastiao@mail.telepac.pt<br />

Internet<br />

www.ferramentassebastiao.com<br />

ferramentas para automóveis, mas também<br />

diversos equipamentos oficinais,<br />

“embora aquilo a que mais nos dedicamos<br />

é ao negócio da ferramenta”.<br />

Em termos de investimentos a Ferramentas<br />

Sebastião vai aumentar a área de<br />

armazém, “o que nos permite dar uma<br />

resposta mais eficaz às necessidades dos<br />

nossos clientes”, estando também previsto<br />

a abertura de uma loja em Elvas, revela<br />

o responsável desta empresa.<br />

Produto<br />

Um dos produtos que tem tido muito<br />

sucesso para a Ferramentas Sebastião é o<br />

minielevador, construído pela Ikotec na<br />

Argentina, mas comercializado unicamente<br />

por esta empresa em Portugal com<br />

o nome da própria empresa. A oferta inicial<br />

foi de um elevador com capacidade<br />

de elevação até 1.500 Kg, que se destinava<br />

apenas a veículos ligeiros, mas muito<br />

recentemente foi introduzido um novo<br />

minielevador no mercado, com capacidade<br />

até 3.000 Kg, este permite ainda a ligação<br />

de 4 unidades em simultâneo que se<br />

traduz numa capacidade de elevação de<br />

12.000 Kg. “As vantagens deste equipamento<br />

estão no facto de ser um equipamento<br />

de elevação portátil, que pode trabalhar<br />

em diversos locais da oficina, e<br />

que tem um preço de mercado muito<br />

competitivo”, refere Sebastião Sequeira,<br />

adiantando que “estou convencido que é<br />

um equipamento muito rentável para um<br />

oficina pela facilidade de uso e pela sua<br />

mobilidade, que em muitos casos apresenta<br />

grandes vantagens face ao tradicional<br />

elevador”.<br />

Mercado<br />

Um dos grandes problemas neste sector,<br />

segundo Sebastião Sequeira, está nas<br />

cobranças. “Alguma da nossa concorrência,<br />

de certas multinacionais, vende com<br />

prazos de pagamentos muito dilatados<br />

onde o vendedor tem apenas a responsabilidade<br />

de vender, o que acaba por provocar<br />

situações muito complicados neste<br />

mercado”, refere este responsável, adiantando<br />

“que 98% <strong>das</strong> nossas ven<strong>das</strong> são<br />

feitas a dinheiro, o que evita problemas<br />

com as cobranças”.<br />

Com sete anos de contacto directo com<br />

as oficinas, Sebastião Sequeira, conhece<br />

bem a realidade oficinal em Portugal.<br />

“Quando as ven<strong>das</strong> de carros novos baixam,<br />

as oficinas independentes ganham<br />

indirectamente com isso”, refere o gerente<br />

da Ferramentas Sebastião, acrescentando<br />

que “não sinto que as oficinas independentes<br />

estejam a fechar. As dificuldades<br />

que sentem são inerentes às<br />

dificuldades da nossa economia”.<br />

Relativamente às ven<strong>das</strong> propriamente<br />

ditas, Sebastião Sequeira afirma que “está<br />

provado que se trabalhassemos há sete<br />

anos atrás o que trabalhamos agora as<br />

ven<strong>das</strong> nessa altura seriam superiores.<br />

Actualmente tem que se trabalhar muito<br />

para se conseguir vender”.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

EMPRESA Março 2<strong>006</strong> 39<br />

ExpressGlass<br />

Dimensão nacional<br />

A ExpressGlass, é o maior grupo independente português na área da substituição e reparação de vidro<br />

automóvel. Constituído por uma rede exclusiva com mais de 50 centros reparadores, desenvolveu-se ao longo<br />

dos últimos quatro anos, funcionando actualmente em regime de franchising.<br />

Tudo começou na importação do<br />

vidro já realizada através de uma<br />

empresa do grupo, a “Diverparts”.<br />

Depois veio a distribuição, em<br />

que o mercado alvo eram os montadores<br />

independentes de vidro e casas de retalho,<br />

surgindo dessa forma a rede ExpressGlass.<br />

A rede ExpressGlass aparece em 2002,<br />

numa primeira fase com apenas 5 lojas,<br />

que rapidamente chegaram a 9, deti<strong>das</strong><br />

pela própria ExpressGlass, SA.<br />

Para que este “serviço” fosse apetecível<br />

para as companhias, foi necessário<br />

criar uma maior cobertura no mercado de<br />

norte a sul do país, efectuada através de<br />

um “Master Franchising” da Express-<br />

Glass, no qual a opção passou claramente<br />

por uma escolha selectiva e reduzida, de<br />

montadores independentes de vidro, com<br />

dedicação exclusiva ao vidro automóvel,<br />

cumprindo rigorosamente o caderno de<br />

encargos em termos de procedimentos e<br />

imagem da rede ExpressGlass.<br />

“O objectivo deste requisito, consiste<br />

em oferecer um serviço credível com garantia<br />

de qualidade, a todos os clientes.<br />

Entendemos esta estratégia, como uma<br />

forma de reduzir os custos de sinistro ao<br />

nosso mercado alvo, companhias seguradoras<br />

e grandes frotistas, sendo estas actualmente<br />

o segmento de mercado com<br />

maior expressão na rede ExpressGlass”,<br />

começa por referir António Cunha, Administrador<br />

da ExpressGlass.<br />

A pedra basilar deste projecto Nacional,<br />

passou pelo conjunto de parceiros que se<br />

conseguiu juntar em volta de um só objectivo,<br />

que foi a criação de uma rede coesa,<br />

produtiva e homogénea. “O sucesso deste<br />

grupo deve-se essencialmente à postura e<br />

dedicação dos centros que a compõem”,<br />

refere Manuel Monteiro.<br />

Com o crescimento da ExpressGlass,<br />

surge outra empresa na organização, a ”<br />

Expergis”, que tem como missão além da<br />

gestão de todos os processos, controlar e<br />

auditar a rede, de modo a poder, entre outras<br />

situações, tornar o método de trabalho<br />

cada vez mais profissional e eficiente.<br />

No fundo a Expergis funciona como<br />

um cliente para a rede ExpressGlass.<br />

Além da gestão processual administrativa<br />

e controlo aos serviços efectuados,<br />

através de peritagens internas, faz também<br />

todo o acompanhamento dos clientes<br />

<strong>das</strong> seguradoras, através de estudos<br />

do índice de satisfação de serviço, desde<br />

o atendimento à montagem.<br />

“Investimos numa empresa especializada<br />

na gestão de sinistros (Expergis),<br />

para podermos garantir o controle total<br />

dos serviços realizados, tanto em termos<br />

operacionais, como qualitativos. Tentámos<br />

fazer com que o produto que oferecemos<br />

às companhias de seguro seja o<br />

mais completo possível, desde a montagem<br />

ou reparação propriamente dita, até<br />

à qualidade final do serviço na entrega do<br />

veículo”, afirmou ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Sérgio Gonçalves, António Cunha e Manuel Monteiro lançaram-se em 2002 no negócio da ExpressGlass, que<br />

começou com um rede de 5 lojas e hoje já chega aos 41 centros de substituição e reparação de vidro<br />

Express Glass<br />

Escritórios Lisboa:<br />

Rua de Campolide nº380-B 1070-041<br />

Lisboa<br />

Escritórios Porto:<br />

Rua José Mariani, 435<br />

4400-197 Vila Nova de Gaia<br />

Administradores:<br />

Sérgio Gonçalves<br />

Manuel Monteiro<br />

António Cunha<br />

Telefone:<br />

217216090 / 223706034<br />

Fax:<br />

217216099 / 223706036<br />

E-mail:<br />

atendimento@expressglass.pt<br />

Internet<br />

www.expressglass.pt<br />

Sérgio Gonçalves, administrador responsável<br />

pela direcção de operações.<br />

A qualidade do vidro automóvel montado<br />

nos centros da ExpressGlass é garantido<br />

pelos principais construtores mundiais<br />

de vidro para veículos automóveis<br />

como a Splintex, Guardian e Fuyao<br />

Group, que estão homologados e certificados<br />

pelas principais marcas automóvel.<br />

“A formação do pessoal e a utilização<br />

exclusiva de produtos homologados pelas<br />

normas da indústria automóvel, são para<br />

nós um custo, mas ao mesmo tempo um<br />

Ser um centro ExpressGlass<br />

- Ter um espaço com um mínimo de 150<br />

metros quadrados<br />

- Investimento mínimo<br />

em stock de vidros<br />

- Associação à “Corporate Image”<br />

da ExpressGlass<br />

- Investimento em equipamento<br />

adequado à função<br />

- Investimento em veículo coemrcial<br />

de apoio ao serviço móvel<br />

- Cumprimento processual <strong>das</strong> regras<br />

(Franchising)<br />

- Cumprimento de um programa<br />

de formação<br />

investimento na qualidade de serviço. O<br />

facto que reflecte o nosso cuidado em<br />

todo o processo, são os índices de reclamações<br />

que não chegam a 0.1%”, afirma<br />

António Cunha.<br />

Com a evolução do negócio, a Express-<br />

Glass SA, não dispõe de nenhum centro<br />

próprio, apenas participações em alguns,<br />

encontrando-se a rede em regime de franchising<br />

na sua totalidade. À excepção de<br />

um caso, todos os centros da rede ExpressGlass<br />

dedicam-se em exclusivo à<br />

substituição do vidro automóvel, “pois<br />

achamos que é esse o conceito que devemos<br />

seguir, sendo aquele que melhor defende<br />

a imagem da rede e podendo controlar-se<br />

efectivamente a qualidade do<br />

serviço que prestamos”, adianta Manuel<br />

Monteiro.<br />

Apostas<br />

Uma <strong>das</strong> principais bandeiras no desenvolvimento<br />

do negócio da Express-<br />

Glass é o serviço móvel, isto é, todo e<br />

qualquer serviço que é prestado fora <strong>das</strong><br />

instalações. “Sabemos que ainda é culturalmente<br />

difícil implementar este serviço<br />

junto do segurado, pois o mesmo<br />

julga que tem custos acrescidos, o que<br />

não é verdade”, afirma Manuel Monteiro,<br />

acrescentando que “temos o compromisso<br />

com as companhias de seguro de<br />

efectuar o serviço onde for preciso, dentro<br />

<strong>das</strong> condições técnicas admissíveis, e<br />

ao mesmo custo”.<br />

Uma <strong>das</strong> mais importantes apostas<br />

passa pela formação, que é normalmente<br />

dada nos centros base da Expressglass<br />

em Lisboa e Porto, não só no plano técnico<br />

como a nível comportamental e de<br />

atendimento.<br />

“Queremos que em 80% dos nossos<br />

processos, o cliente segurado seja atendido<br />

num prazo de 24 horas e que fique<br />

com o seu problema do vidro resolvido.<br />

Foi por isso que se investiu em 8 postos<br />

de atendimento permanente e na respectiva<br />

formação”, assegura Sérgio Gonçalves.<br />

Também muito importante para a ExpressGlass<br />

é o negócio da reparação do<br />

vidro, levando Manuel Monteiro a afirmar<br />

que “temos vindo a apostar muito<br />

na reparação do vidro, que julgamos ser<br />

o futuro neste negócio, em parte também<br />

motivados pelas próprias companhias<br />

de seguro, pois quando maior for a<br />

taxa de reparação menor será o custo<br />

médio de cada intervenção. Por outro<br />

lado não nos podemos esquecer que a<br />

reparação é não só um método eficaz<br />

mas também ambientalmente mais aconselhado”.<br />

A totalidade do negócio da Express-<br />

Glass está concentrada nas companhias<br />

de seguros e nas gestoras de frotas, pois<br />

só “estamos vocacionados a trabalhar<br />

com as grandes contas, enquanto o cliente<br />

particular que se dirige à nossa rede<br />

trabalha directamente com cada um dos<br />

centros não passando esse negócio pela<br />

ExpressGlass”, assegura Manuel Monteiro.<br />

Com ritmos de crescimento da actividade<br />

muito grandes nestes primeiros<br />

anos em que se encontra no mercado, os<br />

responsáveis da ExpressGlass esperam<br />

um ano de 2<strong>006</strong> “novamente de grande<br />

crescimento, respeitando a concorrência,<br />

mas tentando dar uma resposta cada<br />

vez mais rápida e eficaz relativamente<br />

às necessidades dos nossos clientes”,<br />

concluiu Manuel Monteiro.


40<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

EMPRESA<br />

Carsistema<br />

Oferta global<br />

A Carsistema, SA é uma empresa especializada na preparação, repintura e recondicionamento automóvel, que<br />

distribuiu em exclusivo para o mercado nacional diversas marcas de equipamentos, produtos e acessórios. A<br />

marca “Car Repair System” é o seu mais recente lançamento.<br />

Aorigem da Carsistema remonta a<br />

1978, quando a sua actividade se<br />

centrava unicamente na zona centro<br />

do país. O crescimento da actividade<br />

deu-se de forma gradual, pelo que na década<br />

de 80 já trabalhava para todo o território<br />

nacional, integrando a empresa Portepim -<br />

Sociedade de Representações, Lda, cuja<br />

actividade nuclear é a comercialização de<br />

tintas para a repintura automóvel.<br />

Dado o contínuo crescimento deste segmento<br />

de mercado da Portepim, é decidido<br />

em 1997 autonomizá-lo e é então que,<br />

formalmente, nasce a Carsistema Portugal,<br />

Representações, Lda, empresa que<br />

prossegue com a parte do negócio não relacionado<br />

com tintas para repintura automóvel,<br />

detido até esta data pela Portepim.<br />

Em 2002 em consequência e como resultado<br />

natural do esforço contínuo de<br />

melhoria e de organização interna, foi<br />

atribuída à Carsistema a Certificação de<br />

Qualidade - norma ISO 9001, pela<br />

TUV-Rheinland Portugal, reconhecendo<br />

formalmente a qualidade da organização<br />

e dos serviços prestados pela empresa.<br />

A Carsistema localiza-se no centro do<br />

País, em Coimbra, reunindo em seu torno<br />

uma rede de cerca de 40 distribuidores<br />

que cobrem na íntegra todo o território<br />

continental e ainda os arquipélagos<br />

dos Açores e da Madeira, dispondo também<br />

de um Centro de Treino em que<br />

proporciona a assistência aos produtos<br />

comercializados.<br />

“A nossa gama de produtos, num total<br />

de mais de 1200 referências permitem às<br />

oficinas, se assim o desejarem, fazer<br />

compras one stop, ou seja, disponibilizamos<br />

tudo o que é necessário para as oficinas<br />

desenvolverem a sua actividade no<br />

dia a dia”, começa por referir Nelson Simões,<br />

Director Técnico-Comercial da<br />

Carsistema.<br />

Uma <strong>das</strong> principais novidades da actividade<br />

desta empresa foi a recente criação<br />

e desenvolvimento de uma marca<br />

própria designada “Car Repair System”,<br />

que vem de encontro às exigências dos<br />

fornecedores quer em matéria de dimensão<br />

(pela produção de grandes quantidades)<br />

quer de especialização (informando<br />

Carsistema Portugal,<br />

Representações, S.A.<br />

Sede:<br />

Ribeira de Eiras<br />

Adémia<br />

3020-326 Coimbra<br />

Director Técnico-Comercial<br />

Nelson Simões<br />

Telefone:<br />

239 433 720<br />

Fax:<br />

239 433 721<br />

E-mail:<br />

carsistema@carsistema.pt<br />

Internet<br />

www.carsistema.pt<br />

os fornecedores do tipo específico de produto<br />

necessário ao mercado da repintura<br />

automóvel).<br />

“Decidimos utilizar este nosso peso<br />

institucional e esta mais-valia junto dos<br />

fornecedores e criar a nossa marca “Car<br />

Repair System”, pois os produtos que<br />

nela disponibilizamos, sendo produzidos<br />

pelos mesmos produtores internacionais e<br />

Nelson Simões, Director Técnico-Comercial, afirma que a Carsistema possui uma gama de<br />

