Discussão 163HOLLAND, 2003; SOUZA et al., 2006) e, ainda, por paralisar a ação destrutiva dososteoclastos encontrados em áreas de reabsorção (STAMOS et al., 1985).Demonstrou-se, também, que seu potencial antimicrobiano elimi<strong>na</strong>rapidamente as bactérias que entram em contato direto com essa substância(BYSTRÖM; CLAESSON; SUNDQVIST, 1985), porém, sua atuação sobre osmicrorganismos contidos nos túbulos dentinários e ramificações do ca<strong>na</strong>l principal émais demorada (ORSTAVIK; HAAPASALO, 1990; HELING et al., 1992). SegundoOguntebi (1994), a microinfecção mantida nestes locais favoreceria odesenvolvimento de determi<strong>na</strong>dos tipos de bactérias que poderiam se constituir emuma importante reserva para a reinfecção do ca<strong>na</strong>l radicular, durante e após otratamento endodôntico.O hidróxido de cálcio é um pó branco, alcalino (pH 12,6), pouco solúvelem água, o qual é proveniente da calci<strong>na</strong>ção (aquecimento) do carbo<strong>na</strong>to de cálcioaté sua transformação em óxido de cálcio. O hidróxido de cálcio é obtido pelahidratação deste óxido de cálcio, e a reação química entre o hidróxido de cálcio e odióxido de carbono leva à formação do carbo<strong>na</strong>to de cálcio (ESTRELA; HOLLAND,2003).As medicações à base de hidróxido de cálcio baseiam-se no princípio deque, preparado com veículos hidrossolúveis ou não, ele se dissocia em íonshidroxilas (OH - ) e cálcio (Ca 2+ ), os quais são responsáveis, respectivamente, pelaação antimicrobia<strong>na</strong> e pela indução da deposição de tecido mineralizado durante oprocesso de reparo. A porcentagem dos íons hidroxila e cálcio são respectivamentede 45,89% e 54,11% (ESTRELA, 1997).- Ação antibacteria<strong>na</strong>Sabe-se que a ação antimicrobia<strong>na</strong> do hidróxido de cálcio se realiza poruma atuação direta, por necrose de contato (CONSOLARO, 2002), ou indiretadevido a alcalinização do meio (PACIOS et al., 2004). Estes mecanismos de atuaçãose devem aos íons hidroxilas liberados de suas moléculas em presença de umidade,que proporcio<strong>na</strong>m uma condição ambiente incompatível para a sobrevivência dasbactérias. Segundo Estrela et al. (1994), a elevação do pH proporcio<strong>na</strong>do pela altaconcentração de íons hidroxilas confere ao hidróxido de cálcio duas propriedadesenzimáticas importantes: a i<strong>na</strong>tivação de enzimas bacteria<strong>na</strong>s, com efeitoantimicrobiano, e a ativação enzimática tecidual, com efeito mineralizador. Ainda,Dissertação de Mestrado – Suellen Cristine Borli<strong>na</strong>
Discussão 164segundo o autor, o mecanismo de atuação dos íons hidroxilas no controle daatividade enzimática bacteria<strong>na</strong> é explicado à partir da existência de um gradiente depH <strong>na</strong> membra<strong>na</strong> citoplasmática, o que alteraria o transporte de nutrientes ecomponentes orgânicos para o interior das células bacteria<strong>na</strong>s. Ainda sobre o efeitodo pH sobre o transporte químico por meio da membra<strong>na</strong> citoplasmática, Kodukula;Prakasm; Anthonisen (1988) admitem que ele possa ser efetuado de uma maneiradireta, quando houver influência da atividade específica das proteí<strong>na</strong>s da membra<strong>na</strong>,ou indireta, pela alteração dos estados de ionização dos nutrientes orgânicos. Destamaneira, o transporte intenso pela membra<strong>na</strong> citoplasmática poderia provocarefeitos tóxicos sobre as células bacteria<strong>na</strong>s, suficientes para eliminá-las rapidamentedo ca<strong>na</strong>l radicular (PETERS et al., 2002). De acordo com Burnett e Schuster (1982)a membra<strong>na</strong> citoplasmática contém sistemas enzimáticos diretamente relacio<strong>na</strong>doscom importantes funções como o metabolismo, o crescimento e a divisão celular.Outra hipótese que explicaria a atividade antimicrobia<strong>na</strong> do hidróxido decálcio é admitida por Rubim e Farber (1990), segundo a qual, os íons hidroxilasatuariam sobre a membra<strong>na</strong> citoplasmática das células bacteria<strong>na</strong>s, por meio dadestruição de ácidos graxos insaturados ou fosfolipídios, com perda de suaintegridade.Fi<strong>na</strong>lmente, outra hipótese que explicaria o potencial antibacteriano dohidróxido de cálcio seria por outro meio indireto, graças à sua capacidade deabsorção de dióxido de carbono (COHEN; LASFARGUES, 1988; PANAPOULOS;KONTAKIOTIS, 1990; KONTAKIOTIS; NAKOU; GEORGEPOULOU, 1995). Comessa redução no interior dos ca<strong>na</strong>is radiculares e no ambiente periapical, asbactérias a<strong>na</strong>eróbias teriam sua sobrevivência dificultada. Kontakiotis; Nakou;Georgepoulou (1995) demonstraram uma significativa redução do número debactérias a<strong>na</strong>eróbias facultativas ou estritas, após a incubação dessesmicrorganismos em câmaras contendo hidróxido de cálcio em comparação comcâmaras que não continham essa substância.É importante considerar, ainda, que o pH alcalino promovido pelos íonshidroxilas é mantido elevado por um longo período de tempo devido a baixasolubilidade do hidróxido de cálcio (PACIOS et al., 2004). Esta característica éimportante porque mantém a difusão dos íons para os túbulos dentinários,ramificações do ca<strong>na</strong>l radicular, forame apical e ligamento periodontal por um tempomais longo (GRECCA et al., 2001; ZMENER; PAMEIJER; BANEGAS, 2007).Dissertação de Mestrado – Suellen Cristine Borli<strong>na</strong>
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