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Fazer o download - ACIL

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HISTÓRIA DO ARNALDO’S LANCHES COMEÇOU COM UM CARRINHO DE CACHORRO-QUENTEdemanda, o empresário decidiu economizare, ao lado dos sócios – Pedro Pagani, ClaudioTsuruda e Fabiane – abriu a primeira loja,na Avenida Bandeirantes. Depois, foi a vezda Aveninda Maringá ganhar uma filial,transferida no ano passado para outroponto na mesma avenida, com mais espaço.“Eu sempre acreditei que o cachorroquenteia dar certo. Mas quando aindaestava na rua, não tinha noção do campoque tinha para explorar. Essa percepçãoveio vindo no dia-a-dia, com a prática”.O empresário e seus sócios não fizeramnenhum curso específico para administrar onegócio, mas fazem questão de acompanhartudo de perto – eles se dividem entre as duasunidades. Hoje, no total, a empresa tem55 funcionários diretos e 30 terceirizados,direcionados para o delivery. “O investimentoem mão-de-obra é alto, pois um dos nossosdiferenciais é a agilidade no atendimento”.Como conselho, o empresário diz queaqueles que desejam ser bem-sucedidos noramo dos negócios devem ter perseverança.“É preciso ter sempre vontade de melhorar etrabalhar com muita dedicação.”O doce sabordo sucessoO ditado popular “é de menino que se torceo penino” cabe perfeitamente para ilustrar ahistória da empresária Heloise Mesquita, àfrente da Chocolateria, há seis anos instaladana Avenida Higienópolis. Filha de umcomerciante português, ela conta que cresceuobservando a laboriosa rotina do pai. “Elechegou a ter quatro unidades de armazéns,na época chamados de secos e molhados.Trabalhava sem parar, inclusive nos finais desemana e feriados, sempre fazendo de tudo:atendendo, cuidando da contabilidade...”,relembra.Hoje, muitos anos depois, ela segue esteperfil polivalente no café especializado nacomercialização de trufas e chocolate e, atéagora, vem dando certo, fazendo lembrar de“Conheci o produto em São Paulo edecidi reproduzir a receita. Depois degastar muito chocolate, acabou dandocerto e comecei a presentear amigas,que começaram a fazer encomendas eme indicar para outras amigas.”Heloise Mesquita, empresáriaAssociação Comercial e Industrial de Londrina 7


outra máxima popular: “É o olho do donoque engorda o gado”. “Eu faço questão deestar sempre na Chocolateria, perto dosclientes. Muitos até peguntam por mimquando dou uma saída”, garante.Não por acaso, foi essa relação deproximidade com a clientela que fez onegócio surgir, há 25 anos. Heloise começoua fazer trufas de chocolate quando ainda erauma novidade em Londrina. “Conheci oproduto em São Paulo e decidi reproduzira receita. Depois de gastar muito chocolate,acabou dando certo e comecei a presentearamigas, que começaram a fazer encomendase me indicar para outras amigas.” Nãodemorou para a fama se espalhar pelacidade e ela começou a atender empresasque queriam presentear os clientes com umproduto diferenciado. O sucesso de públicoacabou forçando a empresária a transferir oateliê caseiro para uma unidade comercial,com um show room. Daí para a unidade daavenida Higienópolis foi um pulo. “Já estavagastando com aluguel, telefone, água, luz efuncionárias. O passo seguinte não poderiaser outro.”Mais uma vez se valendo da veia e instintoempreendedores, decidiu apostar nacombinação chocolate e café, inaugurandoum espaço que também serve lanchesrápidos, como quiches e sanduíches. “Ocarro-chefe continua sendo o chocolate,com ênfase nas trufas”, revelou, apontandoessa identidade como um dos segredos dosucesso. E por falar em sucesso, basta daruma rápida passada pelo local pouco antes dedatas como a Páscoa para ver que o negóciovai de vento e popa.Os bons resultados fazem a empresáriainvestir em novidades. Recentemente elaestá apostando em chocolates diferenciados,como o belga e o equatoriano, consideradosgourmets pelos especialistas em gastronomia.“Pesquiso bastante e busco sempre ampliaro diferencial nos produtos”. Outro sinal daexpansão é a primeira filial da Chocolateria,instalada em Maringá e comandada pelafilha dela, Bárbara Mesquita, e pelo genro,Rafael, que toca o bistrô agregado à marcana cidade vizinha. A empresária tambémvem recebendo sugestões de abertura defranquias, mas ainda vê a opção com algumareserva. “Precisaria de assessoria , mas, porenquanto, estou conseguindo levar o negóciosozinha”. Quem sabe no futuro?A ortopediado sucessoOs exemplos de crescimento empresarialpautados na percepção do mercado não serestringem ao setor gastronômico. A Uniort.eé um exemplo bem-sucedido na área dasaúde. Há três anos, o médico AlexandreQueiroz mantinha um consultório ao ladodo sócio, Marcus Vinícius Danieli. Os doiseram especialistas em joelho e, atentosà demanda em outras especialidades,decidiram apostar em um centro deortopedia. “Convidamos outros ortopedistas,especialistas em outras áreas, como coluna etambém fisioterapeutas. Hoje, em um únicolugar, o paciente tem disponível profissionaisde várias especialidades, exames deimagem, centro cirúrgico e profissionaisque trabalham na recuperação”, explica.A clínica disponibiliza ainda serviço deplantão das 7h30 às 19h30 e atende adiversos convênios, o que fez com queem apenas três anos fosse atingida amarca de cinco mil consultas ao mês e130 cirurgias. O resultado já faz os sóciospensarem em novos investimentos. “Hojetemos 15 leitos na unidade cirúrgicae nos próximos seis meses estudamosdobrar esse número”, explica Alexandre.Para dar conta do crescimento aceleradono ramo da ortopedia, a clínica possuium departamento de administração e demarketing, com profissionais especializadosna gestão do negócio. “Assim podemos nosconcentrar na qualidade do atendimento,oferecendo aos pacientes tudo o que énecessário para a o tratamento em umsó lugar, poupando tempo e agilizando arecuperação.”“Convidamos outros ortopedistas,especialistas em outras áreas, comocoluna e também fisioterapeutas.Hoje, em um único lugar, o pacientetem disponível profissionais de váriasespecialidades.”Alexandre Queiroz, médico eempresário8abril de 2013 | www.acil.com.br


ARTIGO JURÍDICOA PROFISSÃO DE COMERCIÁRIOPor Ed Nogueira do Azevedo JúniorTrata-se da 69ª profissão a ser regulamentada.Através da Lei 12.790/2013, os trabalhadoresno comércio varejista e no comércioatacadista passaram a ter normas aplicáveisexclusivamente a eles, o que é um sinalde reconhecimento, distinção públicae importância desta relevante categoriaprofissional. Categoria, aliás, da qual boaparte dos atuais empresários brasileirostambém integrou.A regulamentação da profissão decomerciário teve início em 2009, através dodeputado federal José Airton Cirilo (PT-CE), que em suas justificativas tinha comoobjetivo “beneficiar milhões de trabalhadoresao regulamentar a profissão de comerciárioe acabar com o abuso dos empresáriosem relação aos seus empregados”. Dentreas alterações legislativas pretendidas para“acabar com o abuso dos empresários”, oprojeto de lei previa carga horária de 6 horasdiárias e de 36 horas semanais, adicional dehoras extras de 100%, piso salarial equivalenteao dobro do salário mínimo e trabalhoaos domingos condicionado à negociaçãocoletiva e, ufa, unificação da data-base dacategoria. O projeto foi arquivado pela MesaDiretora da Câmara dos Deputados.Em março de 2012, por iniciativa dosenador Paulo Paim (PT-RS), um novoprojeto de lei passou a tramitar em busca daregulamentação da profissão de comerciário.Prova cabal da agilidade burocrática denossos representantes legislativos, em menosde um ano, mais precisamente no dia 14 demarço de 2013, o projeto de lei 3.592/2012foi transformado, após sanção presidencial,na Lei 12.790/2013.O veto presidencial atingiu o artigo 5ºdo projeto, que previa o recolhimentocompulsório da contribuição confederativa,cujo objetivo é o custeio das negociaçõescoletivas, no importe de até 1% do saláriobase do trabalhador por mês.As inovações trazidas pela nova lei sãosignificativas e interferem sensivelmente narelação entre empregados e empregadoresdo comércio, bem como nas relações entre asentidades sindicais que os representam. E asmudanças vão gerar controvérsias.Em relação à jornada de trabalho docomerciário, a CLT e a Constituição Federalestabelecem como limites máximos 8 horaspor dia e 44 horas por semana. A nova leinão estabelece limites máximos mas define,sem variações para mais ou para menos, quea jornada normal de trabalho do comerciárioserá de 8 horas por dia e 44 horas por semana.A inovação, em tese, inviabiliza a fixação dehorários diários como, por exemplo, de 4horas aos sábados ou de 7 horas e 20 minutosde segunda-feira a sábado, usualmenteadotadas pelo comércio em geral. A novalei exige que jornadas de trabalho diferentesdeverão ser objeto de negociação coletiva.Exceção somente para jornada de 6horas, quando o comerciário está sujeito arevezamento de horário em turnos.Novidades também em relação à formade fixação do piso salarial da categoria. Aoafirmar que o piso salarial dos comerciáriosdeve ser fixado através de acordo ouconvenção coletiva, a lei afasta a hipótese legalde aplicação de valores e índices de correçãosalarial estabelecidos através de leis estaduais,que nos últimos anos tem restringido afundamental liberdade de negociaçãocoletiva, diminuído em grau de importância opapel das entidades sindicais representativasde trabalhadores e empregadores emenosprezado as repercussões de aumentossalariais exorbitantes. A propósito, noParaná, em 2012 o aumento do piso estadualfoi de 10,29% para os comerciários. Para seusservidores, o aumento do Governo do Estadofoi de 5,1%. A nova lei resgata a importânciade uma infinidade de outros direitosque compõem as negociações coletivas erestabelece a relevância da representaçãosindical na elaboração e negociação depropostas com espectro mais amplo que anegociação meramente salarial.A nova lei reafirma sua intenção de ampliara importância das entidades sindicais nadisciplina das condições de trabalho docomerciário ao autorizar que as negociaçõescoletivas passem a contemplar programasde educação, formação e qualificaçãoprofissional. O avanço econômico do Brasil– ou o retrocesso econômico de váriospaíses desenvolvidos – nos fez constatar quegrande parte da população economicamenteativa necessita de melhor qualificação. Umainfinidade de postos de trabalho foi abertae não preenchida. Medidas emergenciais semostraram frustrantes. Considerando queas negociações coletivas ainda detêm caráterregional, os sindicatos são as entidadesque melhor conhecem os fluxos de criaçãode postos de trabalho e as qualidadesfundamentais dos trabalhadores da mesmaregião que irão ocupá-los.Não menos importante foi a criação do Diado Comerciário, a ser comemorado no dia 30de outubro. Da mesma forma que o Carnaval,e apesar de sua relevância, a legislação federalnão considerou a data como feriado.Ed Nogueira de Azevedoé advogado em Londrina.Associação Comercial e Industrial de Londrina 9


COMÉRCIO EXTERIORLONDRINACOMEÇA O ANO COMSUPERÁVITVendas para outros países somaram US$ 21,1milhões. Café solúvel foi o principal item dapauta de exportaçõesPor Guto RochaLondrina iniciou o ano com saldo positivo na balança comercial. Nos dois primeirosmeses de 2013, as exportações de produtos londrinenses para outros países forammaiores do que as importações. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, em janeiro e fevereiro, o superávit comercial deLondrina somou US$ 21.131.831,00.O resultado representa uma reversãoda tendência de queda registrada nosdois últimos meses de 2012, quandoa balança comercial do municípioregistrou um déficit de US$ 20,68milhões. Vale ressaltar que a balançacomercial londrinense fechou 2012 comsaldo positivo de US$ 383,68 milhões.Produtos originários do setoragropecuário ainda são destaques napauta de exportação local. No entanto,o principal produto embarcado parao exterior a partir de Londrina éindustrializado por aqui: café solúvel.“É um produto que tem grande valoragregado, diferente do café em grãoou milho”, comenta o professor deeconomia da Universidade Estadual deLondrina, Renato Pianowski de Moraes.De acordo com o Ministério do ComércioExterior, as exportações de café solúvelsomaram nos dois primeiros meses de2013, US$ 31.352.476,00. Segundo odiretor de Controladoria e de Relaçõescom Investidores da Cia. Cacique deCafé Solúvel, Paulo Roberto Ferro, 100%do café solúvel exportado por Londrinaé produzido pela Cacique. No entanto,o café em grão utilizado como matériaprimavem de diversas partes do Brasil.Ele diz que, além do Paraná, o produtoque abastece a indústria local tambémvem de Rondônia, Espírito Santo, MinasGerais e São Paulo.O café solúvel produzido em Londrina,de acordo com Ferro, é destinadoprincipalmente aos Estados Unidos,Rússia, Reino Unido, Alemanha,Malásia, Japão, Coreia do Sul, Polôniae Finlândia. “O produto já sai deLondrina estufado em contêineres viarodoviária, com destino ao Porto deSantos”, observa o executivo. Segundoele, no ano passado, a Cia. Cacique teveum crescimento de 8,8% sobre 2011.“Esperamos em 2013, ao menos, manteros números de 2012”, comenta.O segundo produto na pauta deexportações é o milho em grão paraconsumo humano ou animal, comembarques totalizando US$ 23,04milhões. O café em grão vem emterceiro lugar, com US$ 9,3 milhões eo couro bovino com R$ 8,4 milhões.10abril de 2013 | www.acil.com.br