1200 referências, disponibilizando tudo o que é necessário para as oficinas<br />

A vasta gama que a Carsistema tem no seu portfólio, inclui produtos para a reparação de<br />

diversas superfícies, inlcuindo a chapa e os plásticos do automóvel<br />

portanto com a mesma chancela de qualidade,<br />

acrescentam o nosso know-how específico<br />

que sabemos ir de encontro às<br />

necessidades <strong>das</strong> oficinas de repintura automóvel”,<br />

revela Nelson Simões.<br />

A gama “Car Repair System” (ver caixa)<br />

pretende ser o mais completa possível,<br />

mas funcionará sempre de forma paralela<br />

às restantes marcas que a Carsistema<br />

já disponibiliza. Contudo, o problema<br />

da qualidade com esta nova marca não se<br />

coloca para Nelson Simões, pois “todo e<br />

qualquer produto é sujeito, em primeiro<br />

lugar, a testes laboratoriais no próprio<br />

fornecedor. Depois são por nós solicita<strong>das</strong><br />

amostras e no nosso Centro de Treino<br />

são realizados todos os testes que comprovam<br />

a sua competência e qualidade.<br />

Caso estes testes se revelem satisfatórios,<br />

passamos à fase final de teste. Aqui, enviamos<br />

para alguns clientes seleccionados<br />

algumas amostras dos produtos e solicitamos<br />

o seu teste em condições reais de<br />

aplicação/utilização. Somente após o<br />

cumprimento escrupuloso destas três fases,<br />

com respostas positivas em to<strong>das</strong><br />

elas, aprovamos o produto e avançamos<br />

com a sua comercialização”.<br />

Esta forte aposta da Carsistema tem<br />

tido o necessário retorno no mercado,<br />

pois os responsáveis da empresa consideram-se<br />

satisfeitos com a aceitação da<br />

marca e dos produtos, quer em Portugal<br />

quer em Espanha.<br />

Famílias de produtos<br />

“Car Repair System”<br />

SEAL REPAIR<br />

Selantes<br />

TECHNO REPAIR<br />

Sprays Técnicos<br />

PROTEC REPAIR<br />

Revestimentos e Protecção<br />

FILLING REPAIR<br />

Betumes Poliéster<br />

PLASTIC REPAIR<br />

Reparação de Plásticos<br />

PERSONAL CARE<br />

Higiene e Segurança<br />

GLOBAL SYSTEM<br />

Sistemas de Isolamento<br />

Cada uma destas famílias de produtos é<br />

apresentada sob uma cor de embalagem<br />

diferente para mais fácil identificação.<br />

Maior internacionalização<br />

Estando já a trabalhar no mercado<br />

ibérico, a Carsistema tem contudo<br />

horizontes mais largos que passam por<br />

uma expansão do negócio para outros<br />

importantes mercados mundiais.<br />

“A Carsistema é uma empresa dinâmica<br />

e temos muitos projectos em mente cujo<br />

denominador comum é a expansão<br />

contínua que necessariamente passa pela<br />

sua internacionalização”, refere Nelson<br />

Simões.<br />

Uma vez estabilizada a penetração no<br />

mercado ibérico, que deverá ser atingida<br />

nos próximos 2/3 anos, “iremos procurar<br />

expandir-nos para outros mercados<br />

nomeadamente África e América Latina”,<br />

garante o mesmo responsável.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

PRODUTO Março 2<strong>006</strong> 41<br />

Tower Service<br />

Maior produtividade nas oficinas<br />

A Cetrus apresentou no final de 2005 um novo equipamento que designou por “Tower Service”.<br />

De concepção e fabrico nacionais, este equipamento visa essencialmente aumentar a<br />

produtividade dentro de uma oficina.<br />

Divulgado publicamente na Auto-<br />

Mecanic, em Lisboa, no passado<br />

mês de Novembro de 2005, o<br />

“Tower Service” é um equipamento que se<br />

destina a uma utilização oficinal.<br />

Fruto da sua longa experiência no ramo<br />

oficinal, nomeadamente através dos concessionários<br />

de marca, a Cetrus está hoje<br />

em dia posicionada para, não só, dar resposta<br />

às necessidades deste mercado, mas<br />

também antecipar as expectativas dos clientes<br />

e potenciais clientes.<br />

O “Tower Service” surge exactamente<br />

desta lógica e decorre da vasta experiência<br />

no desenho de lay-out´s oficinais que a<br />

Cetrus dispõe, mas também da procura<br />

pelo aumento da produtividade, que é um<br />

tema tão em voga nos dias de hoje.<br />

A Cetrus tem vindo a desenvolver algumas<br />

máquinas, de fabrico nacional, para<br />

minimizar os custos de intervenção nas reparações<br />

automóveis, optimizando o espaço<br />

e a deslocação do operador, de maneira<br />

a mantê-lo o mais tempo possível na sua<br />

baia de trabalho, fazendo-lhe chegar tudo<br />

aquilo que ele necessita.<br />

“O primeiro equipamento que desenvolvemos<br />

foi um braço de serviço que depressa<br />

teve muita aceitação no mercado, mas a<br />

Cetrus já virou a página, apresentando o<br />

Tower Service, que é um equipamento<br />

muito mais sofisticado”, referiu ao <strong>Jornal</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, Rogério Costa, Director Comercial<br />

da Cetrus.<br />

O “Tower Service” é, segundo o mesmo<br />

responsável, o primeiro equipamento português<br />

com catálogo próprio, “que congrega<br />

to<strong>das</strong> as necessidades que são fundamentais<br />

para um operador de mecânica”.<br />

A característica principal deste equipamento<br />

é ter numa única unidade uma série<br />

de dispositivos que normalmente se encontram<br />

dispersos numa oficina.<br />

“Este equipamento monta-se com quatro<br />

parafusos pregados ao chão, tendo nele<br />

instalado o que é necessário para o mecânico.<br />

Não é preciso fazer buracos nas paredes,<br />

não é preciso colocar fichas nem fazer<br />

furos para colocar tubos”, refere Rogério<br />

Costa.<br />

Este equipamento recebe a “alimentação”<br />

a 2,8 metros de altura, que é onde<br />

normalmente funcionam to<strong>das</strong> as instalações<br />

nas oficinas em termos de electricidade,<br />

ar comprimido, etc, daí que seja só<br />

“chegar ao cliente e montar este equipamento”,<br />

afirma o director comercial da<br />

Cetrus.<br />

Existem três versões do “Tower Service”,<br />

mas em to<strong>das</strong> elas existe um conjunto<br />

de acessórios que é comum, composto por<br />

dois enroladores para alimentar óleos novos,<br />

um enrolador eléctrico, um enrolador<br />

de ar comprimido, uma gambiarra sem<br />

fios, uma tomada 220 / 380 V, um colector<br />

de ar comprimido e ainda uma alimentação<br />

Cetrus,<br />

Comércio e Equipamentos, Lda<br />

Sede:<br />

Rua dos Queimados, 59 – Antas<br />

Apartado 427<br />

4764-901 VN Famalicão<br />

Director comercial<br />

Rogério Costa<br />

Telefone:<br />

252 529 420<br />

Fax:<br />

252 529 429<br />

E-mail:<br />

cetrus@cetrus.pt<br />

Internet<br />

www.cetrus.pt<br />

de água. Depois, consoante as necessidades<br />

da oficina o equipamento pode ter<br />

mais um ou dois enroladores de óleo, extracção<br />

de óleos por bomba, alimentação<br />

de anti-congelante bem como um recuperador<br />

de anti-congelante.<br />

“Trata-se de um produto muito simples e<br />

muito prático, tendo existido uma grande<br />

preocupação com as questões ambientais”,<br />

adverte Rogério Costa, adiantando que<br />

“este produto está de tal forma feito que o<br />

vamos homologar como produto CE”.<br />

Com preços que variam entre os 3.000 e<br />

os 5.000 Euros, dependendo <strong>das</strong> versões,<br />

“para se comprovar a produtividade da Tower<br />

Service, basta reparar no número de<br />

minutos por operação que poupamos ao<br />

operador, o que quer dizer que ele por dia<br />

pode fazer mais trabalho”, afirma o responsável<br />

comercial da Cetrus que garante<br />

“em seis meses, em média, a oficina consegue<br />

ter o retorno do investimento da<br />

aquisição desta máquina. É um investimento<br />

que se consegue rentabilizar com<br />

muita facilidade”.<br />

Refira-se que nesta altura a Cetrus já<br />

está a exportar este equipamento, existindo<br />

mais de 160 “Tower Service” instalados<br />

em Portugal.<br />

O Tower Service é um novo equipamento que a<br />

Cetrus disponibiliza para as modernas oficinas de<br />

automóveis<br />

Versões Tower Service<br />

CET.TS2 CET.TS3 CET.TS4<br />

Enrolador de óleo com 10m 2 3 4<br />

Punho contador digital 2 3 4<br />

Pingadeira de recolha de óleo 2 3 4<br />

Enrolador de ar com 9m 1 1 1<br />

Enrolador eléctrico com tomada 220 v (15m) 1 1 1<br />

Enrolador de água com 4m e pistola 1 1 1<br />

Gambiarra de iluminação sem fios 1 1 1<br />

Tomada 380v 1 1 1<br />

Tomada 220v 1 1 1<br />

Gr. pneumático regulador / lubrificador 1 1 1<br />

O equipamento está disponível em 4 cores (Azul, Amarelo, vermelho e cinzento)


42<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

MECÂNICA PRÁTICA<br />

Avarias de êmbolos do motor (I PARTE)<br />

Catálogo de avarias<br />

de êmbolos (de A a Z)<br />

Uma má utilização do motor pode causar danos graves nos êmbolos, originando a sua substituição e reparação do motor.<br />

Trata-se de uma actividade com um mercado garantido e boas perspectivas de evolução, com a condição dos seus agentes<br />

estarem tecnologicamente preparados e atentos à evolução comercial e aos novos padrões profissionais.<br />

Afunção motriz foi o conjunto técnico<br />

do automóvel mais solicitado<br />

nas últimas déca<strong>das</strong>, quer em consequência<br />

dos sucessivos choques petrolíferos,<br />

quer em consequência <strong>das</strong> políticas<br />

de defesa ambiental, ou ainda pela exigência<br />

de maiores intervalos de manutenção e<br />

de maiores garantias ao consumidor. Paralelamente<br />

aos progressos no âmbito da engenharia<br />

de concepção e de produção, os<br />

motores beneficiaram da introdução da<br />

gestão electrónica e da evolução verificada<br />

na área dos lubrificantes sintéticos. Mesmo<br />

assim, a vida dos motores não passou a ser<br />

mais tranquila, pois as quilometragens médias<br />

anuais, bem como as velocidades médias<br />

e os regimes de operação, têm vindo a<br />

aumentar progressivamente. Por outro<br />

lado, uma nova geração de condutores(as),<br />

completamente alheios à lógica mecânica<br />

dos veículos, usam os seus automóveis<br />

como se fossem mais outro electrodoméstico<br />

ou até uma “play station“, escudados<br />

por garantias expandi<strong>das</strong> e por redes de assistência<br />

eficazes.<br />

Diagnóstico:<br />

A semelhança dos danos no êmbolo e na<br />

camisa permitem concluir que as peças entraram<br />

em contacto, devido à deformação<br />

do cilindro, ocasionando a ausência de folga<br />

suficiente entre ambas e destruindo a película<br />

lubrificante.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Anéis retentores de medida ou forma<br />

