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O Estado da Governação em Junho de 2007 - Compromisso Portugal

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O <strong>Estado</strong> <strong>da</strong> <strong>Governação</strong> <strong>em</strong> <strong>Junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2007</strong><strong>Estado</strong>. Determina<strong>da</strong>s por necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urgentes, também não parec<strong>em</strong> estar <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente integra<strong>da</strong>snuma visão clara e consistente <strong>de</strong> transformação do País.De facto, reformas mais estruturais exigiriam inevitavelmente um <strong>de</strong>bate sobre o papel e a organizaçãodo <strong>Estado</strong>, que o Governo não t<strong>em</strong> mostrado <strong>em</strong>penho <strong>em</strong> promover. Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> umaprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s reformas, conviria esclarecer questões importantes como, por ex<strong>em</strong>plo: 1)quais as atribuições prioritárias do <strong>Estado</strong>; 2) quando é que o <strong>Estado</strong> <strong>de</strong>ve ser garante <strong>de</strong> serviços,e quando é que <strong>de</strong>ve ser garante e simultaneamente prestador <strong>de</strong> serviços; 3) que lugar po<strong>de</strong> existirnos serviços públicos para a iniciativa priva<strong>da</strong>; ou 4) <strong>em</strong> que situações <strong>de</strong>ve o <strong>Estado</strong> permanecercomo accionista <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas.A formulação <strong>de</strong> uma agen<strong>da</strong> <strong>de</strong> reformas estruturais teria ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> passar pela discussão <strong>de</strong>princípios básicos relativos ao mo<strong>de</strong>lo social (particularmente no que diz respeito à concepção dosdireitos sociais mínimos a garantir), ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> educação (aten<strong>de</strong>ndo à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> autonomia<strong>da</strong>s escolas e liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> alunos e encarregados <strong>de</strong> educação), e ao modo <strong>de</strong> funcionamentodos mercados (especialmente no que respeita à garantia <strong>de</strong> uma concorrência e abertura flexível <strong>em</strong>todos os mercados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dos factores, como o laboral, até ao dos bens e serviços não transaccionáveise ao <strong>de</strong> capitais). No geral, o Governo t<strong>em</strong> evitado enfrentar estas questões <strong>de</strong> princípio.Desse facto, resultou uma acção reformista que, <strong>em</strong>bora meritória, se t<strong>em</strong> revelado até agorad<strong>em</strong>asiado limita<strong>da</strong> para que seja possível atingir o objectivo <strong>de</strong> "pôr o País a aproximar-se <strong>de</strong> umaforma <strong>de</strong>cidi<strong>da</strong> e sustenta<strong>da</strong> do nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos países mais avançados <strong>da</strong> Europa,numa trajectória <strong>de</strong> crescimento convergente e com coesão social". Por ex<strong>em</strong>plo, um dos efeitos <strong>da</strong>não alteração do funcionamento <strong>da</strong> Administração Pública e do mo<strong>de</strong>lo social t<strong>em</strong> sido a manutenção<strong>de</strong> uma pressão excessiva para o aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>spesa corrente primária.3. O Governo não t<strong>em</strong> aproveitado suficient<strong>em</strong>ente a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> CivilÉ <strong>de</strong> sau<strong>da</strong>r a <strong>de</strong>terminação d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong> pelo Governo <strong>em</strong> muitas áreas <strong>da</strong> governação. No entanto,o Governo n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre soube ou quis evitar situações <strong>de</strong> exagera<strong>da</strong> crispação e confronto, quercom parceiros sociais, quer com utentes <strong>de</strong> serviços do <strong>Estado</strong> e com o público <strong>em</strong> geral. Tal atitu<strong>de</strong>,longe <strong>de</strong> facilitar as mu<strong>da</strong>nças, po<strong>de</strong> ter gerado novos obstáculos no caminho <strong>da</strong>s reformas.Nomea<strong>da</strong>mente, o Governo não pareceu suficient<strong>em</strong>ente interessado <strong>em</strong> encontrar formas e meiospara explicar convenient<strong>em</strong>ente os benefícios que se po<strong>de</strong>rão alcançar a médio e longo prazo d<strong>em</strong>edi<strong>da</strong>s que, no imediato, terão um efeito gravoso. O Governo também raramente teve o cui<strong>da</strong>doe o engenho <strong>de</strong> envolver no processo <strong>de</strong> reformas os grupos afectados pelas transformações <strong>de</strong>creta<strong>da</strong>s,por ex<strong>em</strong>plo procurando nesses grupos campeões para a causa <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça. Em vez disso, ten<strong>de</strong>ufrequent<strong>em</strong>ente a comportar-se como se as reformas só pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> efectuar-se <strong>em</strong> guerra com aSocie<strong>da</strong><strong>de</strong>.JUNHO <strong>2007</strong>24

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