PRINCIPAL PRODUTO EMBARCADO PARA O EXTERIOR É O CAFÉ SOLÚVELNo total, as exportações de Londrinasomaram, nesses dois primeiros mesesde 2013, US$ 95,6 milhões, com umapauta de mais de 40 diferentes produtos.Já as importações no período totalizaramUS$ 74,5 milhões. O principal produtocomprado por Londrina no exterior éo policloreto de vanila, matéria-primapara a fabricação de tubos de PVC, comum total de US$ 9,1 milhões. “Quandoimportamos um produto para produziroutro, dos males o menor. Afinal, aprodução local vai ser revendida paraoutros Estados e trazer divisas parao município”, analisa Pianowski. Emsegundo lugar na pauta de importaçõeslondrinenses aparecem os fungicidas,com US$ 6,7 milhões; seguido porherbicidas, com US$ 5,4 milhões e, emquarto lugar, partes de elevadores, comUS$ 4,7 milhões.Entre os compradores de produtoslondrinenses, a Itália aparece emprimeiro lugar, com importaçõessomando US$ 13,7 milhões. Os EstadosUnidos ocupam a segunda posiçãoentre os importadores, com US$ 12,3milhões em negócios. Em terceirolugar vem o Japão, que importou deLondrina, nestes dois primeiros mesesdo ano, US$ 10,9 milhões, seguido peloEgito, com compras totalizando US$ 8,7milhões, e pela África do Sul, com US$7,5 milhões.Israel é o principal fornecedor deprodutos importados por Londrina,com negócios que somaram US$ 17,2“Quando importamos um produtopara produzir outro, dos males omenor. Afinal, a produção local vaiser revendida para outros Estadose trazer divisas para o município.”Renato Pianowski, economistamilhões. Em seguida, vem a China, deonde o município importou R$ 15,1milhões. Colômbia aparece em terceirono ranking com R$ 11,3 milhões. AArgentina ficou em quarto lugar nasimportações londrinenses, com umvolume de negócios que totalizouR$ 5,9 milhões, e os Estados Unidosexportaram para Londrina US$ 4,3milhões.Associação Comercial e Industrial de Londrina 11


FUTEBOL EMPRESALondrina tem bons exemplos de clubes quese tornaram empresas para poder sobreviver no mercado da bola.Conheça um pouco do trabalho da SM Sports, da Junior Team e do PSTCPor Aurélio CardosoA cada ano, as modalidades esportivas,entre elas, o futebol, movimentam enormesquantias. Em eventos de grande portecomo a Copa do Mundo, os valores sãoextremamente elevados. Londrina podefazer parte deste cenário com a escolha deum dos centros de treinamento da cidadepara abrigar uma seleção que virá disputara Copa de 2014. O Centro de Treinamentosda SM Sports, localizado na zona sul, foiselecionado por observadores da Fifa e seráoferecido como opção às 32 equipes que vãodisputar o Mundial do Brasil.Sérgio Malucelli, presidente da SM Sports egestor do futebol do Londrina Esporte Clube,assinou contrato, enviou a documentaçãopara a Fifa no início do ano e teve o avalpublicado na revista da entidade que regeo futebol mundial. “O CT foi escolhido e jásaiu na revista da Fifa. Estamos aguardando.As seleções vão começar a escolher os locaise esperamos fazer parte da Copa do Mundo,movimentando também a cidade.”A escolha dos locais de treinamentos, a serfeita pelas federações nacionais dos paísesparticipantes da Copa, acontece somenteapós a definição das 32 seleções que vãodisputar o Mundial de 2014. Mas o CT daSM foi inaugurado em 2010 e construídode olho na participação na Copa. O projetoinicial previa ainda a construção de umhotel. Ele possui quatro campos de futeboloficiais, um campo de suíço, quadra de areia,piscina semiolímpica, academia, clínicade fisioterapia, alojamento e restaurante.Atualmente, as categorias de base e o timeprincipal do Londrina, administrados pelaSM, treinam no local. Em 2011 e 2012, o CTrecebeu a pré-temporada do Flamengo.O Londrina é um clube com diretoria epresidência, que possui um contrato de gestãocom uma empresa – a SM Sports, de SérgioMalucelli –, e que passou anos tentando semanter entre os principais clubes do futebolparanaense. Depois de muitas campanhase de dois rebaixamentos à segunda divisão,a diretoria do Londrina se rendeu à ofertade uma empresa para ter seu futebolSérgio Malucelli: “Ainda é cedo, masestamos no caminho certo com o Londrina”administrado por gente que basicamentevisa o lucro, o que se convencionou chamarde futebol-empresa. Além do LEC, a cidadepossui outros gestores cuidando do futebolcomo empresa: o PSTC, a Junior Team, oAtlético Londrinense e o Cincão EsporteClube.De acordo com Sérgio Malucelli, queassinou contrato de gestão de 10 anos como Londrina, o futebol só dá lucro quandoo resultado em campo é positivo. “Sem oresultado em campo, o time não é visto, o12abril de 2013 | www.acil.com.br


COM UMA ÚNICA DOAÇÃO, É POSSÍVEL SALVAR ATÉ QUATRO VIDAS HUMANAScoleta mensal gira em torno de 1.500 a 1.700 bolsas”, afirma amédica Tânia Hissa Anegawa, diretora clínica em exercício doHemocentro Regional de Londrina.De acordo com ela, a falta do estoque de sangue em um hospitalpode levar ao cancelamento de cirurgias e de procedimentos. “Játivemos cirurgias eletivas canceladas e isso pode ser um prejuízoaté quatro vidas. “Depois da coleta, a bolsa é encaminhada parao fracionamento, onde será separada em até quatro componentessanguíneos: plasma, hemáceas ou glóbulos vermelhos,crioprecipitado e plaquetas. O plasma é usado em pacientes comproblemas de coagulação; o concentrado de hemáceas ou glóbulosvermelhos no tratamento de anemia; o crioprecipitado na terapiaEliana Palu Rodrigues:“A doação de sangueé um direito e umaresponsabilidade social decada um para que todosaqueles que precisemtenham oferta em quantidadee qualidade”considerável ao paciente. Mesmomantendo as cirurgias de urgênciae emergência, as que são canceladasnão deixam de ser urgentes paraquem necessita delas”, analisa.Um exemplo é o doente que fazquimioterapia, já que, caso nãoreceba o suporte de transfusão,poderá não resistir ao tratamento.“Além disso, pode ser um enormeprejuízo ao paciente o adiamento decirurgias cardíacas, de transplantesde rim, de fígado, de medulaóssea, entre outros procedimentosque necessitam de sangue e deplaquetas.”A médica explica que uma pessoaadulta possui em média cinco litrosde sangue e em uma doação sãocoletados no máximo 450 ml. “Ouseja, é menos de 10% de todo seusangue”, diz. Antes da doação, é realizada uma entrevista quetem o objetivo de detectar alguns impedimentos para a doação.A entrevista é particular e os dados são mantidos em total sigilo.De acordo com Tânia, é importante desmistificar a crença de quea doação de sangue é útil para saber suas condições de saúde, porconta dos exames que são feitos.“O doador deve estar com um espírito totalmente altruísta. Sea pessoa possui qualquer suspeita de ter algum problema desaúde, não deve tentar resolver isso doando sangue, pois, apesarde cômoda, essa atitude pode representar um risco a quem vaireceber a transfusão. O recomendado, nesse caso, mesmo queseja uma doença emocional, é a pessoa procurar um especialistae realizar o tratamento necessário antes de se tornar um doador”,complementa.A especialista explica que em uma única doação é possível salvarde coagulopatias e as plaquetas nos casos de hemorragia ou emconcomitância com quimioterapia nos pacientes oncológicos”,explica. Em seguida, são levados ao armazenamento ondeaguardam os resultados dos exames laboratoriais. Assim quetodos os resultados confirmam que a bolsa é totalmente segurapara transfusão, ela é transferida para os estoques de sangue dainstituição onde foi realizada a doação. “O sangue doado temsempre utilidade e nunca sobra, pelo contrário, faz falta. E o tipoO Negativo, conhecido como doador universal, é muito utilizadoem hospitais, pois é o sangue que salva vidas em situações deemergência”, completa Tania.CompatibilidadeTânia Hissa Anegawa:“Já tivemos cirurgiaseletivas canceladas e issopode ser um prejuízoconsiderável ao paciente”Algumas pessoas possuem o que sechama de “sangue raro”, situação quepode complicar nas necessidadesde transfusões. Para minimizaras dificuldades, uma rede dedoadores fenotipados foi criada noHemocentro. “Para cada pacienteque requer sangue fenotipadotemos uma rede de pelo menos 10doadores compatíveis para que nãofalte sangue”, explica Tania.Nesses casos, não basta apenas osangue ser do mesmo tipo e, sim tera presença ou ausência de antígenosnas hemácias. “É como se as pessoasque recebem o sangue fenotipadofossem irmãs de sangue. Às vezesa pessoa que é compatível com seutipo sanguíneo é oriental, asiático e não tem nada a ver comsua etnia. Digo sempre que o sangue é a prova viva de que todomundo é igual independente de raças”.Associação Comercial e Industrial de Londrina 15


Ainda assim, com toda essa dificuldade, uma coisa é certa: aquantidade de doações estipulada por ano nunca é quebrada.“Essa é uma preocupação constante de nossa equipe. Zelamos porisso porque queremos que a pessoa seja doadora até a idade queela pode ser. Respeitar o limite de quatro doações para homense três para mulheres é também preservar a saúde e a imunidadedos doadores”, diz.Dona Maria Pereira dos Santos, 73 anos, faz parte desse grupode “sangue raro”, que necessita de transfusões fenotipadas. Seusangue é O positivo. Há mais de três anos ela apresentou umcaso de anemia profunda e vem de Jandaia do Sul a cada trêssemanas para receber seu “alimento”, como diz a filha Maria dosSantos. “O sangue é o alimento dela. Os médicos já disseram quese ela quiser viver precisa disso”, diz. Para a filha, que sempreacompanha Dona Maria, a doação voluntária é extremamenteimportante. “ Sangue é vida, sem ele ninguém vive.”Vidas diferentes,propósitos iguaisA professora de matemática Simone Xisto da FonsecaFontoura, 30 anos, faz parte desse seleto grupo de brasileirosque doa sangue regularmente. Doadora desde os seus 18 anos,ela conhece bem os dois lados do nobre gesto. Quando menosesperava, também precisou de uma transfusão de sangue.Recentemente, ela teve uma hemorragia grave ocasionadapor uma gravidez tubárea. “Chegueiao hospital muito mal. Minhapressão estava menor que cinco. Osmédicos realizaram uma cirurgia deemergência. Estava com hemorragiae não sabia a causa”, explica.“Precisei de muito sangue, ao todoforam quatro litros. Fiquei muitoinchada de tanto que recebi. Hojeme sinto uma nova mulher. Tivea oportunidade de voltar a viverrecebendo sangue de outras pessoasAlexandro RodriguesDans: “Doar sangue, alémde ser importante, fazum bem estar enorme.Sei que estou ajudandoalguém que precisa semao menos conhecer”que nem me conheciam, isso é muitobom. Minha família toda doa sanguee depois dessa experiência, pensoque nunca iremos parar”, afirma.Alexandro Rodrigues Dans, 36anos, é doador de sangue, plaquetase órgãos. Seu sangue também éfenotipado, ou seja, é como se ele fosse irmão de sangue deseus receptores. Seu maior prazer é fazer a aférese, doação deplaquetas. Esse processo pode ser realizado semanalmente,uma vez que a reposição ao doador é rápida e ocorre em 72horas. A coleta, ao contrário, demora um pouco mais queo processo comum de doação de sangue, chegando a levarduas horas pois permite a separação e a coleta específica deplaquetas. “Tive um irmão que morreu com 19 anos. Ele tevePPI, espécie de anemia europeia, uma doença autoimune emque o sangue não consegue produzir a série branca do sangue.Então sei o sofrimento de quem precisa. Isso, além de serimportante, faz um bem estar enorme. Sei que estou ajudandoalguém que precisa sem ao menos conhecer”, diz.José Luiz Alves Nunes, 51 anos, começou a doar sangue em1983 quando o Hemocentro Regional de Londrina aindaoperava numa casinha de madeira cercada pelos cafezais.Seu sistema de cadastro também era a moda antiga, a base deum fichário de papel. Essa dedicação de três décadas rendeua ele até homenagem. “Até medalha de jubileu de prata JoséLuiz já recebi por ser um doador fidelizado. Brinco com asmeninas que a medalha que recebi está com prazo errado,pois existe um hiato de três a quatro anos no período emque sou doador. A contagem do tempo foi realizada somenteapós a informatização do Hemocentro, que teve seu início emmeados de 1986. Sou da ficha do papel”, sorri.Um amigo que teve um câncer muito agressivo e não resistiufoi o responsável por iniciar José Luiz nessa caminhadaaltruísta. “Doo sangue porque gosto. Minha veia é fina e atéseria um problema, mas é o mínimo que posso fazer. Colocomeno lugar do outro e penso: ‘e se fosse eu quem estivesseprecisando?’ Quanto mais vezes eu doar é uma forma dealiviar o sofrimento das famílias”, analisa.16abril de 2013 | www.acil.com.br