inadequa<strong>das</strong> podem obstruir o cilindro e<br />

eliminar a folga do êmbolo. Para permitir a<br />

sua dilatação, estes retentores apenas devem<br />

ocupar cerca de 70% do alojamento<br />

que lhes está destinado. b) Certos mecânicos<br />

introduzem nos retentores modificações<br />

para fechar mais o cilindro, ignorando<br />

que eles próprios se dilatam em contacto<br />

com o óleo aquecido. c) Restos de retentores<br />

anteriormente deteriorados e não removidos.<br />

d) Os retentores deformaram-se ao<br />

introduzir a camisa do cilindro. Para evitar<br />

esta situação, é indispensável untar os retentores<br />

com um produto antigripante, antes<br />

de montar as camisas.<br />

Perspectivas de reparação de motores<br />

O conceito da propriedade automóvel<br />

tem vindo a conhecer algumas variantes,<br />

como é o caso do renting, do leasing e de<br />

to<strong>das</strong> as soluções congéneres. Os grandes<br />

utilizadores de automóveis, obedecendo a<br />

uma estratégia económica, não estão interessados<br />

na posse psicológica do veículo<br />

que utilizam, mas no seu rentável usufruto.<br />

Dentro da lógica dos consumíveis, o motor<br />

tornou-se ele também mais outro consumível,<br />

bastando haver contratos de garantia e<br />

de manutenção, para que se opere a substituição<br />

de partes inteiras do motor, ou mesmo<br />

do motor completo. Em termos europeus,<br />

este tipo de procedimento começa a<br />

fazer escola, excepto para aqueles estratos<br />

sociais e zonas geográficas mais deprimi<strong>das</strong><br />

economicamente, onde ainda subsiste a<br />

via sacra da propriedade “plena“ do automóvel<br />

e a incontornável necessidade de o ir<br />

mantendo em condições de rodar.<br />

De qualquer modo, a actividade de reparação<br />

de motores tem o seu mercado garantido<br />

e boas perspectivas de evolução (face<br />

ao crescimento do parque global). Com<br />

efeito, a actividade reparadora tem que encontrar<br />

resposta para os longos períodos de<br />

imobilização <strong>das</strong> viaturas e para a produtividade<br />

dos seus operadores, factores críticos<br />

no caso <strong>das</strong> reparações mecânicas mais<br />

profun<strong>das</strong>. Formação mais completa, equipamentos<br />

e instalações vocaciona<strong>das</strong> para a<br />

actividade específica, parcerias em áreas<br />

chave (fornecimento de componentes, tecnologia<br />

e financiamentos), são alguns dos<br />

pontos quentes a gerir. Inseparável do sucesso<br />

deste tipo de actividade está o diagnóstico<br />

de avarias, ponto fulcral para a garantia<br />

<strong>das</strong> reparações e para a prevenção de<br />

futuros problemas mecânicos.<br />

A – GRIPAGEM<br />

POR FALTA DE FOLGA NA SAIA<br />

Fig. 1<br />

Descrição da avaria:<br />

Em volta da saia do êmbolo aparecem<br />

zonas de atrito risca<strong>das</strong>, semelhantes a uma<br />

gripagem vulgar (Figura 1). As zonas danifica<strong>das</strong><br />

pelo atrito apresentam uma certa simetria,<br />

do lado da pressão e do lado da<br />

contra pressão, sendo cada mancha marcada<br />

por riscos escuros e faixas poli<strong>das</strong>, alternadamente.<br />

A cabeça do êmbolo e a zona<br />

dos segmentos não têm deficiências.<br />

Diagnóstico:<br />

Este dano pode ocorrer por erro na escolha<br />

da medida do êmbolo ou devido a deformações<br />

causa<strong>das</strong> por uma utilização imprópria<br />

do motor.<br />

Nota:<br />

Contrariamente a uma gripagem com<br />

imobilização <strong>das</strong> peças, por falta de óleo,<br />

este tipo de gripagem provocado por ausência<br />

de folga, surge na sequência de uma reparação<br />

anterior do motor, decorrido um<br />

breve período de rodagem.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Diâmetro do cilindro insuficiente. b)<br />

Aperto excessivo ou desigual da cabeça do<br />

motor (cilindro deformado). c) Cilindro<br />

com superfícies planas ou cabeça com saliências.<br />

d) Deformações ou sujidade nas<br />

roscas dos pernos de aperto da cabeça (na<br />

parte do bloco). e) Cabeças dos pernos gripa<strong>das</strong><br />

ou com superfícies de apoio mal lubrifica<strong>das</strong>.<br />

f) Juntas de cabeça não correspondentes<br />

à especificação. g) Deformações<br />

do cilindro causa<strong>das</strong> por aquecimento irregular,<br />

devido a incrustações, na sua superfície,<br />

ou por deficiências do sistema de arrefecimento.<br />

B – GRIPAGEM POR FALTA<br />

DE FOLGA NA BASE DA SAIA<br />

Fig. 2 Fig. 3<br />

Descrição da avaria:<br />

Os danos desta avaria são semelhantes à<br />

descrita anteriormente, mas apenas na base<br />

do êmbolo. O resto da peça está normal.<br />

Riscos e faixas poli<strong>das</strong>, escuras e brilhantes,<br />

alternadamente, do lado da pressão e da<br />

contra pressão, correspondem exactamente<br />

ao que pode ser observado nos cilindros<br />

(Figura 2) ou nas camisas destes (Figura 3).<br />

A localização destes danos na base dos cilindros<br />

permite concluir que estão na zona<br />

onde se situam os retentores, cuja missão é<br />

impedir a passagem de óleo, água e impurezas<br />

para o cárter da cambota.<br />

C – GRIPAGEM POR FALTA<br />

LUBRIFICAÇÃO NA SAIA<br />

DO ÊMBOLO<br />

Fig. 4<br />

Descrição da avaria:<br />

Surgem zonas gripa<strong>das</strong> na zona da saia<br />

do êmbolo até à base dos segmentos (Figura<br />

4). Do lado oposto, as marcas de gripagem<br />

são leves e as superfícies danifica<strong>das</strong><br />

apresentam um brilho metálico.<br />

Diagnóstico:<br />

Na altura da gripagem, uma película demasiado<br />

fina de lubrificante não conseguiu<br />

impedir o atrito entre as peças, provavelmente<br />

devido a falha temporária de pressão<br />

de óleo. Caso a situação se mantivesse por<br />

mais tempo, os danos seriam mais graves.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Falta de óleo ou nível demasiado baixo.<br />

b) Pressão de óleo baixa (bomba de<br />

óleo avariada, filtro de óleo entupido, válvula<br />

de sobrepressão fora de serviço, fuga<br />

de óleo, etc.).


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

MECÂNICA PRÁTICA Março 2<strong>006</strong> 43<br />

D – DESGASTE PROVOCADO<br />

POR EXCESSO DE COMBUSTÍVEL<br />

NO CILINDRO<br />

Fig. 5<br />

Descrição da avaria:<br />

A superfície da saia do êmbolo apresenta<br />

riscas longitudinais finas, geralmente localiza<strong>das</strong><br />

nas zonas do diagrama do êmbolo<br />

(Figura 5).<br />

Diagnóstico:<br />

O combustível excessivo condensado<br />

nas paredes do cilindro diluiu ou eliminou<br />

a película de lubrificante, deixando as peças<br />

em contacto directo. A zona dos segmentos<br />

não chega a ser afectada porque<br />

não entra em contacto com a parte do cilindro<br />

onde se gera o problema.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Afinação deficiente da injecção de<br />

combustível e má combustão provocada<br />

por obstrução do filtro de ar ou por falhas<br />

de ignição. b) Perda de compressão devido<br />

a uma combustão incompleta. d) Sistema<br />

de arranque a frio defeituoso. e) Diluição<br />

da película lubrificante provocada<br />

por curtas deslocações frequentes e sucessivas.<br />

F – CABEÇA DO ÊMBOLO<br />

GRIPADA EM MOTOR DIESEL<br />

Fig. 6<br />

Descrição da avaria:<br />

Verifica-se a gripagem local na coroa<br />

da cabeça do êmbolo. A superfície gripada<br />

está áspera e riscada, tendo havido<br />

desprendimento de pedaços de material<br />

(Figura 6).<br />

Diagnóstico:<br />

Devido a um problema de injecção, um<br />

jacto de gasóleo não pulverizado atingiu a<br />

parede do cilindro, eliminando o óleo<br />

nessa zona. A alta temperatura gerada<br />

pelo atrito provocou um princípio de soldadura,<br />

o que explica a perda de material<br />

do êmbolo.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Linhas de alimentação com fugas ou<br />

demasiado obstruí<strong>das</strong> por sujidade. b) Agulha<br />

do injector presa pelo tubo de alimentação<br />

deformado (binário de aperto excessivo).<br />

c) Injecção fora de tempo.<br />

G – GRIPAGEM<br />

POR FALTA DE LUBRIFICAÇÃO E<br />

SEGMENTOS INCANDESCENTES<br />

Fig. 7<br />

Fig. 8<br />

Descrição da avaria:<br />

As paredes laterais do segmento estão<br />

risca<strong>das</strong> e apresentam manchas de queimaduras<br />

(Figuras 7 e 8). Nos cilindros<br />

aparecem estrias longitudinais. Numa<br />

fase inicial do fenómeno, aparecem sinais<br />

de fricção na parte superior do êmbolo<br />

(Figura 9). Posteriormente, os danos estendem-se<br />

a toda a superfície do êmbolo<br />

(Figura 10).<br />

Fig. 9<br />

Fig. 10<br />

Diagnóstico:<br />

Esta situação ocorre especialmente durante<br />

os períodos de rodagem, enquanto<br />

os segmentos estão em fase de ajustamento<br />

ao cilindro e o motor sofre carga excessiva,<br />

sendo mais frequente nos motores<br />

diesel. A fuga de gases muito quentes da<br />

câmara de combustão, entre o cilindro e<br />

os segmentos, deteriora a película lubrificante.<br />

O mesmo problema também pode<br />

suceder quando o motor atinge temperaturas<br />

muito eleva<strong>das</strong> e existem problemas<br />

de refrigeração do êmbolo e/ou do cilindro.<br />

Nestas circunstâncias, os segmentos<br />

incandescentes deixam marcas de queimado<br />

no cilindro e o êmbolo apresenta sinais<br />

de fricção em toda a sua superfície.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Carga excessiva do motor durante a<br />

rodagem. b) Polimento do cilindro deficiente,<br />

dificultando a formação da película<br />

lubrificante. c) Lubrificante de má qualidade<br />

ou de viscosidade inapropriada d) Deficiências<br />

no sistema de arrefecimento do<br />

motor. e) Combustão inapropriada e com<br />

altas temperaturas (mistura pobre, auto ignição,<br />

falhas de alimentação, etc.). d) Deficiências<br />

de lubrificação (à pressão e por<br />

chapinhagem).<br />

H – GRIPAGEM<br />

POR SOBREAQUECIMENTO<br />

DA CABEÇA DO ÊMBOLO<br />

Fig. 11<br />

Descrição da avaria:<br />

Sinais de grande fricção e princípio de<br />

blocagem partem da cabeça do êmbolo e<br />

prolongam-se até à extremidade da saia<br />

(Figura 11). As superfícies danifica<strong>das</strong><br />

apresentam uma cor escurecida e muitas<br />

estrias, distribuindo-se por toda a periferia<br />

do êmbolo. Os segmentos também ficam<br />

danificados, em especial os de limpeza<br />

de óleo.<br />

Diagnóstico:<br />

A sobrecarga térmica provocou o sobreaquecimento<br />

da cabeça do êmbolo, eliminando<br />

parcialmente a folga e destruindo a<br />

película lubrificante. A conjugação da ausência<br />

de folga e de óleo produz a blocagem<br />

do êmbolo.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) carga excessiva e prolongada do motor<br />

em fase de rodagem. b) Combustão deficiente.<br />

c) Avaria no sistema de arrefecimento<br />

do motor. d) Problemas de lubrificação<br />

do êmbolo.<br />

I – FUSÃO DA CABEÇA<br />

DO ÊMBOLO EM MOTOR DIESEL<br />

Descrição da avaria:<br />

A cabeça do êmbolo e a coroa estão<br />

completamente destruí<strong>das</strong> (Figura 12).<br />

Toda a periferia do êmbolo, até à zona<br />

dos segmentos, está igualmente fundida,<br />

existindo material derretido em toda a<br />

saia do êmbolo. O alojamento do primeiro<br />

segmento (compressão) apenas se conserva<br />

do lado esquerdo, tendo o resto do<br />

material sido projectado para a câmara de<br />

combustão, onde provocou estragos. Escórias<br />

de metal fundido passaram através<br />

da válvula de admissão, tendo penetrado<br />

no cilindro vizinho, onde deixaram marcas.<br />

Na figura 13 existem áreas localiza<strong>das</strong><br />

fundi<strong>das</strong>, tanto na cabeça como na coroa<br />

do êmbolo, na direcção dos injectores.<br />

A saia e a zona dos segmentos não sofreram<br />

danos.<br />

Fig. 12<br />

Fig. 13<br />

Diagnóstico:<br />

Os motores diesel de injecção directa<br />

são mais propensos a sofrer este tipo de<br />

avaria. Nos motores com antecâmara de<br />

combustão apenas sucede esta avaria<br />

quando se rompe a antecâmara e a injecção<br />

de gasóleo passa a ser efectuada directamente<br />

na cabeça do êmbolo. Se a<br />

conduta do injector não mantém a pressão<br />

do interior do cilindro, após cessar a injecção,<br />

as oscilações de pressão remanescentes<br />

podem accionar a injecção novamente,<br />

penetrando o combustível na câmara<br />

de combustão depois de concluída a<br />

fase de injecção. Como o oxigénio se esgota<br />

na câmara de combustão, as gotículas<br />

de combustível projecta<strong>das</strong> contra o<br />

êmbolo inflamam-se a temperaturas muito<br />

eleva<strong>das</strong>, fundindo o material.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Canais de injecção com fugas ou<br />

agulhas de injectores presas. b) Molas <strong>das</strong><br />

condutas de injecção parti<strong>das</strong> ou sem<br />

elasticidade. c) Válvulas de redução de<br />

pressão da bomba injectora deficientes. d)<br />

Caudal e fase de injecção não correspondentes<br />

às especificações do construtor. e)<br />

No caso de motores com antecâmara é necessário<br />

que à ruptura da antecâmara se<br />

alie qualquer dos factores já referidos. f)<br />

Compressão insuficiente e/ou válvulas<br />

com fugas. g) Ignição realizada com atraso,<br />

devido a um índice de cetano do gasóleo<br />

insuficiente.<br />

J – FISSURAS NA CABEÇA<br />

DO ÊMBOLO EM MOTOR DIESEL<br />

Descrição da avaria:<br />

Abriu-se uma fenda na cabeça do êmbolo,<br />

até à sua parte central (Figuras 14 e 15).<br />

Os gases de combustão a elevada temperatura,<br />

penetraram no êmbolo e queimaram<br />

um canal, que une a cavidade central a um<br />

escoadouro situado abaixo do segmento de<br />

limpar óleo.<br />

Diagnóstico:<br />

Os choques térmicos na cabeça do êmbolo<br />

formam pequenas fissuras, que se vão<br />

alargando até formar uma fenda maior. Segue-se<br />

a ruptura e a completa inutilização<br />

do êmbolo.


