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Livro de Resumos - Sociedade Brasileira de Ornitologia

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vastidão e exuberância impressionaram naturalistas do século XIX que poraí passaram, como Wied-Neuwied e August Saint-Hilaire. Suas florestaspermaneceram pouco alteradas até o início do século XX, já que éestimado, por exemplo, que até 1912, florestas ainda cobriam 65% doestado. O <strong>de</strong>smatamentos intensificaram muito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então,especialmente entre as décadas <strong>de</strong> 40 e 60, e hoje estima-se que florestasnativas ocupem menos <strong>de</strong> 9% <strong>de</strong> sua área. O presente trabalho objetivoui<strong>de</strong>ntificar o status <strong>de</strong> conservação dos Tinamidae do Espírito Santo, portratarem-se <strong>de</strong> espécies restritas a <strong>de</strong>terminados ambientes etradicionalmente caçadas no Estado. As espécies ameaçadas e suasrespectivas categorias <strong>de</strong> ameaça (EX-extinta; CP-criticamente em perigo;EP-em perigo; VU-vulnerável) foram estabelecidas pelos critérios da IUCN,com as modificações <strong>de</strong> Lins et al. (1997) e Sluys et al. (2000), sendo queos dados sobre as espécies analisadas basearam-se em registrospublicados/museológicos e em nossos trabalhos <strong>de</strong> campo no ES duranteos últimos 5 anos. Como resultado, verificou-se que das nove espécies <strong>de</strong>Tinamidae <strong>de</strong> ocorrência para o Estado, quatro po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radascomo ameaçadas <strong>de</strong> extinção. Embora nenhuma <strong>de</strong>las esteja extinta (semregistros datados dos últimos 30 anos), uma enquadra-se na categoria CP(Tinamus solitarius), duas outras em EP (Crypturellus variegatus e C.noctivagus) e a restante em VU (C. soui). Conforme registros <strong>de</strong> suaocorrência para o ES, todas revelaram-se como elementos típicos dasmatas <strong>de</strong> baixada (matas <strong>de</strong> tabuleiro), hoje muito <strong>de</strong>scaracterizadas namaior parte do Estado e on<strong>de</strong> ainda ocorre significativa pressão <strong>de</strong> caça.Estudos <strong>de</strong> campo indicaram que as maiores populações <strong>de</strong>ssas 4espécies estão restritas à Reserva Biológica <strong>de</strong> Sooretama (24,000 ha;IBAMA) e à Reserva Florestal <strong>de</strong> Linhares (22.000 ha; CVRD), que formamo maior bloco remanescente das matas <strong>de</strong> tabuleiro entre sul da Bahia enorte do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Comparando-se o status <strong>de</strong> conservação dosTinamida<strong>de</strong> ameaçados do ES com aquele conhecido <strong>de</strong> outros estados,comprovam-se diferenças regionais, como é o caso, por exemplo, <strong>de</strong> C.noctivagus, dado como extinto para o RJ. Em relação às listas gerais,nota-se a ausência dos quatro Tinamidae ameaçados do ES na relaçãodas espécies globalmente ameaçadas (IUCN, 2000), e a presença <strong>de</strong>apenas duas <strong>de</strong>las (T. solitarius e C. noctivagus) na lista oficial da Fauna<strong>Brasileira</strong> Ameaçada <strong>de</strong> Extinção (Bernar<strong>de</strong>s et al., 1990). Com efeito,pouco significado parecem ter as listas gerais para a gestão <strong>de</strong> biotasregionais, <strong>de</strong>vendo os estados como o ES esforçarem-se para a <strong>de</strong>finiçãooficial do status <strong>de</strong> conservação da sua própria avifauna. Em adição,reconhece-se a carência <strong>de</strong> inventários regionais como uma das gran<strong>de</strong>s

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