PROFESSORA CONHECE OS DOIS LADOS DA DOAÇÃO: ELA JÁ PRECISOU DE SANGUELei trouxebenefíciosDoar sangue é um ato altruísta que não leva mais de 30 minutosentre o cadastro e a coleta e, desde 2011, quando houve aregulamentação da certificação dos doadores fidelizados previstana Lei Estadual 13.964 de 20/12/2002, trouxe benefícios. Pessoasque doam sangue mais de três vezes ao ano têm direito a pagarmeia entrada em eventos culturais como shows, teatros, jogos defutebol e no cinema. “Após a emissão do primeiro certificado,a condição de doador fidelizado é mantida se forem registradasmais duas doações nos 12 meses seguintes.Se você ainda não é um doador de sangue e tem receio de fazerisso pode agendar uma visita sem compromisso no HemocentroRegional de Londrina. “Convidamos as pessoas, os grupos deamigos para virem conhecer o hemocentro e se familiarizar como contexto da doação de sangue. Além de ser um ato solidário, éum ato de cidadania, o maior ato de amor ao próximo que podesalvar uma vida”, diz Eliana Palu Rodrigues.Ela também pede o apoio das empresas e a colaboração dosfuncionários para formarem grupos de oito a 10 pessoas. Nessescasos, o Hemocentro faz o transporte. “Se os patrões dispensaremseus funcionários duas horas mais cedo uma vez no mês ajudaráa manter os estoques em dia. Se conseguirmos duas empresas porsemana serão ao menos 20 doadores, o que equivale a uma coletaexterna”, finaliza.Serviço: O Hemocentro Regional de Londrina funciona desegunda a sábado das 8 às 17h30. Agendamentos de grupos:(43) 3371-2465.Quem pode doarIdade entre 16 anos e 68 anos (doadores entre 16 e 17 anos com consentimento formal do responsável legal);Peso acima de 50 kg;Se homem, não pode ter doado há menos de 60 dias;Se mulher, não pode ter doado há menos de 90 dias;Ter passado pelo menos três meses de parto ou aborto;Não estar grávida;Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas;Não ter recebido transfusão de sangue nos últimos 12 meses;Não ter feito tatuagem, piercing ou acupuntura há menos de um ano;Não ser usuário de drogas;Hipertensos podem doar dependendo da situação avaliada em entrevista clínica;Diabéticos que não façam uso de insulina;Se você não teve Hepatite após os 10 anos de idade;Ter parceiro sexual fixoTENDO OBSERVADO ESSES CRITÉRIOS, O RESTO É MUITO SIMPLES:Pela manhã: tomar café leve e sem alimentos gordurosos;À tarde: doar duas horas após o almoço;Não se alimentar de refeições com alto teor de gordura;Fonte: Hemocentro Regional de Londrina – Dra. Tânia Hissa AnegawaAssociação Comercial e Industrial de Londrina 17


POLÍTICA ECONÔMICAREDUÇÃO BÁSICAMedida provisória desonera impostos sobre os produtos que compõem cesta básica.Qual será o efeito prático da medida do governo federal?Por Alexandre SanchesA presidente Dilma Rousseffanunciou no dia 8 de março,em cadeia nacional de televisão,a publicação de uma medidaprovisória que desonera deimpostos federais diversositens da cesta básica. Ogoverno também inseriu nacesta produtos como materiaisde higiene pessoal, limpezae alimentos de maior valornutritivo. A medida é imediatae reduzirá a incidência de PIS/Cofins, além de zerar o Impostode Produtos Industrializados(IPI) de todos os itens que aindatinham incidência de tributos.Esta medida, que aos poucosestá chegando às gôndolas eestá sendo comemorada nãoapenas pela população em geral,como também por empresáriose economistas, inclui adesoneração de carnes (bovina,suína, aves, peixes, ovinos ecaprinos), café, óleo, manteiga,açúcar, papel higiênico, pasta dedente e sabonetes. O saboneteserá o que terá maior incidênciapara baixo dessa carga deimpostos, com redução de12,5% de PIS/Cofins e 5% deIPI.Já o leite, feijão, arroz, farinha detrigo ou massa, batata, legumes,pão e frutas não tinhamqualquer tributação e, porisso, não são afetados por essamedida. Segundo o Dieese, acesta básica era composta de 13itens e, agora, passa a contar comos produtos que estão sendoinseridos com a desoneração.O governo, segundopronunciamento de DilmaRousseff, espera uma reduçãode pelo menos 9,25% no preçodas carnes, do café, da manteigae do óleo de cozinha, enquantoque pasta de dentes e sabonetes,por exemplo, possam chegar a12,5%.Estoquesno varejoO presidente da regional norteda Associação Paranaense deSupermercados (Apras), WilsonObara, comemora juntamentecom boa parte dos empresáriosdo setor essa medidagovernamental, principalmentesobre o setor da carne, que tevemaior impacto sobre toda acadeia. “Essa é uma luta quejá pleiteamos há tempos, umavez que vimos redução do IPIsobre os carros, linha branca,e aguardávamos uma medidacomo essa sobre os alimentos”,salientou.Ele garante que o compromissodo setor é sério com a sociedadee que vão repassar para oconsumidor final os 100% dossubsídios anunciados pelogoverno federal. No entanto,adianta que o preço nasgôndolas ainda vai levar umtempo para esse reajuste, uma18abril de 2013 | www.acil.com.br


“O CAMINHO DA DESONERAÇÃO É INEVITÁVEL”, DIZ ECONOMISTA“Essa é uma luta que já pleiteamos há tempos, uma vezque vimos redução do IPI sobre os carros, linha branca, eaguardávamos uma medida como essa sobre os alimentos.”Wilson Obara, da Aprasvez que a maioria ainda possuiestoques com valores adquiridossem esses benefícios. “Mas aospoucos eles vão chegando. Eo primeiro setor a sentir essesefeitos será o da carne, ondenão há estoques grandes e oconsumidor prefere o produtofresco, criando maior giro. Noentanto, nós, supermercadistas,já estamos também cobrando osnossos fornecedores para que jáapresentem produtos com essasdesonerações”, ressaltou.Obara disse que a expectativaé grande para que esta mesmamedida chegue a outrosprodutos alimentícios e dehigiene. E que o governoestadual também colabore comessa redução nos custos dosprodutos, revendo a incidênciado ICMS sobre os produtosde primeira necessidade. “Estamedida não tem mais volta e,com certeza, nos deixou maisotimistas”, salientou.Otimismo, mascom pé atrásHabitualmente crítico à políticaeconômica do governo, oprofessor do departamento deEconomia da UniversidadeEstadual de Londrina (UEL) eassessor de economia da <strong>ACIL</strong>,Renato Pianowski, disse que épreciso comemorar muito estamedida adotada pela presidentaDilma Rousseff e pelo ministroda Economia, Guido Mantega.“Tirar o PIS/Cofins da cestabásica é uma medida acertada. Ezerar o IPI vai devolver o poderde compra para o trabalhador.Essa medida só vem a somarcom a unificação do ICMSentre os Estados e a baixa daenergia elétrica. Essas ações vãoafetar diretamente nos índices,contendo a inflação”, comentou.No entanto, ele vê estadesoneração da cesta básica comum pé atrás, pois não acreditaque ela, sozinha, vá segurar aeconomia nacional. “É precisoreduzir impostos estaduaisque afetam diretamentea gente. E fazer urgente areforma tributária, que fará quetenhamos preço no mercadonacional. O governo tem quepuxar a orelha dos secretários deFazenda estaduais para que elestambém abaixem seus impostose todos passem a ganhar mais.Com a redução do preço dosprodutos nacionais, aumentaráo poder de compra do brasileiro,haverá maior arrecadação e vaimelhorar a competitividade nocomércio”, enfatizou.Pianowski lembra que, numprimeiro momento, tantofabricantes quanto atacadistase varejistas não repassarão deimediato esse desconto porconta de seus estoques. “Mas vaidepender mais da consciênciado comércio em geral isso”,ressaltou.A medida governamental vemna sequência à autorização doaumento do óleo diesel. Apesardisso, o economista acreditaque seu impacto contaminandotoda a faixa de logística, nãoirá repercutir muito sobre ocusto final dos produtos aoconsumidor, mantendo dequalquer forma uma quedana cesta básica. “O caminhoé a desoneração mesmo. Osestímulos do governo devemacontecer para alavancar aeconomia. E a reforma tributáriaé inadiável. Tem que baixar paraníveis mais civilizados, poisa partir do momento que aspessoas começarem a comprarprodutos mais baratos, comcerteza vão começar a comprarmateriais que antes nãocompravam. E havendo essadesoneração em outras frentes,com certeza o governo poderáarrecadar mais”, exemplificou.A economista e professora doCentro Universitário Filadélfia(Unifil), Maria EduvirgeMarandola, também acreditaque o governo federal acertounesta medida provisória.“Muito embora o impactopossa demorar, ela é de formapositiva. A inflação afeta muitoas camadas mais baixas. E estamedida é bastante positiva evem de encontro com o poderde compra, principalmente dasclasses C, D e E. E o seu impactoé direto, indo de encontro comeste poder de compra, pois sãoitens de necessidade básica”,salientou.Ela disse que os produtos queestão sendo desonerados,são de necessidades básicasdas pessoas, em que, numaalta, não existe a flexibilidadede outros produtos parasubstituição. “A medidaprovisória é por prazoindeterminado e mostrauma sensibilidade maiordo governo, havendo umaredistribuição de renda eatingindo diretamente ascamadas mais baixas dasociedade”, comentou.No entanto, a professoraMaria Eduvirge lembra queos efeitos dessa desoneraçãonão virá de imediato, umavez que o “impacto de preçopara baixo sempre tem umarigidez, é mais lento do queum aumento”.Associação Comercial e Industrial de Londrina 19


COCAMAR 50 ANOSMEIO SÉCULO DERESULTADOSCom uma estrutura organizacional ampla e ágil, a Cocamar CooperativaAgroindustrial festeja o seu 50º aniversário focada na valorização do atendimentoPor Edson VitorettiSe até bem pouco tempo atrás o Paranáocupava o primeiro lugar no rankingda produção de grãos no Brasil, isso sedeveu em grande parte ao trabalho dascooperativas do Estado. Uma delas, aCocamar Cooperativa Agroindustrial,comemora seus 50 anos com uma estruturaorganizacional e resultados que a colocamentre as maiores cooperativas do País.Gerando 2.300 empregos diretos epresente em mais de 30 cidades do Nortee Noroeste do Paraná, a Cocamar possuiuma rede de entrepostos com 54 unidadesoperacionais que fazem o recebimento e acomercialização das safras, disponibilizaminsumos e oferecem assistência técnicaaos cooperados, 80% deles pequenosprodutores.Essa rede dá a agilidade necessária queo mercado do agronegócio requer. “Oprodutor quando colhe e bota seu produtono caminhão, quer descarregar rápido, prarecarregar outro logo. Por isso tem que teruma estrutura bem localizada, de até 15quilômetros do local de produção”, diz LuizLourenço, diretor-presidente da Cocamar.Não é apenas essa rede de entrepostos queune os 11 mil cooperados da Cocamar, masuma confiança alicerçada na transparênciada administração. O ConselhoAdministrativo é formado por noverepresentantes, que se reúnem ao menosuma vez por mês para avaliar e decidirmetas e procedimentos. Além disso, duasvezes ao ano, há visitas a todas as unidadesda cooperativa, em que são apresentadosbalanços e deliberados planos e estratégias.Assim como transparência administrativa,um bom caixa ajuda a trazer crédito. ACocamar fechou 2012 com um caixa de“54 unidades operacionais2.300 empregos diretos11 mil cooperados80% de pequenosprodutoresQueremos o melhor atendimentopossível ao produtor. Vamos melhorare construir mais estruturas na regiãode Londrina, para atender rapidamenteo produtor, como prioridade absoluta.Luiz Lourenço,diretor-presidente da Cocamar“20abril de 2013 | www.acil.com.br


“COOPERATIVISMO DO PARANÁ É HOJE O MELHOR DO BRASIL”R$ 290 milhões. “Tudo está interligado.Se tenho a confiança do produtor, recebomais produção, e tenho mais crédito”,explica Lourenço. Essa transparência éapenas um item de uma gestão profissionalimplantada na Cocamar. “A gente temum trabalho forte de profissionalização.Fazemos um investimento na base paraformar talentos dentro da cooperativa”, dizLourenço.Quem planta profissionalismo colheresultados: o faturamento da Cocamarno ano passado foi de R$ 2,36 bilhões,um aumento de 17% em relação ao anoanterior. Isso porque 2012 não foi um anomuito bom para certas culturas, como soja.Segundo o diretor-presidente da Cocamar,a cooperativa sempre cresce a taxas acimade 10% ao ano.Esse crescimento é alicerçado num parqueindustrial com 12 unidades, um dosmaiores entre as cooperativas brasileiras,que produz dezenas de produtos como óleode soja, suco de frutas, álcool doméstico eaté café gourmet. “Se a Cocamar tem hojeuma rentabilidade um pouco acima deoutras cooperativas, isso se deve ao seuparque industrial”, afirma Luis Lourenço.Esse parque industrial ajudou a Cocamara protagonizar importante pioneirismo: foia primeira cooperativa do Paraná a contarcom uma fiação de algodão; a primeirado Brasil a construir uma fábrica de óleode soja; e a primeira do mundo a ter umafiação de seda.Os investimentos da Cocamar giramem torno de R$ 80 milhões ao ano e sãodirecionados na construção de novasunidades e na melhoria estrutural das jáexistentes. Investimentos em tecnologiatambém são importantes num ramo emque o bom atendimento é fundamental. ACocamar coleciona alguns prêmios na áreade tecnologia da informação por mantero produtor muito bem informado sobreas inovações do mercado. “A Cocamar fazesses links para o produtor saber que temuma nova qualidade de semente sendoproduzida, uma nova forma de adubar,de fazer o manejo do solo. Fazemos issoem reuniões técnicas em vários centros dedemonstrações em diversas localidades. Étransferência de tecnologia”, diz Lourenço.Ainda no campo da informação, a Cocamaré a única cooperativa do Paraná que tem umsistema de comunicação on-line em todos osseus entrepostos. Esse sistema disponibilizainformações úteis aos produtores, comoclima, condições do mercado, números daBolsa de Chicago e as notícias do dia sobreo agronegócio brasileiro.A ousadia e ativismo da Cocamar nomercado são conhecidos. Segundo LuizLourenço, a cultura da laranja só foiimplantada no Paraná porque a Cocamarenfrentou um forte lobby paulista. Aatuação da cooperativa ainda tem aimportância de regular preços. Onde aCocamar atua, a concorrência se ajustaaos preços, o que beneficia os produtores.“Ela é o balizador do mercado. Quandoentramos na região de Londrinacom preços de insumos diferentes, aconcorrência teve que ceder. O produtorlondrinense pagava muito mais caro porinsumos do que o produtor de Maringá”,afirma Lourenço. E as disputas nãose restringem ao mercado interno. Acooperativa exportou em 2012 cerca deR$ 100 milhões em farelo de soja.Para o futuro, a Cocamar quer seespecializar ainda mais no atendimentoao cooperado. “Queremos o melhoratendimento possível ao produtor. Temosalguns locais, como a região de Londrina,onde as estruturas operacionais aindanão são adequadas. Vamos melhorar econstruir mais estruturas nessa região,para atender rapidamente o produtor.Atendimento é prioridade absoluta.O cooperativismo do Paraná é hoje,destacadamente, o melhor do Brasil. Eisso em função dessa característica dobom atendimento ao produtor”, afirmaLuiz Lourenço.Associação Comercial e Industrial de Londrina 21


