11.07.2015 Views

lesão renal aguda como manifestação inicial de linfoma não hodgkin

lesão renal aguda como manifestação inicial de linfoma não hodgkin

lesão renal aguda como manifestação inicial de linfoma não hodgkin

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nascimento et alrecebendo alta da nefrologia após setesessões <strong>de</strong> hemodiálise. Transferida parao Serviço da Hematologia. A pacienteiniciou quimioterapia com esquema Chop(ciclofosfamida, daunorrubicina, vincristinae prednisona).No oitavo dia após o primeiro ciclo daquimioterapia, procurou o serviço <strong>de</strong> urgênciacom quadro <strong>de</strong> febre, dor abdominal ediarreia sanguinolenta. Exames admissionaisevi<strong>de</strong>nciavam leucócitos <strong>de</strong> 800/mm 3 ,segmentados 35%, linfócitos 9%, eosinófilos1%, monócitos 35,9% e plaquetas 77.000/mm 3 ,ureia <strong>de</strong> 235 mg/dl, creatinina <strong>de</strong> 3 mg/dl,potássio 3,3 mEq/L, sódio 130 mEq/L. Evoluiucom sepse foco abdominal, necessitando<strong>de</strong> suporte ventilatório, antibioticoterapia<strong>de</strong> amplo espectro e antifúngico. Os níveis<strong>de</strong> ureia e creatinina retornaram <strong>de</strong>ntrodos limites da normalida<strong>de</strong> após a<strong>de</strong>quadahidratação. Houve piora hemodinâmica eóbito após oito dias.DiscussãoO envolvimento <strong>renal</strong> é comum empacientes com <strong>linfoma</strong> sistêmico nãoHodgkin. 3 O <strong>linfoma</strong> <strong>renal</strong> representariametástases hematogênicas ou invasão diretado tumor crescendo no espaço perir<strong>renal</strong>. 4 Amaioria dos LNHs com acometimento <strong>renal</strong> sãoagressivos (RICHARDS et. al., 1990). Emboraa evidência clínica <strong>de</strong> envolvimento <strong>renal</strong>com <strong>linfoma</strong> só é visto em 2 a 14% <strong>de</strong> todos ospacientes, uma elevação <strong>de</strong> creatinina séricaé relatada em 26 a 56%. 5 A infiltração do rimpor células malignas ocorre basicamente nointerstício e resulta em atrofia tubular compreservação do glomérulo. 6No caso apresentado, a LRA parece tersido originada a partir <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> célulastumorais, sendo revertida após TSR. Os níveisaumentados <strong>de</strong> ácido úrico e fósforo po<strong>de</strong>mser explicados somente pela perda da função<strong>renal</strong>. Não havia evidências <strong>de</strong> obstrução dasvias urinárias nos exames ultrassonográficos.Outras causas <strong>de</strong> insuficiência <strong>renal</strong> foramafastadas pela análise dos dados clínicos elaboratoriais.Entre as séries <strong>de</strong> pacientes publicadasna literatura há prevalência <strong>de</strong> homens commédia etária <strong>de</strong> 48 anos ao diagnóstico, sendoque na maioria dos casos a creatinina séricaao diagnóstico era superior a 3,5 mg/dl. 7A apresentação clínica dos <strong>linfoma</strong>svaria muito, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo. 8 O quadroclínico da infiltração <strong>renal</strong> costuma ser, namaioria das vezes, inespecífico. A pacienteapresentou hematúria, hipertensão arteriale anemia <strong>de</strong> doença crônica. A ocorrência<strong>de</strong> lesão <strong>renal</strong> em pacientes com <strong>linfoma</strong>po<strong>de</strong> surgir em razão do comprometimentodireto do sistema urinário (obstruçãoureteral ou dos vasos renais, infiltraçãodo parênquima <strong>renal</strong>, ou ruptura <strong>renal</strong>ou ureteral), a alterações endócrinometabólicas(hipercalemia, secreção <strong>de</strong> PTHsímilee paraproteinemias) ou por efeito dotratamento (nefrite radioativa e síndrome <strong>de</strong>lise tumoral). 9 Em um estudo realizado pelaSchnie<strong>de</strong>rjan e Osunkoya 10 sobre os 40 casos<strong>de</strong> neoplasias linfoi<strong>de</strong>s do trato geniturinário,o local mais comum <strong>de</strong> envolvimento foi orim, predominou <strong>linfoma</strong> não Hodgkin difuso<strong>de</strong> células B.Apesar dos meios <strong>de</strong> imagem forneceremindícios do diagnóstico, esse só é obtido <strong>de</strong>forma inequívoca por meio da biópsia <strong>renal</strong>. 11A <strong>de</strong>speito dos significativos avançosno tratamento dos pacientes com <strong>linfoma</strong>agressivo não Hodgkin, a maioria não écurada com a terapia convencional. 12O relatório atual <strong>de</strong>screve um pacientecom antece<strong>de</strong>nte função <strong>renal</strong> normal,que <strong>de</strong>senvolveu LRA associada com LNHevoluindo a óbito.Em resumo, apesar da infiltraçãodo parênquima <strong>renal</strong> por doençaslinfoproliferativas ser pouco investigada, <strong>de</strong>ve93revistahugv - Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargasv.10. n. 1-2 jan./jul. – 2011

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!