44<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

MECÂNICA PRÁTICA<br />

Fig. 14<br />

Diagnóstico:<br />

Os êmbolos embateram com violência na<br />

cabeça do motor, tendo permanecido os sinais<br />

dessa ocorrência. O tipo de desgaste<br />

dos segmentos e da saia do êmbolo levam a<br />

supor que os impactos na cabeça do motor<br />

ocasionaram injecção de combustível descontrolada,<br />

o que provocou a diluição da<br />

película lubrificante do cilindro e princípio<br />

de gripagem. Os danos não foram maiores<br />

porque a biela continuou a projectar óleo<br />

fresco na base do cilindro. Quando ocorre o<br />

derrame de combustível no motor, com a<br />

consequente diluição do óleo, to<strong>das</strong> as peças<br />

móveis sofrem desgaste prematuro, devido<br />

à perda do grau de viscosidade óptimo<br />

do lubrificante.<br />

M – ÊMBOLO PERFURADO<br />

(MOTORES A GASOLINA)<br />

N – GRIPAGEM DA COROA<br />

DO ÊMBOLO, DEVIDO<br />

A ESCOLHA DE PEÇAS ERRADAS<br />

(MOTOR DIESEL)<br />

Descrição da avaria:<br />

Em toda a periferia da coroa do êmbolo<br />

existem marcas de gripagem, as quais se<br />

estendem até ao nível do segundo segmento<br />

de compressão (Figura 21).<br />

Fig. 15<br />

Causas prováveis:<br />

a) Canais de injecção avariados, bomba<br />

de injecção defeituosa ou antecâmara danificada.<br />

b) Sistema de arrefecimento do<br />

motor deficiente. c) Travão de escape<br />

avariado ou uso excessivo do mesmo,<br />

provocando sobreaquecimento. d) Canais<br />

de óleo para refrigeração do êmbolo obstruídos<br />

ou deformados. e) A conjugação<br />

dos factores anteriores, com frequentes<br />

mudanças de carga (autocarros urbanos,<br />

retro escavadoras, etc.) torna o risco de<br />

avaria maior. f) Erro na selecção dos êmbolos<br />

montados no motor.<br />

L – IMPACTOS NA CABEÇA DO<br />

ÊMBOLO EM MOTORES DIESEL<br />

Descrição da avaria:<br />

Manchas mais claras, onde o óleo carbonizado<br />

foi removido, atestam os danos causados<br />

por impactos (Figura 16). Por outro<br />

lado, os segmentos apresentam um elevado<br />

desgaste, em especial o de limpeza do óleo.<br />

Nas Figuras 17 e 18 podem-se ver vestígios<br />

de impacto da câmara de turbulência e de<br />

uma válvula, que se fundiu durante a marcha<br />

do motor. Na saia do êmbolo há vestígios<br />

de um início de gripagem (Figura 19).<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Medi<strong>das</strong> incorrectas do êmbolo ou<br />

montagem deficiente do motor após reparação.<br />

b) Biela ou cambota descentra<strong>das</strong>,<br />

após rectificação ou reparação de motor. c)<br />

Descentração dos apoios da cambota, após<br />

reparação. d) Juntas de cabeça do motor incorrectas<br />

(demasiado finas). e) Acumulação<br />

de detritos de carbonização na cabeça<br />

do êmbolo e câmara de combustão, reduzindo<br />

a folga mínima entre as peças. f) Diagrama<br />

de distribuição desfasado, devido a<br />

montagem deficiente ou avaria dos elementos<br />

de tracção da árvore de cames. g) Rectificação<br />

da cabeça do motor excessiva, causando<br />

descontrolo da distribuição (sem reparação<br />

possível). h) Sedes de válvulas mal<br />

monta<strong>das</strong>, após substituição, deixando as<br />

válvulas salientes. i) Que<strong>das</strong> bruscas de regime<br />

do motor levam as válvulas a bater no<br />

êmbolo, devido à inércia. j) Biela com demasiada<br />

folga ou desprendimento de bronzes<br />

da cambota, causado por um sobre regime<br />

(em desci<strong>das</strong> íngremes).<br />

Fig. 17<br />

Fig. 20<br />

Descrição da avaria:<br />

A cabeça do motor apresenta um furo,<br />

rodeado por material fundido (Figura 20).<br />

A saia do êmbolo dilatou-se e apresenta<br />

marcas de gripagem, devido à alta temperatura<br />

e ao atrito de material fundido.<br />

Diagnóstico:<br />

a) A causa mais frequente desta avaria<br />

é a auto-ignição, provocada por deficiências<br />

<strong>das</strong> velas ou <strong>das</strong> válvulas de<br />

escape (saliências metálicas incandescentes)<br />

ou devido a excessiva carbonização.<br />

A auto-ignição prolonga a combustão<br />

e aquece excessivamente o<br />

êmbolo, cujo material se torna mas macio,<br />

não resistindo aos esforços que lhe<br />

são solicitados.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Velas com graduação térmica inferior<br />

ao especificado. b) Mistura excessivamente<br />

pobre, elevando a temperatura de<br />

combustão. c) Válvulas danifica<strong>das</strong> ou<br />

com fugas e folga incorrecta, provocando<br />

a sua deterioração, especialmente as de<br />

escape. d) Resíduos carbonizados incandescentes.<br />

e) Combustível inadequado,<br />

com índice octano muito baixo (inflamação<br />

mais rápida). f) Passagem de óleo<br />

para a câmara de combustão, através dos<br />

segmentos ou guias de válvulas. g) Temperatura<br />

do motor excessiva, em especial<br />

quando provocada por ar aspirado muito<br />

quente.<br />

Fig. 21<br />

Diagnóstico:<br />

Os danos foram provocados por sobreaquecimento,<br />

resultante de problemas de<br />

combustão devidos à medida do êmbolo<br />

desadequada. Com efeito, os motores mais<br />

recentes obedecem na sua concepção a diversas<br />

normas de controlo de emissões<br />

(Euro I, Euro II, etc.), as quais deram origem<br />

as medi<strong>das</strong> específicas de êmbolos,<br />

para séries de motores aparentemente idênticos.<br />

As consequências deste tipo de erro<br />

podem ser imprevisíveis, para além da esperada<br />

perda de potência, maior consumo e<br />

níveis de emissões elevado. Acresce os<br />

custos consideráveis de reparar o motor.<br />

Causas Prováveis:<br />

a) Utilização de êmbolos com formas,<br />

profundidade ou diâmetros de cavidades<br />

não correspondentes às prescrições do<br />

construtor. b) Utilização de êmbolos com<br />

diferentes índices de compressão. c) Utilização<br />

de êmbolos construídos de materiais<br />

diferentes dos originais, ou com uma estrutura<br />

diferentes (sem canais de arrefecimento<br />

e outros detalhes importantes). d) Montagem<br />

do êmbolo adequado, mas com utilização<br />

de outras peças inadequa<strong>das</strong> (junta<br />

de cabeça, injectores, bombas de injecção,<br />

bem como to<strong>das</strong> as peças que alterem a<br />

qualidade da mistura e da combustão).<br />

Fonte: MSI - Motor Service International<br />

(Continua na próxima edição)<br />

Fig. 18<br />

Fig. 16<br />

Fig. 19


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

PEÇAS RECONDICIONADAS Março 2<strong>006</strong> 45<br />

Motores de arranque e alternadores recondicionados<br />

Processo de recondicionamento<br />

e reconstrução<br />

Em termos comerciais, as peças recondiciona<strong>das</strong> ou reconstruí<strong>das</strong> apresentam a vantagem do seu<br />

menor custo, o que constitui um aliciante para a rede de agentes reparadores, motivando-os para a<br />

recuperação de peças de valor acrescentado significativo.<br />

Devido à escassez de matérias-primas<br />

essenciais e de recursos energéticos<br />

não renováveis, caso dos<br />

combustíveis fósseis (gás natural, petróleo,<br />

etc.), induzida por um consumo crescente<br />

de bens de produção industrial, como resultado<br />

do crescimento populacional e da melhoria<br />

<strong>das</strong> condições de vida, estamos a entrar<br />

numa era de poupança de recursos, o<br />

que se irá traduzir por programas de reciclagem<br />

sistemática e por uma tendência<br />

para recondicionar e reconstruir componentes<br />

e equipamentos susceptíveis de serem<br />

recuperados. A razão principal da recuperação,<br />

uma vez que a reciclagem acabaria por<br />

integrar os materiais descartados em novos<br />

ciclos de produção, reside fundamentalmente<br />

no desperdício evitável de energia.<br />

Na realidade, para reciclar os materiais,<br />

em especial os metais, são necessários<br />

quantidades de energia consideráveis, o<br />

mesmo sucedendo para produzir novas peças<br />

e componentes. O simples facto de<br />

alongar o ciclo de vida útil dos produtos resultantes<br />

da actividade industrial é uma forma<br />

de conservar energia, o que parece indispensável,<br />

se atendermos ao facto de que<br />

a grande parte da energia consumida provém<br />

de recursos finitos. Mas, isso não é<br />

tudo. Ao produzir energia, são queimados<br />

combustíveis que libertam grandes quantidades<br />

de CO2, um dos principais agentes<br />

do chamado efeito de estufa, que está a provocar<br />

o aquecimento global do planeta e<br />

graves alterações climáticas.<br />

E porque não reparar?<br />

A reparação de peças e componentes está<br />

a ser abandonada, como tendência, excepto<br />

nos casos em que a reparação é simples e<br />

rápida. A razão para isso suceder está ligada<br />

a questões de custo e qualidade, ou seja,<br />

a uma má relação custo/qualidade <strong>das</strong> acções<br />

de reparação mais complexas. Em segundo<br />

lugar, temos ainda o problema da<br />

imobilização da viatura, o que constitui<br />

sempre um factor de custo e um transtorno<br />

incómodo para o utilizador. Uma actividade<br />

reparadora evoluída tenta minimizar os<br />

períodos de imobilização, ou a ceder uma<br />

viatura de cortesia, o que apenas se justifica<br />

em reparações de certa importância. Em<br />

terceiro lugar, os alternadores e os motores<br />

de arranque pertencem àquele grupo de peças<br />

que fazem falta a todo e a qualquer momento,<br />

não sendo aconselhável iniciar reparações<br />

de resultado duvidoso, quando se<br />

pode substituir rapidamente a peça avariada,<br />

por uma nova ou recuperada. A segunda<br />

escolha acaba até por ser mais atractiva,<br />

uma vez que a qualidade (OEM) e a garantia<br />

são as mesmas, mas o custo e a margem<br />

são mais vantajosas, assegurando melhor<br />

rentabilidade para a oficina e idêntica satisfação<br />

para o consumidor final. Por outro<br />

lado, convém não esquecer que os fabricantes<br />

que operam o recondicionamento de<br />

peças usa<strong>das</strong> possuem uma cobertura global<br />

do mercado e estão equipados com os<br />

meios técnicos e industriais capazes de garantir<br />

os padrões certificados de qualidade,<br />

produtividade e serviço, com custos de escala,<br />

ou seja, bastante mais reduzidos.<br />

Processo de recondicionamento<br />

Diz-se que um componente foi recondicionado<br />

quando se substituem os seus elementos<br />

inoperantes ou com um nível de<br />

desgaste acima <strong>das</strong> tolerâncias do fabricante.<br />

De um modo geral esses componentes<br />

são alvo de uma recuperação estética, apresentando<br />

um aspecto exterior idêntico a<br />

uma peça nova. Para todos os efeitos, a<br />

qualidade e a garantia são legalmente idênticas<br />

a uma peça nova.<br />

Na reconstrução ou refabricação de um<br />

componente, procede-se à desmontagem<br />

integral de todos os seus elementos individuais<br />

constituintes, os quais são submetidos<br />

a uma triagem, preparação, recuperação<br />

e ensaio. Os elementos irrecuperáveis<br />

são descartados, enquanto que os restantes<br />

seguem um processo completo de verificação<br />

e beneficiação. No final, são montados<br />

os elementos recuperados e outros novos,<br />

em substituição dos que tiveram que ser rejeitados,<br />

apresentando o componente as<br />

mesmas qualidades que uma peça nova de<br />

origem. Em termos comerciais, as peças recondiciona<strong>das</strong><br />

ou reconstruí<strong>das</strong> apresentam<br />

a vantagem do seu menor custo, o que<br />

constitui um aliciante para a rede de agentes<br />

reparadores, motivando-os para a recuperação<br />

de peças de valor acrescentado significativo.<br />

PROCESSO INTEGRAL<br />

DE RECONSTRUÇÃO<br />

A descrição do processo de recuperação<br />

de alternadores aqui seguida pode<br />

aplicar-se em linhas gerais a todos os tipo<br />

de peças e aos principais fabricantes de<br />

equipamentos originais, uma vez que o<br />

enquadramento normativo do sector automóvel<br />

se encontra normalizado e globalizado,<br />

em termos de certificação de qualidade<br />

e de procedimentos de engenharia e<br />

produção. Esquematicamente, as principais<br />

fases do processo de recuperação de<br />

alternadores são as seguintes:<br />

- Recolha, controlo e triagem <strong>das</strong> carcassas<br />

usa<strong>das</strong>.<br />

- Desmontagem dos elementos.<br />

- Preparação dos elementos recuperáveis.<br />

- Verificação e ensaio dos componentes.<br />

- Montagem final.<br />

- Validação do produto.<br />

- Embalagem e envio para o mercado.<br />

Neste ponto, convém esclarecer que o<br />

processo de reciclagem ou recondicionamento<br />

só é levado a cabo quando os componentes<br />

devolvidos obedecem a critérios<br />

de estado de conservação e às especificações<br />

originais (não tendo sido alterados).<br />

Nos restantes casos os componentes são<br />

descartados e substituídos por outros novos,<br />

com qualidade e especificações originais.<br />

Todo o processo tem um controlo<br />

e procedimentos de qualidade rígidos, o<br />

que proporciona a máxima garantia de<br />

qualidade às peças produzi<strong>das</strong>.<br />

Todo o processo se inicia com a devolução<br />

da peça usada, pelo que essa fase<br />

constitui a chave para a reconstrução e o<br />

núcleo da filosofia de reciclagem. Para<br />

obter carcassas da melhor qualidade possível,<br />

as marcas aplicam um suplemento<br />

na venda da peça nova, o qual apenas será<br />

devolvido após a devolução e aceitação<br />

da peça usada. Além disso, a aceitação da<br />

peça usada depende do facto dela se apresentar<br />

completa e em estado recuperável.<br />

Em toda a Europa existe uma norma de<br />

aceitação comum (EPI 7.5-03-01 – Critérios<br />

de Aceitação), que permite controlar<br />

a qualidade <strong>das</strong> carcassas devolvi<strong>das</strong>.<br />

Para facilitar a compreensão e o cumprimento<br />

dessa norma, por parte dos operadores<br />

do mercado, certos fabricantes disponibilizam<br />

um cartaz explicativo de parede,<br />

bastante detalhado, mas de fácil<br />

leitura e utilização.<br />

Para se poder proceder à recuperação<br />

<strong>das</strong> peças é fundamental que as peças usa<strong>das</strong><br />

devolvi<strong>das</strong> sejam convenientemente<br />

embala<strong>das</strong>, de modo a impedir que sofram<br />

danos durante o transporte e manipulação<br />

e que entrem em contacto com<br />

produtos poluentes, corrosivos ou oxidantes.<br />

De preferência, as peças devem ser<br />

devolvi<strong>das</strong> no estado em que foram desmonta<strong>das</strong><br />

da viatura a que pertenciam e<br />

pertencerem à mesma aplicação. Uma<br />

forma simples e eficaz de embalar a peça<br />

usada é acondicioná-la na mesma embalagem<br />

que serviu à peça de substituição<br />

nova. A etapa de recepção <strong>das</strong> peças usa<strong>das</strong><br />

fica concluída, quando a sua selecção<br />

e classificação se processa, permitndo<br />

descartar as que apresentam deficiências<br />

óbvias ou falta de elementos, ficando as<br />

restantes agrupa<strong>das</strong> e contentoriza<strong>das</strong> em<br />

lotes distintos, prontas para serem envia<strong>das</strong><br />

para as linhas de produção.<br />

DESMONTAGEM E LIMPEZA<br />

Verdadeiramente, a recuperação da<br />

peça inicia-se com as desmontagem de todos<br />

os seus elementos constituintes, utilizando<br />

ferramentas adequa<strong>das</strong> e de alta<br />

produtividade, para não danificar os elementos<br />

de fixação. Após uma inspecção<br />

visual, os elementos desmontados são<br />

carregados em cestas de limpeza especiais<br />

(inox), que serão posteriormente encaminha<strong>das</strong><br />

para máquinas de lavagem.


