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O Estado da Governação em Junho de 2007 - Compromisso Portugal

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O <strong>Estado</strong> <strong>da</strong> <strong>Governação</strong> <strong>em</strong> <strong>Junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong>De facto, uma parte substancial <strong>da</strong> redução do défice orçamental <strong>de</strong>ve-se ao aumento dos impostose à cobrança <strong>de</strong> um stock acumulado <strong>de</strong> dívi<strong>da</strong>s fiscais, e não tanto, como seria <strong>de</strong>sejável, a umaredução <strong>da</strong> <strong>de</strong>spesa. 10 Da mesma forma, o congelamento salarial na função pública, que t<strong>em</strong> vindoa permitir controlar as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> pessoal no curto prazo, dificilmente será possível <strong>de</strong> manter nofuturo. A <strong>de</strong>spesa pública continua a ser d<strong>em</strong>asiado rígi<strong>da</strong>, dificultando a consoli<strong>da</strong>ção uma tendênciaestrutural clara e significativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo. O importante objectivo <strong>de</strong> reduzir <strong>em</strong> 75 000 o número<strong>de</strong> funcionários <strong>da</strong> Administração Central durante a legislatura, que aju<strong>da</strong>ria no futuro a umadiminuição <strong>da</strong> <strong>de</strong>spesa com pessoal, parece pouco provável <strong>de</strong> ser cumprido. Sendo assim, aconsoli<strong>da</strong>ção orçamental consegui<strong>da</strong>, <strong>em</strong>bora positiva, não parece ain<strong>da</strong> suficient<strong>em</strong>ente sóli<strong>da</strong>.Visto que as receitas fiscais não po<strong>de</strong>rão continuar a crescer como até aqui s<strong>em</strong> prejudicar acompetitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do nosso sist<strong>em</strong>a fiscal e por essa via as condições do nosso crescimento económico,convém ao Governo apostar mais fort<strong>em</strong>ente na redução <strong>da</strong>s <strong>de</strong>spesas, <strong>de</strong> modo a realizar pelomenos o objectivo previsto no PEC <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2006 <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>spesa corrente primária <strong>de</strong>35,9% do PIB <strong>em</strong> 2010. Da mesma forma, seria importante traçar uma estratégia clara <strong>de</strong> obtenção<strong>de</strong> receitas no futuro, explicitando as várias fontes – impostos, privatizações, taxas sobre utentes eutilizadores, etc.Outra parte substancial <strong>de</strong> redução do défice orçamental t<strong>em</strong> vindo a ser consegui<strong>da</strong> através <strong>de</strong>uma forte retracção do investimento público. No seu Programa, o Governo afirmou que o investimentopúblico, s<strong>em</strong> contributos europeus, iria crescer por ano cerca <strong>de</strong> 15%. Tal não veio a acontecer (eprovavelmente não seria <strong>de</strong>sejável que acontecesse, sobretudo s<strong>em</strong> estar garanti<strong>da</strong> a sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong>),visto que o Governo teve <strong>de</strong> recorrer ao seu corte drástico para se aproximar, <strong>em</strong> 2006, do objectivo<strong>de</strong> diminuição do défice orçamental. Quanto ao investimento público total, o Governo previu que<strong>de</strong>cresceria <strong>em</strong> termos reais, mas não necessariamente <strong>em</strong> termos nominais.No entanto, acabou por diminuir 14,9% <strong>em</strong> 2006, o que faz t<strong>em</strong>er que alguns investimentosnecessários e reprodutivos tenham sido adiados. Para <strong>2007</strong>, o Governo já prevê um acréscimo <strong>de</strong>4,9% contra - 1,5% no PEC.Crescimento Nominal do Investimento Público (<strong>em</strong> %)2006PEC Real-4,6 -14,9E<strong>2007</strong>PEC Previsto-1,5 4,9Fontes: Real – Relatório <strong>de</strong> Orientação <strong>da</strong> Política Orçamental (Abril <strong>de</strong> <strong>2007</strong>); INE; PEC 2005-2009 – Ministério <strong>da</strong>s Finanças (<strong>Junho</strong> <strong>de</strong> 2005).10 Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a redução regista<strong>da</strong> <strong>em</strong> 2006 no valor <strong>de</strong> 2,1 pontos percentuais, <strong>de</strong>ve-se <strong>em</strong> 38% (0,8 pontos percentuais) ao aumento <strong>da</strong>s receitasfiscais, <strong>em</strong> 33% à redução <strong>da</strong>s <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> capital (0,7 pontos percentuais) e unicamente 29% (0,6 pontos percentuais) à redução <strong>da</strong> <strong>de</strong>spesa corrente.Já no que diz respeito à redução do défice prevista para <strong>2007</strong>, o contributo esperado <strong>da</strong> <strong>de</strong>spesa corrente será <strong>de</strong>terminante, tendo o governoestabelecido um objectivo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 0,8 pontos percentuais - uma redução superior à própria redução total do défice, e que, a verificar-se, não<strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> ser uma tendência claramente positiva.JUNHO <strong>2007</strong>14

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