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O Estado da Governação em Junho de 2007 - Compromisso Portugal

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O <strong>Estado</strong> <strong>da</strong> <strong>Governação</strong> <strong>em</strong> <strong>Junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong>o referido Livro Branco só foi <strong>em</strong>possa<strong>da</strong> <strong>em</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2006, tendo um ano para produzir orelatório final.Um investimento <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> será também importante para garantir um aumento significativoe sustentado <strong>da</strong>s exportações. Estas tiveram um comportamento favorável <strong>em</strong> 2006, ano <strong>em</strong> queparece ter sido possível suster a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> quota nos mercados externos verifica<strong>da</strong> <strong>em</strong> anos anteriores.Registou-se igualmente uma tendência positiva <strong>de</strong> alteração do perfil <strong>da</strong>s exportações para produtos<strong>de</strong> maior valor acrescentado. No entanto, é necessário algum cui<strong>da</strong>do na análise <strong>da</strong>s exportações<strong>de</strong> 2006, pois parte do relativo sucesso po<strong>de</strong>rá ter uma natureza excessivamente conjuntural. Comefeito, o País beneficiou <strong>de</strong> uma procura extraordinária <strong>de</strong> produtos refinados <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> petrolífera,<strong>da</strong><strong>da</strong> a escassez mundial. Houve ain<strong>da</strong> um acréscimo significativo <strong>de</strong> exportações para algunspequenos países extracomunitários, que po<strong>de</strong>rá não se manter no futuro. Finalmente, está por<strong>de</strong>terminar o modo como a chama<strong>da</strong> “frau<strong>de</strong> carrossel” no IVA terá <strong>em</strong>polado as exportações,nomea<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> serviços.O aumento <strong>da</strong>s exportações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos e serviçosproduzidos <strong>em</strong> território nacional. Ora, acontece que os custos unitários do trabalho <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>evi<strong>de</strong>nciam uma tendência pouco positiva face aos nossos concorrentes 5 . A situação <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>nos índices <strong>de</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do World Economic Forum continua a evoluir <strong>de</strong>sfavoravelmente.Todos estes factos dão ain<strong>da</strong> poucas garantias quanto a um crescimento sustentado <strong>da</strong> nossaEconomia, que continua d<strong>em</strong>asiado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos acasos <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> conjuntura e <strong>da</strong> procuraexterna.O País não encontrou uma saí<strong>da</strong> clara para os probl<strong>em</strong>as que o têm afligido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000. O alto nível<strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s famílias e <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas limita o crescimento pela via do consumo interno.Apesar do comportamento aparent<strong>em</strong>ente favorável <strong>da</strong>s exportações e <strong>da</strong>s importações (neste últimocaso, como resultado <strong>em</strong> parte <strong>de</strong> um menor consumo e nível <strong>de</strong> investimento), o saldo externo <strong>da</strong>nossa economia, <strong>de</strong>terminante do endivi<strong>da</strong>mento face ao exterior, continua a exibir valores pioresdo que os previstos pelo Governo no PEC.Perante este cenário, não é aconselhável que se mantenha a ilusão <strong>de</strong> que um “Plano Tecnológico”li<strong>de</strong>rado pelo <strong>Estado</strong> e baseado <strong>em</strong> centenas <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s pouco articula<strong>da</strong>s possa funcionar, só porsi e apesar dos seus méritos, como uma varinha <strong>de</strong> condão para o nosso crescimento económico 6 .Há que enten<strong>de</strong>r que a tecnologia é essencialmente uma ferramenta para atingir propósitos <strong>de</strong>inovação e aumento <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, não um fim <strong>em</strong> si mesmo. O seu valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> umcontexto s<strong>em</strong> o qual os seus efeitos serão reduzidos ou anulados . 7 O ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro “Plano Tecnológico”<strong>de</strong>veria assentar na qualificação e formação dos Portugueses, na introdução <strong>de</strong> novas tecnologias5 Com efeito, segundo o Banco <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, os custos unitários do trabalho <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> cresceram 2,4% no ano <strong>de</strong> 2005, por comparação com 0,9%na Zona Euro, e <strong>em</strong> 2006, 1,8% <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e 0.8% na Zona Euro.6 Embora se <strong>de</strong>va reconhecer que o Plano Tecnológico unifica os instrumentos <strong>de</strong> política <strong>de</strong> inovação no Programa <strong>de</strong> Governo, importa salientarque (1) não <strong>de</strong>fine a relação entre metas e medi<strong>da</strong>s, (2) não envolve suficient<strong>em</strong>ente a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Civil, e (3) não cont<strong>em</strong>pla medi<strong>da</strong>s para obviar afalta <strong>de</strong> cooperação entre as <strong>em</strong>presas, o estado, as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e as restantes enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s do sist<strong>em</strong>a nacional <strong>de</strong> inovação.7 Por ex<strong>em</strong>plo, a distribuição a preços reduzidos <strong>de</strong> computadores - Programa e-escola - seria b<strong>em</strong> mais eficaz se fosse acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>sacções <strong>de</strong> formação a alunos e professores e <strong>da</strong> introdução do computador nos programa curriculares e nas técnicas lectivas <strong>da</strong>s escolas.JUNHO <strong>2007</strong>12

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