RODOVIA ESTADUAL22abril de 2013 | www.acil.com.br


RODOVIA É HOJE UM DOS GRANDES GARGALOS LOGÍSTICOS DO ESTADOPor Susan NaimeLondrina há décadas não caminhava tão unida em busca do seudesenvolvimento. Conhecida por exercer grande influência sobre o Nortedo Paraná, a cidade se destaca como pólo econômico e cultural, fazendobrilhar os olhos de empresários e futuros investidores. Não é para menos.Tem infraestrutura de cidade grande e beleza de sobra. É um dos municípiosmais importantes do Sul do Brasil.Mas, para gerar riquezas e qualidade de vida, a cidade precisa receberinvestimentos. Com esse propósito, um grupo formado por líderesempresariais e representantes políticos está pleitando junto ao Governo doEstado a duplicação de uma rodovia que é hoje a principal via de acesso degrande parte do Norte ao Sul do Paraná: a PR-445.Mesmo sendo uma estrada de grande importância para o cenário econômicodo Paraná, a PR-445 tem causado transtorno para os cidadãos usuários. Avia única e a estrutura ultrapassada hoje fazem da rota um dos maioresgargalos logísticos do Estado. Com o passar dos anos, nada mais naturaldo que o desenvolvimento das cidades e o aumento do tráfego de veículosdesencadearem o desgaste e a necessidade de revitalização da rodovia.Mas não foi dessa maneira que os últimos governantes viram oproblema. A discussão sobre a duplicação da PR-445 já dura 20anos.O presidente da <strong>ACIL</strong>, Flávio Montenegro Balan,explicou que o grupo solicita, em caráter prioritário, aduplicação das rodovias PR-445 e PR-323, no trechocompreendido entre o município de Mauá da Serrae a divisa com o Estado de São Paulo. “A nossaprioridade é que seja duplicado, principalmente,o trecho entre Mauá da Serra e Londrina. Seráuma oportunidade para atrair empresas quequerem o desenvolvimento, já que nosso gargalo hojeé a logística e a infraestrutura. Perdemos empresas poressa duplicação não existir”, disse.Estima-se que os investimentos para a obra de Mauá até a divisacom São Paulo seriam de aproximadamente R$ 450 milhões. Otrecho Mauá-Londrina ficaria em R$ 150 milhões. “Acreditamos que épossível, já que é uma obra de quatro anos. Depois existe a possibilidadede fazer um estudo para licitar a sua manutenção. Mas são estimativas. Omais importante é que as lideranças políticas, as cooperativas e empresas deônibus estão unânimes nessa luta”, afirma Balan.“Não vamos medir esforços”,diz governadorRepresentantes de entidades entregam oficialmenteo pedido de duplicação da rodovia ao governadorBeto Richa: consenso da sociedade“A duplicação vai criaroportunidade para atrairempresas que queremo desenvolvimento,já que nosso gargalohoje é a logísticae a infraestrutura.Perdemos empresas porisso.Flávio Balan,presidente da <strong>ACIL</strong>“O documento com o pedido da duplicação da PR-445 e PR-323 foi entregue,em mãos, ao governador Beto Richa (PSDB) no dia 19 de março, em Londrina.Naquele momento, Richa informou que não medirá esforços para duplicar atéMauá da Serra, visto que já anunciou a mesma obra na Rodovia do Café (PR376), no trecho Apucarana até Ponta Grossa.Sobre a duplicação da PR 323, o governador informou que “sempre pedem umpouco mais”. Ele anunciou, recentemente, o compromisso de executar a obranesta rodovia entre Guaíra e Maringá.Associação Comercial e Industrial de Londrina 23


Pedágio, só depois de duplicarPara que o gargalo logístico não seja substituído pelo gargalo financeiro,o grupo de empresários e políticos está disposto a aceitar que uma praçade pedágio seja instalada na PR-445, no trecho Mauá e Londrina, sobduas condições. A primeira é que a sua cobrança comece somente apósa conclusão das obras. A segunda exige que o valor da tarifa seja menorque o das atuais praças paranaenses e definido por estudos técnicos com aparticipação de representantes da comunidade.De acordo com o vice-prefeito de Londrina, Guto Bellusci, a obra deduplicação irá devolver ao município a energia, confiança e união perdidasnos últimos anos. “Londrina já sofreu muito e agora estamos passando porum momento especial de união entre todos os poderes. A duplicação da PR-445 vai facilitar o acesso, tornar a cidade mais atraente para novas empresase, consequentemente, garantir mais empregos através desse desenvolvimentoeconômico”, garante.O presidente da Câmara Municipal de Londrina, Rony Alves (PTB), afirma queirá estender o assunto à Associação dos Vereadores da Região Metropolitanade Londrina, já que a duplicação é uma necessidade conjunta e que tem oúnico objetivo de despertar o desenvolvimento e a atração de novos e grandesempreendimentos industriais. “Somos a segunda maior do Estado e a terceirado Sul do País, mas estamos encurralados, porque não temos rodovias queajudem no escoamento da produção, seja agrária ou industrial”, comenta Rony.“Rodovia das Cruzes”:mortes ao longo do caminhoPor ser o principal corredor de acesso entre o Norte e Sul do Estado, a PR-445 não possui atualmente estrutura para tamanho movimento e não atendemais às necessidades de tráfego seguro. Seu asfalto está precário, suas curvassão perigosas e a terceira faixa para ultrapassagem praticamente não existe.“Reunião de lideranças na <strong>ACIL</strong>: consensoem torno de uma obra fundamental paraLondrina e Norte do ParanáSomos a segunda maiordo Estado e a terceirado Sul do País, masestamos encurralados,porque não temosrodovias que ajudemno escoamento daprodução, seja agráriaou industrial.Rony Alves,presidente da Câmarade Vereadores“O alto índice de acidentes com mortes entre Mauá da Serra e Londrinarendeu à 445 o apelido de “Rodovia das Cruzes”. Em 2008, foi registradauma morte a cada 4 km do trecho. A informação é do deputado estadualTercílio Turini (PPS), com dados da 2ª Companhia de Polícia Rodoviáriade Londrina. “Esse é o caminho para Curitiba, Ponta Grossa, Porto deParanaguá – e mesmo assim a rodovia não foi duplicada. Não dá paraentender... O desenvolvimento depende disso”, defende.O tema é de comum acordo do deputado estadual Gilberto Martin (PMDB).“A solução ideal é que a obra fosse executada com recursos exclusivos doGoverno do Estado e, depois de pronta, também mantida por eles. Sabemosque existem limitações orçamentárias que poderiam gerar um impedimentopara a duplicação, por isso colocamos essas duas condições. Mesmo queo pedágio estabeleça um custo para os motoristas, o resultado final dessaduplicação é compensador”, afirma.24abril de 2013 | www.acil.com.br


ENTIDADES QUEREM PEDÁGIO COM TARIFA JUSTA, DEFINIDA POR ESTUDOSCorredor para o desenvolvimentoA reestruturação do principal acesso à capital do Estado do Paraná é umanecessidade inquestionável e exige a movimentação de todos os beneficiados,direta ou indiretamente.Para a empresa de ônibus Viação Garcia, se aprovada a implantação de umpedágio para viabilizar as obras, o grupo terá um impacto em 480 viagensordinárias mensais. Se imaginarmos um preço aproximado de R$ 5,00 por eixo,o aumento no custo mensal será de aproximadamente R$ 7.200,00. Esse valorseria repassado aos clientes. Para uma viagem entre Londrina e Curitiba, porexemplo, haveria um acréscimo médio de R$ 0,65 no preço da passagem.No entanto, o grupo se posiciona favoravelmente ao pedágio em razão dainsegurança gerada pelas condições atuais da Rodovia PR-445. “Imaginamosque esse custo possa ser compensado através de uma equiparação de políticaspúblicas, como a isenção do ICMS nas tarifas rodoviárias, reduzindo o custoa toda população e criando um incentivo à utilização do ônibus como meiode transporte”, explica o gerente de marketing da empresa, César RodriguesMacedo.As cooperativas também seriam beneficiadas com a duplicação da PR-445.A Integrada não detalhou em números os impactos da obra, mas prevê osbenefícios. “Quase toda nossa produção passa pela 445. Com a duplicação,melhoraria o escoamento dos nossos produtos, o fluxo dos caminhões e aparte da segurança. Se observarmos os locais que têm acesso à pista dupla,a velocidade do nosso transporte melhoraria significativamente”, explica ogerente de logística da Integrada, Celso Otani.A maior parte do faturamento da Integrada vem da comercialização de grãos– como soja, milho e trigo. São 55 unidades de recebimento distribuídas emdiversas regiões do estado. “Mais um pedágio vai acarretar custo no frete, mas agente acredita que os benefícios proporcionados pela duplicação compensariamesse valor”, afirma Otani.“Londrina já sofreumuito e agora estamospassando por ummomento especial deunião entre todos ospoderes. A duplicaçãoda PR-445 vai tornara cidade mais atraentepara novas empresase, consequentemente,garantir maisempregos.Guto Bellusci,vice-prefeito de Londrina“Novo modelo de pedágioO Movimento pelo Fim do Pedágio no Paraná ainda não se posicionou sobreo assunto. Mas o advogado e integrante do grupo, Jorge Custódio, reconhecea importância da obra para a região. “Temos lugares em que não existeacostamento e entendemos que a duplicação é necessária. Mas sobre o pedágio,teria que ser um modelo muito bem discutido com a sociedade”, disse.Custódio citou como exemplo as praças em Santa Catarina. “Lá foram feitaslicitações e o valor chega a R$ 1,50. Aqui pagamos R$ 13,40 em Jataizinho eas estradas nem são duplicadas. Não concordamos com a forma como o nossopedágio é cobrado. Esses contratos que estão em vigência precisam chegar aofim”, diz.Uma audiência pública está agendada para o dia 13 de abril, na CâmaraMunicipal, para avaliar a forma de atuação dos pedágios no Paraná.Associação Comercial e Industrial de Londrina 25


PERFILNivaldo Benvenho, proprietário da Midiograf e ex-presidente da <strong>ACIL</strong>,diz que ser empresário no Brasil exige planejamento e muita féPor Fernanda BressanO que faz um negócio prosperar? Atéonde um sonho pode não apenas seconcretizar, mas ir além? O relato deNivaldo Benvenho, industrial da áreagráfica, dá algumas pistas de como oespírito empreendedor, misturado com fée otimismo, pode erguer uma empresa. Dapequena sede instalada em uma garagemcom pouco mais de 20 metros quadradose três sócios que não conseguiam sequertirar dinheiro daquele negócio paramanter a própria casa, a Midiograf setransformou em uma gráfica respeitada,premiada em qualidade e hoje empregaquase 200 pessoas. A empresa completou21 anos, mas essa história começou bemantes disso.“Quando eu tinha uns 11 anos, a professorade educação artística, dona Lourdes,nos levou para conhecer uma tipografiae papelaria. Eu fiquei encantado de veraquelas máquinas, ainda no processoantigo da época. O papel entrava branco esaía com aquelas letrinhas todas. Chegueiem casa e falei para a minha mãe: ‘Eu seio que eu quero ser quando crescer!’’. Defamília humilde – a mãe era costureirae o pai trabalhou, entre outras coisas,como pedreiro – Nivaldo já trabalhavadesde os 10 anos – ora como ajudante depedreiro, depois eletricista, carpinteiro,pintor... “Onde eu morava, era uma vila,e eu trabalhava meio período nessasatividades. Cheguei até a pegar uma casasozinho para pintar”, recorda.Mas o menino já sabia o que queria,embora não fizesse ideia de como tudoaquilo iria se concretizar. Ele tinharespaldo em casa, principalmente apósa vista à tipografia com os colegas de“Nivaldo Benvenhoé um exemplo deempreendedor e pai defamília. Com determinaçãoe persistência, ele estásempre em busca daqualidade. Uma de suasprincipais características ésempre colocar o NÓS nafrente do EU. Tive a honrade sucedê-lo na <strong>ACIL</strong> – ecom ele aprendi muito!Flávio Montenegro Balan,presidente da <strong>ACIL</strong>“26abril de 2013 | www.acil.com.br


