10.07.2015 Views

O Caminho das Águas em Salvador - SEMA - Secretaria do Meio ...

O Caminho das Águas em Salvador - SEMA - Secretaria do Meio ...

O Caminho das Águas em Salvador - SEMA - Secretaria do Meio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As fontes na Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong><strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> é a cidade <strong>das</strong> fontes d’água. Bochicchio (2003) afirmaque Thomé de Souza não pensou duas vezes, quan<strong>do</strong> achou o portoideal, devi<strong>do</strong> à água, para fundação da cidade.Na escolha <strong>do</strong> local para a construçãoda Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a disponibilidade deágua forçosamente teria que ser considerada.Tanto Azeve<strong>do</strong> (1969), quanto Falcão(1949) relatam que, efetivamente, no regimentoque deu a Thomé de Souza, o rei: “...espero que este seja e deve ser um sítio sadioe de bons ares, e que tenha abastança deáguas, e porto <strong>em</strong> que b<strong>em</strong> possam amarraros navios e varar<strong>em</strong>-se quan<strong>do</strong> cumprir, porqueto<strong>das</strong> estas qualidades ou as mais delaspuder<strong>em</strong> ser, cumpre que tenha dita fortalezae povoação”.As antigas fontes <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> foram construí<strong>das</strong> para facilitar oacesso da população à água e, assim, abastecera cidade (Figura 01). Exist<strong>em</strong> desde aépoca <strong>das</strong> capitanias hereditárias e representaram,durante longos anos, el<strong>em</strong>entode real importância para a população. Hoje,a maioria delas estão parcialmente ou totalmentedestruí<strong>das</strong> e, aos poucos, aguadeirose mulheres com lata d’água na cabeçaforam desaparecen<strong>do</strong> <strong>do</strong> cenário urbanoe <strong>do</strong> cotidiano da cidade.Assim, na primeira metade <strong>do</strong> século XIX, os chafarizes e as fontespúblicas existentes já não atendiam a d<strong>em</strong>anda <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>resda cidade e n<strong>em</strong> às aspirações iluministas de progresso da época.Em 1800, com o aumento da população e aprogressiva expansão da cidade, o númerode fontes havia também cresci<strong>do</strong>. ConformeCarneiro (1980), <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> havia muitasfontes, <strong>em</strong>bora, <strong>em</strong> fins <strong>do</strong> século XVIII, segun<strong>do</strong>Vilhena (1969), não existisse dentroda cidade uma única, cuja água se pudessebeber.Sampaio (2005) relata que, nas casasFigura 01 - Fonte no Largo Dois de Julho (BAHIA, 2003)Figura 02 – Companhia de Água <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong> (BAHIA, 2003)Figura 03 – Casa de vender água (SAMPAIO, 2005)e nos escritórios, a água era armazenada <strong>em</strong> tanques, talhas, potese moringas. No entanto, à medida que a população crescia, a águadiminuía, com isso tornou-se urgente prover a cidade com um sist<strong>em</strong>ade abastecimento constante.Desse mo<strong>do</strong>, com o crescimento populacionale expansão da cidade, <strong>em</strong> 1850, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,com 60 mil habitantes, carecia de umsist<strong>em</strong>a de abastecimento de água (BAHIA,2003). Estabeleceu-se, então, um serviço decanalização pelo qual a província contribuiriacom 150 contos de réis.Em 1852, houve um incentivo para construçãode mais fontes e chafarizes <strong>em</strong> virtudeda Lei nº 451, de 17 de junho de 1852, quecriou o serviço de abastecimento de água potávelpara a cidade (BOCCANERA JÚNIOR, 1921). Este incentivo resultouna criação da Companhia de Água <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong> (Figura 02).Afinal, <strong>em</strong> 7 de janeiro de 1853, começarama funcionar 21 chafarizes, nos principaispontos da cidade (AZEVEDO, 1969;BAHIA, 2003).Em 1870, renova-se o contrato e prorroga-seo privilégio, com a condição da <strong>em</strong>presaexecutar novas obras (BAHIA, 1966).Com esta exigência e para compl<strong>em</strong>entara água <strong>do</strong>s chafarizes insuficientes para oconsumo da cidade, a Companhia organizoua distribuição da água <strong>em</strong> diversas casas, conheci<strong>das</strong> como casasde vender água (Figura 03). Por ter<strong>em</strong> si<strong>do</strong> instala<strong>das</strong> ao términoda Guerra <strong>do</strong> Paraguai, <strong>em</strong> março de 1870, foram designa<strong>das</strong> comos nomes de locais onde houvera vitórias<strong>do</strong> exército brasileiro – Curuzu, Humaitá,etc. (SAMPAIO, 2005).Começa um novo século. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> tinha<strong>em</strong> torno de 250 mil habitantes e um consumoper capita de 35 litros de água por dia:20% <strong>do</strong> necessário. A Companhia de Água,s<strong>em</strong> recursos, não tinha perspectivas de novosinvestimentos (BAHIA, 2003).Fotos: Fundação Gregório de Matos434 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 435

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!