46<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

PEÇAS RECONDICIONADAS<br />

Os elementos em alumínio ficam então<br />

completamente limpos em profundidade,<br />

apresentando um aspecto mais uniforme e<br />

atractivo. Em seguida, são carregados<br />

numa cesta limpa, a fim de serem novamente<br />

avaliados e submetidos a um controlo<br />

dimensional.<br />

Por seu turno, os fios condutores, que<br />

ligam os bobinados aos casquilhos <strong>das</strong> escovas,<br />

são colados à estrutura do rotor, a<br />

fim de evitar que sofram danos provocados<br />

pela força centrífuga, provocada pelo<br />

movimento de rotação do rotor.<br />

Pequenos lotes de 1 a 6 peças são carregados<br />

em contentores mais pequenos, os<br />

quais são acompanhados por uma etiqueta<br />

identificativa, com o nº do lote, para<br />

permitir a sua rastreabilidade.<br />

No que respeita aos rotores, são polidos<br />

exteriomente numa máquina de correia<br />

abrasiva, o que permite eliminar to<strong>das</strong> as<br />

irregularidades, a fim de evitar qualquer<br />

tipo de contacto entre o rotor e o anel do<br />

estator.<br />

Os elementos constituídos por aço são<br />

todos recolhidos separadamente, para serem<br />

submetidos a acções de limpeza, areamento<br />

e galvanoplastia específicas. Por regra,<br />

todos os rolamentos são enviados para<br />

a sucata, independentemente do seu estado.<br />

Idêntico fim é dado a todos os elementos<br />

que, durante a desmontagem, se revelem<br />

avariados ou não sejam reutilizáveis.<br />

Entretanto, os estatores, rotores e outros<br />

elementos mais delicados, são cuidadosamente<br />

areados com um jacto de contas<br />

de vidro. Este processo é menos agressivo<br />

que o jacto de aparas de aço e tem a<br />

grande vantagem de não criar depósitos<br />

de partículas condutoras nos bobinados,<br />

para além de não destruir a película protectora<br />

destes.<br />

PREPARAÇÃO<br />

DOS COMPONENTES<br />

Depois de limpo com um jacto de ar<br />

comprimido, o rotor é pintado com um<br />

produto antioxidante, destinado a prevenir<br />

a corrosão.<br />

No que se refere às escovas, estas são<br />

geralmente substituí<strong>das</strong> por elementos<br />

novos, com especificações de origem, especialmente<br />

se apresentarem desgaste desigual<br />

ou acima do máximo permitido.<br />

Terminado o processo de preparação<br />

dos elementos recuperados, estes são<br />

classificados e organizados em lotes, ficando<br />

a aguardar as fases seguinte de inspecção,<br />

teste e montagem.<br />

INSPECÇÃO E TESTE<br />

Os elementos que formam a estrutura<br />

exterior (caixa), fabricados em alumínio,<br />

são lavados em máquinas com jactos de<br />

água quente a alta pressão, para completo<br />

desengorduramento.<br />

Terminado o areamento, os elementos<br />

são limpos com um jacto de ar comprimido,<br />

para eliminar todos os resíduos e poeiras.<br />

O passo seguinte consiste em pintar<br />

os bobinados, para os proteger da atmosfera,<br />

sendo a superfície exterior do estator<br />

esmaltada, para evitar a corrosão.<br />

Os terminais dos enrolamentos bobinados<br />

são bem limpos numa escova de arame<br />

rotativa, a fim de eliminar to<strong>das</strong> as<br />

impurezas e permitir uma boa aderência<br />

da solda.<br />

Quanto aos casquilhos de apoio <strong>das</strong> escovas,<br />

são rectificados no torno, para eliminar<br />

riscos e marcas de desgaste provoca<strong>das</strong><br />

pelas escovas. A rectificação é rigorosamente<br />

concêntrica com o veio do<br />

alternador, o que também sucede com os<br />

casquilhos novos de subtituição, de acordo<br />

com as especificações de origem (OE).<br />

Depois de completado o processo de<br />

limpeza, os elementos que formam a carcassa<br />

exterior do alternador são inspeccionados<br />

visualmente, a fim de detectar fissuras<br />

ou anomalias nas roscas. A verificação<br />

dimensional do alojamento do<br />

rolamento é efectuada com um calibre de<br />

precisão, dotado de uma forma específica.<br />

Quando se verifica que a folga excede a<br />

tolerância, o elemento é encaminhado<br />

para a sucata.<br />

No entanto, após a lavagem é frequente<br />

persistirem ainda certas incrustações, sendo<br />

necessário submetê-los a um poderoso<br />

areamento, com um jacto de partículas de<br />

aço inoxidável, utilizando uma máquina<br />

especialmente concebida para esse efeito.<br />

O diâmetro exterior do casquilho é verificado<br />

após a rectificação, sendo substituído<br />

se não cumprir as tolerâncias de origem.<br />

De seguida, os terminais são mergulhados<br />

em estanho fundido, o que lhes garantirá<br />

um bom contacto durante as verificações<br />

e nas operações de montagem final.<br />

O diâmetro interior do alojamento é essencial<br />

para a correcta fixação do rolamento,<br />

efectuada através de uma cola especial<br />

ou uma tampa de retenção, ou ambas.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

PEÇAS RECONDICIONADAS Março 2<strong>006</strong> 47<br />

A peça acabada de testar é identificada<br />

com uma etiqueta de código de barras<br />

(que identifica a fábrica onde ocorreu a<br />

refabricação da peça) e leva o carimbo de<br />

identificação do operário encarregado dos<br />

testes, para se conseguir uma total rastreabilidade.<br />

EMBALAGEM E ENVIO<br />

Por seu turno, os estatores são verificados<br />

antes da sua montagem final, para<br />

comprovar fugas de massa, continuidade,<br />

equilíbrio de fase e resistência.<br />

O rotor entra à pressão, utilizando um<br />

adaptador específico, a fim de não danificar<br />

as pás de ventilação, nem o anel deslizante.<br />

Pronto para a verificação final, o alternador<br />

é montado na máquina de testes,<br />

que já tem em memória os dados correspondentes<br />

ao alternador em questão.<br />

Os alternadores são metidos em sacos<br />

de plástico, juntamente com o respectivo<br />

certificado de validação individual, sendo<br />

remetidos para os centros de distribuição<br />

em todo o mundo.<br />

O rotor, por seu turno, é igualmente verificado<br />

antes da montagem, a fim de<br />

comprovar os valores de fugas de massa,<br />

continuidade e resistência, os quais devem<br />

corresponder rigorosamente às especificações<br />

de origem.<br />

Em seguida, o estator é colocado na sua<br />

posição correcta, sendo encaixada a tampa<br />

do lado oposto. Para realizar o ajustamento<br />

presssiona-se uma tampa contra a outra,<br />

progressivamente, sendo os parafusos de<br />

aperto final montados com uma chave<br />

pneumática com regulação de binário.<br />

A máquina de testes consegue simular<br />

as condições do veículo, a to<strong>das</strong> as velocidades,<br />

ao mesmo tempo que verifica<br />

que to<strong>das</strong> as saí<strong>das</strong> debita<strong>das</strong> pelo alternador<br />

correspondem aos valores de origem.<br />

No caso do rectificador de voltagem, é<br />

verificada separadamente a polaridade de<br />

cada diodo individual. Os três diodos são<br />

também ensaiados em conjunto, devendo<br />

ser medi<strong>das</strong> as fugas de massa <strong>das</strong> placas<br />

negativa e positiva.<br />

Os cabos da bobina de campo são soldados<br />

ao rectificador, entretanto já aparafusado<br />

na tampa do lado oposto à correia.<br />

O osciloscópio permite visualizar a onda<br />

senoidal e o equilíbrio de fase, enquanto o<br />

computador regista os resultados.<br />

VALIDAÇÃO DO PRODUTO<br />

De cada remessa é efectuada uma<br />

amosta aleatória, sendo efectuados novos<br />

testes, o que permite garantir os padrões<br />

de qualidade elevados. Depois de aguardar<br />

no armazém a chegada do pedido correspondente,<br />

a peça é colocada numa caixa<br />

apropriada, desenhada para oferecer<br />

protecção no transporte e manipulação.<br />

A voltagem à saída do regulador é medida<br />

com aparelho próprio. Um alternador<br />

de 12 volt deve apresentar uma saída<br />

nominal de 14,3 V.<br />

MONTAGEM FINAL<br />

O rotor é montado na tampa do lado da<br />

correia, onde foi já colocado um rolamento<br />

novo.<br />

Finalmente, a cobertura de protecção<br />

posterior, em material sintético é aparafusada<br />

no seu lugar, após o que se apertam<br />

os pernos dos terminais, à mão, ficando<br />

prontos para receber os cabos do cliente.<br />

Com o alternador já pronto, é aplicada<br />

a poleia correspondente à aplicação. Na<br />

rosca do lado do parafuso é montado um<br />

vedante de rosca, apertando-se a porca<br />

com uma ferramenta com regulação de<br />

binário.<br />

Se os testes finais decorrerem normalmente,<br />

o computador emite um certificado<br />

de validação. Em caso contrário, se a peça<br />

não cumprir alguns dos parâmetros exigidos,<br />

o computador imprimirá uma etiqueta<br />

de rejeição.<br />

No certificado de validação estão registados<br />

todos os parâmetros exigíveis. No<br />

caso concreto, o alternador de 90 A alcançou<br />

uma saída máxima de 110 amperes, a<br />

uma voltagem de 14,4 (a quente). Começou<br />

a gerar corrente eléctrica a 1.242 rpm<br />

(regime do veio do alternador), funcionando<br />

o circuito da lâmpada de ignição<br />

correctamente. A curva de rendimento<br />

mostra a saída de corrente para todo o espectro<br />

de regimes.<br />

Ao passar o código de barras da peça<br />

num scanner, a venda fica registada, sendo<br />

impressas simultaneamente as etiquetas<br />

da peça e da respectiva caixa. Na mesma<br />

embalagem seguem igualmente as<br />

instruções de montagem principais e os<br />

boletins de especificações técnicas.<br />

Entretanto, o computador valida a transacção,<br />

emitindo uma etiqueta de expedição,<br />

que será colada na embalagem. Recomeça<br />

a aventura de uma peça reconstruída…<br />

Fonte: Remy


48<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

CONHECER<br />

Bombas de água<br />

Constituição e montagem<br />

<strong>das</strong> bombas de água (II PARTE)<br />

Depois de termos analisado na anterior edição o funcionamento e a importância dos<br />

rendimentos <strong>das</strong> bombas de água, vamos agora analisar os diversos componentes que as<br />

constituem, assim como o procedimento correcto para a sua montagem.<br />

EMPANQUE MECÂNICO<br />

Parte fixa<br />

Parte móvel<br />

Anéis de deslizamento<br />

0 funcionamento do empanque mecânico dá-se por<br />

equilíbrio do fluido evaporante a um certo regime de<br />

temperatura, determinado pela fricção <strong>das</strong> duas<br />

superfícies de deslizamento.<br />

Os fabricantes de empanques mecânicos têm evoluído na investigação sobre os materiais, no sentido da<br />

resolução do problema do ruído, que se manifesta em particulares condições de funcionamento da bomba.<br />

