O lado ruim desse avanço <strong>da</strong>organização foi o crescimento <strong>da</strong>violência e do terror contralideranças sindicais para intimi<strong>da</strong>ro Movimento Sindical de TrabalhadoresRurais. Apesar de tercontra si o aparato policial repressivo;a ação de jagunçospagos por grileiros; a morosi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> Justiça e a total omissão dopoder público, o MSTTR não seintimidou. O resultado foi o crescimentode assassinatos delideranças e, também, o crescimento<strong>da</strong> tenaci<strong>da</strong>de dos trabalhadoresrurais para continuaras lutas dos companheiros mortos.A CONTAG declarou: “O nossoMovimento Sindical sente-sefortalecido para reafirmar suadisposição de prosseguir na luta,sem se deixar intimi<strong>da</strong>r, honrandoo exemplo <strong>da</strong>do pelos companheirosassassinados”.A CONTAG denunciava aomissão do governo e deixavaclaro que não haveria soluçãoduradoura para tantos conflitos,caso não houvesse “uma ver<strong>da</strong>deiraredistribuição <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de,<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e do poder no meiorural, através de um ReformaAgrária ampla, massiva, imediatae com participação dos trabalhadores“.A abertura política noinício <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80, do séculoXX, naturalmente produziutransformações nas lutas contra omodelo agrário brasileiro e62 - CONTAG <strong>40</strong> ANOS
O Plano Nacional deReforma Agrária foiapresentado peloGoverno Federal duranteo 4º Congresso. Contandocom a presença doPresidente <strong>da</strong> República,José Sarney.também obrigou o Governo pensarem mu<strong>da</strong>nças nas políticas paraárea rural.Em 1982, o Governo apresentouo Programa Nacional de PolíticaFundiária conduzido pelo entãocriado Ministério Extraordináriopara Assuntos Fundiários. Para aCONTAG se tratava de mais umamedi<strong>da</strong> burocrática, portantoinócua para efetivar uma legítimareforma agrária no país. A CONTAGgarantiu que continuaria lutando,reivindicando e cobrando aimediata decisão do 3º CongressoNacional de Trabalhadores Rurais.A CONTAG, IBASE, ABRA, CIMI,CNBB e CPT lançam a campanhanacional pela reforma Agrária.Diversos segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de,principalmente representantes deorganizações urbanas, prestigiaramo lançamento <strong>da</strong> campanha ecomeçaram a buscar informaçõespara compreender o modelo agráriobrasileiro. A campanha foi desencadea<strong>da</strong>em vários estados, compasseatas e atos públicos envolvendomilhares de pessoas. Aampliação <strong>da</strong>s manifestaçõespopulares provocou uma reaçãoinfeliz do governo militar, quetratou com violência os manifestantese suas organizações.Durante o 4º congresso, em1985, a reforma agrária deu o tomdo evento e contou com apresença de vários Ministros e, doPresidente <strong>da</strong> República JoséSarney. Os delegados (as) levarampanelas fura<strong>da</strong>s à bala, comoforma de denunciar a violênciasofri<strong>da</strong> no campo.O Ministro <strong>da</strong> Reforma e DesenvolvimentoAgrário, Nelson Ribeiro,anunciou que esperava aparticipação dos trabalhadores paraefetivar o Plano Nacional de ReformaAgrária. A meta do Plano eraassentar 7,1 milhões de famílias deacordo com critérios definidos pelostrabalhadores e previa fórmulasdiferencia<strong>da</strong>s para atender areali<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> região.As lideranças sindicais nãochegaram a um consenso sobreapoiar ou não o PNRA, enquanto amaioria <strong>da</strong>s lideranças entendeuque as intenções desse governo detransição deveriam ser leva<strong>da</strong>s emconta pelos delegados (as), outraslideranças questionavam desde alegitimi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> eleição presidencial,feita através de Colégio Eleitoral,até a vontade política deimplementar o PNRA.Os latifundiários se organizarame foram para o enfrentamentodo Plano Nacional de ReformaAgrária, sob a coordenação <strong>da</strong>União Democrática Ruralista –UDR, essa oligarquia defendiaabertamente o uso <strong>da</strong> violência e<strong>da</strong> força arma<strong>da</strong> contra a execução<strong>da</strong> reforma agrária.Com o descaso do Estado brasileiro,a violência no campo cresciae a UDR utilizava métodosfraudulentos para impedir adesapropriação de proprie<strong>da</strong>desocupando áreas, até então improdutivas,com gado. Aborratavamo MIRAD com pedidos derevisão de atos desapropriatórios,alegando falta de vistoria doINCRA. Tudo isso, buscando desmoralizaro PNRA e o próprioINCRA, que tinha à frente JoséGomes. Mais uma vez, o GovernoFederal recuou diante <strong>da</strong> pressão<strong>da</strong>s forças reacionárias que atéhoje dominam a área rural.Passados os cincos do governode José Sarney, o MIRAD teve cincoministros e as desapropriaçõesrealiza<strong>da</strong>s no período foram exclusivamentepara “apagar incêndios”.Os poucos assentamentosrealizados eram desmoralizadosporque os trabalhadores nãorecebiam assistência técnica,recursos e infra-estrutura.“A ampliação <strong>da</strong>s manifestações populares provocou umareação infeliz do governo militar, que tratou com violênciaos manifestantes e suas organizações”.CONTAG <strong>40</strong> ANOS - 63
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