escola. “Depois desse dia, o tempo foipassando e, quando eu tinha uns 12anos e meio, minha mãe falou: ‘Filho,agora já dá para ter carteira assinada,vamos buscar isso aí?’. Ela literalmenteme pegou pela mão e saiu procurandotrabalho nos estabelecimentos gráficos.Dizia: ‘Ele precisa aprender, não precisanem pagar salário’. Meus pais erampessoas de baixa escolaridade mas comvalores morais e conceitos importantespara mostrar como se comportar”,aponta Benvenho.Com a determinação da mãe, ele logocomeçou no ofício fazendo convitesde casamento. “Entrei para trabalharno Peninha Cópias e lá trabalhei noacabamento de convites de casamentodurante cerca de 30 dias. Quandoterminaram esses dias, sumiu o serviçoda empresa e o chefe falou que eu estavadispensado. Fui em casa, chorei trêsdias de tão nervoso que fiquei. Passouum período, uns 15 dias, e ele veio mechamar porque começou a entrar ummonte de pedidos, e eu fui. Daí falei:‘Agora não saio mais’. Quando o serviçocomeçava a diminuir eu ia limparbanheiro, arrumar uma porta, limparo pátio, fazia tudo o que fosse precisomas disse que não seria demitidomais. E de fato não fui, trabalhei lá poraproximadamente 13 anos”.A semente estava plantada e já tinhabrotos. Era hora de multiplicar asmudas, tanto na vida profissional quantopessoal. “Quando fui me casar, em 1991,eu já trabalhava um monte e tinha osonho de montar um negócio. Sabiaque gráfica era difícil, um investimentocaro. Na época existiam aqueles planosde expansão da Sercomtel para comprade aparelho telefônico e eu tinha dois,que troquei num terreno onde minhafamília construiu uma edícula, poiseu ia casar. Mas, alguns meses antes decasar, quando a edícula ficou pronta, osladrões entraram e roubaram tudo. Aminha futura esposa (Sandra) ficou commedo de morar lá. Foi aí que falei: estána hora de mudar o rumo desse negócio,vamos montar um lava-jato. Vou vendera casinha e montamos o lava-jato”.A história do lava-jato não vingou,apareceu a oportunidade de compraruma máquina gráfica Multilith e, comela, o pontapé inicial para construir aMidiograf. “Alugamos uma garagemna rua Araguaia, de 2,5 x 9,5 metros.Colocamos a Multilith lá dentro,terceirizávamos fotolito, só fazíamos aimpressão”, conta.Entretanto, seis meses após o inícioda Midiograf, as coisas não iam bem:“A gente descobriu que a nossa roupatinha acabado, não tinha compra emcasa, não tinha dinheiro, minha casaera minha esposa quem sustentava, elaera secretária da Folha de Londrina –enfim, acabou. Vimos que o negócionão virava e decidimos que no outrodia íamos fechar as portas. Isso foi umatristeza muito grande. Mas quandochegamos no outro dia, foi chegandoum cliente, outro cliente, e nunca maisparou de entrar cliente”, recorda.Hora decomemorar, certo?Errado...Vieram anos de crescimento: um ano epouco depois do início das atividades, aMidiograf mudou-se daquele espaço de 23metros quadrados para um espaço de 150metros quadrados na Rua Teresina, ao ladoda Boate Kalahari. “O pessoal fazia as festas,promoções e iam imprimir os convites nagráfica. Foi lá que conheci o Flávio Balan,hoje presidente da <strong>ACIL</strong>. Ele organizavafestas na cidade e ia lá fazer os convites. Acoisa foi deslanchando e fomos começandoa fazer aquilo que gostávamos de fazer,atender a área de mídia, por isso Midiograf,para atender esse setor.”Novas máquinas, novos investimentos, sedemaior. Foram anos de crescimento. Até achegada de uma forte crise econômica. Erahora de vencer outro desafio. “Houve umperíodo, em 2003, 2004, em que o dólarchegou a quase 4 reais, o euro tambémsubiu, naquela crise nós não conseguíamosmais pagar as dívidas, estávamos quebrados!Se vendêssemos tudo o que tínhamos, nãopagava a dívida. Só a máquina, que tinha adívida indexada em euro, em uma semanadevíamos 3 vezes o valor dela, e isso virouuma bola de neve”, relata Nivaldo Benvenho.Eles seguiram trabalhando, trouxeramum consultor para ajudar a redesenhar osmodelos de funcionamento, a economiacomeçou a melhorar e em 2006 já nãohavia mais dívidas: isso pela primeira vezna história da gráfica. “Foi o primeiromomento, em 14 anos, que ficamos semdívida. Foi a primeira vez que respiramos”.Hora de comemorar, certo? Errado...“Quando respiramos pela primeira veze íamos pensar no que fazer, veio umagrande surpresa: cisão na empresa. Aífoi uma coisa que chocou muito, quandonos preparávamos para fazer um novoplanejamento um sócio quis a sua parte,isso foi traumático. Aí tivemos que tomaruma decisão, que era: ou fechava o negócioou aceitava pagar o valor pedido. A empresanão tinha como pagar, mas a única saídaera concordar, porque eu amava demais aMidiograf para simplesmente encerrar evender o negócio. Era aceitar a proposta eAssociação Comercial e Industrial de Londrina 27


fazer a empresa triplicar de tamanho parafazer frente àquele pagamento, esse era odesafio.”Desafio feito e mais uma fez abraçado porNivaldo e seu sócio e irmão, Edson. “Fizemosa cisão e 40 dias depois nos mudamos paraa Rua Taubaté, 405, numa área de 3,2 milmetros quadrados. Trouxemos financiadosmais dois equipamentos modernos comcarência de 1 ano, que nos ajudaram apagar essa cisão, e daí pra frente nós viemoscrescendo, focados na gráfica. Em 2009, nosmudamos para o endereço atual. O bancoSicoob foi muito importante nesse processo,porque nos ajudou na liberação de créditopara o investimento na sede própria.”Muito além doque o meninoimaginavaDa pequena Multilith que imprimia emuma única cor em papel tamanho ofíciocom velocidade de 2,5 mil folhas por hora,a Midiograf tem hoje máquinas alemãscom tecnologia de ponta – incluindo umaHeidelberg SX 102 que imprime em 8 cores(4 x4) no tamanho de 1,3 metros por 72centímetros à velocidade de 14 mil folhaspor hora. Muito além do que imaginava omenino Nivaldo. “Quando vi a máquina pelaprimeira vez, aos 11 anos, imaginava ter umbarracãozinho e morar em cima. Essa era aminha visão de futuro.”Visão que cresceu pautada não apenas nadeterminação, mas em um fator primordial:a fé. “Tinha muita fé. Óbvio que a gentefaz um mínimo de planejamento, mas serempresário no Brasil não é só planejar, temque ter fé, ter um horizonte e correr atrásdele”, diz. É claro que não faltaram pessoasbem intencionadas, às quais Nivaldo é grato.“Tem uma coisa muito importante nesseprocesso todo: a ajuda que eu recebi daspessoas. Quando fiz a 4ª série, a diretora daescola me pegou pelo braço e me levou àescola Santa Maria pedindo bolsa de estudo.As irmãs viram meu sobrenome Benvenho emeu avó era o jardineiro do colégio, elas mederam a bolsa de estudo. Quando termineia 8ª série, as irmãs pediram aos irmãosmaristas uma ajuda para eu fazer o colegial.Ao final do colegial, dois professores – Renatoe Teodoro – iam fazer as apostilas onde eutrabalhava e gostavam muito de mim. Elesperguntaram se ia prestar vestibular e falaramque iam dar uma bolsa de estudos no Deltapara eu fazer o cursinho e poder passar nafaculdade. Fiz um pedido: podem ser duasmeias-bolsas, eu pago a diferença porque aminha noiva está terminando e podia fazer ocursinho também. Eles concordaram. Eu tivea graça de Deus de pessoas maravilhosas meajudarem, me conduzirem. Morávamos emuma ponta de vila”, recorda.Consciente da importância da educação e daformação, Nivaldo investe nas pessoas. “Aolongo da minha vida sempre ensinei pessoasa trabalhar, a formar profissionais. Até hoje,que passaram pelas minhas mãos e estão nomercado de trabalho, contabilizei 667 nofim do ano passado. A maioria trabalha emgráfica, outros têm gráfica. A nossa cultura éensinar, e disso eu me orgulho muito.”A história de umaempresa quetambém é famíliaSomado a isso, houve sempre o apoio dafamília – ele e o irmão seguem juntos atéhoje e suas respectivas esposas – Sandra eDenise – são os braços direito e esquerdona empresa. “Família é um patrimônio,não consigo me entender sem ter a minhaesposa trabalhando do meu lado, hojeela é uma executiva de alto nível. Aquina empresa trabalham muitos casais. Acumplicidade ajuda”, garante.Por família, entende-se também “famíliaMidiograf ”: “Nossa história significa umcomprometimento muito grande daspessoas que estiveram e estão comigoao longo desses anos. Máquina vocêpode receber uma herança e comprar,pode fazer um financiamento, ganharna loteria. Mas o comprometimento daspessoas, o sorriso, a dedicação, isso nãose compra e foi com essas pessoas queacreditaram que chegamos até aqui.”Então, se existe uma receita de sucessopara a trajetória da Midiograf, elacom certeza envolve laços familiares,fé, determinação, superação e, claro,convicção e visão para que o sonho demenino se transformasse em algo além detoda e qualquer expectativa.28abril de 2013 | www.acil.com.br


PLANO DIRETOR ESTÁ DE VOLTAEm dezembro, as leis de uso e ocupação do solo e sistema viário haviam retiradas de pautaapós a diretoria do Ippul admitir que itens do texto não aprovados nas conferências foramincluídos no projeto. Agora, discussões retornaram à agenda do LegislativoPor Susan NaimeO prefeito Alexandre Kireeff(PSD) pretende encaminhar,ainda no mês de abril, osdois projetos do PlanoDiretor que ainda precisampassar pela aprovação dosvereadores – o que trata dosistema viário e a polêmicaExecutivo e Legislativo debatem PlanoDiretor: assunto prioritário para a cidadematéria que aborda o zoneamento da cidade. O presidentedo Legislativo, Rony Alves (PTB), acredita que antes dorecesso parlamentar do meio do ano as leis devem ser votadas.No entanto, os projetos nem foram enviados à Casa e já provocampolêmica. O vereador Jamil Janene (PP) reclamou de ter que votarprojetos “atrasados” e protocolou um requerimento exigindoinformações detalhadas sobre zoneamentos residenciais, comerciaise industriais. Mas a estratégia falhou. Dez vereadores votarampelo arquivamento do pedido, o que foi acatado pela Câmara.InsistenteO vereador Jamil Janene (PP) insiste em obter informações sobre onovo projeto de Lei de Uso e Ocupação de Solo, antes que a matériaseja enviada pelo Executivo para votação. Não satisfeito com oarquivamento do seu requerimento, ele prometeu protocolar o mesmopedido de informações diretamente no Ippul.A líder ElzaPara convencer os legisladores a votarem contra o requerimento deJamil Janene (PP), a líder do Executivo, a vereadora Elza Correia(PMDB), explicou que todas as informações solicitadas já estariamjuntas com o projeto quando fosse enviado à Câmara.Reunião didáticaA Câmara de Londrina chegou a realizar uma reunião para falarsobre o Plano Diretor. Não se trata de uma avaliação do PlanoDiretor que será votado pela Casa, mas sim de uma reunião didáticapara os legisladores novatos entenderem do que se trata o assunto.O presidente da Casa, Rony Alves (PTB), chegou a reclamar: hávereador se queixando de ter que votar o Plano Diretor, quandoapenas dois projetos faltam passar pela aprovação dos parlamentares.Primeira entrave do anoPela primeira vez a temperatura subiu de verdade na Câmara deVereadores, ocupando o lugar daquele clima amistoso, que se via desdeo início do ano. No dia 2 de abril, o debate, em primeira discussão, doprojeto de Lei 358/2012, de autoria de Rony Alves (PTB), gerou troca deindiretas e até vereadora exaltando a voz no Plenário. A matéria alterao zoneamento de uma área localizada na Gleba Palhano, próxima à PR445, onde o Hipermercado Angeloni pretende construir a segunda lojaem Londrina. Moradores da Gleba foram até a Casa para protestar amudança e acabaram sendo ouvidos pelos Legisladores. O engenheiroNelson Vicente, representando o projeto Angeloni, também ganhouvoz. O vereador Jamil Janene (PP) aproveitou a oportunidade eapresentou uma emenda que proíbe a entrada de caminhões pela ruaUlrico Zinglio (que seria fundos do empreendimento), e fixa qualquermovimentação de carga e descarga apenas pela Avenida Madre LeoniaMilito, ou seja, pela frente do Angeloni. Após o tumulto, o projeto foiretirado de pauta por sete dias e passa novamente pela Comissão deJustiça da Câmara. Até o fechamento desta edição nenhum novoparecer havia sido dado à matéria.Farra dos DiplomasDepois de muita repercussão, a Câmara Municipal de Londrinaprotocolou no dia 19 de março uma portaria que suspende o pagamentodas vantagens obtidas através de progressões por conhecimentoaos servidores do Legislativo. São R$ 65 mil a menos na folha depagamento da Casa. O valor representa uma redução de quase 10%.Uma carga mínima de 100 horas garantia reajustes que variam de2,5% a 10,4%. Metade dos 55 servidores efetivos estavam recebendoo teto de R$ 13 mil – mesmo salário que o prefeito Alexandre Kireeff.Juntos, esses servidores apresentaram 311 certificados. De acordo como Ministério Público, três deles apresentaram o mesmo certificadoduas vezes. E um mesmo servidor, três vezes. Agora, uma comissão irárealizar uma auditoria interna, que determinará se o pagamento serásuspenso definitivamente ou se ele poderá voltar a acontecer. O prazopara a análise é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30.CorrespondênciasA Procuradoria Jurídica da Câmara, com base num entendimento doTribunal de Contas da União e do Tribunal de Contas do Paraná, orientouos 19 parlamentares para que não utilizem a verba postal para despachospessoais. Cada vereador possui a cota de R$ 10.800 por ano. A somatotal é de R$ 205,2 mil. O tema foi tratado em reunião secreta na Casa.Com a recomendação, os vereadores devem utilizar as suas cotaspostais apenas com situações que sejam de interesse público. Algunslegisladores utilizam a verba para o envio de cartões postais deaniversários, felicitações em datas comemorativas e até votos de pesar.No entanto, não há como fiscalizar a prática – e nem é essa a intençãoda Casa, já que seria preciso abrir a correspondência alheia.Associação Comercial e Industrial de Londrina 29