Um mau líquido refrigerante danifica o empanque<br />

mecânico: normalmente, se este não é substituído,<br />

substâncias calcárias ou sujidade riscam as<br />

superfícies de deslizamento, comprometendo o<br />

espancamento.<br />

Empanque mecânico<br />

Os empanques mecânicos montados<br />

nas bombas de água devem<br />

superar o teste de funcionamento ininterrupto<br />

por 500 horas (que correspondem a<br />

percorrer mais de 40.000 km em condições<br />

normais de utilização), com a repetição de<br />

ciclos de 9 horas entre -25ºC e +130ºC de<br />

temperatura do líquido refrigerante, a vários<br />

e significativos números de rotações.<br />

Em relação aos outros materiais constituintes<br />

dos empanques mecânicos, os elementos<br />

em borracha são capazes de resistir<br />

às altas temperaturas (HNBR), isto é,<br />

constantemente sobre os 110 ºC, e os elementos<br />

metálicos são em aço inoxidável<br />

(o que não seria necessário, se se utilizassem<br />

sempre os líquidos refrigerantes recomendados!).<br />

0 funcionamento do empanque mecânico<br />

dá-se por equilíbrio do fluido evaporante<br />

a um certo regime de temperatura,<br />

determinado pela fricção <strong>das</strong> duas superfícies<br />

de deslizamento. Fora deste equilíbrio<br />

dão-se pequenas per<strong>das</strong> inevitáveis,<br />

recolhi<strong>das</strong> geralmente num poço de evaporação<br />

apropriado, que tem o objectivo<br />

de não alarmar inutilmente o automobilista.<br />

Um mau líquido refrigerante danifica<br />

o empanque mecânico: normalmente, se<br />

este não é substituído, substâncias calcárias<br />

ou sujidade riscam as superfícies de<br />

deslizamento, comprometendo o estancamento;<br />

em casos extremos, infelizmente,<br />

manifesta-se até uma agressão química a<br />

várias superfícies do empanque mecânico<br />

(e dos outros componentes da bomba).<br />

Manifesta-se também frequentemente<br />

um outro defeito: a danificação <strong>das</strong> superfícies<br />

de deslizamento por excesso de<br />

temperatura; várias partes do empanque<br />

mecânico assumem, neste caso, a típica<br />

coloração azulada. Esta situação acontece<br />

normalmente com a rotação a seco da<br />

bomba. Por sua vez, isto acontece se o<br />

circuito não é correctamente limpo, deixando<br />

que bolhas de ar estagnem até perto<br />

da bomba, que não consegue assim arrancar.<br />

Em todos os casos citados dá-se<br />

uma perda prematura do estancamento,<br />

que se evidencia com vestígios de líquido<br />

refrigerante no corpo.<br />

Um fenómeno que se manifestou recentemente<br />

de modo persistente é o "ruído"<br />

do empanque mecânico especialmente<br />

a baixos regimes de rotação. Este aborrecido<br />

inconveniente, ligado à introdução<br />

de materiais mais duros como o chamado<br />

"hard-carbon" (materiais que aliás reduziram<br />

fortemente a incidência <strong>das</strong> per<strong>das</strong>),<br />

manifesta-se só em particulares<br />

condições de funcionamento da bomba. 0<br />

aparecimento do fenómeno, dito "stickslip",<br />

sentido como uma espécie de assobio<br />

ou chio, dá-se por intermitência de<br />

colagem e descolagem <strong>das</strong> superfícies de<br />

estancamento, especialmente em condições<br />

de rotação quase a seco com baixo<br />

número de rotações. Portanto, também<br />

este fenómeno está ligado a condições insatisfatórias<br />

de limpeza do circuito, ainda<br />

As superfícies de deslizamento podem ficar<br />

danifica<strong>das</strong> por excesso de temperatura; várias<br />

partes do empanque mecânico assumem, neste<br />

caso, a típica coloração azulada.<br />

pior se a configuração original do rotor<br />

dificulta a evacuação do ar em redor do<br />

empanque mecânico. Em alguns casos a<br />

bomba não está posicionada no motor no<br />

lugar mais adequado (aquele mais baixo<br />

do circuito): isto impede o arranque da<br />

bomba, aumentando assim a probabilidade<br />

de rotação a seco.<br />

De qualquer modo, os fabricantes dos<br />

empanques mecânicos já há tempos que<br />

orientaram a investigação sobre os materiais<br />

no sentido da resolução do problema<br />

do ruído.<br />

Turbinas<br />

As turbinas têm, em geral, as configurações<br />

mais varia<strong>das</strong>, mas para os números<br />

de rotações característicos elas são geralmente<br />

do tipo “caixas fecha<strong>das</strong>” ou então<br />

do tipo “aberto”. 0 número óptimo de pás<br />

(geralmente compreendido entre um mínimo<br />

de 4-5 e um máximo de 10-12), mas<br />

também a conformação da turbina, depende<br />

do chamado número de rotações característico.<br />

O diâmetro da turbina e o ângulo<br />

0 número óptimo de pás da turbina (geralmente<br />

compreendido entre um mínimo de 4-5 e um máximo<br />

de 10-12) depende do chamado número de rotações<br />

característico.<br />

de saída <strong>das</strong> pás são pois os parâmetros que<br />

determinam mais directamente as características<br />

hidráulicas da turbina.<br />

A utilização para as turbinas de materiais<br />

como o latão, o ferro fundido ou a chapa,<br />

longe de ter sido superada, revela-se uma<br />

escolha acertada, que visa fornecer componentes<br />

de duração praticamente eterna nas<br />

normais condições de utilização. Quando a<br />

geometria da turbina original obriga porém<br />

ao uso do plástico, recorre-se exclusivamente<br />

a tecno-polímeros de primeira qualidade,<br />

com as características mecânicas e<br />

químico-físicas apropria<strong>das</strong> para este delicado<br />

uso. Um problema frequente é a presença<br />

de um corpo estranho que pode chegar<br />

a cortar to<strong>das</strong> as pás da turbina. Para<br />

evitar o problema é preciso drenar o circuito<br />

de arrefecimento e substituir completamente<br />

o líquido refrigerante, inspeccionando<br />

bem o alojamento da bomba. Nas turbinas<br />

de plástico originais, em raros casos,<br />

pode dar-se o completo descolamento do<br />

polímero do casquilho de encaixe na árvore.<br />

0 adequado projecto da turbina de plástico<br />

e o severo controlo dos parâmetros de<br />

fusão limita o problema.<br />

Polia<br />

Na polia, embora seja um componente<br />

muito solicitado mecanicamente, o cuidado<br />

na realização e a justa escolha dos materiais,<br />

fazem com que normalmente não se<br />

evidenciem problemas. As polias denta<strong>das</strong>,<br />

muitas vezes fabrica<strong>das</strong> em aço sinterizado,<br />

são normalmente um componente importante,<br />

dado que fazem parte dos elementos<br />

da distribuição. Todavia, um erro de montagem<br />

(tensão excessiva) danificará mais<br />

facilmente o rolamento da polia. Pelo contrário,<br />

o não alinhamento da correia danifica<br />

eventuais anéis de guia soldados: esta<br />

nunca deve trabalhar contra eles, sob pena<br />

de estes se descolarem. Nesses casos, o alinhamento<br />

e o posicionamento da correia<br />

devem ser feitos partindo da polia da árvore<br />

motor e da da distribuição. Nos casos em<br />

que a polia da bomba faz de guia à correia,<br />

o anel de apoio é parte integrante da polia<br />

em vez de ser soldado.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

CONHECER Março 2<strong>006</strong> 49<br />

As polias denta<strong>das</strong>, muitas vezes fabrica<strong>das</strong> em aço<br />

sinterizado, são normalmente um componente<br />

importante, dado que fazem parte dos elementos da<br />

distribuição.<br />

Instruções para a montagem da bomba<br />

01) Montar sempre a bomba seguindo as<br />

prescrições do construtor.<br />

02) Esvaziar completamente o circuito de<br />

arrefecimento, lavar e passar por água<br />

antes de substituir o líquido refrigerante<br />

pelo novo. Ter em atenção que a presença<br />

de partículas de sujidade danifica<br />

o empanque mecânico, causando o seu<br />

precoce desgaste por abrasão.<br />

03) Depois de ter desmontado a bomba velha,<br />

remover completamente os resíduos<br />

do vedante e do isolante da superfície<br />

do bloco motor, tendo o cuidado de<br />

não a danificar.<br />

04) Só nos casos em que a bomba está desprovida<br />

de vedante, aplicar um bom<br />

isolante entre a bomba e o bloco motor.<br />

05) Aparafusar os parafusos de fixação sem<br />

os apertar. Verificar que a bomba esteja<br />

centrada e que roda livremente.<br />

Apertar então os parafusos uniformemente<br />

e de modo cruzado.<br />

06) Esperar que o isolante pegue.<br />

07) Substituir to<strong>das</strong> as braçadeiras de fixação<br />

que possam influenciar a hermeticidade<br />

do circuito.<br />

08) Encher completamente o circuito com o<br />

novo líquido refrigerante até ao nível<br />

máximo do tanque de enchimento. Garantir<br />

se a compatibilidade químico-física<br />

dos componentes utilizados na<br />

bomba com os líquidos refrigerantes<br />

recomendados pelas casas construtoras.<br />

09) Posicionar a correia de arrastamento e<br />

esticá-la segundo as prescrições do manual<br />

do construtor. Atenção: uma tensão<br />

da correia superior à indicada reduz<br />

a duração do rolamento, conduzindo a<br />

bomba a uma ruptura precoce.<br />

10) Deixar o circuito de arrefecimento<br />

aberto no ponto mais alto, de modo a<br />

permitir a saída do ar. Pôr a funcionar o<br />

aquecimento, posicionando oportunamente<br />

o manipulo do comando. Ligar o<br />

motor para a prova de funcionamento,<br />

seguindo as instruções <strong>das</strong> casas construtoras.<br />

É possível que se verifique,<br />

nesta fase, uma pequena perda de assentamento<br />

pelo furo de drenagem:<br />

esta é normal e em breve desaparecerá.<br />

Atenção: A presença de ar no circuito,<br />

assim como o funcionamento a seco,<br />

comprometem precocemente o empanque<br />

mecânico: limpar bem o circuito e<br />

evitar o funcionamento da bomba sem<br />

o líquido refrigerante.<br />

11) Depois de ter limpo bem o circuito, desligar<br />

o motor e esperar que arrefeça.<br />

Atestar então o circuito e fechá-lo.<br />

12) Verificar que a bomba escolhida possa ser<br />

trocada por aquela que foi substituída.<br />

13) Limitar a utilização da bomba apenas à<br />

função prevista no motor original, evitando<br />

usos imprópríos.<br />

14) Paralelamente à substituição da bomba<br />

e do líquido refrigerante, para garantir<br />

o correcto funcionamento da própria<br />

bomba, é necessário verificar o correcto<br />

funcionamento dos componentes<br />

abaixo mencionados; no caso de se verificarem<br />

problemas de correcto funcionamento<br />

de alguns deles, é necessária<br />

a substituição de:<br />

- Rolos esticadores ou de compensação;<br />

- Correia de arrastamento;<br />

- Outros elementos em rotação no eixo da<br />

bomba, como ventiladores, juntas viscoso-estáticas,<br />

etc. (de facto o seu desgaste<br />

provoca um mau alinhamento que danifica<br />

precocemente o rolamento da bomba);<br />

- Termóstato/termo-contacto.<br />

A correia rompeu-se e são visíveis restos<br />

de borracha na polia.<br />

A descolagem do anel de apoio da polia é uma<br />

consequência, não uma causa, do desalinhamento da<br />

correia da distribuição.<br />

Casos frequentes de avaria da bomba<br />

Como foi explicado, a bomba de água é<br />

um componente sujeito a desgaste, e também<br />

por isso são muitos os casos em que,<br />

levada até à ruptura, lhe é imputada a ruptura<br />

de outros componentes do motor com<br />

danos até consideráveis. Quase sempre, porém,<br />

confunde-se a causa com o efeito: são<br />

muitas as causas externas que levam à avaria<br />

da bomba, e estas têm que ser considera<strong>das</strong><br />

para se realizar a correcta montagem<br />

da própria bomba e a correcta regulação do<br />

sistema no qual ela deverá operar. Assim,<br />

para além de ler atentamente as instruções<br />

de montagem, pode ser útil a descrição de<br />

alguns casos típicos de avaria da bomba<br />

por causas externas:<br />

- Tensão excessiva<br />

ou desgaste da correia<br />

A correia rompeu-se e são visíveis restos<br />

de borracha na polia. As causas são: tensão<br />

excessiva ou a não substituição da correia<br />

desgastada, que é sempre boa norma substituir<br />

ao mesmo tempo que a bomba.<br />

- Mau alinhamento da correia<br />

A descolagem do anel de apoio da polia<br />

é uma consequência, não uma causa, do desalinhamento<br />

da correia da distribuição. De<br />

facto, o lado que mantém a correia na correcta<br />

posição tem o apoio integrado na polia.<br />

É necessário verificar o correcto alinhamento<br />

de todos os elementos em rotação na<br />

correia da distribuição. Além disso, devido<br />

aos diferentes desgastes, é necessário substituir<br />

juntamente com a bomba todos os rolos<br />

esticadores e de compensação, senão o<br />

elemento mais desgastado cederá precocemente<br />

devido à tensão da correia nova, e<br />

aquele que está desalinhado fá-la cair.<br />

É sempre necessário controlar, alinhar ou<br />

eventualmente substituir os componentes,<br />

como juntas viscoso-estáticas e ventiladores<br />

acoplados na árvore, sob pena de avaria<br />

precoce da bomba.<br />

- Perda normal de líquido<br />

do empanque mecânico<br />

Uma perda de assentamento do empanque<br />

mecânico, que normalmente termina<br />

depois de 1-3 horas de funcionamento, é<br />

normal e inevitável. Para não mostrarem ao<br />

utilizador esta perda, as bombas mais recentes<br />

têm um reservatório de acumulação<br />

apropriado que permite que a perda se evapore<br />

sem se tornar "visível".<br />

Caso de uma junta viscoso-estática rota que causou<br />

a ruptura do rolamento<br />

Uma perda de assentamento do empanque<br />

mecânico, que normalmente termina depois de 1-3<br />

horas de funcionamento, é normal e inevitável.<br />

- Perda considerável de líquido<br />

do empanque mecânico<br />

Pelo contrário, uma perda abundante e<br />

contínua pelo furo de descarga deve ser<br />

averiguada. A causa mais frequente é a utilização<br />

de um líquido refrigerante não idóneo<br />

ou contaminado por impurezas que riscam<br />

os planos de deslizamento do empanque.<br />

A contaminação nos motores mais velhos<br />

é devida também à má estanqueidade<br />

do vedante da cabeça, com infiltração dos<br />

gases de combustão no circuito de arrefecimento:<br />

isto modifica tanto o estado químico,<br />

como a pressão do líquido refrigerante;<br />

se há problemas no reservatório de expansão<br />

em alguns casos a mola do empanque<br />

mecânico da bomba pode chegar a ceder<br />

devido a uma pressão superior àquela para<br />

a qual foi projectada.<br />

- Corte <strong>das</strong> pás da turbina<br />

Um corpo estranho no circuito cortou as<br />

pás. Por vezes trata-se mesmo dos resíduos<br />

da ruptura da bomba anteriormente instalada.<br />

É necessário certificar-se de ter limpo<br />

bem o circuito antes de substituir o líquido<br />

refrigerante.<br />

- Utilização de líquidos refrigerantes<br />

não idóneos<br />

Nestes casos, a corrosão de to<strong>das</strong> as partes<br />

<strong>das</strong> bombas indica a utilização de água<br />

e sais no interior do circuito. É evidente a<br />

não utilização de líquidos conforme as recomendações<br />

do construtor.<br />

Fonte: Metelli s.p.a.<br />

A corrosão de to<strong>das</strong> as partes <strong>das</strong> bombas indica a utilização de água e sais no interior do circuito, o que é prova evidente da não utilização de líquidos conforme as recomendações do construtor.


