Esse conceito demonstrava,em 1973, opção por uma propostape<strong>da</strong>gógica que valorizasse ostrabalhadores (as) rurais enquantosujeitos políticos. “Educado éaquele que sabendo ou não ler eescrever sabe, contudo, interpretaras coisas, os acontecimentos.Educação é o conhecimento<strong>da</strong>s coisas, a capaci<strong>da</strong>de dejulgamento e ação. A educaçãoescolar para os trabalhadoresrurais deve: I – desertá-los para osaber; II – despertá-los para oquerer e; III – motiva-los para conseguiro que necessitam”.Algumas conquistas, ain<strong>da</strong> quelocaliza<strong>da</strong>s, são vitórias dessapressão e proposição <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>decivil e, sobretudo, do MSTTR. Aexemplo <strong>da</strong> experiência gaúcha,publica<strong>da</strong> no Jornal do Brasil, em1973: “O Rio Grande do Sulimplanta este ano, no interior, umsistema de ensino de primeirograu a<strong>da</strong>ptado ao meio ruralajustado às condições sócioeconômicasde ca<strong>da</strong> região. Osistema de educação rural terácurrículo de acordo com asaspirações de desenvolvimento deca<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de e foi idealizadoa partir <strong>da</strong> constatação de que 49%dos estu<strong>da</strong>ntes do primeiro grauestão na zona rural, mas recebemo mesmo ensino ministrado nazona urbana, com disciplinasmuitas vezes sem qualquerutili<strong>da</strong>de na vi<strong>da</strong> prática”.Essas experiências sempreforam socializa<strong>da</strong>s e debati<strong>da</strong>s noscongressos do MSTTR. Em 1973,o congresso extraordináriodeliberou pela necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>adoção nos currículos escolares,de disciplinas que viessem aincentivar o espírito associativistae a valorizassem a profissãode agricultor, com o apoio dematerial didático que levasse emconta as peculiari<strong>da</strong>des e característicasdo campo.Educação como estratégia parao desenvolvimento do campo,sempre foi a defesa <strong>da</strong> CONTAG. “Aeducação assume importante papeldentro do processo de desenvolvimento,exigindo especializações, apartir do fator educacional. Por outrolado, ela assume o papel motivadordo próprio desenvolvimento. Aeducação nos liberta como pessoas,como gente que somos”.O que define aidenti<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s escolasdo campo é o seu projetopolítico pe<strong>da</strong>gógico e ossujeitos a quem ela sedestina86 - CONTAG <strong>40</strong> ANOS
No congresso <strong>da</strong> CONTAG de1991, a educação foi trata<strong>da</strong> comprofundi<strong>da</strong>de. Os delegados defenderamensino, público e gratuito,adequado às característicasdo meio rural; exigiram que o currículoescolar fosse elaborado apartir do cotidiano dos trabalhadoresrurais; e definiram a realizaçãode uma campanha de alfabetização,por meio dos STRs, paraestimular os pais a enviarem osfilhos as escolas.No congresso <strong>da</strong> CONTAG de1995, o MSTTR afirmou que aescola rural deveria respeitar acultura local e a reali<strong>da</strong>de dostrabalhadores (as) rurais, priorizandope<strong>da</strong>gogias que vivenciassemas diferentes situaçõesdo meio rural, como as EscolasFamílias Agrícolas. No caso específico<strong>da</strong> educação básica, aprincipal estratégia defendi<strong>da</strong> foia pressão sobre as prefeituras,responsáveis pela fiscalização eacompanhamento de todos osprocessos do sistema de ensino -além <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, por meiodos Conselhos Municipais e Estaduaisde Educação - a fim degarantir o bom funcionamento doensino em todos níveis de escolari<strong>da</strong>de.Entendendo que não é possívelconstruir uma proposta deEducação do Campo isolado em si,o MSTTR realizou em 2000, o IVFórum CONTAG de Educação,articulado com universi<strong>da</strong>des,organismos internacionais eONGs. O resultado foi uma agen<strong>da</strong>de trabalho visando acumular umdebate sobre as bases de umapolítica específica de Educação doCampo, volta<strong>da</strong> para o desenvolvimentorural sustentável.O MSTTR e outras enti<strong>da</strong>desparceiras, que têm experiênciacom educação formal e nãoformal1 , sistematizaram uma propostade política pública constituí<strong>da</strong>por princípios e diretrizes <strong>da</strong>educação do campo que estãosendo implementa<strong>da</strong>s em algunsmunicípios rurais.1MOC – Movimento de Organização Comunitária, SERTA, Secretaria Municipal de Educação de Curaçá/BA, IRPAA/BA, ARCAFAR,UNEFAB, GT/UnB, Instituto Agostim Castejon, Escola de Formação <strong>da</strong> CUT <strong>da</strong> Amazônia, Escola do Campo Casa Familiar Rural dePato Branco/PR, dentre outros.CONTAG <strong>40</strong> ANOS - 87
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