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O Caminho das Águas em Salvador - SEMA - Secretaria do Meio ...

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Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio CamarajipeO Rio Camarajipe t<strong>em</strong> o seu nome associa<strong>do</strong> à existência, <strong>em</strong>suas margens, de uma planta chamada Camará, Lantana camara,Lantana aculeata ou ainda Lantana brasiliensis, arbusto de folhasaromáticas e frutos vermelhos, que eram abundantes nas imediaçõesdesse Rio.Localizada no miolo da cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipepossui uma área de 35,877km 2 (o que corresponde a 11,62%<strong>do</strong> território municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>), sen<strong>do</strong> a terceira maior bacia <strong>em</strong>extensão <strong>do</strong> Município. Encontra-se limitada ao Norte pela Bacia<strong>do</strong> Cobre, à Leste pela Bacia Pedras/Pituaçu, à Oeste pela Penínsulade Itapagipe e ao Sul pela Bacia <strong>do</strong> Lucaia. Com uma populaçãode 668.871 habitantes, que corresponde a 27,3% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e densidade populacional de 18.643,37hab./km 2(IBGE, 2000), é a mais populosa bacia <strong>do</strong> Município, <strong>em</strong>bora apresenteum ritmo de crescimento relativamente pequeno, <strong>em</strong> virtudeda consolidação <strong>do</strong> seu processo de ocupação. Possui 180.074unidades habitacionais, que correspond<strong>em</strong> a 27,3% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A Bacia <strong>do</strong> Camarajipe é ocupada por uma população situada,pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente, nas menores faixas de renda. Seuschefes de família encontram-se distribuí<strong>do</strong>s da seguinte maneira:30,64% receb<strong>em</strong> até 1 SM mensal, 30,11% estão na faixade mais de 1 até 3 SM e apenas 3,89% receb<strong>em</strong> mais de20 SM. Os índices de escolaridade <strong>do</strong>s chefes de família dessabacia revelam o seguinte quadro: 6,61% não têm instrução,25,97% possu<strong>em</strong> de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>, 30,34% possu<strong>em</strong> de11 a 14 anos e apenas 9,38% possu<strong>em</strong> mais de 15 anos de estu<strong>do</strong>(IBGE, 2000).Suas nascentes encontram-se próximas a Pirajá, nos bairros deMarechal Ron<strong>do</strong>n, Boa Vista de São Caetano, Calabetão e MataEscura, áreas carentes de infraestrutura urbana, com fortes desigualdadessocioespaciais, sobretu<strong>do</strong> as ocupações situa<strong>das</strong> nasbaixa<strong>das</strong>, <strong>em</strong> Áreas de Preservação Permanente (APP), sujeitas ainundações. O Camarajipe percorre, aproximadamente, 14km atésua foz, por um leito sinuoso que passa nas imediações <strong>do</strong>s bairrosde Pero Vaz, IAPI, Caixa d’Água, Pau Miú<strong>do</strong> e Saramandaia, bairroscom maior grau de consolidação, porém, com um teci<strong>do</strong> socials<strong>em</strong>elhante aos bairros onde se localizam as nascentes. Entretanto,<strong>em</strong> vários trechos, o seu leito foi retifica<strong>do</strong>, perden<strong>do</strong> a sinuosidadenatural que o caracterizava.O “caminho natural” <strong>do</strong> Camarajipe des<strong>em</strong>bocava no Largo daMariquita, no bairro <strong>do</strong> Rio Vermelho, ten<strong>do</strong> como seu último afluenteo Rio Lucaia, proveniente <strong>do</strong> Dique <strong>do</strong> Tororó, pela Av. Vasco daGama, que o margeia. No entanto, na década de 1970, o extintoDepartamento Nacional de Obras de Saneamento-DNOS, desviouo curso <strong>do</strong> Rio <strong>em</strong> razão de constantes enchentes nas zonas maisbaixas <strong>do</strong> Rio Vermelho. Na região próxima de um centro comercial(Shopping Iguat<strong>em</strong>i), aproveitou-se o vale <strong>do</strong> Rio Pernambuéspara fazer a alteração. Por meio de dragag<strong>em</strong> e rebaixamento <strong>do</strong>substrato <strong>do</strong> vale, a foz <strong>do</strong> Rio Camarajipe foi modificada para aregião situada hoje entre a Praça Jardim <strong>do</strong>s Namora<strong>do</strong>s e a Praiade Jardim de Alah, ambos no bairro <strong>do</strong> Costa Azul. Nesta área, oRio encontra-se retifica<strong>do</strong>, com sua calha revestida por argamassaarmada exceto seu leito, chegan<strong>do</strong> a alcançar 20m de larguranas imediações <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> shopping center.Ao longo <strong>do</strong> seu trajeto, fica evidente o grande comprometimentoda qualidade <strong>das</strong> suas águas provoca<strong>do</strong> por déca<strong>das</strong> de lançamentode esgotos sanitários in natura, além da presença de diversosoutros processos antrópicos, da ausência de controle e gestão<strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>em</strong> grande parte da bacia, tanto <strong>em</strong> seu leito,quanto <strong>em</strong> suas margens. Embora nos últimos 15 anos tenhamsi<strong>do</strong> implanta<strong>do</strong>s cerca de 1.380km de rede coletora e executa<strong>das</strong>142.000 ligações intra<strong>do</strong>miciliares de esgoto, atenden<strong>do</strong> a, aproximadamente,259.000 <strong>do</strong>micílios, há regiões da bacia que necessitamde intervenções integra<strong>das</strong> <strong>do</strong> Poder Público Municipal e <strong>do</strong>Estadual, como por ex<strong>em</strong>plo, implantação de macro e microdrenag<strong>em</strong>,definição viária, contenção de encostas, desapropriação deáreas para ordenamento <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo, visan<strong>do</strong> possibilitar a implantaçãode sist<strong>em</strong>a de esgotamento sanitário e, consequent<strong>em</strong>ente,eliminar as fontes de poluição difusas de orig<strong>em</strong> <strong>do</strong>méstica,com melhoria da qualidade da água <strong>do</strong> rio.O desmatamento <strong>em</strong> suas nascentes e margens e consequenteassoreamento, alia<strong>do</strong>s ao uso inadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong> solo, a impermeabilização,o acúmulo de resíduos sóli<strong>do</strong>s, entupimento de bueiros (impedin<strong>do</strong>a passag<strong>em</strong> da água de chuva) e erosão advinda de exploraçãode pedreiras, dentre outros, vêm provocan<strong>do</strong> danos sociais,O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 81

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