50<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

Março 2<strong>006</strong><br />

PNEUS<br />

Breves<br />

“EUROMILHÕES“<br />

PARA A MICHELIN<br />

A aposta que o grupo francês<br />

tem mantido na qualidade do produto<br />

e serviços resultou numa<br />

facturação de € 15.590 milhões<br />

em 2005, o que proporcionou €<br />

889 milhões de lucros, ou seja,<br />

mais 35,9% do que no ano anterior.<br />

Apesar da ligeira queda do<br />

mercado de reposição europeu<br />

(ligeiros e pesados), a montagem<br />

de primeiro equipamento cresceu<br />

a nível mundial, com subi<strong>das</strong> de<br />

7,7% nos EUA e 4% na Europa.<br />

Apesar de reconhecer que parte<br />

dos lucros provém de benefícios<br />

cambiais, a administração da Michelin<br />

destaca o papel do esforço<br />

de redução de custos nos resultados<br />

alcançados. Para 2<strong>006</strong>, as<br />

previsões apontam para a estabilização<br />

dos preços <strong>das</strong> matériasprimas,<br />

cuja subida nos últimos<br />

anos reduziu a margem operacional<br />

<strong>das</strong> empresas.<br />

GOODYEAR<br />

VENDE € 16.500 MILHÕES<br />

A multinacional Goodyear Tire<br />

& Rubber Company, especializadada<br />

no fabrico de pneus e outros<br />

produtos derivados de borracha,<br />

superou em 2005 o seu próprio<br />

máximo de ven<strong>das</strong> anterior, apesar<br />

de reconhecer as dificuldades<br />

gera<strong>das</strong> pela subida <strong>das</strong> matériasprimas,<br />

no final do ano (+13%). A<br />

racionalização da disponibilidade<br />

financeira e do nível de stocks, foram<br />

os instrumentos de gestão utilizados<br />

para controlar a subida dos<br />

custos, sendo os resultados da empresa<br />

o reflexo da política de inovação<br />

e lançamento de novos produtos,<br />

apoiada em planos de marketing<br />

actualizados.<br />

BRIDGESTONE<br />

INVESTE NA CHINA<br />

O grupo Bridgestone vai investir<br />

€ 856 milhões numa nova fábrica<br />

de borracha sintética em<br />

Guangdong (China). A nova unidade<br />

produtiva ocupará 210 trabalhadores<br />

e terá uma produção anual<br />

de cerca de 50 mil tonela<strong>das</strong>,<br />

destinada a fornecer as fábricas<br />

Bridgestone na China e noutros<br />

pontos da Ásia e ao aumento da<br />

procura.<br />

SENHORAS PODEM COMPRAR<br />

PNEUS VIA WEB<br />

Graças a um novo portal<br />

(www.reifendirekt.de), as senhoras<br />

de toda a Europa terão a partir<br />

de agora possibilidade de comprar<br />

os seus novos pneus quando melhor<br />

entenderem, sem os condicionalismos<br />

e constrangimentos da<br />

passagem pelos locais de venda,<br />

por vezes demasiado “masculinos“<br />

e “profissionais“… A comparação<br />

de preços, caraterísticas,<br />

promoções, locais de montagem,<br />

etc., estão ao alcance de um clic<br />

do rato, podendo ser feita a escolha<br />

e decidido o negócio em casa,<br />

no emprego ou pelo seu portátil.<br />

Estão disponíveis 70 marcas e 15<br />

mil tipos de pneus (24 h por dia, 7<br />

dias por semana e 365 dias por<br />

ano), tendo um desconto de 25%<br />

no preço, o qual pode ser pago<br />

com cartão de crédito.<br />

Qualquer condutor minimamente<br />

exigente, pretende<br />

que os pneus do<br />

seu carro se “agarrem” bem á estrada<br />

e que tenham um bom comportamento<br />

em estra<strong>das</strong> molha<strong>das</strong>.<br />

Só que a Michelin conclui,<br />

através de um estudo internacional,<br />

elaborado junto de muito<br />

condutores europeus que uma <strong>das</strong><br />

suas principais exigências é a longevidade<br />

do pneu, isto é, cerca de<br />

70% dos condutores referem que<br />

os pneus têm uma vida útil muito<br />

curta.<br />

Atendendo a esta realidade e à<br />

longa experiência que detém, a<br />

Michelin lançou o novo Primacy<br />

HP, um novo tipo de pneu destinado<br />

ao segmento <strong>das</strong> berlinas de<br />

gama média/alta e alta, que apresenta<br />

como principal argumento<br />

um aumento da sua vida útil<br />

de pelos menos 25% em relação<br />

a pneus congéneres<br />

de marcas concorrentes.<br />

Para se obter estes resultados,<br />

a Michelin aponta três<br />

principais inovações, nomeadamente<br />

a mistura<br />

entre o Elasto Sport<br />

(já usado na gama<br />

Pilot) e a Sílica, a<br />

arquitectura específica<br />

com nova estrutura deformável<br />

e a nova escultura do pneu. É<br />

neste triângulo entre a arquitectura,<br />

a escultura e os materiais usados<br />

neste pneu, que reside o grande<br />

segredo do Primacy.<br />

Para além de aumentarem a<br />

vida útil do pneu, estas inovações<br />

introduzi<strong>das</strong> na gama Premacy<br />

HP (High Perfomance), permitem<br />

uma melhor aderência do pneu<br />

quer em seco quer em molhado,<br />

com o consequente aumento da<br />

segurança, incrementando ainda a<br />

capacidade de travagem.<br />

Segundo a Michelin, diversos<br />

testes efectuados comprovam que<br />

depois de 10.000 Kms percorridos<br />

o Primacy HP consegue travar<br />

em menos de 1,2 metros que<br />

qualquer pneu concorrente, sem<br />

contudo perder as suas características<br />

de performance e aderência.<br />

Estes testes tiveram<br />

a chancela da TUV Automotive<br />

e permitem aferir<br />

que enquanto um<br />

carro equipado com<br />

Primacy HP pára<br />

(depois de iniciar a travagem<br />

a 90 Km/h)<br />

um carro idêntico<br />

mas equipado com<br />

outra marca de<br />

Michelin Premacy HP<br />

Maior longevidade<br />

O segredo do Michelin Primacy HP está no ASM, que é a conjugação do desenvolvmento<br />

conjunto dos materiais, da estrutura e da escultura do pneu. O resultado é uma<br />

durabilidade superior do Primacy face aos concorrentes directos<br />

Reinventar a roda, ou melhor, o pneu é<br />

a constante procura de cada construtor<br />

e fabricante de pneus a nível mundial,<br />

e a Bridgstone não é excepção.<br />

A mais recente novidade deste construtor<br />

nipónico é o pneu com multi-câmara de ar,<br />

que dispõe de três câmaras separa<strong>das</strong> funcionando<br />

como reservatórios de pressão.<br />

Trata-se de um conceito inovador que é o<br />

resultado de aturados esforços de pesquisa e<br />

desenvolvimento, tendo em vista o futuro dos<br />

pneus. Na prática o pneu com multi-câmara de<br />

ar, é constituído por uma câmara principal ao<br />

centro e duas sub-câmaras de cada um dos lados<br />

(ver esquema). A pressão do ar em cada<br />

uma <strong>das</strong> câmaras pode ser controlada independentemente,<br />

tornando possível ajustar o equilíbrio<br />

de rigidez entre a zona do piso e as paredes<br />

laterais esquerda e direita do próprio pneu.<br />

Bridgestone<br />

pneus circula ainda a 16 Km/h<br />

imobilizando-se apenas 1,2 metros<br />

depois.<br />

O novo Michelin Premacy HP,<br />

que vem substituir o anterior pneu<br />

com o mesmo nome, servirá não<br />

só as necessidades do primeiro<br />

equipamento bem como o mercado<br />

de substituição, estando disponível<br />

num total de 23 referências<br />

entre as medi<strong>das</strong> 205/55 R16 e<br />

Novo pneu com<br />

multi-câmara de ar<br />

245/45 R18 para indíces de velocidade<br />

H, Y, V e W.<br />

O Primacy HP não vem substituir<br />

o Pilot Primacy, embora tenham<br />

preços semelhantes, passando<br />

a ser produtos complementares<br />

na gama Michelin.<br />

Refira-se que este dois produtos<br />

(Primacy HP e Pilot Primacy)<br />

não podem, nem devem, ser usados<br />

no mesmo eixo de um carro.<br />

Tal desenvolvimento, permite um contacto<br />

ideal do pneu com a estrada em to<strong>das</strong> as condições,<br />

com uma condução mais estável e confortável.<br />

Por outro lado, assegura ainda que a<br />

performance possa ser ajustada de acordo com<br />

as necessidades do utilizador, tais como conforto<br />

e capacidade de manobra.<br />

Por outro lado e uma vez que o pneu se encontra<br />

dividido em três partes, mesmo que a<br />

pressão de ar de uma <strong>das</strong> câmaras caia para<br />

zero devido a um furo, por exemplo, as outras<br />

câmaras serão capazes de suportar o peso do<br />

pneu, pelo que este poderá continuar a rodar<br />

ao longo de uma determinada distância.<br />

Embora ainda não seja conhecida a comercialização<br />

desta inovação, a Bridgestone irá<br />

prosseguir o desenvolvimento deste conceito<br />

de pneu de multi-câmara de ar para uma utilização<br />

corrente em termos de futuro.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO Março 2<strong>006</strong> 21<br />

Para demonstração, foi reparado um<br />

pára-choques traseiro de um Ford<br />

Mondeo, fabricado em poliuretano<br />

expandido. A reparação foi efectuada<br />

com poliuretano mono componente. A<br />

ruptura ocorreu no suporte interior<br />

esquerdo do pára-choques, tendo sido<br />

reparada conforme passamos a<br />

descrever:<br />

REPARAÇÃO POR COLAGEM COM POLIURETANO<br />

O suporte partido foi então aplicado e centrado<br />

directamente sobre as marcas da própria ruptura.<br />

COLECCIONÁVEL (VI)<br />

O suporte interno do pára-choques está solto,<br />

devido a uma ruptura do poliuretano expandido.<br />

Se o material não estiver muito deteriorado<br />

devido aos raios ultravioleta, a sua reparação é<br />

rápida e simples.<br />

Com a peça no local exacto, foi necessário mantê-la<br />

sob pressão, durante cerca de 6 horas, o tempo<br />

necessário para polimerizar o poliuretano.<br />

Em primeiro lugar foram eliminados pedaços de<br />

material partidos ou danificados, tanto no suporte<br />

como no pára-choques, para facilitar a aderência<br />

da cola.<br />

Com o suporte já colado no seu local correcto,<br />

foram retirados pedaços de espuma em redor de<br />

toda a linha de colagem, de modo a criar uma base<br />

para aplicar cola pelo exterior. Com um jacto de ar<br />

comprimido efectuou-se seguidamente a limpeza<br />

da peça.<br />

Nos casos em que o material está exposto a raios<br />

ultravioleta (luz solar, por exemplo), pode ser<br />

necessário eliminar a camada superficial da<br />

espuma que se encontra degradada.<br />

Para reforçar a reparação, foi aplicado um cordão<br />

de cola de poliuretano a toda a volta. O poliuretano<br />

expandido apresenta uma superfície muito porosa,<br />

o que facilita a aderência da cola.<br />

Com um jacto de ar comprimido foram<br />

elimina<strong>das</strong> sujidades e partículas de material<br />

soltas.<br />

Para moldar a cola aplicada ao formato da peça,<br />

colocou-se uma película termoplástica por cima do<br />

cordão de cola, tendo sido retirada no final sem<br />

qualquer dificuldade.<br />

A cola utilizada foi um vedante à base de<br />

poliuretano, tendo sido aplicada na superfície de<br />

ruptura com uma pistola de extrusão. A cola é<br />

aplicada em toda a superfície deteriorada.<br />

Aspecto final da peça reparada.<br />

VI - PROCEDIMENTOS DE HIGIENE E SEGURANÇA<br />

Para que um trabalhador se proteja de forma correcta, no desempenho<br />

de uma determinada actividade, tem que conhecer os riscos a que está<br />

exposto e as razões concretas desse risco. Na reparação de plásticos,<br />

devido à composição química destes materiais, importa ter uma visão global<br />

dos riscos inerentes às diversas operações e as medi<strong>das</strong> de segurança e<br />

protecção adequa<strong>das</strong> que se devem aplicar. De um modo geral, o risco<br />

principal ao trabalhar com materiais plásticos reside na possibilidade de<br />

sofrer intoxicações de gases ou partículas, quer originados pelos próprios<br />

plásticos, quer pelos produtos e processos utilizados para proceder à reparação.<br />

Os principais inimigos do operador são, neste caso, os vapores,<br />

gases, pós, fibras ou líquidos, sendo os pontos do organismo mais vulneráveis<br />

a esses agentes as vias respiratórias (incluindo a boca) e a pele. As<br />

pessoas menos avisa<strong>das</strong> julgam que eliminando os procedimentos de<br />

higiene e segurança conseguem operar mais rapidamente e com maior<br />

produtividade. No entanto, as paragens de laboração por problemas de<br />

saúde ou acidentes acabam por deitar por terra semelhante teoria. A produtividade<br />

consistente e sustentada apenas pode resultar de procedimentos<br />

seguros e defensivos.<br />

Vamos referir de seguida os principais riscos<br />

que o profissional corre, relativamente à manipulação<br />

de vários tipos de produtos utilizados na<br />

reparação de plásticos:<br />

Produtos de Limpeza<br />

Os dissolventes e produtos de limpeza específicos<br />

para plásticos contêm elementos nocivos por<br />

inalação ou pelo contacto com a pele. Como são<br />

muito inflamáveis, o outro risco é a sua inflamação<br />

ou explosão em contacto com uma chama.<br />

Resinas de Poliéster<br />

Contêm estireno composto, substância que<br />

irrita os olhos e as vias respiratórias, não sendo<br />

conveniente respirar os seus vapores.<br />

MANIPULAÇÃO DOS PRODUTOS<br />

Além disso, os peróxidos orgânicos empregados<br />

como catalizadores da resina (benzeno),<br />

são irritantes para a pele, podendo provocar<br />

dermatites.<br />

Resinas epoxy e colas<br />

Evitar o contacto com a pele e os olhos. Alguns<br />

elementos químicos usados como endurecedor<br />

provocam a irritação da pele, olhos e vias respiratórias,<br />

podendo causar asma.<br />

Poliuretanos<br />

Na composição deste material entram isocianatos,<br />

os quais aumentam a sensibilidade <strong>das</strong> mucosas<br />

e irritação da pele. Esses elementos tornam-se<br />

mais voláteis durante a reacção de polimerização.


