10.07.2015 Views

O Estado da Governação em Junho de 2007 - Compromisso Portugal

O Estado da Governação em Junho de 2007 - Compromisso Portugal

O Estado da Governação em Junho de 2007 - Compromisso Portugal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O <strong>Estado</strong> <strong>da</strong> <strong>Governação</strong> <strong>em</strong> <strong>Junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong><strong>de</strong> um esforço que mereceria ser imitado noutras áreas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social. No que diz respeito aosdocumentos únicos, o Governo instituiu o Documento único automóvel, e começou a <strong>de</strong>senvolver aInformação predial única. Mas não se registaram progressos com vista a estabelecer o Cartão comumdo ci<strong>da</strong>dão. Houve ain<strong>da</strong> um amplo conjunto <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> simplificação na área dos registos enotariado, tendo sido criado um procedimento especial, a título experimental, <strong>em</strong> 5 municípios, <strong>de</strong>transmissão, oneração e registo <strong>de</strong> imóveis <strong>de</strong>nominado Casa Pronta, visando a eliminação <strong>de</strong>formali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dispensáveis. No entanto, não são conheci<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> simplificação <strong>de</strong> controlos<strong>de</strong> natureza administrativa noutras áreas.Na área <strong>da</strong> "<strong>de</strong>sjudicialização" e resolução alternativa <strong>de</strong> litígios, registou-se um aumento <strong>de</strong>processos dirimidos pelos julgados <strong>de</strong> paz, mas s<strong>em</strong> que tivesse havido ain<strong>da</strong> um reforço <strong>da</strong> re<strong>de</strong><strong>de</strong>sta espécie <strong>de</strong> tribunais, tal como o Governo propusera. Nota-se também a ausência <strong>de</strong> incentivosà auto-regulação. No que diz respeito à melhoria <strong>da</strong> resposta judicial, <strong>de</strong>cisiva para elevar aperformance do sist<strong>em</strong>a, foram até ao momento toma<strong>da</strong>s algumas medi<strong>da</strong>s efectivas, mas to<strong>da</strong>s <strong>de</strong>alcance t<strong>em</strong>porário, como suce<strong>de</strong> com as medi<strong>da</strong>s realiza<strong>da</strong>s no âmbito do Plano <strong>de</strong>Descongestionamento dos Tribunais.4.2.) O mais difícil está por fazer.A melhoria <strong>da</strong> organização e funcionamento do sist<strong>em</strong>a judicial exige que as reformas <strong>de</strong> fundo,urgentes e <strong>de</strong> carácter duradouro a que o governo se propôs sejam concretiza<strong>da</strong>s o mais rapi<strong>da</strong>mentepossível, até porque na sua maioria merec<strong>em</strong> o consenso dos operadores judiciários e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>em</strong> geral. A esse respeito, é absolutamente urgente a realização, nos prazos anunciados, <strong>da</strong> revisãodo mapa judiciário e dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão do sist<strong>em</strong>a judicial, <strong>da</strong> acção executiva, do regime dosrecursos, <strong>da</strong> organização e funcionamento <strong>da</strong> carreira <strong>da</strong>s magistraturas, e dos Códigos Penal e doProcesso Penal. S<strong>em</strong> isso, corre-se o risco <strong>de</strong> o reformismo governativo se gastar <strong>em</strong> reformasmeramente periféricas.Urge igualmente uma reforma na área do Processo Civil e <strong>da</strong>s custas e medi<strong>da</strong>s que limit<strong>em</strong> orecurso ao sist<strong>em</strong>a judicial, como: (1) o reforço <strong>da</strong> arbitrag<strong>em</strong> e <strong>da</strong> mediação como formas <strong>de</strong>resolução <strong>de</strong> litígios, (2) a revisão <strong>da</strong> Lei <strong>da</strong> Arbitrag<strong>em</strong> (lei nº 31/86 <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Agosto) e a criação<strong>de</strong> uma nova lei <strong>da</strong> mediação, (3) incentivos à auto-regulação, (4) a concessão <strong>de</strong> benefícios fiscaispara os mecanismos <strong>de</strong> garantia contratual, e (5) punição severa <strong>da</strong> litigância <strong>de</strong> má-fé.Po<strong>de</strong>, assim, concluir-se que a acção governativa revela avanços importantes na área <strong>da</strong><strong>de</strong>sburocratização, com reflexos muito positivos na vi<strong>da</strong> dos ci<strong>da</strong>dãos e <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas, mas que faltaain<strong>da</strong> a concretização <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> fundo, cujo calendário, aliás, já foi divulgado no âmbito doPacto sobre a Justiça. Em termos simples, falta ain<strong>da</strong> fazer o mais difícil. O objectivo <strong>de</strong> "garantira efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos direitos e dos <strong>de</strong>veres e tornar o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> justiça um factor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico e social" está ain<strong>da</strong> longe <strong>de</strong> ter sido alcançado.JUNHO <strong>2007</strong>22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!