PASSEIO PORLONDRINACriadores do Natal de Luz de Gramado percorrem as ruas de nossa cidadee imaginam a realização de uma grande festa no final do anoPor Paulo BriguetNada como apresentar Londrina a visitantesde fora para redescobrir a linda cidade emque vivemos. No dia 27 de março, a <strong>ACIL</strong>realizou um passeio para mostrar Londrinaaos empresários Luciano Peccin, FelipePeccin e Rodrigo Cadorin. Eles são osidealizadores do Natal de Luz de Gramado(RS), considerado um dos mais importanteseventos turísticos do País. “Nossa ideia éutilizar o modelo de Gramado para tornar oNatal do Amor de Londrina uma referêncianacional no turismo de eventos”, diz o vicepresidenteda <strong>ACIL</strong>, Luiz Carlos Adati, queacompanhou os empresários gaúchos notour pela cidade.Do Aeroporto José Richa, onde foramrecebidos por uma comitiva da <strong>ACIL</strong>e do Londrina Convention & VisitorsBureau, os empresários gaúchos foramlevados até o Parque Arthur Thomas,reserva de mata nativa que é um dosprincipais pontos de lazer de Londrina.Aos visitantes, explicamos quem foi ArthurThomas, escocês de nascimento, diretor daCompanhia de Terras Norte do Paraná euma dos personagens mais importantes dacolonização de Londrina.Pela Avenida Dez de Dezembro – cujo“Não vamos trazero nosso Natal paraLondrina. Vamosajudar Londrina a criarum novo Natal, comas características dacidade.Luciano Peccin,empresário“30


FLORES DO NATAL PODERÃO DESABROUMAR EM NOSSA CIDADEnome evoca a data de emancipação doMunicípio de Londrina – conduzimosnossos visitantes ao Terminal Rodoviário,considerado um dos mais modernos doPaís. Mostramos a eles também o estágioavançado das obras do Boulevard Shopping,que deve ser inaugurado em maio; as obrasde fundação do futuro Teatro Municipal; e oMarco Zero, local em que chegou a primeiracaravana de pioneiros, em agosto de 1929.A Zona Norte de Londrina impressionouos visitantes pelo ritmo vertiginosode crescimento. Com mais de 150 milhabitantes, a região assiste a investimentosde grande porte, como o Londrina NorteShopping, e mostra a força da nova classeC. Equipamentos como o Autódromo e oEstádio do Café oferecem excelentes opçõespara grandes shows e eventos culturais.No Parque Ney Braga, o trio gaúcho pôdeconhecer de perto os preparativos daExposição Agropecuária de Londrina. Agrandeza da feira causou admiração nosvisitantes. Diante de tantas atrações e lugaresbonitos, Luciano Peccin só tinha umapergunta: “Onde estão as flores da cidade?”Oriundos de uma cultura fortementeeuropeia, os empresários gaúchosestranham que uma cidade tão bela nãotenha muitas flores. Explicamos que nemtudo são flores em nossa história políticarecente. “Em pouco tempo, tivemosquatro prefeitos”, alguém lembrou. Mas aobservação dos visitantes deu o que pensar.Talvez estejamos realmente precisando demais flores...Os criadores do Natal de Luz podem nãoter visto flores, mas viram a ascensão domercado imobiliário na Gleba Palhano ena região dos grandes condomínios. Viramo Catuaí Shopping, o Centro de Eventos eo desenvolvimento de uma região que erapredominantemente rural até dez anos atrás.Como era esperado, o Lago Igapó encantouos visitantes gaúchos, que imediatamentepassaram a imaginar grandes espetáculosnatalinos tendo como cenário o cartãopostal de Londrina. A elegância da AvenidaHigienópolis também encheu os olhos dosempresários, que pensam em transformálaem um grande portal, unindo as atuaisfestividades do Natal do Amor, na PraçaTomi, a novas atrações nas margens do lago.“Seria um presente para toda a comunidadelocal, atraindo turistas de outras cidades eestados”, disse Luciano Peccin. “Poderíamosfazer uma parada natalina passandopelo próprio lago”, pensou em voz alta.O anfiteatro do Zerão, embora estejaabandonado e precisando de uma boareforma, chamou a atenção dos visitantes.“Aqui poderíamos montar um coral de milvozes”, assinalou Rogério Cadorin – que,por sinal, é cantor lírico e especialista emorganização de eventos culturais.Sim, faltam as flores. Mas elas podemser semeadas e desabrochar ainda nopróximo Natal londrinense. Se, nas ediçõesanteriores do Natal do Amor, milhares deestudantes trabalharam com reciclagem degarrafas pet, por que não colocar as criançaspara plantar diferentes espécies de flores,colorindo a cidade no mês de dezembro?Ao final da visita, os empresários deGramado agradeceram a acolhida e sedisseram encantados com a cidade. Cadaum deles levou para casa um pouquinhode terra vermelha – essa terra fértil ondeas boas ideias costumam prosperar.“A receptividade dos londrinenses foimaravilhosa”, disse Felipe Peccin. Agora,eles vão elaborar um projeto para o Nataldo Amor – uma ideia que tem tudo paraflorescer em nossa cidade.Associação Comercial e Industrial de Londrina 31


MEMÓRIAO TESOURO DO PROFESSOR MONIR<strong>ACIL</strong> faz homenagem especial a José Monir Nasser (1957-2013),o sábio do empreendedorismo cívico“Uma sociedade não pode ser rica antesde ser inteligente. Não pode existir umaeconomia realmente sólida e desenvolvidasem que haja uma elite cultural voltada paraos bens espirituais, capaz de guiar, julgar einterpretar os esforços da comunidade.(José Monir Nasser)“Por Paulo BriguetUma das maneiras de identificar umgrande homem é conhecer as liçõesque ele deixou ao longo da vida. JoséMonir Nasser (1957-2013) marcou avida de pessoas, lugares e instituições.Economista, escritor, palestrante econsultor empresarial, Monir era, acimade tudo, um homem dedicado a educaras pessoas. Um professor que revelavaa sabedoria contida nos clássicos daliteratura e da filosofia. Um mestre nopleno sentido da palavra.Monir teve uma relação muito especialcom Londrina e a <strong>ACIL</strong>. No iníciodos anos 2000, esteve na cidade paraproferir uma palestra no recém-criadomovimento Avança Londrina. Foinessa época que o empresário MarceloCassa o conheceu, maravilhando-secom a síntese entre as grandes obrasda cultura ocidental e os conceitos deempreendedorismo e desenvolvimento.Mais tarde, Monir participaria daspalestras inaugurais do FórumDesenvolve Londrina. “O pessoal gostoutanto que pediu para ele dar um cursocompleto aos participantes do Fórum”,lembra Cassa, que foi presidente da<strong>ACIL</strong> entre 2008 e 2010.Com apoio da FIEP e da <strong>ACIL</strong>, Monirtrouxe o programa “Expedições peloMundo da Cultura” para Londrina.Durante dois anos, leu e interpretouclássicos da cultura ocidental para umpúblico de empresários, profissionaisliberais, estudantes e diretores da<strong>ACIL</strong>. “Em um só dia, ele fazia váriasatividades: de manhã, lia Ortodoxia, deChesterton, para os diretores da <strong>ACIL</strong>;à tarde, estudava Platão com um grupode estudantes; e à noite, analisava umclássico da literatura para o programaExpedições”, conta Cassa.Nesse período, Monir começou a divulgaralguns conceitos que estão presentes no seulivro A Economia do Mais e hoje norteiamas atividades da <strong>ACIL</strong>: empreendedorismocívico, comunidades de desenvolvimento,pedagogia da verdade.32abril de 2013 | www.acil.com.br


O BRASIL PERDE UM DE SEUS MAIORES PENSADORES CONTEMPORÂNEOSComo alguém já disse, A Economia doMais não é um simples livro – é umprojeto civilizatório. “Monir determinouos temas fundamentais da <strong>ACIL</strong> nosdias de hoje. Foi uma escola para todosos presidentes e diretores da entidade”,afirma Cassa.Um dia, Marcelo Cassa voltou-se parao professor Monir e disse: “Acho queentendi o que você faz: você evangelizaatravés da cultura”. O termo escolhidopelo empresário não é exagerado.Monir, de fato, acreditava no poderlibertador do conhecimento: nessesentido, ele evangelizava seus alunosconforme os padrões de excelência dacultura ocidental. “Em suas aulas, eledistribuía gratuitamente o antídoto para oemburrecimento”, define Cassa.É por isso que ninguém esqueceu JoséMonir Nasser. Nos dois anos em queesteve retirado da vida pública, emconsequência de um AVC sofrido em2011, Monir continuou sendo umareferência constante para seus alunos.A morte do professor, no dia 16 demarço, deixou órfãos inúmeros homense mulheres que beberam dessa fontede sabedoria. “O sentido da vida, parao Monir, era oferecer alguma coisa dotesouro de conhecimentos acumuladoao longo dos séculos. Com isso, aspessoas compreendiam melhor averdade, com emoção legítima”, dizCassa. “Com a sua morte, temos oinício de uma nova etapa. É tempo derepassar adiante tudo aquilo que ele nosensinou.”Em julho, a <strong>ACIL</strong> vai homenagear ogrande defensor do empreendedorismocívico, inaugurando em sua sede a Salade Reuniões Professor José MonirNasser. E poderemos então lembraros versos do poeta Carlos Nejar, feitospara honrar Luís Vaz de Camões, masque servem perfeitamente para ilustraro legado do professor Monir: “Nãomorrerei, não/ quero mais morrer. /Nem sou cativo ou mendigo/ de umapátria. Mas da língua/ que me conhecee espera./ E a razão que não me dais,/eu crio. Jamais pensei/ ser pai de tantosfilhos”.Pequena homenagem a um grande homemJosé Monir Nasser (1956-2013)Senhoras e senhores, embarquemos naexpedição mais fascinante da históriada humanidade.A expedição ao mundo da cultura, cujafinalidade será a maior compreensãoda vida humana e, consequentemente,de nós mesmos.Excursionaremos pelos pensamentosdas mentes mais brilhantes desta curtahistória literária de cerca de 3.000 anos,absorveremos o que cada grande obraliterária quis nos dizer a cada época.Para que nossa viagem seja proveitosa,nos livraremos de todas as máscaras,todas algemas que nos prendema nacionalismos, regionalismos,ideologias, raças, credos e bandeiras.Nosso compromisso será com averdade, a justiça e a razão.Nosso objetivo será o alargamentode nosso horizonte de conhecimentoe, com este alargamento, visitando aconstelação do conhecimento humano,talvez possamos contribuir para ummundo mais fraterno.Só poderemos sentir o paladar dacultura ocidental contemporânea atualse experimentarmos os principaiscondimentos que compuseram seugosto, quais sejam: a cultura grecoromana,a judaica cristã, a idade média,a moderna e, então, o desembarque nacontemporânea.Só conseguiremos navegar por esteprocesso civilizatório rumo a umsentido se o nosso barco tiver sempredois remos (um a cada lado e namesma direção): de um lado, a ciência;do outro, a metafísica (as religiões).A ciência como mola motora dasnecessidades humanas temporais,movidas, como nos ensina Goethe,pelo ter, poder e prazer. Já a metafísica(através da intuição intelectual), nosdando a compreensão da razão do ser,sua caminhada temporal, sua essênciae morada divina.Nesta expedição, G.K. Chesterton nosensina que somos seres místicos, algoentre um demônio e um anjo, algoentre o temporal e o eterno, algo entreo exercício de nosso livre arbítrio esuas consequências, e nosso destino(misterioso e enigmático).Nesta caminhada, talvez nuncatenhamos a grandeza dos grandesmártires; porém, que, pelo menos, nãotenhamos a covardia dos omissos.Assim nos ensinou o mestre, assim nosdeixou seu legado, assim viveu para osempre José Monir Nasser.José Monir Nasser, com a colaboraçãoinestimável do SEBRAE, FIEP e <strong>ACIL</strong>foi um dos grandes incentivadorese mentor intelectual do FórumDesenvolve Londrina.O Brasil perde um de seus maiorespensadores contemporâneos.Daí, nossa imensa gratidão ereconhecimento.Seus amigos de Londrina,<strong>ACIL</strong> – FIEP – FÓRUM DESENVOLVELONDRINA – SEBRAEAssociação Comercial e Industrial de Londrina 33