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

22 Março 2<strong>006</strong><br />

REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO<br />

RISCOS<br />

DERIVADOS DAS<br />

OPERAÇÕES A REALIZAR<br />

As operações que apresentam<br />

maior risco para o profissional,<br />

são a lixagem e a soldadura.<br />

Operações de Lixagem<br />

Os pós que se libertam durante<br />

as operações de lixagem de plásticos<br />

e outros materiais intervenientes<br />

nas reparações ficam em<br />

suspensão no ar ambiente, em<br />

especial as partículas mais finas.<br />

A inalação dessas poeiras pelas<br />

vias respiratórias e pela boca provoca<br />

problemas de saúde, especialmente<br />

a diminuição da<br />

capacidade respiratória e irritações<br />

cutâneas. A longo prazo, a<br />

inalação desses pós provoca<br />

doenças ainda mais graves.<br />

Operações de Soldadura<br />

Quase todos os tipos de plásticos<br />

libertam a altas temperaturas<br />

gases tóxicos e hidrocarbonetos<br />

(HC) muito voláteis, susceptíveis<br />

de provocar intoxicações a<br />

quem fizer uma inalação prolongada<br />

deles.<br />

Para limitar os riscos e proteger os operadores<br />

envolvidos na reparação de plásticos,<br />

passamos a enumerar uma série de<br />

medi<strong>das</strong> julga<strong>das</strong> mais adequa<strong>das</strong>:<br />

- As máquinas de lixar<br />

devem estar equipa<strong>das</strong><br />

com extractores de pós<br />

por aspiração, que evitam<br />

a contaminação do<br />

ar da oficina.<br />

- Para além <strong>das</strong> ferramentas<br />

com aspiração, a<br />

área de trabalho deve possuir um sistema<br />

de aspiração e renovação de ar.<br />

- No local onde se está a proceder à reparação<br />

de plásticos não devem existir chamas<br />

nem corpos incandescentes, para<br />

evitar a inflamação dos vapores mais voláteis.<br />

- Não fumar durante as reparações.<br />

- Para evitar o contacto<br />

dos produtos utilizados<br />

com a pele e os<br />

olhos é necessário utilizar<br />

luvas e óculos apropriados.<br />

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTECÇÃO<br />

- Nos materiais que<br />

utilizam reforço de fibra<br />

de vidro é aconselhado<br />

um fato de macaco integral<br />

e máscara facial.<br />

- Para evitar queimaduras,<br />

é convenientes<br />

utilizar luvas apropria<strong>das</strong><br />

nas operações de<br />

soldadura e aquecimento<br />

<strong>das</strong> peças, para<br />

conformação.<br />

ZONAS RISCOS MEDIDAS<br />

VULNERÁVEIS<br />

DE PROTECÇÃO<br />

OLHOS - Projecção de produtos, - Óculos de segurança.<br />

gases e corpos estranhos.<br />

MÃOS - Queimaduras, golpes - Luvas de trabalho.<br />

e irritações cutâneas. - Luvas de protecção térmica.<br />

VIAS - Inalação e pós, gases e vapores. - Máscara apropriada a cada operação.<br />

RESPIRATÓRIAS<br />

- Sistema de extracção<br />

de pós e ventilação.<br />

CORPO - Irritações cutâneas. - Fatos de protecção integral.<br />

VII - CADERNO DE EXERCÍCIOS - PERGUNTAS<br />

Com a publicação do capítulo anterior, chega ao fim o<br />

Curso de Reparação de Plásticos que temos vindo a publicar<br />

desde o nº 1 do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>.<br />

Vamos agora pôr à prova os seus conhecimentos sobre esta<br />

matéria com uma série de testes, divididos pelos 6 capítulos<br />

que compõem este Curso. Na próxima edição do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong><br />

<strong>Oficinas</strong>, poderá encontrar as respostas a to<strong>das</strong> as questões<br />

que são coloca<strong>das</strong> nos vários testes que se seguem.<br />

1 - Perguntas<br />

Existem perguntas de três tipos: em forma de teste com<br />

desenvolvimento, resposta opcional e exercício prático. A<br />

maior parte delas tem uma única resposta correcta. Havendo<br />

mais do que uma resposta válida, isso vem explícito no seu<br />

enunciado. Além disso, cada capítulo dos testes, corresponde<br />

a um capítulo do Curso de Reparação de Plásticos<br />

Automóvel, reportando-se ao seu conteúdo.<br />

2 - Respostas<br />

Depois de respondi<strong>das</strong> as perguntas, é possível verificar a<br />

correcção <strong>das</strong> respostas através da consulta à parte final deste<br />

curso, permitindo a auto avaliação dos conhecimentos adquiridos<br />

por intermédio da Unidade Didática.<br />

Nesta última parte só é feita referência às respostas correctas,<br />

sendo omiti<strong>das</strong> quaisquer explicações sobre as que estão<br />

erra<strong>das</strong>.<br />

CAPÍTULO I – INICIAÇÃO À REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS<br />

1 - O que é um plástico?<br />

5 - Quais são os dois grandes grupos em que se podem classificar os plásticos?<br />

Descrever sucintamente a principal diferença entre os dois:<br />

2 - A partir de que matérias-primas se obtém o plástico?<br />

❑ Borrachas e resinas naturais.<br />

❑ Petróleo, gaz natural e carvão.<br />

❑ A partir exclusivamente do alcatrão.<br />

3 - Indicar de forma gráfica os dois tipos principais de polimerização:<br />

6 - Os principais sistema para a transformação de termoplásticos são:<br />

❑ Estampagem.<br />

❑ Extrusão e injecção.<br />

❑ Fundição.<br />

❑ Mecanização.<br />

7 - Que processo de transformação se utiliza geralmente para o fabrico de párachoques<br />

de plástico termoplástico?<br />

❑ Moldagem manual.<br />

❑ Injecção.<br />

❑ Por sopro.<br />

❑ Extrusão.<br />

8 - O que é um prepolímero?<br />

4 - Para que é necessário adicionar cargas de reforço aos plásticos?<br />

❑ Para facilitar a extracção <strong>das</strong> peças dos moldes.<br />

❑ Para acrescentar resistência mecânica e tenacidade.<br />

❑ Para evitar a oxidação do plástico.<br />

9 - Indicar o significado <strong>das</strong> seguintes siglas:<br />

S.M.C.: __________________________________________________________<br />

B.M.C.:__________________________________________________________<br />

D.M.C.:__________________________________________________________


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO Março 2<strong>006</strong> 23<br />

CAPÍTULO II – PLÁSTICOS MAIS UTILIZADOS NO AUTOMÓVEL<br />

1 - Enunciar seis dos plásticos termoplásticos mais utilizados no automóvel:<br />

10 - Interpretar os seguintes códigos de identificação:<br />

2 - Qual <strong>das</strong> seguintes afirmações é correcta?<br />

❑ O polipropileno admite fibras de vidro de reforço, melhorando assim as suas<br />

propriedades mecânicas.<br />

❑ As fibras de vidro não se podem adicionar aos plásticos termoplásticos.<br />

❑ As fibras de vidro são usa<strong>das</strong> unicamente como reforço nas resinas de poliéster.<br />

3 - Indicar o significado <strong>das</strong> seguintes siglas:<br />

ABS: ____________________________________________________________<br />

PP-EPDM: ________________________________________________________<br />

4 - Indicar os plásticos termo estáveis mais aplicados no automóvel:<br />

5 - A resina epoxy (EP) é utilizada para:<br />

❑ Fabrico de guarnições e tapetes.<br />

❑ Fabrico de pára-choques.<br />

❑ Colar diversas peças da carroçaria e como base de circuitos impressos.<br />

❑ Para revestimento exterior de peças de poliéster.<br />

6 - Quais <strong>das</strong> seguintes características são próprias da resina de poliéster<br />

insaturado (UP)?<br />

PE - L L D<br />

PP - EPDM T 15<br />

PP - G M 40<br />

PA 66 - G F 20<br />

PP - M D 30<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

❑ Boas propriedades eléctricas e físicas.<br />

❑ Grande flexiblidade.<br />

❑ Boa resistência a agentes químicos.<br />

❑ Boa estabilidade dimensional.<br />

❑ Não admite cargas.<br />

❑ Boa resistência mecânica.<br />

❑ Elevada rigidez, tornando-se muito frágil.<br />

❑ Pode ser conformada com calor.<br />

7 - Indicar a principal razão para marcar as peças de plástico com um código de<br />

identificação:<br />

❑ Facilitar a sua correcta selecção e classificação, tendo em vista posteriores<br />

operações de reciclagem e reparação.<br />

❑ Servir de guia nas operações de montagem <strong>das</strong> peças.<br />

❑ Identificar o seu fabricante e a data de produção.<br />

UP - G F 20<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

__________________________________________<br />

11 - Qual é a forma mais rápida e prática para determinar se um plástico é<br />

termoplástico ou termo estável?<br />

❑ Observar a tonalidade claro/escuro da respectiva cor.<br />

❑ Pelo tacto.<br />

❑ Observando o sem comportamento em face do calor, depois de aquecido.<br />

❑ Comprovando a diferença de densidade ao mergulhar um pedaço de material<br />

num recipiente com água, para ver se flutua.<br />

12 - Indicar as principais caracterírticas dos plásticos termo estáveis:<br />

8 - Que informação se obtém no código de identificação dos plásticos?<br />

❑ Vigência e caducidade do material.<br />

❑ A fórmula química do material.<br />

❑ O tipo de polímero e carga de reforço, se for esse o caso.<br />

❑ O código secreto do fabricante e data de fabrico.<br />

13 - Em que consiste o processo de identificação por combustão?<br />

9 - Indicar o material ou carga de reforço correspondente às seguintes letras:<br />

SÍMBOLO<br />

B<br />

G<br />

T<br />

R<br />

M<br />

MATERIAL<br />

________________<br />

________________<br />

________________<br />

________________<br />

________________<br />

14 - Indicar as principais características de combustão do polietileno (PE):<br />

15 - Quais são os plásticos auto extinguíveis mais utilizados no automóvel?<br />

16 - A temperatura de fusão dos plásticos utilizados no automóvel oscila entre:<br />

❑ 80 e 1000º C<br />

❑ 265 e 400º C<br />

❑ 300 e 600º C<br />

❑ 300 e 650º C


<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />

24 Março 2<strong>006</strong><br />

REPARAÇÃO DE PLÁSTICOS AUTOMÓVEL - CURSO<br />

CAPÍTULO III – CORRECÇÃO DE DEFORMAÇÕES<br />

1 - Em que se fundamenta o processo de reparação de deformações?<br />

6 - Descrever os materiais constituintes da estrutura de um painel de bordo (em secção):<br />

<br />

2 - Para corrigir as deformações num termoplástico, o calor deve aplicar-se:<br />

❑ De forma pontual, sobre a deformação.<br />

❑ De formar difundida sobre toda a área danificada.<br />

❑ Sobre todo a superfície da peça.<br />

❑ Não de podem reparar com o calor.<br />

3 - Para que se utiliza a bigorna de chapeiro na reparação de uma deformação de<br />

um plástico?<br />

❑ Para suportar o impacto ao utilizar o martelo.<br />

❑ Para aquecer e fundir o plástico.<br />

❑ Para endireitar a peça danificada, depois de aquecida.<br />

4 - Se a ruptura de um plástico termoplástico se produziu por estiramento do<br />

material, como se deve proceder, em princípio?<br />

❑ Não é possível reparar este tipo de danos.<br />

❑ Coforma-se a zona danificada aplicando calor e frio alternadamente,<br />

❑ Elimina-se a parte sobreestirada.<br />

❑ Reforçando a face interna da peça.<br />

5 - Utilizando o maçarico de canalizador, passa-se a chama superficialmente na<br />

zona a reparar, com o fim de:<br />

❑ Melhorar a aderência dos produtos de acabamento.<br />

❑ Contrair o estiramento do plástico.<br />

❑ Fundir o plástico e eliminar as inperfeições e tensões.<br />

❑ Nunca se pode aplicar uma chama directamente num plástico.<br />

<br />

7 - Explicar como se processa a conformação de um painel de bordo deformado:<br />

8 - A aplicação de calor sobre o painel de bordo realiza-se:<br />

<br />

❑ De forma estática sobre a deformação.<br />

❑ A 600º C para acelerar o processo de conformação.<br />

❑ De forma difundida sobre a área deformada.<br />

❑ Com um maçarico de canalizador regulado a 250º C.<br />

9 - Indicar as ferramentas utiliza<strong>das</strong> para aplicar calor nos processos de<br />

conformação de deformações:<br />

❑ Maçarico de canalizador e turbina de ar quente.<br />

❑ Maçarico de canalizador, maçarico oxiacetilénico e turbina de ar quente.<br />

❑ Lâmpada de infravermelhos.<br />

❑ Com um eléctrodo de carbono ou cobre.<br />

CAPÍTULO IV – REPARAÇÃO POR SOLDADURA<br />

1 - Na soldadura de materiais plásticos há que ter presentes dois parâmetros<br />

fundamentais. Indicar quais e justificar:<br />

2 - O corte em bisel efectuado na fissura do material destina-se a conseguir uma<br />

boa penetração da solda e aumentar a superfície de contacto da mesma. Indicar a<br />

profundidade ideal para este procedimento:<br />

7 - A inserção de uma malha metálica numa reparação efectua-se:<br />

❑ Batendo-a com um martelo.<br />

❑ Aquecendo o material até ao estado pastoso e pressionando a rede<br />

com uma ferramenta, de modo a introduzi-la no material.<br />

❑ Fundindo o plástico com um maçarico de canalizador, a malha penetrará no material<br />

sem nenhuma dificuldade.<br />

❑ Não se usam malhas metálicas, mas unicamente de nylon.<br />

8 - Que se entende por soldadura química?<br />

a<br />

b<br />

a =<br />

9 - Que produto se utiliza para a reparação de um plástico ABS por meio de<br />

soldadura química?<br />

3 - Que acontece quando a temperatura de soldadura é baixa e a velocidade rápida?<br />

❑ Efectua-se a reparação mais rapidamente.<br />

❑ A temperatura deve ser baixa para evitar problemas.<br />

❑ O cordão de soldadura é volumoso, com ausência de rebarbas,<br />

dando lugar a uma união fraca.<br />

4 - Que produto se utiliza para a limpeza e desengorduramento de uma<br />

termoplástico, antes de efectuar a soldadura?<br />

❑ Álcool isopropílico.<br />

❑ Dissolvente nitrocelulósico.<br />

❑ Acetona.<br />

❑ Resinas epoxy.<br />

10 - É necessário reforçar uma reparação realizada por soldadura química? Em<br />

caso afirmativo, como se realiza essa operação?<br />

❑ Gasolina.<br />

❑ Acetona.<br />

❑ Dissolvente básico.<br />

❑ Aguarrás.<br />

11 - As carenagens de motociclos podem reparar-se por soldadura?<br />

5 - Explicar qual a função dos reforços numa reparação por intermédio de<br />

soldadura e qual o material mais utilizado:<br />

6 - Descrever os passos a seguir para realizar uma soldadura num plástico termoplástico:<br />

❑ Não, apenas com colas e malhas de reforço.<br />

❑ Unicamente se forem de ABS.<br />

❑ Sim, desde que se trate de material termoplástico.<br />

❑ Não, este tipo de peças deve substituir-se.<br />

12 - Que objectivo tem a operação de furar a extremidade <strong>das</strong> fissuras a reparar?<br />

Que tipo de broca se deve utilizar para esse efeito?

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