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Revista 40 anos da Contag

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CONTAG defende a democratizaçãodo uso de terra desde sua fun<strong>da</strong>çãoUma breve releitura a respeitodo modelo agrário implementadono Brasil demonstra que a opçãodos sucessivos governos foi peloeconômico com ênfase na preservaçãodo latifúndio e exploração<strong>da</strong> monocultura. Os aspectos socioambientaise culturais sempreforam desconsiderados, o queresultou em exclusão social,concentração de ren<strong>da</strong>, degra<strong>da</strong>çãodo meio ambiente e crescimento<strong>da</strong> violência no campo.Levantamentos oficiais sobrea estrutura agrária brasileira nãodesmentem essa opção excludentee perversa que trouxe conseqüênciasambientais e sociais maléficaspara o país. O Brasil dispõede aproxima<strong>da</strong>mente 600 milhõesde hectares aptos para agricultura.No entanto, 250 milhões sãoáreas ociosas e 285 milhões sãolatifúndios, em sua maior parte,improdutiva ou destina<strong>da</strong> à criaçãode gado. A maior parte dessaterra cultivável, 46%, está nasmãos de 1% dos proprietáriosrurais e, aproxima<strong>da</strong>mente 85%,não produzem um quilo de trigoou uma saca de feijão.Nesses <strong>40</strong> <strong>anos</strong> de existência,a CONTAG sempre colocou em suapauta o debate sobre a questãofundiária. Mesmo porque, a própriaconstrução <strong>da</strong> CONTAG seconfunde com a história <strong>da</strong> reformaagrária no Brasil. Ain<strong>da</strong> que deforma pouco explícita, os trabalhadorese trabalhadoras rurais,nas déca<strong>da</strong>s de 60 e 70 do séculopassado, já apontava a necessi<strong>da</strong>dede conjugar a reformaagrária, com o acesso à educação,previdência, saúde e moradia,como um caminho viável paramu<strong>da</strong>r o perfil agrário brasileiro.Os materiais de formação,publicados na revista O TrabalhadorRural, desde os <strong>anos</strong> 60, sempreenfatizaram a necessi<strong>da</strong>de deque a pose <strong>da</strong> terra estivesse associa<strong>da</strong>a uma formação educacionalformal e profissional, aos direitose deveres de regime <strong>da</strong> previdênciasocial pública e ao crédito agrícoladiferenciado. A CONTAG esclareciaain<strong>da</strong>, que a luta pelareforma agrária exigia um trabalhode conscientização junto aostrabalhadores e suas organizações,para uma melhor compreensão <strong>da</strong>real situação dos sem-terra.Dados do Instituto Brasileirode Reforma Agrária – IBRA/1969 Enquanto 1.200.663 minifúndiosocupam 5.568.000 hectares(1,8% <strong>da</strong> área total ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>),27 latifúndios ocupamárea praticamente igual, 1.7%<strong>da</strong> área ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>. O número de famílias semterraera de 7,3 milhões,sendo distribuído <strong>da</strong> seguinteforma: 1,4 milhões assalariadospermanentes; 3,9 milhõesassalariados temporáriose 2 milhões de posseiros,meeiros, etc.Ain<strong>da</strong> que de maneira tími<strong>da</strong>ou preventiva, devido ao regimeditatorial imposto à população60 - CONTAG <strong>40</strong> ANOS

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