SUPERMERCADOSPor Felipe BrandãoNuma era de transformaçõesconstantes, estar em dia como ritmo das organizaçõespode fazer toda a diferençaquando se trata do êxito de umempreendimento. Luiz CláudioMello Alves e Daniela RibeiroAlves, sócios na ControlsystemInformática, sabem muitobem disso. Eles estão desdeoutubro de 2012 à frente dosite Pesquisa & Compra, umnegócio pioneiro na cotaçãoe comparação de preços nosprincipais supermercados dacidade de Londrina. Trata-seda primeira empresa brasileiraa fornecer esse serviço.A criação de soluçõesinovadoras em informáticatem sido o objetivo de MelloAlves desde a inauguraçãoda Controlsystem, em1990. Da mente criativa eo faro empreendedor doprogramador londrinensesurgiu, em 1992, o sistemaTelecompras, que consistia napesquisa de preços, compras eentrega domiciliar de produtosde supermercado.A repercussão estrondosa doprograma e o posterior adventoda internet levaram Cláudioe Daniela a pensar em umaextensão do sistema a partir daentão “nova” tecnologia.A ideia começou a serdelineada pelo casal, e levoutrês anos para passar doprojeto a um negócio concreto.“Esse tempo foi necessáriopara dar à devida estrutura aosistema, já que a variedade deprodutos nas gôndolas hojeé bem maior do que há duasdécadas, quando lançamos oTelecompras”, explica MelloAlves. O site Pesquisa &Compra fornece ao cliente,mediante um cadastro simples,uma lista de 30 mil itensoferecidos pelos principaissupermercados da cidade,traçando uma comparaçãocriteriosa entre os valores decada estabelecimento. Dessaforma, o assinante pode tirarsuas próprias conclusões edecidir de forma prática omelhor lugar para fazer suascompras.A ideia de Cláudio e Danielacom o Pesquisa e Compraera atingir um público bemamplo e variado, compostotanto de pessoas físicascomo jurídicas, isto é,donas-de-casa, restaurantes,bares, hotéis, empresas, etc.“Todas as pessoas vão aosupermercado. Igrejas, clubes,por exemplos, possuemum público segmentado,34abril de 2013 | www.acil.com.br


“LONDRINA É A PRIMEIRA CIDADE A SE BENEFICIAR DO SERVIÇO”Pesquisadora em ação: site comparacriteriosamente os preços dossupermercados de Londrina“Todas as pessoas vão ao supermercado.Igrejas, clubes, por exemplos, possuem umpúblico segmentado, mas ao supermercadofazer compras todos vão.”Luiz Cláudio Mello, da Controlsystemmas ao supermercado fazercompras todos vão”, comentaCláudio. Outra vantagem éque o consumidor não paganada pelos serviços. Desde ainauguração, o site é mantidoe custeado por anunciantescomo a Engenho Propaganda,a Box Londrina e a ArthromComércio de ImplantesOrtopédicos.O que para a clientela serevela tão prático e cômodo,por outro lado, demandatodos os dias um volumeconsiderável de trabalho daequipe da Controlsystem.Cerca de 12 pesquisadorasde campo se dividem desdeo início da manhã entre osdiversos estabelecimentos,onde coletam os preços dositens catalogados. O prazopara finalizar o trabalho se dáao meio-dia, quando os dadoscomeçam a ser registradosno sistema. Até às 14h, orelatório diário da cotação ecomparação dos preços já deveestar no ar.“Não existe ninguém hojeque faça o mesmo que nósfazemos, no país todo – pelomenos por enquanto. ELondrina se beneficiou, afinal,foi a primeira cidade a poderusufruir do serviço”, explicaMello Alves, empolgado eorgulhoso de sua criação.Idealizador número um doprojeto, também foi da autoriadele o desenvolvimento de umaplicativo para celulares smartphone, que os consumidorespodem baixar de formasimples através do site Pesquisae Compra. Trata-se de umleitor de código de barrasacoplado ao próprio telefone,que exibe automaticamente ospreços do produto examinadonos demais mercadoscadastrados, para que ocliente possa comparar. “Issonão só ajuda o consumidor aeconomizar, como tambémserve de comprovante caso eleesteja em um mercado que temo compromisso firmado debancar o preço da concorrência- uma tendência que já éunânime nas grandes capitaise aos poucos deve crescer emLondrina”, acredita.Mello Alves não nega queexistam planos de estenderos serviços do Pesquisa eCompra para outras cidadesdo Paraná e do Brasil. Noentanto, ele deixa claro que apreocupação agora é otimizaro serviço-piloto em Londrina,para só depois pensar emfranquia. “Atualmente temosum cadastro de 40% dosgêneros comercializadosem supermercados. Nossameta atual é aumentar nossaequipe de pesquisadores parapodermos coletar 100% dosprodutos até, no máximo, ofinal de maio.”Questionado sobrea importância dealiar criatividade eempreendedorismo, Melloacredita que isso dependemuito do perfil do profissionalda área. “Eu nunca gosteide copiar. Há empresáriosmuito bem-sucedidos quepreferem copiar formatos jáexistentes, por questão decomodidade, de economizartempo, de não correr riscos, doque tentar criar coisas novas.Não há receita. Cabe a cadaempreendedor encontrar seucaminho dentro do próprioperfil”, aponta ele.Associação Comercial e Industrial de Londrina 35


MERCADO IMOBILIÁRIOUM JEITO FÁCIL DE REALIZAR OSONHO DA CASA PRÓPRIAApenas um documento e todas as informações necessárias para alugar ou comprarum imóvel. O serviço ofertado pela <strong>ACIL</strong> vai trazer agilidade aos cidadãos e segurançapara as imobiliáriasPor Karen KrinchevUm serviço que garante agilidade para quemquer comprar ou alugar um imóvel, este é oFácil Imobiliário. A nova ferramenta lançadapela Associação Comercial e Industrial deLondrina informa aos cidadãos, em apenasum documento, se há consultas de SPC,cheques devolvidos em nome da pessoa ouempresa, protestos, ações judiciais, ordens dedespejo, entre outras restrições (pendênciasfinanceiras).O projeto, que tem o apoio do ConselhoRegional de Corretores de Imóveis (Creci),teve início na zona norte e, a partir de abril,será ampliado para toda a cidade. Ao todo,156 imobiliárias de Londrina devem servisitadas, lembrando que o produto já foiapresentado aos imobiliaristas dos CincoConjuntos. Segundo o executivo de vendasda <strong>ACIL</strong>, Sandro Ricardo Moda, o sistema jáestá preparado para fazer essa declaração. Naregião norte, a aceitação dos empresários dosetor foi boa.Moda explica que a <strong>ACIL</strong>, a exemplo deoutras cidades do Paraná, criou este serviçopara intermediar a comunicação entreimobiliária e locatário e, assim, facilitar oprocesso de locação ou compra, já que em umsó local será possível retirar a documentaçãoexigida pelas imobiliárias. “O cidadão queprocurar a associação vai ter conhecimentodas possíveis restrições, e antes de procurara imobiliária, ele vai saber se está apto ounão para alugar ou comprar um imóvel. Sehouver alguma restrição, o indivíduo evitadesgastes e constrangimento”, esclarece.A declaração que é feita na hora, com datae horário, não tem validade. Para emitiro documento que tem um custo de R$19,90, é necessário apresentar o RG e o CPF(documentos originais).A coordenadora comercial da <strong>ACIL</strong>,Cláudia Motta Pechin, reforça que com essedocumento o locatário vai à imobiliária coma certeza de que poderá efetuar o negócio,já que nele consta as possibilidades derestrições de crédito do cidadão. “A certidãovai trazer benefícios para os dois lados,porque vai simplificar o processo, evitar oSandro Moda, executivo devendas da <strong>ACIL</strong>: “Serviçovai evitar desgastes econstrangimentos”36abril de 2013 | www.acil.com.br


constrangimento do cliente, otimizar tempo,enfim, é menos dor de cabeça para ambas aspartes”, afirma.Algumas pessoas já haviam procurado a<strong>ACIL</strong> para tirar a declaração. Foi aí que aentidade teve a ideia de lançar o produto,e facilitar o processo de locação e compra.Outra vantagem é que se o indivíduo trouxeros documentos originais do fiador, eletambém poderá efetuar a consulta.De acordo com Cláudia, o projeto pilotona Regional Norte está surtindo efeito evárias imobiliárias já procuraram a <strong>ACIL</strong>.“As empresas do setor estão encaminhandoos clientes para a associação. Antes, asimobiliárias precisavam ter o contrato parafazer essa consulta, hoje, ela direciona olocatário para cá e tudo se resolve.” Um checklist também foi entregue às imobiliáriasconstando os documentos necessários paraa locação.A partir de abril também será criado umnúcleo ao setor imobiliário para atender asnecessidades dos imobiliaristas que poderãotrocar experiências.Para Rosalmir Moreira , vice-presidente doConselho Regional de Corretores de Imóveis(Creci) e imobiliarista, o setor realmenteprecisava de uma ‘força’, e isso será possívelatravés da criação do Núcleo Imobiliário queaproximará as empresas do segmento.Sobre o Fácil Imobiliário, Moreira lembraque esse tipo de serviço já funciona bem emoutras cidades do Paraná. “A parceria entrea <strong>ACIL</strong> e o Creci vai trazer facilidades parao locatário e segurança para o locador. Ointeressante é que o locatário ainda vai poderinvestigar a situação de crédito do fiador.”O vice- presidente do Creci acrescenta que,muitas vezes, aquele que quer comprar oualugar um imóvel, tem dúvidas em relaçãoa quem procurar e os procedimentos quedevem ser seguidos. Por isso, esse produto vaiser um aliado dos londrinenses que queremrealizar o sonho da casa própria.Serviço:Mais informações sobre o Fácil Imobiliário- 3374-3000*Documentos necessários para emitir adeclaração: RG e CPF originais.Imobiliaristasda zona norteaprovam o FácilImobiliárioAdney Modesto atua no mercado imobiliáriohá 10 anos e acredita que este novo produtovai facilitar o trabalho dos profissionais dosetor. “Se o problema da pessoa for SPC, porexemplo, já vamos saber na hora. Muitasvezes, a gente vai procurar um imóvel, faz onegócio e quando vai consultar o nome dolocatário ou do fiador, tem restrição. É algodesagradável para os dois lados, além de serum tempo perdido”, conta.E por causa de situações como esta, Modestodiz que resistiu por muito tempo trabalharcom locações. Mas desde janeiro deste ano,a imobiliária que, antes, só fazia vendas,locou 42 imóveis (12 estão em processo delocação). Para o empresário da zona norte,o Fácil Imobiliário veio no momento certo.O imobiliarista expõe que a maiorreclamação das pessoas é a burocracia.“Acabou a dificuldade para os locatários quenão vão precisar ir várias vezes à imobiliáriae ao cartório. Agora é só trazer a declaraçãoemitida pela <strong>ACIL</strong>”, afirma.O empresário já aderiu ao serviço ofertadopela entidade, tanto que está pedindopara que os clientes façam tudo atravésda associação, antes mesmo de iniciar oprocesso de locação.Adney Modesto:“Fácil veio no momento certo”Rosalmir Moreira:“Parceria vai trazer facilidadee segurança”Associação Comercial e Industrial de Londrina 37


NOVOS RUMOS<strong>ACIL</strong> EM TUDO E PARA TODOSNovo superintendente da <strong>ACIL</strong>, Diego Menão, acredita notrabalho de equipe para envolver o associado, fortalecer aentidade e construir uma Londrina melhorPor Paulo Briguet“Ser tudo para todos.” À primeira vista, olema do missionário alemão José Engling(1898-1918) pode parecer absurdo eirrealizável, mas, na verdade, é umaorientação poderosa para aqueles quedesejam transformar a prática do bem nosentido da própria vida.Diego Rigon Menão, novo superintendenteda <strong>ACIL</strong>, inspira-se no lema de Englingdesde os tempos em que atuava naJuventude Masculina de Schoenstatt, nacidade de Cornélio Procópio, onde nasceuhá 30 anos. Pensando bem, a frase domissionário cristão tem tudo a ver com oespírito altruísta que norteia as atividades da<strong>ACIL</strong> desde 1937. Sim: nestas sete décadas emeia, a entidade tem buscado “ser tudo paratodos” em Londrina, ao defender as grandescausas do desenvolvimento, colocandosempre o “nós” à frente do “eu”.De certa forma, toda a trajetória existenciale profissional de Diego Menão pareciaantecipar o momento em que ele chegariaà <strong>ACIL</strong>. Filho de um casal de trabalhadores,tendo perdido a mãe ainda jovem, Diegodedicou-se desde pequeno a duas paixões:o estudo e o esporte. Diego era goleiro. Acerta altura da vida, teve a oportunidadede atuar no futebol profissional. Mas, emvez de vestir a camisa número 1, optoupelos estudos em Turismo e Hotelaria naUnopar, em Londrina. O mundo perdeuum guardião das traves e ganhou umespecialista em desafios.Na universidade, o estudante Diegodestacou-se por escrever artigos e elaborarprojetos de pesquisa nas áreas de cultura,esporte, lazer, eventos e planejamentoturístico. Logo depois de se formar, em2004, fez um MBA na área em marketingde destinos e selou o próprio: foi convidadopara ser professor no Departamento deTurismo da Unopar. “Eu estava com 22 anose não tinha nem sapato ou camisa socialpara dar aula...”Diego comprou o sapato, vestiu a camisado curso e partiu para a ação: sua ideiaera fazer a conexão entre a universidadee as empresas, para que os bons projetosacadêmicos fossem colocados em práticano mercado. “Foi então que me interesseifortemente pelas grandes questões dodesenvolvimento da cidade”, lembra Diego,que na época passou a integrar o ConselhoMunicipal de Turismo.Em 2009, Diego foi convidado para serexecutivo do Londrina Convention &Visitors Bureau. Na entidade, ele viu achance de intensificar o diálogo entre o meioacadêmico e o setor empresarial. “Vir parao Convention foi a grande oportunidadede evidenciar o que Londrina tem de tãoimportante: o talento em receber as pessoas.”Diego chegou ao Convention numa fasede transição, quando a entidade ganhavaautonomia e passava a voar com aspróprias asas. “Nosso desafio foi posicionaro Convention na sociedade. Graças aotrabalho de equipe, conseguimos. Hojeeu afirmo, sem medo de errar, que o38abril de 2013 | www.acil.com.br


