Discussão 165Pelo exposto anteriormente, pode-se resumir a atividade antibacteria<strong>na</strong>do hidróxido de cálcio a 4 tópicos: 1- impede a penetração de exsudato (substâncianutriente para os microrganismos) para dentro do ca<strong>na</strong>l; 2- eleva o pH do ambientepara um nível incompatível com a sobrevivência bacteria<strong>na</strong>; 3- reage com o gáscarbônico necessário à sobrevivência das bactérias a<strong>na</strong>eróbias restritas; 4- mantémseu poder bactericida por longo tempo (HOLLAND, 1994).A identificação da presença de bactérias no presente trabalho foi efetuadaatravés da técnica de coloração de Brown e Brenn. Sabe-se que esta técnica estásujeita a erros, embora tenha sido muito empregada por diversos autores(LEONARDO et al., 1994; BOHORQUEZ et al., 1995; SACOMANI et al., 2001;SILVEIRA et al., 2001; BARBOSA et al., 2003; HOLLAND et al., 2003a, 2003b;SOUZA et al., 2003, 2006; PANZARINI, 1996; PANZARINI et al., 2006). Em nossoexperimento, foram selecio<strong>na</strong>das alter<strong>na</strong>damente cinco lâmi<strong>na</strong>s de cada espécimepara serem coradas pelo método de Brown e Brenn. Uma das falhas que o métodoapresenta é que ele não permite identificar se os microrganismos evidenciadosestavam vivos ou mortos. Outra possibilidade de falha é que, durante oprocessamento das peças, os ácidos utilizados para a descalcificação, por seremagressivos à parede celular das bactérias, poderiam desintegrá-la. SegundoWijnbergen e Van Mullem (1987), após a descalcificação em ácido fórmico por 7dias, somente uma em cada quinze bactérias é corada, e para Stanley (1977), paracada bactéria identificada existem 25 mil que não são detectadas pela coloração deBrown e Brenn. Segundo Souza-Filho (1995), a técnica de Brown e Brenn possui alimitação de não corar todas as bactérias que estão nos tecidos e sugere que ométodo ideal é a coleta da amostra, cultura e identificação específica, procedimentoeste ainda inviável dentro de nossas condições de trabalho.Para procurar melhorar a identificação das bactérias, a coloração deBrown e Brenn foi realizada com as modificações sugeridas por Taylor (1966), ondeconsegue-se resultados mais consistentes <strong>na</strong> coloração das bactérias Gramnegativas, mais difíceis de serem coradas pela técnica origi<strong>na</strong>l. Se por um ladoessas observações permitam admitir que nos espécimes onde não se evidenciarambactérias elas pudessem estar presentes, por outro, nos casos onde elas foramidentificadas, houve uma correlação com os piores resultados, notadamente nositens infiltrado inflamatório agudo e ligamento periodontal.Dissertação de Mestrado – Suellen Cristine Borli<strong>na</strong>
Discussão 166- Ação sobre o LPS bacterianoOutro fator com o qual devemos nos preocupar no tratamento de ca<strong>na</strong>iscontami<strong>na</strong>dos é com o lipopolissacarídeo bacteriano (LPS). Sabe-se que em ca<strong>na</strong>isradiculares de dentes portadores de necrose pulpar e com lesão periapical crônica,predomi<strong>na</strong>m os microrganismos a<strong>na</strong>eróbios Gram-negativos, os quais, além depossuírem diferentes fatores de virulência e gerarem produtos e subprodutos tóxicosaos tecidos periapicais, contém endotoxi<strong>na</strong> em sua parede celular (LEONARDO etal., 2004). Esta endotoxi<strong>na</strong> é liberada durante a multiplicação ou morte bacteria<strong>na</strong> econstitui um fator de virulência que promove o aumento da reação inflamatória e dareabsorção óssea periapical, pois consegue se aderir irreversivelmente aos tecidosmineralizados, atuando como um potente estimulador da reabsorção (SCHEIN;SCHILDER, 1975; YAMASAKI, 1992) e agindo <strong>na</strong> síntese e <strong>na</strong> liberação de citoci<strong>na</strong>sque ativam os osteoclastos (SAFAVI; NICHOLS, 1993; ITO et al., 1996; JIANG et al.,2003).Demonstrou-se que nos dentes com lesão periapical a presença deendotoxi<strong>na</strong>s é alta (SCHEIN; SCHILDER, 1975), as quais se difundem pelos túbulosdentinários e ramificações dos ca<strong>na</strong>is radiculares, tor<strong>na</strong>ndo-se altamente lesivas aostecidos periapicais. Assim, mesmo com a elimi<strong>na</strong>ção das bactérias do sistema deca<strong>na</strong>is radiculares, suas endotoxi<strong>na</strong>s podem permanecer no sistema, mantendo airritação aos tecidos (HOLLAND et al., 1999a). Por isso, durante o tratamentoendodôntico é essencial que se consiga a elimi<strong>na</strong>ção de microrganismos e ai<strong>na</strong>tivação do LPS bacteriano, o qual exerce papel fundamental no início e <strong>na</strong>manutenção das lesões periapicais (LEONARDO et al., 2004).Safavi e Nichols (1993, 1994) e Estrela e Holland (2003), salientam que ohidróxido de cálcio tem a capacidade de hidrolisar as endotoxi<strong>na</strong>s bacteria<strong>na</strong>s,produzindo sua degradação, razão pela qual Leo<strong>na</strong>rdo et al. (2004) admitem que eleé o único curativo capaz de i<strong>na</strong>tivar os efeitos tóxicos da endotoxi<strong>na</strong> presente nosistema de ca<strong>na</strong>is de dentes com necrose pulpar e lesão periapical crônica, porquealtera suas propriedades biológicas, reduzindo significantemente a diferenciação dososteoclastos.- Tempo do curativo e pH dentinárioMuito se tem discutido sobre o tempo ideal da aplicação do hidróxido decálcio no interior do ca<strong>na</strong>l radicular capaz de atuar sobre as bactérias (STEVENS;Dissertação de Mestrado – Suellen Cristine Borli<strong>na</strong>
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