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Livro de Resumos - Sociedade Brasileira de Ornitologia

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Verônica Souza da Mota Gomes 1,2 e Wesley Rodrigues Silva 21. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ecologia/ Unicamp.vsmgomes@yahoo.com.br; 2. Laboratório <strong>de</strong> Interações Vertebrados-Plantas, Depto. Zoologia, Unicamp, 13083-970, Campinas, SP,wesley@unicamp.brAves frugívoras po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>slocar entre diferentes áreas <strong>de</strong>floresta em função da variação nos picos <strong>de</strong> frutificação das espécies <strong>de</strong>que se alimentam. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi verificar se a variaçãotemporal da abundância <strong>de</strong> aves frugívoras no sub-bosque <strong>de</strong> um trecho<strong>de</strong> Mata Atlântica seria coinci<strong>de</strong>nte com a variação temporal daabundância <strong>de</strong> frutos nesse mesmo estrato da mata. A abundância <strong>de</strong>aves frugívoras no sub-bosque foi amostrada em cinco transecções em umfragmento <strong>de</strong> aproximadamente 4 ha <strong>de</strong> mata secundária no ParqueEstadual Intervales, sul do Estado <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999 a março<strong>de</strong> 2000. Em cada uma, foram armadas seis re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> neblina (12 x 2,5 m;35 mm <strong>de</strong> malha), que ficavam abertas por seis horas no período damanhã em cada viagem mensal, totalizando, ao final do estudo, 2140horas-re<strong>de</strong>. Ao lado <strong>de</strong> cada transecção, foram estabelecidas duasparcelas <strong>de</strong> 10 x 25 m, on<strong>de</strong> era estimada, por contagem, a abundância <strong>de</strong>frutos em plantas ornitocóricas <strong>de</strong> até 10 m <strong>de</strong> altura. As 13 espéciesfrugívoras registradas apresentaram padrões distintos quanto à flutuação<strong>de</strong> capturas. Turdus albicollis e Tachyphonus coronatus foram maiscapturadas na estação chuvosa (outubro a março), época que coincidiucom a maior oferta <strong>de</strong> frutos, estimada tanto pela abundância <strong>de</strong> frutosquanto pelo número <strong>de</strong> espécies e indivíduos frutificando nas parcelas. Ascapturas <strong>de</strong> Chiroxiphia caudata foram aparentemente relacionadas ao seucomportamento reprodutivo, pois o menor número <strong>de</strong> capturas durante aestação chuvosa po<strong>de</strong> ser explicado pelo maior envolvimento <strong>de</strong>ssepiprí<strong>de</strong>o nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> arenas (“leks”) nesta época,quando, em geral, diminui a mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> machos. Já Trichothraupismelanops, predominantemente insetívoro, foi mais capturado na estaçãoseca (abril a setembro), durante a qual <strong>de</strong>ve ter ampliado seus<strong>de</strong>slocamentos pela área à procura <strong>de</strong> alimento, já que esta época émarcada por menor disponibilida<strong>de</strong> geral tanto <strong>de</strong> frutos quanto <strong>de</strong> insetos.Dessa forma, a variação temporal na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves frugívoras no subbosqueda Mata Atlântica po<strong>de</strong> estar relacionada não somente com avariação temporal na oferta <strong>de</strong> frutos, mas com o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>frutos e/ou insetos, comportamento reprodutivo e hábitat <strong>de</strong> forrageio.

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