DESENVOLVIMENTO, PLANEJAMENTO E FOCO NO SER HUMANO: OS GRANDES DESAFIOS DA <strong>ACIL</strong>Equipe <strong>ACIL</strong>: “O mais importante da entidade é que ela se compõe de pessoas dobem – tanto entre os colaboradores como entre os diretores”Convention de Londrina é um dos maisimportantes do Brasil, uma referência paraas outras instituições.”Para dar esse salto de qualidade, foi precisoque Convention participasse dos grandesdebates sobre o desenvolvimento de Londrinae região. Foi então que Diego lutou emdiversas batalhas ao lado da <strong>ACIL</strong>: ampliaçãodo aeroporto, Centro de Convenções,revitalização do centro histórico, eventosfestivos e culturais. (Até Papai Noel ele foi,durante um Natal do Amor.)“Todas essas atividades e interesses comunsacabaram por me conduzir à <strong>ACIL</strong>: osvalores éticos, as relações humanas; asexperiências com diferentes realidades;a questão do desenvolvimento”, comentaDiego. Em 2013, ele foi convidado a assumiro cargo na <strong>ACIL</strong>. “Parece que estava escrito.É como se tudo fosse uma longa preparaçãopara este momento.” E uma boa novatornou tudo ainda mais especial: a chegadade Gael, primogênito de Diego e Talitha,que acaba de completar um mês de idade.“Gael é a imagem perfeita da nova fase queestamos vivendo.”Na <strong>ACIL</strong>, Diego Menão quer se juntar àequipe e à diretoria para que juntos possamrealizar o lema de José Engling: “Ser tudopara todos”. “O mais importante da <strong>ACIL</strong>é que ela se compõe de pessoas do bem –tanto entre os colaboradores como entreos diretores. O serviço que a <strong>ACIL</strong> prestaé grandioso em diversos aspectos. Aqui euquero ser parte desse processo que conduza uma Londrina melhor.”Na agenda de Diego Menão, estão algunsprojetos imediatos como o pacote decampanhas promocionais para o comérciode Londrina. Segundo ele, a campanhado próximo Dia das Mães será o “abrealas”do novo projeto. “Nos próximos dias,vamos iniciar um trabalho de divulgaçãopara esse novo formato das campanhas.Queremos oferecer aos nossos associados,especialmente os pequenos e médiosvarejistas, as ferramentas que hoje osgrandes players já possuem, especialmentena área de comunicação.”Segundo Diego, a ideia de reunir váriascampanhas promocionais no mesmopacote tem o objetivo de reduzir custos parao associado. “Se ele pagou um X na últimacampanha de Natal, vai pagar um poucomais para ter seis campanhas ao longo doano. Será extremamente benéfico para olojista”, avalia o superintendente. “Numacampanha de comércio, não temos quepensar apenas no preço do produto a seroferecido, mas também na forma como olojista vai receber os clientes londrinenses eos visitantes de outras cidades; e na uniãodos empresários em torno dessa causa.Temos de pensar que as ações da <strong>ACIL</strong>vão contribuir para uma sociedade melhor,ainda que sejam ações comerciais.”Os desafios da <strong>ACIL</strong> nos próximos 75 anos,na visão de novo superintendente, situam-seem três grandes frentes.Primeiro, o desenvolvimento. “A <strong>ACIL</strong> temprojetos que servem como eixos para o futuroda cidade e da região”, diz Diego Menão. Sãotemas que vão indicar os nossos rumos: ArcoNorte; Centro de Convenções; modernizaçãodas principais vias comerciais; ampliação doaeroporto; instrumentos logísticos para aregião; aperfeiçoamento das vias de acessoà cidade; produção e transferência detecnologia; aumento de competividade dasempresas; desafios ambientais.Segundo, o planejamento. “Londrina vaifazer 79 anos. Temos índices elevados decrescimento populacional – comparávelaos chineses. A cidade cresceu demaise a estrutura não cresceu com a mesmavelocidade”, avalia Diego. Por isso, a<strong>ACIL</strong> precisa se envolver com projetos demobilidade urbana, segurança pública, PlanoDiretor, zoneamento... “Afinal, temos queacompanhar as demandas do crescimento. A<strong>ACIL</strong> zela pelos interesses das pessoas e teráum papel fundamental nesse processo.”Terceiro – e o mais importante: o focono ser humano. “Londrina ainda estásendo colonizada. O pioneirismo continuaacontecendo hoje. Cada vez mais, a <strong>ACIL</strong>será chamada para cuidar de questõesque envolvem diretamente a qualidadede vida das pessoas. E precisa estar de‘braços abertos’, como diz a letra do nossohino, para dar prioridade ao ser humano,à humanização da vida social, com saúde,educação e moradia para todas as pessoas.”Parecem objetivos inalcançáveis, muitoousados? A história de Londrina tem sidouma constante superação desses desafios. Étempo de “ser tudo para todos”.“Todas essas atividades einteresses comuns acabarampor me conduzir à <strong>ACIL</strong>: osvalores éticos, as relaçõeshumanas; as experiênciascom diferentes realidades; aquestão do desenvolvimento.”Diego Menão,novo superintendente da <strong>ACIL</strong>Associação Comercial e Industrial de Londrina 39


COLUNA DA <strong>ACIL</strong>ANAC volta a realizar provas em LondrinaA Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) voltará a realizar provas para pilotos, comissáriose mecânicos em Londrina. A decisão foi anunciada no dia 20 de março pelo presidente interinoda ANAC, Carlos Pellegrino, que recebeu uma comitiva de lideranças políticas e empresariaislondrinenses em Brasília. Segundo o presidente da <strong>ACIL</strong>, Flávio Montenegro Balan, a ANACse comprometeu a reativar os exames em Londrina e, em médio prazo, firmar convênio comuma das escolas de aviação da cidade para seguir realizando as provas de brevê e renovação dosprofissionais do setor aéreo. “Foi mais uma conquista da sociedade civil londrinense”, declarouFlávio Balan.Em Brasília, o grupo londrinense também foi recebido pelo senador Sérgio Souza (PMDB). Elemanifestou apoio irrestrito ao Projeto Arco Norte e a outras demandas.MulheresEm comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a <strong>ACIL</strong> abriu as portas para a Semana daMulher. Palestras sobre coaching e consumo movimentaram a entidade no primeiro dia doevento. Gislene Isquierdo falou sobre “Coaching para mulheres: desenvolvendo habilidadesessenciais na vida profissional”, e Sheila Dal Ry sobre “Comportamento de Consumo Feminino”.A apresentadora Lu Oliveira e a empresária Juliana Sorace completaram o evento falando sobre“Bem Estar & Carreira” e “Giuliana Home, uma historia de sucesso”. Além das palestras, asmulheres puderam apreciar a exposição montada por Pilar Vieira, com quadros que mostrama beleza feminina e outras obras com exemplos a serem seguidos, como um grafite de MadreTeresa de Calcutá.O evento foi organizado pela <strong>ACIL</strong> e Conselho da Mulher Empresária.Londrina é candidata a sediarJogos Escolares da Juventude em 2015Londrina está próxima de apagar o passado e resgatar o prestígio no cenário nacionalde eventos esportistas. No dia 14 de março, uma comitiva composta por representantesda <strong>ACIL</strong>, Fundação de Esportes, Londrina Convention & Visitors Bureau e Codelfoi até o Rio de Janeiro para dar início à reaproximação com o Comitê OlímpicoBrasileiro (COB). O objetivo também é tentar trazer de volta à cidade o maior eventoestudantil do país: os Jogos Escolares da Juventude (ex-Olimpíadas Escolares). “Oprefeito já autorizou a candidatura pelo Convention para sediar o evento em 2015. Omunicípio vai dar todo o aporte e também vamos conversar com o Estado”, contou opresidente da <strong>ACIL</strong>, Flávio Montenegro Balan.Os reflexos positivos do encontro vieram rápido. Por e-mail, o COB informou queAndré Mattos COB, Flávio Balan, Elber Souza, EdgarHubner COB, Bruno Veronesi e Reinaldo JrLondrina também poderá ser sede de eventos menores, que não precisam de candidatura. “Isso se deve à infraestrutura hoteleira, debares e restaurantes e estrutura esportiva completa da cidade”, afirma Balan.Os Jogos Escolares da Juventude representam para a economia a rotatividade de 4 mil atletas e técnicos, 1.200 funcionários ecolaboradores do COB, 25 mil diárias de hotel e 55 mil refeições, além de toda a parte social e familiar que vem com os atletas.40abril de 2013 | www.acil.com.br


Agenda maio 2013ATENDIMENTO E VENDASFINANÇAS MARKETINGGESTÃO DE RH WEBDIVERSOSDesenvolvimento de gerentes:formação e atualizaçãoAgmar Vieira Júnior03 e 04 de maioDia 03 – 19h às 23hDia 04 – 8h30 às 12h e 13h às 17h30• A Administração como fator estratégicopara o desenvolvimento empresarial• Como os gerentes estão praticando agerência• O que os gerentes devem fazer• As lições que podem ser aprendidas dasMelhores Empresas para se TrabalharNão associados R$280,00Associados R$220,00Ganhe lucratividade vendendovalor e não preçoNatasha Bacchi06, 07 e 08 de maio19h às 22h• Como provar que sua solução vale mais doque as dos concorrentes• Saia do comparativo de preços• Convença o cliente a pagar mais• Aproveitando o relacionamento com oclienteNão associados R$155,00Associados R$77,00Cobrança e comunicação cominadimplentesBraz Vendramini13, 14 e 15 de maio19hs às 23h• Cartas de cobrança: como torná-las maiseficazes• Como obter maiores resultados nascobranças de clientes inadimplentes• As principais desculpas utilizadas pelosclientes inadimplentes e como contorná-las• Como cobrar por telefoneNão associados R$160,00Associados R$80,00Assistente fiscal: formação eatualizaçãoDanieli Corbari13 e 14 de maio19h às 23h• Introdução ao: ICMS, IPI, PIS E COFINS,ISSQN• Regimes de Tributação• Códigos da NF-e: CFOP, CST, CSOSN, NCM• Benefícios Fiscais: Isenção, Redução daBase de Cálculo, Diferimento, Suspensão,Imunidade, Diferencial de AlíquotaNão associados R$230,00Associados R$180,00Workshop: Como utilizar as redessociais para alavancar seus negóciosSheila Dal Ry Issa21 de maio19h às 23h• Redes Sociais• Gestão de Conteúdo• Mídia Online / Anúncios Patrocinados• Buzz Marketing• Ferramentas de Publicação eMonitoramento de Mídias SociaisNão associados R$90,00Associados R$45,00Obtendo diferencial através daexcelência no atendimento ao clienteFlávio Moura23 e 24 de maio19h às 23h• Princípios do atendimento de excelência• Cuidados principais no tocante àapresentação pessoal e postura• Os tipos de clientes e como agir com cadaum deles• Como manter uma postura assertivaquando o cliente encontra-se insatisfeitoou irritadoNão associados R$140,00Associados R$70,00Palestra: Atendimento é tudo!Regina Nakayama09 de maio19h30 às 21h30• Saiba como pequenas atitudes nomomento do atendimento ao clientepodem transformar em melhoresresultados e vendas para a sua empresa• A comunicação que decide uma venda• Desvendando as Técnicas de VendasNão associados R$60,00Associados R$30,00Proteção ao créditoClaudia Pechin14 de maio10h às 12h• Informações sobre o novo cenário de SPCno Brasil• Treinamento do sistema das consultas aoSPC• Detalhamento das consultas e inclusão eexclusão de inadimplentesGratuito – exclusivo para associadosAssistente de departamentopessoal com ênfase em desoneraçãona folha de pagamentosMário Sérgio Curti20, 21 e 22 de maio19h ás 23h• Procedimento para admissão deempregadores• Contrato e jornada de trabalho• Folha de pagamentos• Demissão de empregados• Incidência e cálculo dos impostosNão associados R$280,00Associados R$220,00Saiba mais:3374.3000 | 3374.3011 com Barbara:bdellalibera@acil.com.br ou3374.3082 com Tatiane Goes:tgoes@acil.com.brAssociação Comercial e Industrial de LondrinaRua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PRAv. Saul Elkind, 1820 | Regional Nortewww.acil.com.brComunicação para vendedoresCarmen Benedetti27, 28 e 29 de maio19h às 23h• O que é preciso para ser um bomvendedor?• Comunicação e vendas• Características e benefícios• A comunicação por telefone• A importância do ouvirNão associados R$160,00Associados R$80,00Curta


HUMORO contribuinte éque põe. O governosó cacareja.Antigamente se dizia: “Onde vamosparar?” Hoje em dia se pergunta: “Quandoeles vão parar?”...Uma coisa dá pra prever com todacerteza: um pessimista jamais levarádesvantagem numa aposta com o otimista....Você sente que está mesmo ficandovelho quando todas as mulheres da suageração ficaram ao menos dez anos maisnovas que você.


REVISTA MERCADO EM FOCO | ABRIL DE 2013WWW.<strong>ACIL</strong>.COM.BRAssociação Comercial e Industrial de Londrina43


44abril de 2013 | www.acil.com.br

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