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lesão renal aguda como manifestação inicial de linfoma não hodgkin

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LESÃO RENAL AGUDA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE LINFOMA NÃO HODGKINA lesão <strong>renal</strong> <strong>aguda</strong> (LRA) po<strong>de</strong>ocorrer em 10 a 30% dos casos <strong>de</strong> doençalinfoproliferativa. 1,2 O acometimento<strong>renal</strong> dos diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>linfoma</strong> po<strong>de</strong>ocorrer em função do efeito direto dopróprio tumor (trombose venosa, obstruçãoureteral) a manifestações extrarrenais<strong>de</strong>les (hiperparaproteinemia, hemólise,hipercalcemia, hiperuricemia) ou maisraramente ao envolvimento <strong>renal</strong> primáriopelo tumor.Relato <strong>de</strong> casoPaciente do sexo feminino, 37 anos,parda, com quadro clínico evolutivo <strong>de</strong> setedias da data <strong>de</strong> internação hospitalar comfebre, artralgia progressiva <strong>de</strong> pequenase gran<strong>de</strong>s articulações. Acompanhado <strong>de</strong>vômitos, e<strong>de</strong>ma progressivo <strong>de</strong> membrosinferiores evoluindo para anasarca eoligúria. Relatou episódio <strong>de</strong> pancreatite<strong>aguda</strong> quatro meses antes da internaçãohospitalar. História familiar negativa paradoença maligna prévia. Admitida no HospitalUniversitário Getúlio Vargas (HUGV) parainvestigação diagnóstica.Ao exame físico, apresentava-sehipertensa (140/104 mmHg), hipocorada(+2/+4) com restante dos dados vitaisestáveis. Destacavam-se úlcera oral empalato, petéquias em face, tronco e membrosinferiores. Não foram observadas alteraçõesna ausculta cardíaca e pulmonar. Abdomedoloroso à palpação difusa, a presença<strong>de</strong> visceromegalias não foi possível porabundante tecido adiposo. Os pulsos estavampresentes e sem alterações, não sendoevi<strong>de</strong>nciadas a<strong>de</strong>nomegalias periféricas.Os exames laboratoriais revelaram:hemoglobina 10,4 g/dL, hematócrito 29,1%(VCM 87fl), leucócitos 2400, segmentados74%, bastonetes 1%, linfócitos 22,5%,eosinófilos 3%, monócitos 7% e plaquetas63000/mm 3 . Ureia 405 mg/dL, creatinina 9,4mg/dL, potássio 5,2 mEq/L, sódio 137 mEq/L,urina I: pH 5,0, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 1010, leucócitos:5.000/mL, hemácias: 6.000/mL, ausência <strong>de</strong>cristais e dismorfismo eritrocitário, proteínastotais 6,6 g/dL (albumina sérica 4,13 g/dL),ácido úrico 12,5 mg/dL, glicemia 96 mg/dL, cálcio 10,2 mg/dL, fósforo 6,2 mg/dL,bicarbonato sérico 18 mEq/L, DHL 585 U/L.Volume urinário <strong>de</strong> 400 ml/24h. Não foi feitacoleta proteinúria <strong>de</strong> 24h.Os rins apresentaram-se ao ultrassom<strong>renal</strong> tópicos, com discreto aumento daecogenicida<strong>de</strong>, rim direito 12 x 4,9 x 4,8cm e rim esquerdo 11 x 5,1 x 5,3 cm, comausência <strong>de</strong> hidronefrose e litíase <strong>renal</strong>,relação córtico-medular preservada. Peloquadro <strong>de</strong> LRA, foi submetida à terapia <strong>de</strong>substituição <strong>renal</strong> (TSR) tipo hemodiálise.Durante a investigação clínica realizou-sebiópsia <strong>renal</strong> guiada por ecografia <strong>de</strong> rimdireito, com obtenção <strong>de</strong> material paraanálise histopatológica e IF. As lâminas<strong>de</strong>monstravam fragmento córtico-medular <strong>de</strong>rim contendo cinco glomérulos. A histologiaindicou achados morfológicos <strong>de</strong> infiltraçãopor <strong>linfoma</strong> não Hodgkin (LNH) <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>scélulas. No relatório <strong>de</strong> imunofluorescência,ratificou padrão <strong>de</strong> lesão não imune. Paraavaliação completa do caso, realizou-sebiópsia <strong>de</strong> medula óssea com análise imunohistoquímicaconfirmando o diagnóstico<strong>de</strong> <strong>linfoma</strong> não Hodgkin <strong>de</strong> células T, osmarcadores LCA, CD3 e KI-67 foram positivos,sendo esse presente em 100% das célulasneoplásicas. A pesquisa <strong>de</strong> Epstein Barr,anti-DNA ase, FAN, crioglobulinas, Anca C e P,sorologia para hepatite B, C e HIV tipo I e IIresultou negativa.Evi<strong>de</strong>nciou-se na tomografia <strong>de</strong> tóraxnódulos pulmonares (menores que 5 cm),<strong>de</strong> natureza inespecífica e atelectasias nopulmão direito. E no abdome <strong>de</strong>monstroulinfonodos (medindo 0,8 cm) na ca<strong>de</strong>ia ilíacaesquerda. O estadiamento clínico foi do tipoIV.Houve diminuição da ureia e creatinina,92revistahugv - Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargasv.10. n. 1-2 jan./jul. – 2011

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